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Nic Cardeal

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Vânia Perciani

Vânia Perciani

BURCA

Fazer do poema um lugar de habitar, onde seja possível abrigo e silêncio para que palavras inquietas fiquem marcadas – lacres vermelhos tatuados na alma –.

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Fazer da queda o recomeço como quem resiste, insiste, consiste onde a voz [suspensa], pelos olhos continue a dizer do proibido, do reprimido, do incontido.

Que possamos esticar os dedos no sagrado propósito de tocar os céus – nada melhor do que todas juntas todas uma para sonhar com amplidão –

Não adianta esconder, calar, espancar – não adianta matar –mulheres nascem a rodo, em tudo, por todos

mulheres são desde o início – e depois do fim –.

(* na tristeza afegã que também mora aqui)

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