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O charme da coluna social

Ea vida de colunista social, esse mundo de brilhos e luzes, sorrisos, banquetes, flores em orgia, tapetes e móveis suntuosos, recheados de mulheres bonitas e homens estilosos? Sim, Toledo trilhou e trilha esse caminho com garbo. Tem um estilo, burilado ao longo do tempo, com notas curtas como convém ao modelo de coluna social, mas com uma sagacidade conquistada pela experiência. Ele deixa uma dúvida no ar, um certo mistério, para o leitor ficar curioso. Umas pitadas de mistério e humor. Ele é informadíssimo e tem sacadas inteligentes, texto palatável e um português correto. Além disso, tem o principal: abundância de notícias fresquinhas que seu assessor Luizinho Bueno recolhe na mídia e na alta e média sociedades. A coluna social tem muita força e muita leitura em Rio Preto, notabilizando seus autores e informando o que acontece de amenidades, ou nem tanto, nas rodas sociais. Tem um forte poder de marketing mesmo quando camufla os nomes (por exigências comerciais do patrão) e uma atração irresistível de

leitura. Notas pequenas são fáceis de ler, demandam pouco tempo e o público ainda sai informado. Grosso modo, o colunismo social se empenha em juntar informações que nem sempre são notícias sobre figuras famosas de uma cidade, região ou país. Os colunistas sociais coletam notas sobre celebridades, artistas, milionários, gente importante, autoridades e outras pessoas que surgem acontecendo na cidade. Um trabalho bem-feito, com ética e consciência, resulta em uma coluna social informativa, e não em um subjornalismo, como alegam os puristas de plantão. O texto nem sempre fala de ricos, como acontecia antigamente quando havia um distanciamento maior de classes e um padrão rígido para informar. O próprio estilo de escrever era mais sisudo e enxuto. Uma nota social estampada na capa do primeiro jornal de Rio Preto, O Porvir, fundado em 1903 pelo coronel Lindolpho Guimarães Correa, anunciava a chegada de uma autoridade à cidade. Aí o leitor devaneia: que pena ter só essas quatro linhas! Podia ter mais informação. Como será que ele veio? De trem não pode ser, porque a linha férrea só foi inaugurada em 1912. De carro, imaginem as estradas sem asfalto. Os detalhes da chegada e do forasteiro seriam saborosos, demonstrando usos e necessidades da época. O colunismo serve também para defesa pessoal do autor e conquista de algo. O colunista social Ibrahim Sued durante anos seguidos tentou entrar como sócio de um clube fechado do Rio de Janeiro, mas a diretoria lhe dava impiedosamente bola preta, que significava: “aqui não entra”. As notas que ele postava sobre o clube, sobre uma situação parecida, ou seus desafetos, replicava com um bordão árabe de grande sabedoria: “Os cães ladram e a caravana passa”. Ou seja, a vida segue apesar de você. Grandes nomes como Ibrahim Sued, no Rio de Janeiro, e Tavares de Miranda, em São Paulo, inspiraram-se no estilo dos colunistas norte-americanos, inserindo pequenas notas de política, economia e etiqueta, comentários sobre personagens

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da alta sociedade, entre outros. Outro elegante colunista, Jacinto de Thormes, pseudônimo de Maneco Muller, criou a lista das dez mais elegantes, um turbilhão de vaidade e gossips que movimentou o soçaite por décadas e abalou cabeças coroadas. Dessa forma, acompanhando a transformação da sociedade, as colunas de acontecimentos sociais, como casamentos, aniversários, falecimentos e moda, foram ganhando notas políticas e econômicas, bem absorvidas pelos leitores e pelo mercado da mídia. O colunista social Roberto Toledo começou a escrever na extinta Folha de Rio Preto em parceria com a jovem Andraci Lucas (mais tarde Veltroni), na época assessora do radialista J. Girotto. Antes ele teve passagem pela imprensa escrevendo coluna sobre cinema em parceria com José Menezelo na Folha de Rio Preto. Era época da sociedade entre Alberto Cecconi e José Barbar Cury, que tinham saído da sociedade do Diário da Região para fundar a Folha de Rio Preto. Toledo escrevia uma coluna que não era social, com o título Charme. Mais tarde Andraci se desligou para seguir carreira acadêmica, com mestrado e doutorado, tornando-se professora. Como colunista, Toledo trabalhou nos jornais Correio da Araraquarense e A Notícia, além de assinar uma coluna social rural no Diário da Região. Quando o jornal Bom Dia foi fundado por J. Hawilla em 2006, Toledo foi contratado para escrever uma página social e ficou nessa função por 15 anos. Hoje ele assina uma coluna social no jornal DHoje, publicada três vezes por semana, alternando com Waldner Lui.

ELES FIZERAM O RÁDIO RIOPRETENSE

Nesta grande aventura de viver do rádio e viver para o rádio, vendo as pessoas pelos olhos do seu tempo, tudo tão iniciático, precário e sem tecnologia, o que fez de Roberto Toledo um profissional extraordinário foi a travessia dessa grande onda até os dias de hoje sem nunca abandonar o microfone, firmíssimo no estúdio, com a mesma voz de veludo, mas reinventando o modo de se comunicar. Com seu gestual envolvente quase abraçando o microfone, ele elevou o nível do rádio, sempre lançando atrações aos ouvintes e sobrevivendo financeira e galhardamente das ondas desse meio de comunicação. É difícil dissociá-lo do microfone. O Dia Mundial do Rádio é comemorado no dia 13 de fevereiro, destacando a importância das transmissões de rádio não só pela sua função informativa, mas também de entretenimento. No dia 13 de fevereiro de 2021, na sua coluna no jornal DHoje, Toledo publicou: “Obrigado, amigos, pelo carinho quando ligaram meu nome ao meu melhor amigo e companheiro, o RÁDIO, cujo mi-

crofone me sustentou e fez minha história valer a pena. Obrigado, minha caixinha de som”. Testemunha ocular presencial dos últimos 50 anos de rádio, Toledo vive devotamente sua história, com pureza, desapego e autenticidade. Nesses 86 anos de rádio rio-pretense, muita gente também brilhou abrindo caminhos para os demais. Na lista a seguir, apresentamos ao leitor as pessoas mais significativas do meio radiofônico, em qualquer função, seja apresentador de auditórios, noticiarista ou contrarregra. Não dá para falar de todos, claro. Alguns já faleceram, outros saíram de Rio Preto, mas procuramos ser justos incluindo o maior número de profissionais de quem se tem notícia ou dados pessoais. Outros tornaram-se famosos sem nunca abrir o microfone para um “alô, ouvintes!”, nem tinham postos na hierarquia do rádio, mas sem eles a engrenagem não funcionava. É o caso do técnico Luis Santander, chamado para atender e socorrer qualquer catástrofe nas linhas de transmissão ou na mesa de som. Luiz consertou equipamentos de todas as emissoras de Rio Preto, visto que não tinha passe exclusivo com uma ou outra empresa. Chegava calado, ia embora calado. E a rádio estava no ar de novo. E o que dizer da lenda Didi Brasil? Um menino calado do cabelo encaracolado, apontado como o maior discotecário de todos os tempos pelos próprios companheiros. Ele resistiu heroicamente nos tempos bicudos do rádio e da economia brasileira. É importante lembrar que hoje para sobreviver no rádio é preciso principalmente ter uma boa carteira de anunciantes. Tem que vender anúncio e ser ótimo em vendas e resultados financeiros, uma qualidade que nem sempre acompanha o artista de fato. Artista vive com a cabeça na lua, dizem. Sempre sonhando. Boa parte dos nomes conhecidos do rádio rio-pretense começou a carreira como operador de som em um compartimento parcamente mobiliado, em nada igual ao aparato computadorizado de hoje que desperta os sons desejados com leves toques. Os métodos de produção eram bem diferentes de hoje, que é tudo computadorizado. Não havia um departamento rigidamente delimitado, todo mundo fazia um pouco de tudo. Gerente escrevia

anúncio, vendia a publicidade nas lojas da cidade e criava campanhas para as lojas da época, como Casas Pernambucanas, Casas do Linho Puro e Lojas Riachuelo, todas concorrentes, tendo que bolar mensagens diferentes para cada uma delas. Nos intervalos, não se podia falar de duas ao mesmo tempo, tinha que separar. Saiba a seguir quem é quem no rádio rio-pretense desde 1935.

ABEL RODRIGUES (1939-2005)

Radialista esportivo. Nascido em Rio Preto, começou na PRB-8 em 1959 e, em 1960, transferiu-se para a rádio Difusora, a mais nova filial da Rede Piratininga de Emissoras, na qual apresentava o programa dominical de grande audiência Jornada Esportiva Difusora, com Amílcar Prado. Fazia também os programas Radar Esportivo, Rádio Esporte Difusora e Página de Observação. Ficou nessa emissora até o seu encerramento em 1974, por determinação do Ministério das Comunicações.

ADIB MUANIS JR.

Adib Muanis Jr. é a segunda geração de uma das mais famosas famílias da história do rádio rio-pretense. Filho do lendário Adib Muanis, o “Adibão”, cresceu em uma família onde os tios Rubens e César também eram referência em uma época na qual o rádio era a grande paixão dos brasileiros. Não por acaso, nas reuniões de domingo da família Muanis, música e notícias ponteavam as conversas entrecortadas por saborosas esfirras, quibes e outros pratos típicos da culinária árabe servidos no farto almoço. De origem libanesa, a família Muanis, prezava não só pelos negócios, mas também pelo conhecimento e pela cultura. O trabalho no rádio de “Adibinho” foi menos intenso do que o da família. A passagem mais marcante que se lembra aconteceu nos anos 1980, quando cobriu as eleições para o governo do Estado de São Paulo, com comentários de José Luís Rey. Adibinho começou no jornalismo impres-

so trabalhando no jornal Dia e Noite, depois na Folha de Rio Preto e em jornais no Estado do Pará. Voltou para São Paulo e consolidou sua carreira na TV Globo sendo gerente de jornalismo na então TV Globo Noroeste Paulista, em Rio Preto, durante anos. Trabalhou ainda em outras emissoras como TV Record, SBT e, recentemente, foi editor-chefe do jornal Diário da Região. Atualmente, trabalha na assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Planejamento de São José do Rio Preto.

ÁGUEDA SALLES

Locutora da PRB-8 e chefe do Departamento de Publicidade. Começou na emissora em 1943 e participou de radionovelas célebres na época. O papel das mulheres no rádio antigo era minimizado, voltado para as donas de casa, dicas do lar e novelas.

ALBERTINA BATISTA (1928-)

Locutora da PRB-8 e radioatriz. Primeira mulher de Rio Preto a trabalhar em rádio, a partir de 1950, foi designada para o departamento de publicidade, também fazendo radioescuta com Águeda Salles e Dalva Brandt. Foi secretária dos programas de auditório Tenda do Adib e Clube da Cirandinha; substituiu a radialista Laura Nice no programa Momento Feminino, de repercussão até na região, com receitas, consultório sentimental, regras de etiqueta, músicas, curiosidades e dicas de beleza; e atuou em radionovelas. Era tam-

bém contrarregra, reproduzindo os sons nas novelas. Ainda trabalhou nas rádios Anchieta, Brasil Novo, Centro América, Difusora, Stereo Show, Independência, Melodia, Metrópole e Onda Nova.

ALDAIR THOMAZ DE AQUINO (1934-)

Locutor comercial, começou na PRB-8 em 1959 e depois trabalhou na Cultura em 1961, Brasil Novo e Anchieta. Também foi agenciador de publicidade. Aposentou-se do rádio em 1991 e passou a declamar poesias em saraus e eventos culturais, com performances significativas. Era imbatível ao declamar Navio Negreiro, épico de Castro Alves.

ALEXANDRE MAMEDE (1960-)

Radialista e jornalista, integrou a equipe esportiva da rádio Independência como narrador e repórter de campo entre 1985 e 1989.

ÁLVARO CECATO (1950-)

Nascido em Rio Preto, sempre foi apaixonado pelo rádio, mas encantou-se, primeiramente, pela música, integrando as bandas The Cats e Apocalipse. A carreira como radialista começou pela rádio Piratininga em 1974, passando depois pela Anchieta, Stereo Show, Centro América e Independência. Em 1993, foi contratado pela Menina FM, de Olímpia (SP), e na sequência foi trabalhar na Voz FM, de Catanduva (SP), com seus programas musicais

cheios de criatividade e simpatia. Em 1995, retornou a Rio Preto para trabalhar na Diário FM, mas quatro anos depois foi contratado novamente pela Independência. A voz diferenciada levou-o também à televisão. Trabalhou na TV Rio Preto, na TV Globo Noroeste Paulista e na TV Record. Depois de décadas dedicadas à comunicação, curte atualmente sua merecida aposentadoria.

AMAURY JR. (1950-)

Começou muito jovem a trabalhar com comunicação. Aos 14 anos, criou uma coluna no Diário da Tarde, em Rio Preto, com eventos da escola Instituto de Educação Monsenhor Gonçalves, onde estudava. Pouco tempo depois, a coluna passou a abordar temas envolvendo todos os colégios da cidade. A Coluna do Estudante transformou-se em coluna social e abriu caminho para o jornalista sair do Diário da Tarde e ir para o Correio da Araraquarense e depois para o Diário da Região. Trabalhando no Diário, passou a conciliar um programa na PRB-8 com o nome de Desfile Social. Era um retrato dos acontecimentos da sociedade da época falando dos eventos sociais e da programação cultural. Saiu da PRB-8 para integrar o time da Independência. O contato com o microfone na rádio foi a porta de entrada para mostrar seu talento, dando início a uma carreira brilhante que o transformou em referência no jornalismo social em todo o Brasil. Depois do trabalho na rádio, foi para a televisão, ajudando

a fundar a extinta TV Rio Preto, Canal 8, na qual fez programas e documentários. Ainda em Rio Preto, saiu da TV e foi para o icônico Dia e Noite, jornal de vida curta e longa memória pelo marco de um jornalismo diferenciado na cidade. Foi seu último trabalho por aqui. Aos 27 anos, mudou-se para São Paulo e começou a trabalhar como repórter para a TV Tupi. Pouco tempo depois, estava na TV Gazeta, na qual iniciou um programa de colunismo social que se transformou em um grande sucesso e alavancou sua carreira. Com seu programa eletrônico, mergulhou no mundo glamoroso dos famosos e entrevistou celebridades brasileiras e internacionais. Ainda hoje, depois de mais de 40 anos de carreira, é referência nesse estilo de programa.

AMILCAR PRADO (1927-1989)

Comentarista esportivo e jornalista. Sua primeira emissora foi a PRB-8, em 1959. Seu primeiro programa foi Jacarelândia, aos domingos, com música, piadas, curiosidades e notícias. Integrou a equipe de esportes da PRB-8, depois a da Difusora, Piratininga e Independência. Atuou nas rádios Pan-Americana, Bandeirantes e Tupi (SP). Foi redator de esportes nos jornais Correio da Araraquarense, A Notícia, Diário da Região, Folha de Rio Preto e Gazeta Esportiva (correspondente). Criou a coluna esportiva Papo de Jacaré, no jornal impresso. Teve desempenho expressivo na TV Rio Preto, Canal 8.

ANDRASSY RIBEIRO (1916-1993)

Primeiro gerente da PRB-8 em 1937. Foi radialista, cantor e acionista.

ANTONIO AGUILAR (1930-)

“Nasci em Rio Preto em 1929, onde vivi até 1948. Durante esse período trabalhei na Casa Bueno como office boy e no 2º Cartório de Ofícios como datilógrafo. Depois comprei uma máquina fotográfica simples de fole e passei a fotografar a cidade e alguns eventos. Conheci aí um tradicional estúdio fotográfico, o Demonte, que passei a frequentar e aprendi a revelar filmes, retocar negativos de vidro e manejar equipamentos de estúdios. Em 1948, ao completar 18 anos de idade, resolvi mudar para São Paulo. A família não queria, mas um tio meu, irmão do meu pai, que residia em São Paulo, garantiu à família que cuidaria de mim e assim acabei viajando de trem, 8 horas de viagem. Na capital, me empreguei na Cia. Meridional de Seguros de Acidentes do Trabalho, na rua Líbero Badaró, e nas horas de folga, saía fotografando acontecimentos em datas comemorativas e como freelance, vendia para pequenos jornais da cidade. Fui pegando a prática do jornalismo e com o dinheiro arrecadado, comprei uma máquina profissional Speedy Grafic 6X9, com filme packer, rígido e rolo. Em 1950, iria inaugurar a nova redação do jornal O Estado de S. Paulo, na rua Major Quedinho, 28. Fiz o teste e fui aprovado como repórter fotográfico. Trabalhei durante 9 anos nesse

periódico, viajando pelo Brasil fotografando fazendas de café, aniversários de cidades e outros acontecimentos. Cheguei ao setor social do jornal fotografando as grandes figuras da nossa sociedade. Em 1960, Bill Halley e Seus Cometas chegavam ao Brasil para a divulgação do filme Rock’n roll The Clock. Fotografei-os na chegada do avião em São Paulo e fui ao Art Palácio na estreia do filme, casa superlotada daquela rapaziada entusiástica pelo novo ritmo. Adorei o que presenciava e daí pensei em trabalhar no rádio. Fui muito difícil, pois teria que optar - o rádio ou o jornal - onde estava há cerca de 10 anos. Antes de tomar a iniciativa de perder os direitos trabalhistas, resolvi fazer uma experiência no rádio para saber se daria certo. Passei pelas rádios 9 de Julho, Excelsior e Nacional. Acabei comandando o programa Ritmos para a Juventude, com a divulgação de rock, twist, baladas e assim fui conseguindo grande audiência em todo o Brasil. Deixei definitivamente a imprensa e me fixei na comunicação. Durante 25 anos de Rádio Globo, passando pela Record, Gazeta, Tupi, além das TVs Paulista, Canal 5, TV Excelsior, Canal 9, TV Record, Canal 7 e TV Gazeta. Lancei muitos artistas em LPs e grupos musicais The Jordans, The Clevers, Os Incríveis, The Flyers. Alavanquei em São Paulo a carreira artística do Sergio Reis, Marcos Roberto, Roberto Carlos e outros. Ah! mas eu me lembro da PRB-8. Adib Muanis e César Muanis são meus conhecidos dos tempos dessa emissora. A primeira da cidade. Divulgava cantores famosos na época que eram contratados para shows. Silvio Caldas,

Carlos Galhardo, Dorival Caymmi, Orlando Silva, e eu costumava ir até a emissora para ficar vendo esses artistas pelo vidro entre o estúdio e a sala de espera. Não conheci pessoalmente, mas fiquei sabendo que o radialista Paulo Serra Martins foi um dos locutores da PRB8. Roberto Toledo também trabalhou nessa emissora, Jaborã, Silveira Coelho, Gentil Rossi, Adib Muanis e César Muanis. Aposentei-me na Globo em 1981 e resolvi retornar à minha terra natal para acabar de criar os três filhos. Trabalhei na Onda Nova, Independência e ajudei o Cezar Casseb a montar a nova emissora, a Centro América AM. Comandei programas populares, sertanejos e de juventude, mantendo sempre meus contatos com os radialistas da cidade. Quatorze anos depois, mudei para Santos, onde continuei trabalhando em rádio, na Tribuna de Santos, Cultura e Clube, de propriedade do Pelé. Em 2005, deixei tudo e voltei para São Paulo onde fui convidado pelo Chico Paes de Barros, diretor da rádio Capital, para um programa diário. Fiz um bom acordo e estou atualmente em minha residência, editando o meu programa para uma emissora do Google (www.radiocalhambaque.com) aos domingos, das 12 às 14h, com reprise aos sábados no mesmo horário. Pretendo continuar trabalhando, enquanto Deus me proporcionar saúde, estar consciente e manter a voz límpida e cristalina. Dizem que o ser humano envelhece, mas a voz não. Vamos levando a vida trabalhando sempre, naquilo que amamos fazer...comunicação. Hoje, tenho 91 anos de idade e 73 anos na comunicação.”

ANTONIO CARLOS BOTTAS (1943-1991)

Jornalista e radialista, criou o personagem caipira Véio Tatau e um dos programas jornalísticos mais significativos em audiência, a Hora Fantástica, sucesso absoluto de audiência na Independência, onde começou a carreira em 1962. Depois atuou na Piratininga, Educadora (Fernandópolis - SP), rádio Clube de Dourados (MS), Fronteira (MG), Brasil Novo e Centro América. Apresentou o Porteira do Oito na TV Record. Assinou colunas sociais e reportagens policiais diárias em jornais de Rio Preto. Versátil, integrou também o Grupo de Teatro Rio-pretense (GTR) e dirigiu o filme Paixão e Sangue, com roteiro do jornalista João Albano.

ANTONIO CARLOS PARISE (1943-)

Escreveu sua história em Rio Preto como empresário e líder empresarial bem-sucedido. No entanto, foi nas ondas do rádio, ainda na simbólica PRB-8, que começou sua carreira profissional. Era um adolescente de apenas 16 anos quando entrou para trabalhar na emissora que foi o berço dos grandes radialistas da cidade. Em 1958, encarou o microfone pela primeira vez para comentar um jogo entre América e Jabaquara. Jovem e talentoso, passou também a produzir programas que mesclavam música e comentários do cotidiano. Sua carreira no rádio registra passagens por outras emissoras, como Anchieta, Cultura, Difusora de Mirassol e Piratininga de Votuporanga. Anos

depois, empreendeu no mundo dos negócios e exerceu cargos de liderança no Clube Monte Líbano, Automóvel Clube e Palestra Esporte Clube. No meio empresarial atuou na ACIRP, chegando a ser presidente por duas gestões, além de ser vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo). Atualmente deixou de atuar na vida pública e empresarial e curte o merecido descanso de quem é lembrado com respeito e carinho por todo o trabalho realizado.

ANTONIO HIGA (1940-)

Introspectivo e discreto, Higa passaria despercebido por qualquer coletiva de imprensa se não fossem o respeito e a admiração que recebia de colegas jornalistas e de políticos, autoridades e celebridades que entrevistava. Sempre teve o dom de fazer a pergunta certa na hora certa e receber respostas que se transformavam em furos de reportagem. Foi durante anos o correspondente regional do então poderoso jornal Estado de S. Paulo, o Estadão, cargo que o tornou ainda mais conhecido após ter trabalhado também em jornais locais. Começou a atuar no rádio a convite de Adib Muanis no final da década de 1960 e durante a década de 1970. Passou pelas rádios Independência, Difusora e Piratininga como repórter. Tinha seu momento próprio com o programa O Papo do Higa, um bloco de comentários que entrava antes do jornal do meio-dia na rádio Independência. Ganhou projeção nacional ao conseguir uma declaração antecipando o

candidato da última sucessão presidencial do governo militar. Isso aconteceu quando, ainda repórter da Independência, cobria a visita do então deputado federal Rafael Baldacci Filho na região e conseguiu do entrevistado a informação em primeira mão de que o general João Figueiredo seria o sucessor do presidente Ernesto Geisel, furo que ganhou manchetes pelo Brasil. Higa ainda milita no jornalismo como colaborador do jornal Folha do Povo.

ANTÔNIO MOLINA (1947-)

Radialista. Começou na PRB-8 em 1965 como repórter de campo e acompanhou treinos e jogos dos times Rio Preto Esporte Clube e América Futebol Clube. Depois ingressou na Difusora, auxiliando o radialista e advogado Itamar Paschoal nos programas Par ou Ímpar e Para ou Continua, com reportagens de rua. Na Independência, criou o programa Juventude em Ação, que ia ao ar todos os dias das 16h às 18h, sob o comando de Hilton José. Na Centro América, criou o SOS Molina, com música e anedotas, que também ia ao ar todos os dias, da 1h às 5h da manhã. Ainda promove competições esportivas, como o Rali da Independência, entre outras.

ANTÔNIO NATALONE (1926-2001)

Jornalista, radialista, assessor de imprensa. Iniciou carreira no Diário da Região como sócio de Norberto Buzzini, Alberto Cecconi (1928-2004) e José Barbar Cury (1950-1982)

na editoria de política. No rádio, participou como redator de dois programas da PRB-8 ligados a esportes e notícias, apresentados diariamente. Adotou o pseudônimo Mário Alfredo no rádio e ia de charrete ao trabalho. Foi Chefe do Serviço de Imprensa da Prefeitura (1983-1988) e Assessor da Prefeitura (1989-1996).

ARAÚJO NETO (1928-1996)

Radialista e locutor desde 1953, tinha programa específico para caminhoneiros. Começou na PRB-8 como locutor comercial. Seu primeiro programa foi Conversando com a Saudade. Em seguida, vieram A Hora do Motorista, Caixa de Pedidos Lever e Peça e Ouça (1959). Fez participações em Clube da Cirandinha e Tenda do Adib. Trabalhou nas rádios Cultura, Piratininga e Independência AM. Criou uma tradição no dia de São Cristóvão, padroeiro dos motoristas: A Hora do Motorista se transformava em uma grande homenagem ao santo, com transmissão da missa da Sé Catedral de São José, celebrada pelo monsenhor Leibenites de Castro, e um grande desfile de veículos (táxis e caminhões de aluguel) pelas principais ruas da cidade.

ATILIO JACINTHO

Inaugurou o primeiro serviço volante de som em Rio Preto com anúncios comerciais, como das Casas Bueno e Pernambu-

canas, em um Fordinho 29 equipado com alto-falante. Foi também operador de som na PRB-8 e teve uma passagem interessante no rádio. Em 1966, no lançamento de um programa da PRB-8 às 6h, Satélite no Sertão, foi organizado grande show na praça D. José Marcondes com trio sertanejo, mas a atração só foi confirmada na véspera à noite. Desespero geral na produção, a emissora quase cancelou diante da falta de divulgação, mas na manhã de sábado, dia do show, Jacintho foi contratado para o serviço. Ele percorreu todos os bairros da cidade até começar a apresentação às 19h. Resultado: uma plateia (inesperada!) de 15 mil pessoas. A partir de 1960, abriu dedetizadora, adotou o slogan “Jacintho mata tudo” e ganhou a vida com o comércio e a aplicação de produtos de dedetização.

CAMPANHA E CUIABANO

Dupla sertaneja de sucesso formada em 1948. Eram irmãos: Antônio Campanha (Campanha), nascido em 1925 e falecido em 2016, e Olívio Campanha (Cuiabano), nascido em 1928 e falecido em 1981. Começaram tocando no Nosso Circo, de Rio Preto, e se apresentavam na PRB-8, com o nome artístico de Irmãos Campanha ou Campanha e Seu Irmão. Em 1952, foram para São Paulo, onde foram aprovados em teste na Rádio Nacional, apresentando-se durante vários anos. Por sugestão dos compositores Arlindo Pinto e Anacleto Rosas Jr., adotaram o nome artístico Campanha e Cuiabano.

Gravaram o primeiro disco em 1953, interpretando o cururu Barra bonita, de Arlindo Pinto e Priminho, e a moda campeira Pião vira-mundo, de Campanha e Benedito Seviero. Em 1954, conheceram o acordeonista Celinho, que os acompanhou durante dez anos. Em 1957, gravaram seu maior sucesso, a moda de viola Meu passarinho, de Campanha e Zé Rosa; depois o tango Não sou culpado (1960), de Campanha e Jeca Mineiro; Desprezo de amor (1961), de Souza e Campanha; Um berrante na solidão, de Ramon Cariz e George AB (1961); Rolinha cabocla, de João Pacífico e Raul Torres (1962); e Lá na fazenda, de Francisco Lacerda e Ricardo Jardim (1963). Em 2000, a gravadora BMG lançou dentro da série Luar do sertão o CD Campanha e Cuiabano, com 14 sucessos da dupla. Antônio Campanha continuou apresentando programa na rádio Independência depois da morte do irmão Cuiabano, mas nunca mais cantou em dupla.

CARLINHOS PINHEIRO

Os rodeios foram a porta de entrada para Carlinhos Pinheiro mergulhar no mundo da comunicação. Começou a atuar nas arenas em 1990 a convite do locutor Toni Carreiro. Transformou-se em narrador de sucesso e ganhou espaço na rádio Independência. Atualmente é o empreendedor do Arena CP, seu grupo de comunicação que engloba a revista Country Fever, Arena News TV, Arena CP na Poltrona e o programa Carlinhos Pinheiro, na rádio Country Fever FM.

CARLOS ZANETTI (1951-)

É um dos radialistas mais conhecidos e respeitados de Rio Preto, mas sua carreira profissional teve início longe daqui. Começou a trabalhar em 1974 na rádio ABC, de Santo André (SP), cidade onde nasceu. Quatro anos depois, foi contratado pela rádio América AM, de São Paulo, e depois pela rádio Diário do Grande ABC, de São Bernardo do Campo (SP). A passagem pela emissora, na qual atuava como locutor comercial e repórter esportivo, rendeu-lhe sucesso de audiência e reconhecimento profissional. Foi agraciado com o título de “Melhor Locutor da Noite no ABC” e recebeu menção honrosa pela Sanyo Eletronics como locutor revelação. A carreira seguia com sucesso e convites para trabalhos paralelos em outras emissoras, como Gazeta AM-FM, Imprensa FM e Notícia FM, sempre na capital ou em cidades próximas, como Jundiaí - SP - (rádio Notícia). Rio Preto entrou na vida de Carlos Zanetti por causa do futebol. Ele veio para cá com a equipe esportiva da rádio Diário do Grande ABC cobrir o jogo do América Futebol Clube contra o Santo André pelo Campeonato Paulista. Foi quando encantou-se pela cidade e decidiu morar aqui. Em 1985, foi contratado pela Brasil Novo e depois passou a atuar também na Onda Nova, ambas do grupo Luiz Homero de Comunicação. As rádios absorveram todos os talentos de Zanetti e ele trabalhou como locutor comercial, repórter esportivo, noticiarista, programador musical e apresentador

de programas musicais. Foi ali também que conheceu e casou-se com Edinalva de Barros, então gerente administrativa do grupo de comunicação.

CASSIO DE MARCO (1961-)

Nasceu em São Paulo, mas ainda criança mudou-se com os pais para Rio Preto, cidade onde cresceu. Na juventude, chamava a atenção pela educação, pela voz bem empostada e pela beleza, o que despertou a curiosidade de quem vivia no mundo da comunicação. Era um talento a ser lapidado. Aos 18 anos, começou a trabalhar no jornal Correio da Araraquarense, passando em seguida pelos jornais Folha de Rio Preto e A Notícia. O rádio entrou em sua vida profissional em 1982, quando foi contratado pela Anchieta, lançando o programa Show das Cinco. O sucesso o levou a receber outras propostas. Entrou para o time da Independência dois anos depois, seguindo com programas musicais e passando a integrar a equipe esportiva. A convivência com grandes nomes do rádio que trabalhavam na Independência fez seu talento consolidarse como um profissional de comunicação apto a trabalhar com desenvoltura em várias frentes. Trabalhou também nas rádios Stereo Show, Band FM, Onda Nova FM e Independência FM. Fez vários trabalhos em TV, como na TV Rio Preto. Atualmente está na Rádio Interativa FM 104.3 com o programa Tarde Total, das 17h às 18h, no qual apresenta sucessos da MPB dos anos 1970, 1980 e 1990, além de notícias do mundo artístico e de um boletim de esportes.

CASTRO BARBOSA (1968-1991)

Jornalista carioca com passagem por Rio Preto, é filho de embaixador do Brasil no Chile. No rádio, começou parceria com Amaury Jr. em 1976. Depois foi contratado pela Independência AM, integrando o jornalismo da emissora. Em 1981, atuou na rádio Centro América, que estava em funcionamento experimental. Em jornal, trabalhou no Dia e Noite e Diário da Região.

CECILIA DEMIAN (1945-)

Jornalista pela Unilago e advogada pelo Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), começou a carreira de jornalista na rádio Independência, no período de ouro final da emissora, sob a direção dos sócios José Luiz Spotti, Poty Peloso Jorge e Luiz Floriano. Redigia informativos lidos de hora em hora e fazia flashes e coberturas de evento ao vivo (1985-1989). Usava o sobrenome de casada (Cecilia Motta). Trabalhou na rádio FM Diário (1989-1992) até dedicarse definitivamente ao jornalismo impresso no Diário da Região. Atualmente, integra a equipe de jornalismo da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Rio Preto e escreve livros.

CLENIRA SARKIS (1958-)

Em um mundo como o do rádio, no qual a grande maioria dos profissionais é de homens, Clenira foi uma rara e competente voz

feminina. A dama do rádio rio-pretense, como era chamada quando atuava nas emissoras, destacou-se no jornalismo. Trabalhou na Independência entre 1987 e 1995 apresentando, ao lado do jornalista e radialista Rubens Celso Cri, programas como Cidade Alerta e Hora Fantástica, campeões de audiência da emissora. Também teve passagens pelas rádios Metrópole, Centro América e Rádio Líder, participando sempre de programas jornalísticos. Trabalhou ainda como repórter na TV Record e no jornal A Notícia. Sua carreira tem passagens também pelo estado do Amazonas, onde trabalhou na Rádio Rural e na Rede Vida de Televisão. A dama do rádio rio-pretense sempre se expressou com paixão pelo jornalismo no rádio, sendo dela a célebre frase “Rádio é que nem cachaça: depois que você bebe o primeiro gole, acabou, nunca mais”.

CUMPADI TADEU

Pseudônimo de Tadeu dos Santos Lisboa. Foi locutor comercial nas rádios Independência (a partir de 2005), Onda Nova (atual Nativa – 2004-2005), Centro América (1997-1998) e Metrópole (1996-1997); plantonista esportivo na Band FM (1998-2003); programador musical nas rádios Anchieta, Rio Preto, Metrópole e Band FM; e operador de áudio nas rádios PRB-8 (1970-1974) e Anchieta (1974-1977). Criou um programa sertanejo com seu personagem Cumpadi Tadeu. É um dos mais conhecidos divulgadores da música sertaneja da região de Rio

Preto. Em 2020, disputou eleição municipal para vereador pelo PL.

DANIELE JAMMAL (1970-)

Jornalista e radialista, formada em Comunicação pela Unesp (1992), foi presidente do Sindicato dos Jornalistas, seção de Rio Preto. No rádio, atuou nas emissoras Metrópole AM e Independência FM e como repórter na Líder FM e na CBN (antiga Brasil Novo). Destacou-se também na assessoria de sindicatos. Sua área preferida é a agenda policial, na qual nunca falta notícia.

DELLA MORENA

Aparecido Donizete de La Morena nasceu no dia 12 de outubro, dia de Nossa Aparecida, santa protetora dos rodeios, e quis a vida e o destino que suas paixões, o rádio e o rodeio, viessem a se cruzar muitos anos depois. Ainda garoto, morando em Mirassol, ia quase todo dia à rádio Difusora observar a locução de Perturbado e Carrapicho, duas referências na rádio da cidade. Passados alguns anos, entrou na rádio Onda Nova na área comercial e depois foi para a Stereo Show. Passou também pelas rádios Metropolitana e Líder, até chegar à Anchieta, a convite de Moacir dos Santos, para fazer um programa que mesclava músicas e rodeios. Foi nessa época que, a convite do saudoso e lendário Asa Branca, tomou o microfone pela primeira vez em uma arena em Potirendaba (SP). O contato com a adrenalina

do esporte e com o calor das arquibancadas fez com que se apaixonasse pelo mundo das montarias. Então, trocou o microfone dos estúdios da rádio pelo das arenas por um bom período. Os dois mundos só viriam a se cruzar anos depois, em 1989, quando, convidado por Luiz Homero, foi para a Onda Nova e começou a fazer o programa Rodeio Musical. Cravou então sua marca registrada mesclando músicas e locução de rodeios. Pouco tempo depois, foi convidado a repetir a fórmula de sucesso na Diário FM, emissora em que está até hoje. O programa Rodeio é Paixão ecoa a voz grave de Della Morena para mais de 250 cidades e milhares de ouvintes todos os dias.

DEVA PASCOVICCI (1965-2016)

Era o nome artístico de Devair Pascoalon. Nascido em Monte Aprazível, começou no rádio em Rio Preto a convite de Luiz Homero, mas especificamente na Onda Nova, que tinha uma programação alternativa focada em MPB e rock. Porém, quando Homero deu a guinada radical para uma programação 100% sertaneja, Deva saiu e foi para Presidente Prudente (SP). Trabalhou também em rádios em Rondonópolis e Cuiabá (MT), até firmar-se em Jales, onde começou a desenhar-se a carreira de locutor esportivo que o consagraria. O time de basquete masculino de Jales era um dos melhores do Brasil e alguns de seus jogadores integravam a seleção brasileira que foi para os Estados Unidos disputar uma vaga nas Olimpíadas. Deva e a equipe da rádio conseguiram formar uma rede com 18 emissoras

para viabilizarem o financiamento da viagem para Portland (EUA), onde seria disputado o pré-olímpico. A aventura da equipe de Jales e o talento na transmissão dos jogos chamaram a atenção das mídias nacional e internacional, e o trabalho rendeu a Deva um convite para integrar a TV Manchete em São Paulo, cuja equipe esportiva contava com o lendário Osmar Santos. Dois anos depois, foi contratado pelo SporTV, mas, em 2004, voltou para o rádio e foi trabalhar na CBN São Paulo. Em dezembro de 2015, após dez anos, deixou de ser narrador esportivo da CBN e voltou para Rio Preto, onde montou a CBN Grandes Lagos. Um ano depois, permanecia como proprietário da emissora, mas retornou aos microfones da capital contratado para ser um dos narradores da Fox Sports. Deva morreu em novembro de 2016 na queda do avião que transportava a equipe da Chapecoense (SC) para Medellín (COL), onde disputaria a primeira partida das finais da Copa Sul-Americana. Além da equipe da Chapecoense, a aeronave também levava 21 jornalistas brasileiros que cobririam a partida contra o Atlético Nacional.

DINORATH DO VALLE (1926-2004)

Professora, jornalista autodidata, historiadora e escritora. Foi redatora na rádio Independência AM (1978). Escrevia crônicas diárias que eram lidas pelo locutor Petrônio de Ávila na hora do almoço e quase paravam a cidade pela audiência maciça. Trazia assuntos dos mais variados, sempre de interesse da comunidade. Tinha um texto perfeito, imorredouro,

moderno em qualquer época. Sua literatura deixou saudades. Fundou a Casa de Cultura de Rio Preto, que hoje leva seu nome. É o principal nome na área cultural da cidade.

EDWARD VILLA (1940-)

Radialista esportivo, integrou a equipe esportiva da Independência. Começou como bilheteiro do Mirassol Futebol Clube e, ao mesmo tempo, anunciava resultados e mensagens no alto-falante. Convidado pela Difusora de Mirassol, estreou no microfone com Resenha Esportiva, depois Difusora nos Esportes; foi contratado pela Independência como repórter e depois comentarista. Também teve atuações na CBN/Brasil, Líder FM, Independência FM e Band FM. Ainda hoje mora em Mirassol, cidade vizinha de Rio Preto.

EGYDIO LOFRANO (1929-2003)

Radialista, pai do jornalista e ex-secretário de Comunicação Roberto Lofrano. Iniciou carreira como locutor comercial na PRB-8, junto com seu irmão Djalma (atualmente desembargador). Atuou como locutor comercial e como gerente em várias emissoras: Difusora (Mirassol e Rio Preto), Brasiliense (Ribeirão Preto), Piratininga e Brasil Novo (Rio Preto) e Mayrink Veiga (Rio de Janeiro).

ELÁDIO BAIDA (1952-)

Iniciou sua carreira na rádio Independência em 1983 como repórter policial no programa Hora

Fantástica, que ia ao ar das 16h às 17h. Teve participações também no programa Cidade Alerta, que entrava no ar mais cedo, das 12h às 14h, trazendo informações jornalísticas. Paralelamente, foi repórter policial do jornal A Notícia. Trabalhou ainda na TV Rio Preto, emissora na qual produziu os programas de Amaury Jr. e o Porteira do 8, com atrações musicais do universo sertanejo. Em 1995, após a venda da Independência, deixou a profissão de jornalista e radialista e passou a ser pastor evangélico.

FÁBIO MARCONDES HOMEM DE MELO (1917-201 3)

Advogado, delegado, vereador e presidente da Câmara de Rio Preto. Foi criador e apresentador dos programas Prata da Casa (entrevistas com personalidades de Rio Preto) e Música e Notícia para o seu Jantar, na rádio Independência, de segunda a sábado, com grande audiência, músicas altamente selecionadas e locução elegante, visando atingir um público maduro e a classe A. Também trabalhou na Rádio Pan-Americana, hoje Jovem Pan, de São Paulo.

FIRMINO, FIDÊNCIO E GERALDINO

Pseudônimos de Antônio Ferreira da Silva (Firmino), Waldemar Machado de Lima (Fidêncio) e Geraldo Zanforlim (Geraldino). O trio sertanejo fez sua primeira apresentação na PRB8 em 1950, no programa Domingo Alegre, de Gonçalves de Oliveira; a partir de 1954 ganhou

o título Os Milionários de Fãs. Em 1965, Fidêncio passou a apresentar o programa Sertão em Festas, na rádio Difusora de Rio Preto, na qual também apresentou o programa de auditório Festival de Violeiros.

FLORINDO MANI (1908-1985)

Músico de formação, foi comerciante de instrumentos musicais, com loja histórica no andar térreo da Galeria Bassitt, a Joia Musical, que funcionou durante 41 anos. Foi apresentador do programa Saudade, na rádio PRB-8; regente de trilhas do cinema mudo em 1928; e integrante das bandas Paratodos e Jazz Paulista nos anos 1930. Maestro, também foi presidente do Rio Preto Esporte Clube em 1978 e vice-presidente em 1975; primeiro-tesoureiro da Liga Rio-pretense de Combate à Tuberculose (1940-1942); e fundador da Orquestra Sinfônica de Rio Preto (1945).

FUAD MIMÉSSI (1921-2009)

Gerente da PRB-8 desde 1953, quando a rádio passou a integrar a Rede Piratininga. Revolucionou a programação radiofônica da cidade criando departamentos de jornalismo e esportes e modernizando a aparelhagem eletrônica e o transmissor. Foi superintendente de 26 emissoras da Rede Piratininga, inspetor geral e diretor de outras nas décadas de 1940 e 1950. Também foi gerente do jornal Dia e Noite, na TV Rio Preto, Canal 8, Rede Globo Noroeste Paulista, entre outros inúmeros cargos administrativos.

GARCIA NETO

Com apenas sete anos, já nutria um certo encanto pelo microfone. Em Américo de Campos (SP), onde nasceu, seu tio tinha um serviço de alto-falante por meio do qual eram anunciadas as novidades da cidade, e parte dos anúncios era feita pelo garoto. Anos depois, já adulto, mudou-se para Votuporanga para trabalhar como bancário. O desejo de atuar em rádio concretizou-se quando a Rádio Clube da cidade o aprovou em um teste para locutor. Foi o começo da carreira. Em 1978, veio para Rio Preto em busca de novas oportunidades. Começou a trabalhar no jornal Dia e Noite e, algum tempo depois, foi contratado pelo Sistema Independência de Rádio. Começou como redator de informativos e na sequência foi para a rua fazer reportagens externas. Trabalhou ainda nas rádios Anchieta e Metrópole em Rio Preto e, depois, na Rádio Clube do Paraná, em Curitiba (PR), e no SBT em São Paulo. Em 1983, voltou à Independência em Rio Preto e firmou seu nome no Hora Fantástica, levando o programa aos mais altos índices de audiência.

GENTIL ROSSI (1942-)

Nasceu em Guapiaçu (SP) em uma família na qual a música sempre esteve presente. Na adolescência, acompanhava com atenção os ensaios de seu pai, que era sanfoneiro e se apresentava com seus irmãos Rossi e Rossinho, ambos cantores. Tomou gosto pela música, aprendeu acordes e, aos 16 anos, formou sua primeira dupla de música sertaneja e logo

fez sucesso. Começou a fazer locução em programas de rádio na rádio Independência AM, mas sem abandonar a carreira musical. Apenas deixou de fazer shows depois da morte de seu então parceiro, Pracinha, quando passou a dedicar-se exclusivamente ao rádio. Em meados dos anos 1970, foi convidado para ser apresentador de programas de música sertaneja na Rede Record, quando ainda era chamada de Canal 8. Lá criou e participou de programas como Luar do Sertão e Sertanejo de todos os tempos. Voltou a gravar músicas e discos pontualmente a convite de outros artistas, mas o foco principal de sua carreira passou a ser rádio e televisão. Até hoje apresenta todo domingo de manhã o Sucesso de todos os tempos, programa que já está no ar há mais de 20 anos.

GIL GOMES (1940-2018)

O repórter policial Gil Gomes, famoso por sua performance de suspense ao apresentar as notícias de crimes, mortes e tragédias, teve passagem profissional por Rio Preto. Ele tinha começado a carreira em 1960 como narrador esportivo em São Paulo, na antiga rádio Marconi, e mais tarde, em 1965, foi contratado para trabalhar na Difusora de Rio Preto, também como narrador esportivo. Apresentava um programa de boa audiência na quarta-feira e no domingo com o título Fina Bola, inspirado na atração de TV O Fino da Bossa, apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina na TV Record. Um belo dia, sem se despedir de ninguém, voltou para a Capital por ter recebido oferta de emprego e ficou

famoso pelo programa policial Aqui Agora, entre 1991 e 1997.

GONÇALVES DE OLIVEIRA

Começou na PRB-8 em 1940 substituindo Moraes Sarmento, transferido para São Paulo. Ficou até 1960 como locutor e diretor artístico, tendo criado vários programas, como Cadeira do Papai, Revista dos Jornais, Guarde este Nome, Programa da Saudade, Uma História em Cada Canção e Alma do Tango. Atuou na Rádio Cultura e na Rádio Nacional, de São Paulo, entre 1970 e 1980. Participou da formação de vários locutores.

HILIO BASSI (1934-2015)

Funcionário público e radialista. Começou em 1953 na PRB-8 como locutor comercial e comentarista esportivo. Trabalhou ainda na Difusora de Rio Preto, Difusora de Mirassol e Bandeirantes. Era escrevente de cartório e secretário-geral do Rio Preto Esporte Clube.

HILTON JOSÉ (1950-)

Começou a carreira na PRB-8 em 1968, aos 18 anos de idade. Sua voz bonita e sua excelente dicção chamaram a atenção, e ele passou a ser requisitado por outras rádios. Passou pela rádio Difusora de Mirassol e pela Difusora de Catanduva, voltando a trabalhar em Rio Preto em 1974, contratado pelas rádios Independência AM e FM. De 1987 a 1992, passou a ser a voz da TV Globo Noroes-

te Paulista para as mensagens institucionais da emissora e os anúncios da programação. Ao sair da TV, voltou para o rádio, passando a integrar a equipe da rádio Antena 1 FM. Seu trabalho incansável levou-o a ganhar o título de a voz do sertão na década de 1980, afinal sua voz bonita e inconfundível estava em programas de música que eram gravados e enviados para serem exibidos em várias cidades da região, como nas rádios Dinâmica, de Santa Fé do Sul (SP); Menina Moça, de Olímpia; Pérola e Cultura, de Birigui (SP); e Rádio Clube, de Fronteira.

HITLER FETT (1937-2019)

Radialista, jornalista e narrador esportivo, começou na PRB-8 em 1959. Antes, fez curso de Farmácia e Escola Normal. Trabalhou na Difusora e em outras emissoras, tendo ficado mais de 20 anos na Independência AM, na qual era diretor da equipe esportiva, narrador e comentarista. Como radialista, apresentou informativos e programas musicais e foi ator de novelas, radioamador, repórter de campo, locutor comercial, entre outros. Como jornalista, atuou na Folha de Rio Preto, A Tribuna, Correio da Araraquarense, jornal DHoje, A Notícia, Diário da Região, Dia e Noite, Folha de S. Paulo, Gazeta Esportiva e Placar. Em 1978, ganhou o Troféu Gandula, como melhor profissional do rádio esportivo. Esse troféu foi criado em 1973 pelo jornalista, compositor e escritor Wilson Brasil para premiar os melhores do esporte.

IRINEU MELZI (1920-2008)

Artista plástico rio-pretense e radialista. Foi locutor, com o nome artístico de Nelson Ladeira, iniciando a carreira na Rádio Rio Preto PRB-8 em 1949. Também atuou na Rádio Difusora de Rio Preto, e na ZYO, de Mirassol.

J. HAWILLA (1943-2018)

Advogado, jornalista e empresário. Começou na PRB-8 como locutor em 1958, a convite do seu amigo radialista Zacharias Fernandes do Valle, e logo passou a integrar a equipe esportiva como repórter esportivo. O homem que, décadas depois, tornou-se o principal comandante da comunicação esportiva no Brasil com repercussão no Exterior não tinha nem cadeira para sentar durante as transmissões no estúdio ao lado de colegas que ficavam sentados; permanecia de pé, fazendo malabarismo para alcançar o microfone, o que frequentemente causava microfonia. Na verdade, nem seu nome era citado entre os integrantes. Porém, a recepção fria não o fez desistir. Na sequência, foi promovido a repórter volante da emissora e deslanchou, sendo contratado pela Independência, emissoras de Jales (SP) e Votuporanga, Bandeirantes, TV Record e Rede Globo. Em 1980, comprou empresa de publicidade em ônibus e emissoras afiliadas da Globo, entre elas a atual TV TEM de Rio Preto.

J. RAVACHE (falecido em 1985)

Repórter policial do Diário da Região, por muitos anos assinou a coluna Plantão Policial no rádio. Arrasava na audiência.

JABORÃ (1940-)

Nome artístico de Antônio Trídico. Radialista, comunicador sertanejo. Foi apresentador de programas de música sertaneja nas rádios PRB-8 (1960-1973); Independência (19691971); Difusora (1971-1973); e Difusora de Mirassol (1959-1960). Na TV Record, apresentou aos domingos o programa sertanejo Porteira do Oito (a partir de 1973).

JAIR VIANA (1965-)

Jornalista e radialista, foi repórter da Rádio Metrópole AM (a partir de 1993); da Rádio Clube, de Votuporanga (1986-1991); e da Rádio Metropolitana AM (1985-1986). Também foi apresentador e repórter da Rádio Cidade AM.

JESSÉ FERNANDES (1968-)

Radialista e repórter, começou na rádio Centro América. Foi produtor e apresentador do programa Radar Noticioso, da rádio Líder FM (19962000); e apresentador do programa Cidadania Agora, na Rádio Metrópole (2000-2001). Foi redator comercial no jornal Diário da Região.

JOÃO ALBANO (1939-)

Jornalista e radialista. Começou como radioescuta e repórter na Independência AM em 1962. Transferiu-se para a PRB-8, Cultura e Difusora. Criou o programa Paredão, na Difusora, no qual sabatinava com firmeza políticos e celebridades. Foi apresentador do progra-

ma João Sem Medo, na Rádio Independência (1970-1971); e coordenou, em parceria com José Eduardo do Espírito Santo e Anísio Martins, a implantação do radiojornalismo da Rádio Independência, em 1962. Trabalhou nos jornais rio-pretenses A Notícia, Diário da Região e Folha de Rio Preto e no Vale Paraibano (São José dos Campos, SP). Foi ganhador do Prêmio Esso, pelo Diário de Ribeirão Preto.

JOÃO NOVAES TOLEDO (1918-1996)

Radialista. Atuou na Rádio Rio Preto PRB-8 desde a sua fundação, em 1935, na qual lançou o Às Suas Ordens, primeiro programa de música que atendia a pedidos pagos pelos ouvintes. Montou o primeiro estúdio de gravação musical e de comerciais (jingles) de Rio Preto, atendendo a clientes de todo o Brasil. Foi locutor, programador, discotecário, contato de publicidade e redator. No total, trabalhou 54 anos na PRB-8.

JOÃO ROBERTO CURTI (1945-2000)

Uma voz de timbre poderoso no microfone, foi jornalista, radialista, advogado e professor. Trabalhou como diretor-proprietário da Rádio Studio 1 e professor no curso de Jornalismo da Unorp. Começou em 1962 apresentando a oração da Ave-Maria na Difusora de Mirassol. Tem passagem pelas rádios Tupi, Difusora e Eldorado, de São Paulo, e pela CK FM, de Toronto, Canadá. Iniciou carreira na rádio Difusora, em Mirassol, em 1960, com o programa Difusora

nos Esportes, até 1963. Também atuou na rádio Difusora de São Paulo (1964-1969) e nas rádios Independência AM e Anchieta, de Rio Preto.

JOILDA GOMES (1953-)

Entrou para o rádio depois de fazer um curso na área oferecido pelo Senac de Rio Preto, tendo como professor outro radialista conhecido e respeitado, Pedro Lopes. Mineira de nascimento, escolheu Rio Preto para fazer carreira na comunicação. Finalizado o curso em 1987, começou a trabalhar na rádio Brasil Novo, na qual apresentava o programa musical A Noite é um show. Logo depois foi contratada pelo jornal Folha de Rio Preto, passando a cobrir a área policial. Foi nesse setor do jornalismo que se destacou com um trabalho respeitado inclusive pelas polícias Civil e Militar. Conta que, na época, era a única jornalista autorizada a atuar junto com as viaturas da PM. A carreira lhe trouxe momentos de susto e medo, visto que enfrentava situações desafiantes na presença de bandidos, traficantes e em rebeliões no então Cadeião, o mais famoso presídio de Rio Preto, atualmente desativado. Depois do trabalho no jornal impresso, levou sua experiência de volta ao rádio na Metropolitana, na qual conduzia o programa Caso de Polícia. Tinha espaço também para explorar a voz bonita na apresentação do programa musical Sertão Saudade.

JONAS GARRET (1920-1984)

Nascido em Jaboticabal (SP), foi um dos locutores mais consagrados do Brasil. Iniciou

carreira na rádio PRB-8, transferindo-se para o Rio de Janeiro em 1943 para atuar na rádio Transmissora; atuou também na rádio Guarani, em Minas Gerais, e nas rádios Mayrink Veiga, Globo e Clube, do Rio de Janeiro. Foi demitido da Rádio Nacional em 1964 sob a acusação de pertencer aos quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Foi radialista, ator, radioator, narrador, locutor, apresentador, escritor, autor, letrista, repórter, produtor e diretor de rádio.

JORGE KHAUAM (1927-2004)

Professor, advogado, contabilista e jornalista, Khauam teve curta, mas honrosa, carreira no rádio, apresentando-se como Ubiratã. Em 1949, foi convidado pelo gerente Manoel Louzada para apresentar o programa PRB-8 nos Esportes, que ficou no ar de janeiro de 1949 a dezembro de 1950, às 13h. Porém, teve de abandonar o rádio para seguir carreira de professor e presidente da Sociedade Rio-pretense de Ensino Superior. Foi secretário-geral da Câmara de Rio Preto (1962-1986).

JOSÉ DE ALENCAR (1934-)

Jornalista e radialista, veio em 1969, já experiente em rádio, para trabalhar na Difusora na área de esportes. Também trabalhou na PRB-8, Brasil Novo, Difusora de Mirassol e Independência AM. Apresentou programas musicais de grande audiência e escreveu

crônicas bem ao gosto do ouvinte. Ele mesmo lia os textos com entonação caprichada. Em 1977, candidatou-se a vereador e ganhou (1977-1983), teve ampliação do mandato por força de lei para prefeitos e governadores. Na segunda eleição, ficou como suplente. Foi vice-presidente da Câmara (1977).

JOSÉ DE OLIVEIRA (1915-2001)

Nascido em Passos (MG), começou como músico na Orquestra Paratodos (1934), com os irmãos Gerson, Lelo e Osmar Milani, formada só para animar o Carnaval do Automóvel Clube. Devido ao grande sucesso, a Paratodos foi contratada exclusivamente para animar os bailes do Automóvel Clube nos fins de semana e tocar na Praça Rui Barbosa aos domingos. Já nessa época, Oliveira começou a trabalhar como operador de som na PRB-8, ocupando a função por 30 anos, até se aposentar em 1974. A orquestra foi se fortalecendo com a adesão de novos músicos. Em 1939, Oliveira passou a organizar a primeira Orquestra Sinfônica Municipal, reorganizada em 1950.

JOSÉ DOMINGOS (1936-2001)

Professor e diretor da Escola Pio XII, no bairro Santa Cruz, em Rio Preto; diretor superintendente e vice-reitor do Seminário Diocesano Nossa Senhora da Paz, de Rio Preto (19621967); chanceler do Bispado e secretário da Mitra Diocesana; coordenador da Juventude

Universitária Católica; diretor-superintendente da Fundação Mater Ecclesiae (que conseguiu outorga para o funcionamento da rádio Anchieta); fundador e diretor-gerente da rádio Anchieta (1970-1974); e gerente da rádio Metropolitana AM/FM.

JOSÉ LUÍS REY (1956-)

Jornalista, começou com 16 anos na Anchieta (1972), fazendo radioescuta. Toledo era o diretor artístico na ocasião. Redator e locutor-noticiarista da rádio Independência (1974-1985), fazia entrevistas com autoridades políticas que iam ao ar nos noticiários da emissora. Paralelamente, era repórter do jornal Diário da Região, tendo se tornado mais tarde editor-chefe. Em certa eleição para prefeito, fez flashes de um orelhão para a Independência AM. Atualmente, é escritor e dono de editora de livros. Escreve semanalmente crônicas do passado nas redes sociais, fazendo enorme sucesso, e no jornal Diário da Região, destacando-se em especial por aquelas que se referem ao rádio.

JOSÉ MANOEL PAGÉ MARTINS (1948-)

Jornalista, radialista e servidor público municipal, Pagé Martins foi presidente da Liga Riopretense de Futebol de Salão (1986-1991) e idealizador e coordenador do projeto Criança de Futsal, trabalho esportivo antidrogas para a faixa etária de 6 a 19 anos. Atuou no jornalismo e no rádio de 1984 a 1991, sempre divulgando o esporte. Idealizador dos times de

futsal em Rio Preto, foi homenageado com a medalha 19 de Julho e o Diploma de Gratidão da Cidade na Câmara Municipal. Em mais de quatro décadas dedicadas ao futsal, divulgou essa modalidade em rádio, TV e jornais em que atuava como comentarista esportivo.

JOSÉ PEREIRA BRITO (1943-)

Advogado e radialista, foi escrivão de polícia. Começou como operador de som da PRB-8 com 16 anos de idade (1956-1964). Passou pela Piratininga, onde trabalhou por 23 anos, a partir de 1964; e pela Brasil Novo. Montou estúdio de gravação, atendendo a toda a região; formou-se em Direito e passou em concurso para escrivão de polícia. Atuou como jurado na Porteira do Oito (Record) e integra até hoje o Movimento Coral Rio-pretense, que se apresentou na Alemanha em 2000. Foi duas vezes diretor da Câmara Municipal de Rio Preto.

JOTINHA (1950-)

Operador de som, radialista, locutor, cantor e autor de personagens humorísticos sertanejos de sucesso. Pseudônimo de José Amâncio da Silva, mas também usa o nome de Diamante em dupla sertaneja com Cristal, com CD gravado em 2005. Foi apresentador dos programas Festa na Roça, na Rádio Independência AM, e A Voz do Campo, nas rádios Metropolitana, Brasil Novo, Independência e Onda Nova. Exímio cantador em grupos de Folia de Reis.

LISBINO PINTO DA COSTA (1925–1975)

Foi jornalista, escritor e autor de radionovelas. Diante da popularidade das novelas, candidatou-se a vereador e se elegeu para o período de 1964 a 1968, sendo primeiro-secretário da Câmara (1964-1965). Foi diretor da Difusora de Rio Preto, na qual apresentava o programa Távola Redonda (1961). Foi ainda diretor da Rádio Marconi (São Paulo) e fundador do Diário de Birigui (1974).

LUCAS GOMES (1957-)

Radialista, trabalhou na Independência AM de 1986 a 1992; apresentou os programas Hora Fantástica, na Metrópole AM (a partir de 2008), e Barra Pesada, na Centro América (19961999) e na Metrópole (1999-2008). Foi diretor de Comunicação da Câmara de Rio Preto (2001-2002) e assessor de imprensa da Câmara em duas ocasiões (2001 e 2007). Atuou também na Independência (1986-1992).

LUIZ ANTONIO RICCI (1949-)

Médico e radialista, começou com um programa estudantil na Difusora em 1964. Foi locutor comercial na PRB-8. Também trabalhou na Anchieta e na Independência. Formou-se em medicina na FAMERP, em Rio Preto.

LUIZINHO DE ALMEIDA (1957-)

Começou a trabalhar em rádio em 1982 na Independência AM no programa A Cidade é do

Povo, comandado por Antônio Aguilar. Um ano depois, alcançou seu projeto pessoal, que era atuar na área de esportes. Foi contratado pela rádio Anchieta para ser repórter. Em 1985, voltou para a Independência e permaneceu na cobertura esportiva durante dez anos. Depois trabalhou em outras rádios, como Metrópole AM, Centro América, Brasil Novo AM e Onda Nova FM. Trabalhou também na TV Cidade, canal a cabo, atual TV Rio Preto, sempre na área de esportes, que é sua grande paixão.

MARCELO GONÇALVES (1956-)

O rio-pretense Marcelo Gonçalves tinha 11 anos de idade e era coroinha na igreja do Colégio Santo André. Sedento para trabalhar, pediu uma carta de apresentação das freiras do colégio e foi pedir emprego de office-boy no Sindicato dos Bancários, sendo aceito. Em 1972, com 16 anos, fez teste na Independência, sendo contratado pelo diretor artístico Adib Muanis. “Na época, eu era faturista das Lojas Mhafuz e não podia deixar o emprego; então me deram um programa à noite, o Música Nossa, que o Adib criou para mim. Logo chegaram as férias de fim de ano, os clubes de futebol estavam parados e me deram um programa à tarde nos fins de semana para preencher o horário. Quatro meses depois, o Pereira Brito, que era diretor artístico da Piratininga, me chamou e a rádio me contratou com carteira assinada para um programa de quatro horas durante a manhã, onde fiquei até 1978. Em seguida, voltei para a Independência, que estava com uma forte equipe espor-

tiva e fez uma proposta muito boa. Era a única emissora da cidade que transmitia esporte. Fiquei até a Anchieta também me atrair para a área esportiva. Eu e o Paulo Porto montamos uma equipe lá. Depois fui para a Centro América. Minha vida seguia firme no rádio e fui atingindo uma popularidade que acabou me elegendo vereador, convidado pelo MDB. Fui eleito em 1983, reeleito em 1989 e depois deputado estadual por duas legislaturas, 1991 e 1995. Fui secretário estadual de Esporte em 1995, a maior honra da minha vida, sou grato a Deus por esse privilégio. Convivi com políticos admiráveis, como Mário Covas, Franco Montoro, Ulysses Guimarães, Almino Afonso, entre outros. Continuo dizendo que o rádio é a minha paixão e a política, o meu ideal. O rádio nunca saiu do meu coração. Toledo e eu vivemos o auge do rádio, fizemos sucesso na mesma medida e nunca concorremos em horário. Trabalhamos juntos na Independência, meu programa de manhã e o dele à tarde. Até hoje as pessoas nos confundem, trocam nosso nome, porque foram carreiras intensas na mesma cidade e no mesmo segmento, mas cada um com seu público e seu estilo. Fizemos uma dobradinha líder de audiência e durante muito tempo fomos os locutores de maior audiência, visto que eram os programas mais ouvidos da cidade. Eu começava o programa assim: ‘Bom dia, Rio Preto, a terra do amor! Minha doce namorada!’. Fiquei como namoradinho da cidade, e o jornal Diário da Região fez até uma página de matéria sobre isso. Sempre mostrei que a cidade é muito querida por seus filhos.”.

MARCOS FERREIRA (1958-)

Radialista e jornalista, Marcos Ferreira da Silva foi apresentador do programa Metrópole Agora, na Rádio Metrópole AM, com início em 2001; chefe de jornalismo (2001-2008); editor de jornalismo da Rádio Brasil Novo/CBN em 1996; chefe de jornalismo na Rádio Metrópole em 1996; e redator e apresentador de esportes na Centro América (1988-1990). Também trabalhou na Rádio Brasil Novo em 1987; Independência AM (1983-1986); Anchieta (19811982); Rádio Difusora, de Osasco (SP), em 1982; Rádio Vale do Rio Tietê, de José Bonifácio (SP), em 1981; e como repórter na Rádio A Voz, de Catanduva (1976-1980).

MARIA JOSÉ AZIZ (1940-)

Radialista, professora e ativista, Zezé Aziz foi delegada regional da Cultura (1983-1989); liderou movimento popular pela criação e instalação da Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher (DDM) em 1986; e foi candidata a deputada federal (1986) pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB).

MÁRIO LUIZ (1945-)

O comentarista que sabe o que diz é, na realidade, Vislei Bossan, nome verdadeiro desse radialista e jornalista, que é um dos mestres da comunicação esportiva. A sua carreira consolidou-se em Rio Preto, mas começou longe daqui, em 1962, em rádios de Presidente Prudente. Em 1964, foi convidado para

trabalhar em Ribeirão Preto na rádio Brasiliense. Um ano depois, chegou a Rio Preto para integrar a equipe de esportes da rádio Difusora. Foi aqui que ganhou o nome artístico dado por Nelson Antonio e Egydio Lofrano, que achavam Vislei Bossan de pouca sonoridade, ruim para o rádio. A solução veio na mistura dos nomes de Mário Moraes e Pedro Luiz, dois locutores da rádio Bandeirantes em São Paulo famosos na época. Já o slogan comentarista que sabe o que diz foi criado pelo locutor Nelson Luiz durante uma transmissão. Nome e slogan transformaram-se na marca registrada de uma longa carreira que deslanchou a partir de sua contratação pela rádio Independência AM, em 1965. Foi a época de ouro da Independência, que tinha os mais famosos nomes do rádio rio-pretense. Versátil no jornalismo, também foi correspondente da Folha de S. Paulo em Rio Preto e integrou durante 24 anos a redação do jornal Diário da Região. Participou de transmissões de jogos históricos em campeonatos no Brasil e no exterior. Chegou a cobrir a Copa do Mundo no México em 1986. Depois de sair do jornal, trabalhou na FM Diário e na rádio Centro América. Enveredou ainda pela iniciativa privada, empreendendo na área de publicidade e propaganda com o filho Alessandro Bossan na agência Cia Interativa.

MÁRIO SOLER (1955-)

Escritor, jornalista e correspondente da rádio Globo, montou a primeira equipe de jornalismo da rádio Centro América. Formou-se na

Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero (SP) em 1976, com especialização em Mídias Regionais pela Unorp em 2000 e mestre em Telejornalismo Regional pela Unesp de Bauru em 2005. Atuou no rádio e na TV em Rio Preto. É o atual secretário de Comunicação da Prefeitura de Rio Preto na segunda gestão do prefeito Edinho Araújo.

MARISA AMORIM (1960-)

Tem 60 anos de idade e completa 38 anos de profissão em 2021. Os primeiros empregos como profissional foram na antiga Empresa Brasileira de Notícias e Radiobrás (EBN), hoje Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). O rádio entrou em sua vida em 1983, quando trabalhou na Alvorada AM em Brasília como repórter setorista no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto e como apresentadora de programa. Em 1984, ingressou na televisão e passou por diversas emissoras, como Rede Globo (Brasília, São Paulo, Bauru e Rio Preto), SBT (Ribeirão Preto e Brasília), Rede Record (Rio Preto e São Paulo), Band Brasília e na TV da Cidade (hoje TV Rio Preto). Atualmente é professora universitária na Unorp e atua na secretaria de Comunicação da Prefeitura de Rio Preto e na rádio Educativa FM.

MESSIAS MATOS (1932-)

Radialista e locutor comercial, era também compositor, jornalista e advogado, com atuação nas rádios Independência AM e Difusora

de Rio Preto, tendo passado por outras cidades da região. Programas mais famosos: Sua Memória Vale Ouro (de auditório), A General Comanda, Encontro Martone, Café da Manhã e Tribuna do Povo. Assinava coluna de rádio no Diário da Tarde e compôs inúmeras marchas carnavalescas. Comandou o programa de auditório Show Lux-Nyl, no Ginásio do Palestra Esporte Clube.

MIGUEL GRECCO (1954-2019)

Foi radialista e diretor de programação da rádio Educativa (2007-2008), da FM Diário (1990-1998) e da TV Cidade.

MILTON LUÍS (1965-2001)

Milton Luís da Silva Cintra, radialista, começou em Catanduva na rádio A Voz. Trabalhou na Centro América e na Independência; na rádio Difusora de Catanduva, em 1983; na Rádio Progresso, de São Carlos (SP), em 1984; na Rádio Centro América, de Rio Preto, em 1985; na Rádio Independência AM; na Rádio Metrópole; na Brasil Novo; e na CBN. Foi repórter de notícias e de esportes.

MILTON RODRIGUES (1964-)

Jornalista, foi repórter e redator esportivo das rádios Centro América e Independência, em 1988 e 1889. Era repórter esportivo nos campeonatos de futebol amador e em outros esportes. Foi redator e produtor de programas

jornalísticos, além de repórter esportivo e diretor de redação do jornal Diário da Região.

MOACIR DOS SANTOS

Tem carreira eclética no rádio. Foi locutor, produtor e publicitário, bem como dirigiu emissoras e teve programas de sucesso. Sua trajetória começou em 1970 na rádio Difusora, em Monte Aprazível. Na sequência, trabalhou na rádio Clube de Tanabi e depois na rádio Vale do Tietê em José Bonifácio. Consolidou a carreira quando veio para Rio Preto. Em 1979, estreou na rádio Brasil Novo e depois na rádio Independência. Foi ainda diretor artístico da rádio Metropolitana e diretor da rádio Líder e comandou programas de sucesso na rádio Onda Nova FM. Aposentou-se e deixou de fazer programas longos, mas não se afastou do rádio. Hoje está no Grupo Bandeirantes, na Nativa FM, atuando no departamento comercial, mas sem abandonar o microfone. É ele quem comanda os animados Pedágios da Nativa FM, ações transmitidas ao vivo de eventos ou empresas que estão lançando novidades em Rio Preto.

NAGIB NASSIF (1934-)

Médico, começou na PRB-8 como locutor comercial em 1953, onde permaneceu até 1954. Em seguida, foi designado para fazer programas esportivos. No Rio de Janeiro, em 1954, foi aprovado entre 1.060 candidatos para atuar na

Rádio Globo, mas também passou no vestibular de medicina e escolheu ser médico. Por dois anos, trabalhou na rádio Globo, do Rio de Janeiro. Formou-se na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (RJ), com especialização em ortopedia e traumatologia pelo Conselho Federal de Medicina.

NELSON ANTONIO (1936-2000)

Começou na Difusora de Catanduva e depois trabalhou em São Paulo e em Rio Preto (PRB8 em 1964 e Independência), Ribeirão Preto e Presidente Prudente, sempre na área esportiva. Foi radialista nas rádios Brasil Novo (19861997); Independência (1963-1964 – 19761986); Difusora de Catanduva (1954-1957); Clube, de Ribeirão Preto (1958-1959); Tupi Difusora (1959-1962); rádio Difusora (1965); PRB8 (1966); Clube, de Ribeirão Preto (1968); A Voz, de Catanduva (1968-1970); PRB-8 (1971); Piratininga (1973); e Piratininga, de Presidente Prudente (1974-1976). Foi comentarista esportivo entre 1986 e 2000.

NELSON BRANDÃO

Radialista, começou na rádio Piratininga de São João da Boa Vista (SP), onde nasceu. Na PRB-8, foi operador de som e depois passou para a Difusora, Cultura e Independência na sequência dos anos. Locutor comercial, em 1965 foi transferido para a Rádio Cultura (Rede Piratininga) de Rio Preto, onde permaneceu até 1969. Também atuou na PRB-8 (1969-

1970); na Difusora em 1971; e na Independência AM (1971-1978).

NELSON LEAL (1958-)

Radialista. Nelson Luís Taino, ex-diretor da rádio Evidência FM, atuou na antiga rádio Piratininga (depois Brasil Novo) (1975-1979); e nas rádios Independência (1979-1981); Anchieta (1985-1986); Onda Nova (1986-1993); Metrópole (1994-1997); e Centro América (19971999). Foi repórter policial na rádio Metrópole, com início em 2008.

NIVALDO CARRAZONE (1927-2012)

Advogado e jornalista, foi vereador na legislatura de 1964 a 1968. Foi cronista da rádio Independência em 1960. Formou-se em Jornalismo na Escola de Jornalismo Casper Líbero, São Paulo, em 1949, e em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP – Largo São Francisco) em 1953. Realizou cursos de Medicina Legal pela USP em 1950 e de Extensão Cultural pela Universidade Italiana para Estrangeiros, em Perugia, Itália, em 1954. Foi professor universitário e membro eleito da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura (Arlec).

OSMAR COELHO (1960-2021)

Começou na antiga Metropolitana FM nos anos 1980, onde se destacou pela criatividade no ambiente de rádio e logo se tornou discote-

cário e programador musical. Como produtor cultural, foi responsável pela produção local de grandes shows, como Xuxa, Milton Nascimento, Lenine, Marisa Monte, entre outros. Trabalhou ainda nas emissoras Stereo Show, Transamérica, Independência AM e FM, Líder e Kboing. Também passou pela rádio Anchieta Metropolitana. Fiel sambista da Mangueira, era torcedor fanático do São Paulo Futebol Clube e assíduo frequentador do Carnaval do Palestra Esporte Clube, de Rio Preto.

OSMAR SANTOS (1954-)

Mineiro, fundou a rádio Melodia em 1998. A emissora nasceu do sonho de Santos de envolver Rio Preto com música de boa qualidade. E eram de fato músicas selecionadas, de bom gosto musical, mas foi uma luta para legalizar seu funcionamento. Com apoio da comunidade rio-pretense, a rádio passou a transmitir pela internet, em 2003, como Melodia Web durante 24 horas por dia, com sede em Rio Preto. Sua programação inclui música de diferentes gêneros, educação, cultura, literatura e saúde.

OSVALDO ANGARANO

Radialista, iniciou sua carreira radiofônica na rádio Clube PRG-4, de Jaboticabal (SP), em 1935, e foi locutor da PRB-8 (1939-1940). Transferiu-se para São Paulo, onde ingressou na rádio Record e depois na rádio Cruzeiro do Sul. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, onde fez carreira, sendo considerado uma das mais

belas vozes do Brasil. Trabalhou como locutor e chefe de departamento nas principais emissoras cariocas.

PAULO DE OLIVEIRA E SILVA (1919-1997)

Professor de educação física, foi um mestre pioneiro e muito popular em Rio Preto devido às inovações que apresentava no ensino, atraindo os estudantes em peso. Era um orgulho ser aluno do professor Paulo. E uma das estratégias para encantar alunos era a prática esportiva, o que ele fazia com maestria. Foi apresentador do Momento Esportivo na rádio PRB-8 em 1942, sendo esse o primeiro programa radiofônico sobre esportes de Rio Preto. Seu magistério foi desempenhado no Instituto de Educação Monsenhor Gonçalves, no bairro Boa Vista, em Rio Preto.

PAULO DO NASCIMENTO (1953-)

Redator esportivo e radialista. Escreveu nos jornais Diário da Região, Folha de Rio Preto e Dia e Noite. Atuou na rádio Independência AM (1962-1972). Desligou-se da imprensa para ser funcionário público, atuando como diretor do Instituto Penal Agrícola (IPA).

PAULO RILLO (1953-)

Jornalista, radialista e professor. Foi radiojornalista e repórter das rádios Brasil Novo (19811986); Metropolitana (1981-1982); Anchieta (1979-1981); e Líder AM/FM (1972-1997).

PAULO PORTO (1953-)

Radialista esportivo, iniciou carreira na rádio Difusora de Olímpia em 1974. Ingressou na rádio Independência AM, em 1978. Atuou nas rádios Cultura, de Ribeirão Preto; Anchieta; Bandeirantes, de São Paulo; Centro América; Clube, de Tanabi; e Metrópole.

PAULO SANCHES (1955-)

Fotógrafo e radialista. Foi apresentador do programa Variedades em Foco na rádio Centro América (1998-1999).

PAULO SERRA MARTINS (1934-)

Jornalista e radialista, fazia entrevistas ao vivo para as emissoras em que trabalhou. Começou na PRB-8 aos 16 anos (1950), sem vínculo empregatício, apenas pela vontade e pelo prazer de fazer rádio, participando do programa B-8 nos Esportes. Em 1951, passou a operador de som e, em seguida, discotecário. No ano seguinte, já foi escalado para locução comercial, cobrindo férias, e daí em diante não se separou mais do microfone. Logo em seguida, foi criada por Zacharias do Valle a atração O Ouvinte faz o Programa, com participação do público, e entregue a Paulinho, tornando-se líder de audiência. A partir de então, começou a lançar vários programas, entre eles Comparação Musical, Um Piano ao Cair da Tarde, Tangos e Boleros, Serestas e Seresteiros e Grandes Orquestras. Para crianças, lançou o Patinho na Discote-

ca. Escreveu crônicas para programas como Cortina Romântica e Uma Canção uma Saudade. Ao mesmo tempo, integrava a equipe de esportes, Caracu nos Esportes e Resenha Esportiva, e ainda passou a participar da equipe jornalística. Houve vários eventos marcantes, sempre lembrados por Paulinho, entre tantos acontecimentos com divulgação radiofônica, como a cobertura da inauguração de Brasília como capital do País em 21 de abril de 1960, com entrevistas coletivas (com Juscelino Kubitschek) e altas autoridades da época, como Ulysses Guimarães, Armando Falcão, entre outros. Os equipamentos de som para transmissão do evento eram pesados e desajeitados, mas Paulo Serra Martins e Adib Muanis levaram adiante a execução deste que foi um dos grandes momentos do rádio rio-pretense. Paulo Serra também escreveu em jornais de Rio Preto e da região (Catanduva) e em canais de TV, encerrando um total de 51 anos de rádio na Independência, que acabava de ser vendida para um grupo evangélico. Em seguida, assumiu a assessoria de imprensa da Câmara de Rio Preto (1996-1998). Hoje é aposentado das lides radiofônicas e jornalísticas, mas tem muita história para contar e é sempre convidado pelas faculdades de Comunicação da cidade para dar palestras e mostrar um pouco desse mundo mágico. Atento e observador, viveu intensamente o dia a dia de todas as emissoras de Rio Preto em que trabalhou. Passou 22 anos como funcionário da PRB-8 e viveu altos e baixos nessa modalidade de comunicação em Rio Preto.

PEDRO LOPES (1938-)

“Minha história com o rádio é uma história de amor e de respeito, de décadas de encantamento e trabalho duro. Em 1959, tive uma passagem amadora pela Difusora, de Rio Preto, e em 1961 comecei minha carreira na rádio Brasil Central, de Goiânia, como locutor. Quando em Rio Preto, a Independência AM estava sendo montada e a programação era experimental (1962). Fiz o horário das 22h à meia-noite, com o programa Noturno, que contava com poesias, músicas românticas, contos e crônicas. Tudo deu certo para que a inauguração da rádio acontecesse no dia 7 de setembro de 1962. No grande dia, fiquei encarregado de monitorar os repórteres de outras rádios e jornais para entrevistar o presidente João (Jango) Goulart, que veio prestigiar o evento a convite de seu amigo, o deputado federal Mauricio Goulart. Mesmo novato e sem experiência, me escalaram para ficar no estúdio, apresentar o ato inaugural e depois passar o microfone para Alexandre Ismael e Zacharias, que iam comandar a programação. Porém, a chegada de um chefe da nação não é nada monótona e tudo desandou no aeroporto com uma multidão de pessoas querendo ver as celebridades, trânsito engarrafado, além de a comitiva visitante ser numerosa, entre outros percalços. Então a equipe da rádio se atrasou e eu, o calouro Pedro Lopes, recém-iniciado na Comunicação, tive que dar as boas-vindas protocolares ao presidente da República! Só sei que consegui vencer o

terror que me dominava e apresentei o Jango efusivamente, como se fosse um artista sertanejo. É um episódio que ficou marcado na minha história. Então, em 1963, ingressei na rádio Cultura, a convite de Sorroche Neto, e fiquei até 1969, com programas de sucesso, como Teatrinho da Alegria (com historinhas e músicas infantis), Nova Dimensão e Clube dos Ouvintes RC. Tem uma passagem gostosa nesse período quando organizei um concurso de cães de raça no pátio da emissora, o primeiro da cidade. Cinquenta crianças levaram seus cachorrinhos para concorrer; imaginem o alvoroço e a euforia dos pequenos! Outro programa que me marcou foi o Nova Dimensão, com crônicas, música, notícias e curiosidades, bem como o Clube dos Ouvintes, que envolvia o público, com a carteirinha do clube que criamos, sorteio de brindes e muita alegria no ar. Deixei a Cultura em 1969 e fui para a PRB-8 como diretor artístico por nove meses, quando me desliguei por um tempo, desiludido com a carreira. Investi na sobrevivência como viajante comercial e, em 1979, lancei uma revistinha para circular nos cinemas da cidade. Depois de um ano afastado do rádio, recebi convite da rádio Anchieta, que acabava de ser inaugurada. Isso foi em 1970 e lá fiquei por 15 anos. Era uma emissora diferenciada, clássica, supervisionada pelo bispo dom José de Aquino Pereira (o segundo da nossa diocese) e com diretoria leiga formada por lideranças da cidade, gente séria e conceituada. O gerente era o padre José Domingos (que depois deixou a batina para se casar);

o gerente artístico era o jornalista e radialista João Roberto Curti; e o responsável por toda a programação da emissora era Roberto Toledo. Atualmente, a Anchieta mudou de mãos e foi vendida para o Grupo Metropolitana, atendendo agora pelo nome de rádio Líder. Meus colegas de locução eram Fábio Renato Amaro e Luiz Antonio Ricci. Meu produtor do Nova Dimensão por dois anos foi Celso Lui, irmão do jornalista Waldner Lui, que depois fez carreira no SBT. Com a saída de Lui, entrou como parceira minha mulher, Sônia Lopes, que com isso acabou também trabalhando em rádio e ficou conhecida no meio. Há um tempo fiz o programa na Interativa, sempre nos mesmos moldes: leve, cívico e calmo! Hoje, aos 83 anos, estou aposentado e tenho o hábito de enviar todo dia de manhã, nas primeiras horas do dia, uma mensagem de otimismo para meus amigos pelo Messenger, ou leio a mensagem como se estivesse no microfone. Minha vida foi levar mensagens positivas e comentários alegres sobre a vida!”.

PETRONIO DE ÁVILA

Dono de voz marcante, estreou na Independência AM, em 1966 como redator e locutor noticiarista, tendo permanecido até 1968. Deixou Rio Preto para ocupar cargo público em Cuiabá, na Secretaria de Comunicação do Governo de Mato Grosso (MT). Lá teve passagem pela rádio Voz do Oeste. Pouco tempo depois, morreu vítima de um acidente automobilístico. Na década de 1950, antes de se apresen-

tar em Rio Preto, foi um dos locutores mais prestigiados da Difusora FM 98, de Patrocínio (MG), apresentando programas de auditório, com destaque para o Clube dos Milionários, que trazia cantores da região e calouros.

RENATO BRITO

Costuma dizer que deve sua vida ao rádio. Ele mesmo conta sua trajetória. “Meu pai, o José Pereira Brito, foi um radialista raiz daqueles que tudo o que a gente vai falar acaba gerando histórias e mais histórias, e uma delas é como eu nasci. Em 1964, um dos programas de maior audiência era A Tenda do Adib e meu pai era operador na PRB-8. O programa era feito no auditório da emissora e minha mãe ia até lá como uma das fãs ou, como chamavam na época, era uma macaca de auditório. Foi lá que ela conheceu meu pai. Então, casaram-se e um ano depois eu nasci praticamente dentro de uma emissora. O tempo foi passando e eu ia direto à rádio com meu pai. Daí foi um caminho quase que natural. Eu até pensei em fazer algo diferente um dia, mas não teve jeito, o DNA da comunicação estava presente. Aos 11 anos, entrei na rádio Anchieta e comecei a realmente viajar nas ondas do rádio. Aos 12, já tinha carteira assinada. Naquela época a profissão foi regulamentada, e, com isso, eu não podia ser sindicalizado por ser menor de idade, mas tinha o amparo e a compreensão dos amigos. Aos 15 anos, participei da fundação da rádio Stereo Show e já liderava o grupo de operadores de som, como éramos chamados. Em paralelo, já começava como DJ em diversas casas notur-

nas. No final de 1985, foi anunciado um teste para a TV Globo. Pedi aos chefes uma dispensa para ir prestar e, infelizmente, eles não deram, mas o destino acabou interferindo. O meu avô morreu e eu escapei do enterro. Fui fazer o teste e passei. Com isso, minha carreira no rádio se encerrou e começou uma outra história.”.

ROBERTO DO VALLE (1934-2011)

Professor, poeta, historiador, jornalista e escritor, era irmão da escritora Dinorath do Valle. Era mais ligado à literatura e recebeu 12 prêmios nacionais nessa área. De 1989 a 1994, escreveu textos jornalísticos, comentários políticos e opinião cultural que ele mesmo lia nos programas de radiojornalismo da Independência AM.

ROBERTO LOFRANO (1954-)

Jornalista desde os 16 anos no Correio da Araraquarense, atuou no jornalismo das rádios Independência AM (1974); na Anchieta (19751976); e na FM Diário de Mirassol (1988-1989). Foi chefe de reportagem da rádio Metropolitana (1985-1987). Atuou na Folha de Rio Preto e Diário da Região, além de ter sido secretário municipal de Comunicação do governo Manoel Antunes (1993-1996). Hoje é assessor da Secretaria de Saúde de Rio Preto.

ROBERTO SOUZA (1919-1995)

Radialista e músico, Arnulfo Souza Freire (consagrado como Roberto Souza) iniciou

carreira em 1942 na PRB-8 como cantor. Participou das orquestras Paratodos e Marajoara. Foi locutor, operador, discotecário, criador e apresentador do programa O Dono da Noite. Figura como um dos maiores locutores de toda a história do rádio rio-pretense, criando um estilo romântico e agradável ao ouvinte, de locução mansa e com músicas românticas, apropriadas para terminar o dia com serenidade. Atuou por 28 anos na Independência e, nos últimos anos de vida profissional, na Brasil Novo, sempre como Roberto Souza, o dono da noite. Sobre ele, escreveu o colega José Pereira Brito em 2002 para o jornal Diário da Região.

ROGÉRIO COZZI (1933- 1987)

Cronista esportivo (pseudônimo de Rogério Possi), atuou como comentarista e repórter esportivo na Independência AM. É nome de rua no Jardim Anielli, em Rio Preto.

RUBENS CELSO CRI (1957-)

Rubens Celso Freitas Barbosa (Cri) é jornalista e radialista. Começou a trabalhar em 1982 no jornal A Notícia e, anos depois, também atuou na Folha de Rio Preto, ambos extintos. A primeira experiência com o rádio foi na Brasil Novo, passando depois pela Onda Nova, sempre na área de jornalismo. Contratado pela rádio Independência na segunda metade da década de 1980, começou a fazer reportagens e a comentar temas policiais e políticos, que passaram a

ser seu principal foco e o tornaram conhecido no universo da comunicação em Rio Preto. Trabalhou também em várias emissoras da cidade, emprestando seu talento, sua voz forte e seu raciocínio rápido na análise de notícias. Entre 1988 e 1994, trabalhou na então TV Globo Noroeste Paulista, hoje TV Tem. Atualmente está no jornal A Gazeta de Rio Preto, de Frederico Tebar.

RUBENS DE OLIVEIRA CAMPOS

Bancário, chegou a Rio Preto em 1969, transferido pelo antigo Banespa. Começou a carreira na rádio Difusora, comandada por Egydio Lofrano, e lá formou com Hitler Fett e Jovino Cardoso o departamento de esportes da emissora. Em 1962, com a inauguração da Independência, foi para lá e ficou por três anos, até 1965, quando se desligou para se dedicar a um cargo de gerência no banco até se aposentar.

RUY SAMPAIO

Jornalista formado pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), mudou-se para Rio Preto em 1989 e foi trabalhar como jornalista e produtor na rádio Independência AM. Atuou ainda no jornal Diário da Região escrevendo sobre política, na antiga TV Globo Noroeste Paulista e na rádio Band FM. Foi secretário municipal da Comunicação e mais tarde da Cultura.

SANDRO BELUCI (1968-)

Radialista, Sandro Renato Parise Beluci é filho do afamado comunicador sertanejo Santo Beluci. É locutor e apresentador do programa Tocando as Mais Tocadas na rádio Diário FM desde 1991. Também teve atuações nas rádios Independência AM e FM, Cidade FM e Metrópole AM. Segue um estilo sertanejo no conteúdo musical, a exemplo do pai, hoje na emissora 40 Graus.

SANTO BELUCI (1943-)

Maior comunicador sertanejo da região, tem mais de 50 anos de microfone. Foi locutor e apresentador de programas e do Baile do Bem-te-vi. Começou na Difusora em 1960 como operador de som. Estreou na Piratininga com Os Verdes Campos da Nossa Terra. Criou com sucesso o programa Onde Canta o Bem-te-vi, que apresentou nas rádios Independência AM e FM, Diário FM e atualmente na rádio 40 Graus. Antes de ser atropelado em 2013, percorria as cidades da região promovendo o Baile do Bem-te-Vi, com sucesso de público, no estilão sertanejo.

SERGIO SAMPAIO (1976)

Jornalista e radialista. Foi apresentador do programa Jornal do Trabalhador pelas rádios Metrópole AM e Interativa FM em 2009. Trabalhou na Metrópole, com início em 2004, e na Centro América AM (2001-2004). Também foi integrante da equipe esportiva da rádio

Brasil Novo AM (extinta), cobrindo o dia a dia do Rio Preto Esporte Clube (2001); apresentador do programa Jornal do Trabalhador (em 2001); e produtor dos programas Jornal do Trabalhador e Cidade Aberta na rádio Brasil Novo (1999). Atualmente é repórter do jornal DHoje, de Rio Preto.

SERGIO VELOSO (1955-)

Radialista e redator esportivo, iniciou carreira na rádio A Voz, de Catanduva. Atuou na Difusora de Catanduva; Clube, de Votuporanga; Rádio Imperial, de Taquaritinga; Realidade, de São Carlos; Difusora, de Presidente Prudente; Difusora, de Tupã; Difusora, de Osvaldo Cruz; Vera Cruz, de Marília; Cacique, de Santos; Tietê, de José Bonifácio; Cultura, de Jales; e 8 de Agosto, de Votuporanga. Já no Mato Grosso, em Paranaíba, atuou na rádio Difusora. Em Rio Preto, atuou nas rádios Metropolitana, Centro América, Brasil Novo, Metrópole, Líder FM e Rio Preto FM.

SILVEIRA COELHO (1930-2000)

Radialista, Antônio José da Silveira Coelho iniciou carreira de apresentador de programas sertanejos na rádio PRB-8 (1945-1974), com passagens posteriores pelas rádios Cultura e Difusora (Mirassol), Piratininga, Brasil Novo e Onda Nova FM. Foi bem-sucedido também na área televisiva, apresentando na TV Record, nos anos 1970, os programas Porteira do 8 e Luar do Sertão, com sertanejos populares como Jaborã, Gentil Rossi, Cuiabano, Firmino,

Gauchinho, Preto Velho e Capitão Furtado. Foi vereador de 1960 a 1963 e de 1969 a 1972, além de suplente em 1974.

SILVEIRA LIMA (1922-1979)

Radialista, Joaquim Felix de Lima Filho iniciou carreira em 1938 na rádio PRB-8, como locutor e animador de auditório, criando o Programa da Mocidade e o Canta Brasil. Em 1944, transferiu-se para o Rio de Janeiro para atuar na rádio Clube Fluminense, em Niterói, e mais tarde na rádio Continental, atuando também nas rádios Mauá, Tupi, Mayrink Veiga e Guanabara.

SILVIO ACACIO (1946-)

Foi professor de educação física, técnico de futebol, árbitro de futebol e comentarista esportivo da rádio Metrópole em 1997 e de 2000 a 2001. Também atuou na rádio Centro América (1998-1999).

SONIA PENTEADO (1946-)

Professora e publicitária. Foi produtora e apresentadora na rádio Anchieta; redatora nos jornais A Notícia, 7Dias e Opção; e professora nas faculdades Unilago e Unip.

SORROCHE NETO (1941-)

A carreira no rádio, que tornou João Sorroche Neto um dos profissionais mais respeitados na

comunicação, começou meio por acaso. Ele já tinha voz e dicção diferenciadas, mas trabalhava em outro segmento, com títulos de capitalização. O ano era 1959 e ele estava atendendo a um cliente em uma loja no centro de Rio Preto, na rua General Glicério. César Muanis, já radialista conhecido da PRB-8, ouviu a conversa de Sorroche e a voz do moço chamou a atenção. Então, convidou-o para um teste e, logo de primeira, ele foi contratado. “Só havia cachês, e não salário, mas eu gostei daquele primeiro trabalho de locução comercial e assim comecei minha trajetória no rádio”, lembra, divertindo-se com a experiência de vida. Trabalhou como locutor no Sistema Globo de Rádio, nas rádios Globo e Excelsior, e foi editor responsável na rádio CBN, quando era retransmitida pela rádio Onda Nova, de Rio Preto. Homem de rádio, dominava duas vertentes que faziam uma emissora ser sucesso: sabia muito de programação e tinha fortes relacionamentos comerciais. Com essas habilidades, acabou sendo diretor de emissoras que estavam em situação precária, conseguindo alavancar seus faturamentos e sua audiência, entre as quais destacam-se as rádios PRB-8, Cultura, Metrópole, Independência FM e Stereo Show. Ele conta com orgulho merecido: “Fui apelidado pelo então diretor proprietário da rádio Independência, Alexandre Macedo (Ismael), de o ressuscitador de rádios, título que divido sempre com as equipes de comunicadores, operadores e demais funcionários de apoio que ajudaram nas conquistas”. Seu programa Sabor Sucesso foi um dos mais duradouros do rádio brasileiro, ocupando durante mais de 20

anos um espaço privilegiado na programação. Atualmente, produz e apresenta a rádio Estéreo Cidade na internet, que, em breve, deverá transformar-se em rádio comunitária.

TANIA MALDONADO

Radialista e professora, foi sonoplasta da rádio Difusora e apresentou programa na rádio Cultura na década de 1960.

WALTER DO VALLE (1938-2015)

Jornalista, radialista e escritor, era irmão caçula da professora e escritora Dinorath do Valle e já revelava os mesmos dons da família para literatura, reportagens e texto jornalístico. Também brilhou no rádio. Foi diretor de jornalismo da rádio Difusora na gestão de Egydio Lofrano. Teve atuação no departamento de jornalismo da Independência AM, foi produtor de reportagens para a TV Globo e assinou matérias em jornais de Rio Preto e Campinas (SP).

WILSON GUILHERME

Jornalista, chefe de jornalismo, sociólogo e professor. Foi chefe de jornalismo da rádio Independência (1985-1986 – 1992-1993) e programador da rádio Piratininga em 1975.

WILSON GUIMARÃES (1929-1962)

Na vida real, era Benedito Gomide, locutor comercial na PRB-8, de uma voz admirável

e facilidade para redigir. Logo passou para o jornalismo da emissora. Foi redator de noticiários, integrante do departamento esportivo e autor de crônicas, as quais interpretava emocionadamente no microfone. Convidado por emissoras de fora, ausentou-se de Rio Preto por três anos, voltando depois à PRB-8.

WILSON ROMANO CALIL (1932-2018)

Médico, advogado, orador e professor, foi prefeito de Rio Preto (1973-1976), mas desde a adolescência revelava tendência para debates políticos e culturais, política, literatura, ciência e problemas da atualidade. Os jovens da época se reuniam nas conferências estudantis, organizadas no Centro Estudantil Rui Barbosa (CERB), e se apresentavam no auditório da Escola Monsenhor Gonçalves nas manhãs de domingo em um programa comandado pelo jovem Wilson Romano Calil. Então foi convidado pelo gerente da PRB-8, Manoel Louzada, e estreou como locutor comercial em 1949, com apenas 17 anos. Nessa emissora, lançou o programa Salão de Conferências, no qual se debatiam assuntos da atualidade, entrevistas com celebridades e políticos etc. Ao lado de Calil, trabalharam no programa os radialistas João Novaes Toledo, Gonçalves de Oliveira, Otelo Gomes, Delboni Neto e Adib Muanis. Depois de dois anos, teve de deixar a emissora e ir para o Rio de Janeiro cursar medicina. No episódio do Cidade Contra Cidade, Calil fez a diferença defendendo brilhantemente a vitória de Rio Preto com seus conhecimentos de mundo.

ZACHARIAS DO VALE (1932-1963)

Publicitário, radialista, ator e professor. Foi locutor na PRB-8 (1950-1962), comandando o programa Fazendinha do Chico Belarmino, e na rádio Independência AM (1962-1963). Escrevia sobre rádio no Correio da Araraquarense. Foi ator na Companhia Procópio Ferreira e autor da publicação Astros e Estrelas do Nosso Tempo, de 1957. Abria seu programa principal com um verso que ficou gravado na mente de seus ouvintes: “Infeliz de quem passou pelo mundo procurando no amor felicidade. A mais doce ilusão dura um segundo e dura a vida inteira uma saudade”. Sua morte prematura chocou a imensa legião de ouvintes.

ZÉ GATÃO (1960-)

Nasceu José Maria Vieira Lopes em uma propriedade rural próxima a Mirassol. Quando garoto, ouvia músicas, radionovelas e notícias que chegavam pelo radinho de pilha e embalavam a imaginação de quem sonhava em ser radialista. Ele falava dentro de latas vazias de querosene para obter o retorno da voz; cabos de enxada e talos das folhas do mamoeiro transformavam-se em microfones. O desejo foi tanto que, aos 14 anos, começou a trabalhar na rádio Difusora de Mirassol. Depois foi galgando novas conquistas e passou pela rádio Clube de Tanabi, pela rádio Vale do Tietê em José Bonifácio e pelas rádios de Franca (SP), até chegar a Rio Preto, onde diz que trabalhou praticamente em todas as emissoras. Em 1987, ainda era

chamado de Zé Maria, o comunicador jovem, quando foi convidado para trabalhar na rádio Morada do Sol em São Paulo, levado pelo amigo Antônio Aguilar. Foi lá que ganhou o nome artístico de Zé Gatão, que passou a ser sua marca registrada. Lá fazia locuções comerciais e programas de música. A rádio AM chegava aos mais distantes municípios brasileiros e ele diz que ganhou fãs em todo o país, as quais escreviam cartas apaixonadas. Ainda em São Paulo, participou dos programas de Gugu Liberato, Moacir Franco e Raul Gil. Quando voltou a Rio Preto, fez trabalhos em rádios e, em especial, no programa Porteira do 8 na TV Record, dividindo a apresentação com o também apresentador Jaborã. Ele guarda na memória os tempos áureos do rádio e se lembra com especial carinho de quando trabalhou na rádio Independência ao lado de grandes nomes e de Roberto Toledo, por quem tem grande admiração. Atualmente é dono do jornal Folha do Interior, que cobre Rio Preto e região.

ZEQUI ELIAS (1935-2019)

Poeta, escritor, professor e locutor desde 1952. Formou-se em Línguas Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FAFI), atual Unesp.

ELES TAMBÉM FIZERAM O RÁDIO

Para Roberto Toledo, os operadores de som são fundamentais para o sucesso de qualquer locutor de rádio. “Uma verdade tem de ser dita na nossa profissão: o melhor dos locutores sai prejudicado se não tem ao lado um profissional especializado, o operador de som. Isso você percebe desde a primeira vez que pega um microfone. Ele trabalha especificamente com a manipulação e a operação de equipamentos de som, uma arte que o locutor não domina. São áreas distintas, que devem ser respeitadas. O operador de som efetua o controle de todo o som durante as transmissões radiofônicas; é o responsável por captar e registrar o som”, analisa. Interessante é que, para iniciar essa carreira, não existe pré-requisito. Alguns dias de estágio em uma cabine de som, entender bem sobre o funcionamento técnico de todos os aparelhos (como mesas de som e de mixagem), ter sensibilidade musical e uma atenção abrangente no estúdio do programa são condições importantes para acompanhar bem o locutor do

horário e contribuir para o sucesso do programa. O operador de som também dá vida ao programa. O primeiro operador de som da história de Rio Preto foi Miguelito (Miguel Sanchez Ruiz), auxiliar de farmácia que depois passou a locutor. O primeiro jornalista foi Camilo Gauch, que trabalhava também no jornal A Notícia. Segundo o radialista Paulo Serra Martins, “começaram a chegar pessoas de fora, como Honório Ferreira, Sebastião Leporace, Alceu Silveira, Sebastião Faria, Ricardo Toledo Pinho, Oswaldo Angarano e Jonas Garret. Honório Ferreira tornou-se depois delegado de polícia, enquanto Leporace se transferiu para a rádio Record; e Alceu Pinheiro, para a rádio Difusora, ambas sediadas em São Paulo. Oswaldo ingressou na rádio Tupi do Rio de Janeiro e Jonas Garret tornou-se ídolo da rádio Nacional do Rio, onde fez carreira de sucesso.” Toledo relata: “Trabalhei e trabalho ainda com grandes e memoráveis operadores de som e posso citá-los com grande carinho pelo envolvimento que tivemos no decorrer das décadas. Alguns tornaram-se locutores, enquanto outros, verdadeiros artistas, criaram personagens, como o locutor da Independência, o Jota Silva, nosso popular Jotinha. Seu nome oficial é José Amâncio da Silva, que ele abreviou para J. Silva e, ainda mais abreviado, Jotinha. Ele criou uma figura caipira que se insinuava nos programas sertanejos da emissora. Era um imitador de primeira e fazia vozes hilárias. Também foi um personagem muito prestigiado nas Companhias de Santos Reis, apresentando-se regionalmente. Lembro-me também de Célio Ferré (acompanhava a equipe esportiva de repórteres de campo e narradores em todas as transmissões de futebol, viajava para outras cidades e Estados, com um bom humor inesgotável); Tiãozinho de Paula (também sempre presente na equipe esportiva); Silvio Trevisan; Carlos Moran (foi chefe de gravadora na Independência, profissional importante por ser responsável também pela modernização técnica da emissora); o Pacote (figura simpática cujo nome de cartório é Altair Jacob Marciano, hoje editor de ima-

gem na TV Record); e Didi Brasil (sorridente e quietão, ele se tornou o programador musical mais conhecido de Rio Preto; sabia tudo sobre gravadora e discoteca; conhecia LPs, CDs, fitas cassetes, disquetes, pen-drives, o que quer que fosse com música gravada).”. Às vezes o talento é tão versátil que o profissional até se arrisca em outras áreas, como a política partidária. É o caso do radialista Tadeu dos Santos Lisboa, operador de som eclético que se candidatou a vereador para a Câmara Municipal de Rio Preto pelo Partido Liberal (PL) nas eleições de 2020. Cumpadi Tadeu fez muito sucesso na Independência e na Stereo Show e foi operador de áudio também nas rádios PRB-8 e Anchieta e na TV Rio Preto, Canal 8. Hoje também faz sucesso com o Churrascão do Cumpadi Tadeu, no Recinto de Exposições, no qual ele sempre apresenta duplas regionais e locais de sucesso da música sertaneja. Apresentador de TV, radialista e compositor, apresentou o programa Sítio do Cumpadi Tadeu na TV da Cidade Canal 16 e participou do programa Sucesso de Todos os Tempos, da TV Record Rio Preto. Foi locutor na Independência, Onda Nova (atual Nativa), Centro-América e Metrópole. Outro que “operou o som” nas ondas do rádio: Sílvio Trevisan, falecido em maio de 2021, foi operador de rádio por mais de 40 anos, até sua aposentadoria. Trabalhou por muitos anos na PRB-8, com passagens por diversas emissoras de rádio de Rio Preto, inclusive a Independência. Participou de diversas atividades do Sindicato dos Radialistas. A PRB-8 também revelou talentos da música rio-pretense: o pianista Roberto Farah, que depois passou décadas animando as noites do Rio Preto Automóvel Clube; o pianista Luiz Carlos Ribeiro, ainda na ativa no clube; o saxofonista Renato Perez, que formou uma grande orquestra e percorreu o interior do Estado; o violonista e guitarrista Mario Longhi; o acordeonista Luis Camin; Dudu da Gaita; entre outros excelentes solistas.

DONOS DE EMISSORAS

ALBERTO CECCONI (1928-2004)

Jornalista, radialista e empresário. Como jornalista, atuou nos jornais A Notícia, Correio da Araraquarense, Diário da Região (sócio-proprietário), Diário da Tarde e Folha de Rio Preto (proprietário). Como radialista, foi gerente da PRB-8 e da Difusora e sócio da Independência. Habilidoso na política, atuou em cargos municipais como secretário de Esporte e secretário de Comunicação Social. Foi diretor de esportes do SESI e diretor regional da Secretaria Estadual de Trabalho. Foi sócio-proprietário da Independência com Rubens Muanis e Alexandre Macedo (1971).

ALEXANDRE MACEDO (1924-2017)

Começou na PRB-8 em 1947 como locutor. Logo criou o primeiro programa de interação com o ouvinte, Bom dia para você, modernizando a programação e levando ao ar crônicas de sua autoria. Também foi locutor na Difusora de Mirassol. Em 1961, juntou-se ao empresário Júlio Cozi e ao deputado Mauricio Goulart para instalar a rádio Independência AM, onde atuou como diretor artístico. Participou da instalação da TV Rio Preto, Canal 8 e foi gerente comercial da rádio CBN e sócio-proprietário da Independência.

AUGUSTO CEZAR CASSEB (1942-2017)

Advogado e professor, fundou a Unorp (Centro Universitário do Norte Paulista) em socie-

dade com seu irmão Luiz Carlos Casseb. Foi diretor geral da Unorp; sócio-proprietário da Folha de Rio Preto (1986-2005); fundador e diretor da rádio Centro América (1984); e diretor da Associação de Jornais do Interior. Na política, foi diretor do PFL de Rio Preto e secretário municipal da Indústria e do Comércio.

JULIO COSI (1895-1982)

Radialista, jornalista e comerciante. Foi cofundador da rádio Independência AM em 1961; rádio Clube AM, de Fronteira, em 1960, em sociedade com Maurício Goulart; e rádio A Voz, de Catanduva, em 1968. Foi diretor do Sarterp em 1968; diretor e fundador da Associação de Imprensa, Rádio e Televisão (AIRT) em 1969; diretor-superintendente da rádio Clube do Brasil, do Rio de Janeiro, em 1951; e rádio América, de São Paulo (19471951). Foi um dos fundadores e secretário da Associação das Emissoras de São Paulo (AESP) em 1948. Fundou também a rádio Pan-Americana de São Paulo (atual Jovem Pan) em 1943. Era diplomado em Desenho e Artes pelo Liceu de Artes e Ofício da USP e em Economia.

LUIZ CARLOS CASSEB (1940-)

Irmão de Cézar Casseb, foi seu sócio na rádio Centro América, professor, vice-chanceler da Unorp, diretor da Folha de Rio Preto e diretor de patrimônio da Sociedade Assistencial de Educação e Cultura, mantenedora da Unorp.

LUIZ HOMERO (1928-)

Advogado, jornalista e escritor. Ingressou aos 18 anos no rádio. Comprou a Piratininga em 1971, transformando-a em rádio Brasil Novo, da qual foi diretor e inovou com uma emissora 100% sertaneja. Também fundou e dirigiu a rádio Onda Nova em 1981. Foi redator da Cia. Melhoramentos de São Paulo e da Standard Propaganda, além de gerente de propaganda do Grupo Industrial Santista. Foi autor dos livros Encontro e Zé Sem Nome. Em 1987, recebeu a Medalha 19 de Julho pela Câmara Municipal de Rio Preto em reconhecimento ao seu trabalho apresentado pelas rádios Brasil Novo e Onda Nova.

MAURICIO GOULART (1908-1983)

Foi fundador da rádio Independência AM em 1963, em sociedade com Júlio Cosi (trouxe o presidente João Goulart para a inauguração), e da rádio Fronteira, em Fronteira. Jornalista, advogado, escritor e poeta, contou com uma equipe de colaboradores, também jornalistas e intelectuais de São Paulo. Em 1958, estabeleceu-se em Rio Preto e no ano seguinte disputou sem sucesso a prefeitura da cidade. Em 1962, foi eleito deputado federal por São Paulo na legenda do Partido Trabalhista Nacional (PTN). Em 5 de maio de 1964, depois da queda do governo de João Goulart, foi escolhido vice-líder do bloco parlamentar formado pelo PTN, o Partido Social Progressista (PSP), o Partido Social Trabalhista (PST), o Partido Republicano (PR), o Movimento Tra-

balhista Renovador (MTR) e o Partido Democrata Cristão (PDC). Um ano depois, foi eleito vice-líder do bloco parlamentar da minoria (04/05/1965). Com a dissolução dos partidos políticos por força do Ato Institucional n. 2 (27/10/1965), ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo novamente eleito deputado (1967-1971) pelo Estado de São Paulo.

RAUL SILVA (1887-1955)

Cirurgião dentista, jornalista e escritor, figura na história como fundador da PRB-8, a primeira rádio de Rio Preto, a terceira do Estado e a oitava do Brasil. Foi o primeiro radialista de Rio Preto e o primeiro locutor, sendo o grande pioneiro da radiodifusão local. Para conseguir esse intento, teve de convencer um grupo de empresários da Associação Comercial e arrecadar verba para conseguir licença e comprar equipamentos, tarefa que durou oito anos. Do sonho desse dentista sorocabano, nasceu a primeira emissora de rádio da cidade, a PRB-8. Na precariedade tecnológica dos anos 1930, a emissora foi ao ar com uma antena enganchada na ponta de uma vara de bambu, o que lhe valeu um som estridente e o apelido de “bambu rachado” ou “taquara rachada.” Raul Silva não restringia suas atividades apenas ao consultório dentário; era um cidadão militante em vários setores sociais, políticos e profissionais da Rio Preto dos anos 1930 e 1940. É coautor do Álbum de Rio Preto (1918-

1919), em companhia de Fernando Oiticica Lins, apontado como o primeiro livro sobre a história de Rio Preto. Foi um dos fundadores da Sociedade Odontológica (1926), a qual presidiu várias vezes (hoje APCD), do Rio Preto Automóvel Clube (1920) e do Rio Preto Esporte Clube (1919), clubes que perduram até hoje. Entre outros feitos, consta como fundador e presidente da Rádio Rio Preto PRB-8 em 1935, instalando na Associação Comercial, Industrial e Agrícola (Acirp) o primeiro aparelho de rádio da história da cidade. Na imprensa, destacou-se escrevendo nos jornais A Luta, O Mosquito, O Aurora, A Paz, 15 de Novembro, Jornal do Comércio, A Cidade, entre outros. Em 1935, ano de funcionamento da PRB-8, o prefeito de Rio Preto era o médico Synésio de Melo e Oliveira.

WANDERLEI TELLES (1937-)

Começou na PRB-8 como office boy em 1948, com apenas 11 anos de idade e, três anos depois, foi registrado com carteira assinada. Foi auxiliar de discotecário, técnico de som e operador de áudio. Foi chefe do departamento técnico da rede Piratininga, instalou as emissoras Cultura e Difusora de Rio Preto e só deixou a PRB-8 quando esta foi fechada. Foi quando comprou a rádio Clube AM, de Birigui, em 1979, vendida em 1999.

POSFÁCIO

Comecei trabalhando ainda menino aos 14 anos. Naquela época podia. Conheci e convivi com os grandes nomes da época. O rádio tinha produtores, redatores, músicos, sim, tínhamos uma orquestra que executava ao vivo as atuais vinhetas ou vinhetões que na época eram chamados de “cortina musical” ou de “BG”. A programação era transmitida 24 horas por dia “ao vivo” e muitos programas em auditório com a presença de público. Os comerciais, denominados “reclames” ou “propagandas”, eram lidos pelos locutores também ao vivo. Fazer uma transmissão fora dos estúdios da emissora era uma epopeia, usávamos linhas telefônicas cuja qualidade, na maioria das vezes, era sofrível. Isso quando tínhamos a previsão da programação externa. Muitas vezes para noticiar um fato ao vivo, os operadores de externa tinham que subir nos postes e “grampear” um telefone de um assinante qualquer para ligarem para a central de operações na rádio para colocar a notícia no ar. Com isso tudo, fazer rádio era e é apaixonante. Quantas vezes varávamos a noite na emissora para fazer o melhor rádio. O rádio de hoje tem uma tecnologia invejável, os equipamentos são todos computadorizados, sofisticadíssimos e extremamente velozes. Esta evolução foi extraordinária, mas infeliz-

mente fez com que em alguns momentos nós abandonássemos a interatividade com o nosso ouvinte, o “falar ao pé do ouvido”. Meu caso é exemplar: nasci e cresci no rádio em Ondas Médias (AM). Fui diretor geral durante 20 anos de uma emissora de rádio cuja audiência medida pelos institutos de pesquisa era maior do que a da segunda, terceira e quarta somadas. Era a minha querida Rádio Record em 1000 Khz com 200.000 watts de potência. Chegávamos a todo o território nacional. O desenvolvimento das cidades, a rede elétrica, os modernos equipamentos começaram a interferir na qualidade sonora da transmissão e captação em Ondas Médias. Tínhamos que optar por uma alternativa que solucionasse este problema que aumentava a todo instante. O Brasil optou pela migração para a faixa de FM. Outros países buscaram outras tecnologias como o rádio híbrido ou o DRM dos europeus. Com todas estas mudanças, o rádio começou a corrigir o seu rumo: buscou a segmentação da sua programação e comercialização, encontrou novamente a interatividade com seu público ouvinte e recomeçou a fazer programas com presença de público e música ao vivo. Ressurgiu. Hoje, o rádio moderno migrou para as multiplataformas com a interatividade do vídeo. Está e estará presente numa infinidade de aplicativos. Sua audiência não depende mais do receptor “rádio”. Ele é ouvido e “visto” praticamente em todos os equipamentos de recepção sonora, sejam celulares, smartfones, equipamentos de inteligência artificial etc. Voltamos às origens onde o público participa e interage com o rádio. Continua e continuará sendo um veículo insubstituível.

Paulo Machado de Carvalho Neto*

*Conhecido como Paulito Carvalho, é radialista e publicitário. Foi presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (ABERT); presidente da Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo (AESP); presidente do Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Estado de São Paulo (SERTESP); e membro efetivo do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS).

Impressão e acabamento:

Nesta grande aventura de viver do rádio e para o rádio, vendo as pessoas pelos olhos do seu tempo, tudo tão iniciático, precário e sem tecnologia, o que fez de Roberto Toledo um profissional extraordinário foi a travessia dessa grande onda até os dias de hoje sem nunca abandonar o microfone, firmíssimo no estúdio, com a mesma voz de veludo, mas reinventando o modo de se comunicar. Com seu gestual envolvente quase abraçando o microfone, ele elevou o nível do rádio, sempre lançando atrações aos ouvintes e sobrevivendo financeira e galhardamente das ondas desse meio de comunicação. Depois de tantos anos de parceria, é difícil dissociá-lo de seu fiel escudeiro, o microfone.

ISBN 978-65-991897-9-1

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