A Revolta da Carne

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Capa: Kamaitachi, 1965 - foto Eikoh Hosoe

realização

apoio

vanderbilt university Rikkyo University Tatsumi Hijikata Archive Keio University - Tokyo


de 5 a 29 de agosto de 2009 - SESC Consolação

seminário exposição mostra de filmes


Tatsumi Hijikata com Koichi Tamano - foto: Eikoh Hosoe


RUPTURAS, CONEXÕES E SENTIDOS  No ano de 1928, o escritor modernista Oswald de Andrade declara em seu Manifesto Antropófago que “ só a Antropofagia nos une (...) única lei do mundo”. Escrito de forma quase telegráfica, inicia o seu discurso ao dizer que a Antropofagia é capaz de fazer uma cultura nova nascer, pois as culturas de hoje são fusões do que houve de melhor das culturas de ontem. Logo, o que é novo teve influência estrangeira, ou alheia, para que pudesse nascer com uma nova cara, criando nossa identidade cultural.  A arte é o território que possibilita romper a barreira do espaço: aproxima diferentes culturas de forma a desenvolver um diálogo criativo. Dois movimentos artísticos, como Butô nas artes cênicas e o Neoconcretismo nas artes visuais, provenientes de países diametralmente opostos, como o Japão e o Brasil, podem apresentar pontos de convergência. Ambos centram o fazer artístico na experimentação, no retorno às intenções expressivas e no valor da subjetividade.  Ainda que separados em diferentes espaços geográficos, as conexões entre os dois movimentos estéticos podem ser apreendidas considerando-os imersos no mesmo momento histórico das experiências formais do período pós-guerra. Porque colocam em xeque uma visão específica da arte, preocupada até então apenas com rigorosos aspectos acadêmicos. Para além da ruptura formal, trouxeram também a importância da percepção e do corpo como renovação de linguagem.   Estabelecer as pontes para que o apreciador das obras realize a travessia cultural ao entrecruzar os múltiplos sentidos, bem como incentivar o diálogo que criações tão diversas possam causar aos olhos do público contemporâneo, são as propostas que o SESC São Paulo intenciona com a exposição “A revolta da carne: diálogos Brasil-Japão. Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do SESC São Paulo


Kinjiki (Cores Proibidas), 1959 - foto Kiyoshi Otsuji



Tatsumi Hijikata, 1970 - foto Eikoh Hosoe


A Revolta da Carne  A exposição promove o encontro de acontecimentos e reflexões que tiveram início no ano de 1959, no Japão e no Brasil, inspiradas respectivamente pelo movimento butô e o manifesto neoconcreto.  Mais do que um extenso mapeamento das experiências geradas neste momento e que prosseguiram pelos anos de 1960 e 1970, optamos por garimpar uma trilha de percepções que mudaram radicalmente os modos de se compreender o corpo, a arte e as suas relações com a filosofia, deixando traços irreversíveis pelos diversos ambientes onde foram (e continuam a ser) testados desde então.  A proposta não foi, portanto, escavar raízes, recuperar “experimentos originais” ou estabelecer qualquer relação de “influência” entre eles, mas sim observar zonas de identificação que se fortaleceram no fluxo das experiências e, excepcionalmente, migram até hoje pelas bordas, desestabilizando limites.  Para tanto, organizamos um arranjo de seminários, filmes, fotografias e posters, com a participação de professores brasileiros e japoneses que de alguma maneira estiveram envolvidos com os artistas estudados e se deixaram contaminar no fluxo dos pensamentos. A exposição não propõe uma hierarquia de saberes, considerando as obras e as reflexões como produtoras de conhecimento. Pontos de identificação Um dos pontos de contato entre os artistas japoneses e os brasileiros foi, por exemplo, a relação com o público e a tentativa de implosão das fronteiras pré-fixadas entre obra e vida. Outro aspecto fundamental foi o nomadismo de idéias a partir de


algumas provocações formuladas pela filosofia francesa e seus desdobramentos pela literatura, pintura, dança, performance e dramaturgia, que acabaram se tornando uma espécie de operadores de tradução para vários criadores interessados na fruição entre espaços internos e externos do corpo, na fragmentação e na desautomatização das partes do corpo, na empatia, nas passagens da invisibilidade à visibilidade, nos campos de percepção, nos diferentes estados de consciência, no movimento como acionador da comunicação e nas desarticulações da linguagem verbal a partir do corpo e das imagens. No caso específico do movimento neoconcreto a proposta era ainda não restringir a obra de arte ao estatuto de “máquina” ou “objeto”, mas à noção de um quasicorpus, ou seja, um ser cuja realidade não se esgotaria nas relações exteriores de seus elementos e nem poderia ser descrito assim, de maneira decupada. A sua realidade seria fenomenológica, superando o mecanismo material sobre o qual repousa, não por alguma virtude extraterrena mas por criar para si uma significação tácita capaz de emergir pela primeira vez.   Com o passar do tempo, muitos dispositivos de poder expostos durante e depois destes processos criativos, transformaram estes movimentos. Em alguns casos, foram estabilizadas de tal modo que se transformaram em modelos bem adaptados ao mercado, em outros, seguiram como operadores de radicalização.   Dos labirintos do Golden Gai no bairro Shinjuku em Tóquio, às favelas onde viviam os passistas da Mangueira no Rio de Janeiro e que articularam os parangolés de Oiticica; o corpo assumiu a sua presença no mundo como mídia de si mesmo. De alguma


forma, a partir da consciência da precariedade e do mergulho nas trevas, permitiu-se à vida emergir desses movimentos em busca de novos caminhos.  Algumas das questões mais importantes alimentaram pensamentos e experiências posteriores, mantendo o fôlego da atitude revolucionaria por bastante tempo. Os principais artistas  No Japão, o chamado ankoku butô ou dança das trevas foi concebido pelo dançarino e escritor Tatsumi Hijikata (1928-1986) que se tornou uma das principais figuras da vanguarda japonesa da época. A sua performance inaugural Kinjiki (Cores Proibidas) aconteceu em maio de 1959, promovendo uma mudança radical nos modos de se pensar a dança e o corpo. Embora o título da experiência fosse uma referência explícita a um livro de Yukio Mishima, revelava outras intertextualidades, sobretudo com a obra do escritor Jean Genet.  Não se sabe ao certo quando ele conheceu a obra de Genet, mas a tradução para o japonês da suposta autobiografia do escritor, Diário de um Ladrão, data de 1953 e foi, provavelmente, um dos seus primeiros contatos com o autor. Em seguida, Hijikata lê Nossa Senhora das Flores que acabou inspirando uma de suas coreografias, interpretada pelo famoso Kazuo Ohno.  O que interessava a Hijikata era a proposta de Genet para viver uma experiência de fusão intensa entre o seu próprio corpo e o de outro. Tal situação não poderia ser plenamente vivida a não ser no gesto de amor de um morto. Este gesto através do qual uma zona de obscuridade esvaía de um corpo, tornou-se fundamental para as suas pesquisas.  Além de Genet, muitas outras referências colaboraram para a concepção do butô. Em termos de dança, segundo a crítica


Kazuko Kuniyoshi, além do breve contato com alguns dançarinos do chamado expressionismo alemão, o criador japonês Tsuda Nobutoshi foi essencial, uma vez que já propunha uma espécie de dança das trevas que nascia de um corpo exaurido, obscuro. Além disso, uma rica iconografia de imagens da pintura ocidental (Wolz, Fautrier, Picasso, Klimt, Bacon etc) e muitos textos da literatura e da filosofia francesa foram fundamentais para sua obra, entre os quais destacam-se os escritos de Antonin Artaud.  Artaud foi apresentado aos intelectuais japoneses em momentos diferentes, por alguns de seus importantes tradutores como Tatsuhiko Shibusawa e Kuniichi Uno, impressionando também a outros artistas da época como Shuji Terayama cuja obra complexa trafegou por vários circuitos (filmes, performances, teatro, criticas, poesia etc) e acabou por propor uma espécie de teoria do espectador, buscando uma empatia nada convencional.  As afinidades entre estes artistas serão remarcáveis, no que se refere à noção de corpo não orgânico e à sua possibilidade de metamorfose. Mais do que o tempo da memória, Hijikata interessava-se pelo tempo da percepção e por uma introspecção que não buscava a preservação do sujeito mas o seu esgarçamento.  No Brasil, é o poeta Ferreira Gullar quem escreve o manifesto de Arte Neoconcreta, inspirando artistas que participaram das discussões e da I Exposição Neoconcreta (Amílcar de Castro, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanúdis), além de outros como Helio Oiticica que também questionava a idéia de representação na arte e de ação. Para Oiticica, toda unidade estrutural dos seus parangolés estava baseada na “estrutura-ação” que ganhava sentido apenas no “ato” do espectador ao carregar a obra. A ação seria a manifestação expressiva da obra. A experiência na escola de samba Mangueira mostrou que não bastava que alguém


A Revolta da Carne, 1968 - foto Roku Hasegawa


observasse a capa/parangolé, mas o espectador precisava mesmo vesti-la, de modo que as camadas de pano da cor se revelassem à medida que este se movimentava correndo ou dançando. A obra precisava de uma participação corporal direta. Assim, como dizia o próprio Oiticica, o corpo não era suporte de nada, tratava-se de uma incorporação. Incorporação do corpo na obra e da obra no corpo.  Já nas obras de Lygia Clark (como Superfícies Moduladas, Diálogo das mãos, Casulo, Bicho, Obra mole, A casa é o corpo, e até mesmo em seus métodos terapêuticos a partir de 1977), é também evidente a inclusão do espectador de modo a torná-lo a razão de ser dos diferentes trabalhos. Ao contrário de Oiticica, que partia da cor para a forma, Lygia não usava cor alguma mas investigava uma visão de movimento e de tato, convidando o espectador a participar.  A interlocução com a fenomenologia do filósofo MerleauPonty é uma referência evidente. A chave dos processos artísticos estava sempre na percepção.Talvez uma de suas experiências mais radicais tenha sido a Baba Antropofágica, na qual o único objeto utilizado na troca de fluídos e experiências era o carretel de linha. A experiência se concentrava exclusivamente no fruidor e desde então abandonou gradualmente os materiais para se concentrar apenas nos chamados “objetos relacionais”, feitos com matérias- primas como sacos de plástico, elásticos, redes, pedras e tubos de borracha   É surpreendente identificar como partindo de propostas tão diferentes, os artistas brasileiros e os japoneses se encontram, na medida em que reconhecem, por outros caminhos, a precariedade do corpo, as ambiguidades entre a vida e a morte e a necessidade de exposição intrínseca ao compartilhamento.  No caso de Oiticica, o poeta Haroldo de Campos foi o primeiro a sugerir uma ponte com o Japão, observando a similaridade


entre o parangolé e o manto de plumas do anjo na peça nô Hagoromo. Não se tratava de nenhuma identificacão estética, mas de um processo de mediação similar, uma vez que nem no nô nem no parangolé era possivel separar a veste do corpo. O movimento nascia da relação.  Não apenas nestes exemplos, mas em muitos outros que emergiram com o passar do tempo, foram deixados vestígios irreversíveis nos modos como compreendemos hoje a arte, o corpo, as relações entre teoria e pratica e diferentes culturas.   Embora estivessem sempre presentes, nem no Japão, nem no Brasil, os estudos de filosofia representaram novas teorias para a arte. As contaminações entre textos, imagens e movimentos deflagraram um compartilhamento de outro tipo, muito mais próximo de uma materialidade carnal que não era inscrita ou construída pela história, mas era ela mesma de natureza histórico-filosófica.   Como explica o filósofo Kuniichi Uno, existem pessoas extremamente sensíveis a tudo o que diz respeito a um certo tipo de vitalidade. Hijikata, Artaud, Pasolini, Jean Genet pertenciam a essa raça de partidários da vida singular do corpo. Também eram afiliados ao filósofo Baruch Espinosa, um dos primeiros a afirmar o ser do corpo como potência permanente de afetar e ser afetado.Tal filosofia estava inteiramente concebida para defender a vida contra os poderes e as instituições de morte.  Para Hijikata, a vida e o corpo eram, no fundo, uma mesma coisa. Mas para que assim fosse, era preciso descobrir o corpo dentro de sua própria força de gênese, porque o corpo era o sistema onde se cruzavam as forças visíveis, invisíveis, a vida e a morte, e onde se encadeavam as redes, os poderes e os tráficos. A dança, naquele momento, era uma operação para exibir a esterilidade absoluta contra a sociedade produtiva, partilhando um fundo comum com os crimes, a homossexualidade, as orgias e os ritos.


Gibasan, 1972 - foto Hiroshi Yamazaki


O corpo no não-lugar  Mesmo sem conhecer os artistas japoneses e brasileiros, em uma transmissão radiofônica em dezembro de 1966, Michel Foucault definiu o corpo utópico e a sua negação, reconhecendo uma proposta que parecia latente nos últimos anos e que entendia o corpo como penetrável e opaco, aberto e fechado, vida e coisa.  Na ocasião, sugeriu que para buscar a utopia como “não-lugar” (aquele que ainda não estava categorizado e reconhecido) ao invés do “bom-lugar”, bastaria ser corpo, mas para tanto seria preciso admitir a sua própria materialidade em movimento, a carne e, quem sabe, a dança para abrir caminhos. E não seria justamente o corpo do dançarino uma espécie de corpo dilatado num espaço ao mesmo tempo interior e exterior?  Se assim fosse, o corpo se oporia a toda utopia.  Sem privar-se da sua densidade e escavando novas direções, a arte e o amor, como o espelho e a morte, seriam capazes de garantir o corpo como um estar aqui.  Talvez seja disso que se trata, afinal, esta exposição. christine greiner


Seminário

A revolta da carne - Diálogos Brasil-Japão

5 de agosto Abertura – 10h Palestra de apresentação do projeto com os curadores Christine Greiner, Ricardo Muniz e Hideki Matsuka. Filme comentado – 11h30 Excertos de filmes apresentam experiências, introduzindo o que o filósofo Kuniichi Uno* chama de partidários da vida singular do corpo.


Hijikata, Artaud e Terayma: gestos de ultrapassagem – 12h Palestra com Kuniichi Uno* em que ele estabelece algumas pontes entre estes três grandes artistas: o criador do butô Tatsumi Hijikata e os revolucionários do teatro Antonin Artaud e Shuji Terayama. Estes artistas-provocadores partilharam uma obsessão pela dissolução de fronteiras entre a vida e a morte, a ficção e a realidade, a palavra e o corpo. Tradução simultânea. *Kuniichi Uno é professor da Universidade Rikkyo de Tóquio. É tradutor de diversos autores importantes como Jean Genet e autor de livros e artigos sobre Artaud, Hijikata e Gilles Deleuze, que foi seu orientador de doutorado no começo de sua carreira.

As imagens do butô – 14h Takashi Morishita apresenta fotografias históricas da vida e obra de Tatsumi Hijikata, assim como exemplos do método de notação (buto-fu) elaborado pelo artista a partir de seus cadernos de criação. Takashi Morishita é responsável pelo “Arquivo Genético de Hijikata” da Universidade Keio de Tóquio. Tradução simultânea. As imagens de Hélio Oiticica – 15h Celso Favareto discute diferentes momentos da obra de Oiticica, com ênfase na passagem da representação pictórica para o envolvimento com o carnaval da Mangueira e as transformações radicais do corpo em movimento. Celso Favareto é professor da Universidade de São Paulo, na Faculdade de Educação. Atua na área de Filosofia, com ênfase em Estética e em Ensino de Filosofia.

Possíveis Conexões 1 – 16h30 Bate-papo apontando possíveis conexões entre a obra e o pensamento dos artistas apresentados, com a participação de Kuniichi Uno, Takashi Morishita, Celso Favareto, com mediação de Christine Greiner.


Seminário

A revolta da carne - Diálogos Brasil-Japão

6 de agosto O corpo no pós-guerra: as mãos japonesas – 10h Palestra com o professor Yoshikuni Igarashi. Como o corpo se tornou a mídia mais importante para a reconstituição do Japão no período pós II Grande Guerra. Este tem sido o tema da pesquisa de Igarashi desde o seu primeiro livro Corpos da Memória, cuja discussão culmina no suicídio do escritor Yukio Mishima. Após uma breve contextualização do período, Igarashi apresenta a sua nova pesquisa sobre o corpo no pós-guerra a partir das visões da sociedade de consumo. A palestra será ricamente ilustrada por imagens e, ao focar na questão do trabalho, toma como ponto de partida as representações das mãos. Yoshikuni Igarashi é professor do Departamento de História da Universidade Vanderbilt. Tradução simultânea.

O impacto da filosofia francesa nos estudos do corpo no Brasil – 11h Palestra com a professora Denise de Sant’Anna. Ao refletir sobre a história do corpo, Denise de Sant’Anna aponta conexões entre a filosofia francesa, sobretudo, a fenomenologia francesa, e os modos como temos estudado o corpo no Brasil. Tais pontes conceituais e perceptivas impactaram não apenas os pesquisadores teóricos, mas muitos artistas brasileiros. Denise de Sant’ Anna é professora do Departamento de História da PUC-SP.


O impacto da filosofia européia nos estudos do corpo no Japão – 12h Palestra com Christine Greiner. Há momentos diferentes de diálogo entre a filosofia européia e o Japão que começam, sobretudo, a partir de releituras de Heidegger e Nietzsche, e se desdobram posteriormente em discussões cada vez mais políticas através das pontes com os pensamentos de Georges Bataille, Levinas, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Jean-Luc Nancy e Giorgio Agamben. A palestra faz a ponte entre estas discussões e experiências artísticas. Christine Greiner é professora do Departamento de Linguagens do Corpo da PUC-SP, onde dirige o Centro de Estudos Orientais.

Imagens de Lygia Clark – 14h Palestra de Suely Rolnik. A partir das imagens de Lygia Clark, Suely Rolnik demonstra a importância de algumas experiências da artista para os novos entendimentos do corpo, as políticas de subjetividade e o desafio de viver junto. Suely Rolnik é psicanalista, ensaísta e curadora, professora do Núcleo de Subjetividade da PUC-SP.

Min Tanaka à la Borde – 17h Apresentação seguida de comentários do documentário Min Tanaka à la Borde, de Joséphine Guattari et François Pain (1986, 25’). O filme mostra vivências do dançarino de butô Min Tanaka na clínica La Borde, criada em 1951 por Jean Oury em um castelo na França. Esta clínica, muito marcada pela atuação Felix Guattari a partir da metade dos anos 50, foi fundamental, em vários sentidos, para o reconhecimento e respeito à individualidade de cada paciente nos tratamentos psiquiátricos. Comentários de Peter Pál Pelbart e Kuniichi Uno. Peter Pál Pelbart é filósofo e ensaísta, professor do Departamento de Filosofia da PUC-SP. Coordena a Cia. Teatral Ueinzz.

Possíveis Conexões 2 – 18h Igarashi Yoshikuni, Denise Sant’Anna, Suely Rolnik,Peter Pál Pelbart e Kuniichi Uno fazem um bate-papo apontando possíveis conexões entre a obra e o pensamento dos artistas apresentados no segundo dia de seminário, com a mediação de Christine Greiner.


de 5 a 29 de agosto, das 13h às 22h, Convivência

Kamaitachi, 1965 - foto Eikoh Hosoe

Exposição


Heliogrรกfica, 1963 - artista Natsuyuki Nakanishi


Poster “Rose Colored Dance”, 1965 - Silkscreen - artista Tadanori Yokoo


Cortina “Fortune Telling�, 1965 - artista Gempei Akasegawa

fotograma do filme HO de Ivan Cardoso


A exposição dá visibilidade a conexões latentes entre as experiências japonesas e brasileiras propondo três estratégias de aproximação: imagens-gesto, espacialidades e texturas de cores.  As imagens-gesto exploram movimentos documentados por fotografias e filmes e colocam, lado a lado, experiências testadas em períodos diferentes ou aquelas que aconteceram simultaneamente mas em lugares distintos, Tóquio e Rio de Janeiro, Paris e São Paulo, e assim por diante. As aproximações não sugerem que estes gestos tenham significados aparentados, mas os reconhecem como ações comunicativas da mesma natureza, uma vez que significam a própria ação e não outra coisa para além do gesto.  As espacialidades mapeiam recortes urbanos redimensionando-os simbolicamente. O objetivo não é criar decalques das diferentes zonas urbanas onde aconteceram as experiências artísticas, no Japão e no Brasil, mas fabular a partir de mapas fictícios que envolvem o público deslocando-o de uma posição passiva para a de co-criadores.  As texturas migram de cores vivas e fortes à presença necessária das ambivalências entre luz e sombra, contextualizando um espaço-tempo suspenso que enfrenta a impossibilidade da volta ao passado e por isso alimenta uma trilha nada nostálgica de imagens corporais. Não são mais as obras de Oiticica e Clark, as imagens metafóricas de Terayama, os gestos de Hijikata, ou as ignições de Gullar e Artaud. São apenas deslocamentos perceptivos que seguem pelas margens, na contingência caótica dos ventos.


Tatsumi Hijikata e Sada Abe, 1969 - foto Hidero Fujimori


Filmes na exposição em exibição contínua

Revolta da Carne de Tatsumi Hijikata

HO de Ivan Cardoso

Lygia Clark, do objeto ao acontecimento. Projeto de ativação da memória sensível de uma obra e seu contexto. de Suely Rolnik




Filmes da exposição

fotogramas do filme HO de Ivan Cardoso

ho Imagens de Hélio Oitica na mangueira, Hélio e vários sambistas vestindo seus parangolés, um texto poético de Haroldo de Campos, sambas, colagens e montagens, fazem deste filme de Ivan Cardoso uma das visões mais abrangentes de toda a dimensão da obra e pensamento do artista Hélio Oiticica (1937-1980). Diretor Ivan Cardoso Elenco Caetano Veloso, Carlinhos do Pandeiro, Ferreira Gullar, Helio Oiticica, Lygia Clark, Nildo da Mangueira, Nininha, Waly Salomão Ano 1979 Duração 13’ Cor / PB Produção Ivan Cardoso, Fernando Carvalho Fotografia Edson Santos Roteiro Ivan Cardoso Edição Ricardo Miranda


A Revolta da Carne, 1968 - foto Ryozen Torii


Filmes da exposição

A Revolta da Carne A coreografia Revolta da Carne, Hijikata e os Japoneses foi criada em 1968. Historicamente, ela é considerada um marco na obra de Hijikata por dar início a uma nova fase em seu processo de criação. O subtítulo “Hijikata e os Japoneses” revela o interesse do criador em absorver referências da cultura japonesa em sua pesquisa, até então bastante marcada pela literatura francesa. O filme é editado. Não há como saber se a trilha sonora é de fato original, no entanto, pode ser visto como a documentação de um espetáculo, inevitavelmente parcial, mas ainda assim fundamental para a compreensão da obra de Hijikata.



fotogramas do filme Lygia Clark, do objeto ao acontecimento. Projeto de ativação da memória sensível de uma obra e seu contexto.

Filmes da exposição

Lygia Clark, do objeto ao acontecimento. Projeto de ativação da memória sensível de uma obra e seu contexto. de Suely Rolnik Lygia Clark (1920-1988) dedicou-se à pintura e à escultura durante os 16 anos iniciais de sua trajetória. No entanto, muito precocemente (a partir de 1963), a artista passa a criar proposições que implicam a mobilização da memória do corpo em sua capacidade de ser afetado pelo vivo. A obra deixa assim de limitar-se ao objeto para se realizar enquanto acontecimento da relação poética entre seus receptores e o mundo. Ela é a operação desta revolta da carne contra o recalque de sua potência sensível resultante do colonialismo. Impossível apresentar tais trabalhos apenas por meio dos objetos com os quais se realizavam ou da documentação das ações que implicavam, já que dependiam da ativação desta capacidade sensível. Face a tal desafio, Suely Rolnik concebeu um projeto de construção de uma memória das sensações vividas na experiência destas propostas e de seu contexto, o qual consistiu na filmagem de 65 entrevistas (no Brasil, na França e nos USA). Os filmes constituíram a base de uma exposição (Musée de beaux-Arts de Nantes, 2005 e Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2006) e de um catálogo em francês e português publicado pelos respectivos museus. 53 DVDs de entrevistas estarão disponíveis ao público na Cinemateca em 2010 e, no mesmo ano, uma caixa contendo 20 DVDs e um livreto serão lançados na França (Ministère de la Culture) e no Brasil (SESC – Cinemateca). Um loop com os principais momentos de 36 destas entrevistas é o que aqui apresentamos.


Mostra de Filmes

de 12 a 18 de agosto Mostra de filmes de Shuji Terayama de 19 a 25 de agosto Mostra de filmes de Tatsumi Hijikata a partir das 19h30 - Convivência Não recomendado para menores de 18 anos Grátis - Retirada de ingressos com uma hora de antecedência no local


fotograma do filme Der Prozess

Vagina Object, 1969 Pintura Corporal de Natsuyuki Nakanishi - foto Tadao Nakatani


fotograma do filme Les Chants de Maldoror

fotograma do filme A tale of Labyrinth


Shuji Terayama

(10/12/1935 – 04/05/1983) foi um artista japonês de vanguarda, poeta, dramaturgo, escritor, cineasta e fotógrafo. É considerado um dos artistas mais produtivos, criativos da cena underground japonesa. Ele nasceu em 10 de dezembro de 1935, o único filho de Hachiro e Hatsu Terayama em Hirosaki cidade ao norte da província japonesa de Aomori. Seu pai morreu no final da Guerra do Pacífico, na Indonésia, em setembro de 1945. Há, no entanto, uma outra versão para sua biografia, na qual ele seria filho de Hatsu, uma mãe solteira violentada, e teria nascido em um trem perto de uma estação na área nordeste de Aomori. Ao que tudo indica, não raramente, os seus relatos pessoais também misturavam ficção e realidade. Há fases diferentes em sua obra. Começa com carnaval, circo, folclore rural, sonhos e magia. Depois propõe que todas as pessoas podiam ser atores e cria performances para espaços fora do teatro, nas ruas, casas de banho etc. De 1971 a 1977, foca no teatro privado, colocando os espectadores em um quarto completamente escuro ou transportando-os de um local para outro nas ruas ou dentro do teatro. No final de sua vida trabalhou “impulsos metateatrais” e concebeu a sua teoria dramática no livro O Labirinto e o Mar Morto: Meu Teatro. O seu grupo Tenjo Sajiki Theather Troupe foi criado logo no início, em 1967, inspirado pela tradução japonesa do filme de Marcel Carne, 1945 “Les Enfants du Paradis”. O Terayama Shuji Memorial Hall, em Misawa, possui uma grande coleção de suas peças, romances, poesia, fotografia, afetos pessoais e relíquias de suas produções teatrais. Terayama publicou quase 200 obras literárias, e mais de 20 curtas e longas-metragens. Faleceu em 4 de maio de 1983, de cirrose hepática.


Programa

Shuji Terayama

Dia 12 de agosto às 19h Palestra de Kuniichi Uno sobre a obra de Shuji Terayama Filmes:

de 12 a 18 de agosto de 2009

autoridades fazem um acordo que o vencedor do Joqueipô impõem a punição ao perdedor. Um jogo repetido incessantemente em um absurdo esse absurdo processo. Um outra versão de “Esperando Godot.”

The Cage (A Jaula) 1962, 12’, colorido

Shuji Terayama

Um dos primeiros filmes do cinema experimental japonês. Personagens descolados da realidade. Uma colagem comprimida de materiais filmados. Um trabalho diferenciado das montagens posteriores de Terayama, onde sua idéia particular de cinema ainda estava sendo elaborada.

Dia 13 de agosto

Emperor Tomato-Ketchup (Imperador Tomate-Catchup) 1971, 25’, colorido “Uma utopia de crianças, para crianças, em outras palavras, uma tentativa de construir uma sociedade de Eros. Poderá ser uma comunidade ilusória, uma alternativa para o conceito de estado construído pelos adultos, pelos já crescidos? A suspeita de que existe um boneco de Hitler dentro da caixa de brinquedos.” Shuji Terayama

War of Jan-Ken-Pon (Guerra de Joqueipô) 1972, 15’, colorido “Somente dois personagens: O imperador e o general, duas

Hoso Tan (História da Varíola) 1975, 20’, colorido “Um filme experimental que tenta capturar as imagens ‘cinemáticas’ como a superfície da pele. A relação entre um close e um plano que atravessa a tela é ilustrado quase como uma dermatite... Minha intenção era de raspar, cortar, quebrar e lavar a imagem em vez de encenar o mesmo procedimento na tela” Shuji Terayama

Labyrinth’s Tale (Fábulas do Labirinto) 1975, 15’, colorido “Labyrinth’s Tale” é um filme sobre uma porta. Neste filme, o espaço atrás da porta é transformado ou o próprio filme é projetado na porta. No meu pensamento, por algum tempo, a tela não era apenas um tecido branco e retangular e sim uma porta. Uma tela que pode ser aberta e fechada, que permite um prego ser pregado ou uma chave para trancar, e ao mesmo tempo,


sugere a entrada e a saída para o espaço além... Em alguns exibições, nós realmente projetamos o filme em uma porta em vez de uma tela.” Shuji Terayama

The Rubber (A borracha) 1977, 22’, colorido “Uma tentativa de conseguir imagens que possam ser apagadas por uma borracha. O tema “borracha” foi uma forte motivação para produzir um filme... Eu estava atraído pela idéia de que até o melhor filósofo poderia ser apagado por um pedaço de borracha... A ação da borracha é a questão alternativa neste filme.” Shuji Terayama

Dia 14 de agosto Les Chants de Maldoror (Os cantos de Maldoror) 1977, 30’, colorido “Imagens que possam ser lidas como um livro ou este livro-filme como o resultado da minha ambição de longa data em traduzir “Les Chants de Maldror” de Lautreamont em imagens visuais. As frases de “Les Chants de Maldror”, que me influenciaram desde a minha infância até hoje, foram selecionadas,desmontadas e convertidas em imagens visuais. Cada palavra é ensopada na água ou cortada por uma faca. E juntando tais imagens, eu quis criar uma nova mesa de operação para Lautreamont.” Shuji Terayama

A Woman with Two Heads (Uma mulher com duas cabeças) 1977, 15’, colorido “Cinema é um micro cosmos comprimido de luz e sombra. Isto confirma que o personagem projetado na tela é simplesmente uma sombra... A sombra cinemática possui sua própria expressão. Meu propósito neste filme era teorizar a semântica do ser não existente, diferenciando e criticando a sombra capturada no filme com outra sombra.” Shuji Terayama

Dia 17 de agosto Emperor Tomato-Ketchup (Imperador Tomate-Catchup) versão integral 1970, 75’, colorido A versão integral da utopia de crianças para crianças.

Dia 18 de agosto Labyrinth’s Tale (Fábulas do Labirinto) 1975, 15’, colorido Reapresentação do filme exibido no dia 13.

Les Chants de Maldoror (Os cantos de Maldoror) 1977, 30m, Color Reapresentação do filme exibido no dia 14 Programação sujeita à alterações


A Revolta da Carne, 1968 - foto Roku Hasegawa


Filmografia de Tatsumi Hijikata

Os filmes de Hijikata nunca foram de fácil acesso. Esporadicamente, foram exibidos em mostras no Japão, sobretudo no período em que o estúdio de Hijikata (Asbestos-kan) ainda estava em funcionamento. Trata-se de uma filmografia diversificada com documentos de coreografias e uma série de filmes irregulares dos quais Hijikata participou durante as diferentes fases de sua vida. Alguns merecem destaque como é o caso de Hosotan ou A História da Varíola, de 1972, que apresenta com clareza uma etapa madura da pesquisa de Hijikata com uma rica iconografia de imagens que se referem a Nijinsky, Francis Bacon e Hans Bellmer, entre outros artistas ocidentais. Outra preciosidade é Tohoko Kabuki, última obra de Hijikata que propõe uma redescoberta do kabuki como manifestação revolucionária do corpo, no período anterior à sua sistematização como gênero teatral reconhecido internacionalmente. A obra Navel Bomb do fotografo Eikoh Hosoe é também inaugural porque pode ser vista como um verdadeiro manifesto de todas as discussões que serão instauradas e testadas depois pela obra de Hijikata, como o corpo acéfalo, o movimento encarnado, a autonomia das partes do corpo e assim por diante.


Programa

Tatsumi Hijikata de 19 a 25 de agosto de 2009

Dia 19 de agosto às 19h

Dia 20 de agosto às 19h

Palestra de Christine Greiner sobre a obra de Tatsumi Hijikata Filmes:

Rebellion of the Body (A revolta da Carne) Direção: Tatsumi Hijikata Filmagem: Hiroshi Nakamura 1968, 20’, PB

Navel and A - Bomb (O Umbigo e A Bomba Atômica) Direção: Eikoh Hosoe 1960, 20’, PB O filme apresenta experiências do fotografo Eikoh Hosoe com Tatsumi Hijikata e alguns dançarinos de butô. Algumas cenas fundamentais para se compreender pontos de partida da pesquisa de Hijikata como o corpo acéfalo, a galinha morta em movimento e a autonomia das partes do corpo, alem da referência explícita à bomba atômica.

Story of Smallpox (História da Varíola) Direção: Keiya Ouchida 1972, 95’, PB É uma das obras mais importantes de Hijikata, onde podem ser observadas referencias concomitantes à tradição japonesa e a toda uma iconografia de imagens ocidentais, que vão de Nijinsky a Francis Bacon.

A coreografia A Revolta da Carne, Hijikata e os Japoneses foi criada em 1968 e foi considerada um marco na obra de Hijikata por dar início a uma nova fase em seu processo de criação. O subtítulo revela o interesse do criador em absorver referências da cultura nipônica em sua pesquisa, até então muito marcada pela literature francesa. O filme é editado e não se sabe se a trilha sonora é original, no entanto, pode ser visto como a documentação de um período importante.

Human Shape (Figura Humana) Diretor, Tatsumi Hijikata 1976, 95’, colorido Yoko Ashikawa transfigura-se de bebes a anciãs, de anjos a demônios, de gênio do bambu a flores de cerejeiras, mostrando a essência do butô hijikatense.


Collected Work of Stage Documents (Coleção de registros de palco) Edição Takashi Morishita 2007, 20’, colorido / PB Coletânea didática de imagens de Hijikata em palco e em outros momentos.

Dia 21 de agosto às 19h Rebellion of the Body (A revolta da Carne) Camera: Hiroshi Nakamura 1968, 20’, PB A coreografia A Revolta da Carne, Hijikata e os Japoneses foi criada em 1968 e foi considerada um marco na obra de Hijikata por dar início a uma nova fase em seu processo de criação. O subtítulo revela o interesse do criador em absorver referências da cultura nipônica em sua pesquisa, até então muito marcada pela literature francesa. O filme é editado e não se sabe se a trilha sonora é original, no entanto, pode ser visto como a documentação de um período importante.

Dia 24 de agosto às 19h Costume en Face (Figurino da Fachada) Direção: Tatsumi Hijikata 1976, 60’, PB Diferentemente de toda sêrie, o dançarino é o centro, ele dança num espaço onírico, como um samurai com o corpo coberto pela armadura feita de rinoceronte ou como um peixinho dentro de um aquário.

Dia 25 de agosto às 19h Lady On A Whale String (Nobre Senhora Sobre A Corda Baleia) Direção: Tatsumi Hijikata 1975, 106’, colorido O artista interpreta o universo dançando com apuradissima técnica, com o emprego de esplendorosos figurinos e de um palco transfigurante.

Tohoku Kabuki Plan (Plano Tohoku Kabuki) Direção Tatsumi Hijikata 1985, 60’, colorido Expressão via butô, imageticamente rica, de paisagens e costumes da região nordeste nipônica (Tohoku), presente nas memórias do jovem Hijikata.

Programação sujeita à alterações


Hijikata’s Dance Experience, 1960 - Cenário de Issao Mizokani


SESC - Serviço social do comércio ADMINISTRAÇÃO REGIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Danilo Santos de Miranda Superintendências Técnico-social: Joel Naimayer Padula Comunicação Social: Ivan Giannini Gerências Ação Cultural: Rosana Paulo da Cunha Adjunta: Simone Engbruch Avancini Silva Assistentes da Ação Cultural: Maria Thereza Bosi de Magalhães, Sidnei Martins Estudos e Desenvolvimento: Marta Colabone Adjunto: Andréa de Araújo Nogueira Artes Gráficas: Hélcio Magalhães SESC Consolação: Felipe Mancebo Adjunto: Patrícia Piquera

A Revolta da Carne - Diálogos Brasil-Japão Cooperação Fundação Japão de Tokyo, Hijikata Genetic Archive – Keio University, vanderbilt university e Rikkyo University Curadoria Christine Greiner, Hideki Matsuka, Morishita Takashi e Ricardo Muniz Fernandes Agenciamento espacial Hideki Matsuka produção diagrama.2 produções artísticas ltda Cenotécnica Julio Cesarini Produção Executiva Jussara Rahal, Ricardo Frayha Design Gráfico Érico Peretta Agradecimentos Yuji Kusuno, Lucio Kubo, Alfainter, Michiko Okano, Jo Takahashi, Mauricio Akiyama, Peter Pal Pelbart, Toshio Mizohata, Hiroyuki Sasame e Image Forum Video.


Asbestos Kan / Tóquio, 1969 (Estúdio de Tatsumi Hijikata) - foto Hidero Fujimori

SESC Consolação R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque - São Paulo - SP - CEP: 01222-020 t 3234 3000 - 3256 2281 - email@consolacao.sescsp.org.br www.sescsp.org.br - 0800 11 8220


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