ANTES E DEPOIS DA EN2

Page 1

VIAGENS AO VIRAR DA ESQUINA

ANTES E DEPOIS DA EN2

Depois de publicar o GUIA PRÁTICO DA ESTRADA NACIONAL 2 ficou prometido que vos deixaria uma sugestão para o regresso. Vou fazer melhor!

Aqui ficam 2 sugestões: pelo litoral com passagem por muitas das belas praias que temos ou, para quem prefira o interior, pelo interior junto à raia fronteiriça. Afinal esta até é a terceira pergunta que mais me é feita: “depois da EN2 por onde regressar?” (para saberem quais são as duas primeiras, terão que ler o Guia...)

Como sugestões que são, aqui não há “a obrigatoriedade” de seguir determinado trajecto.

Como os percursos são longos - mais longos que a própria EN2 - e desenhados essencialmente para o prazer de condução (naturalmente sem deixar de procurar alguns pontos interessantes), cada um poderá adaptar o trajecto. Nalguns casos, podem por exemplo adoptar a estratégia das lojas da IKEA: utilizem atalhos (por estradas mais directas a determinado ponto, eventualmente até uma ou outra auto-estrada para maior rapidez).

prometido é devido
O

Outro aspecto importante: A EN2 consegue ser o trajecto mais curto entre Chaves e Faro. Quem se desloca de sua casa a uma destas cidades para fazer a estrada até à outra, tem que no regresso à origem fazer um percurso geralmente com distância superior (pode ser mais rápido mas julgo que não terá menos quilómetros...).

Aquilo que acontece é desenhar um circuito por Portugal. As duas sugestões aqui apresentadas são precisamente o completar desse circuito. Como tal, quem não residir numa das extremidades da EN2 pode ir “agarrar” um destes percursos ao ponto mais próximo, continuar a percorrê-lo até ao local onde irá iniciar a EN2. Depois, no regresso, fazê-lo pela parte não percorrida. Ou até experimentar uma parte do outro. Se primeiro fez parte do trajecto pelo litoral, depois pode voltar pelo interior. Ou vice-versa!

Como se costuma dizer: “É à vontade do freguês!”

Então aqui vai uma descrição sobre cada um dos trajectos, partindo do pressuposto que a EN2 foi percorrida de norte para sul, logo a ida e a vinda será no sentido inverso.

A saída será obviamente do cruzamento onde estão as placas que indicam que se a opção fosse seguir pela EN2, faltariam 738,5 km.

ANTES E DEPOIS DA EN2 - O LITORAL

Subimos a Rua do Alportel até à rotunda onde está o marco do km 738 e viramos à esquerda. Iremos alcançar a EN125 que levaremos durante alguns quilómetros até virarmos rumo a Algoz e daí até Silves. Estamos no interior do Algarve e continuamos rumo a Silves. E aí, apontamos Monchique para subirmos à Fóia, o ponto mais alto do Algarve. E com estradas a condizer...

A rota agora leva-nos em direcção à costa vicentina: Alzejur, Odeceixe, Zambujeira do Mar, Almograve, Vila Nova de Milfontes, Ilha do Pessegueiro e Porto Côvo. Todas elas praias a merecerem uma visita. É altura de nos divertirmos com umas curvas. Rumamos ao interior, ao que eu chamo o Carrossel Alentejano (ler aqui).

Passamos na pequena aldeia de Sonega para depois seguirmos pela EN120 que percorre sucessivamente as Serras de Cercal e Grândola. Nesta vila, continuamos pela serra até Melides. Aqui regressamos à conta que seguirá paralela ao nosso percurso até Tróia.

Aqui, passamos para Setúbal pelo ferry. A travessia do estuário do Sado permitirá apreciar a paisagem da Serra da Arrábida, da zona ribeirinha da cidade com Palmela ao fundo. Com um pouco de sorte...até poderão ser observados golfinhos!

De Setúbal, apontamos à Arrábida. Depois Sesimbra, Cabo Espichel e Lagoa de Albufeira. Finalmente, atravessamo o Tejo pela Ponte 25 de Abril e entramos em Lisboa.

A travessia da cidade faz-se o mais rapidamente possível A não ser que a disponibilidade de tempo seja grande, não recomendo paragem: Lisboa e o triângulo que faz com Sintra e Cascais merecem visita em pormenor necessariamente demorada.

Pôr do sol na Zambujeira do Mar

De Lisboa passamos Loures para tomar a EN8. Que depois deixaremos para nos orientarmos para Mafra e Ericeira. Estamos novamente na costa atlântica que iremos acompanhar.

Vamos passar sucessivamente por Santa Cruz, Peniche, Baleal, Lagoa de Óbidos, Óbidos, Caldas da Rainha e Foz do Arelho.

Aqui vamos tomar a Estrada Atlântica: Salir do Porto, S. Martinho do Porto, Nazaré, Sítio da Nazaré (será que há ondas gigantes?) S. Pedro de Muel e Figueira da Foz.

Um pouco de diversão pela Serra da Boa-Viagem e seguimos: Tocha, Praia de Mira, Gafanha da Nazaré, Aveiro, Estarreja, Avanca, Espinho, Cabedelo, Vila Nova de Gaia.

Percorremos a zona ribeirinha de Gaia e vamos atravessar o Douro pela Ponte do Infante.

Palácio Nacional de Mafra Ericeira - Praia dos Pescadores Porto - Ponte do Infante D. Henrique. Ao fundo, Ponte D. Maria Pia e atrás a Ponte de S.João

Tal como em Lisboa, o objectivo é sair rapidamente. Naturalmente que o Porto e a zona circundante merecem visita demorada e em pormenor. São, por si só, um destino a merecer a melhor atenção!

Rumamos agora pelo interior: Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão e chegamos a Braga (que também recomendo para visita demorada!).

Em Braga, começamos o fecho desta caminhada até ao km 0 da EN2: vamos percorrer a EN103, de certeza uma das estradas mais bonitas e divertidas de percorrer em Portugal. Senão mesmo, a mais!

EN 103 - Casa de Cantoneiros

Mais de 100 km absolutamente deliciosos: passamos ao lado das albufeiras das Barragens de Venda Nova e Alto Rabagão e percorremos estradas que ora olham para o Gerês ora nos levam pelo agreste planalto transmontano. A nossa viagem chega ao fim, 1.180 km depois...em Chaves, no marco do km 0 da Estrada Nacional 2, pois claro!

(pertinho, pertinho, a minha ponte favorita: com dois mil anos, a Ponte de Trajano é uma herança indelével da passagem dos Romanos por estas paragens)

Chaves - Ponte de Trajano

Se a opção for por um percurso pelo interior mais interior, mesmo juntinho à fronteira, então este é o trajecto sugerido.

A saída é do mesmo sítio - nas placas que indicam que faltam 738,5 km para Chaves...pela EN2. E também passamos na rotunda onde está o marco do km 738.

Vamos fazer ainda melhor: vamos recordar parte do percurso final da EN2 até ao Barranco do Velho! Aqui, vamos virar à direita para uma das mais bonitas estradas do sul de Portugal: a EN124.

Sempre com a espectacular paisagem do Barrocal Algarvio, seguimos até ao Guadiana e à bonita Alcoutim. É tempo de mudar o rumo para norte.

Proseguimos por Mértola, Pomarão e Minas de S. Domingos. Depois deste percurso por dois períodos marcantes da nossa História - a herança árabe e a extracção de minério - seguimos em direcção ao maior lago artificial da Europa: o Alqueva. Serpa, Moura, Mourão e finalmente a subida a Monsaraz. Imperdível.

Continuamos pelo Alentejo profundo: Terena, Alandroal e a “Sentinela do Guadiana”: Juromenha!

E
DA EN2 - A RAIA
ANTES
DEPOIS
Barranco do Velho - onde a EN2 cruza a EN124 Fortaleza de Juromenha

Inflectimos e deixamos para trás Elvas, Campo Maior e em Portalegre tomamos o caminho menos óbvio para Marvão.

No início, percurso sinuoso da antiga Rampa de Portalegre, suficiente para deixar um sorriso rasgado dentro do capacete. Marvão é inevitável. Depois passamos por Castelo de Vide e por estrada estreita vamos até Nisa.

Mais um percurso divertido: a EN18 entre Nisa e Vila Velha de Rodão é um bom aperitivo para o que virá lá mais para a frente. As Portas de Ródão marcam a saída do Alentejo e a entrada na Beira.

Entramos num dos territórios mais esquecidos de Portugal: o Parque Natural do Tejo Internacional.

Passamos no Rosmaninhal e daí até Zebreira, Termas de Monfortinho, onde um estreito curso de água - Rio Ergesnos separa de Espanha.

Penha Garcia e Monsanto vêm de seguida. Marvão Portas de Ródão Rio Erges nas Termas de Monfortinho

A Serra da Estrela espera-nos: por Penamacor chegamos à Covilhã. Subimos às Penhas da Saúde. Depois, a caminho de Manteigas, prestamos reverência aos 3 Cântaros - Gordo, Magro e Raso - e no Covão d’Ametade vemos o Zêzere acabado de nascer.

Rumamos até à capital distrital mais alta de Portugal: Guarda. Seguimos rumo a Almeida e figueira de Castelo Rodrigo. Não optamos pela “melhor estrada do mundo” - a EN222 - porque apontamos directamente a Barca d’Alva onde atravessamos o Douro. Chegámos a Trás os Montes!

Bordejamos o Parque Natural do Douro Internacional por Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro. Aqui fazemos um pequeno desvio por Espanha e passamos em Alcañizes (pode ser boa oportunidade para reabastecer...) até chegarmos a Bragança.

De Bragança até Chaves, utilizamos a mesma estrada - mas não o mesmo troço: a EN103 que ladeia o Parque Natural de Montesinho.

Até chegarmos ao km 0 da EN2, temos muito trabalhinho pela frente. A estrada segue sinuosa. E nós seguimos divertidos, pois claro!

À chegada a Chaves, deixámos para trás 1.136 km.

Castelo de Chaves

Conclusão

Quer uma quer outra opção representam meras sugestões. Podem servir para um regresso a casa depois de percorrida a EN2. Ou podem servir de aperitivo a esta, quando nos encaminhamos para a extremidade onde iremos inciar a viagem pela mais longa estrada de Portugal.

Acima de tudo, ficam 2 percursos que por si só são magníficas oportunidades de ficar a conhecer mais uns recantos de Portugal. Junto ao litoral, com as muitas praias, todas elas diferentes e com encantos especiais. Ou, seguindo pelo interior desertificado mas não menos belo. Em ambas, bastantes pedaços de estrada memoráveis!

E, se não tiverem oportunidade de os fazer de uma só vez...pois que seja aos pedaços. Aproveitem... até porque ficam aí mesmo: ao Virar da Esquina.

O download dos percursos pode ser feito aqui:

1. ANTES E DEPOIS DA EN2 - O LITORAL

2. ANTES E DEPOIS DA EN2 - A RAIA

Nota final: muitos destes percursos fazem parte da “bibliografia” de Viagens ao Virar da Esquina. Podem encontrá-los em (basta seguir os links).

1. Blogue: Viagens ao Virar da Esquina

2. Magazine: Viagens ao Virar da Esquina

3 Em vídeo no canal de YouTube: Viagens ao Virar da Esquina

Aproveitem e subscrevam estas páginas e canais de Viagens ao Virar da Esquina, e também nas redes sociais: Facebook, Instagram e Linkedin. É o vosso apoio que nos dá o alento para continuar.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.