1 minute read
O teatro na minha vida
“Sempre gostei de teatro, artes cênicas, palco, plateia, peças teatrais, cultura, ou seja, tudo que me remetesse à arte de representar. Então ingressei no GTR (Grupo de Teatro Rio-pretense), dirigido pelo experiente diretor Nelson Castro. Ele me achou adequado para o elenco, me incluiu no grupo e virei galã. Era maravilhoso encenar no palco, pelo qual sempre tive uma atração natural e irresistível. Enquanto eu trabalhava no meu primeiro emprego na Casa Pizzanti, já arriscava umas aulinhas de encenação com o professor Castro. Então fomos apresentar uma peça só com amadores, cuja renda seria destinada para a formatura da Escola de Comércio Dom Pedro II. A peça era O Pagador de Promessas, de Dias Gomes (na época, 1962, o filme O Pagador de Promessas ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes, e, por isso, o assunto estava em alta). O Cine Ipiranga, o maior da cidade, lotou, e foi uma consagração! Então seguimos em frente com ensaios e apresentações de esquetes, incentivados por Nelson Castro. Foi aí que,
por volta dos meus 16/17 anos, desembaracei-me no palco e passei a transitar com segurança e desenvoltura. Até que houve um festival de teatro estudantil no Instituto de Educação Monsenhor Gonçalves (IEMG), um colégio emblemático no setor educacional rio-pretense que recebeu dezenas de gerações de estudantes da cidade e da região. Nesse festival, concorremos com uma peça, e eu era o ator principal do nosso grupo amador. Tínhamos tudo para ganhar e estávamos certos disso e empolgados. Porém, a professora Dinorath do Valle (1926-2004), que era jurada, votou no grupo concorrente, uma grande decepção para os participantes. No meio do bafafá, acabei discutindo com a Dinorath. Voltei ao palco: ‘Você me desculpe, mas sua escolha não está certa. A senhora errou agora e não reconheceu que nosso grupo estava bem melhor e merecia ganhar, mas não tem problema, não! Diante disso, o teatro perde um artista, não subo mais no palco!’. Falei isso com o coração ardente. Então desci do palco e decidi me focar na carreira no rádio. O teatro tinha acabado para mim.”.
Advertisement