VIAGENS AO VIRAR DA ESQUINA
SUPER SOCO CPX O (belo) som do silêncio
Ecológica, silenciosa e elegante. Serão estas as características mais relevantes desta scooter eléctrica? A resposta à questão e a análise estão a seguir…. SUPER SOCO CPX - O (belo) som do silêncio
Os veículos eléctricos têm (ou tinham até há pouco tempo) 3 características visíveis: a ausência de gases de escape, o silêncio da sua marcha e...eram feios! Esta última característica está a desvanecer-se rapidamente e a moto de que vos vou falar é um bom exemplo. Por outro lado, se é facto indesmentível que os motores eléctricos não libertam gases para a atmosfera também é igualmente incontestável que a produção da electricidade que os alimenta (neste caso concreto a partir de uma tomada doméstica) provém em percentagem significativa da queima de combustíveis fósseis (em 2019, mais de 50%!). Conduzir uma Finalmente...o silêncio. É verdade! Conduzir uma moto sem ouvir
o
“ronco”
do
motor
é
estranho
ao
moto sem ouvir o
início. “ronco” do motor é
Pessoalmente, habituei-me com muita rapidez e gostei.
estranho ao início
Sou franco, gosto de ouvir as sinfonias tocadas pelos escapes (de série e como tal homologados e cumpridores das regras legais na matéria) de algumas das motos de que vos tenho falado. Quanto a escapes aftermarket, principalmente quando o objectivo é “aumentar a segurança porque nos tornam mais audíveis” (leia-se “gazadas” no meio do trânsito) não gosto. Até porque a questão da segurança é discutível...e a Física explica o fenómeno (Efeito Doppler).
Uma certeza eu tenho: nestas condições o grau de simpatia dos outros utentes da via pública diminui na mesma proporção que o ruído aumenta... Ainda assim, e sem contradizer o que acabei de referir, o facto dos veículos eléctricos serem silenciosos pode, isso sim, ser factor de algum risco porque os demais geralmente peões - nem se apercebem da proximidade. E se estiverem “enfronhados” no telefone esperto então nem se fala... A moto que vos trago agora é a SuperSoco CPX. O nome deixa-nos de pé atrás! “SuperSoco” remete-nos para uma realidade algo violenta...a recordar vagamente personagens “carinhosos” como Van Damme, Jason Statham, Steven Seagal ou o inesquecível Chuck Norris. Malta com super socos... Nada disso!!! A SuperSoco é uma marca de motos eléctricas e a alusão tem apenas a ver com diferentes significados que uma mesma palavra pode ter em outras línguas que não a nossa. A
detentora
da
marca,
a
VmotoSoco Limited é uma empresa cotada na bolsa de valores australiana, produz os seus veículos em Nanjing na China e estabeleceu operações na
Europa,
tendo
sede
em
Amsterdão onde instalou o seu centro de negócios, vendas e marketing, um centro de design e desenvolvimento em Itália e um centro logístico na Alemanha.
Uma marca global, dir-se-á... E muito ambiciosa como se pode concluir do que referem no seu site:
“A Visão da Vmoto Soco é alcançar a liderança Mundial na produção de veículos elétricos” A SuperSoco é a sua marca destinada aos consumidores de todo o mundo e a E-Max a marca
que
produz
veículos,
também eléctricos, destinados a
empresas
de
serviços
de
entregas. Em Portugal e desde há alguns meses, a marca passou a ser representada pela Moteo,SA (Suzuki, Brixton, SYM, Peugeot Motorcycles) e terá uma presença muito mais activa no nosso mercado.
...a SuperSoco foi a marca eléctrica mais
Aliás, foi notícia recentemente que de acordo com os
vendida em Portugal
dados divulgados pela ACAP, a Super Soco foi a marca
no mês de Julho, sen-
eléctrica mais vendida em Portugal durante o mês de
do a CPX o modelo
Julho, sendo a SuperSoco CPX igualmente o modelo mais
mais vendido
vendido no mesmo período. Feita a primeira apresentação, devo referir a enorme curiosidade que tinha em experimentar esta moto porque configura aquilo que julgo ser uma das soluções de mobilidade para o presente e futuro imediato. Destinada ao ambiente citadino e à “vida de todos os dias” foi muito interessante têla comigo durante alguns dias e assim poder replicar a tal utilização quotidiana. E também avaliar a forma como são geríveis os seus ciclos de carregamento e a conveniência de o poder fazer no domicílio. Como explicarei lá mais para a frente, a utilização da expressão “uma das soluções” foi deliberada.
Apresentação da moto
Mas primeiro vamos à moto! Voltamos
aos
nomes.
Não
sei
se
repararam no nome do modelo: CPX. Não faz lembrar nada? Pois é! Esta Super Soco é ambiciosa. O seu posicionamento no mercado não é nem mais, nem menos do que enfrentar a
principal
rival
dos
motores
a
combustão (por ser líder de mercado e pelas suas características): a Honda PCX. E por feliz coincidência, nos dias anteriores ao desta experiência fiz alguns quilómetros precisamente com uma PCX. Sem fazer um comparativo, de qualquer modo vou utilizar a bitola, porque um dos aspectos fulcrais quando avaliamos um veículo eléctrico é a comparação com os seus homólogos que funcionam a ouro líquido (nomeadamente no que se refere ao aspecto dos custos de aquisição, manutenção e utilização). A
CPX
é,
esteticamente,
muito
engraçada. Elegante no desenho, ligeira no aspecto, com um “olhar” felino que atrai e um jogo cromático - preta com toques de vermelho - que fica sempre bem. Mas existe outra opção: cinza com efeitos em amarelo. É notória a influência do traço ao gosto europeu (referi atrás a localização do centro de design...Itália. Pois é!). A qualidade dos acabamentos é francamente boa. Em termos equivalentes, a CPX é uma scooter urbana que compete directamente com as 125 cc que por aí andam. Por essa razão, quer em dimensões quer em
performances está em linha com as diferentes propostas que existem no mercado. O guiador é largo e as mãos “caem” bem nele. O vidro é alto o que assegura boa protecção ao nível da cabeça mas não tanto
nos
ombros,
principalmente
se
formos altos. e neste caso, devido à inclinação do vidro, o seu topo fica muito próximo do capacete o que, ao entrar ou sair da moto, nos leva a lá bater por vezes. Os espelhos retrovisores têm
formato
hexagonal (muito em voga actualmente) com boa visibilidade. O mostrador é totalmente digital e reúne toda a informação que necessitamos, com boa visibilidade e sem reflexos. Tem muito boa leitura. As informações disponíveis são:
Velocidade,
gráfico
da
potência
utilizada, temperatura ambiente, relógio, indicador
do
modo
de
potência,
temperatura de utilização, indicadores de carga das baterias (sob a forma de gráfico de barras e em percentagem), odómetro e indicador de autonomia (que também pode dar a indicação dos parciais de quilometragem). Uma nota importante sobre os indicadores de carga das baterias. Estas funcionam é série, ou seja, primeiro descarrega uma e só depois a outra entra em acção (no momento da passagem de uma para a outra, há um ligeiro descontinuar momentâneo de fornecimento de energia). Tal é visualizável correctamente nos indicadores de barras. O indicador percentual refere-se exclusivamente à carga da 2ª bateria (ou seja, se indicar 50% o que na
verdade nos resta é 25% da capacidade total, isto é, 35 km de autonomia no modo Sport). Com o hábito de utilização não é pormenor significativo mas importa estar atento. De qualquer forma, o indicador de autonomia em quilómetros funciona e é rigoroso. No punho esquerdo temos os habituais comandos de luzes. O dos piscas todavia é de deslocamento lateral com 3 posições: esquerda, central
e
direita. No punho direito, as coisas são diversas. Por cima temos o comando que regula a entrega de potência. Em formato de cursor tem as 3 posições disponíveis: 1- Eco, 2 - Normal e 3 - Sport. Por baixo, um interruptor sequencial (podemos visualizar a opção escolhida no mostrador), com 3 opções: F - em que a moto anda para a frente a muito baixa velocidade, R - que acciona a marcha-atrás e o modo de condução normal com a indicação do nivel de potência escolhido. Como é óbvio as duas primeiras posições servem para ajudar nas pequenas manobras do dia-a-dia.
Os
assentos
individuais,
destacam-se: amplos,
são
bastante
confortáveis e com excelente aspecto. O do
condutor
levanta
para
podermos
aceder às baterias. O facto de ter uma plataforma atrás do banco do pendura onde se pode colocar uma top-case (ou prendermos algum volume a transportar) dá ainda mais flexibilidade na utilização.
A iluminação é totalmente em LED e com design muito atractivo. Possui descansos lateral e central. O quadro é em liga de alumínio e aço. O motor está acoplado ao cubo da roda traseira com um monobraço no qual está ancorado o amortecedor traseiro (em posição lateral). Dessa forma, o lado direito da roda traseira está completamente exposto. Para lá do efeito estético é também muito
prático para qualquer intervenção que seja necessário efectuar nesta roda.
A roda 16” na frente (14” atrás) dá-lhe a capacidade de enfrentar algumas das armadilhas das “trialeiras urbanas” das nossas cidades com bastante desembaraço. Os pneus são tubeless e ambos 100/80, variando o diâmetro. Os travões com CBS (não tem ABS mas actua sobre os dois travões em simultâneo) e dois discos - 240 mm à frente e 180 mm atrás - são suficientes e muito competentes. A
suspensão
hidráulica
tem
à
frente
convencional
amortecedor
lateral.
e
uma
atrás
Comporta-se
forquilha
um
mono
de
forma
competente com o senão do amortecedor traseiro esgotar rápidamente com impacto nas costas se cairmos nos muitos buracos e desníveis citadinos (o meu peso também não será alheio a esse efeito...). O assento está a 760 mm e o comprimento da moto ultrapassa ligeiramente os 2 metros. O peso é de 143 kg com uma bateria ou de 163 kg com duas. A moto está dotada de um sistema keyless através de comando remoto (também tem chave que servirá essencialmente para abrir o espaço por baixo do banco), que não só serve para a activar, como ao desligar a bloqueia e acciona o sistema anti-roubo
Falemos agora do coração da máquina com alarme. Tem um motor eléctrico Supersoco Vmoto com potência A potência máxima nominal de 4 kW. A potência máxima é de 4,8 kW (6,4 cv) é de 4,8 kW (6,4 que é impulsionado por duas baterias (neste caso, porque a cv)...e o binário é moto pode ser adquirida só com uma) de lítio de 60V/45Ah. de 171 Nm! O binário é de 171 Nm! Mas domesticado para arranques calmos. A
moto
vem
equipada
com
um
carregador Fast Charger de 70,5V/15Ah. Liga directamente na tomada doméstica e demora cerca de 3,5h a carregar cada uma das baterias. 7 horas no total, portanto. Existem
duas
formas
de
efectuar
o
carregamento: ou com as baterias no seu lugar e a utilização de uma que moto
tomada fica
na
localizada
abaixo
do
assento
ou,
em
alternativa, as baterias podem ser retiradas e carregadas em qualquer local onde exista uma tomada (uma de cada vez). Aqui poderá pensar-se: “é interessante a possibilidade de retirar a bateria e levá-la para casa ou para o escritório e recarregála”. Pois é....na realidade é possível. Mas cada
bateria pesa 20 kg... (comprovei!). as baterias têm uma esperança de vida útil de 1500 ciclos de Dois aspectos importantes relativos às baterias:
carregamento (equivalente a
têm uma esperança de vida útil de 1.500 ciclos
cerca de 100.000km) e
de carregamento (no mínimo equivalerá a cerca
garantia de 2 anos
de 100.000 km por bateria) e garantia de 2 anos, tal como a moto. O condutor controla digitalmente 3 modos de disponibilização da potência: 1 - ECO 2 - Normal 3 - Sport. O modo ECO limita a velocidade a cerca de 45 km/h e maximiza a autonomia - 140 km com 1 bateria e 280 km com 2. No modo Normal, a velocidade máxima será cerca de 65 km/h e a autonomia
baixa
para
90
/
180
km
respectivamente. Já no modo Sport, a potência é toda libertada, a velocidade máxima ultrapassa os 90 km/h mas a autonomia fica reduzida a 70 / 140 km, consoante o número de baterias. Veja-se a seguinte tabela com os valores alcançados nesta experiência:
Experiência de condução
Contrariamente à percepção geral, a SuperSoco, de forma deliberada, limita a disponibilização de potência no arranque. Ou seja, é progressiva e user friendly em vez de termos logo um “disparo”. Não é por isso uma moto rápida mas depois, a progressão é sempre constante. E esta progressão mostra uma característica importante: os 3 modos servem apenas para limitar a velocidade. Ou seja, se escolhermos o modo Sport, por exemplo, mas não ultrapassarmos
Os 3 modos servem apenas para limitar a velocidade
deliberadamente os 45 km/h, o efeito obtido é o mesmo que se optarmos pelo modo Eco. Por outro lado, se andarmos apenas no modo ECO pode suceder que se
necessitarmos
de
fazer
uma
ultrapassagem mais rápida depois nos faltar velocidade para a concluir. Em resumo, em condições normais de utilização em ambiente citadino - recordo que os limites de velocidade são, genericamente, de 50 km/h nas ruas e avenidas e 80 km/h em vias rápidas pode ser conveniente andar num modo menos económico para acompanhar a fluidez do trânsito e tornar a condução mais segura. Já em estrada, naturalmente a maior parte do trajecto será em modo Sport. Um conselho: o controlo da autonomia é fundamental quando conduzimos veículos eléctricos. Não é possível “atestar” em qualquer esquina... Por isso, manda a prudência que o valor sempre a reter seja o que a moto dá no modo 3-Sport. Até porque esse será sempre o pior cenário!
Mas com o hábito, este tipo de cuidados passa a ser natural. E é conveniente referir que a indicação de autonomia me pareceu sempre bastante fiável.
Apesar de o custo ser um pormenor fundamental, julgo que a opção de compra seria sempre da versão com 2 baterias. Até porque com uma autonomia de 70 km, só com uma bateria...o número de ciclos de carregamento tornar-se-á muito frequente e, principalmente, obriga a especiais
cuidados
para
não
haver
descuidos. Nos dias em que tive a SuperSoco CPX comigo,
utilizei-a
tanto
em
trânsito
citadino como numa voltinha de fim de semana por estradas nacionais. Em cidade porta-se lindamente. Acompanha
bem
o
trânsito,
tem
boa
maneabilidade e a sua resposta é eficaz. Sentimo-nos perfeitamente confortáveis no ritmo normal de circulação do trânsito, sem quaisquer constrangimentos. Em cidade porta-se lindamente!
Em estrada, não sendo essa a sua principal vocação, tem um comportamento muito correcto. É evidente que em subidas mais acentuadas poderá denotar alguma falta de força mas...provavelmente outros utentes da estrada sentirão o mesmo. Em curva tem um comportamento são que denota a boa qualidade das suspensões e o bom equilibrio do conjunto motor-ciclistica. Num
percurso
sinuoso,
a
velocidades na ordem dos 80 a 90 km/h, pode até tornar-se algo divertida. A tal não será estranho a sua ligeireza e o facto do centro de gravidade se situar relativamente baixo e no centro da moto, graças à colocação das 2 baterias que só à sua conta pesam 40 kg (25% do peso total do conjunto). Sob o ponto de vista de conveniência, é bom dizer que a solução de 2 baterias (a que recomendo) retira completamente qualquer espaço
possibilidade por
transportarmos
baixo
de
do
algum
utilizar
banco
objecto,
o
para muito
menos para lá guardarmos um capacete como é habitual neste tipo de motos (com motores de combustão). Há sempre a possibilidade de utilizarmos um saco ou mochila e pendurá-lo entre as nossas pernas, num gancho que existe na carenagem. Também nesta
existe
um
suficientemente
pequeno
espaço
profundo)
para
(mas levarmos
pequenos objectos ou ligarmos o telemóvel na tomada USB logo por cima.
Ainda a este respeito, de referir que a SuperSoco tem em curso uma campanha de lançamento em que oferece uma Top-case de 33 litros (cujo valor é de cerca de 80€ ). Até 31 de Agosto (de 2021)...
Custos de exploração
Quando analisamos a mobilidade eléctrica, um dos primeiros aspectos que releva é o do custo dos veículos. Que geralmente são mais caros que os correspondentes que funcionam a líquidos adquiridos a preço de ouro.
A SuperSoco CPx A SuperSoco CPX custa, na versão com 2 baterias, custa, na versão com 2 5.699 €
(aos quais acrescem os habituais custos
administrativos
de
cerca
de
360
€ ).
Ou
seja,
baterias, 5.699 €
(aos
quais acrescem os
arredondando, 6 mil euros (a versão só com uma
habituais custos
bateria fica por 4.599 + despesas). O que nos permite
administrativos de
concluir que o preço de uma bateria rondará os 1.100 € .
cerca de 360 € )
Ora a concorrente a motor a combustão visada pela CPX (a já atrás referida Honda PCX) custará pouco mais do que metade do seu valor! Como existem até modelos mais baratos no mercado, direi que é possível adquirir uma SuperSoco CPX pelo valor de 2 scooters 125.
Apesar do sucesso de vendas que referi no início...pode ser uma tarefa árdua convencer
os
consumidores
a
não
ser
que
os
restantes
custos
sejam
substancialmente inferiores. É o que vamos tentar perceber 1. Scooter “convencional” - Se o utilizador comum de uma scooter com motor de combustão efectuar 10.000 km em média por ano, para lá do consumo de combustível terá ainda que adicionar duas revisões à sua máquina. Admitamos 60€ por cada uma, ou seja 120€ . Com uma média aos 100km de 2,2 litros e um preço de referência de 1,70€ /litro de combustível significa que ao final do ano teremos um gasto
aproximado
de
380 € .
scooter (convencional)
Em resumo, o utilizador de uma scooter gastará cerca de 500 €
o utilizador de uma
por ano para
perfazer 10.000km.
gastará cerca de 500 € por ano para perfazer 10.000km
Em 10 anos (já veremos o porquê deste prazo) terá gasto 5.000 € custo de aquisição. 8.000€
mais os 3.000€
de
portanto. Nesta altura, o valor residual da sua moto será
muito próximo de nulo.
2. SuperSoco CPX - O comprador de uma SuperSoco CPX desembolsa 5.000€
na
aquisição da versão com uma bateria que terá uma vida útil de 100.000 km (os tais 10.000 km por ano atrás utilizados no cálculo). Por ano, para efectuar os mesmos 10.000 km que o da scooter a combustão, terá que efectuar (no pior cenário que será o de utilizar sempre o nível de potência máximo ou a autonomia mínima, isto é 70 km) 143 ciclos de carregamento da bateria que armazena 2,7 kWh.
Segundo o site Electromaps num estudo recente, o valor de carregamento de uma bateria automóvel de 60 kWh é, em Portugal, de cerca de 13,25 €
(também aqui não
somos dos mais baratos da Europa...), logo, em proporção, o ciclo de carregamento da CPX custaria 0,60 €
(convém salientar que o custo de carregamento de baterias
automóveis nos postos públicos tem um custo de kWh mais barato que o dos consumidores domésticos..). Em resumo, o custo energético para os 10.000 km seria de 86 € . Ou 860 € no final do período de 10 anos e 100.000 km que seria a vida útil da bateria da CPX e nessa a SuperSoco CPX altura poderíamos também assumir que o valor residual da moto seria negligenciável. gastaria anualmente, para fazer
Admita-se que as revisões da SuperSoco teriam metade do
10.000kmm
valor e a mesma periodicidade das da scooter a combustão.
cerca de 146€
Duas por ano e 60 €
no total. Ou mais 600 €
no final do 10
anos. Resulta num total de 6.460€ . 3. Outras considerações - Há custos que não são considerados porque vamos assumir que são equivalentes: pneus, pastilhas de travão e outros elementos de desgaste. Os motores eléctricos têm menos manutenção porque têm menor número de partes móveis
e
tenho
dúvidas
que
a
sofisticação dos módulos electrónicos de gestão da energia eléctrica sejam muito diferentes em sofisticação e fiabilidade relativamente aos que são incluídos nas motos
de
motor
a
combustão
da
actualidade devido à necessidade de adequação às normas ambientais. A este respeito, vi recentemente um estudo internacional relativo ao sector automóvel (em Autoportal.pt) no qual os custos de manutenção dos veículos eléctricos tinham um valor de cerca de 1,6 vezes superior aos automóveis com motor de combustão
interna. Tal devia-se ao facto de serem tecnologia nova e as intervenções serem mais demoradas porque os problemas surgidos também seriam novos...
Não levei em
consideração esta informação mas tinha que a referir.
Resumindo o valor estimado para uma scooter com motor de combustão interno seria, no final dos 10 anos e 100.000km de 8.000€ . o valor estimado para a SuperSoco CPX (com uma bateria) seria, no mesmo prazo e distância, de 6.460€ . A um prazo de 10 anos, a poupança de uma Uma poupança de cerca de 20%. SuperSoco CPX versus uma scooter a combustão como a PCX Por outro lado, o tipo de utilização poderá fazer poderá* representar uma poupança de cerca de deslocar a vantagem para um ou outro lado. Ou seja, 20%. os motores de combustão interna são menos eficientes * dependendo do tipo de (maior consumo por quilómetro percorrido) em utilização e da evolução ambiente urbano do que em estrada aberta. Já os dos preços energéticos motores eléctricos têm o comportamento inverso. Ou seja, se a utilização for exclusivamente urbana, o ponto de equilibrio vai surgir antes e o benefício do veículo eléctrico surgirá bastante mais cedo tornando-o mais racional.
Estes cálculos valem o que valem. Num prazo de 10 anos não podemos fixar os valores de custo, seja da gasolina seja da energia eléctrica. Numa lógica meramente de oferta/procura, seria normal que avançando a mobilidade eléctrica os consumos de combustíveis fósseis se reduzissem, logo menor procura e redução de preço (mas como este é quase totalmente administrativo devido aos impostos...). Já a energia eléctrica tenderá a aumentar o seu preço. Pelo efeito de maior procura mas também porque o incremento de capacidade produtiva terá que ser subsidiado pelos consumidores... e isto se entretanto o estado não achar que será conveniente acrescentar mais umas taxinhas ao custo da energia! Finalmente, dois aspectos que não são despiciendos: 1. a vontade do comprador e o seu posicionamento face às políticas de mobilidade no presente e no futuro; 2.
a
maior
ou
menor
confiança
do
comprador
relativamente à fiabilidade dos veículos em comparação e à sua expectativa de duração dos mesmos. Ou da sua posse. E a capacidade para um maior investimento inicial que depois se dilui na utilização subsequente.
Em conclusão Relativamente ao caso concreto da SuperSoco CPX considero tratar-se de uma solução muito válida para deslocações em meio urbano.
considero a SuperSoco CPX uma solução muito válida para deslocações em meio urbano
Como julgo ter demonstrado, não será propriamente o aspecto financeiro a ser decisivo porque a um menor “custo de exploração” corresponde um bastante superior “custo de aquisição”. Caberá assim, a cada um, definir quais as suas opções preferenciais.
A utilização desta CPX serviu-me também para consolidar a ideia que o domínio preferencial da mobilidade eléctrica será o meio urbano uma vez que o consumo da energia armazenada nas baterias cresce exponencialmente à medida que a velocidade aumenta. Por isso as autonomias medidas em quilómetros são bastante superiores nas deslocações urbanas se comparadas com a rapidez com que vemos essa mesma autonomia desaparecer se conduzirmos em estrada aberta. Por isso (e outras razões cujo espaço de debate não será este) julgo que a mobilidade eléctrica é uma das soluções do presente e do futuro da nossa mobilidade. Mas não será a única nem a definitiva. Resumo tudo no seguinte: se (ou quando) os custos de aquisição se reduzirem, aproximando estes veículos dos dos motores de combustão equivalentes, a solução eléctrica será a ideal para o meio urbano e até sub-urbano. E, sem dogmas ambientalistas, esta será a melhor solução para o ecosistema onde vivemos. Porque é precisamente no meio urbano que o factor poluição é crucial. Não
é
no
meio
rural...
não
se
esqueçam que as árvores precisam do carbono para produzirem oxigénio. Chama-se fotosíntese... Quanto ao acréscimo de produção de electricidade para os alimentar, isso “são outros 500!”
SuperSoco CPX - o filme
A recolha de imagens feita durante esta experiência com a SuperSoco CPX deu origem a um vídeo que poderá ser visto no Canal de YouTube de Viagens ao Virar da Esquina.
Agradecimentos Sobre a SuperSoco CPX ficou tudo dito. Por isso importa aqui deixar os devidos agradecimentos: – À MOTEO, SA, representante nacional da Super Soco entre outras marcas e a quem fico grato pela constante disponibilidade, colaboração e amizade. – À WATT - Electric Moving, concessionário da marca, localizado no Parque das Nações em Lisboa, que nos brindou com uma enorme simpatia e disponibilidade. – Aos amigos sempre presentes que me ajudam com os seus comentários e na captação de imagens. A todos um enorme bem haja! VIAGENS AO VIRAR DA ESQUINA está presente nas seguintes plataformas: SITE (as crónicas): https://viagensaovirardaesquina.wordpress.com/ FACEBOOK (os conteúdos): https://www.facebook.com/viagensaovirardaesquina LINKEDIN (os conteúdos): https://www.linkedin.com/in/viagens-aovirar-da-esquina-por-by-henrique-saraiva/ YOU TUBE (os vídeos): https://www.youtube.com/c/ViagensaoVirardaEsquina INSTAGRAM (as imagens): https://www.instagram.com/viagens_ao_virar_da_esquina/ ISSUU (magazine): https://issuu.com/viagensaovirardaesquina Sigam Viagens ao Virar da Esquina numa destas plataforma - ou em todas! - porque é a vossa companhia que nos motiva a prosseguir. Obrigado por estarem aí!