“MEMÓRIAS” O MUNDO QUE NÓS PERDEMOS
8 DE MARÇO
002 MARÇO 2013
PARA QUE NUNCA SE ESQUEÇA
“UM OLHAR SOBRE VILA DO CONDE” POR ANABELA NOVAIS
Nº 002 Março 2013
CAPA Fotografia de: Mónica de Sousa Título: Da fonte ao convento... Local Aqueduto Vila do Conde Outubro 2012
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CONTEÚDO
03 EDITORIAL OLHAR SOBRE 05 “UM VILA DO CONDE” POR ANABELA NOVAIS
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13 8 DE MARÇO
PARA QUE NUNCA SE ESQUEÇA
17 DESTAQUES 25 “MEMÓRIAS”
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41 ESPÍRITO DO LUGAR 47 FOTOVILA 51 26 DE MARÇO 57 CDJR
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65 “PERCURSOS”
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O MUNDO QUE NÒS PERDEMOS ARTESANATO E DESIGN CONCURSO FOTOGRAFIA DIA DE VILA DO CONDE CLUBE DESPORTIVO JOSÉ RÉGIO - BASQUETEBOL OS PASSOS DO SENHOR DOS PASSOS
79 SABIA QUE ... ? PROTEÇÃO NO DESEMPREGO
81 AGENDA
FEVEREIRO
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EDITORIAL Com a primeira publicação online editada há quase um mês, nesta segunda revista pretendemos chegar mais longe e a mais vilacondenses. Assim, nesta edição adicionamos uma nova rubrica intitulada “Sabia que …?” à nossa revista onde iremos abordar, ao longo das publicações mensais, temas de diversas áreas, em jeito de curiosidade, mas sobretudo procurando ser de grande utilidade; na corrente edição a rubrica versará sobre a proteção no desemprego, assunto que assume especial relevância dadas as condições laborais precárias atuais. Na rubrica “Um olhar sobre Vila do Conde”, convidamos Anabela Novais, responsável pela Biblioteca da ESEIG de Vila do Conde, a partilha com os nossos leitores as suas vivências e os seus locais prediletos nesta terra de todos nós. Damos ainda, e como já começa a ser usual, destaque às memórias e à história do concelho de Vila do Con-
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de num artigo onde lançamos um olhar ao mundo que nós perdemos, reflectindo sobre a política praticada em terras do Ave no período pombalino. O roteiro turístico “Percursos” destaca uma caminhada pelos Passos do concelho, a propósito da Procissão dos Passos que se realiza no início do mês; fazer este percurso proposto é uma forma de dar a conhecer não só os Passos mas também a zona histórica da cidade. Destacamos ainda algumas efemérides, nomeadamente o dia da Mulher e o dia de Vila do Conde; o primeiro por ser o reconhecimento de décadas de luta; o segundo por ser o dia em que se assinala o aniversário da nossa cidade, data que não poderíamos deixar de assinalar. O espaço comercial Espírito do Lugar, que se distingue pelas suas peças de artesanato e design, tem nesta edição especial destaque, para que os vilacondenses fiquem a co-
nhecer melhor este espaço. Também as associações do concelho merecem uma posição de destaque na nossa revista pelo papel social e, neste caso específico, desportivo que desenvolvem; iremos conhecer um pouco como funciona o Clube Desportivo José Régio e de que forma cativa os seus atletas. No entanto, a atualidade não fica esquecida pelo que procedemos também à divulgação das várias atividades desenvolvidas pelas associações e clubes do concelho, assim como de algumas notícias que se destacaram no panorama vilacondense. Por último, e de modo a promover a ocupação de tempos livres dos habitantes e visitantes do nosso concelho, deixamos algumas sugestões de atividades com a agenda. Conheça o passado e o presente do nosso concelho. Vale a pena conhecer Vila do Conde!
Alexandre Maia Diretor e-vilacondense alexandre.maia@lexart.com.pt
“UM OLHAR SOBRE VILA DO POR ANABELA NOVAIS
Responsável pela Biblioteca ESEIG Vila do Conde Vila do Conde sabe a(mar)… A imagem que associo a Vila do Conde é a da beleza tranquila da vista de comboio sobre o Rio Ave, à entrada do centro da cidade, com a azenha quinhentista na margem esquerda e, à direita, a imponência do Mosteiro de Santa Clara. Há uma ligação que construímos com os lugares por onde passamos. Para mim, os locais surgem na nossa memória nunca apenas pela beleza
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da paisagem, mas sempre associados aos cheiros, aos sons e às pessoas que fazem esses espaços. O acaso e as escolhas que tomamos ou, até, o acaso de as tomarmos, é que nos levam para esses lugares. Foi o acaso de uma escolha de trabalho que me trouxe a Vila do Conde, em 1995, numa altura em que, por vezes, até havia, em simultâneo, mais do que uma oferta de emprego.
O CONDE”
A partir dessa altura, a maior parte do meu tempo é passada em Vila do Conde na Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), inicialmente com instalações na Avenida Júlio Graça, as atuais instalações do Telecentro. Era, em 1995, a única funcionária da Biblioteca, que dividia o horário de trabalho pelas duas instalações da ESEIG, a outra na Póvoa de Varzim, na Avenida Mouzinho de Albuquerque. Apercebi-me, logo, da rivalidade existente entre as duas cidades, preconizada pelos estudantes dos dois pólos, visível na existência de mais do que uma tuna académica, duas associações de estudantes e, também, pelas conversas sobre as cidades, por vezes acesas, que decorriam nas viagens de comboio 07 e-vilacondense
para o Porto. Atualmente, e desde 2001, felizmente, considero essa rivalidade completamente dissipada, consequência da localização das atuais instalações da ESEIG, a ocuparem terrenos de ambos os concelhos, junto ao Estádio do Rio Ave. Curiosamente, continuo a passar a maior parte do tempo em Vila do Conde, o edifício onde está localizada a Biblioteca fica em terreno vilacondense. Também logo no início, Vila do Conde deixou de ser apenas a cidade do local de trabalho. Lembro-me de assistir a um concerto para bandas locais, também na Avenida Júlio Graça, acho que em 1996, de ver a atuar os “No Tolerance for Silence” e, a recordação perfeita, de ver os “Turbo Junkie”, banda dos ir-
mãos Praça, a cantarem “Switch on”. Comecei a trazer cá os amigos do Porto, ao Café Concerto, às sessões do “Curtas”, à Feira de Artesanato… Lembro-me também de um ano, penso que em 2001, de termos vindo assistir ao concerto dos “Primitive Reason” no Festival da Juventude. Mas, mais do que todos estes sons rock, Vila do Conde, para mim, soa a “Dunas”, a canção dos GNR que, pelo valor emocional e pela beleza do ondulado do areal, associo à praia da Azurara, durante vários anos, “A minha praia”. Volta e meia, vejo o Paulo Praça e a Manuela Azevedo, dos Clã, nos locais onde costumo almoçar. Juntamente com o apenas residente Valter Hugo Mãe, considero-os os atuais embaixadores da cidade, pelo
reconhecimento de que são alvo e porque, apesar da fácil identificação que a dimensão geográfica do Porto traria, fazem questão de dizer que são de Vila do Conde. A fase da descoberta da cidade, para além do centro, foi quando Vila do Conde passou a ser, também, mote para todos os trabalhos de Licenciatura. Quase inevitável, se tivermos em conta a vontade de saber mais do local, o curso de Gestão do Património e as potencialidades que Vila do Conde apresentava nas mais diversas vertentes patrimoniais. Os trabalhos de património arquitetónico, arqueológico, rural ou literário, para além de verem a seleção do tema facilitada, ainda saíam valorizados pela riqueza do património vilacondense.
Considero que descobri a cidade, em particular, por causa do trabalho de património rural. Andava à procura de azenhas e espigueiros e passava, por isso, horas e dias a percorrer as freguesias, a fotografar exemplares desse património e a falar com pessoas simpáticas que, amavelmente, me convidavam a entrar nas suas casas agrícolas. Apesar de ter noção da ruralidade do concelho, fiquei surpreendida com a quantidade e com as utilizações dadas a esses exem-
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plares. Lembro-me de ter encontrado tampos de mesas que eram mós de moinhos, espigueiros que guardavam de tudo, menos espigas, mas, registei, sobretudo, o orgulho dos proprietários ao mostrarem as rodas de puxar água, os espigueiros e as azenhas que haviam recuperado. Recordo, no âmbito desse trabalho, as pessoas afáveis e um cenário digno de postal, o da ponte românica D. Zameiro e da azenha com o mesmo nome, que fica na freguesia de Bagunte.
O Mosteiro de Santa Clara albergava, na altura, a Casa de Detenção e Correção, alvo do trabalho da disciplina de antropologia. Segundo o Padre, Diretor da Casa, nessa mesma altura, apareciam estudantes de todo o lado, e de todas as áreas, a querer fazer trabalhos sobre o Mosteiro, fosse numa perspetiva patrimonial ou social. Tive a oportunidade de visitar o edifício no dia de São João Bosco, dia em que, anualmente, o Mosteiro se abria aos visitantes e às famílias dos miúdos que estavam na Casa de Detenção e Correção. Impressionou-me a arquitetura e a monumentalidade de um edifício, considerado o mais emblemático da cidade, embora, o seu estado atual de conservação inspire tristeza a to-
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dos os vilacondenses. E porque a minha vida sempre girou muito à volta de bibliotecas, não poderia deixar de referir a Biblioteca Municipal de Vila do Conde. Na altura, a biblioteca eleita para as pesquisas dos trabalhos, ocupava a Casa de S. Sebastião, edifício magnífico também, mas em muito mau estado. Numa época em que a digitalização não era uma banalidade e que a consulta de periódicos em papel se previa interminável, elaborar trabalhos implicava, por isso, muitas horas passadas na sala de consulta, pequena, mas acolhedora. É agradável, por isso, ver no que o edifício se transformou, atual Centro de Memória, e que o edifício da, agora designada, Biblioteca Municipal de
José Régio, curiosamente inaugurado aquando do centenário do nascimento do escritor vila-condense, seja, também, já um marco representativo da cidade. Vila do Conde é todo esse património arquitetónico notável, do Mosteiro de Santa Clara à Igreja do Perpétuo Socorro, da Igreja Matriz ao Forte de São João, passando pelo Aqueduto, que atravessa a cidade, e pela agência do Banco Borges & Irmão, da autoria de Siza Vieira… Vila do Conde tem, acima de tudo, a capacidade de nos apaixonar, aquela escala ideal que nos conforta, o som das ondas, o cheiro do mar e os amplos espaços que a vista consegue alcançar…
8 DE MARÇO PARA QUE NUNCA SE ESQUEÇA POR PAULA MIRANDA Mestre em Estudos Americanos
Mês de março. Incontornável, o dia 8 deste mês tem vindo cada vez mais a ganhar o seu lugar nas efemérides assinaladas. É do dia internacional da Mulher que falamos. Mulher com M maiúsculo porque se refere a todas as Mulheres, as do passado, do presente e do futuro, as que se destacam na História e nas histórias, as que choram e as que riem, as que se transfiguram diariamente em inúmeros papéis de mulher, amiga, namorada, esposa, mãe, avó, profissional. Não pretendemos fazer neste artigo uma exaustiva resenha histórica das condicionantes que levaram à
criação deste dia. No entanto, ao longo de décadas foram várias as manifestações das Mulheres, e múltiplas as formas de luta destas de modo a alcançarem os seus propósitos. Assim, e a título de exemplo, em 1917, a coragem e ousadia das mulheres russas revelou-se em manifestações por “pão e paz”, por melhores condições de vida e trabalho; durante a revolução francesa muitas mulheres marcharam em Versalhes exigindo liberdade e igualdade; o movimento das sufragistas um pouco por todo o mundo, que merece destaque por ter travado duras batalhas pelo reconhecimento dos direitos da mulher e pela sua posição de igualdade na vida social, laboral e política. Foi o ano de 1975, época de outras revoluções em Portugal, o seleccionado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher, atitude que se instituiu como um prenúncio para que em dezembro de 1977, o dia 8 de março fosse escolhido pelas Nações Unidas como o Dia Internacional da Mulher, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
Na atualidade, este dia é celebrado em todo o mundo e das mais variadas formas, procurando comemorar as vitórias das Mulheres nos diversos campos da sua vida, as já conseguidas e aquelas que acontecem todos
os dias. Porque apesar da igualdade ser já um dado adquirido, muito há ainda a fazer, e muitas Mulheres travam ainda duras batalhas diariamente, quer na sua vida profissional, quer na sua vida social e pessoal.
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Por isso é importante lembrar e relembrar o 8 de março como o dia das Mulheres; é importante hastear esta data como uma bandeira bem alta, a ondular à brisa suave ou a debater-se com o vento de tempestade. Esta data é sempre um marco, e em cada ano que é assinalada se mencionam novas conquistas e se apontam novos objetivos nesta luta
sem fim, nesta procura da igualdade e liberdade plenas. Porque ainda há Mulheres que estão aprisionadas, por si mesmas ou por outros, que sorriem quando choram por dentro, que usam a máscara da força quando o seu âmago é frágil e se despedaça. Por tudo isto, este é o mês de março, e dia 8 é o dia internacional da Mulher. Para que nunca se esqueça.
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte! Como sabes ser doce e desgraçada! Como sabes fingir quando em teu peito A tua alma se estorce amargurada! Quantas morrem saudosa duma imagem. Adorada que amaram doidamente! Quantas e quantas almas endoidecem Enquanto a boca rir alegremente! Quanta paixão e amor às vezes têm Sem nunca o confessarem a ninguém Doce alma de dor e sofrimento! Paixão que faria a felicidade. Dum rei; amor de sonho e de saudade, Que se esvai e que foge num lamento! Florbela Espanca
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DESTAQUES
Procissão dos Passos sai amanhã e Domingo em Vila do Conde Em pleno período Quaresmal, nunca é demasiado lembrar o sacrifício de Cristo, quase há dois mil anos, em Jerusalém. Préstitos que evocam a «Paixão de Cristo» há-os um pouco por toda a parte. Mas em Vila do Conde tem um caráter especial, pois retoma uma tradição multissecular, ora recuperada pela Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde. Segundo notícia avançada pela imprensa local, serão os funcionários da Instituição a assegurar o figurado
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necessário para a composição dos quadros bíblicos que integram a Procissão do Senhor dos Passos. E é de louvar este empenho quer da Mesa da Santa da Misericórdia, como dos seus funcionários, que sacrificam o seu Domingo, para que o préstito decorra com a máxima solenidade que lhe é esperado. Pena é que não haja mais envolvimento dos vila-condenses, que assim desmotivam quem organiza esta procissão de amplo significado na vida comunitária.
as solenidades da Quaresma e Semana Santa constituem pontos de atração para milhares de pessoas. Primor da escultura vila-condense do século XIX, da autoria de João d’Afonseca Lapa, é a imagem do Senhor dos Passos. O autor, que se lhe referia carinhosamente como “o meu menino”. Trata-se de uma imagem de pleno vulto, com dimensões humanas. Mais de que ter demonstrado capacidades para esculpir uma imagem nas devidas proporções humanas.
Há nestas manifestações um caráter essencialmente religioso. Mas, em tempo de crise económica, não podemos descurar a importância económica que atividades como esta têm para a dinamização da cidade e, mais concretamente, do comércio do Centro Histórico. Numa época em que tudo se quantifica para adquirir validade, eis uma boa contribuição que a Igreja e a Misericórdia dão à sociedade civil, a exemplo de outras cidades como Braga, Vila Nova de Famalicão, Póvoa de Varzim, onde
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Mais de que ter demonstrado capacidades para esculpir uma imagem nas devidas proporções humanas, João d’Afonseca Lapa quase parece ter sido testemunha do sacrifício de Cristo, tal é a expressão que esta imagem nos transmite: trata-se de uma imagem que representa a queda de Cristo, carregando o imenso madeiro da cruz (colocada sobre o ombro direito); da túnica roxa, que envolve o corpo, se descobre o ombro e a musculatura do peito. Mas o que mais impressiona é o rosto, emoldurado pelo sangue, e a expressão do olhar
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que mistura a mansidão e a dor. É, de facto, uma execução notável de João d’Afonseca Lapa, que se compreende como um trabalho quase pictórico. Se, a esta imagem, lhe juntarmos a imagem da Senhora das Dores, mulher de rosto jovem e doce, marcado pela dor, a beleza das talhas dos andores, dos estandartes, bandeiras e guiões processionais, diremos que esta procissão é o desfile de um importante património religioso, cultural e humano de uma das instituições mais antigas da cidade.
Elisa Ferraz é a candidata do PS à Câmara Municipal de Vila do Conde
Na reunião da Comissão Política do Partido Socialista (P.S.), de 28 de fevereiro, foi eleita a Dr.ª Elisa Ferraz como candidata do Partido à Presidência da Câmara Municipal de Vila do Conde. Elisa Ferraz, que exerce há 16 anos o cargo de Vereadora da Câmara Municipal de Vila do Conde, recolheu 77 dos votos a favor, 12 contra e 7 abstenções, votação que, segundo o Presidente da Política Concelhia, se fez por votação secreta. Coube ao atual Presidente da Câmara, e presidente da concelhia do P.S., eng. Mário Almeida, apresentar 21 e-vilacondense
a candidata, para cuja escolha auscultou os autarcas municipais e das freguesias, representantes de instituições diversas e personalidades, bem como uma sondagem levada a cabo por uma conceituada empresa, que revelou que a simpatia dos vilacondenses recai sobre a atual Vereadora. Elisa Ferraz foi apresentada como garante da continuidade da atual Vereação, equipa que com o Mário Almeida “assumiu a responsabilidade de promover Vila do Conde, contribuir para o crescimento harmónico concelhio e cimentar a política
de humanização em curso que visa garantir maior equidade e verdadeira justiça social.” Segundo o comunicado é de esperar que o futuro executivo municipal integre nomes da atual equipa e que possa ser reforçado com nomes que se traduzam em efectivas mais-valias. É com humildade que Elisa Ferraz se coloca perante o julgamento dos vilacondenses, fato que, como Vereadora, encara já há 16 anos, altura em que deixou a carreira docente, para integrar o executivo municipal. E, reconhecendo as dificuldades do tempo presente, disse que continuava “determinada a continuar o trabalho encetado colocando sempre a Pessoa de cada Munícipe no centro da ação que pretendo desenvolver”. Elisa Ferraz é licenciada em Química, pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Foi professora efectiva da Escola Secundária José Régio. Desde 1998 é o rosto do município para as áreas da Ação Social, Terceira Idade e Deficiência, Educação e Parque Escolar, Cultura e Formação Profissional. É ainda Presidente do Conselho Local de Ação Social de Vila do Conde, Presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, Presidente da direcção do Centro Ciência Viva de Vila do Conde e Presidente do Conselho de Administração da Fundação Dr. Elias de Aguiar. É, também membro executivo da Direção do Movimento de Apoio ao Diminuído Inteletual (MADI), des-
de 1982. A apresentação pública decorreu em pleno mês dedicado especialmente à mulher. Note-se, aliás, a presença da candidata do P.S. à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Elvira Ferreira, que veio para felicitar Elisa Ferraz. Mário Almeida afirmou, por fim, que os 62 anos da candidata não eram obstáculo à apresentação de um projeto autárquico para doze anos. Relativamente ao seu futuro político, Mário Almeida espera poder retribuir às Associações o bem que elas lhe fizeram. O atual Presidente, deixará a Câmara ao fim de 39 anos, por virtude da Lei de Limitação de Mandatos. Elisa Ferraz junta-se assim a Miguel Paiva (PSD) na corrida à autárquicas 2013. Numa perspetiva cívica saudamos todos os candidatos que, durante os próximos meses, debaterão as ideias que têm para Vila do Conde. Cabe-nos a nós, eleitores, ouvir essas propostas e participar ativamente na construção do modelo de desenvolvimento e projeção que queremos para o governo municipal. E se enfrentem tempos difíceis, com algum descrédito para a política e os que a exercem, não nos podemos furtar a participar no acto eleitoral que decorrerá em outubro próximo. Por isso, desde já fica o apelo; participe, informe-se e, sobretudo, vote. Não deixe a outros uma decisão que é sua.
A Minha Escola Adota Um Museu, Um Palácio, Um Monumento
A Câmara Municipal de Vila do Conde, através do Museu de Vila do Conde, dinamizará localmente a iniciativa A Minha Escola Adota um Museu…, promovendo projetos que articulem a comunidade escolar com o património local. Esperamos a adesão das escolas locais para assim melhor promover a conservação e dinamização do rico e diversificado património cultural local. Os interessados poderão contactar o Museu de Vila do Conde pelo e-mail: museus@cm-viladoconde.pt ou pelo telefone 252248470. O concurso escolar “A minha escola adota um museu, um palácio, um monumento...” consiste na elaboração de trabalhos criativos a partir de testemunhos dos Museus e Palácios que integram a Rede Portuguesa de 23 e-vilacondense
Museus ou dos Monumentos tutelados pela DGPC. Os trabalhos premiados apresentados a concurso serão objeto de avaliação por um júri e de apresentação final em exposição num museu ou palácio que integre a Rede Portuguesa de Museus ou num monumento tutelado pela DGPC. Categorias. Foram definidas as seguintes categorias de candidatos: - 1º Ciclo do Ensino Básico - 2º Ciclo do Ensino Básico - 3º Ciclo do Ensino Básico - Ensino Secundário - Educação Especial Entrega dos trabalhos: Os portefólios contendo os trabalhos para apreciação deverão ser entregues nos museus, palácios ou monumentos com os quais se colaborou até ao dia 17 de maio de 2013.
Exposição de Rendas de Bilros junta artistas Até 11 de maio, o Museu Municipal de Vila do Conde, em parceria com a Câmara Municipal de S. João da Madeira e o Museu de Chapelaria, vai promover uma exposição com o título “Das rendilheiras aos designers”. Dedicada à tradição das Rendas de Bilros, durante estes meses estarão disponíveis ao público peças de rendas de bilros tradicionais e contemporâneas, apreciando as diferentes manufaturas. Além das rendas, na mostra podem ainda ser apreciados documentos e fotografias testemunhas da história desta arte e da sua implantação em Vila do conde.
Exposição de Rendas de Bilros junta artistas
O Museu das Rendas de Bilros, localizado na Casa do Vinhal, na Rua de S. Bento, tem a sua atividade centrada na preservação e valorização das Rendas de Bilros, tanto na sua perspetiva histórica como de investigação e desenvolvimento de rendas de bilros contemporâneas. Com o objetivo de ser apresentada uma nova exposição de longa duração, o Museu encerrará para visitas até 8 de Março. Durante este período será efetuada uma intervenção no edifício e será criada uma nova exposição de Rendas de Bilros e de peças com aplicações de rendas do acervo do próprio Museu e de outros Museus Portugueses que cederam peças para esta exposição, tais como o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional Soares dos Reis.
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“MEMÓRIAS”
O MUNDO QUE NÓS PERDEMOS
Política em terras do Ave no período pombalino POR HÉLDER GUIMARÃES Mestre em História Contemporânea
Quando era jovem estudante de História na faculdade de Letras da Universidade do Porto foi-me proposto elaborar um trabalho de recensão crítica, com base num livro do autor inglês Peter Laslett. A obra chamava-se “O mundo que nós perdemos”. Perante a terrífica ideia de perder horas e horas a fio, encerrado num gabinete da Biblioteca da Faculdade (o livro não era requisitável), confesso que comecei por detestar a ideia. Mas o tema revelou-se deveras interessante: tratava das transformações sociais, económicas e políticas na turbulenta Inglaterra das Revoluções Agrícola e Industrial do século XVIII. A teoria, perfeitamente confirmada pelos números apresentados, confirmava a Revolução, isto é a mudança estrutural da sociedade, do feudalismo para liberalismo. Isto é, as mudanças ocorridas nos campos ingleses, associadas à industrialização das cidades, tinha destruído os laços de solidariedade e as tradições rurais; os grandes senhores rurais, tinham sido substituídos pelos industriais da cidade, e a Igreja perdia, passo a passo, a sua influência tradicional na sociedade. Será que o mundo que Laslett perdeu foi o mesmo que nós perdemos?
Um terramoto que abalou Portugal
Terramoto Lisboa. Imagem da Kosak colection, Earthquake Engineering Research Center
Lisboa, 1 de novembro de 1755. Dia de Todos os Santos. Às nove horas da manhã as igrejas enchem-se de fiéis para uma das maiores Solenidades da Igreja Católica. Das profundezas surge um estrondo, que logo se transforma num abalo. Os sinos tocam, sem que ninguém lhes toque, e caem as Igrejas, os palácios, as casas dos mercadores e os casebres dos pobres, numa Lisboa mergulhada no caos. Ao terramoto, surge um gigantesco tsunami que engole as zonas da baixa lisboeta e arrasta os cidadãos que no amplo Terreiro do Paço se tinham alojado, para escapar aos desmoronamentos. Depois veio o fogo, como que para purificar os pe27 e-vilacondense
cados da urbe, centro de um império fundado, no pensamento de muitos, no pecado. Esta imagem dantesca da Lisboa de 1755 todos a temos na memória, dos livros de História. Da confusão de uma corte desvairada (e que milagrosamente escapou à tragédia) emergiu a figura toda poderosa de Sebastião José de Carvalho e Melo. O Secretário de Estado de D. José I surge como a figura pragmática perante a ineficácia de tantos duques, marqueses e condes. E na sua mente estava a criação de uma cidade e uma sociedade que se ergueria, qual fénix renascida das cinzas, do terramoto de Lisboa. Em nome de D. José I, o absolutismo esclarecido,
isto é, fundamentado na razão, será exercido em toda a plenitude para arrancar Portugal de uma posição decadente e subalterna em relação a outros países europeus. Desde já se afirma ser abusiva a comparação entre o Absolutismo joanino ou josefino e a Ditadura Salazarista. São realidades incomparáveis, porque embora se reconheça que o poder real era absoluto relativamente a todos os seus subordinados, mas limitado pelo poder Divino, pelo Direito Natural e pelo Direito Consuetudinário, isto é, os costumes do Reino, e neste período pela necessidade de promover o bem comum da sociedade (Despotismo Esclarecido) 1. Mesmo que quisessem D. João V ou D. José I exercer esse poder até à ínfima parte da sociedade, não dispunha a coroa de um aparelho de Estado realmente eficaz, que pudesse controlar a população e o território. Se vivêssemos no século XVIII, o Governo não seria eleito democraticamente, como hoje o fazemos. Aliás, e como muito bem observava G. Oestreich “o conceito de centralismo tirado da linguagem dos secs. XIX e XX, tal como muitos outros conceitos, não se adequa às caraterísticas dos tempos anteriores a 1800”.
O domínio do príncipe estaria ao nível da corte e das terras de que era diretamente donatário. Mas ao nível local, o poder mantinha-se, ainda, nas mãos das corporações feudo-medievais 2. Será que em Portugal o poder Real se aplicava mais profusamente no território, ou mostrava as mesmas debilidades de implementação que os seus congéneres europeus?
D. José I cerca de 1773. Miguel António de Amaral
1 Francisco Sampaio, na obra “Prelecções do direito pátrio, público e particular (…)” editado em Coimbra em 1793, afirmava que “Segundo os princípios de Direito Público Universal (p. 25) é certo, que aos Monarcas na acepção genérica compete a autoridade de governarem, e regerem a Monarquia a seu arbítrio, sem outra norma, que o fim da mesma Sociedade. Estes direitos em si mesmo muito vastos, e abundantíssimos, se podem comodamente reduzir a cinco capítulos: Legislativo, Inspetivo, Policiativo, Judiciativo, e Executivo. Destes Direitos essenciais, e inabdicáveis da Suprema Majestade, usam efectivamente os Monarcas Portugueses.” In HESPANHA, A. Manuel, s.d. – “Poder e Instituições na Europa do Antigo Regime”, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 407-408. 2OESTREICH, G., “Problemas estruturais do absolutismo europeu” in HESPANHA, A. Manuel, s.d. – “Poder e Instituições na Europa do Antigo Regime”, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian
E se os monarcas não dominavam o território, certo é que tentaram. A prova disso são os diversos inquéritos enviadas às Paróquias, para recolher dados sobre a administração política e judicial do Reino, a população e a economia, os recursos económicos e hídricos, as serras. Uma das provas da debilidade deste Estado Absoluto é o facto de que unicamente se conseguia produzir um inquérito de dimensão na-
cional recorrendo à única instituição verdadeiramente implantada no território, isto é as paróquias da Igreja Católica, e recorrendo ao único estrato da sociedade que tinha uma capacidade sistemática de ler, escrever e conhecer efetivamente a população, isto é, o clero. Este é o contexto de produção da fonte que norteará este artigo: as Memórias Paroquiais de 1758 3.
A Coroa Real, símbolo da Monarquia absoluta. Curiosamente o exemplar ilustrado serviu para a aclamação Régia do último rei absoluto D. João VI que decorreu no Rio de Janeiro em 1818. Daí em diante serviu em todas as aclamações dos Reis constitucionais.
3 As Memórias Paroquiais de 1758 foram disponibilizadas pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo e podem ser consultadas em http://digitarq.dgarq.gov.pt/details?id=4238720. Dada a escassez de espaço que aqui dispomos, não vamos fazer uma citação sistemática das diversas memórias. Existe uma versão impressa, com a devida transcrição paleográfica das Memórias Paroquiais de Bernardino Areal da Silva, que se intitula “Vila do Conde e as freguesias do seu concelho nas Memórias Paroquiais de 1758”, obra editada pelo autor em Janeiro de 2008, e disponível na Biblioteca Municipal, obra que naturalmente saudamos pelo contributo para o conhecimento da História de Vila do Conde. 4 Memória de Leça
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Vila do Conde, um “não-concelho” inserido num “não-estado” Quando hoje olhamos para Vila do Conde, olhamo-lo como uma grande entidade administrativa, com as suas trinta freguesias (embora saibamos que elas vão ser reduzidas a vinte e uma brevemente). No mundo que nós perdemos, grosso modo, estas freguesias, enquanto comunidades perfeitamente delimitadas no espaço, já existiam. Da configuração administrativa actual, duas freguesias foram extintas no período do Liberal: Formariz, incorporada em Vila do Conde, e Santagões (ou Santiagões como a ela se refere o Pároco na Memória Paroquial), incorporada em Bagunte. Eram terras com pouca densidade populacional e escassez de recursos económicos, que tinham lugar na lógica de um regime baseado no direito consuetudinário e na tradição, como era o Antigo Regime, mas não cabiam na lógica racionalista do Liberalismo. A memória dessas entidades, contudo, preserva-se ao longo deste artigo e, portanto, as informações contidas nas Memórias Paroquiais terão relevo para a sua elaboração. Relativamente à nomenclatura, associava-se o nome do Santo Padroeiro ao da terra. Num mundo em que não existia um profuso conhecimento administrativo do territó-
rio, sendo passível de equívocos, era necessário uma identificação, com a maior exatidão possível. Assim, por exemplo, Labruge era a freguesia de S. Tiago de Labruge e Arcos, S. Miguel de Arcos. Em 1758, estas freguesias apresentavam já a denominação atual. Porém, notamos que pelo menos em duas essa denominação sofreu evolução. O primeiro caso foi Malta, que em tempos se chamou de Santa Cristina de Cornes. O Abade não conseguiu explicar a razão da mudança, apesar de identificar uma aldeia da freguesia com o mesmo nome. Mas é evidente a colação entre o nome da freguesia e a da Ordem de Malta, sua donatária. Por confrontação com a Memória escrita pelo pároco do Bailio de Leça, podemos verificar que em 1758 ainda se referia Malta como Santa Cristina de Cornes 4. O outro caso é Vilar do Pinheiro, outrora denominado Vilar de Porcos. Aqui o Pároco, mais dado à descrição dos factos, comenta que “que por ser nome imundo, um vizitador por haver um Pinheiro de admirável grandeza lhe pôs o nome de Vilar do Pinheiro.” E, segundo o abade, tal era motivo de grandes confusões em Roma. As demais mantiveram-se inalteradas.
Neste mundo toda a terra tinha o seu senhor, fosse ele o próprio Rei, um senhorio Eclesiástico Laico ou um Concelho. Resta-nos saber a quem pertenciam as terras que hoje compõe o concelho de Vila do Conde. Nesta questão o Rio Ave apresenta-se como uma fronteira natural que divide património: de um modo geral, as freguesias situadas a norte do Ave pertenciam ao extensíssimo termo de Barcelos, “mais dilatado de todos os do Reino” 5, segundo a opinião do D. Prior de Barcelos. As justiças e administração das freguesias do termo de Barcelos estavam sujeitas, em primeira instância, ao julgado de Faria e daqui seguiria a apelação para o tribunal da Comarca de Barcelos e deste, em última instância para o Ducado de Bragança, senhorio da Vila e termo de Barcelos. Pertencer à casa de Bragança, era pertencer a um estado dentro do próprio Estado, com prerrogativas semelhantes às do próprio monarca. A sul do Ave, praticamente todas as freguesias pertenciam ao termo do Porto, comarca da Maia. O Senhorio do Concelho do Porto pertencia à Coroa desde finais da Idade Média 6. No mundo que nós perdemos a
exceção era a própria regra. E em terras do Ave, encontramos várias exceções: Em primeiro lugar Vila do Conde, que se eximia ao poderio exercido pelo enorme concelho de Barcelos, ainda que pertencesse à mesma senhora D. Maria Francisca, herdeira da coroa portuguesa, Princesa do Brasil e, por isso mesmo, Duquesa de Bragança. Na Idade Média o senhorio da Vila pertencia ao Mosteiro de Santa Clara. Mas como muito bem descreve o Prior, o mesmo passou para o Estado da Sereníssima Casa de Bragança “por título da arrematação que fez às religiosas do Mosteiro de Santa Clara da mesma razão de serem condenadas para satisfazerem à Coroa a quantia de 9125 cruzados por comissos com que no juízo da mesma foram convencidas de usurpação dos direitos Reais”. As freiras ter-se-iam apoderado do que a elas não pertencia e, para redimir a sua dívida com a Coroa, esta teve que penhorar o senhorio da Vila. Num processo que Amélia Polónia considerou “manifestamente viciado pela intervenção régia”, os direitos senhoriais foram arrematados pelo infante D. Duarte, irmão de D. João III, em 1537 7
5 Ver texto sobre “As freguesias de Vila do Conde no Julgado de Faria” página 34. 6 D. Teresa doou o burgo do Porto a D. Hugo, seu bispo. Após diversas contendas, D. João I conseguiu subtrair ao poder da Igreja este importante burgo, adicionando-o à Coroa. 7 POLÓNIA, Amélia: 2006. “Relações poder central/poder local. A permanência de jurisdições senhoriais no Portugal Moderno. O estudo de um caso: Vila do Conde”. in “Revista da Faculdade de Letras”, Porto III série, vol. 7, pp. 107-132. Aconselhamos, vivamente a leitura atenta deste artigo para uma melhor compreensão das relações entre senhorio e poder régio na época moderna.
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D. Maria I, que em 1758 era ainda a princesa do Brasil e Duquesa de Bragança, Senhora de Vila do Conde.
por altura do seu consórcio nupcial com D. Isabel de Bragança, a quem, por dote, cedeu o Duque de Bragança D. Teodósio I, seu irmão, o ducado de Guimarães. Havia uma cláusula de que se desta linhagem não houvesse filhos, o ducado reverteria novamente para a Casa de Bragança. E, por meio do destino, o património de D. Duarte passou para seu filho póstumo e
deste (uma vez que não tinha filhos), para D. Catarina Infanta de Portugal, esposa de D. João I, duque de Bragança, uma das pretendentes ao trono português em 1580. E em seu filho, D. Teodósio II, duque de Bragança, se uniu Vila do Conde, definitivamente, à Casa de Bragança até ao advento do Liberalismo. Percebemos, também, porque Vila do Conde escapa à influência de Barcelos, com administração independente daquela vila. O que a diferia então, da administração das demais freguesias? Segundo o Prior, possuía autonomia administrativa: uma Câmara composta de três Vereadores e um Procurador. Estes vereadores eram eleitos entre as pessoas de qualidade da terra. Não existia o sufrágio universal, como hoje o entendemos . Do ponto de vista judicial, e apesar do Ouvidor de Barcelos entrar em Vila do Conde, a Vila tinha Juiz de Fora (nomeado pela Junta da Casa de Bragança) 8 e dois juízes de vara vermelha. Distinguia-se, ainda, neste campo, porque as causas em primeira instâncias eram julgadas localmente, subindo as apelações e agravos ao Juizo da Ouvidoria de Barcelos e daqui à Relação. As justiças demais freguesias para os crimes menores tinham que recorrer ao julgado de Faria.
8 Juiz de Fora era o mais alto magistrado do concelho, figura tutelar da autonomia municipal, nomeado pelo Donatário ou pela Coroa. Era, geralmente um letrado, o que lhe conferia um grande ascendente sobre os juízes eleitos (de vara vermelha). Essa ascendência era visível na isenção da inspeção dos corregedores, situação a que estavam sujeitos os juízes de vara vermelha. O juíz de fora tinha ainda um importante papel no lançamento das Sisas e sua superintendência. Instituído no século XIV, o cargo foi extinto em 1832. Ver CAPELA, J. Viriato, “As freguesias de Braga nas Memórias Paroquiais de 1758”, entrada Juiz de Fora. Esta figura tutelar é, mais tarde, adotada pelo Liberalismo, na figura do Administrador do Concelho.
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O Julgado de Faria As terras do Julgado de Faria, que constituem um enorme legado histórico e cultural. Hoje são povoações que pertencem a diversos concelhos da região do Entre Ave e Cávado, entre eles os concelhos de Barcelos, Esposende, Póvoa de Varzim, Famalicão e Vila do Conde. O D. Prior de Barcelos descreve este que era o concelho “mais dilatado do reino”: “Tem esta Villa seu próprio termo e o mais dilatado de todos os do Reino; ele se estende para o Meyo Dia até à ponte do rio Ave que divide igualmente a distancia que há entre esta Vila e a cidade do Porto; para o Oriente até o extremo, pouco distante da Cidade de Braga, e até à ponte de Cervas, uma légoa distante da vila de Guimarães, para o norte até à foz do rio Lima, compreendendo todo o rio até o principio do cais da vila de Viana, aonde está uma pedra que serve de marco, e divisão do termo desta vila; e pondo os Ministros desta mesma Vila um pé sobre a dita pedra e outro no barco despacham dentro do termo desta vila de Barcelos. E se as enchentes do rio se estendem pelas ruas da dita vila de Viana assim se esconde o termo desta vila. Para o Ocidente se dilata até ao lugar de Fam (Fão) na costa do Mar Oceano, e até à barra do rio Cávado, que se inclina para o Norte, pelo espaço de meia légoa; e mais para o sul até Formariz, que confina com Vila do Conde. De sorte que tem de distância o termo desta vila de Norte para Sul nove léguas e de Oriente ao Ocidente sete léguas.” “Compreende o termo desta vila de Barcelos freguesias repartidas em cinco julgados, que são o de Faria, Vermoim, Penafiel, Aguiar e Beira.” O julgado de Faria era uma subdivisão deste colosso administrativo, como demonstra o mapa.
O segundo caso excepcional é o de Azurara. A freguesia pertencia à Casa do Infantado, e tinha termo seu, que compreendia a Vila e as aldeias de Padrão, Granja, Pindelo e parte de Quinta, de Árvore. Refere ainda o Vigário que havia um juíz pedâneo, eleito pelo povo que, como bem lembra Viriato Capela, era um homem bom que julgava causas entre vizinhos, de pequeno montante. Estes magistrados fariam cumprir as posturas municipais, aplicavam coimas, não ficando na sua alçada crimes, nem contendas de bens de raiz 9. A apelação destas justiças fazia-se para o Porto, a cujo termo pertencia e confirmava a eleição popular. A Casa do Infantado fora criada por D. João IV para sustento dos filhos menores, património que resultou da expropriação dos bens aos nobres que atentaram contra a sua vida 10. Ora, como Azurara pertencia ao património da Casa de Vila Real, e como D. Miguel Luís de Meneses seu titular foi um dos envolvidos na conspiração, a Vila passou para o património da coroa. O terceiro caso é o da Honra de Aveleda. Cabeça de honra (terra doada à nobreza), cujas rendas dos prazos pertenciam ao conde de Barcelos, que a doou ao Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde e desta regressou à coroa. A expressão da autonomia da Honra de Aveleda manifestava-se
Painel de azule
na eleição do Juiz ordinário de todo o cível, cuja jurisdição se estendia à freguesia de Macieira e a alguns moradores de Malta, Vila Chã e de Lavra. Este juiz era eleito anualmente, de forma alternada entre os povos de Aveleda e Macieira. No entanto, a confirmação desta eleição popular padecia de confirmação pelo Corregedor do Porto. O quarto caso é o de Malta e Tougues, sujeitas ao Bailiado de Leça e, portanto, eram couto da Ordem de Malta. Quanto a Malta, a paróquia civil está, de acordo com a mesma
9 CAPELA, J. Viriato, “As freguesias de Braga nas Memórias Paroquiais de 1758”, entrada Juiz da Vintena 10 PESTANA, Manuel Inácio, “A Casa de Bragança: um sereníssimo Estado dentro do Estado”.
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ejo da Capela do Socorro que retrata uma paisagem rural do antigo regime.
Memória, inserida na “Comarca da Maia, e termo,”. Mais adiante refere que o Juiz a que esta terra estava sujeita é ao de Leça e ao Ouvidor da Maia. Aqui podemos encontrar algumas semelhanças com o caso de Vila do Conde que tinha o seu juiz, mas o Ouvidor de Barcelos entrava nela. Na Memória de Leça estava descrito o processo de eleição do juiz ordinário, que tinha jurisdição sobre toda as quantias, cível e órfãos, “feito por eleição do povo, por pelouros na forma da Ordenação sem dependência da Câmara do Porto”. Afirma-se, ainda, que “a jurisdição deste juiz se estende a todas as outras quatro freguesias anexas
que estão dentro deste couto, e ainda fora dela aos caseiros deste bailiado nesta comarca da Maia” e acrescenta “e ainda que fiquem fora dos limites do couto”, caso de Malta, “concorrem nelas as mesmas qualidades e isenções plenárias”. Neste sentido, como se compreende a resposta do Abade “he do concelho da Maia”? Poderá ser uma menção geográfica? Poderia este regime comportar uma solução em que senhorios laicos e eclesiásticos servissem como juízes localmente e para si reservasse o monarca o direito de apelação, servindo-se das estruturas judiciais do Porto, cidade de que era Senhor, e nela detinha
tribunal de apelação, com jurisdição em toda a região até ao Rio Ave. Já o caso Tougues está perfeitamente delimitado pela fonte. Diz o abade que a freguesia “É o concelho do Venerando Bailio de Leça, Juiz ordinário, e no mais se governa pela justiça do Porto”, o que corrobora a fórmula acima expressa para Malta. Problema é que a memória de Leça da Palmeira, ainda que refira Gondim, Aldoar e Cornes (Malta), que não eram contíguas ao couto, não menciona a freguesia de Tougues. Talvez possamos entender O quinto caso é Mindelo, cujo senhorio era eclesiástico e pertencia aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, da Congregação de Santa Cruz de Coimbra, do Mosteiro do Salvador de Moreira da Maia. No entanto, a jurisdição era exercida pelo Ouvidor da Comarca da Maia. Por fim resta-nos a situação confusa em que se encontrava a freguesia da Junqueira. A Memória Paroquial não deixa dúvidas que o senhorio era exercido em toda a sua plenitude pelo concelho de Barcelos, julgado de Faria, situação confirmada pela própria Memória de Barcelos. Contudo, refere o Vigário de Junqueira que “ainda que contendam actualmente os Religiosos do Mosteiro da mesma freguesia que são da Congregação Reformada de Santo Agostinho, para que esta freguesia seja couto, e o seu Mosteiro Senhor Donatário dele, fundados em uma ação do Senhor Rei 37 e-vilacondense
D. Afonso Henriques, a qual se acha no Cartório do mesmo Mosteiro, cuja causa corre com a câmara da mesma Vila de Barcelos.” Este mosteiro recolheria rendas em Rio Mau, embora não haja dúvidas quanto à jurisdição plena na Casa de Bragança. Esta é uma das provas que, no mundo que nós perdemos, era grande a confusão dos poderes senhoriais. A lógica não estava na boa administração de um património público, mas na repartição do território pelas ordens terratenentes, o que resultava em grave detrimento para o desenvolvimento das populações. Por outro lado, a influência que Vila do Conde detinha sobre o seu território era bastante diminuta. Nem sequer a freguesia de Vila do Conde estava formada no final do Antigo Regime, uma vez que Formariz já pertencia ao termo de Barcelos. Assim, em 1758, e apesar do crescimento populacional e urbanístico, as fronteiras de Vila do Conde tinham-se mantido praticamente inalteradas desde que Flâmula Pais a doara ao Mosteiro de Guimarães em 953. Bastaria habitarmos Formariz para se ter de recorrer às justiças de Barcelos, ainda que o senhor fosse o mesmo. Se habitássemos Azurara teríamos que recorrer ao Porto. E assim se explicava a decadência económica de Vila do Conde no período josefino, ou pombalino. Decadência expressa nas palavras do
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Prior Camelo Falcão, referindo-se ao estado do porto do Ave “por cuja falta tem padecido a Vila não só decadência do número de moradores, mas ainda nas casas: muitas das quais se acham reduzidas a quintais e hortas, e outras em termos disso por falta de moradores, e ruas inteiras, como é a dos Ferreiros, só constituída uma total ruína.” O Prior constituiu-se na pri-
meira pessoa a defender os interesse de uma terra com um grande potencial de desenvolvimento, mas espartilhada pelos poderes senhoriais. Vila do Conde será a herdeira do mundo que nós perdemos. Só o advento do Liberalismo fará jus a esta terra, confirmando a sua influência política e administrativa sobre o território das terras do Ave.
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Esta não é uma loja banal, ultrapassa a funcionalidade dos seus produtos para captar momentos em que se reconhece a presença forte da memória coletiva, a soma dos anos que passaram e das histórias que ficaram, o acumular de saberes e experiências. Algo que não tem forma nem pode ser capturado por uma fotografia: a alma, o talento, a vocação de cada território. O Espírito do Lugar centra-se no artesanato, promovendo e potenciando os artistas e designers locais e nacionais. Procura conciliar o tradicional e o erudito através da descoberta de novas formas de expressão e da utilização de obras feitas por quem vive por aqui, procurando dar visibilidade a novos valores, dar reconhecimento e promoção a quem a merece. Aposta nas pessoas, nos projetos e ideais que acrescentam algo, que marcam a diferença no nosso quotidiano, na nossa terra. A viagem começa em Vila do Conde. 43 e-vilacondense
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TEMA MARÇO
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REGULAMENTO 1. Tema Livre nos procedimentos técnicos a empregar, deverá obedecer a um tema genérico “Vila do Conde” e ao sub-tema do mês, definido na revista e-vilacondense, registando qualquer pormenor, situação ou acontecimento, desde que ocorridos dentro do concelho de Vila do Conde. 2. Obras O número máximo de fotografias a apresentar por concorrente é uma. A dimensão mínima é 21cm por 30cm, sendo requisito a orientação vertical. 3. Prazos e formas de entrega Os trabalhos deverão ser enviados através de e-mail para o endereço fotovila@vilacondense.pt até ao dia 15 de cada mês. O e-mail deverá conter os seguintes dados. - Nome do fotógrafo; - Título da fotografia; - Local da fotografia; - Data da fotografia (mês e ano) 4. Prémios 1º Prémio - Utilização da fotografia como capa da revista e-vilacondense com os devidos créditos do autor. 2º e 3º Prémio - Publicação da fotografia na revista e-vilacondense com os devidos créditos do autor. 5. Juri O juri sera composto por todos os utilizadores do nosso site (www.vilacondense.pt), através da atribuição de uma classificação (rating) a cada fotografia. Os premiados serão os trabalhos que obtiveram a classificação mais alta até ao dia 25 de cada mês. Os trabalhos premiados ficam propriedade do Vilacondense - Roteiro Online, o qual se reserva o direito de os poder utilizar no nosso site www.vilacondense. pt e na revista e-vilacondense sempre que entenda conveniente, referindo sempre os respetivos direitos autorais. Quaisquer informações adicionais podem ser solicitadas através do e-mail fotovila@vilacondense.pt.
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PREMIADOS FEVEREIRO 1º LUGAR Mónica de Sousa Título: Da fonte ao convento... Local: Aqueduto de Vila do Conde Outubro 2012
2º LUGAR
João Coentrão
Título: O meu porto de abrigo... Local: Marina de Vila do Conde Novembro 2012
3º LUGAR Paulo Renato
Título: Milagre em Caxinas
(dedicada aos pescadores da embarcação Virgem do Sameiro)
Local: Caxinas - Novembro 2011 e-vilacondense 50
26 DE MARÇO DIA DE VILA DO CONDE POR PAULA MIRANDA Mestre em Estudos Americanos
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É já no dia 26 de março que se assinala mais um dia de Vila do Conde, esta cidade que, pela voz do poeta é “espraiada, entre pinhais, rio e mar,”, e pelos olhos das gentes se revela graciosa, delicada, cheia de recantos históricos e belezas ímpares. Desde sempre cidade-porto de abrigo de artistas, pintores e poetas, encanta pela sua luz, pela sua harmonia e equilíbrio, pelo sorriso da praia que se estende por vários quilómetros, pela imponência real
do mosteiro, pela abóbada alba da capela do Socorro, pela doçura dos seus doces conventuais. Falar de Vila do Conde é sentir o vento norte a soprar com força, e respirar o cheiro da maresia que invade todas as ruas pela manhãzinha; é conhecer as suas gentes tão genuínas e características; é passear à noitinha nas pelas do centro histórico no mês de S.João. Por tudo isto, vale a pena celebrar os 1059 anos de Vila do Conde.
ROMANCE DE VILA DO CONDE Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Já me ponho a suspirar.
Vila do Conde espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Mais nada posso lembrar.
Vento Norte, ai vento norte, Ventinho da beira-mar, Vento de Vila do Conde, Que é a minha terra natal!, Nenhum remédio me vale Se me não vens cá buscar, Vento norte, ai vento norte, Que em sonhos sinto assoprar...
Bom cheirinho dos pinheiros..., Sei de um que quase te vale: É o cheiro da maresia, - Sargaços, névoas e sal A que cheira toda a vila Nas manhãs de temporal. Ai mar de Vila do Conde, Ai mar dos mares, meu mar!, Se me não vens cá buscar, Nenhum remédio me vale, Nenhum remédio me vale, Nem chega a remediar…
Bom cheirinho dos pinheiros, A que não sei outro igual, Do pinheiral de Mindelo, Que é um belo pinheiral Que em Azurara começa E ao Porto vai acabar..., Se me não vens cá buscar, Nenhum remédio me vale Nenhum remédio me vale, Se te não posso cheirar...
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Abria, de manhãzinha, As vidraças par em par. Entrava o mar no meu quarto Só pelo cheiro do ar. Ia à praia, e via a espuma Rolando pelo areal, Espuma verde e amarela Da noite de temporal! Empurrada pelo vento, Que em sonhos ouço ventar, Ia à praia e via a espuma Pelo areal a rolar...
Espuma verde e amarela Das noites de temmporal, Quem te viu como eu te via, Se te pudera olvidar! E ai não me posso curar, Nenhum remédio me vale, Se te não tenho nos braços, Se te não posso beijar… Vila do Conde espraiada Entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Passo a tarde a divagar…
Lá de cima do seu monte, Sobre o fundo do pinhal, Senhora Sant’Ana, ao longe, Parece um lenço a acenar. Convento de Santa Clara, Que vulto fazes no ar, Que aos marinheiros no mar Deitas o «pelo sinal»! E o sol desmaia na cal Da capela a branquejar Da Senhora do Socorro, Onde sonhei me ir casar…
Até Senhora da Guia Me deixava ir devagar, Até Senhora da Guia, Que entra já dentro do mar, Como uma pomba que as ondas Receassem de levar; Talvez como uma gaivota Colhida num vendaval… Ou rosa branca, trazida Quem sabe de que lugar, Que embaraçando nas pedras, Ficasse ali, sem murchar, O pé metido no rio, A flor já n’água do mar.
Da banda de lá do rio, As gaivotas a voar Sobre Azurara se esfolham Como um grande roseiral! Lembranças da minha terra, Da minha terra natal, Nenhum remédio me vale Se me não vindes buscar! Nenhum me pode salvar, Morro em pecado mortal… Vila do Conde, espraiada entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Sinto os olhos a turvar…
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Ia até Poça da Barca, Meu muito amado local, (E quem diz Poça da Barca Diz Caxinas, sua igual) E parava a olhar de longe, Estátuas de bronze a andar, As belas gentes do mar… Parava a olhar o estendal Das águas a rebrilhar, E o arco-íris das cores, Cada qual mais singular, Que à tarde, pelos céus fora, Se entornavam devagar… Caía a noite, e eu, parado, Via, subindo no ar, A Lua juncar as ondas De espadanas de luar… Duma vez, estava eu triste, Senti que o Anjo do Mal Vinha para me tentar! Caio de bruços na areia, Ponho as mãos, e, sem rezar, Aguardo que Deus me valha, Me não deixe desgraçar… Foi então que ouvi, distinta, Distinta!, posso-o jurar, Posto vagarosa, grave Do seu repouso eternal, A voz de Ana, que partira Lá para melhor Lugar, Do fundo do seu coval Cantar-me o velho cantar: «…Tomou-o um Anjo nos braços, Não no deixou afogar»…
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Nenhum remédio me vale, Ou sou eu que não sei qual, Se me não levam depressa A ver o extenso areal Onde se davam mistérios, Que eu sabia decifrar… Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar... - Lembra-me Vila do Conde, Não me posso conformar… Aquela funda toada, Por toda a vila a toar, Nas negras noites de inverno Me vinha à cama acordar. Vinha do cabo do mundo…? Vinha do fundo do mar…? Vinha do céu, ou do inferno? Vinha de nenhum lugar…? De olhos abertos no escuro Me estarrecia a escutar… E o meu gosto de a sondar Que bem me fazia, ou mal! Pela doçura outonal Das tardinhas de Setembro, Vai e vem, que bem me lembro!, Como sabia embalar! Vinha de longe, de longe, Soturna e familiar, Cada vez mais se achegando Para se logo afastar… Mas que viria dizer-me, Que me diria, afinal, Aquele canto fatal Das ondas sempre a rolar…?
Fechava os olhos, sonhava… Ai! Nem me quero lembrar! Mas sei de um som quase igual A que o posso comparar: O som do vento rolando Nas copas dum pinheiral… Pinhal do Corgo, seguido De outro mais longo pinhal, E esse outro seguido de outro Té onde a vista alcançar, Como te posso olvidar Se é na minh’alma, afinal, Que chora, como num búzio, Teu canto irmão do do mar…? Fechava os olhos, sonhava… Caía num meditar Que era pairar noutros mundos… Ai! Nem me quero lembrar!
Não quero, e nada mais lembro, Nada me pode agradar, Nada alcança distrair-me, Nada me vem consolar, Nenhum remédio me vale, Nenhum me pode salvar, Nenhum mitiga este mal Que eu gosto de exacerbar, Morro em pecado mortal, Sem me poder confessar…, Se me não levam depressa, Depressa! Estou sem vagar, A tomar ar! O meu ar Da minha terra natal. Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar…
Poesia I, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2004
CLUBE DESPORTIVO JOSÉ R
HISTÓRIA BREVE O CLUBE DESPORTIVO JOSÉ RÉGIO deve o seu nome à Escola que o viu nascer, por isso, o seu primeiro nome foi Clube da Escola Secundária José Régio de Vila do Conde. O desporto escolar foi a “mola” do Clube, cujo trabalho resultou no primeiro título nacional de Basquetebol em 1991/1992. Em 1993 foi inscrita a primeira equipa do Clube em prova federada, tendo-se, de então para cá, registado uma adesão crescente por parte dos jovens à prática do Basquetebol, em Vila do Conde. Inicialmente com equipas juniores masculinas, o Clube começou depois a registar também o concurso de muitas raparigas, que determinaram a criação de equipas femininas. No ano de 1995 o Clube teve necessidade de ultrapassar os muros da escola, inscrevendo várias equipas 57 e-vilacondense
em provas federativas, inclusive uma equipa sénior masculina. Tal necessidade e o desejo de que o Basquetebol se desenvolvesse em Vila do Conde, ditaram a inevitável autonomia do Clube. A criação do Clube Desportivo José Régio acontece em 17 de Janeiro de 1997, que definitivamente se autonomiza da Escola Secundária. Desde essa data até aos dias de hoje o Clube conta em média com 100 atletas ano, tendo a época 2011/2012 registado a inscrição de 175 atletas distribuídos pelos diversos escalões etários, e a disputar os campeonatos distritais da Associação de Basquetebol do Porto. Houve também já tempo para disputar quatro campeonatos nacionais da Federação Portuguesa de Basquetebol, dois no sector feminino e dois no sector masculino.
RÉGIO - BASQUETEBOL
Já em 1999 o Clube inaugurou a sua sede social situada no Complexo Desportivo das Pedreiras, em Vila do Conde, é um “pequeno espaço... para grandes sonhos”, lema que adoptámos para a nossa casa. Na sede está também um pouco da história do Clube, ainda recente é certo, mas já com 15 anos, que pode ser apreciada, quer através de cartazes alusivos às nossas organizações, quer através de fotografias. Os troféus e as medalhas também lá estão e tem vindo a crescer em número, como provam as conquistas mais recentes.
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MISSÃO A missão primeira do Clube é promover a formação desportiva e salutar de jovens atletas, em estreita relação com valores de solidariedade e espírito de grupo. O basquetebol, como modalidade colectiva, tem permitido alcançar os objectivos a que nos propusemos, trazendo cada vez mais jovens ao Clube e com o envolvimento das famílias. Primeira Equipa do Clube
ATIVIDADE Trabalho e dedicação são o principal capital desde Clube que conta actualmente com pouco mais de 100 sócios. Presentemente o Clube conta com as seguintes equipas: - - - - - - -
1 Equipa Junior Masculina Sub/18 1 Equipa Júnior Feminina Sub/19 1 Equipas de Cadetes Masculinos Sub/16 1 Equipas Cadetes Femininos Sub /16 1 Equipa Iniciados Masculinos Sub/14 1 Equipa iniciados Femininos Sub/14 Equipas de Minis 8, 10 e 12
Estas equipas treinam e jogam no Pavilhão de Desportos de Vila do Conde, onde realizam um total de 80 jogos por época
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TORNEIOS Com assinalável êxito o CDJR tem vindo a realizar dois eventos que contam com a participação de atletas, equipas e clubes de todo o país. Torneio de Minibasket “De Pequenino...”, que se realiza no Pavilhão de Desportos de Vila do Conde.
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Torneio 3X3 - 24 Horas “ Aguentas”, em Agosto de 2013, realizar-se-á no Parque do Castelo, em Vila do Conde, a 19.ª edição. Este evento tem registado participações cerca de 600 atletas.
CLUBE DESPORTIVO JOSÉ RÉGIO Morada Rua das Concheiras Complexo Desportivo das Pedreiras Apartado, 63 4481-912 Vila do Conde E-mail alberto.laranjeira@cm-viladoconde.pt ; cdjregio@gmail.com Telemóvel Alberto Laranjeira – 962075362 Website www.jregio.com
“PERCURSOS”
OS PASSOS DO SENHOR DOS PASSOS POR HÉLDER GUIMARÃES Mestre em História Contemporânea Os passos ou calvários são capelas ou grupos escultóricos que retratam as últimas horas de Cristo, desde a Última Ceia com os doze eleitos (onze, se se considerar a saída de Judas, aquele que entregou Jesus às autoridades do Sinédrio) até à sua morte e crucificação. Em épocas remotas, em que os fiéis não sabiam ler as Sagradas Escrituras, estes calvários (e a arte em geral nas igrejas) tinham uma função muito pedagógica de servir de livro das imagens do cristianismo. Os passos que existem na cidade são propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Conde. São apenas seis capelas construídas no século XVII e XIX. Em tempo de Quaresma, o percurso pelos passos pretende ser, ao mesmo tempo, uma viagem pelas derradeiras horas de Cristo e uma viagem pelo Centro Histórico de Vila do Conde. Percurso dos préstitos quaresmais, pelos “Passos do Senhor dos Passos” é o roteiro que lhe propomos para este mês de março. As fotos que lhe apresentamos são as ornamentações feitas pelas zeladoras destas capelas, para a Procissão de Passos de 2010. 65 e-vilacondense
“Jesus é carregado com a cruz” Rua de Nossa Senhora de Fátima
Este conjunto escultórico representa Jesus carregado com a cruz. Foi mestre pedreiro António Francisco Curval, de Vila do Conde, pertencendo o conjunto escultórico a Joaquim Monteiro da Rocha. Foi executada no século XVII. Outrora este passo encontrava-se na rua da Igreja, mudado nos anos 60, aquando do arranjo urbanístico da zona envolvente da Matriz, para a rua de Nossa Senhora de Fátima. A cena retrata Jesus, tal como o descreve o Evangelho segundo S. João: «Levaram, pois, consigo Jesus. E carregando a cruz às costas, saiu para o lugar chamado Crânio, que em hebraico se diz Gólgota.» (João 19, 1618). Note-se que Cristo se encontra ladeado por dois soldados com alabardas e outro empunhando um bas67 e-vilacondense
tão. Um deles conduz Cristo, puxado por uma corda, como vulgar criminoso. Os soldados, tal como acontece nas outras capelas, estão trajados à moda do século XVI e XVII. E, se esse facto pode demonstrar a ignorância do autor em relação ao modo de trajar dos soldados romanos, também pode ter um amplo sentido de que a prisão e morte de Cristo, tida pelo mundo como símbolo da injustiça, pode ainda ser cometida por cada um de nós. O trombeteiro, tal como o Cristo representando é o único que apresenta trajes da época da crucificação. Ele anuncia o cortejo em que se sentenciará um culpado contra Roma, mas em sentido religioso pode ter o significado de anunciar aos cristãos a proximidade da sua redenção.
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“Jesus cai sob o peso da Cruz” Rua da Costeira
Este segundo conjunto representa a queda de Cristo, carregado com a cruz, da autoria do mesmo mestre pedreiro e escultor do passo anterior. Curiosamente foi a tradição popular, e não as fontes evangélicas, que consagrou, na Via Sacra, as três quedas de Cristo. E pareceu normal ao povo, que perante as agruras da flagelação e o caminho acidentado da Jerusalém do período romano, que Jesus caísse sob o peso da cruz, muitas vezes identificada com o peso do pecado da humanidade. Cristo jaz sobre terra em primeiro plano, ladeado pelos soldados algozes que se abatem sobre ele. Aparece um novo soldado com o estandarte do Senado Romano. Não há dúvidas quanto à mácula que caiu sobre Pilatos, procurador do Império Romano, formulada no credo católico para todo o sempre: «e padeceu sob Pôncio Pilatos». Um dos soldados, de adaga à cinta, parece violentamente soerguer Cristo, puxando a corda. Dois elementos se destacam no primeiro plano inferior: um cão e um menino. Esse menino tão pequenino, trajado ao modo do século XVII, de
cartola, estende a cesta com os pregos, com os quais se hão-de pregar o Salvador ao madeiro da cruz. Será esse menino tão pequeno a humanidade de todos os tempos que virou as costas a Cristo no momento mais negro da sua vida humana?
“Cristo, a caminho do calvário, encontra Maria, sua mãe” Rua da Misericórdia
Este passo, localizado junto à Igreja da Misericórdia, foi esculpido pelo mesmo autor das duas últimas composições. As Escrituras só referem a presença da Virgem Maria e do discípulo amado, S. João, junto da cruz, no calvário e não nas ruas. Não podemos avaliar a dor que uma mãe sofre quando vê seu filho sofrer. O que sentiríamos se, do meio da turba, encontrássemos um filho carregando a cruz, o mais hediondo suplício a que alguém podia ser submetido. Maria sabia que este momento havia de chegar. Tinha-lhe sido profetizado por Simeão, quando Jesus, então com quarenta dias foi apresentado no templo. «Uma espada trespassará a tua alma, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos corações» (Lucas 2, 35). Maria sabia que educara Jesus para este momento. Que mãe está preparada para ver seu filho morrer? Os soldados são representados zombando desta dor. Ela é a Senhora das Dores! Ampara-a João, choroso, a quem Jesus, no derradeiro momento lhe recomenda a sua pobre mãe: “Mulher eis aí o teu filho. Filho eis aí tua mãe” (João 19, 26-27).
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“A Verónica enxuga o rosto de Jesus” Rua de S. Bento Este é o último passo atribuído a mestre António Francisco Curval e a Joaquim Monteiro da Rocha. Representa uma cena, consagrada pela tradição popular, em que Verónica enxuga o rosto de Cristo, lavado pelo sangue. Verónica a mulher da caridade ou a personificação da expressão greco-latina “Vero Ícon”, que quer dizer, Verdadeira Imagem. Como seria bom que esta piedosa mulher de Jerusalém, como tantas outras que se apiedaram do seu profeta caído em desgraça, pudesse ter-nos legado o seu lenço com a verdadeira imagem do Salvador nela milagrosamente impressa. Para outros que nele crêem sem necessitar de ver o seu rosto, a Verónica representa o gesto piedoso de fazer bem ao mais pequeno do Reino dos Céus. A capela, que apresenta mural pintado, representa o conjunto de Cristo, em pé, carregando a cruz, ladeado pelos soldados e a Verónica, apresentando o lenço com o rosto de Cristo.
CENTRO DE ESTUDO DE VILA DO CONDE 1º Ciclo | 2º Ciclo | 3º Ciclo | Secundário | Explicações individuais e em grupo 252 647 160 | 918 311 313
“Jesus é ajudado por Simão de Cirene a carregar a cruz” Rua dos Prazeres Este conjunto escultórico representa Jesus carregado com a cruz. Foi mestre pedreiro António Francisco Curval, de Vila do Conde, pertencendo o conjunto escultórico a Joaquim Monteiro da Rocha. Foi executada no século XVII. Outrora este passo encontrava-se na rua da Igreja, mudado nos anos 60, aquando do arranjo urbanístico da zona envolvente da Matriz, para a rua de Nossa Senhora de Fátima. A cena retrata Jesus, tal como
o descreve o Evangelho segundo S. João: «Levaram, pois, consigo Jesus. E carregando a cruz às costas, saiu para o lugar chamado Crânio, que em hebraico se diz Gólgota.» (João 19, 1618). Note-se que Cristo se encontra ladeado por dois soldados com alabardas e outro empunhando um bastão. Um deles conduz Cristo, puxado por uma corda, como vulgar criminoso. Os soldados, tal como acontece nas outras capelas, estão trajados à moda do século XVI e XVII. E, se esse facto pode demonstrar a ignorância do autor em relação ao modo de trajar dos soldados romanos, também pode ter um amplo sentido de que a prisão e morte de Cristo, tida pelo mundo como símbolo da injustiça, pode ainda ser cometida por cada um de nós. O trombeteiro, tal como o Cristo representando é o único que apresenta trajes da época da crucificação. Ele anuncia o cortejo em que se sentenciará um culpado contra Roma, mas em sentido religioso pode ter o significado de anunciar aos cristãos a proximidade da sua redenção.
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“Jesus e as mulheres de Jerusalém” Rua do Lidador
Neste passo, da autoria de Francisco Rodrigues, é representada a cena em que Jesus (continuando Simão Cireneu, a ajudá-lo) se dirige às mulheres de Jerusalém para lhes dizer: “Filhas de Jerusalém não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos, pois dias virão em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.’ Hão-de então dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!,’ e às colinas: ‘Cobri-nos.’ Porque se tratam assim a madeira verde, o que acontecerá à seca?” (Lucas 23,28-31). Mesmo a caminho do calvário, Cristo profetizava sobre a destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos
em 70 d.C.. Ele era a madeira verde, de quem Roma não tinha nada a temer. Se dele não temiam e o tratavam desta maneira, dando-lhe morte e morte de Cruz, o que aconteceria à madeira velha, aos zelotas e agitadores do povo contra Roma, quarenta anos mais tarde, quando esse menino, representado ao colo da primeira mulher, ou aquele que procura a mão da chorosa mãe, fossem homens feitos? A recusa do messianismo de Cristo foi, pois, motivo de grandes tribulações para o povo judeu. No seu suplício Jesus previu a dispersão e perseguição aplicados aos judeus durante os séculos seguintes.
SABIA QUE ... ?
Proteção no desemprego para empres gerentes e administradores. POR PAULO RENATO Técnico Oficial de Contas Vigência O Decreto-Lei nº 12/2013, de 25/01, que aprovou a proteção no desemprego para empresários em nome individual, gerentes e administradores já se encontra em vigor desde o inicio deste ano. No entanto, só em 2015 irão ser atribuídas as primeiras prestações de desemprego para estes beneficiários, uma vez que este diploma exige um prazo de garantia de 720 dias, que corresponde a quase 2 anos de descontos. Beneficiários O novo regime de proteção de desemprego abrange os trabalhadores independentes e os membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas que exerçam funções de gerência ou de administração. Estão excluídos do regime de desemprego os produtores agrícolas que exerçam atividade profissional na exploração agrícola e respectivos cônjuges que exerçam também essa atividade. 79 e-vilacondense
Encerramento da empresa ou cessação da atividade de forma involuntária A atribuição deste subsidio têm como objectivo compensar a perda de rendimentos dos trabalhadores independentes com atividade empresarial, bem como dos gerentes e dos administradores das pessoas colectivas, baseada fundamentalmente nos seguintes factos: - Encerramento da empresa ou a cessação da atividade para efeitos de IVA, pela redução significativa do volume de negócios (queda de 60% em relação aos últimos 2 anos); - Sentença de declaração da insolvência não qualificada como culposa que determine a cessação da atividade dos gerentes ou administradores; - Situações por motivos técnicos, produtivos e organizativos, que inviabilizem a continuação da atividade económica ou profissional (ex: perda de licença profissional);
sários em nome individual, Condições de atribuição - Encerramento da empresa ou cessação de atividade profissional de forma involuntária; - Cumprimento do prazo de garantia de 720 dias; - Situação contributiva regularizada do próprio e da empresa; - Perda de rendimentos que determine a cessação da atividade; - Inscrição no centro de emprego da área de residência. Montante do subsidio O montante do subsidio a conceder é de 65% da remuneração de referência, que corresponde à remuneração média diária definida por R/360, em que R representa o total das remunerações registadas nos 12 meses anteriores ao da data da cessação de atividade profissional. Requerimento para atribuição do subsidio Prazo de 90 dias consecutivos a
contar da data do encerramento da empresa ou da cessação da atividade profissional, através de modelo próprio apresentado no centro de emprego da área da residência ou em www.seg-social.pt Novas taxas contributivas Em 2013, tanto os trabalhadores independentes como os gerentes ou administradores das pessoas colectivas passam a descontar a uma nova taxa contributiva de 34,75%, ou seja, igual aos trabalhadores por conta de outrem. Justifica-se assim a entrada deste novo diploma, e em tudo o que não se encontre especialmente previsto no mesmo, aplicam-se, subsidiariamente, as regras constantes do regime de proteção no desemprego dos trabalhadores por conta de outrem - Decreto-Lei nº 220/2006, de 03/11 - com as devidas adaptações.
AGENDA MARÇO Datas passíveis de alteração
TEATRO & DANÇA Hora do Conto - A Carochinha e o João Ratão (Teatro de Fantoches) Terças, Quartas e Quintas - 10h00 - Biblioteca Municipal José Régio Giselle - Russian Classical Ballet 1 Março - 21h30 - Teatro Municipal de Vila do Conde Circus - “Corpo em Movimento VIII” - Dança | Noites de Sexta 8 Março - 21h30 - Auditório Municipal Fora do Baralho – Mário Daniel 9 Março - 21h30 - Teatro Municipal de Vila do Conde Encontro de Escolas de Dança Flamenca do Norte | Noites de Sexta 22 Março - 21h30 - Auditório Municipal Virgem Suta – “DOCE LAR” 23 Março - 21h30 - Teatro Municipal de Vila do Conde Sonhos de Uma Véspera de Exame - José Régio - Dia Mundial do Teatro 27 Março - Casa José Régio – Centro de Documentação José Régio MÚSICA Intercâmbio de Guitarras 1 Março - 21h30 - Alfândega Régia Concerto de Páscoa - Iniciações | Academia de Música S.Pio X 11 e 12 Março - 19h00 - Salão de Festas do Centro Municipal de Juventude Audição Escolar | Academia de Música S.Pio X 14 Março - 18h00 - Salão de Festas do Centro Municipal de Juventude 15 Março - 11h00 - Salão de Festas do Centro Municipal de Juventude Concerto de Páscoa | Academia de Música S.Pio X | Noites de Sexta 15 Março - 21h30 - Auditório Municipal Concertinhos para Pequeninos - “O Som, os Andamentos e os Animais” 17 Março - 16h00 | 5 aos 8 anos - Teatro Municipal de Vila do Conde 17 Março - 17h15 | 0 aos 4 anos - Teatro Municipal de Vila do Conde XXVI Cursos de Aperfeiçoamento Musical em Vila do Conde - Ciclo Concertos 25 a 29 Março - 18h30 - Salão de Festas do Centro Municipal de Juventude 81 e-vilacondense
EXPOSIÇÕES “Radiações - Elas andam aí” 1 a 20 Março - Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental “Um Bater de Asas” 1 a 31 Março - Centro de Memória A Água No Corpo Humano - Sangue 1 a 31 Março - Centro de Ciência Viva A Água 1 a 31 Março - Espaço Acqua “Venha explorar as radiações no CMIA” 1 a 20 Março - Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Solar dos Vasconcelos - Mostra documental permanente 1 a 31 Março - Auditório Municipal | Galeria de entrada A Peça do Mês | Livro - Benilde ou a Virgem Mãe, de José Régio 1 a 29 Março - Átrio da Câmara Municipal de Vila do Conde Celebração da Cultura Costeira 1 a 9 Março - Auditório Municipal José Régio e os seus amigos: Agustina Bessa-Luís 1 a 31 Março - Centro de Documentação | Casa José Régio A Selva da Poesia 21 a 31 Março Museu das Rendas de Bilros – Poemas às Rendilheiras Casa José Régio – Poesia de José Régio Alfândega Régia e Nau Quinhentista – Poesia Quinhentista de Viagens
CINEMA Filme Infantil - Madagáscar 3 - Entrada Livre Quintas - 10h30 - Biblioteca Municipal José Régio Filme para todos - Amigos Improváveis - Entrada Livre Sábados - 15h30 - Biblioteca Municipal José Régio Animar 8 16 Março - 16h00 - Teatro Municipal de Vila do Conde EVENTOS RELIGIOSOS Procissão dos Passos 3 Março - 15h00 - Igreja Matriz Domingo de Ramos / Bênção dos Ramos 24 Março - 11h45 - Igreja da Misericórdia Compasso Pascal 31 Março - Por toda a Paróquia OUTROS EVENTOS A Gotinha e os Ovos 2 Março - 11h00 - Centro de Ciência Viva Contos aos Sábados - Um pequeno crocodilo ternurento que só visto 2 Março - 15h30 - Biblioteca Municipal José Régio Palestra - “Yoga para gestantes” - Benefícios para a mãe e para o bebé 02 Março - 17h00 - Centro de Memória Mercado Rural 9 e 23 Março - Av. Júlio Graça Vem fazer um jogo para o Pai - Crianças dos 6 aos 10 anos 16 Março - 15h00 - Centro de Memória
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Tardes Playstation - Proevolution 13 18, 20, 22, 25, 26 e 27 Março - 15h00 - Centro de Atividades Semana da Primavera 18 a 22 Março - Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Cientificamente de Férias - Cestos Crocantes (4 aos 6 anos) 20 Março - 10h00 às 12h00 - Centro de Ciência Viva Palestra - “Exploração dos novos usos do mar” 21 Março - 21h00 - Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Palestra - “Exploração dos novos usos do mar” 21 Março - 21h00 - Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental Leitura de Poemas - Dia Mundial da Poesia 21 Março - Casa José Régio, Museu das Rendas de Bilros e Alfândega Régia Cientificamente de Férias - A Gotinha dá voltas e voltas (4 aos 6 anos) 22 Março - 10h00 às 12h00 - Centro de Ciência Viva Mercado Medieval 22 a 24 Março - Junto ao Forte S.João Caça aos Ovos de Páscoa - Crianças dos 6 aos 12 anos 26 Março - 15h00 - TJardim do Centro de Memória Dia de Vila do Conde - sete anos, sete histórias 26 Março - 21h30 - Teatro Municipal de Vila do Conde Cientificamente de Férias - Lenços de Primavera (4 aos 6 anos) 27 Março - 10h00 às 12h00 - Centro de Ciência Viva Cientificamente de Férias - Ciência para os mais n’ovos (4 aos 6 anos) 28 Março - 10h00 às 12h00 - Centro de Ciência Viva OUTROS EVENTOS - ATLIERS / WORKSHOPS Atelier de Alfabetização Sénior Quartas - 14h00 às 16h00 - Biblioteca Municipal José Régio
Atelier Adultos - Pintura em Cerâmica 6 e 8 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Adultos - Patchwork 7, 14, 21 e 28 Março - 10h30 às 12h30 - Centro de Atividades Atelier de Lavores 7, 14. 21 e 28 Março - 15h00 às 17h00 - Auditório Municipal Atelier Adultos - Embalagens e Decorações de Páscoa 12 e 14 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Adultos - Ovos em Papel Maché 16 Março - 15h00 às 18h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Um presente para o Pai 19 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Pinturas de Primavera 20 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Flores para a Madrinha 21 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Cestos Reciclados 22 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Ovos Cloridos 23 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Atelier Adultos - Cake Design 23 Março - 15h00 às 17h00- Centro de Memória Atelier Sábados no Centro - Fantoches de dedo - Coelhos 23 Março - 15h00 - Centro de Atividades Atelier Férias da Páscoa - Pintainhos Pompom Coloridos 24 Março - 15h00 às 17h00 - Centro de Atividades Workshop de Dança - “A dança no mundo que nos rodeia” 24 Março - 16h00 | 3 aos 6 anos - Teatro Municipal de Vila do Conde 24 Março - 17h30 | 7 aos 12 anos - Teatro Municipal de Vila do Conde
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DESPORTO Campeonato de BTT XCO de Vila do Conde 17 e 30 Março Torneio Artes Marciais 23 Março - 15h00 - Parque de Jogosdelo DESPORTO - FUTSAL Jun. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - Rio Ave FC x Boavista FC 2 Março - 16h00 - Pavilhão Mindelo Sen. Fem. - Camp. Distrital 2ª Div. - Rio Ave FC x ASS “ O Amanhã da Crança” 2 Março - 19h30 - Pavilhão Mindelo Sen. Fem. - Camp. Distrital 1ª Div. - ACDMindelo x GD Covelas 2 Março - 21h00 - Pavilhão Mindelo Juv. Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. - Rio Ave FC x ARCD Junqueira FC 2 Março - 15h00 - Pavilhão Macieira Inic. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x GDC Cohaemato 3 Março - 11h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde Juv. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x Granja 3 Março - 12h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sen. Masc. - Camp. Nacional 1ª Div.(19ª Jorn.) - Rio Ave FC x SC Braga 3 Março - 18h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde Escolas - Camp. Distrital - CJ Malta x Alfa Académico Clube 3 Março - 11h00 - Pavilhão Macieira Sen. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - Div. Honra - ADCR Caxinas x AC Carvalhido 8 Março - 22h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde Escolas - Camp. Dist. - ADCR Caxinas x Paraízo SC Foz 9 Março - 15h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde
Jun. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x A. Moradores Granja 9 Março - 16h00 - Pavilhão Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sen. Fem. - Futebol Amador 9 Março - 20h30 - Pavilhão Macieira Sen. Fem. - Futebol Amador 9 Março - 21h45 - Pavilhão Macieira Inf. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x Ass. Moradores Granja 10 Março - 9h30 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Inic. Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. - CJMalta x Balio Futsal Clube 10 Março - 11h00 - Pavilhão Macieira Inic. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x Ass. Moradores Granja 16 Março - 15h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Escolas - Camp. Dist. - ADCR Caxinas x Póvoa Futsal Clube 16 Março - 16h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sen. Masc. - Camp. Nacional 1ª Div.(21ª Jorn.) - Rio Ave FC x AD Fundão 16 Março - 18h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sen. Fem. - Camp. Distrital 2ª Div. - Rio Ave FC x Póvoa Futsal Clube 16 Março - 19h30 - Pavilhão Mindelo Juv. Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. - Rio Ave FC x AR Restauradores Brás Oleiros 16 Março - 15h00 - Pavilhão Macieira Escolas - Camp. Distrital - CJ Malta x Juv. Desp. Gaia 17 Março - 11h00 - Pavilhão Macieira Sen. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - Div. Honra - ADCR Caxinas x GD Praia Mar 22 Março - 22h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Inf. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x CD Boavista 23 Março - 16h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Inic. Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. - CJMalta x Ass. Desp. Rec. Araújo 24 Março - 11h00 - Pavilhão Macieira
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Juv. Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. - Rio Ave FC x ADC Santa Isabel 29 Março - 15h00 - Pavilhão Macieira Inic. Masc. - Camp. Dist. 1ª Div. - ADCR Caxinas x Os Amigos Cave 94 30 Março - 15h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde DESPORTO - BASQUETEBOL Sub 19 Fem. - Camp. Dist. 2ª Div. - CDJosé Régio x UAAAroso 1 Março - 22h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sub 16 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª fase) - CDJosé Régio x Juv. Pacense 2 Março - 17h30 - Pavilhão Mindelo Sub 14 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Penafiel 3 Março - 9h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sub 14 Fem. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Vigorosa 3 Março - 15h30 - Pavilhão Mindelo Sub 16 Fem. - Torn. Interassociações (1ª Fase) - CDJosé Régio x SC Braga 3 Março - 17h30 - Pavilhão Mindelo Sub 18 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Lousada 8 Março - 21h30 - Pavilhão Mindelo Sub 14 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Clip 10 Março - 11h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sub 16 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª fase) - CDJosé Régio x 5 Basket 16 Março - 17h00 - Pavilhão Mindelo Sub 14 Masc. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Bolacesto 17 Março - 9h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Sub 14 Fem. - Camp. Dist. 2ª Div. (1ª Fase) - CDJosé Régio x Valongo 17 Março - 11h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde
DESPORTO - VOLEIBOL Vet. Masc. - Liga de Voleibol INATEL - GCVilacondense x Gondomar Cultural 1 Março - 21h30 - Pavilhão Mindelo Inic. Fem. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x Ala Gondomar 2 Março - 17h00 - Parque de Jogos Sen. Masc. - Taça de Portugal - GCVilacondense x Fonte Bastardo 3 Março - 16h00 - Pavilhão Municipal de Vila do Conde Inf. Masc. - Camp. Regional - GCVilacondense x Viana 3 Março - 11h00 - Parque de Jogos Jun. Fem. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x SC Braga 3 Março - 15h00 - Parque de Jogos Jun. Masc. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x Leixões SC 3 Março - 17h00 - Parque de Jogos Cad. Fem. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x SC Braga 9 Março - 11h00 - Parque de Jogos Inf. Fem. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x Castelo Maia 10 Março - 11h00 - Parque de Jogos Juv. Fem. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x Leixões SC 10 Março - 15h00 - Parque de Jogos Jun. Masc. - Camp. Regional/Inter-Regional - GCVilacondense x AA Espinho 10 Março - 17h00 - Parque de Jogos DESPORTO - ANDEBOL Minis - Camp. Regional - GDCAzurara x Vigorosa 2 Março - 14h30 - Pavilhão Mindelo Minis - Camp. Regional - GDCAzurara x Académico Porto 16 Março - 15h00 - Pavilhão Mindelo
Está a dinamizar um evento no concelho de Vila do Conde? O Vilacondense - Roteiro Online tem um local específico para o divulgar. Adicione o seu evento gratuitamente. Envie um e-mail para agenda@vilacondense.pt ou submeta o seu evento no Vilacondense - Roteiro Online. 89 e-vilacondense
Jogo de Andebol 17 Março - 15h00 - Pavilhão Macieira DESPORTO - TÉNIS DE MESA Sen. Masc. - Camp. Nac.2ª Div. - GDCAAA Guilhabreu x NCR Valongo 9 Março - 15h00 - CJGuilhabreu Sen. Masc. - Camp. Nac.1ª Div. - GDCAAA Guilhabreu x GDSR Toledos 9 Março - 15h00 - CJGuilhabreu Sen. Masc. - Camp. Nac.1ª Div. - GDCAAA Guilhabreu x ADC Ponta do Pargo 27 Março - CJGuilhabreu Sen. Masc. - Camp. Nac.2ª Div. - GDCAAA Guilhabreu x Ala N’Alvares 29 Março - 15h00 - CJGuilhabreu
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