NIC CARDEAL BURCA Fazer do poema um lugar de habitar,
onde seja possível abrigo e silêncio
para que palavras inquietas
quem marcadas
– lacres vermelhos
tatuados na alma –.
Fazer da queda o recomeço
como quem resiste, insiste, consiste
onde a voz [suspensa], pelos olhos continue a dizer
do proibido, do reprimido, do incontido.
Que possamos esticar os dedos
no sagrado propósito de tocar os céus
– nada melhor do que
todas juntas
todas uma
para sonhar com amplidão –
Não adianta esconder, calar, espancar
– não adianta matar –
mulheres nascem a rodo, em tudo, por todos
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