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EDITORIAL

Sumário

Tudo novo

As páginas da “Revista Auto Press” estão repletas de novidades nesta edição 72. A primeira delas fica por conta do Salão de Frankfurt, na Alemanha. O evento mostra que a crise automotiva na Europa ficou no passado e revela as principais apostas de cada marca para o mercado. Outra “boa nova” é o Renault Sandero R.S. O esportivo, que chega agora ao Brasil, exibe todo seu desempenho e esportividade para refinar a imagem da marca francesa no país. Em Las Vegas, Estados Unidos, a Toyota apresentou a quarta geração do Toyota Prius. O carro “ecologicamente correto” ganhou visual mais imponente, melhorias estruturais e pode até ser montado aqui no Brasil. Do outro lado do oceano, na bela cidade de Veneza, na Itália, o novo Audi A4 foi testado. O sedã Premium ganha recheio tecnológico e se torna uma das “peças-chave” da marca para seguir o bom embalo de vendas.

Edição de 18 de setembro 2015

03 - Salão de Frankfurt 2015

28 - Audi A4

12 - Renault Sandero RS

35 - Chevrolet Montana Sport

21 - Toyota Prius

42 - 60 anos das motocicletas Yamaha

Para os amantes das duas rodas, uma matéria sobre os 60 anos da Yamaha. E, no Transmundo, a picape compacta Chevrolet Montana exibe suas virtudes na versão topo de linha Sport, em um segmento dominado por Fiat Strada e Volkswagen Saveiro. Boa leitura!


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O centro do mundo

Fabricantes reservam algumas novidades para não fazerem feio no 66º Salão de Frankfurt

Texto e fotos por Eduardo Rocha/ Auto Press


O

s alemães não têm pudores em afirmar que o Salão de Frankfurt é o maior do mundo. Uma coisa é certa: é o maior pelo menos em tamanho físico. O evento ocupa 13 pavilhões do centro de exposições do gigantesco Frankfurt am Main entre 17 e 27 de setembro. Isso em um momento em que o mercado da Europa começa a se recuperar da crise iniciada em 2008 – a previsão é que chegue a 16 milhões de automóveis vendidos em 2015. Por isso, todas as marcas trataram de deixar pelo menos um modelo de interesse para exibir no Salão. Mesmo que as fabricantes, cada vez mais, prefiram promover seus grandes lançamentos fora das datas de motorshows para garantirem uma cobertura de mídia mais volumosa. Os grupos alemães, obviamente, mostraram pelo menos uma novidade por marca. A Daimler, dona da Mercedes-Benz e da Smart, trouxe o Classe C cupê, o Classe S cupê cabriolet e o Smart Fortwo Cabrio. Já o Grupo BMW apresentou o novo Série 7, o Rolls-Royce Dawn e a segunda geração do Mini Countryman. No entanto, foi o Grupo Volkswagen que mostrou o maior número de lançamentos. Pela marca-mãe, a novidade foi o Volkswagen Tiguan, além do conceito Golf GTE Sport. Mas foi a Porsche quem mais brilhou, com o 911 S e, principalmente, com o belíssimo Porsche Mission E. A britânica Bentley insiste na construção do feioso SUV Bentayga – confirmou o início de produção para fim de novembro. Já a Bugatti, que encerrou a produção do Veyron e não tem outro modelo em linha, decidiu tirar do mundo virtual o Vision, personagem do game Gran

Turismo 6. As italianas abusaram das linhas sensuais e da potência em seus respectivos modelos: Ferrari 488 Spider e Alfa Romeo Giulia. A Fiat, por sua vez, mostrou o leve face-lift que promoveu no pequeno 500. As francesas não ficaram assim tão estimuladas com Frankfurt. A Peugeot ganhou algum destaque com o conceito Fractal e a Citroën com o também conceito Aircross. Já a Renault mostrou a quarta geração do médio Mégane. Para finalizar, a única marca norte-americana a se fazer presente em Frankfurt foi a Ford, que deixou clara sua aposta em utilitários. Mostrou a Ranger renovada e o EcoSport feito na Rússia sem estepe na tampa traseira – nem em lugar nenhum.


O s destaques de F rankfurt

Alfa Romeo Giulia – O sedã italiano ressurge no salão alemão, depois de 33 anos fora do mercado, com um motor 2.9 litros turbo com 510 cv, desenvolvido junto com a Ferrari. Ele é capaz de fazer de zero a 100 km/h em 3.9 segundos e chegar a 307 km/h. A tração é traseira e seus 1.524 kg são distribuídos igualmente entre os dois eixos. As encomendas, que passam a ser aceitas após a apresentação em Frankfurt, são para modelos a partir de 95 mil euros – ou R$ 420 mil. No caso de um improvável desembarque no Brasil, seu preço começaria em torno de R$ 800 mil. No projeto do Alfa Romeo Giulia está a intenção de criar uma nova vocação para a marca, que atualmente está meio sem função no Grupo FCA. A ideia é passar a concorrer diretamente com as alemãs de luxo, como Audi, BMW e Mercedes-Benz. Audi E-tron Quattro Concept – O crossover cupê da Audi combina aerodinâmica eficiente – coeficiente de 0,25 cx – com traços marcantes, que indicam o futuro do design da marca. A grade prateada e protuberante, linhas retas e entalhadas. Os três motores elétricos combinados rendem até 504 cv e a autonomia do conjunto de baterias é de até 500 km. O E-Tron Quattro é montado na plataforma modular MLB, para motores longitudinais, e é maior que o Q5 e menor que o Q7. Ou seja: está sendo pensado para brigar com BMW X6 e Mercedes-Benz GLE Coupé. No interior, um sistema OLED nas telas multimídias para passageiros dianteiros e traseiros dispensa botões.


Bentley Bentayga – O protótipo EXP 9F não fez muito sucesso em suas aparições. Por isso, a Bentley mudou um pouco a cara de seu primeiro SUV, decantado por ela como o mais luxuoso já construído no mundo. Seja como for, o Bentayga ainda impressiona pela estética desfavorável. O utilitário compartilha a plataforma modular MLB do Audi Q7. A propulsão motor também está à altura de um modelo da marca: com motores a gasolina biturbo e elétrico, o conjunto rende cerca de 600 cv. Na parte frontal, enormes entradas de ar junto com a grade cromada e faróis redondos – identidade visual da Bentley. Na traseira, as lanternas possuem formato similar ao do sedã Flying Spur, e na lateral, linhas fluídas com vincos marcantes.

BMW Série 7 – A sexta geração do sedã BMW Série 7 recebeu grandes doses de luxo e tecnologia. Além do visual mais marcante, o sedã de luxo também emagreceu 130 kg, pela aplicação de plástico com fibra de carbono – como na linha i – e passa a contar com suspensão adaptativa a ar em todas as versões. O sistema multimídia reconhece gestos e há comando na chave para estacionar remotamente, com o motorista fora da cabine. No pacote opcional Executive Lounge há ar-condicionado de quatro zonas, tablet de sete polegadas para controlar o sistema multimídia e todos os bancos ventilados, sendo os traseiros eletricamente ajustáveis e com massagem. Nas versões de entreeixos alongados, há presença de teto solar panorâmico. Para impulsionar o veículo, são disponibilizados motores de seis e oito cilindros, que variam entre 265 e 450 cv. Outra novidade está em uma inédita versão híbrida – motor a gasolina junto com propulsor elétrico que rendem em conjunto 326 cv. A transmissão é sempre automática de oito velocidades.


Bugatti Vision Gran Turismo – Nem só de modelos concretos é feito o Salão de Frankfurt. A Bugatti mostra no motorshow alemão o conceito Vision Gran Turismo, desenvolvido exclusivamente para o game Gran Turismo 6. Criado em parceria com a própria desenvolvedora do jogo, a Polyphony Digital, o bólido virtual não ganhará versão de produção, mas inspirará o design do futuro superesportivo da marca, Chiron, que substituirá o Veyron. Seu visual é uma evolução natural do Veyron, mas inspirado também no passado de sucesso da Bugatti nas pistas. Principalmente no Bugatti Type 57 Tank, que venceu as 24 Horas de Le Mans em 1937 e 1939. A própria pintura, em dois tons de azul, presta homenagem ao modelo histórico.

Citroën Aircross Concept – A Citroën mostrou em Frankfurt o Aircross Concept, revelado em abril último, no Salão de Xangai, na China. O conceito nada tem a ver com o Aircross que é vendido no Brasil. Seu visual remete ao crossover C4 Cactus, porém é mais agressivo e robusto, com pitadas de sofisticação e híbrido. O modelo mede 4,58 metros de comprimento, 2,10 m de largura, 1,73 m de altura e 2,80 m de entre-eixos. O motor é um 1.6 16V THP a gasolina com 218 cv de potência instalado sobre o eixo dianteiro, que recebe a ajuda de outro elétrico de 95 cv sob o eixo traseiro. Internamente, ele traz quatro bancos individuais e as portas abrem em par – não há coluna central. De acordo com a marca francesa, ele é capaz de rodar 58,8 km com um único litro de combustível e cumprir o zero a 100 km/h em apenas 4,5 segundos.


Porsche Mission E – A promessa do conceito elétrico da Porsche é ter uma autonomia de até 500 km. O esportivo de quatro lugares não tem coluna central, daí suas quatro portas se abrirem em pares – coisa comum em protótipos que dificilmente ganham as linhas de produção. O modelo tem dois motores elétricos capazes de gerar 600 cv, distribuídos pelas quatro rodas. Com isso, vai do zero aos 100 km/h em irrisórios 3,5 segundos. A carroceria é feita a partir de uma mistura de alumínio, fibra de aço de carbono e polímero reforçado. As rodas, de 21 polegadas na frente e 22 rodas polegadas na traseira, são em fibra de alumínio. Mais que números e dados técnicos impressionantes, o Mission E tem um visual caprichado, com toques futuristas. Certamente alguns de seus detalhes em breve estarão presentes nos modelos da Casa de Stuttgard nos próximos anos.

Renault Mégane – A quarta geração do Mégane chega com um visual arrojado, marcado pela assinatura em leds nos faróis em formato de “C”. As linhas gerais ficaram mais esportivas – o hatch médio está mais largo e mais baixo – e o interior recebeu “gadgets” como um pad vertical de 8,7 polegadas no console central. O Mégane chega com seis motores, que vão de 90 cv, na versão diesel de entrada, a 205 cv, para a GT a gasolina. O hatch é montado sobre uma nova plataforma modular, chamada de CMF, disponível também para modelos da Nissan. O modelo será produzido na Espanha e chega ao mercado em janeiro de 2016. No Brasil, a versão RS da antiga geração era importada, mas não há previsão de que isso ocorra com o novo Mégane.


Ferrari 488 Spider – A Ferrari garante que o 488 Spider é o conversível mais poderoso já construído. Ele é animado por um V8 biturbo central-traseiro de 3.9 litros de 670 cv e 77,5 kgfm de torque – o mesmo utilizado na 488 GTB. Com uma potência específica impressionante – 172 cv/litro –, o superesportivo percorre o zero a 100 km/h em 3 segundos e alcança os 200 km/h partindo da inércia em 8,7 segundos. Em parte, esse desempenho se deve ao baixo peso total: tem apenas 1.420 kg. O cupê-cabriolet possui teto rígido retrátil de vidro e fibra de carbono de tamanho bem reduzido, o que o torna 25 quilos mais leve do que se fosse feito em lona com armação de metal. Ele pode ser fechado totalmente em 14 segundos. O modelo ainda utiliza 11 tipos de alumínios diferentes na construção.

Ford Ranger – Mostrada pela primeira vez na Tailândia, em março, a picape média da Ford de cara nova tem desembarque confirmado no Brasil no ano que vem, no primeiro semestre. Em Frankfurt, ela aparece com o mesmo trem de força utilizado no Brasil: um 3.2 litros turbodiesel de cinco cilindros e capaz de render 200 cv. Já a transmissão é automática, de seis velocidades. O face-lift afetou a grade – que adota o formato hexagonal da nova identidade visual da Ford –, o conjunto óptico e o para-choque. Na traseira, nota-se uma leve modernização na lanterna. O resultado geral é um aspecto menos robusto e bem mais elegante. A tecnologia embarcada também aproxima a Ranger de um carro de passeio: há central multimídia Sync com tela “touch” de 8 polegadas, GPS, comandos por voz, direção elétrica, controle de cruzeiro adaptativo, monitor de ponto cego e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, entre outros.


Jaguar F-Pace – O F-Pace teve uma avant-première em Frankfurt logo após entrar para o livro “Guiness”, de recordes por ter feito o maior looping da história, com mais de 18 metros. O F-Pace foi inspirado no conceito C-X17 e divide a plataforma modular com o sedã médio XE. Sua construção é 80% em alumínio e por isso, segundo a Jaguar, é mais leve que seus concorrentes alemães: Audi Q5, BMW X3 e Mercedes-Benz GLC. Ele será lançado comercialmente em fevereiro de 2016 e chega ao Brasil em meados do ano com motores diesel 2.0 turbo de 180 cv e 3.0 V6 a gasolina de 340 cv e 380 cv. Os preços serão a partir de R$ 300 mil.

Mercedes-Benz Classe S Coupé Cabriolet – O modelo que ocupa o topo do line-up da marca da estrela volta a receber a variante conversível após 44 anos. A configuração com teto rígido retrátil se baseia no Classe S Coupé. A Mercedes fez um grande trabalho acústico para garantir um ambiente elegante quando o modelo se transforma em cupê e inseriu itens de sofisticação, como aquecimento para áreas do pescoço, em todos os assentos e apoio de braço. A capota demora 20 segundos para ser totalmente aberta ou fechada e o comando pode ser feito com o carro a até 60 km/h. Entre a gama de propulsores, o Classe S Coupé Cabriolet na versão S 500 carrega sob o capô um V8 de 4.6 litros, com 455 cv de potência e 71,4 kgfm de torque, acoplado a uma transmissão automática de nove velocidades. Já na variante AMG, da divisão esportiva da marca, a versão S63 terá um motor V8 de 5.5 litros e 585 cv e 91,8 kgfm em conjunto com uma transmissão esportiva AMG de sete velocidades.


Mini Countryman – A nova geração da “station” Mini Clubman aparece maior no Salão de Frankfurt. O modelo, baseado no Mini hatch de quatro portas, ficou 27 cm maior que o antecessor – 10 cm apenas no entre-eixos – e ganhou portas maiores. O Clubman é equipado com o motor Twin Turbo, 2.0 litros, de 192 cv, com câmbio sequencial de oito marchas. O zero a 100 km/h é feito em 7,1 segundos. No Brasil, o Clubman deve desembarcar ainda este ano. Volkswagen Tiguan – A segunda geração do utilitário esportivo médio da Volkswagen passa a adotar a plataforma modular MQB, para motores transversais, a mesma do hatch Golf e do sedã Audi A3, que estão entrando em produção na fábrica paranaense de São José dos Pinhais. Por conta disso, o SUV ficou 50 kg mais leve que o antecessor. Os motores disponíveis na Europa vão de 115 cv a 240 cv. O mais provável é que o modelo que será vendido no mercado brasileiro seja o que utiliza o mesmo propulsor empregado no Audi Q3: 1.4 turbo de 150 cv. A Volkswagen exibiu ainda uma versão-conceito GTE do Tiguan. Trata-se de um plugin hybrid drive com 218 cv de potência e tração integral. Peugeot Fractal – O cupê-conceito elétrico da Peugeot foi desenvolvido com um tratamento acústico sofisticado, para que sua presença seja mais facilmente detectada pelos pedestres e agradável para os ocupantes. Seus dois propulsores – um em cada eixo – somam 204 cv e empurram o Fractal do zero a 100 km/h em 6,8 segundos. A autonomia oferecida pelas baterias de íon de lítio é de até 450 km. Ele tem ainda uma suspensão capaz de variar a distância para o solo em até 11 cm – tanto para melhorar a aerodinâmica quanto para enfrentar pisos irregulares. No interior, possui uma tela holográfica de alta definição e permite ao condutor personalizar a informação do caminho mostrado.


Fotos: Eduardo Rocha/CZN

autoperfil

Máquina quente por Eduardo Rocha auto press

Renault aposta no “hot hatch” Sandero RS para refinar sua imagem no Brasil


A

primeira obrigação de um esportivo é ser uma usina de adrenalina. A segunda, é construir a imagem do fabricante. Dentro de uma montadora, a primeira função empolga os engenheiros e a segunda, o pessoal do marketing. Afinal, nada transmite mais a ideia de status e tecnologia que um esportivo. Foi por essa boa imagem que a Renault decidiu desenvolver e construir o Sandero RS no Brasil. Mais que faixas, rodas e roncos, o hatch da marca francesa foi inteiramente modificado para se tornar um verdadeiro esportivo. Para começar, ele recebe o motor Renault 2.0 16V flex, importado da França. É o mesmo propulsor que empurra as versões superiores do “pesado” Duster. No utilitário de 1.350 kg, ele rende 143/148 cv, enquanto no Sandero, cerca de 200 kg mais leve, ele rende 2 cv a mais – 145/150 cv, com gasolina/etanol. Isso faz com que a relação peso/potência do hatch seja de exatos 7,74 kg/cv – normalmente, um modelo é considerado esportivo quando esta relação fica abaixo de 8. Este propulsor é gerenciado


pelo mesmo câmbio manual de seis marchas existente no SUV, mas com um escalonamento completamente voltado à esportividade – com relações mais curtas e próximas. Para sustentar esta fúria, a Renault Sport tratou de equipar o Sandero RS com um controle eletrônico de tração e estabilidade com três modos de atuação: normal, Sport e Sport+. A suspensão também foi completamente refeita. A configuração básica – McPherson na frente, eixo de torção atrás – foi mantida, mas recebeu amortecedores mais eficientes, eixos de maior bitola e molas mais rígidas. As novas molas têm uma ação progressiva, que permite absorver as imperfeições da pista ao mesmo tempo em que reduzem a tolerância de inclinação da carroceria. Para completar, o novo conjunto de rodas e pneus reduziu a altura do Sandero em 2,6 cm. O resultado final é que o limite de rolagem passou de 5,6º para 3,8º por G de aceleração lateral, ou 33% melhor. Todas estas evoluções dinâmicas no Sandero foram explicitamente assinadas por modificações visuais. Nem

foto: divulgação


foto: divulgação

todas apenas estéticas. O aerofólio traseiro aumentado, por exemplo, adiciona até 25 kg ao downforce traseiro. Na frente, o modelo recebe um spoiler em forma de lâmina, no estilo de carros de Fórmula 1, e os faróis têm máscara negra. No nicho onde normalmente ficariam os faróis de chuva, agora há uma fileira de leds diurnos e a grelha dianteira é do tipo colmeia. De série, o modelo vem com rodas em preto brilhante aro 16, mas opcionalmente podem ser aro 17. Tem ainda saias e faixas laterais, difusor sob o para-choque traseiro e ponteira de escapamento dupla e carcaça do retrovisor externo na cor da carroceria. Na tampa traseira, o nome “Sandero” foi omitido em favor de uma identificação “Renault Sport” à esquerda e “RS” à direita. Internamente, o Sandero RS tem todos os equipamentos oferecidos na linha compacta, como ar digital e a última geração do sistema multimídia Media Nav Evolution. Além disso, há itens específicos da versão, como o volante RS, igual ao usado no Mégane RS vendido na França, molduras metalizadas, bancos esportivos em tons


de cinza com pespontos vermelhos e as iniciais “RS” bordadas no encosto de cabeça. O acabamento do painel também está mais caprichado e os pedais são em alumínio. Foi instalado um apoio para o pé esquerdo bem protuberante. Uma prova do prestígio da subsidiária brasileira da marca francesa é que o modelo é o primeiro da Renault Sport desenvolvido para mercados fora da França. Nele foram consumidas 120 mil horas de trabalho com 73 engenheiros do Brasil e da França envolvidos. Foram construídos 30 protótipos que rodaram 250 mil quilômetros em testes. A fabricante projeta que serão emplacadas entre 150 e 200 unidades por mês do Sandero RS. Esta estimativa é tímida diante do preço de R$ 58.990 – ou R$ 59.990 com rodas de 17 polegadas –, bem mais acessível que os poucos rivais diretos, como Fiat Punto T-Jet e Suzuki Swift Sport. Mesmo que o modelo tenha um desempenho comercial pouco impressionante, o fundamental neste caso é o lucro de imagem que a Renault pretende extrair do seu “hot hatch” brasileiro.


Primeiras impressões

foto: divulgação

Sintonia fina Mogi-Guaçu/SP – O Sandero RS é uma rara exceção em um mercado povoado de pseudo-esportivos. Nele, a proposta de um típico “hot hatch” é bem levada a sério. Motor, câmbio, suspensão, bancos e assistência dinâmica são capazes de produzir uma experiência verdadeiramente esportiva. O escalonamento das marchas é progressivo, sem buracos ou sobreposições. A última marcha, inclusive, é de aceleração – tanto que a máxima de 202 km/h é em sexta. Não é à toa que, durante o teste, a média em estrada foi de nada econômicos 6,9 km/l. Apesar de semelhante, o motor Renault 2.0 16V não é exatamente o mesmo que equipa modelos da marca há quase 20 anos – desde o Mégane Scénic nacional. Ele foi retrabalhado para ter um comportamento mais agressivo.Tanto que, segundo a marca, alcança os 100 km/h a partir do zero em 8 ou em 8,4 segundos, quando abastecido com etanol e gasolina. As acelerações e retomadas do Sandero RS são realmente vigorosas. Mas talvez o que mais impressione seja mesmo o comportamento dinâmico. No teste, o trajeto se compôs de trechos

de autoestrada, de serra e, finalizando, em autódromo – onde se pôde testar os três modos de atuação do controle de estabilidade. Em todas as situações, mesmo com o ESP desligado, o Sandero esbanjou neutralidade nas curvas e retas. As rolagens de carroceria são controladas e ainda assim a suspensão consegue filtrar as imperfeições do pavimento, o que transmite bastante conforto para quem vai a bordo.

Os bancos também cumprem sua função com grande eficiência: têm abas pronunciadas para segurar o corpo nas curvas sem abrir mão da maciez. Na verdade, em qualquer ponto do Sandero RS pode-se perceber uma busca de equilíbrio entre a esportividade, explorável em uma estrada, e o uso mais pacato, urbano. Inclusive no visual, que se manteve sóbrio, com soluções bastante elegantes para um esportivo.


Ficha técnica Renault Sandero RS

Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.998 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial com dois mapeamentos: normal e esportiva. Transmissão: Câmbio manual de seis velocidades a frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração. Potência máxima: 145 cv e 150 cv com gasolina e etanol a 5.750 rpm. Aceleração de zero a 100 km/h: 8,4 e 8,0 segundos com gasolina/ etanol. Velocidade máxima: 200 km/h e 202 km/h com gasolina/etanol. Torque máximo: 20,2 kgfm e 20,9 kgfm com gasolina/etanol a 4 mil rpm. Diâmetro e curso: 82,7 mm X 93,0 mm. Taxa de compressão: 11,2:1. Suspensão: Dianteira McPherson com triângulos inferiores, molas, amortecedores e barra estabilizadora. Traseira: Tipo eixo de torção, com amortecedores e molas helicoidais. Oferece controle de estabilidade. Freios: Discos ventilados de 280 mm de diâmetro na dianteira e 240 mm de diâmetro na traseira. Oferece ABS com assistência de partida em subidas. Pneus: 195/55 R16 (opcional 205/45 R17). Direção: Eletrohidráulica com diâmetro de giro de 10,6 m. Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,07 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,50 m de altura e 2,59 m de entre-eixos. Oferece airbag duplo frontal. Peso: 1.160 kg. Com 458 kg de carga útil. Capacidade do porta-malas: 320 litros. Capacidade do tanque de combustível: 50 litros. Produção: São José dos Pinhais, Paraná.

Lançamento: Setembro de 2015. Itens de série: Airbag duplo, freios ABS, direção eletrohidráulica, travas elétricas, volante multifuncional em couro com regulagem da altura, ar-condicionado digital, desembaçador do vidro traseiro, faróis com máscara negra, brake light, rodas aro 16 de liga leve em preto brilhante, carcaça dos retrovisores na cor do veículo, vidros elétricos, alarme perimétrico, assento do condutor com regulagem de altura, Media NAV Evolution, luzes diurnas em leds, controle de estabilidade e tração com três modos de funcionamento, comando elétrico dos retrovisores, sensor de estacionamento, bancos dianteiros esportivos, computador de bordo, assistência de subida em rampa, aerofólio e extrator traseiros, spoiler dianteiro e saias laterais. Preço: R$ 58.990. Opcionais: Rodas de liga leve de 17 polegadas em preto brilhante. Preço completo: R$ 59.990.


Dupla de peso A Volvo passa a oferecer no Brasil duas novas versões para o V40. O hatchback da marca sueca agora fica disponível nas motorizações Drive-E T3, um 1.5 litro turbo com 152 cv, da configuração Kinetic, e T4, um 2.0 litros turbo com 190 cv que equipa a versão Momentum. Ambos recebem câmbio automático de seis velocidades e contam com tecnologia start/stop, que desliga o motor quando o freio é acionado em paradas rápidas, e função Eco+, que monitora o consumo e chega a economizar até 5% de combustível. A versão Kinetic conta com itens de série como sete airbags, frenagem automática em situações de trânsito, controles de tração e estabilidade, sistema Volvo On Call, rodas de 17 polegadas, bancos revestidos em couro, ar-condicionado digital de duas zonas e central multimídia com tela de sete polegadas, por R$ 99.950. Já a Momentum adiciona faróis de xênon, moldura dos vidros em alumínio, retrovisores com rebatimento elétrico, partida por botão, sensores de estacionamento e de chuva. O quadro de instrumentos é digital de oito polegadas e o banco do motorista tem ajustes elétricos, com memória. O preço também sobe, chegando a R$ 132.950.

No mesmo patamar - A Audi bateu o martelo

sobre o lançamento de seu A3 sedã nacional. De acordo com a marca das quatro argolas, o modelo – que será produzido na fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná – chegará às lojas em novembro. E a intenção da fabricante alemã é manter seu preço igual ao de hoje, ou seja, cobrar R$ 99.990 iniciais. Desta forma, a expectativa é atingir cerca de 1 mil emplacamentos dessas unidades até o fim do ano, o que representa 500 exemplares em novembro e a mesma quantidade em dezembro. Sob o capô, o Audi A3 sedã brasileiro receberá o motor 1.4 TSI que equipará também o hatch médio Golf fabricado no Brasil, em versão flex e capaz de render até 150 cv. A transmissão será a mesma adotada atualmente, automatizada de dupla embreagem e sete velocidades.

Boa vizinhança - Patrocinadora oficial dos Jogos

Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, a Nissan anunciou o projeto “Caju: Um novo olhar”. A iniciativa é parte das ações programadas pela marca japonesa, que inaugurou sua primeira fábrica no Brasil em 2014 na cidade fluminense de Resende, no Pacto do Rio. A iniciativa une órgãos públicos e parceiros privados na busca por uma sociedade carioca menos desigual e mais justa. A Nissan escolheu como parceira a Fundação Gol de Letra, criada em 1998 pelos ex-jogadores de futebol da seleção brasileira Leonardo e Raí e sediada há quase 10 anos no Caju. Ao longo dos anos, a Fundação aumentou o número e a abrangência de seus programas, ganhou prêmios e reconhecimentos e hoje trabalha com atendimento direto e com a gestão do conhecimento, sistematizando e disseminando suas práticas educativas. A participação da Nissan pretende oferecer cursos de complementação escolar e capacitação profissional aos jovens da região e ajudar a melhorar a qualidade de vida da população local.


Tudo azul Mesmo em meio à crise, a Mercedes-Benz fechou agosto no melhor momento comercial entre as marcas de luxo. Os números oficiais mostram que esse é o 30º mês consecutivo de vendas em alta, com 139.862 unidades emplacadas ao redor do globo terrestre. Esse número a coloca com líder global pelo segundo mês consecutivo, com crescimento de 17,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A BMW permanece na segunda posição, com 135.735 vendidas. Já a Audi aparece em seguida, com 128.650 carros comercializados. Em compensação, no acumulado de 2015, a BMW ainda está no topo da lista, com 1.215.298 veículos. Porém, a cada mês sua vantagem vem caindo. A Mercedes está com 1.187.980 unidades, enquanto a Audi soma 1.177.100 exemplares.

Renovação em dobro Depois de voltar a vender o Picanto com transmissão manual, a Kia se prepara para trazer ao Brasil as novas gerações do Sorento e Carnival. Os modelos sul-coreanos já são comercializados no exterior, mas desembarcam aqui em outubro, repaginados e com uma série de tecnologias. Os preços ainda não foram divulgados. A terceira geração do Sorento foi apresentada no ano passado, no Salão de Nova York. Mais espaçosa, ela também reúne mais tecnologia em relação ao modelo comercializado atualmente. As opções de motores envolvem o 2.4 litros de quatro cilindros e também o 3.3 litros V6, que a Hyundai Santa Fe já usa em seu “line up”. Já o Carnival ganhou linhas mais dinâmicas e sintonizadas à assinatura visual da marca. Ele também utiliza o propulsor V6 e pode levar até oito passageiros.

Maré baixa As vendas de importados no Brasil em agosto não foram nada boas para as 28 marcas ligadas à Abeiva. Segundo um relatório da associação – que reúne as marcas importadas sem fábrica no Brasil –, o grupo conseguiu emplacar apenas 4.463 unidades, resultado que representa uma queda de 15,9% em relação ao mês anterior. Quando comparados com o mesmo período do ano passado, os números preocupam ainda mais. São 39,2 % a menos do que em agosto de 2014. No acumulado entre os oito primeiros meses de 2015, a retração é de 30,3%. O importado mais vendido no mês passado, com 532 exemplares comercializados, foi o Kia Sportage, seguido de dois modelos da Land Rover: o Discovery 4, com 367 vendas, e o Evoque, com 278 emplacamentos.


Verde novo Toyota apresenta quarta geração do híbrido Prius, que pode ser montada no Brasil no futuro

Fotos: Divulgação

vitrine

por Márcio Maio Auto Press


O

discurso ambientalista é cada vez mais onipresente no mercado automotivo. E é preciso reconhecer o pioneirismo da Toyota quando o assunto é automóveis “amigos do meio ambiente”. A marca lançou há 18 anos o hatch médio Prius, primeiro modelo híbrido de série no mundo. Agora, quase duas décadas depois, a fabricante japonesa apresentou, em Las Vegas, nos Estados Unidos, a quarta geração do modelo, que é de longe a mais impactante até hoje no que diz respeito ao visual – detalhe que, diga-se de passagem, nunca foi um grande atrativo no carro. Visualmente, a frente ganhou faróis menores e as lanternas traseiras – verticalizadas – saem do spoiler e se alinham aos protuberantes vincos. Com


a nova plataforma, o Prius cresceu 6 centímetros no comprimento, totalizando agora 4,54 metros. O entre-eixos segue de 2,70 m, mas o teto foi reduzido em 2 cm – agora tem 1,47 m de altura – e a largura subiu quase 2 cm, atingindo 1,76 m. O capô está levemente rebaixado, resultando em um visual ligeiramente mais agressivo ao veículo. Além disso, o chassi do novo Prius é 60% mais rígido, enquanto o posicionamento mais baixo do motor, aliado ao centro de gravidade baixo, segundo a Toyota, entrega maior estabilidade e conforto. Por dentro, a quarta geração do hatch médio híbrido da Toyota ganha detalhes em tom branco. Segundo a marca, uma tentativa de passar a impressão de se tratar de uma “porcelana fina”. O resultado é um con-


traste forte com o restante da cabine, toda em tons de preto. Entre os recursos tecnológicos, destacam-se o sistema de alerta de mudança de faixa e anticolisão e o piloto automático adaptativo. A marca japonesa ainda não deu detalhes sobre o novo conjunto mecânico. A Toyota limita-se a dizer que o Prius ficou 10% mais econômico e que praticamente todos os componentes internos de seu trem de força foram renovados ou revistos de forma substancial. As mudanças propiciaram reduções de peso nos principais componentes, o que possibilita a melhora de seu desempenho. A suspensão também sofreu transformações. Principalmente na traseira, que era semi-independente por eixo de torção, e agora passa a ser


com sistema double wishbone. Outro ganho conquistado pela nova plataforma TNGA é a estrutura de quadro de alta resistência: a carroceria – mais rígida – é projetada para distribuir a energia no caso de uma colisão frontal ou lateral. Com

isso, o impacto sofrido pelos passageiros é menor. As vendas da quarta geração do Prius estão marcadas para o fim de 2015, no Japão. Ainda não há informações sobre sua chegada em outros mercados. Mas a intenção da marca

nipônica é produzi-la no Brasil, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Caso esse plano se concretize, o modelo será montado em processo de CKD – ou seja, o hatch médio virá em kits que, posteriormente, serão montados por aqui.


Tudo novo –

A Audi pretende lançar o Q1 em 2016. O modelo deve ser construído sob a plataforma MQB, a mesma do Golf e do Audi A3, e baseado no conceito do Volkswagen T-Roc, que mede 4,20 metros, 1,83 metros de largura e 1,50 metros de altura. A distância entre-eixos deve ficar em 2,60 m. Já as opções de motor poderão incluir variantes entre 1.0 e 2.0 litros.

Saiu na frente – A Geely deve se tornar a primeira marca

D

Fúria extra

epois de mostrar uma Lamborghini Huracán com 850 cv, a preparadora alemã Mansory injetou ainda mais potência no superesportivo. Agora, ela apresenta uma versão mais furiosa, com 1.250 cv. Para isso, o poderoso V10 de 5.2 litros ganhou dois turbos e, assim, teve seu torque limitado eletronicamente em 102 kgfm. Essas especificações são suficientes para levá-lo à máxima de 340 km/h e cumprir o zero a 100 km/h em apenas 2,7 segundos. Com as mudanças, o Huracán ficou 30 mm mais largo na frente e 40 mm na traseira. As rodas são de 20 polegadas na frente e de 21 polegadas atrás. Entre as novidades do veículo está a troca de algumas partes da carroceria por chapas de fibra de carbono, o que o deixa mais leve. Além disso, a preparadora refez os dutos de refrigeração do motor, o que aumentou a eficiência aerodinâmica do carro. No interior, o botão de partida passou para o teto, junto às lâmpadas de iluminação da cabine.

da China a contar com o sistema CarPlay, da Apple. O software tem tudo para estrear em um jipe compacto que a fabricante oriental se prepara para lançar em 2016. O sistema se conecta a um iPhone e permite o espelhamento do conteúdo de alguns aplicativos diretamente na tela da central multimídia do carro. A intenção da Geely, holding que controla também a sueca Volvo Cars, é apostar cada vez mais em tecnologias de conectividade e de condução autônoma.

Nada feito – Mary Barra, presidente-executiva da General

Motors, aproveitou o salão de Frankfurt para reafirmar que não existe intenção de aceitar a proposta de aliança com a Fiat Chrysler. De acordo com ela, a marca tem condições de seguir sozinha com seus investimentos em novas tecnologias. A executiva garantiu que a possibilidade foi estudada, mas que avaliações internas e de especialistas externos concluíram que essa fusão não é o mais interessante para os acionistas da GM.

Protesto virtual – Um aplicativo disponível para smart-

phones com sistema operacional Android expõe motoristas que não respeitam as leis de trânsito. O “Tá Errado” permite que os usuários registrem imagens das infrações e compartilhem com outros em rede aberta. A intenção é protestar contra a falta de penalidades formais nesses casos.


Emoção

de entrada A

Rezvani, empresa automotiva americana localizada na Califórnia, acaba de revelar uma nova versão para o esportivo Beast. Denominada de Speedster, a variante chega para ocupar o posto de “mais acessível”, embora seja necessário desembolsar US$ 139 mil – algo em torno de R$ 540 mil – para ter um. Já a versão topo de linha custa US$ 165 mil, cerca de R$ 610 mil. Como parte da redução do preço, o modelo teve sua potência reduzida de 500 cv para 300 cv e perdeu o teto retrátil. O Rezvani Beast Speedster tem sua carroceria construída em material de fibra de carbono, o que resulta no seu baixo peso de 750 kg. Sob o capô, está presente um motor 2.4 litros supercharged que trabalha em conjunto com uma transmissão automática de seis velocidades com opção de trocas manuais no volante. Com tais dados, o esportivo americano é capaz de percorrer o zero a 100 km/h em apenas 3,5 segundos.


Banho

automundo

eletrônico

por Raffaele Grosso Auto Press

Fotos: Divulgação

Testado em Veneza, novo Audi A4 investe em tecnologias para não perder vendas


A

s marcas de luxo vivem bons momentos neste ano. A Audi, por exemplo, teve seu melhor mês de agosto da história, ao entregar mais de 128 mil veículos em todo o mundo. E no acumulado de 2015, já registrou mais de 1,18 milhões de emplacamentos. Para continuar seguindo os bons resultados, a marca alemã aposta na nova geração do A4, disponibilizada nas versões sedã e Avant – nome usado para as station wagons. Ambas acabam de ser apresentadas durante o Salão de Frankfurt, que vai até o final de setembro. De acordo com a Audi, as medidas foram revistas e o sedã ficou maior em 2,5 centímetros no comprimento, 1,2 cm no entre-eixos e 1,6 cm na largura. Agora, são 4,72 metros, 2,82 m e 1,84 m, respectivamente. Já altura se manteve em 1,42 m. Mesmo assim, o peso foi reduzido em 120 kg, dependendo da versão, graças ao uso de materiais mais leves, como aços de alta resistência e alumínio em sua carroceria. O porta-malas do sedã comporta até 480 litros, enquanto a perua esbanja capacidade para até 1.510 litros caso os bancos traseiros sejam rebatidos. Embora esteja maior, a Audi também confirma um melhor coeficiente aerodinâmico para as duas carrocerias: 0,23 cx para o sedã e 0,26 cx para a perua. O visual se manteve praticamente o mesmo – que, por sinal, muda pouquíssimo em todos os modelos da marca, com pequenos ajustes. A grade dianteira está mais marcante e os faróis com luzes de xenônio – oferecem como opcional luzes de leds – foram remodelados e ficaram mais imponentes. Na lateral, aparecem as rodas de liga leve com design novo e os fortes vincos com linhas fluídas. Na traseira, as lanternas foram redesenhadas e ponteiras de escapamento são cromadas. A postura sóbria e conservadora do modelo se mantêm dentro da cabine, que recebeu novidades. O cockpit virtual, já utilizado no cupê Audi TT, aparece como opcional no A4. Ele


incorpora um quadro de instrumentos totalmente digital de 12,3 polegadas. No centro do painel, aparece o sistema multimídia MMI, acoplado a uma tela de 7 polegadas, que pode ser ampliada para 8,3 polegadas. Com a forte concorrência dos rivais BMW Série 3, Mercedes Classe C e o recente Jaguar XE, a Audi tratou logo de despejar recheio tecnológico para o A4. Entre as principais novidades para esta nova geração do sedã está o controle de cruzeiro adaptativo, que pode ser utilizado durante trafego intenso através de sensores e câmaras que fazem leitura de faixas, placas e veículos para que não haja colisão. Impactos e colisões também receberam a atenção da marca. Segundo a Audi, o novo A4 possui sistema de frenagem automática que evita colisão até os 40 km/h e reduz de maneira considerável os impactos até 85 km/h. A tecnologia ainda continua com o sistema de estacionamento automático, controles eletrônicos de estabilidade e tração,

ar-condicionado digital e som premium assinado por Bang & Olufsen. Para impulsionar o Audi A4 sedã e Avant foram disponibilizados motores a gasolina e a diesel. Na primeira variante, aparecem TSFI 1.4 litro de 150 cv e 25,5 kgfm de torque, e o 2.0 litros capaz de extrair 190 cv e 32,5 kgfm ou 252 cv e 37,7 kgfm de torque. Já nos propulsores a diesel, que serão comercializados em território europeu, aparecem o 2.0 litros de 150 cv e 32,6 kgfm e 190 cv e 40,8 kgfm. O propulsor mais “apimentado” é um 3.0 litros, que pode render 218 cv e 40,7 kgfm ou 272 cv e 61,3 kgfm de torque. As transmissões variam entre manual de seis marchas, automática de sete ou oito velocidades. A tração pode ser dianteira ou integral permanente Quattro, disponibilizada como opcional. Não há previsão sobre quando o novo A4 chega ao Brasil, mas o mais provável é que seja no primeiro trimestre de 2016.


Primeiras impressões

Estranho entre as gôndolas

por Ruben Hoyo do Autocosmos.com/México exclusivo no Brasil para Auto Press

Veneza/Itália – Na romântica cidade de Veneza, onde as gôndolas conduzem turistas ávidos por uma “selfie”, a Audi apresentou o seu novo A4. O modelo alemão fornece níveis altíssimos quando o assunto é tecnologia, equipamentos e qualidade dos materiais e acabamento. Tudo se mostra extremamente refinado e confortável. Ao ter oportunidade de acelerar pelas belas rodovias da região, o modelo demonstra tanta desenvoltura que em velocidades elevadas, entre 160 e 180 km/h, transmite a sensação de se estar no máximo a 100 km/h. Seus níveis de estabilidade normalmente só são encontrados em sedãs maiores. O Audi A4 apresenta um coeficiente de arrasto de apenas 0,23 cx, que não só tem um impacto positivo sobre o desempenho, mas também reduz

o ruído produzido pelo deslocamento do ar. O modelo oferece níveis equivalentes de isolamento acústico do Audi A8, algo extremamente impecável. Durante os primeiros trajetos sinuosos, rodeado de casas encantadoras e de belos jardins da região do Vêneto, o Audi A4 demonstrou

também ser dócil e obediente, com bastante agilidade e excelente comportamento dinâmico. O novato da marca das quatro argolas representa sem dúvida uma bem-vinda evolução em relação ao modelo anterior, que já exibia algumas dificuldades de encarar a afiada concorrência.


Ficha técnica Audi A4 Sedã 2.0 TFSI Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal, com 1.984 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas variáveis. Oferece turbo compressor. Transmissão: Câmbio automático de sete velocidades a frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração. Potência máxima: 190 cv entre 5 mil e 6 mil rpm. Aceleração de zero a 100 km/h: 7,3 segundos. Velocidade máxima: 240 km/h. Torque máximo: 32,6 kgfm entre 1.450 e 4.200 rpm. Suspensão: Dianteira independente do tipo multilink com triângulos de alumínio e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo multilink com barra de ligação flexivel. Oferece controle de estabilidade. Pneus: 205/60 R16.

Freios: Discos nas quatro rodas. Oferece ABS com EBD. Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,72 metros de comprimento, 1,84 metros de largura, 1,42 de altura e 2,82 m de distância entreeixos. Oferece controle de estabili-

dade. Peso vazio: 1.480 kg. Capacidade do porta-malas: 480 litros. Capacidade tanque de combustível: 54 litros. Preço na Alemanha: 36.340 euros, algo em torno de R$ 160 mil.


Novas opções

A Mercedes-Benz ampliou a oferta de câmbio para chassis de ônibus rodoviários da linha O 500. Agora, a caixa automatizada PowerShift GO 240 de 8 marchas pode ser solicitada com ou sem retarder para os modelos RS, RSD e RSDD. Com isso, a marca garante entregar mais conforto, economia de combustível e durabilidade do veículo. O câmbio com retarder é item de série para os modelos O 500 RSD 2441 6x2 e O 500 RSDD 2741 8x2 e opcional para os chassis O 500 RS 1836 e O 500 RSD 2436 6x2. A versão sem retarder está disponível, como opcional, para os modelos O 500 RS 1836 e O 500 RSD 2436 6x2.

P

Caçamba segura

revista para desembarcar no Brasil no ano que vem, a nova geração da Toyota Hilux obteve a máxima qualificação em segurança no Latin NCAP para passageiros adultos, de cinco estrelas, e quatro estrelas para crianças. De acordo com a organização,

o resultado deve-se às boas notas do modelo nos testes de impacto frontal e lateral e a itens de série como três airbags – sendo dois frontais e um de joelho para o motorista –, freios ABS e cintos de segurança de três pontas para todos ocupantes.

Fim de papo

A parceria entre Tesla e Toyota deve terminar no fim deste ano. O acordo entre as marcas tinha como base o fornecimento de 2.600 baterias elétricas pela Tesla para o Toyota RAV4 – utilitário elétrico disponível apenas na Califórnia. Por lá, existe uma lei onde toda fabricante de veículos deve fornecer algum modelo que não emita gases poluentes na atmosfera.


SUV de luxo A

pareceram na internet as primeiras imagens do novo utilitário esportivo da Cadillac em Dubai, nos Emirados Árabes. Batizado de XT5, o modelo ocupará o lugar do SRX e tem a identidade visual que deverá ser estendida para os próximos lançamentos da marca de luxo.

Sob o capô, o modelo receberá motor turbinado de 2.0 litros e 265 cv e um V6 de 3.6 litros capaz de extrair até 335 cv. A tração será dianteira ou opcionalmente integral. O Cadillac XT5 tem previsão de vendas para o início de 2016 nos Estados Unidos.


fotos: Isabel Almeida/CZN

transmundo

Traje de domingo Versão Sport tem a função de dar um toque de charme à picape Chevrolet Montana

por Raffaele Grosso Auto Press


O

segmento de picapes compactas é uma peculiaridade do mercado brasileiro. Os utilitários derivados de hatches compactos surgiram para ser veículos voltados para o trabalho. Com o passar do tempo, se transformaram em uma espécie de “curinga” automotivo. Hoje, esbanjam versatilidade ao ganharem multiplas versões com maior espaço interno, itens de conforto de carro de passeio e design jovial. Afinado com os dois últimos quesitos, aparece a Chevrolet Montana, que briga em um segmento liderado há mais de 15 anos pela Fiat Strada e o posto de segundo lugar com a Volkswagen Saveiro. Como era de se esperar, a picape compacta da Chevrolet tenta exibir tudo que de melhor tem em sua versão “top”, a Sport. Enquanto as concorrentes dispõem de cabine simples, estendida e dupla, o utilitário compacto


da marca americana só é produzido com cabine simples. Talvez a falta de opções seja um dos motivos para a larga desvantagem no número de emplacamentos frente às rivais – 18.129 unidades da Montana contra 42.414 da Volkswagem Saveiro e 72.336 da Fiat Strada, entre janeiro e agosto deste ano. A versão Sport responde por apenas 10% das vendas da picape da GM. Aposta no visual e nos itens de série para ganhar algum destaque em relação à concorrência. O modelo começa em R$ 53.050 – R$ 9.500 a mais que a de entrada LS, responsável pelos outros 90% das vendas da linha –, e sai de fábrica equipado com direção hidráulica, ar-condicionado, freios ABS com EBD, travas, vidros e retrovisores elétricos. Estão presentes também acendimento automático dos faróis, controle de velocidade de cruzeiro, computador de bordo e sistema de som


com Bluetooth e entrada USB. A picape conta com os opcionais de sensor de estacionamento, santantônio e capota marítima. Como o próprio nome da versão sugere, a Montana Sport recebe alguns apetrechos visuais diferenciados. Na parte externa, entre os destaques estão faróis com máscara negra, luzes de neblina, rack de teto, adesivo na lateral em alusão à versão e rodas de liga leve aro 16. No interior, aparece o volante multifuncional com comandos de áudio e telefonia. Alguns botões possuem contornos cromados e as molduras das saídas de ar são prateadas. Para impulsionar o modelo, o propulsor continua o mesmo 1.4 litro capaz de desenvolver até 94/99 cv quando abastecido com gasolina/etanol. Já o torque máximo fica em 12,9/13 kgfm, respectivamente. Trabalha em conjunto com o motor a transmissão manual de cinco velocidades.


Primeiras impressões

Emoções comedidas A configuração Sport certamente dá um visual mais agradável à picape da Chevrolet. As rodas aro 16 de liga leve junto com faróis e lanternas escurecidas quebram um pouco da imagem de carro totalmente voltado para o trabalho. Porém, no conjunto geral, o design ainda não chega a ser dos melhores frente ao das concorrentes. No interior, há espaço apenas para dois ocupantes, que dispõem de certa liberdade para joelhos, pernas, e cabeça. Um pequeno espaço atrás dos bancos serve para guardar bagagem de mão como pastas ou mochilas. Não há muitos porta-trecos, porém, os que estão ali atendem razoavelmente à demanda cotidiana. A Montana Sport fornece alguns itens para uma condução mais confortável, caso do ar-condicionado, direção hidráulica, acendimento automático dos faróis, controle de cruzeiro e volante multifuncional. O painel inicialmente torna-se um pouco estranho, com o posicionamento do conta-giros na parte superior direita, velocímetro ocupando todo o canto esquerdo e ponteiro de combustível no canto inferior direito. Ao

centro, encontra-se uma tela digital com informações de computador de bordo. Mas após rodar alguns quilômetros, o motorista se adapta. Em movimento, o desempenho da picape torna-se limitado. O motor 1.4 litros de 99 cv de potência e 13 kgfm de torque impulsiona o modelo com certa dificuldade. As respostas das pisadas no acelerador são demoradas. O carro custa a desenvolver velocidade, e quando o motor “enche”, o fraco isolamento acústico

passa a sensação de que o condutor está “esgoelando” o modelo. A transmissão manual de cinco marchas possui engates curtos e simples, e para engatar a ré, basta pressionar um botão na parte de trás da alavanca, sem nenhum mistério. O comportamento dinâmico é bem razoável. Em retas, a picape se comporta bem, e nas curvas, a carroceria parece deslizar um pouco. Mas nada que venha a causar algum desconforto, desde que o motorista não exagere.


Ficha técnica Chevrolet Montana Sport Motor: Gasolina ou etanol, dianteiro, transversal, 1.389 cm³, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando de válvulas simples no cabeçote. Injeção multiponto de combustível e acelerador eletrônico. Transmissão: Manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração. Potência máxima: 94 cv com gasolina e 99 cv com etanol a 6.200 mil rpm. Torque máximo: 12,9 kgfm com gasolina e 13 kgfm com etanol a 3.200 rpm. Diâmetro e curso: 77,6 mm x 73,4 mm. Taxa de compressão: 12,4:1. Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados. Traseira com molas helicoidais do tipo progressivas, amortecedores telescópi-

cos hidráulicos pressurizados. Não oferece controle de estabilidade. Pneus: 195/55 R16. Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Oferece ABS e EBD. Carroceria: Picape cabine simples em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,51 metros de comprimento com 1,70 m de largu-

ra, 1,58 m de altura e 2,67 de entreeixos. Peso: 1.133 kg em ordem de marcha Capacidade de carga útil: até 768 kg. Tanque de combustível: 56 litros. Produção: São Caetano do Sul, São Paulo. Lançamento: Setembro de 2010.


Risco alertado

A

Mercedes-Benz abriu um recall destinado aos proprietários da Sprinter. A marca constatou possível falha na arruela de vedação, o que pode causar perda do torque e a possibilidade remota de vazamento de óleo sobre as partes quentes do motor. Em casos extremos, isso poderia resultar em princípios

de incêndio. Para evitar acidentes, a marca fará a substituição gratuita da arruela de vedação do tensionador e também realizará o reaperto. Os modelos afetados estão entre os Chassi e Furgão 311 CDI, 415 CDI e 515 CDI e as vans de passageiros 415 CDI e 515 CDI.


Sexagenária sexy

Yamaha VMAX: divulgação

motomundo

por Márcio Maio Auto Press

Yamaha completa seis décadas de uma história marcada por inovações e modelos sedutores


Yamaha RD 50: divulgação

A

Yamaha acaba de completar 60 anos de existência e, tanto no Brasil quanto no mundo, coleciona boas lembranças. Além de diversos modelos que marcaram a história da indústria dos veículos de duas rodas, a marca japonesa também acumulou ao longo de sua trajetória alguns pioneirismos que merecem destaque. Como, por exemplo, o fato de ter sido a primeira a levantar uma fábrica no Brasil para a produção de motocicletas, em 1974. A Yamaha também foi a primeira a oferecer, inicialmente nas motocicletas aventureiras, o sistema de suspensão traseira monochoque – um ano antes da inauguração da fábrica brasileira, em 1973, na linha YZ. A história da Yamaha no segmento de duas rodas começa mesmo em 1955, quando a divisão de motos da Nippon Gakki Corporation começou a construir seu primeiro modelo: a YA-1, de 125 cc. A produção foi iniciada em janeiro na cidade de Hamakita e já no mês seguinte a motocicleta era vendida em todo o Japão. O emblema da Yamaha Motor, um arranjo de três diapasões usados para afinar instrumentos musicais, tem sido usado desde a sua fundação. Os três diapasões no emblema original incorporavam a idéia de “três braços de produção, marketing e tecnologia ousadamente ascendendo para o mundo”. Já no primeiro ano, a Yamaha Motor passou a participar de corridas para tentar se fortalecer no mercado. Logo começou uma sucessão de vitórias – a primeira delas em julho mesmo, na 3ª Corrida de Subida do Monte Fuji. Aos poucos, a marca ganhou fama e segurança para apostar também nas competições internacionais. O modelo que inaugurou a produção de motos na fá-


Yamaha YA-1 : divulgação Yamaha RD 350: divulgação

brica brasileira da Yamaha – inicialmente instalada em Guarulhos, em São Paulo – e se tornou a primeira motocicleta “made in Brazil” foi a RD 50. Como o nome explicita, tinha 50 cc e, por isso, foi logo apelidada de “cinquentinha”. Quatro anos depois, a Yamaha foi responsável também por instituir no país o segmento das motos on/off road, ou seja, para todos os terrenos, com a TT 125. Uma das motos mais icônicas da Yamaha no mundo – e também no Brasil – foi a RD 350. A sigla veio de “Race Developed” – desenvolvida para corridas – e o modelo foi lançado em 1973. A motocicleta entregava torque melhor em baixas rotações, aliado à economia de combustível, que era um dos fatores negativos dos motores de dois tempos. Esportiva, ela contava ainda com freios a disco dianteiro com pastilhas de dupla ação e câmbio com seis marchas. Tratava-se de uma moto para pilotos experientes, já que sua essência era ser um modelo de competição que circulava pelas ruas. Mas atraia também motociclistas novatos, o que gerou vários acidentes, alguns resultando em mortes – que valeram ao modelo o apelido de “Viúva Negra”. No Brasil, sua produção se iniciou em 1986 e se encerrou em 1993, dois anos antes da despedida oficial – até 1995, ela ainda era comercializada nos mercados italiano, alemão e espanhol. A década de 1980 foi marcada ainda por outro avanço da Yamaha no Brasil. Em função dos incentivos fiscais, a marca inaugurou a Yamaha Motor da Amazônia, na Zona Franca de Manaus, em 1985. Foi nesse ano também que o mundo conheceu outro modelo que se tornaria um dos mais icônicos da fabricante japonesa: a VMax. Influenciada pelos famosos “muscle cars”, com motores imensos, a


motocicleta mesclava corpo de custom e comportamento de naked esportiva. Até hoje o modelo é produzido e, no Brasil não sai das lojas por menos que R$ 130 mil. É a motocicleta mais cara do portfólio da Yamaha por aqui e é movida por um motor de 1.679 cc com 200 cv. Outra linha de marcante e que sobrevive há mais de três décadas é a Ténéré. Sua primeira representante foi a XT600Z. O nome Ténéré veio do deserto pelo qual os competidores do Rally Paris-Dakar passavam e o primeiro modelo foi, na verdade, uma evolução da XT500. A motocicleta era uma das que disputavam a competição e conseguiu sua primeira vitória em 1983, mesmo ano em que a substituta de 600 cc chegou. No Brasil, suas vendas começaram em 1989 e até hoje a linha está disponível, em variantes de 250 cc, 660 cc e 1.200 cc, com preços que variam entre R$ 15 mil e R$ 63.990. No Brasil, a Yamaha pode parecer estar muito atrás da conterrânea Honda, que detém mais de 80% do mercado nacional de motocicletas. Mas essa situação não se repete no cenário global e, normalmente, elas disputam “roda a roda” a participação nas vendas nos principais mercados. Atualmente, a Yamaha comercializa 38 modelos no país e tem 11,6% de “market share”. Os mais vendidos estão na categoria Street: a YBR 125, com 24.447 emplacamentos nos oito primeiros meses do ano, a YS 150 Fazer, com 23.275 exemplares vendidos, e a Fazer 250, com 10.918 unidades no mesmo período. Entre as scooters – que já respondem por 27,8% de todas as vendas de motos no Brasil –, destaque da marca fica com a T115 Crypton, que acumula 7.260 emplacamentos até agosto.

Yamaha XT600Z Tenere: divulgação Yamaha YZ 250 : divulgação


Revista Auto Press® é uma publicação semanal da Carta Z Notícias Ltda Criada em 9 de maio de 2014 Ano 2, Número 72, 18 de setembro de 2015 Publicação abastecida pelo conteúdo jornalístico da edição 1.188 do noticiário Auto Press, produzido semanalmente desde 1º de dezembro de 1992 Redação: Rua Conde de Lages, 44 sala 606 - Glória 20241-900 Rio de Janeiro/RJ Telefone: (21) 2286-0020 / Fax: (21) 2286-1555 E-mail: revista@autopress.com.br Diretores Editores: Eduardo Rocha eduardo@autopress.com.br Luiz Humberto Monteiro Pereira humberto@autopress.com.br Reportagem: Márcio Maio Raffaele Grosso redacao@autopress.com.br Colaboradores: Luiz Fernando Lovik Augusto Paladino redacao@autopress.com.br

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