750KM EM HONDA ADV350 - HONDA ADV350 TOUR & FUN CHALLENGE

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VIAGENS AO VIRAR DA ESQUINA Tour & Fun Challenge 16- 18 SETEMBRO 2022 1 1 1ª Parte ( de 3 ) ( 3 Parte de ) 750kmemHONDAADV350 750kmemHONDAADV350 750kmemHONDAADV350

Imaginem que vos convidam para um passeio de moto, durante 3 dias...

...e que esse passeio terá cerca de 750 km. A resposta óbvia seria “sim”, certo?

Que depois vos dizem que a máquina será uma scooter... huuuummmm!

E finalmente, que essa scooter será uma “três e meio”... UPS! Ah e tal.....

Bem, não foi assim que se passou. O convite, claro.

Porque na realidade o tal passeio de 750km realizou-se, numa scooter 350, mais propriamente na nova ADV350 da Honda. E o convite era irrecusável!

Levou-nos de Saragoça a Barcelona, pelas estradas sinuosas e de paisagens espectaculares do sul de Aragão.

Com uma cereja no topo do bolo: assistir ao Grande Prémio de MotoGP no Motorland Aragon.

Irrecusável, evidentemente!

Chegada ao Motorland Aragon

O objectivo deste desafio era dar-nos a conhecer a nova aposta da Honda no segmento das scooters de média cilindrada: a ADV350.

E fazê-lo, como aliás já é habitual na marca japonesa, proporcionando uma experiência de condução que nos possibilitou ficar a conhecer o comportamento da moto nas mais diversas situações: no trânsito citadino ou congestionado (nas áreas urbanas de Saragoça e Barcelona e ainda nos acessos próximos do circuito) ou a velocidades mais elevadas em auto-estrada. E ainda, a agilidade nos trajectos sinuosos ou ainda as capacidades em fora de estrada (ligeiro). Um menú completo, portanto!

No 1º dia, o percurso escolhido começou por alguns quilómetros em auto-estrada, que nos levaram de Saragoça rumo a sul.

Depois mais um pouco em estradas nacionais com longas rectas que finalmente nos deixaram, já com cerca de 120km em Venta de la Pintada.

HONDA ADV350 TOUR & FUN CHALLENGE À partida em Saragoça, no concessionário Honda

Aqui começaram os 63km fantásticos de The Silent Route: paisagem e diversão absolutas!

Depois ainda mais uns cento e poucos quilómetros até ao hotel que nos iria servir de base para os dias seguintes: La Torre del Visco.

Cá chegados (ou quase...) nada como meia dúzia de quilómetros em terra batida com muita gravilha, para testarmos o comportamento mais aventureiro da ADV.

ADV350

De cada vez que chegavamos ou partíamos, lá se repetia a dose...

No dia seguinte, rapidamente percorremos os cerca de 70km que distavam do Motorland Aragon para assistirmos aos treinos e nos familiarizarmos com o ambiente dos bastidores do MotoGP.

O regresso fez-se pelo mesmo caminho.

Ao terceiro dia, lá fomos novamente para o circuito:

Esperavam-nos as corridas!

A não estranha os caminhos fora de estrada Chegada da comitiva ao Motorland Aragon The Silent Route

E, terminada a competição ... uma tirada de 270km até Barcelona. que não foi pelo caminho mais curto ou mais fácil...mas foi de certeza por um dos mais bonitos (até chegarmos a Réus, onde novamente apanhámos uma auto-estrada...porque havia horários a cumprir).

Uma nota importante: para lá do staff da Honda que já conhecíamos de outras aventuras e que tão bem sabe como realizar estes eventos, éramos treze comunicadores (da imprensa tradicional e dos meios digitais) e ainda um convidado

especial: o piloto de MotoGP, de Superbikes e mais recentemente bicampeão do Mundo de MotoE, Jordi Torres.

Falemos então da moto que me acompanhou neste desafio: a Honda ADV350! MotoGP A caminho de Barcelona... Com Jordi Torres

750KM EM HONDA ADV350 - 1ª parte ( de 3 )

Se à primeira vista me perguntassem se uma scooter de média cilindrada seria a minha escolha para viajar, principalmente com tiradas diárias na casa dos 300km, a minha resposta não seria positiva. Talvez optasse por algo maior...

Nem sempre o ideal é o possível - e aqui “o ideal” até é discutível. E nem todos têm a possibilidade de ter uma solução para cada situação. Pelo contrário. Como um político célebre disse há muitos anos: “temos que viver com aquilo que temos”.

Quero com isto dizer que uma scooter (o mesmo raciocínio se aplica a motos convencionais de cilindrada intermédia) como a Honda ADV350 pode ser a alternativa viável para muitos que pretendem um veículo utilitário, económico, ágil, confortável para o seu dia-a-dia: deslocações casa-trabalho, uma ida à praia, um passeio de fim de semana pelas redondezas.

Sem a possibilidade de terem uma moto maior para “aquela” viagem nas férias ou para uma escapadinha prolongada numa das “pontes” que os portugueses tanto gostam, será que estão inibidos de o fazer por apenas terem, por exemplo, uma...Honda ADV350?

A resposta está já aí a seguir, pois vou esmiuçar esta nova proposta da Honda no segmento das scooters e, especificamente, nas que dão um piscar de olhos à aventura!

O método seguido vai ser o habitual em Viagens ao Virar da Esquina -a metodologia

P5E:

Posicionamento

Estética

Estrutura

Equipamento

Ergonomia

Experiência

E no final, as inevitáveis conclusões, obviamente.

POSICIONAMENTO

Quando a Honda anunciou a ADV350, o mercado reagiu com alguma surpresa.

Muito longe da estupefacção quando a X-ADV surgiu - porque essa foi uma proposta de ruptura - mas ainda assim, surpresa.

Todavia, se olharmos para o catálogo de scooters da marca, poderemos verificar que o surgimento deste modelo é bastante lógico:

- no início da gama, as 125cc, surge a “rainha do mercado” - a PCX - e depois duas propostas com características muito próprias: a citadina de rodas altas SH125 e a requintada Forza 125;

- na ponta oposta, as 750cc, temos a luxuosa Forza 750 e a aventureira X-ADV 750 (de salientar que se consultarmos o catálogo on-line da Honda, a X-ADV não está no capítulo das scooters mas sim no das Adventure)

PCX Forza 125 SH125 Forza 750 X-ADV

E no meio? Já lá estão a SH350 (com rodas de 16”, silhueta elegante e um estilo muito próprio), a Forza 350 (com a qualidade característica da Honda e a sofisticação do equipamento).

O que faltava então? A componente mais aventureira, pois claro. Ou mais polivalente, se quisermos ser mais realistas.

Explicado o posicionamento na gama de scooters da Honda faz também sentido referir que esta aposta numa característica “de aventura” não tem sido seguida pela generalidade da concorrência (um ou outro exemplo mas não muito relevantes).

E isto pode ter duas interpretações opostas:

ou não acreditam no conceito

ou acham que tem pouca viabilidade

o sucesso comercial da X-ADV parece contradizer qualquer uma das opções Mas verdade seja dita que também não foi imediato.

Afinal a confirmação daquela famosa frase publicitária que o génio de Fernando Pessoa produziu (tão forte era que provocou a proibição pela ditadura, do lançamento da Coca-Cola em Portugal, há 100 anos!):

“Primeiro estranha-se. Depois entranha-se!”

E aqui cabe recordar as duas experiências de Viagens ao Virar da Esquina com a XADV:

a primeira versão em “Honda X-ADV” (Julho 2019), numa viagem pelo Oeste. a segunda versão em “Separadas à Nascença” (Abril 2021), num comparativo entre a Forza 750 e a X-ADV pelas estradas da Arrábida.

SH350 Forza 350

ESTÉTICA

O que se destaca de imediato assim que olhamos para a Honda ADV350 é a familiaridade da sua frente. Aquilo a que, com inteira propriedade, chamamos “ar de família”. Vejam-se pois as parecenças com a X-ADV ou com a NT1100:

Este “ar de família” não é inocente. traduz com clareza o que a Honda pretende transmitir ao mercado e, principalmente, aos potenciais clientes da ADV 350: esta é uma moto que tem uma componente aventura como a X-ADV(não descarta, pelo contrário, uma saída por caminhos não asfaltados) e uma vertente viajante, tal como a NT1100! Ambicioso....

O segundo aspecto que chama a atenção, para lá da fluidez longitudinal do quadro que incorpora o banco com duas alturas para separar condutor e passageiro, é a distância deste relativamente às rodas, a deixar adivinhar um maior curso das supensões face ao normal para uma scooter: é a maior do segmento (mas veremos isso mais adiante). Se associarmos às protecções de punhos e ao largo guiador, lá está o “look off-road”.

NT 1100
ADV350 vs X-ADV

A elegância que transparece das linhas da ADV350 tem também a ver com o facto de ser ligeiramente mais comprida do que a Forza 350.

E isso está ligado à maior distância entre eixos e, principalmente, pela diferente colocação de elementos como a bateria, num centro de gravidade mais baixo e...um enorme espaço útil por baixo do banco.

E se o objectivo for viajar a dois...então provavelmente será aconselhável acrescentar-lhe a top-case da marca pois não só a sua linha se enquadra com a da moto, como também fica ligada à Smartkey da moto, o que é muito prático.

Toda a iluminação é LED e o painel de instrumentos LCD colorido (com conectividade com o smartphone).

Se olharmos de trás, o aspecto é mais minimalista que o da frente, ressalta a altura do guarda-lamas traseiro e a panela de escape, pela forma e inclinação a fazer lembrar

... uma certa Africa Twin...

Nos flancos laterais o logo do modelo aparece em relevo e metalizado transmitindo um toque de elegância e classe

O olhar é felino! Agressividade q.b.

Eu gosto!

ESTRUTURA

Dizem os gurus do desporto que “em equipa que ganha não se mexe!”

Julgo que mesmo em equipa vencedora há sempre algo a melhorar...senão rapidamente se deixa de ser...vencedor! Por certo que a Honda partilha desta filosofia. Na realidade, a Honda aproveitou a estrutura base da Forza 350 - uma fórmula vencedora sem qualquer margem para dúvidas - ou seja, o motor e a ciclística, e introduziu as alterações necessárias.

O motor sofreu afinações de pormenor visando um melhor aproveitamento nomeadamente na resposta mais rápida às nossas solicitações no punho esquerdo.

O quadro é o mesmo mas o ligeiro aumento da distância entre eixos (1 simples centímetro) e a redefinição do alojamento do radiador, da bateria e do depósito de combustível (11,7 litros) junto à plataforma inferior, dão-lhe um centro de gravidade mais baixo. Estes dois factores traduzem-se num aumento da estabilidade e um maior atrevimento nas curvas. Sem qualquer prejuízo para o comportamento, a distância ao solo também aumentou para 145mm.

Mas o elemento verdadeiramente diferenciador desta ADV 350 (na teoria e ainda mais na prática!) é a sua suspensão. Que é excelente!

À frente, uma bonita forquilha Showa, com dupla mesa (... “como as motos” dirão alguns com certa má vontade!), um curso de 125mm e baínhas de 37mm de diâmetro. Muito, mas muito diferente do que é habitual encontrarmos nas scooters desta dimensão.

Atrás, dois amortecedores também Showa, com reservatório exterior, molas progressivas e 130mm de curso. Ligeiramente mais rígidos do que seria de esperar mas, quer no comportamento com impacto no apuro da condução quer no conforto tal não é minimamente relevante (para tal contribuirá a boa qualidade do assento).

Já no que respeita ao equipamento de travagem, fornecido pela Nissin, com um disco em cada eixo com, respectivamente, 256 mm e 240 mm de diâmetro (F/T), não atinge o nível de brilhantismo da suspensão. Mas não compromete em nenhum momento. Falta-lhe talvez alguma acutilância na “mordedura”.

Um ponto a favor: a resistência à fadiga. Mesmo quando muito solicitados (e foram!) nunca deram qualquer mostra de menor eficácia.

Vejamos então o que a ADV 350 nos oferece:

EQUIPAMENTO

Presumo que a ideia da Honda ao lançar esta moto, seria colocá-la como alternativa à Forza 350 no que diz respeito à utilização que o potencial cliente lhe pretenderá dar. Claramente estradista a Forza, mais polivalente a ADV. Para tal, o preço não deveria ser factor de diferenciação. E não é. A ADV é marginalmente (cerca de 200 ) mais cara.

Para tal, retirou-lhe um componente, o elevador eléctrico do vidro dianteiro - a que poderemos chamar luxuoso mas não essencial - sem todavia lhe retirar a capacidade de regulação do mesmo que aqui é manual em 4 posições e numa aplitude de 133mm.

Manteve a SmartKey - não é essencial mas é muito útil - e acrescentou umas suspensões de excelência (atrás referidas) - essenciais e úteis face à vocação desta scooter.

Ou seja, manteve o preço dentro da mesma ordem de valores sem perder atributos e adaptando-a às necessidades.

Outro aspecto muito interessante e que acrescenta valor quando falamos na possibilidade de esta ser uma moto adequada a algumas viagens é o imenso - repito, imenso - espaço por baixo do banco.

Diz a Honda que permite alojar 2 integrais e mais qualquer coisinha. No meu caso, lá transportei uma mochila com toda a minha bagagem para 3 dias, equipamento video e fotográfico, acessórios respectivos e carregadores diversos, um cortavento e... ainda sobrou espaço para uma garrafa de água!

A isto acrescentamos o espaço no porta-luvas do lado esquerdo do avental dianteiro, que tem uma tomada USB e volume suficiente para guardarmos todos os pertences pessoais (carteira, telemóvel, chaves, etc.), então estamos preparados para ir por aí fora.

Já falei na SmartKey. É uma funcionalidade bem prática (mas pouco recomendável para quem depois tem que conduzir motos que a não têm! Há esquecimentos que podem ser desastrosos...).

Tem ainda a capacidade de interagir com a top-case da marca (está aberta quando estamos próximos e fica trancada quando nos afastamos) que com os seus 50 litros duplica a capacidade de carga da ADV350!

Como é óbvio, a SmartKey controla não só a ignição, mas também a abertura da tampa onde está a abertura do reservatório da gasolina e também permite abrir o assento.

O painel de instrumentos é um LCD de contraste invertido, com excelente leitura em qualquer situação de iluminação e que disponibiliza toda a informação necessária.

Existe conectividade com o smartphone através do Honda Smartphone Voice Control (HSVC) que se liga através da App Honda RoadSync, que controla chamadas, mensagens e permite ouvir música.

Chamo a atenção para o canto superior esquerdo da imagem: aquele circulo com um T no meio dá-nos a informação sobre o Controlo de Tracção. Que tem três opções de actuação: total, a 50% ou desligado, com a regulação no punho esquerdo.

Uma opção de segurança que deve ser realçada é o ESS (Sinalização de Paragem de Emergência) a que faz actuar os dois piscas traseiros em simultâneo sempre que ocorre uma travagem brusca.

Em sentido contrário, a ausência de um travão de estacionamento pode provocar algum dissabor se a estacionarmos a descer (aconteceu...).

As três opções de cor disponíveis são:

Cinzento Metalizado Spangle

Vermelho Metalizado Mate Cornelian

Cinzento Metalizado Mate Carbonium

ERGONOMIA

Este é o capítulo onde avalio a relação entre a máquina e o condutor. Define a agradabilidade de utilização e a qualidade de “vida a bordo”. Em última análise...será a medida da fadiga depois de uma viagem.

Nesse aspecto, a primeira referência tem a ver com o largo guiador, tipo “trail”, posicionado mais alto e que assegura uma grande maneabilidade da moto.

Depois, o confortável assento, com a largura certa e a altura a que fica do solo - 795 mmfacilita a utilização pela maioria dos condutores. Ou seja, vamos confortavelmente instalados.

O vidro tem possibilidade de ser regulado em altura, com uma amplitude de 133 mm e em 4 posições. Todavia, o sistema manual carece de alguma habituação e a forma de o ajustar não é a mais amigável do utilizador. Ainda assim, parece ser robusta o que é positivo pois diminui as eventuais vibrações do vidro.

A posição de condução é adequada e o painel de instrumentos está bem enquadrado.

O comando central que permite controlar o acesso à moto - ignição, abertura do assento ou da tampa do depósito de combustível, desligar a moto ou ligar o alarme - está situado bem à nossa frente e em posição de fácil utilização.

Tenho duas observações a fazer relativamente à ergonomia:

1. A Honda tem uma abordagem aos comandos nos punhos que julgo ser questionável. Por regra, os botões são pequenos o que com luvas de inverno torna, por vezes, difícil encontrarmos aquele que pretendemos (ou encontramos 2...).

2. O segundo aspecto tem a ver com as características do condutor e não da moto. Tenho 1,82m de altura e uma envergadura que está longe de ser elegante.

A posição de condução é, como referi atrás, confortável. Muito confortável mesmo. Mas quando tentei esticar as pernas aproveitando a parte mais inclinada da plataforma, à frente, a posição era incómoda por ser curta. Ou seja, essa possibilidade de ir mudando de posição fica inviabilizada.

Também por essa razão, raramente senti necessidade de alterar a altura do vidro que esteve quase sempre na mais alta.

Isto porque, em qualquer das posições conseguia sempre olhar por cima do vidro, o que era bom em termos de visibilidade mas menos bom no que se refere à aerodinâmica ao nível da cabeça.

Como disse, aqui o “defeito” é meu, não da ADV350. Mas fica a referência para os mais altos.

E devo dizer com toda a justiça que nunca foi obstáculo para a condução veloz, muito veloz, ao longo dos 750 km deste HONDA ADV350 TOUR & FUN CHALLENGE.

EXPERIÊNCIA

No início descrevi o trajecto realizado. E fui também dando indicações que foi feito em ritmo rápido. Muito rápido mesmo.

A generalidade dos participantes, jornalistas habituados a este tipo de testes que normalmente visam perceber onde estão os limites dos veículos ensaiados aos quais se juntou um campeão mundial de motociclismo, têm um ritmo de condução muito superior ao meu. Que algumas vezes não consegui acompanhar

Por falta de hábito - as minhas viagens são turísticas e portanto privilegiando ritmos mais lentos que permitam observar tudo o que rodeia a estrada - e por falta de unhas.

Ainda assim, no final chamaram-me a atenção que o pneu traseiro da minha ADV350 estava todo polido por igual...o que significava que toda a faixa de rodagem tinha sido bem aproveitada. E isso confirmou que nalgumas ocasiões o meu limite coincidiu com o limite da moto. Fiquei satisfeito!

No primeiro dia percorremos cerca de 300 km. Por estradas rápidas umas ou sinuosas outras.

A fadiga sentida no final do dia não era muito diferente da que teria sentido com um moto com outras características eventualmente mais vocacionada para distâncias mais longas. Nem a posição de condução, típica da scooter que é, mas com o guiador em posição excelente, me massacrou as lombares.

O mérito deve ser partilhado entre a ergonomia da moto, que atrás referi e a excelência das suspensões que mostraram um comportamento irrepreensível e a transmitirem a confiança para ir sempre um pouco mais depressa.

Dou um exemplo: a dada altura, no regresso do circuito ao final da tarde de sábado, a comitiva rodava em ritmo acelerado. Num troço de estrada rápido, a descer, entre curvas, surge uma direita que tinha um daquelas depressões mesmo a meio, junto ao apex. Normalmente, com uma scooter (ou até com muitas motos) daria direito a um valente susto porque a moto tenderia a saltar pelo menor curso das suspensões.

Como iam algumas ADV à minha frente, não fui surpreendido mas também não havia tempo para corrigir fosse o que fosse.

A trajectória já estava desenhada: “seja o que Deus quiser...” pensei. Pois bem, nem o menor desvio, nenhuma instabilidade. A suspensão absorveu a depressão e segui como se nada se tivesse passado.

Já fora de estrada, a ambição da ADV350 não é igual à da irmã maior, a X-ADV.

Tem bom comportamento e garante-nos o acesso a locais onde com outra scooter teríamos algumas limitações - seja pela altura ao solo, seja pelo curso das suspensões.

Ainda assim, jogando com o controlo de tracção (a 50% ou mesmo desligado para os mais afoitos) e com uns pneus que sendo mais estradistas ainda assim garantiam algum grip, vamos conseguir chegar aquela praia mais escondida e menos frequentada!

Não convém abusar...

CONCLUSÕES

No início da minha apreciação sobre a Honda ADV350 referi que:

Se à primeira vista me perguntassem se uma scooter de média cilindrada seria a minha escolha para viajar, principalmente com tiradas diárias na casa dos 300km, a minha resposta não seria positiva. Talvez optasse por algo maior...

Mantenho a opinião, mas a resposta não seria tão definitiva ou preconceituosa).

Ou seja, viajar com uma ADV350 não só é possível como pode ser uma solução muito interessante. As razões são as seguintes ... e a ordem é puramente arbitrária. Cada um as valorizará à sua maneira:

Em primeiro lugar, pelo conforto.

Em segundo lugar, pela polivalência: combina na perfeição a agilidade necessária em ambiente citadino, a capacidade de circular em estrada ou auto-estrada e até de fazer umas incursões no todo-o-terreno.

Em terceiro lugar pela segurança que sentimos, pois a ciclística é excelente e o motor permite ritmos bastante interessantes, incluindo em auto-estrada (que não é o seu habitat favorito, obviamente).

“ “

Em quarto lugar, pelo equipamento e a capacidade de transportar bagagem.

Em quinto lugar, pela economia: em condução normal, é perfeitamente possível alcançar o valor de referência indicado pela Honda: 3,3 l/100km. No nosso caso, o valor foi quase 1 litro acima, mas nem o tipo de percurso nem o ritmo adoptado (principalmente este) podem servir de referencial. Acredito que, até com algum cuidado, se poderá ir muito próximo dos 3 litros por cada centena de quilómetros.

Em sexto lugar, pela qualidade de construção habitual da Honda.

Em sétimo lugar porque...é divertida! Muito divertida!

O preço ligeiramente acima dos 6.000 permite-nos pensar que existirão outras opções mais baratas... mas lembrem-se que, como diz a sabedoria popular, “às vezes, o barato sai caro”. Relativamente aos outros modelos da Honda com idêntica cilindrada, a Forza e a SH, sâo cerca de 2 centenas de euros a mais... pela capacidade efectiva de percorrer uma maior diversidade de caminhos...e um look aventureiro!

Como sempre, a sugestão é que se esta Honda ADV350 vos suscitar curiosidade, vão ensaiá-la. E depois julguem. No final.... cada um sabe da sua carteira, não é?

O “HONDA ADV 350 TOUR & FUN CHALLENGE” correu ao longo de cerca de 750 km em terrenos diversos, pelos caminhos do Baixo Aragão, em Espanha, a região conhecida por Maestrazgo.

Este desafio teve 3 vertentes: a moto, a viagem e o MotoGP. E daqui resultam 3 textos.

A análise sobre a ADV350 é a primeira parte:

“750 km em Honda ADV350”

A segunda parte conta a viagem desde Saragoça a Barcelona, da qual um dos pontos altos foi a The Silent Route.

” Nas Rutas Moteras”

A parte final, a terceira, conta o que vimos

“Nos bastidores do MotoGP” .

Last but not the least, é essencial testemunhar a enorme gratidão para com a Honda Ibérica, Portugal e Espanha, por mais esta oportunidade de participar num evento que foi simultanemente uma aventura e um desafio e, como sempre, organizada de forma brilhante! Um enorme bem haja!

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