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Ano 15 - n.º 183 - setembro 2021 Preço 0,01€ Mensal Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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AUTÁRQUICAS 2021 Mega Sondagem da Multidados para o VivaCidade
● Marco Martins com maioria absoluta > Págs. 32 e 33
● O VivaCidade entrevistou os sete candidatos à Câmara Municipal de Gondomar
SOCIEDADE O regresso do Rosário > Pág. 8
DESPORTO Diogo Narciso conquista prata no Europeu de pista > Pág. 51
REPORTAGEM Museu da Filigrana brevemente inaugurado em Gondomar > Págs. 52 e 53
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VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
EDITORIAL
SUMÁRIO: Breves Página 4
José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Caros leitores, A sondagem que o VivaCidade divulga não tem grandes surpresas. Estas eleições têm sido caracterizadas por uma geral falta de interesse por parte dos cidadãos, exceto no que respeita à eleição de Lisboa. Se não contarmos com os que são candidatos ou são bastante ativos nos partidos políticos, o cidadão comum parece não se preocupar com os desfechos destas eleições. Estas eleições são bastante complexas e motivam sempre picardias entre candidatos, fruto da proximidade e do conhecimento pessoal que muitas vezes existe entre as pessoas que concorrem. Continuo a achar que se perde muito tempo a discutir o acessório e que depois não sobra espaço para o essencial; sendo que os posters a propósito do preço da água são bem representativos, especialmente pelas reações e contrarreações. E os resultados vão ser os esperados pois para fazer oposição e criar alternativas não adianta começar a trabalhar a dois meses das eleições.
PRÓXIMA EDIÇÃO 21 OUTUBRO
Sociedade Páginas 4 a 26 Autárquicas 2021 Páginas 16 e 17, 20 e 21, 24 e 25, 28 e 29, 36 e 37, 40 e 41, 44 e 45 Política Páginas 30 a 38 Destaque Páginas 32 e 33 Cultura Páginas 42 a 50
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivacidade.org POSITIVO A Douro Canoa Clube, no fim de semana de 11 e 12 Setembro, disputou as finais nacionais das primeiras pagaiadas, em Esposende. A coletividade trouxe para casa três medalhas, uma de prata e duas de bronze.
NEGATIVO A Vivanimal encontra-se numa situação bastante crítica que poderá comprometer a continuidade do seu trabalho no concelho de Gondomar, nesse sentido, precisam da ajuda dos gondomarenses.
Desporto Páginas 51 a 54 Reportagem Páginas 52 e 53 Empresas e Negócios Páginas 55 a 57 Opinião Páginas 62 e 63
Viva Saúde Paulo Amado* Médico Especialista de Ortopedia e Traumatologia
*MédicoEspecialistadeOrtopediaeTraumatologiaProfessorDoutoremMedicinaeCirurgia MestreemMedicina Desportiva Diretor Clínico da CLÍNICA MÉDICA DA FOZ – PORTO ( 226178917) Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia Avançada do HOSPITAL LUSÍADAS - PORTO Vice Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina e Cirurgia do Pé Membro do Council Europeu do Pé - EFAS CLÍNICA DESPORFISIO – EDIFICIO RIO TINTO I RIOTINTO
NOVAS REGRAS DA ADSE
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Estimados leitores, embora o tema interesse particularmente para os beneficiários da ADSE, acabamos todos por serem prejudicados e desta forma vai este país. Realmente algumas das diretivas do governo geral da Nação, deixam muito a desejar, com atitudes ignorantes e sem qualquer fundamento de utilidade, parecendo que neste país, ninguém quer cargos centrais, ou então, são escolhidos os piores e os mais ignorantes. Pena tenho que não sigam o poder autárquico local, esse cheio de exemplos de eficiência e utilidade para as populações, dada a proximidade do poder da realidade. Por esse motivo sempre me agradou a Regionalização, ao contrário da tendência de Portugal, cada vez mais centralizado... Como saberão alguns e outros já ouviram falar, a ADSE, sistema de saúde dos empregados do estado, o maior do nosso pais, é um sistema que acho eficaz, rentável e na sua maioria justo quer para os fornecedores de serviços de saúde, hospitais, mas especialmente para os utentes seus beneficiários. O ano passado teve um saldo positivo de mais de 145 milhões de euros, cuja receita é do desconto dos seus beneficiários. Já há muitos anos com sucessivos lucros, que são entregues ao estado, sabe-se lá porquê. Tive mesmo, noutro artigo anterior, a oportunidade de dizer que se trata de um sistema que deveria ser ampliado para mais utentes na população geral. Com base na livre escolha pelo paciente do hospital, clinica, medico, etc. Com agrado de todos, em especial dos pacientes com este sistema de saúde. Como em muita coisa neste país, parece que o que funciona bem tem de se acabar e alterar para muito pior. Numa comissão recentemente eleita pelo governo, a nova administração da ADSE, resolveu alterar as regras e as tabelas, para... vejam lá, MUITO PIOR. Basicamente só as consultas foram melhoradas, em que o valor que comparticipavam era de cerca de 18 euros e passou para 25€. Bem no entanto todo o resto piorou, levando em resumo, a uma situação em que na comparticipação o paciente aumenta o seu gasto em alguns casos para o dobro e os profissionais de saúde para metade do valor anterior nos honorários. Chega mesmo a exemplos ridículos, em que por exemplo um parafuso que se aplica num joanete se for de tamanho 18 mm comparticipam com 200 € mas se for de 16 mm, da mesma marca e formato, já comparticipam com metade, 100€. Cuidado se a moda pega, quando formos comprar uma camisa e se for tamanho L pagamos um valor e se for tamanho M pagamos metade. Talvez seja uma forma inteligente de obrigar a população a emagrecer... Mas os exemplos são muitos, parece mesmo que a intenção é desincentivar os utentes da ADSE a recorrer aos serviços de saúde privado, desviando para o sector publico já de si a trabalhar no limite. Que seria dos nossos Hospitais públicos de um momento para o outro mais de um milhão de utentes da ADSE fossem para esses serviços, era certamente o colapso. Bem, não podiam arranjar pior, parece que os competentes e gente de bom senso se desviam do governo nacional, ou pelo contrário, só podem ir para esses cargos amigos dos amigos ou até os primos... Por favor, acabem com a “Republica das Bananas”, existem certamente pessoas de bom senso no poder, o nosso Costa assim parecia, mas não se deixem manobrar por incompetentes... Até breve, estimados leitores…
FICHA TÉCNICA Registo no ICS/ERC 124.920 | Depósito Legal: 250931/06 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) | Diretor Adjunto: Carlos Almeida Redação: Carlos Almeida e Gabriela Monroy | Departamento comercial: Pedro Barbosa Tel.: 910 600 079 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivacidade.org/vivacidade | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435- 778 Baguim do Monte Tel.: 919 275 934 | Sede do Editor: Travessa do Veloso, no 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: LUSO IBÉRIA – Av. da República, n.o 6, 1.o Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, Andreia Sousa, António Costa, António Valpaços, Beatriz Oliveira, Bruno Oliveira, Carlos Almeida, Diana Alves, Diana Ferreira, Domingos Gomes, Frederico Amaral, Gabriela Monroy, Germana Rocha, Guilhermina Ferreira, Henrique de Villalva, Isabel Santos, Joana Resende, Joana Simões, João Paulo Rodrigues, José António Ferreira, José Luís Ferreira, Luís Alves, Luís Monteiro, Luís Pinho Costa, Manuel de Matos, Manuel Teixeira, Marta Sousa, Paulo Amado, Pedro Oliveira, Rita Ferraz, Rita Lopes, Rui Nóvoa, Rui Oliveira, Sandra Neves e Sofia Pinto. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares | Sítio: www.vivacidade.org | Facebook: facebook.com/vivacidadegondomar | E-mail: geral@vivacidade.org
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VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
BREVES Espaço Cidadão de Jovim comemora aniversário O Espaço de Cidadão de Jovim, comemora este mês dois anos da sua inauguração. António Braz, Presidente da União de Freguesias, demonstra-se satisfeito com a aceitação e satisfação das pessoas e constata que a procura deste espaço, tem sido elevada.
Doe Sangue, Doe vida! Para o mês de outubro, a população interessada poderá proceder à doação de sangue nos seguintes locais: dia 10 de outubro, na Escola Básica e Secundária de Jovim, entre as 9h e as 12h 30 min; com o mesmo horário, no dia 20 de outubro, a doação será no Multiusos de Gondomar; e no dia 31 de outubro, no mesmo horário, será realizada na Escola Básica e Secundária de São Pedro da Cova.
Gondomar integra a Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI) Lançada pelo Movimento "Cuidar dos Cuidadores Informais", a 1ª edição da Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais (RACCI) reconheceu o projeto "+CUIDAR" - Programa de Apoio ao Cuidador Informal do Município de Gondomar. Com este reconhecimento, materializado na atribuição de um selo de mérito, válido até final de 2022, o Município passa a integrar a Rede de Autarquias que adotam as melhores práticas e medidas de apoio em benefício dos cuidadores informais.
Gondomar em Semana #Beactive O Município de Gondomar aderiu à semana Europeia do Desporto com várias atividades que irão decorrer entre os dias 23 e 30 de Setembro. O objetivo é promover o desporto e a atividade física, encorajando mais as pessoas a serem ativas. As modalidades presentes no programa vão desde a Atletismo, o Remo, o Ténis de Mesa e o Basquetebol.
Manuel Soares e José Andrade lançam livro No passado dia 11 de Setembro foi lançado no Jardim da Junta de Freguesia de Melres o livro “ A Irmandade dos Santos Passos e Cruz de Cristo de Santa Maria de Melres”. A autoria da obra é de Manuel Joaquim Soares e José Manuel Soares de Andrade.
Melres e Medas com Música A Banda Musical de Melres deu o concerto Promenade, no passado dia 4 de Setembro no Parque de festas das Medas. Já Ana Maria Pinto e Joana Moreira realizaram um recital de canto e Piano, no Auditório da Banda Musical de Melres, no dia 28 de Agosto.
Decorreu a recolha do voto antecipado ao domicílio e dos lar de idosos
No dia 21 de setembro, as equipas da Câmara Municipal de Gondomar visitaram os domicílios de eleitores em confinamento obrigatório que requereram o voto antecipado, assim como, uma estrutura residencial para idosos. Os serviços municipais receberam a inscrição de sete eleitores confinados, por força da pandemia, e de 19 eleitores residentes em lar de idosos.
Fânzeres e S.Pedro da Cova celebram enterro das Merendas De forma a iniciar o novo ano lectivo do Movimento Sénior, promovido pela Junta de União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, os alunos e professores deste movimento recriaram esta tradição, marcando o fim das merendas oferecidas pelos lavradores aos seus criados no final do verão.
SOCIEDADE
Rio Tinto abraça Arte Urbana Chegou este mês a Rio Tinto, o projeto “Rio Tinto Arte Urbana”. Com esta iniciativa a Junta fez das paredes da sua freguesia um Museu de pintura urbana, que todos podem visitar e contemplar. Desde sempre que as primeiras telas que o Homes utilizava para expressar a sua arte, foram as paredes. No Graffitti, a situação é semelhante, no sentido em que as paredes assumem o papel de serem as telas de pintura dos artistas e tal como os grandes pintores da humanidade, este estilo de arte tem a capacidade de preservar através do seu estilo único, sentimentos, sensações, pensamentos, bem como de dar uma nova vida, mais colorida, às cidades. Para o autarca da Junta de Freguesia, Nuno Fonseca, este era um dos
projetos que estava na sua gaveta há anos até que, aliado ao facto da necessidade de requalificar o túnel pedonal da estação, o edil tomou a decisão de implementar este projeto com o intuito de dar um novo dinamismo à cidade utilizando a arte como sua aliada e assim evitar possíveis atos de vandalismo. Outro ponto benéfico desta iniciativa é a capacidade de unir o interesse e a atenção de várias faixas etárias. Nuno Fonseca, explicou que ficou surpreendido com a excelente receção das pessoas ao admirar o processo e o resultado final das obras destes artistas. O Presidente diz que esta é uma forma de levar o nome da freguesia para o mundo, visto que os próprios artistas têm, nas suas redes sociais, muitos seguidores de diversas nacionalidades. O responsável sublinha ainda que, após os trabalhos estarem concluídos, a
divulgação e partilha das pessoas nos meios digitais: "Foi surpreendente. Pelos comentários e as partilhas nas redes sociais, podemos dizer que foi uma aposta ganha. Melhor, a reação das pessoas foi
muito mais positiva do que aquela que nós estávamos à espera”. A intenção da Junta é repetir esta iniciativa anualmente, tendo em conta que os gastos do projeto são de aproximadamente 5 mil euros. ■
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VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
SOCIEDADE
Estimados Alunos e Encarregados de Educação Antes de mais, quero agradecer a todos aqueles que acreditam neste agrupamento e estão connosco. Em conjunto, levaremos por diante esta exigente tarefa que é a de garantir uma instrução e uma educação de qualidade para todos os que nos procuram e que em nós continuam a confiar, geração após geração. É, pois, por todos reconhecida a qualidade do projeto deste agrupamento. Também é sabido que só é possí-
vel a manutenção desse grau de exigência pela grande dedicação e pelo empenho de todos na dinamização e abertura para aceitar novos e permanentes desafios, consubstanciados em inúmeros projetos de grande relevância. Com vista a melhorar a qualidade do sucesso dos nossos alunos, o seu sucesso pleno e os respetivos percursos diretos de sucesso, aceitamos o desa-
fio de implementar um Plano de Inovação, Ir Mais Além. Trata-se de uma forte aposta em minimizar os constrangimentos da grande dispersão curricular existente, procurando garantir o envolvimento dos alunos na construção das suas próprias aprendizagens, de uma forma mais prática e mais experimental. Sabemos que os dois últimos anos letivos foram tempos de muita incerteza que exigiO Agrupamento de Escolas nº1 de Gondomar irá comemorar o Dia Europeu do Desporto Escolar nos dias 22 e 24 de setembro,
A avaliação ao serviço das aprendizagens!
das 9h00 às 13h00. Os alunos que têm Educação Física nesses dois dias terão a oportunidade de vivenciar atividades diferenciadas, no âmbito das modalidades do Desporto Escolar, existentes no Agrupamento. No dia 22, as atividades a apresentar serão Ténis de Mesa e Atletismo na (ESG) e Ténis de Mesa e Ténis, na Escola Básica de Jovim e Foz do Sousa (EBJFS); o dia 24 será destinado às modalidades de Voleibol e Badminton, em ambas as escolas. O Clube Ala Nun' Álvares de Gondomar
Visitem-nos em https://www.youtube.com/channel https://www.facebook.com/aeg1gondomar http://www.aeg1.pt/
Dinamismo Diversidade Motivação Transversalidade Parcerias Monitorização Sucesso Inclusão Resolução de problemas Recuperação de aprendizagens Autonomia Articulação e reorganização curricular
ram, quer nas nossas vidas pessoais, quer profissionais, o melhor de cada um de nós. Neste ano letivo que agora começa, e mantendo o foco na proteção e saúde de todos nós, vamos retomar, paulatinamente, algumas ações conducentes à normalização das rotinas que a pandemia nos obrigou a abandonar. Por isso, voltaremos a ter aulas para todas as turmas no período da manhã, mantendo, todavia, o cuidado de respeitar o desfasamento de horários de atividades letivas e de intervalos; também as entradas, percursos e recreios dentro da escola serão diferenciados; cuidaremos de uma maior ventilação dos espaços e do reforço da higienização dos equipamentos; manteremos a obrigatoriedade de uso de máscara, dentro e fora das salas de aula, entre outros. Contamos com a colaboração cívica de todos, pois só agindo em conjunto, de forma consciente e atenta, poderemos continuar a levar de vencido este terrível vírus. Assim, não me canso de agradecer a todos o imenso compromisso e dedicação em prol dos nossos alunos. No AEG1, TODOS CONTAM! A diretora Lília Silva
prontificou-se a colaborar nesta efeméride, com a vinda de técnicos especializados às duas escolas, nas modalidades de Ténis de Mesa, Ténis e Voleibol. A dinamização do Badminton estará a cargo dos professores Américo Silva e Armando Silva; a dinamização do Atletismo será da responsabilidade do professor Fernando Marreiros. Com esta mega participação dos alunos, pretende-se que se diversifiquem as modalidades desportivas, que os nossos jovens adiram cada vez mais à prática desportiva e possam inscrever-se na modalidade que mais apreciaram durante a comemoração.
Alice Figueiredo, (Coordenadora do Departamento das Expressões)
Um ano na ESG – testemunho da minha experiência nesta escola. Em 2020/21, frequentei a ESG e, embora não tenha sido fácil devido à pandemia, foi uma experiência muito boa. Apesar das medidas de segurança, que limitaram um pouco a minha experiência, habituei-me bem mais rápido à escola do que eu pensava. Os espaços são muito bons e grandes, o que permite aos alunos movimentarem-se pela escola. O ambiente, tanto na sala de aula como fora dela, também é muito agradável e cheio de “boas pessoas” (docentes, alunos, …). Mesmo no período em que ficamos em casa, a escola e os professores tentaram ajudar-me sempre que precisei, o que eu apreciei muito. No início, não gostei de termos que ficar todos os intervalos na sala de aula, mas, mais tarde, já pudemos sair, e ficar na sala de aula era opcional. Os serviços, como a secretaria, a papelaria, a cantina e o bufete trabalham muito bem, embora não os tenha visitado muito por não necessitar e devido às medidas de segurança. Para mim, a ESG é uma excelente escola, com muito boas pessoas que tentam mantê-la em segurança nestes tempos difíceis. Eu adoro estudar na ESG! Yulia Ovechkina, 10º 8
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SOCIEDADE
Festas do Concelho de Gondomar estão de volta No último ano de pandemia, os gondomarenses presenciaram um corte abruto nas atividades culturais, bem como nas festas do concelho de Gondomar. Passado aproximadamente um ano, as atividades voltam com força, sendo que o Município de Gondomar, já anunciou o calendário para as próximas festas. Para o vereador da cultura, Luís Filipe Araújo, neste último ano como as pessoas sentiram um corte abruto nas atividades, a comunidade sentiu essa diferença de uma forma mais significativa. Para o responsável, era urgente trazer de volta a alegria de viver que a cultura proporciona, para as pessoas. Foi nesse sentido que a equipa camarária decidiu colocar as mãos à obra e criar um novo programa cultural, que cumprisse as normas de segurança implementadas pelas DGS. Assim, o executivo tomou a decisão de não realizar os seis concertos habituais que eram realizados em São Cosme, para milhares de pessoas. Posto isto, a principal diferença que os gondomarenses irão sentir, passa pela eliminação das iniciativas que pudessem colocar em risco a saúde dos presentes, damos o exemplo dos concertos que não tinham lugares marcados. “Tudo o que representa grandes multidões, não vai acontecer”. Outro exemplo fornecido por Luís Filipe Araújo, é o caso das Bandas Filarmónicas, “Ao invés de termos duas bandas como já era habitual, vamos ter apenas as bandas do concelho, uma em cada dia. Cada uma destas bandas vai ter o seu próprio dia para atuar no anfiteatro”. As procissões ainda não se encontram autorizadas, “É uma decisão que não é nossa, é uma decisão que é tomada pela paróquia”, o que para o executivo já era expectável, aliado ao facto de que estas procissões atraem sempre multidões. Como todos sabem, uma das festas mais esperados do concelho são as romarias do Rosário, Luís Filipe explica que é evidente que no próximo ano litúrgico, a Igreja irá aliviar as medidas e assim, as procissões vão passar a ser autorizadas. Um dos pontos altos que o vereador referiu concerne às bandas filarmónicas. “Habitualmente, já era um ponto alto nas festas nos anos anteriores, porque tínhamos sempre muito público que queria ouvir a atuação das bandas, mas acho que, este anos vai ser mais especial por dois motivos: Por um lado temos um público que está realmente sedento de ouvir alguma atividade cultural, e no que diz respeito às bandas filarmónicas, aqui em gondomar, nós temos uma afeição muito grande para com elas. Por outro lado, quando transmitimos a vontade de tê-los este ano connosco ficaram radiantes, porque
realmente não têm tido deslocação para lado nenhum. As saídas têm sido praticamente nulas e também vai ser para as bandas um momento de renascimento. Esses dois pontos, acho que serão os momentos mais altos. Temos aqui uma série de concertos agendados que é expectável que vá encher os lugares disponibilizados”. O Vereador da Cultura garante ainda que, quem marcar presença nas Festas do Rosário, estarão em segurança, dado que as regras serão cumpridas. Mas, independentemente das restrições, é importante voltar a respirar cultura no concelho. ■
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SOCIEDADE
Gondomar: Vacinação de vento em popa O concelho de Gondomar tem sido um exemplo na vacinação quando comparado aos restantes municípios limítrofes da Área Metropolitana do Porto. Atualmente, contamos com, aproximadamente 85% da população vacinada com, pelo menos, a primeira dose inoculada. Para Marco Martins, Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, este feito só foi possível devido à estreita colaboração entre a Autarquia e a ACES de Gondomar. Foi esta união de sinergias entre os trabalhadores da Câmara e os profissionais de saúde que, segundo o edil, foi o segredo para este sucesso. Quanto à terceira dose, o autarca refere que não tem, ainda, informações sobre o assunto por parte da DGS, no entanto garante que o seguinte: “Nós estamos cá para colaborar e vamos o fazer sempre que a
nossa ajuda for solicitada”. Quanto ao Centro de Vacinação situado no Multiusos de Gondomar, Marco explica que o espaço ainda não vai ser desmontado, mas sim reconfigurado. Ou seja, deixará de ser no espaço central do Pavilhão, no entanto a vacinação continuará a ser realizada nestas instalações. ■
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12 VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
GONDOMARENSES LÁ FORA...
“Eu considero-me uma cidadã do Mundo e já não me imagino de outra forma!” Para mais uma rubrica dos Gondomarenses lá fora, nesta edição estivemos à conversa com Joana Gomes, natural de Baguim do Monte, partiu para Londres para exercer a sua profissão -enfermagem- e viver novas aventuras.
Fala-nos um pouco sobre ti, quem é a Joana e como é que surgiu a ideia de partir rumo a Londres? Sou a Joana, tenho 28 anos e sou natural de Baguim do Monte, Gondomar. A ideia de partir para outro país começou desde muito cedo. Sempre senti vontade de explorar outras culturas e de viver fora de Portugal. Inglaterra surgiu como uma opção natural enquanto ainda era estudante de Enfermagem. Desde pequena sempre tive um fascínio pela língua Inglesa e pela cultura britânica. O Reino Unido trouxe-nos algumas das melhores bandas, músicos, pintores, poetas, escritores, atores, realizadores…da história! É impossível não ser fascinada por este país. Quais foram os factores que pesaram no momento em que tomaste a decisão de partir nesta aventura? Londres sempre esteve como tua primeira opção? A primeira cidade onde trabalhei como enfermeira foi Manchester, em 2016. Uma cidade bonita, com pessoas acolhedoras, onde fiz grandes amizades que mantenho até hoje. No entanto, Londres foi sempre o meu grande objetivo, só que na altura em que me qualifiquei como Enfermeira, os hospitais de Londres exigiam experiência prévia no National Health Service (NHSServiço Nacional de Saúde inglês), pelo que Manchester acabou por ser a minha catapulta para Londres. Em Londres trabalho como Enfermeira Instrumentista no Bloco Operatório Pediátrico no hospital que era o meu grande sonho, o St Thomas’ Hospital. Para ti, o que mais te custou quando par-
tiste? E atualmente, o que é que sentes mais falta do teu país e, em concreto, de Gondomar? Sair de Portugal não foi um passo fácil, mas tal como muitos colegas e amigos sempre me disseram, custa menos à medida que o tempo passa, acabamos por nos habituar. Tenho a sorte de poder viajar com frequência para o Porto (antes da pandemia viajava a cada quatro ou cinco semanas, nem que fosse por três ou quatro dias!) e isso ajuda imenso a suportar as saudades. Também tenho familiares e amigos que me visitam em Londres, algo que adoro porque permite-me partilhar com eles um bocadinho desta cidade que tanto admiro. Aquilo de que sinto mais falta é da comida da minha mãe, que é a melhor cozinheira do mundo. Porquê enfermagem? Sempre gostei de ajudar as pessoas e de sentir que posso fazer a diferença na vida delas. Acho que a nossa existência ganha verdadeiro sentido quando podemos contribuir positivamente para a vida de alguém. Profissões como Enfermagem têm muito intrínseco o ato de cuidar, pelo que surgiu como uma opção natural para mim. Não é uma profissão fácil, mas é, sem dúvida, gratificante. Como é que comparas o sistema de saúde de Londres, com o de Portugal? São diferentes? Em Inglaterra o sistema público de saúde é o National Health Service (NHS). É semelhante ao Serviço Nacional de Saúde de Portugal, no sentido em que o acesso a cuidados de saúde é universal e considerado
um direito básico. Como cidadã da União Europeia não pago, mesmo após o Brexit, qualquer tipo de taxas para aceder a serviços de saúde. O NHS é essencialmente financiado pelos nossos impostos e os britânicos em geral apreciam esse facto, desde que o acesso à saúde continue a ser público e gratuito. Aqui existe também uma enorme preocupação pela dignidade, privacidade e experiência em geral que o paciente tem no hospital, pelo que os profissionais de saúde recebem treinos e cursos constantes para melhorarem a sua prestação de cuidados e se manterem atualizados com protocolos e padrões de cuidados a nível nacional. Atualmente, atendendo à fase de covid que estamos a viver, em que a vacina surgiu como uma ferramenta de esperança para muitos, como é que está a correr o processo de vacinação no país em que resides e trabalhas? E, como é que foi trabalhar como enfermeira nos picos da pandemia? O processo de vacinação em Inglaterra está a correr muito bem. O meu hospital foi dos primeiros a providenciar vacinas ao público e, desde o final de 2020, já administrámos mais de quinhentas mil. Este facto deixa-me bastante orgulhosa na minha instituição de saúde mas, não posso deixar de enaltecer o orgulho que sinto por Portugal ser neste momento o líder em vacinação! Trabalhar durante a pandemia foi um misto de emoções. Voluntariei-me para trabalhar no Serviço de Cuidados Intensivos do meu hospital e nada nos prepara completamente para o que vi. Foram meses duros física e emocionalmente, em que vemos tantos doentes a sofrer, vários deles jovens (tive doentes na casa dos trinta anos), nos deixava com um sentimento de impotência. Nada chega à sensação que foi ver alguns destes doentes a vencer a fase mais crítica da doença e a serem transferidos dos Cuidados Intensivos para serviços de Cuidados Intermédios – pequenas vitórias que nos iam mantendo motivados ao longo dos meses mais duros da pandemia. O que é que mais admiras em Londres? O que eu mais admiro em Londres é a di-
versidade cultural e gastronómica, assim como as oportunidades profissionais que existem. Não posso deixar de salientar a riqueza artística da cidade, que me continua a surpreender ao fim de todo este tempo, assim como os inúmeros parques com árvores centenárias, aves e raposas lindíssimas ou esquilos que vêm comer à nossa mão. Quase nos esquecemos de que estamos no meio de uma das capitais económicas do mundo! Ainda na mesma linha, dirias que a cultura londrina é muito diferente da cultura portuguesa? Em Londres existe uma diversidade cultural que eu nunca tinha experienciado em Portugal. Penso que Portugal caminhará na mesma direção pois existe cada vez mais pessoas a apaixonarem-se pelo nosso cantinho no sudoeste da Europa e a imigrar a partir de todas as partes do mundo. Achas que Portugal tem muita coisa a aprender com o estilo de vida londrino, ou dirias que é mais ao contrário? Penso que ambos os países podem aprender imenso um com o outro. No fim de contas, somos nós próprios os grandes vencedores por podermos experenciar os estilos de vida, pontos fortes e pontos fracos, de ambos os países. Que mensagem gostarias de deixar a aqueles que, como tu, anseiam partir numa aventura além fronteiras portuguesas? A mensagem que costumo dar a quem anseia partir além fronteiras portuguesas é: força nisso! Não é um passo fácil, mas prometo que, um dia mais tarde, irão sentir-se muito felizes e agradecidos por terem tomado a decisão de viver noutro país. O quanto crescemos e nos enriquecemos a nível pessoal faz com que as saudades de casa valham a pena. Criamos amizades que se tornam a nossa família, criamos raízes, recebemos oportunidades profissionais e académicas que só são possíveis por termos tido a coragem de sair de Portugal. Eu considero-me uma cidadã do Mundo e já não me imagino de outra forma! ■
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SOCIEDADE
Querer Ser apresenta Formações Modulares Certificada A Querer Ser - Associação para o Desenvolvimento Social, enquanto entidade promotora, possui um conjunto alargado de Formações Modulares Certificadas em diversas áreas de educação e formação para a população ativa da região Norte do país, entre as quais se destacam as áreas do Comércio, das Ciências Informáticas, do Trabalho Social e Orientação e do Secretariado e Trabalho Administrativo. As Formações Modulares são Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD) de 25 ou 50 horas que
visam potenciar a empregabilidade da população ativa, nomeadamente dos empregados e desempregados, com especial enfoque nos que se encontram em risco de desemprego, através do aumento da sua adaptabilidade por via do desenvolvimento das competências requeridas no mercado de trabalho. Estas formações, desenvolvidas tanto em regime presencial como à distância, são totalmente financiadas e certificadas no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações. Até ao final do ano, a Associação continuará a desenvolver UFCD’s nas diversas áreas formativas, estando previsto o início das formações de Primeiros Socorros, Folha de Cálculo - Excel, Línguas Estrangeiras, Gestão do Stresse e Higiene e Segurança no Trabalho, entre outras. Para além de ser uma resposta que contribui para o desenvolvimento pessoal e social da população ativa da região Norte, também as empresas que queiram proporcionar aos seus trabalhadores novas habilita-
ções e competências profissionais encontram aqui uma solução à sua medida. Se desejar conhecer mais pormenorizadamente o vasto leque de opções formativas da Querer
Ser, ou obter mais informações sobre o processo de inscrição, pode contactar a Associação através do 914 096 013 e do e-mail: formacao@ quererser.pt. ■
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SOCIEDADE
ACIG: 120 anos a representar os empresários de Gondomar A Associação Comercial e Industrial de Gondomar (ACIG), é uma Instituição Pública que foi fundada a 29 de agosto de 1901. São 120 anos de história, a representar os empresários do nosso Concelho. A comemoração foi realizada no dia de aniversário da fundação, na atual sede da ACIG, em Gondomar (São Cosme). A comemoração contou com intervenções de quatro personalidades, Graciano Martinho, Presidente da Direção da ACIG, o Presidente da Assembleia Geral, Jorge Santos, o Vice Presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), Nuno Camilo e a Vereadora da Câmara Municipal de Gondomar, Cláudia Vieira. Sobre os 120 anos da ACIG, Graciano Martinho revela ao nosso Jornal que ao longo dos anos, esta associação tornou-se como uma família, sendo para o responsável uma “Enorme satisfação” ser dirigente associativo da ACIG, uma coletividade que, durante 120 anos tem lutado contra diversas adversidades e tornado-se cada vez mais forte sendo atualmente, uma das poucas do país que tem património próprio: “Não só com este edifício onde está atualmente a nossa sede, mas também, possuímos outros dois edifícios”. A premissa de trabalho dos representantes da ACIG passa por melhorar a qualidade de vida e de trabalho dos empresários gondomarenses e quanto ao futuro, o dirigente levanta um pouco o véu admitindo que “Esta questão da pandemia, fez-nos recuar um pouco, mas estou certo que está a chegar, novamente, a hora do arranque do caminho para a vitória final. Vamos criar coisas muito bonitas. Vamos criar um ninho de empresas na sede antiga que é muito grande”. Graciano Martinho aproveitou ainda o momento para deixar uma mensagem: “A minha palavra vai para os empresários do concelho de Gondomar, independentemente se são associados ou não da ACIG. A todos os empresários do concelho, em meu nome pessoal e em nome da ACIG, para todos eles, desejamos os maiores êxitos e que tenham sempre presente que, em
qualquer momento de dificuldade -não estamos a pensar em dinheiro, nem em cotas- que não tenham qualquer problema em vir ter connosco, porque aqui teremos sempre a porta aberta e uma voz amiga para os ajudar e aconselhar no que for necessário”. Nuno Coelho, Vice-Presidente da CCP, aproveitou a sua intervenção para enaltecer o papel fundamental que os empresários têm na economia portuguesa e reconheceu, bem como parabenizou, o trabalho constante que é realizado por parte das Associações Comerciais: “As Associações Comercias têm tido um papel preponderante, naquilo que é a organização do tecido empresarial ao longo dos últimos anos. Têm sido eles, nos momentos de maior dificuldade que têm feito, junto das entidades competentes - Câmaras Municipais, Governo e União Europeia- defendido aquilo que é, os heróis, que são os empresários. Foram as Associações que junto do governo conseguiram negociar aquilo que foi os pacotes de medidas capazes de ajudar a superar algumas das dificuldades que os empresários tiveram”. “Nós somos o verdadeiro motor da economia, porque somos nós, todos os dias, que pagamos impostos, pagamos as nossas contas, dá-mos emprego e conseguimos colocar o tecido empresarial a funcionar. Somos nós também que dá-mos segurança às próprias ruas, porque uma rua sem atividade empresarial, é uma rua cinzenta, é uma rua parada e insegura. Nós hoje, estamos aqui essencialmente
para felicitar pelo trabalho e atividade desenvolvida pela a ACIG. Prova disso, é comemorar estes 120 anos com um edifício novo, com um sinal de vitalidade pela renovação dos mandatos ao longo dos anos e esperemos também e acima de tudo que, Gondomar, continue a crescer com mais empresas, com um tecido empresarial mais forte e mais capaz de responder àquilo que são as necessidades. Felicidades para a ACIG”, concluiu Nuno Coelho. A Vereadora da Câmara Municipal de Gondomar, Claúdia Vieira, iniciou a sua intervenção reconhecendo a importância dos empresários portugueses, dado que são eles “O motor do desenvolvimento do nosso país e a economia não existe por si só, ela necessita dos seus empresários e empreendedores”. Quanto ao futuro, a representante da Autarquia explicou aos presentes que ainda não foi apresentado um novo modelo de trabalho à ACIG para não haver conflitos com este “Período mais sensível, mas a verdade é que temos previsto para o próximo ano, em conjunto e nesta lógica de trabalho horizontal, esta apresentação. Assim, há semelhança do programa que temos para o Movimento Associativo, a ACIG é também representativa de um Movimento Associativo muito dedicado e que merece todo o nosso reconhecimento”. A Vereadora aproveitou o momento final para congratular, José Rodrigues, Presidente do Orfeão de Gondomar, pela escolha dos “Artistas maravilhosos que abrilhantaram o momento”, foi
nessa mesma linha que acrescentou o seguinte: “É com muita satisfação e honra que aqui estou e não poderia acabar a minha intervenção sem realizar aqui uma referência ao momento inicial, Vitor Neves que declamou aqui um poema que adjectivou as nossas empresas, como empresas honradas e sim, é isso que as nossas empresas são, empresas honradas de muita dedicação e que muito fazem pelo nosso concelho. Naturalmente que, a Câmara Municipal de Gondomar está cá para trabalhar em conjunto e para fazer o melhor pela sua comunidade, é esse o nosso propósito, é esse o nosso principio”. No final da cerimónia, Claúdia Vieira entregou um presente a Graciano Martinho, com o intuito de eternizar a comemoração dos 120 anos. De seguida, decorreu um convívio, onde foi cantado os parabéns à ACIG. Por causa do covid-19, a presença no evento de aniversário ficou condicionada, no entanto, fez-se presente os seguintes nomes: o Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz; o Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, Pedro Vieira; o Deputado da Assembleia da República Portuguesa, Carlos Brás; o Presidente da Federação das Coletividades do Concelho de Gondomar, Manuel Pinto. Para além dos nomes mencionados, marcaram presença na comemoração várias personalidades do concelho de Gondomar de outras forças políticas. ■
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16 VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
AUTÁRQUICAS 2021
Marco Martins: “Nós vamos reduzir em 2,5%, por ano, o IMI.”
o parque urbano de Fânzeres/ S. Cosme – que é o mais recente e que já está em curso –, a expectativa do parque de Gondomar, o parque urbano de S. Pedro da Cova, são coisas que, para nós, são uma marca diferenciadora de qualidade de vida e ser revertido naquilo que é a imagem de Gondomar lá fora e a atratividade de outros públicos a Gondomar. Tem crescido imenso. No outro dia estava com o Porto Canal, a gravar no parque urbano de Rio Tinto, e veio uma senhora ter comigo a dizer que era de Ermesinde… Afinal diziam que o de Rio Tinto era mau, mas afinal não. Os parques urbanos são, não uma aposta na qualidade de vida mas, uma coisa muito importante: nos dois principais centros, que são S. Cosme e Rio Tinto, uma política de alterar o betão pelo verde. E isso faltava em Gondomar. Daquilo que foi o seu compromisso com a população, conseguiu executar o que prometeu em 2017? Sim. Algumas coisas não estão ainda concluídas, estão em curso e atrasaram-se devido à pandemia. Tivemos um ano e meio de pandemia que alterou tudo isto, mas tudo aquilo que estava no caderno de encargos, em compromisso ou no projeto eleitoral, ou está executado ou está em curso. Por exemplo, o PDM já podia estar concluído: não está não por culpa da câmara mas por culpa das entidades de gestão central, dado que a legislação alterou. Portanto, foram todos adiados mais dois anos, como a questão das obras e da falta de mão-de-obra: tudo isto são coisas que nós não controlamos e que está tudo em curso.
Texto: Miguel Almeida Fotos: Gabriela Monroy Em 2017 dizia-me qualquer coisa do género: "O que me move é continuar um projeto que iniciamos em 2013”. Partilha ainda da mesma opinião? Claro. Aliás, em 2013 quando tomei posse disse que o projeto tinha 12 anos e terminaria, mesmo que a legislação se alterasse, em 2025. O projeto está executado com grande parte e outra parte em execução. Há coisas que quero ser eu a concluir. Nomeadamente a questão dos parques urbanos, a questão da linha do metro, a questão do novo PDM. Agora com aquilo que é a realidade e resoluções pós pandemia, isso são coisas que eu naturalmente quero concluir e com a equipa. Aliás, a equipa manteve-se toda igual desde 2013: só saiu, por opção própria, o Carlos Brás. E, é exatamente por isso que se recandidata a um terceiro e último mandato? Certo. E um mandato em que nós, nesta candidatura, temos uma coisa ainda mais marcante que nas anteriores, que é juntar um conjunto de pessoas de sensibilidades e ideologias em torno de um projeto, que é o «Juntos por Gondomar», e que estou a encabeçá-lo. O primeiro mandato foi marcado por várias surpresas nomeadamente na área financeira. Neste segundo mandato ainda existiram aquelas surpresas desagradáveis? Não, já não surgiram surpresas novas, houve alguns processos que felizmente se concluíram, mas o grande impacto financeiro, a grande entrave à gestão, foi o primeiro mandato. E é importante que as pessoas percebam que nós só em 2018, portanto no final do quinto ano de funções, passámos do vermelho para o amarelo nas contas, que nos permitiu fazer um conjunto de coisas, nomeadamente começar a pensar nalgum tipo de investimentos e também começar a fazer uma coisa fundamental que é a renovação dos recursos humanos da câmara. Pudemos contratar, porque até ao primeiro concurso que nós abrimos em 2019 já tinham saído
por aposentação 360 pessoas, hoje já serão 400, mas nós já começamos a renovar. Renovámos quadros técnicos na área da arquitetura e engenharia; renovámos muitos quadros de assistentes operacionais para as escolas – ainda agora colocamos num concurso que era para 45 e fomos à bolsa e, em vez de 45, colocamos 60; renovámos, também, para as obras e no reforço da polícia municipal que estava a ficar numa situação depauperada, com 8 agentes e que era uma situação inviável na gestão. Temos vindo a reforçar nalgumas áreas de quadros de know how, na área da economia, na área da gestão e novos quadros. Portanto, isso é uma coisa que dá flexibilidade. Outra coisa importante são os investimentos programados a longo prazo, que não podíamos fazer. Só para dar o exemplo, é importante recordar isto: nós tivemos entre dívida assumida – mais aqueles 11 milhões que foram detetados na auditoria das rendas, mais as condenações – 162 milhões de euros de dívida. Neste momento, a Câmara deve qualquer coisa como 76 milhões de euros: quer dizer que, de grosso modo, já amortizamos 86 milhões de euros. Tudo aquilo que fizemos está, neste momento, executado, pago, com zero de endividamento e sem prejuízo de investimento. Imagine se nós pudéssemos ter ainda mais 86 milhões de euros, que é aquilo que gastámos para corrigir erros da gestão anterior. É várias vezes acusado, pela oposição, de ser o Presidente que pensa demasiado nos Parques Urbanos. Considera isso um elogio ou uma crítica? Isso é um elogio. Só a oposição é que pensa isso, porque os cidadãos não é isso que pensam. Nós vemos o que a população usufrui dos passadiços e parques urbanos. Não havia nada em Gondomar e nós conseguimos dinamizar o polis: é importante dizer que este espaço não tinha jardins mas apenas mato, os bares estavam fechados e hoje é um espaço de vida. O passadiço de Rio Tinto, o parque urbano de Rio Tinto,
Ou seja, o que eram os grandes compromissos, as linhas mestras do programa 2017, estão basicamente concluído ou em execução. Não há nada que não esteja em curso ou a avançar. Aliás, já tinha acontecido de 2013 a 2017: a taxa de execução foi de 92%. Dizia-me igualmente em 2017, que acreditava que iria arrancar em meados de 2020, o metro. O que é que falhou? O que falhou foi o financiamento, porque o governo não conseguiu incluir o metro no «PT2020» e, além disso, também houve a situação de alteração de traçado que fez atrasar. E ainda bem que foi alterada: é importante recordar que o metro inicialmente previsto era Campanhã, Freixo e Valbom, pela parte sul até à feira. E nós alterámos o traçado envolvendo o município do Porto, puxando mais para norte, com a ligação via Cerco, Lagarteiro, futuro polo da Universidade do Porto em Gondomar, centro de Valbom e, em vez de acabar na feira, acaba no Souto. Servindo, na mesma, o hospital-escola Fernando Pessoa. Isso foi fundamental porque nos estudos daquela linha, anteriormente prevista, não eram sustentáveis a nível económico nem de procura nem de exploração. Com uma alteração muito importante, e as pessoas não têm noção disto: demorei meses a convencer o anterior presidente da Metro e o atual presidente, bem como os técnicos, de que está solução é uma utilização direta. Ou seja, um serviço que vem direto: entra-se na Casa da Música ou na Trindade e um metro com destino ao Dragão ou a Fânzeres, hoje vai ser Gondomar, porque a solução por Campanhã implicava transbordo de composição e tinhas que mudar de linha e mudar de cota. Portanto, vai conseguir-se ter serviço comercial direto do centro de Gondomar a toda a rede do metro e isso faz toda a diferença. Então esta alteração faz baixar o custo da obra, além de chegar a mais sítios… Esta alteração de traçado, além de baixar o custo da obra, diminui o tempo de ligação, evita transbordo e serve o município do Porto e Valbom. Valbom vai passar a ter duas estações, dantes tinha previsto uma no Freixo e outra junto à piscina e, agora, vai ter uma naquela zona da Lagoa
e vai ter uma na zona por trás da junta de freguesia, em Pinheiro de Além. Além do mais, vai já ficar preparado para ser construída no futuro (ainda está a ser feito esse projeto) uma estação no futuro polo universitário. Quando o polo ali se instalar vai já ficar tudo preparado e depois constrói-se. Neste momento não há qualquer dúvida, há financiamento garantido, há contrato assinado com o governo, o que falta agora é o tempo dos projetos, das burocracias. Há um grau de certeza muito grande que podemos dizer que em 2025 teremos metro… Há um grau de certeza muito grande que em 2023 a obra começa. Não depende de nós estar pronto em 2025. Neste momento, são como as obras da câmara: a partir do momento que decidimos fazer uma obra e há dinheiro para ela, segue-se o tempo de projetos, o tempo de concurso, o tempo da aceitação – ou seja, as burocracias – e a execução da obra. A decisão está tomada com financiamento. O governo já assumiu isso. Aliás, o primeiro-ministro sempre que estamos, olha para mim a rir-se e diz: “não está esquecido, senhor presidente”. Isso é um não assunto. Neste momento é só o tempo de concretizar. Se vou embora / deixar de ser presidente de câmara com o metro a funcionar, gostava muito, mas não tenho toda a certeza pois não depende de nós. Com a obra quase toda concluída, certamente que sim. Há cerca de dois meses assumiu uma redução na tarifa da água de 16% para janeiro de 2022. A pergunta é: porquê a negociação a dois meses das eleições? Primeiro, a negociação começou em 2018, depois durante a pandemia parou cerca de um ano. Fizemos vários estudos com consultores externos e depois nós tínhamos quatro caminhos. Um, resgatávamos a concessão e isso implicava um custo de 104 milhões de euros e cerca de mais 20 milhões de euros para montar o serviço. Por isso, esta questão iria custar cerca de 125 milhões de euros aos gondomarenses que iriam ter de os pagar, duma forma ou de outra, e implicaria a harmonização da tarifa para a média da área metropolitana, ou seja, iria baixar 25% a 30% da tarifa, mas iríamos colocar mais 125 milhões de euros de dívida em cima das contas do município. Portanto, não nos parece solução. A segunda opção seria prolongar o contrato de concessão por mais 10 anos. No contrato com esta empresa privada o concurso era de 25 e o Valentim Loureiro prolongou para 30, em 2008 com o PSD, não nos esqueçamos disso. Não queríamos isto. A terceira opção, de legalidade duvidosa, era a câmara pagar um subsídio à tarifa direto, ou seja, passar um cheque no final de cada ano para pedir a fatura e as nossas contas diziam que, para dar uma média de 10€ por mês a cada consumidor, a câmara tinha que passar um cheque de 9 milhões de euros, ao final do ano. Não nos parece. E a quarta solução, a que nos pareceu mais equilibrada, é a câmara abdicar das rendas de concessão. Portanto, a empresa paga todos os anos à câmara uma renda pela concessão, a câmara abdica dessa receita – são cerca de 5 milhões de euros que abdicamos – e autorizamos renegociar os empréstimos que têm. Irão agora endividar-se ao juro atual – que é praticamente inexistente – e permitir que esse retorno financeiro se acumule na gestão. Portanto, isso dá uma redução média, no primeiro escalão, de 16%: é aquilo que afeta 80% dos consumidores. Porquê janeiro de 2022? Porque isto não é automático. Naturalmente que nós fizemos os estudos; levámos à câmara; já anexámos à entidade reguladora dos serviços de águas residuais, que dá o seu parecer e, depois deste parecer, tem que vir novamente à câmara, à assembleia e ao Tribunal de Contas. Portanto, é o tempo que demora. As negociações foram concluídas em maio, le-
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AUTÁRQUICAS 2021 vamos à câmara em junho e, agora, é o tempo da tramitação. Parte do processo está explicado, a parte de ser em janeiro de 2022 também está. Só não percebi por que não o ano passado nem há dois anos a não conclusão desta negociação… Porque nós começamos esta negociação em janeiro de 2018, como já disse. Demorou tempo, arranjamos consultores e isto da pandemia atrasou o processo durante um ano. Nós, só depois do estudo dos consultores validado, é que pudemos concluir a negociação. E foram opiniões nada simpáticas, como compreendemos. A recolha de lixo continua a ser muito criticada pelos gondomarenses. O que é que o Município está a tentar fazer para minorar este enorme problema do concelho de Gondomar? O município está agarrado a um contrato de prestação de serviços que acaba em 2023. Contrato esse com a Rede Ambiente que temos vindo a melhorar, temos introduzindo uma série de questões no porta a porta. Por exemplo, ao domingo está-se a recolher 30 toneladas de lixo – e não estava no contrato –, para se evitar que à segunda feira as ruas estejam tão sujas. Mas, de facto, a empresa hoje tem uma grande dificuldade em cumprir o serviço e diz, publicamente, que não consegue contratar pessoas. Há um problema grave de recursos humanos. Não é só na limpeza, é nas obras, é na restauração e na hotelaria. Portanto, nós temos falado com a empresa, a recolha de lixo melhorou muito face ao que era. A varredura está um bocadinho aquém do que nós gostávamos e vamos ponderar naquilo que será o concurso do próximo ano para o novo contrato, por exemplo, que alguns serviços retornem às juntas de freguesia. Vamos ponderar qual a melhor forma e poderá passar, eventualmente, por não ser a câmara a fazer o serviço, é impossível. Há a ideia de, por exemplo, criar uma empresa municipal na área do ambiente, como têm quase todos os municípios aqui à volta – Matosinhos, Porto, Maia e como está em criação em Valongo. Estamos a ponderar essa questão para o próximo executivo decidir, mas esse é um dos caminhos. A próxima renegociação do contrato com a Rede Ambiente irá sofrer muitas alterações? Há vários caminhos e um dos que estamos a admitir e a estudar tem de ser tomado até ao próximo executivo. Mas o que estamos a fazer é criar estudos nessa matéria para criar uma empresa municipal, para ser a empresa municipal a gerir a recolha de lixo, não a câmara diretamente com os procedimentos em curso: só para comprar uma peça, para um camião que avariasse, demorávamos um mês. É um dos caminhos. Outros caminhos poderão ser, como referi, devolver algumas competências às juntas. São caminhos que estão em aberto e que naturalmente os próximos eleitos, os próximos atores, na câmara e nas freguesias, vamos ter que decidir. De futuro, caso ganhe as eleições, parte para o seu último mandato: o que é que os gondomarenses podem esperar de 2021 a 2025? Da minha parte e equipa que continuem a contar com todo o trabalho, dedicação e empenho 24 horas por dia e algumas à noite, como costumo dizer (risos). E naturalmente que queremos concretizar os processos que estão em curso e queríamos apostar nalgumas áreas novas. Como, por exemplo, a questão da implementação da rede local de habitação, que já tem aprovada para Gondomar 78 milhões de euros. Vai-nos permitir dar uma resposta imediata a 900 famílias e criar cerca de mais de 2 mil casas no mercado para arrendamento. A estratégia é aumentar a oferta no mercado para se estar à procura ao preço baixo. Pois, de facto, hoje em dia é impos-
sível: no Porto nem se fala, mas em Gondomar já é impossível para um casal jovem arrendar ou comprar. Portanto, a ideia é nivelar por baixo o preço com o aumento da oferta que existe no mercado. Por exemplo, a estratégia local é uma prioridade de habitação e também, com isso, permitir renovar muitas que estão degradadas como a Triana em Rio Tinto, em S. Caetano, em Valbom, como a zona de Aguiar ou a zona do Vinhal em S. Cosme, ou aquela zona de Santa Bárbara em Fânzeres e as zonas envolventes. Por outro lado, também, há nove anos que anunciámos isso: vamos duplicar aquilo que são os apoios sociais, dos programas que a câmara tem de «mais habitação», «mais alimentação», «mais saúde» no pós pandemia. De facto, para já as coisas do macroeconómico estão mais ou menos estáveis, mas não sabemos o que vai acontecer. Há alguns sinais de preocupação que sentimos e o presidente da câmara, ao seu nível e às suas competências, tem que dar resposta. Para já, no próximo ano, no próximo orçamento, prevemos duplicar os apoios, mas não podemos já fazer isso. Depois temos outra questão muito importante, que é a questão do novo PDM, que vai trazer a triplicação da área de estabelecimento empresarial, criar zonas industriais para também atrair empresas. Temos recebido imensos contactos e o PDM atual é, de facto, um entrave, além do preço de alguns terrenos, que são proibitivos. Portanto, temos o caso da METIS que é já um sucesso, mas queremos trazer muitas METIS, fazer novas áreas industriais e ampliando outras. A câmara já tinha em concurso um investimento de milhões de euros em infraestruturas para fazer em Tardariz, S. Pedro da Cova, uma zona industrial. Mas queríamos fazer uma zona industrial em Medas, junto à a auto estrada, e queríamos fazer a zona industrial ao lado da A41 e também da A43. Esse é o objetivo da aposta daquilo que é captação de investimento e a fixação do emprego em Gondomar para reduzir o número de deslocações diárias que as pessoas fazem para fora do concelho para trabalhar. Depois, também temos que fazer aquela aposta da mobilidade e do ambiente com vias estruturantes: a via norte/sul que já abriu a fase A e vai abrir a fase B daqui a uns meses, a via nordeste que está avançar a um ritmo de cruzeiro em Rio Tinto, com a nova via que vai ligar, em S. Cosme, a feira a Ramalde e ao Gold Park, criar uma cintura em S. Cosme para atravessar o Souto, ou pela ligação para quem vem de Fânzeres desde a rotunda do ciclista até à curva da roleta, junto à câmara. Portanto, há aqui um conjunto de coisas que estamos a fazer e obviamente com o metro e com as novas vias e com o novo concurso de transportes da área metropolitana vamos aqui criar mais condições de circulação e mobilidade e com isso, também, contribuir para o objetivo ambiental que é a questão da descarbonização e promover a utilização de transporte público. A habitação social é um problema grave que este Município herdou e que não conseguiu resolver. Como é que se resolve de uma vez a questão dos lixos à porta dos bairros degradados, das fissuras nas paredes, das baratas dentro das casas, etc.? As baratas dentro das casas aconteceu porque, de facto, houve ali alguém – e já foi detetado – que andava a injetar baratas na rede de esgotos. Nós fizemos várias intervenções seguidas, durante alguns meses, acompanhámos semanalmente, verificámos a origem e participámos isso a quem devíamos de participar. Quanto às fissuras, nós temos 29 bairros. Já intervimos numa renovação total em 9, temos 5 em curso, neste momento, temos a Lomba que vai avançar o concurso ainda este mês de setembro. Agora, o problema dos lixos à porta e dos comportamentos tem que ser resolvido com medidas duras. A câmara tem de ser mais dura. É totalmente um problema de civismo e de má utilização por parte de alguns moradores. São alguns que contami-
nam e dão cabo do resto. Quem tem maus comportamentos, quem prevarica constantemente, tem naturalmente que ser punido. Há pouco elencou uma série de obras que prevê agora para este novo mandato: peço-lhe que indique aquela obra que verdadeiramente importante para o mandato de 2021/2025... O fórum cultural de Rio Tinto e a ampliação do edifício da Câmara de Gondomar, com a construção dum novo parque operacional para tornar os serviços mais eficientes. São obras que quer que fiquem concluídas? Sim, isto no aspeto macro, pois há a questão do Cavalete de S. Vicente e o Complexo do Mineiro, obras que já estão anunciadas. Sensivelmente a meio deste mandato, que agora termina, aconteceu a saída do Carlos Brás e a entrada da Cláudia Vieira: é previsível, para o novo mandato que se avizinha, alguma alteração na equipa que te acompanha desde 2013? A lista já é pública, portanto, a equipa é a mesma. A equipa é a mesma, mas não haverá alteração nos pelouros? Sim, vai haver uma alteração radical nos pelouros. Mas não quer anunciar? Não, porque não sei quantos vereadores vou ter, se 8 ou 9. Já agora, deixe-me dizer e porque não perguntou: nós vamos reduzir em 2,5%, por ano, o IMI. É uma promessa eleitoral?
Sim, para cumprir já no próximo ano, os primeiros 2,5 é para o ano de 2022. Por que é que as pessoas, no dia 26, devem votar no partido socialista, em Marco Martins? No dia 26, devem votar no meu projeto, pois é um projeto já com provas dadas a Gondomar, é governado por Gondomarenses e para Gondomarenses. É um projeto que tem qualificado Gondomar e promove Gondomar, interna e externamente. Nós mudamos a imagem do concelho, nós criamos um conjunto de eventos de referência que permitiram naturalmente potenciar Gondomar, atrair investimento, atrair novas pessoas, novos públicos – aliás, é só ver na marginal os terrenos que se estão a vender e o tipo de casas que se está a fazer – e, acima de tudo, é um projeto que, se continuado, junta não só aquilo que é da base do partido socialista mas, também, muita gente doutros locais e de outros partidos, inclusive, em torno de uma causa que é o «Juntos por Gondomar». Não tenho dúvidas nenhumas que somos o único projeto com preparação técnica, política e com conhecimento, capaz de continuar um trabalho que iniciámos em condições muito difíceis, há 8 anos. Queremos continuar a promover durante a minha gestão e, naturalmente, no pós a minha gestão, esperando ser um projeto que se mantenha. Não tinha aqui para perguntar, mas há pouco “brincou” com os 8 ou 9 vereadores: o que é um bom resultado para si? O bom resultado é manter a maioria na Câmara – se possível reforçá-la –, é conquistar a maioria da Assembleia Municipal e é, naturalmente, ganhar as sete juntas de freguesia. Isso é o meu objetivo!
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SOCIEDADE
António Brandão:
“É considerada a mais nobre Casa de Cultura do concelho de Gondomar, preservando, com orgulho, uma história plena de importantes iniciativas, das quais se enfatiza o teatro amador” Neste mês de setembro o nosso jornal esteve à conversa com o Presidente da Escola Dramática e Musical de Valbom, António Brandão. Fomos saber todos os detalhes da retoma das atividades culturais desta coletividade centenária. Para quem ainda não conhece o Dramático de Valbom, conte-nos um pouco da vossa história. A Escola Dramática Musical Valboense foi fundada em 4 de agosto de 1905, com sede no lugar da Culmieira, hoje rua dr. Joaquim Manuel da Costa. Intitulava-se então Escola Dramática Juventude Valboense, e tinha por lema “Instrução, Recreio e Beneficência”. Em 1909 a sua sede foi instalada no lugar das Camboas, hoje rua Alexandre Herculano, num edifício térreo e depois, feitas certas obras, foi aí construído um salão-teatro. Mudou então o nome “Juventude” para “Musical”. Em 1913 editou pela primeira vez o jornal VITÓRIA, comemorativo do seu aniversário. Em 1914 comprou-se o terreno para a construção dum edifício próprio; mas a grande guerra, pelo encarecimento dos materiais de construção, veio interromper os trabalhos que prosseguiram em 1920. Inaugurou, também, nesse ano o primeiro cinema do concelho, sendo sua projeção com gasogénio; em 28 de outubro de 1933 foi inaugurado um belo aparelho cinematográfico sonoro, atualmente exposto no museu. Na sua sede funcionou o primeiro Lactário do Concelho de Gondomar; as mães recebiam leite da melhor qualidade para alimentar os seus filhos. Durante a 2ª grande guerra, a Escola era responsável pela distribuição de senhas pelos mais necessitados. Nesta Escola têm sido tratados assuntos de magna importância: a primeira rua a ser pavimentada no concelho foi em Valbom e por imposição da Escola Dramática, como também a criação da empresa de transportes públicos e ainda a primeira empresa de distribuição de energia elétrica na área metropolitana do Porto. Dava pelo nome de Empresa Eletrificadora Valboense. Esta empresa foi depois agregada aos Serviços Municipalizados de Água e Eletricidade de Gondomar, posteriormente, controlada pela EDP. Aqui nasceram, também, outras coletividades e instituições, como os Bombeiros
Voluntários de Valbom e o Clube Naval Infante D. Henrique. É considerada a mais nobre Casa de Cultura do concelho de Gondomar, preservando, com orgulho, uma história plena de importantes iniciativas, das quais se enfatiza o teatro amador. Organiza, há 36 anos, o Festival de teatro Amador de Valbom (FETAV). Por lá passaram, como ainda passam, destacadas pessoas ligadas à vida cultural, social e política da região. Por detrás da sua bela fachada, tem um interior com espaços ímpares, destacando-se o seu salão nobre, museu, salão de jogos, ginásio, biblioteca e uma maravilhosa, quanto moderna, sala de espetáculos. Em 1996, a EDMV foi reconhecida como pessoa coletiva de utilidade pública (DR II série de 11/04/1996). De momento, quantas pessoas integram esta associação? Nós temos algumas parcerias. Vamos agora constituir uma parceria com um Agrupamento de Escolas de Valbom, a nível de teatro. Em temos também tivemos a patinagem da Escola Dramática Musical Valboense que recebeu vários títulos nacionais e internacionais. Temos escola de dança. Portanto, diria que ao todo temos cerca de 600 pessoas, incluindo sócios e não sócios. Sem contar com os miúdos que vêm para aqui, com a atividade do teatro. Para uma Associação com esta dimensão e com a história centenária, como é que foi lidar com o último ano em que a cultura esteve fragilidade por causa da pandemia? Durante este periodo, devido ao confinamento, estivemos encerrados. Todas as atividades foram suspensas. Iniciamos este ano, ainda com algum receio, algumas atividades, nomeadamente convívio com sócios e o FETAV que costumávamos realizar em abril, adiamos para setembro, com a intenção que a pandemia estivesse mais atenuada. Portanto, durante este período e precavendo, novos períodos idênticos, nós estamos a apostar nos meios digitais. Estamos a tentar criar um site, em que vamos ver se vem a tempo, do FETAV. Assim, se houver confinamento, será transmitido em direto via internet, se não houver confinamento, após os espetáculos, poderemos vir a disponibilizar os espetáculos através desse canal de comunicação. Estamos a tentar virar-nos um pouco para os nossos meios de comunicação, para colmatar aquilo que sentimos durante a pandemia. Já que tocou no FETAD, conte-nos mais
sobre a iniciativa, o que é que vocês estão a planear? Agradecia que levantasse ainda um pouco mais da cortina para saber o vosso planeamento de aulas e espetáculos. Com este projeto, nós estamos a tentar chamar a comunidade aqui à Escola Dramática, não é exclusivamente os sócios, mas sim toda a comunidade. Daí que o FETAV, desde o seu primeiro espetáculo, foi sempre gratuito e aberto para todos, independentemente da zona do concelho ou do país. O FETAV costuma ser dois meses, este ano, excepcionalmente vai ser só de um mês, assim irá ocupar todos os sábados do mês de outubro. Em que à semelhança de anos anteriores, vamos ter grupos de teatro amadores e por uma tradição, geralmente esses grupos não são do concelho. Portanto, tentamos sempre criar interpelações com grupos de fora de Gondomar. Assim, o FETAV vai ter cinco peças de teatro. Podemos adiantar que vai iniciar uma semana antes, porque no dia 25 de setembro, vamos ter uma peça de teatro que será o pontapé de partida do Festival. No que concerne às nossas atividades normais, a nossa escola de dança está a funcionar, temos a escola de musica que funciona e temos a escola de teatro para os mais novos, que está a dar os primeiros passos, mas que já está a funcionar, desde o início do mês. E, depois disso, teremos atividades de fado e poesia, bem como festas temáticas, isto é vamos ter um magusto, vamos ter espetáculos de tunas, no dia 24 deste mês, teremos ainda aos domingos filmes para as crianças de manhã. Devemos ter, ainda não está confirmado, a apresentação de um livro de um associado nosso. Temos também planeado feiras de artesanato, entre outras atividades.
Onde é que as pessoas podem ter acesso ao vosso plano de atividades? Neste momento está disponível na nossa página do Facebook. E depois internamente, através de cartazes. Estamos ainda a considerar criar um folheto informativo para distribuir aos nossos sócios, para eles redistribuirem. Quanto ao site, ele está a andar e pensamos que, ou no início do FETAD, portanto até ao final do mês, podemos já ter o site, caso não dê até final de setembro, será lançado durante o mês de outubro. Para as pessoas que ainda estão receosas em começar a voltar a participar nas atividades, para si é seguro e importante voltar a trazer a cultura para perto da comunidade? Sim, isto porque todos os nossos espetáculos e em todas as nossas atividades, cumprimos as normas da DGS. Portanto, temos o afastamento, temos disponível produto para desinfeção das mãos, entre outras medidas onde tentamos sempre cumprir as normas de segurança da DGS. As pessoas relativamente a isso, escusam estar preocupadas. Porque é que as pessoas tem que vir ao Dramático de Valbom? A nossa sede deve ser uma das mais antiga. É uma sede que tem boas condições, que tem uma excelente sala de espetáculos e que apresenta espetáculos de todos os géneros. Assim, as pessoas que venham e que se divirtam porque nós, com esta pandemia, verificamos que, as pessoas ficaram um pouco receosas e com medo de viver. É necessário viver e aproveitar a vida, e aqui é um bom local para isso. ■
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AUTÁRQUICAS 2021
Cristina Coelho: “Certo é, que o PS e o PSD foram os responsáveis por condicionar o desenvolvimento do concelho”
Texto e Fotos: Gabriela Monroy Quem é a Cristina Coelho? Tenho 43 anos. Licenciei-me em 2001, sou professora de geografia há exatamente 20 anos. Entretanto, realizei uma segunda licenciatura que correspondeu a um mestrado na área da história, assim também sou professora de história do 3º ciclo e Secundário. Em simultâneo, tenho feito muita formação na área da cidadania, porque é uma área que me é muito cara, no que concerne aos direitos humanos, à igualdade de género, e até mesmo de termos uma sociedade onde todos possam ter uma participação democrática. Ainda no profissional, realizei muitas formações ligadas ao insucesso e à indisciplina. Ferramentas que me ajudam a passar a mensagem aos meus alunos na sala de aula, de um forma mais profícua. Apesar da naturalidade dizer que sou do Porto, na realidade só estive umas horas na maternidade, porque sempre vivi cá. O que é que a Cristina gosta? Gosta de ler muito, apesar que agora tenho muito pouco tempo para ler, mas considero-me uma devoradora de livros. Vejo pouca televisão. Em termos de religião, não professo nenhuma. Gosto muito de caminhar às 6h da manhã, diria que o meu sitio de eleição é aqui em Gramido. Não gosto de dormir, diria que durmo muito pouco. Estive ligada à Associação de estudantes no Secundário, assim como na Faculdade. Depois quando fui mãe, estive presente nas Associações de pais. Fui delegada sindical. Tive sempre um princípio de ser ativa socialmente.
dos políticos, nomeadamente da CDU. Nunca pensei vir para a política, porque nos bastidores eu estava bem. No entanto, há quatro anos recebi um convite por parte de um candidato da CDU quem lançou esse repto, pensei, porque iria sair da minha zona de conforto, porque na minha opinião, quando dizemos que sim, temos que estar de corpo e alma. Depois de pensar muito, aceitei esse desafio, assim fui eleita na Assembleia Municipal e desde então exerço funções na mesma. Em simultâneo, quando é necessário, sou deputada substituta na Assembleia da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim. Basicamente, a minha intenção com a política, é lutar por uma sociedade mais justa, fraterna, com igualdade de oportunidades para todos. Uma Utopia? Não. Porque se todos contribuirmos com a nossa parte, se calhar não é assim tão utópico, temos é que nos envolver e participar de forma efetiva. Há pessoas que adotam uma participação de só reclamar. Eu costumo dizer que tenho um feitio de reclamar, mas temos que apresentar soluções. Eu não posso ser parte do problema, porque tenho que ser parte da solução. Mesmo nas escolas, perante um problema de insucesso escolar ou de indisciplina de algum aluno, enquanto professora, tenho que fazer parte da solução. Um aluno não tem dificuldades académicas ou indisciplina só porque sim, nós temos que os entender. Essa tem sido sempre a minha demanda, é procurar soluções, porque se temos problemas, vamos ser parte dessa solução.
É nessa linha que a questiono, qual foi o ‘bichinho’ que a levou a entrar para a vida política? Desde miúda, dizia muito aos meus pais que era injusto ver pessoas a passar mal. Apesar de não ter crescido com muito, vivia com condições. Tive acesso à educação, a comida nunca faltava na mesa… no entanto, quando via alguém que não tinha essa condições, eu dizia aos meus pais que um dia ia lutar para ter uma sociedade mais justa. Ao longo da minha vida profissional, quando comecei a exercer a minha profissão em 2001, fui contactando com pessoas ligadas a parti-
Como tem um envolvimento político no concelho há já alguns anos na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia, é difícil exercer o papel de oposição em Gondomar? É! Nomeadamente num concelho gerido por uma maioria. Não me lembro nos últimos quatro anos, muitas propostas da CDU que tenham sido aprovadas e nós fizemos propostas ligadas aos maiores problemas, tais como: as Águas; a recolha de resíduos; limpeza urbana; o problema dos trabalhadores do Município. Apresentamos sobre forma de propostas de recomendação, perguntas, moções e dificil-
mente, não me lembro de muitas que foram apresentadas, quer em termos de Assembleia Municipal que é o órgão deliberativo, quer nas nossas intervenções institucionais na Câmara. No entanto, depois percebemos que elas são acolhidas, não em nome da CDU, porque depois são reformuladas, o que também nos congratula porque, afinal, a CDU tem um património de intervenção que é assertivo, que é eficiente e que é oportuno, porque é utilizado pela oposição, e são vários os exemplos que poderia dar. Atualmente, como é que vê o panorama politico de Gondomar? A nível politico diria que é a falta de participação. Quem gere o Município, não envolve os cidadãos nesta participação. Por exemplo, na Assembleia Municipal, nós temos lutado pela participação dos cidadãos no inicio da Assembleia. É impensável um cidadão que no outro dia tem que ir trabalhar, ter que esperar pelo período depois da ordem de trabalhos, por volta da 1h ou 2h da manhã, para poder apresentar o seu problema e para poder intervir naquele que é o órgão máximo do concelho. Por isso, há uma dificuldade em envolver os cidadãos e isso traz consequências, porque as pessoas acabam por se afastar da política. A política não é só dos políticos, a raíz da palavra política é “Polis” o que significa Povo. Todos nós fazemos política, nas suas várias dimensões. Não tem havido uma intervenção de quem de direito, para que os cidadãos sejam realmente envolvidos. Agora, há aqui uma maquilhagem ligada à revisão do PDM, que não se traduz em nada, porque as reuniões que existiram para auscultar os cidadãos é algo muito frágil para aquilo que se quer que é, olhar para o Município e progetê-lo para daqui a 10, 20 anos. Depois, no entendimento da CDU, há aqui um problema no Município que o executivo, ao longo dos últimos oito anos, tem esvaziado as suas responsabilidades na gestão dos bens essenciais tais como a água, o saneamento, a recolha dos resíduos, a limpeza urbana, a gestão das cantinas escolares e a limpeza dos equipamentos. A Câmara delegou a terceiros, contratando empresas, serviços que deveriam estar sob a esfera pública. É um problema que tem vindo a crescer e a ser divulgado, porque a privatização destes serviços trouxe um aumento de custos para os Munícipes e presenciamos um decréscimo na qualidade de prestação dos serviços. Quem está no poder, pode dizer que é o contrário, mas este é um facto que é incontornável. Não considera que a gestão do Município fica mais fácil quando as competências são delegadas? Claro que sim, esse é o motivo. É mais fácil delegar noutros, responsabilidades que deviam estar em si. Porque? Porque qualquer problema empurramos para a empresa. Como é o caso da situação da Rede Ambiente, onde a Câmara não assume que há um caderno de encargos que tem que fiscalizar, que tem que monitorizar, não é só dar o dinheiro. Veja a questão das ETAR’s. No caso, as águas de Gondomar são as responsáveis pela sua gestão e o que é que tem acontecido? Multas? Empresas que tem lucros fabulosos não se preocupam por pagar uma multa. Porque continuam a fazer o mesmo. No entanto, se as multas fossem extremamente pesadas e ‘se essas empresas fossem mesmo chamadas à pedra’, já se tinha resolvido o problema, mas não. O maior problema aqui é que a empresa ainda não assumiu o investimento que tem que realizar nas ETAR’s de desinfeção. E, porque é que eles têm que assumir, porque as consequências estão à vista. Quantas praias fluviais temos aconselhadas a banhos? Uma. Isto revela o mau funcionamento das ETAR’s. O PS poderá dizer que o problema são os barcos, mas no último ano e meio, devido à pandemia da COVID-19, o tráfego marítimo fluvial foi muito diminuto. Há um problema aqui que ainda não foi assumido, há um problema de colocarmos os nadadores salvadores nas praias que não são aconselhadas a banhos.
Com isto, estamos a apelar para que as pessoas vão para a água. Há falta de medidas pedagógicas. O nadador devia fazer este trabalho de informar os banhistas que a água está imprópria banhos. A Câmara poderia por exemplo realizar um outdoor grande a avisar as pessoas sobre o problema das praias, tal como faz na entrada dos Passadiços a dizer ‘os Passadiços já estão acessíveis a todos’. Há uma desresponsabilização com a saúde pública. Isto vai além de ser uma questão política porque vemos famílias inteiras em águas que não são aconselhadas a banhos. Não sei o porquê de não o fazerem, mas garanto que não tem sido por falta de intervenção da CDU. E quanto à mobilidade e à habitação? A Câmara aprovou recentemente a Estratégia Local de Habitação. É um documento muito importante e que a CDU defende. E, em primeiro lugar, este documento veio a dar razão à CDU que há muitos anos que temos feito intervenção e que há problema, melhor há uma carência a nível de Habitação Pública, em Gondomar. Algo que, o PS vinha sempre dando para trás argumentando que ‘Não, isso não é verdade…’ Não! Há um problema, porque vemos que há muitas famílias que necessitam de habitação pública e que não está a ser dada uma resposta. Para além disso, este documento foi elaborado tendo como base dados de 2017. Estamos em 2021 e não sabemos qual é o desfasamentos dos dados, ou seja, se entretanto as carências agonizaram ou não, porque nos últimos anos, sabemos que não se resolveram nenhuns problemas. É necessário termos dados mais atuais. Para além desta questão, é necessário reclamar e reivindicar, junto ao poder central mais investimento. Aquilo que será transferido para a Autarquia, não é suficiente face às carências que temos. Depois, ainda dentro desta questão, nós andamos pelos Conjuntos Habitacionais e conseguimos ver que há problemas que não estão resolvidos, os problemas diagnosticados. Continuamos a ver problemas de infiltrações, continuamos a ver problemas de acesso às entradas dos próprios prédios e o problema que concerne ao envolvimento dos moradores -para estes problemas a CDU tem propostas- nós sabemos e a sociologia assim o diz que, quando as pessoas se sentem bem nos espaços onde moram, onde os mesmos estão arranjados, em que os moradores fazem parte da solução desses espaços, se eles estivessem envolvidos na dinamização, teríamos outro tipo de Habitação Pública. O estado tem que dar resposta, a Habitação é um direito que está consagrado na Constituição. Uma das nossas proposta é nomeadamente, a criação de Gabinetes de Apoios às Famílias, nos Conjuntos Habitacionais, para dar um apoio efetivo nos problemas e conseguir dar uma resposta mais célere. Também poderíamos criar Associações de Moradores. Já tivemos em tempos e há noutros concelhos exemplos disso, Associações muito dinâmicas que até desenvolvem atividades junto dos jovens, em várias vertentes. Outro problema que temos é a Mobilidade. A mobilidade é fulcral para o desenvolvimento de um concelho. Nós conseguimos atrair população, bem como atrair investimentos ou ter entradas de industrias, se tivermos uma mobilidade, melhor uma acessibilidade eficiente. O que é nós temos? Não temos uma rede de transportes públicos que dê resposta ou que una o concelho. Temos um Município que faz parte do primeiro anel da Área Metropolitana do Porto e que ainda não tem metro no centro. O projeto pode estar aprovado, mas ainda não chegou. Em 2017, Marco Martins tinha tomado posse há pouco tempo e dizia num órgão de comunicação social que tinha a garantia do Governo que em 2018, o projeto estava a chegar, no entanto estamos em 2021. E, agora o que é que ouvimos, ouvimos que há prospeções geotécnicas, há sondagens, mas não conhecemos ainda o projeto. O que nós defendemos? A linha do Metro, Fânzeres Valbom, ou seja, defendemos que haja um fecho deste circuito circular, Dragão, passagem por Valbom, Fânzeres e depois, centro do concelho. Para que realmente, consigamos
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AUTÁRQUICAS 2021 ter o concelho unido. Mas não é só, temos que assumir a STCP, como uma operadora alargada a todo o Município, porque nós vamos ao alto Concelho, temos um serviço rodoviário privado que não dá resposta às necessidades daquela população. Temos freguesias como as de Valbom e de Jovim, em que as pessoas têm dificuldades de se deslocarem ao centro do concelho. Eu dou o meu próprio exemplo, eu moro na parte de baixo de Valbom, a 2 km do Porto e há alturas do dia em que não temos transportes, que não temos Gondomarense. Há um documento muito importante que a maior parte dos gondomarenses não o conhecem que é o Relatório Estratégico de Ordenamento do Território (REOT) que foi um documento proveniente de um pedido da Câmara Municipal em 2019 e que contem dados muito interessantes. Primeiramente porque, está muito bem feito, porque destaca os pontos fortes e os pontos fracos do concelho. Temos muitas potencialidades a nível natural, a nível humano, mas sobre os pontos fracos, é um pouco arrasador. Gondomar tem 60% de peso automóvel, com isto quer dizer que as nossas deslocações quotidianas assentam nos automóveis. Somos um concelho dormitório, não queria utilizar esta expressão, mas o próprio relatório diz que o efeito dormitório em Gondomar está a acentuar-se e porquê? Porque as pessoas vão trabalhar e estudar para fora do nosso Município, nós não temos Ensino Superior, o que origina um aumento das deslocações diárias, porque não tem os uma política de transportes públicos e isto, origina consequências. Nós estamos na cauda da AMP, no que concerne à mobilidade, nos níveis de escolaridade e na empregabilidade. Há outros, mas aqueles que se destacam são estes os três. Temos a população a diminuir, também pelos problemas de natalidade, mas porque há muitas pessoas que, devido ao preço praticado em Gondomar nas habitações, está a ficar incomportável. A pressão face ao Porto é muito grande, assim como a especulação imobiliária. A CDU tem propostas para políticas do uso do Solo e Habitação de Renda controlável, caso contrário qual é o jovem, qual é a família monoparental, qual é a família que tem um ordenado reduzido e que não tem critérios para uma habitação pública, mas que também precisa de uma habitação e que não consegue pagar 600 euros por uma casa. E dos últimos oito anos, peço-lhe que exerça agora o papel de professora e questiono-a como é que avalia as medidas tomadas pelo executivo? Por exemplo, podemos começar pela dívida do Município? Sobre os últimos oito anos, muitas oportunidades perdidas. Quanto à dívida, nós temos que pensar que quando falamos em herança e temos ouvido um discurso anacrónico ao longo destes oito anos e eu já o ouvia sem estar ainda ligada à CDU, é essencial não esquecer que a divida que foi perdoadas pela EDP é da responsabilidade do antigo Presidente da Câmara que é o atual Presidente e novamente candidato pelo PS à Assembleia Municipal, Aníbal Lira, foi quem deixou, a maior divida do concelho. É fácil nós olharmos para o passado e utilizá-lo como desculpa. Há uma divida e temos um orçamento frágil. Mas certo é que o PS e o PSD foram os responsáveis de condicionar o desenvolvimento do concelho. Ao longo destes últimos anos, a maioria PS tem falado sobre a dívida, mas nunca foi capaz de afirmar que esta divida da EDP, foi deixada pelo PS, sendo que o responsável por ela está a exercer funções políticas. Quanto à avaliação do mandato do PS, a CDU tem o feito nas diferentes intervenções na Assembleia Municipal. Há oportunidades perdidas, continuamos a fazer e a desfazer obras, como é o caso da Avenida da Conduta, quantas derrapagens financeiras tivemos, vemos os problemas da mobilidade, nestes oito anos e nada foi feito. Tendo o Presidente Marco Martins responsabilidade na área dos transportes, não há nenhuma medida concreta, a única medida tomada foi a do passe único, que foi uma ideia do PCP e que os eleitos da CDU muito lutaram pelo alivio do orçamento familiar dos gondomarenses e de todos os portugue-
ses. Assim, não vemos grandes avanços com a mobilidade, continuamos refém de um serviço rodoviário privado, continuamos sem metro no centro do concelho. E continuamos com um alto Concelho discriminado… Sente que o executivo valoriza de forma diferente as freguesias urbanas, das freguesias do Alto Concelho? Nós temos um concelho a duas velocidades. Não há dúvidas de que o Alto Concelho é discriminado ciclicamente. A anterior revisão do PDM permitia a construção de uma zona industrial na saída da A43 e da A41, está construída? Não! Era uma promessa. Entre outras questões. Têm sido medidas avulsas no ambiente, na mobilidade, na habitação e só ouvimos promessas, e mais promessas. Outro comprometimento deste executivo foi com a água. A redução do preço das futuras têm sido uma promessa. Agora, a três meses das eleições é que nós vemos uma solução. Aliás, segundo o que foi comunicado na Comunicação Social, há muitas soluções, mas os gondomarenses não conseguem ter a certeza se a medida que a Câmara vai implementar, é realmente a melhor solução para eles, até porque, se há um estudo, é preciso que as pessoas o conheçam, porque há outros factores e variáveis que é necessário trazer para a discussão. A ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) tem vindo ano após ano, através de Pareceres, comunicar que os gondomarenses pagam valores acima do que é aconselhável, até tem um parágrafo dos últimos três anos que é muito claro, ‘devia ser devolvido, desde 2014, os valores indevidamente cobrados’, no entanto, a Câmara fez sempre tábua rasa desses pareceres e o argumento dado é que eles não são vinculativos. Quem é eleito, não tem que zelar pelos interesses dos munícipes? A câmara tem sido cúmplice da empresa Águas de Gondomar. E quando digo que são cúmplices é porque eles utilizam argumentos do género que as renegociações são por causa da viabilidade económica da Empresa Águas de Gondomar. Isso é mentira! A empresa ADG, ano após ano apresenta imensos lucros, por isso, a viabilidade de negócio da ADG não está aqui em causa. Assim, ao longo destes oito anos, não vemos nenhum avanço na questão da redução do preço da água. Este contrato foi assinado pelo PSD, que agora até colocaram o outdoor à porta da Câmara de Gondomar a dizer que é preciso olhar para o preço da água quando foram os responsáveis pelo assunto. A CDU nunca esteve ao lado da privatização deste serviço e que fique claríssimo que nós não defendemos ‘o rasgar contratos’. A nossa proposta passa pela criação de uma Comissão de Acompanhamento ao Resgate da Concessão. Esta comissão teria uma dupla função. Em primeiro lugar, avaliar qual era o impacto do resgate da concessão no alivio da factura mensal das famílias, do comercio e da indústria, para perceber se realmente valia a pena gastar o dinheiro. Tínhamos que estudar o impacto. Depois, também teríamos que perceber esse impacto no orçamento municipal. Tendo em conta que, o orçamento municipal é muito frágil, tínhamos que analisar o impacto a médio e longo prazo no mesmo. Um dos argumentos de Marco Martins é que a Câmara não possui dinheiro suficiente, atendendo à divida que a autarquia possui, para realizar este resgate? Pois. O Marco Martins diz isso, mas ele também tem que dizer por exemplo, que a questão da outra concessão que corresponde à Rede Ambiente, o contrato da mesma termina no próximo ano e que seria possível, porque a Câmara tem condições logísticas, quer humanas, quer de Infraestruturas, para chamar a si este serviço que todos sabemos que é uma das maiores reclamações dos gondomarenses. E o que é que Marco Martins fez? Realizou cinco reuniões com a Rede Ambiente e prolongou o contrato. Por isso, a questão do dinheiro são opções. Caso seja eleita, quais são as principais medidas que constam no vosso plano eleitoral?
O nosso plano eleitoral abrange o ambiente, a educação, o movimento associativo, a mobilidade e o bem estar animal. A primeira medida seria tratar desta questão das concessões. Reunia com a AdG, com a Rede Ambiente e com a empresa que gere as cantinas escolares, e assim começar a preparas as reversões. Nós defendemos que estes bens têm que estar na esfera pública. Assim, precisamos de perceber todas as premissas para encontrar as soluções mais adequadas para que tenhamos um serviço de qualidade e com um preço nobre. A segunda medida seria a nível cultural. Seria olhar para o nosso intenso e imenso movimento associativo e potencia-lo, reconhecê-lo e valorizá-lo, criar uma verdadeira agenda cultural em Gondomar. Uma agenda que não seja só de grandes espectáculos, que não se cinja somente à Noite Branca, que terá o seu interesse, mas que seja muito mais que isso. Em que se articule os nossos recursos endógenos, as bandas filarmónicas, o teatro e a dança, com a formação de jovens, de dirigentes. Essa seria a minha segunda grande medida, era trabalhar em articulação com o movimento associativo e popular. A terceira grande medida, podia falar do ambiente ou da mobilidade, mas não. A terceira corresponde à participação democrática. Era estar uma vez por mês, basicamente fazer uma espécie de ‘Presidência aberta’ nas diferentes freguesias, ouvindo as populações, envolvendo as populações de uma forma que não fosse populista. Digo ‘presidência aberta’, porque ainda não pensei num nome concreto, mas era auscultar as pessoas de uma forma próxima, não é dizer que estamos próximos e estar apenas nas redes sociais. É estar mesmo próximo das pessoas, falar com elas e perceber os problemas e as suas necessidades. Não numa espécie de Presidente da República, mulher selfie, mas era este contacto, até porque pela minha
profissão de professora, esta proximidade é algo que me diz muito. Um dos meus maiores gostos na escola é estar nos intervalos a falar com os meus alunos, é conhecer a individualidade de cada um. E assim é o que temos que fazer com as populações. Permita-me só uma quarta medida que seria com os trabalhadores do município. Eles foram exemplares na questão da vacinação e da pandemia. Quer os trabalhadores que andavam na rua, quer os trabalhadores do Multiusos… eles têm sido incansáveis. Precisávamos de reunir com eles, propor o alargamento do subsídio de insalubridade e penosidade a todos. Para além disso avançar com a construção de uma Parque Operacional. Nós temos um, em Fânzeres, sem condições dignas, assim era necessário dar condições dignas de trabalho aos trabalhadores, porque quando damos condições, as pessoas até trabalham com outra vontade. Para terminar a nossa entrevista, peço-lhe uma mensagem, sobre o porquê de terem que votar na CDU? A CDU tem um património de intervenção alicerçado no trabalho, na honestidade e na competência. Isso é incontornável. Mas votar na CDU é votar na única força alternativa em Gondomar, que tem sido a voz de todos os problemas dos gondomarenses, através de reivindicações e fazendo intervenções, mas sempre propondo soluções. Garanto que, não há nenhum problema em Gondomar que nós não tenhamos apresentado soluções. O nosso programa eleitoral dá resposta aos principais problemas do concelho e apresenta ainda medidas que sendo concretizadas, contribuíram para o desenvolvimento do concelho a todos os níveis. Nós pretendemos um desenvolvimento sustentável do nosso concelho. ■
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Posto de Vigia
Manuel Teixeira Professor Universitário e investigador do CEPESE (UP)
AUTÁRQUICAS: MEDIR A TEMPERATURA 1 – No próximo domingo os portugueses vão às urnas para escolherem os seus autarcas em 308 câmaras municipais e cerca de 3 100 juntas de freguesia. No total, serão perto de 65 mil pessoas que irão ser eleitas para estes cargos. Não espanta, por isso, que estas sejam as eleições que mais mobilizam a classe política e os eleitores em geral. Caso para dizer que estas são as eleições em que o povo mais se revê. E há razões para esta gigantesca movimentação geral de norte a sul, e do continente às ilhas. Na realidade o poder local influi diretamente na vida de todos nós. Queiramos ou não, é impossível dizer que as autárquicas pouco interessam. Desde a lâmpada fundida do candeeiro mais próximo da nossa casa, passando pelo piso da travessa, da rua, da avenida, da praceta ou da praça, do caminho ou da vereda, tudo nos toca… 2 – Mas não é só por este pragmatismo, mais ou menos real ou egoísta, que o poder local é importante. Sejamos absolutamente justos. Quem anda pelo país fora, sobretudo pelas aldeias, vilas e pequenas cidades, não pode deixar de reconhecer que os nossos autarcas têm um histórico a seu favor altamente louvável. Independentemente de muitas vicissitudes, o poder local transformou completamente, nas últimas quatro décadas, a paisagem do país. E nem vale a pena entrar pela discussão sobre qual a força política que demonstra melhor desempenho. Temos de reconhecer que há excelentes autarcas em todos os partidos, como há, naturalmente, alguns menos bons ou menos capazes. Mas o saldo global é altamente positivo. E também não é verdade que a maioria dos autarcas sejam gastadores e despesistas. Só quatro por cento da dívida pública é da responsabilidade do poder local! 3 – Mas os resultados das urnas do próximo domingo não se esgotarão nas perdas e ganhos de cada lista de concorrentes. Há uma dimensão nacional no significado da escolha dos eleitores, que se traduz também numa espécie de termómetro de avaliação ao desempenho de cada partido nos órgãos de soberania executivo e legislativo. Não estando em causa a manutenção dos atuais detentores desses poderes, mesmo assim há um balanço a fazer. Na prática haveremos de concluir, perante a tal leitura nacional dos resultados, se os portugueses consolidam as suas opções partidárias na atual composição desses órgãos, ou se aproveitam as autárquicas para alterar as tendências de voto no poder político central. Este é, por tudo isto, um enorme desafio que se coloca aos eleitores. Saber ler, no domingo à noite, de forma equilibrada e justa, a mensagem dos eleitores é um desafio para todas as forças políticas.
SOCIEDADE
Universidade Sénior de Gondomar volta a reabrir O Presidente da União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, António Braz anunciou que, após um ano e meio fechada, a Universidade Sénior irá abrir novamente as portas para a população. “Nós queremos que a Universidade Sénior retome a sua pujança, como antes da pandemia”, garantindo ainda que, a Instituição irá assegurar a segurança de todos os alunos, tendo em conta as normas da DGS (Direção Geral da Saúde). A sua retoma trará novidades quanto ao funcionamento das aulas: “Neste momento, não teremos nenhuma disciplina nova, iremos manter tudo igual. Depois, conforme a evolução da situação é que iremos tomar decisões. No entanto, os horários vão diminuir, porque geralmente as aulas são a partir das 9h 3o até às 17h 30, de segunda a quinta, porque a sexta, é para passeios. Iremos ainda ajustar as salas e as disciplinas à capacidade e à dimensão das turmas.
Algumas aulas que decorriam em salas maiores, passaram a decorrer no auditório, outras que decorriam em salas mais pequenas, passaram para as
salas maiores. As pessoas podem ficar cansadas porque todas as medidas de segurança serão providenciadas para a segurança dos nossos alunos”. ■
Águas de Gondomar assinala dia nacional da Águas A Águas de Gondomar assinala o Dia Nacional da Água, que se celebra no dia 1 de outubro, com uma campanha que se destina a sensibilizar a população para um consumo eficiente deste recurso indispensável à vida. Em tempo de regresso às aulas, a empresa recorda ainda a importância da hidratação para o correto funcionamento do nosso corpo e o papel da mesma na manutenção de funções físicas e cognitivas normais e na regulação da temperatura corporal. Os especialistas recomendam que se beba diariamente entre 1,5 e 3 litros de água, dependendo de circunstâncias variáveis, como as condições climatéricas, a idade e o sexo. Entre os quatro anos e o período da adolescência, as crianças têm em geral uma atividade física intensa, toleram menos o calor e têm menor capacidade para excretar pelo suor, o que aumenta a temperatura do corpo mais rapidamente. A correta hidratação assume ainda maior importância, pelo que é fundamental promover o ensino de bons hábitos, que passam por uma alimentação saudável e equilibrada e pela ingestão adequada de água diariamente. A necessidade de hidratação varia entre 0,6 litros no primeiro ano de vida e 1,8 a 2,6 litros na adolescência, como uma estratégia de hábito de vida saudável que, para além de contribuir
para o bom funcionamento das funções físico cognitivas das crianças, também previne o excesso de peso. Neste contexto, a AdG recomenda que as crianças levem uma garrafa de água diariamente para a escola na mochila ou na lancheira, não apenas para incentivá-las a criar esse hábito como também para reduzir o consumo de bebidas açucaradas, como sumos e refrigerante, que, por conterem mais calorias e menos fibras do que as frutas naturais, podem aumentar o risco de obesidade quando bebidos em excesso. A AdG sugere que, numa atitude ambientalmente responsável, sejam privilegiadas a utilização de garrafas reutilizáveis, o que permite a redução dos consumos energéticos da produção de resíduos
plásticos e a diminuição das emissões de CO2 para o meio ambiente. As garrafas reutilizáveis devem ser lavadas diariamente com água quente e detergente, antes de serem reabastecidas com água da torneira, considerada, em Gondomar, 100% segura para consumo humano. Avaliada anualmente, à semelhança do que acontece em todo o País, a qualidade da água em Gondomar está acima da média nacional, valor esse correspondente a 98,66%. O Dia Nacional da Água apela ainda a que a data seja também uma oportunidade para se refletir sobre a importância deste recurso, para um uso mais eficiente da água, consciencializando para o seu valor em todas as suas dimensões - social, ambiental e económica.■
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Madalena de Lima, Advogada de Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, com escritório em Rio Tinto. PUB
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AUTÁRQUICAS 2021
Jorge Ascenção: “Gondomar estagnou completamente, para não dizer que regrediu”
Texto e Fotos: Gabriela Monroy Quem é o Jorge Ascenção? O Jorge Ascenção é um cidadão gondomarense que nasceu em Fânzeres, há 58 anos e que sempre viveu no concelho. Sempre fui uma pessoa implicada na intervenção cívica. Desde muito cedo, por volta dos meus catorze anos, formei um grupo de jovens na freguesia de Fânzeres. Para além disso, acompanhei sempre a vida associativa. Na área social, fui dirigente de várias Instituições, IPSS. Também colaborei com associações desportivas. Até mesmo dentro do jornalismo e da cultura, desenvolvi atividades amadoras. E, em simultâneo, o que é mais conhecido entre a população, é que fui dirigente associativo na área da educação. Portanto, sou um cidadão do mundo, preocupado com as pessoas, porque considero que estamos a ficar muito egoístas e egocêntricos. É nessa linha que o questiono, o porquê da decisão de ingressar na política? Eu sempre gostei de política, no seu sentido nobre. Normalmente, nós confundimos política, com políticos. A política é uma ciência que nos deve interessar a todos, porque implica toda a população, porque é com ela que nós temos que pagar impostos, que nós temos o custo de vida que ela nos impõe, a inflação, o rendimento do trabalho, o investimento, os estudos, a saúde...tudo isto é política. Quando recebi este convite pensei, sendo eu um indivíduo com espírito crítico, que tem uma visão critica sobre o que está a acontecer em Gondomar, o Município é muito mais do que aquilo que hoje parece, por isso, tinha que dizer que sim, ou então tinha que o deixar de criticar, porque o meu princípio é esse, se eu critico e me desafiam para a mudança, eu devo estar presente, ou então nem vale a pena criticar. Quando na resposta anterior refere que
quer "mudança" para Gondomar, pergunto qual a sua perspetiva sobre o panorama político atual do concelho de Gondomar? Neste momento, uma das minhas grandes preocupações é a juventude. Nós tínhamos um índice de envelhecimento em 2001 de 62.7%, no entanto em 2020, esse índice de envelhecimento encontrava-se em 160,4% e já cresceu em relação a 2021. Ou seja, nós estamos acima dos 160 idosos por cada 100 jovens. Estes dados significam muito, porque transparece que a nossa juventude está a sair do nosso concelho e demonstra que nós não estamos a conseguir renovar este capital humano de juventude e há razões para isso. Nós temos um dos IMI mais alto da Área Metropolitana do Porto, está numa taxa de 0.42, sendo o máximo 0.45. A factura da água é a quarta mais cara da AMP -juntando os resíduos e o saneamento- e a quarta água mais cara por metro cubico, do país. Assim sendo, para um jovem que queira instalar uma casa em Gondomar, neste momento estamos com um estilo de vida muito caro. Eu ouvi cidadãos a dizer que tinham vindo do Porto e que se arrependeram, porque a água está cara, assim como o IMI. Além disso, o nosso rendimento per capita é dos mais baixos do país. Perante esta situação, nós estamos com um per capita muito baixo e com um custo de vida de permanência elevado. Depois, se olharmos para o nosso concelho, pergunto-me onde temos um espaço para passar um fim de tarde, agradável? Atualmente, um jovem, provavelmente, ao fim da tarde quer ir passear um pouco, vai até ao Porto, ou à ribeira, ou passear pelas ruas, toda a gente foge daqui, porque em Gondomar não foram criados estes espaços e, isto, devia de ser criado.
Portanto, de facto há todo um conjunto de factores no concelho que nós precisamos mesmo de inverter, mas com seriedade. Nós tivemos um concelho que foi evoluindo nalgumas coisas, porque há alguns anos atrás nem piscinas tínhamos, mas neste momento, o que nós sentimos é que a juventude não vê grande esperança aqui, porque nem emprego há. Cria-se muito a ilusão de que às vezes estamos a fazer um conjunto de coisas, por exemplo, quando nós temos atualmente um Presidente que diz que o grande desenvolvimento é realizar cinco parques... Mas não acredita que esta rede de Parque Urbanos que o atual executivo está a desenvolver e que é uma das suas bandeiras, não é uma das soluções para o desenvolvimento do concelho ou até mesmo para fomentar essa atração turística e dos jovens, já que vão ter novos espaços de lazer? Não. Esse é talvez um dos problemas, a limitação dessa visão, porque obviamente que, nós deveríamos ter aqui um Parque Urbano em condições, sem termos que ir para o Porto, ou para a Maia, ou para Gaia, que é para onde vamos quando queremos passar um domingo de tarde com a família, não é no Jardim de Rio Tinto. Alguém passa lá uma tarde? Não. Aliás, quem lá vai, vai brincar um pouco com as crianças ao fim do dia. Não tenho nada contra termos um jardim, mas é uma questão de prioridades. Agora, não podemos dizer que este tipo de jardins é o desenvolvimento de Gondomar. E digo mais, só há este, porque quando se fala do de Fânzeres, não há Parques, nem Jardins, apenas Passadiços. Quem conhecer, aquilo não tem lá nada. Não vou dizer que isto prejudica, mas o que estamos aqui a gastar são mais de 20 milhões, quando existe outras necessidades que estão a ser deixadas para trás. Assim, podemos ver que está plasmado a falta de visão no PDM deste executivo quando tomou posse que dizia que, se satisfazia por ser um bom dormitório. Nós não podemos ficar satisfeitos que o nosso concelho que tanto gostamos seja apenas um dormitório, temos muito mais que isso, assim há muito para fazer, mas é necessário que tenhamos uma visão, uma estratégia de futuro e eleger as prioridades. De acordo com a sua resposta pergunto-lhe se o que me está aqui a dizer é que, na sua perspetiva, acredita que há uma lacuna no atual executivo no que concerne a ouvir a população e a identificar as suas necessidades? Falta trabalho de terreno. O que me dizem e o que sinto diariamente é que as pessoas ficam à espera de respostas aos emails, abordam na rua e são ignorados, licenças...tudo aquilo que a Câmara tem que ser que é uma instituição ao serviço dos gondomarenses, no entanto a realidade é "Eu é que sei, eu quero, eu posso, eu mando!", isto é o que os gondomarenses estão a sentir. Dou o exemplo das nossas ruas, eu sou de cá e sei que as ruas não estão assim muito limpas, mas nunca pensei que nós tivéssemos um concelho com tanta sujidade. Enquanto Presidente da Câmara, se eu andasse na rua todos os dias, não posso permitir que um serviço que tenho e que no qual sou responsável, se mantenha naquelas condições durante dias. É preciso andar nas ruas e ver, porque nós nos gabinetes por vezes podemos tomar decisões, mas é necessário ouvir primeiro. Eu tenho dito que se quero fazer
determinada obra, se quero tomar uma determinada decisão, posso até estar convencido que sei a melhor solução, mas se ouvir as pessoas, elas vão dizer-me "olhe, mas já pensou nisto?" e eu vou dizer "ah tem razão, deixe ver isso", portanto, juntamente com as pessoas fazer. Se eu quero arranjar uma solução para os idosos, falo com as IPSS'S ou com as Associações que trabalham nesta área, eles sabem-me dizer o que é que eles precisam...eu estive em situações de casas camarárias, em que o cidadão está preso lá dentro. Um dos casos ficou sem as duas pernas, por causa de uma bactéria, eu sei que este caso já foi comunicado à Câmara e a mesma ignora a situação, sendo que o cidadão está preso, porque a entrada para a casa é uma escada, ele só sai com os bombeiros para ir fazer o tratamento. Isto são problemas que custam menos que uma lona, numa obra. Outro caso, há uma senhora que não consegue tomar banho, porque tem uma doença que a impede de entrar na banheira, a mesma já fez o pedido à Câmara para colocar um poliban e, no entanto, está lá há meses à espera que o coloquem. Uma situação que custa umas centenas de euros, já a lona para as obras custa milhares de euros. Este afastamento...Eu acho que às vezes há uma falta de sensibilidade humana de quem está hoje à frente da Câmara... Há uma lacuna social? Acho que é mesmo uma lacuna de humanidade. Quem está no poder, tem que continuar a ter a consciência de que é preciso continuar a ouvir as pessoas, ter alguma humildade. É certo que cometemos erros, até ai tudo bem, mas reiteradamente ignorar as pessoas, não conversar com elas, não procurar.. não podemos dizer “Ah! isso não é possível" e depois ir embora. Eu não consigo fazer isto. O que tenho no programa é proximidade! Conversar e gostar das pessoas. Temos que gostar das pessoas. Eu vou ser o Presidente da Câmara, mas vou fazer em conjunto com os Gondomarenses. Na rua, vou ser uma pessoa como as outras. Por isso, é que digo que a política é nobre. Mas está a dizer-me que há falta de trabalho em equipa? Sim. Há esta ideia de que "Eu ganhei o Partido" ou "Eu ganhei a Câmara", "ou ganhei não sei o quê" e, "Agora eu é que sou o dono disto". Mas ninguém é dono de nada. Eu quando ganho uma Câmara ou uma Associação, por exemplo na minha CONFAP ou na minha FAPAG, o que eu ganhei foi o serviço que me predispus para prestar as pessoas, ou seja, ganhei aqui uma carga, porque é como digo e por isso é que é difícil, nós quando assumimos, exige muito de cada um. Eu vejo que as pessoas tem muita desconfiança. O meu filho ontem dizia-me assim, vais ser Presidente de Câmara e vais ser o melhor que já tivemos e, porque é que ele disse isto, porque ele sabe o pai que tem. E se eu não conseguir fazer alguma coisa, irei dizer aos gondomarenses que não será possível. Eu quero cativar os gondomarenses a estarem comigo. Viver em Gondomar e ter medo de expressar a sua opinião, porque pode sofrer represálias, porque pode ser perseguido ou ter o seu negócio prejudicado... Isso é grave na sua perspetiva? Gravíssimo! Então nós não podemos ter direito a dar a nossa opinião, embora discorde do Presidente de Câmara? Sim,
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AUTÁRQUICAS 2021 podemos desde que seja educado e não o falte ao respeito. Não tem problema nenhum em discordar, agora só por causa disso, é prejudicado.... Então, no seu entender, há aqui um atentado à democracia? Há. Se as pessoas estiverem atentas, neste momento há. A perseguição, a ameaça, ela existe só por sermos contra, mas o que é isto? Estamos em que mundo? Estamos em Gondomar, século XXI, num país livre, temos todo o direito a termos uma opinião diferente e temos que a respeitar. Mas não está acontecer. Atendendo aos últimos quatro anos, que análise faz sobre Gondomar? Considera que Gondomar evoluiu? Não. Gondomar estagnou completamente, para não dizer que regrediu. O que Gondomar teve nestes últimos quatro anos foram rotundas e grandes supermercados, além de um jardim. E estas grandes superfícies, prejudicaram muito o comércio local, sendo que este até tem preços mais atrativos, relativamente às grandes superfícies. Em termos económicos, é necessário dar um impulso, muito grande, para que haja dinamismo no comércio local. Sente então que nada mudou, no que concerne às medidas tomadas para melhorar a qualidade de vida dos gondomarenses? É uma questão de perguntarmos aos gondomarenses. O lago que ali está em Rio Tinto, tem lá uns bichinhos que não são coelhos, já se vêm lá ratazanas enormes. Portanto, é preciso percebermos o que estamos a fazer, porque é muito bonito quando falamos das coisas, mas depois como é que vamos manter aquilo. Nós temos muita coisa que pode ser feita com muito menos dinheiro e que traz mais qualidade de vida. Há uns que parecem autênticas selvas. Isto é enganar. Há pessoas que vão fazendo aos poucos, mas a Câmara não o está a fazer. A serra das Banjas também tem sido muito esquecida, agora querem fazer lá uma exploração mineira, só um Município, creio que foi Paredes ou Penafiel, é que se opôs, aqui está tudo muito caladinho. Aquela exploração Mineira que prejuízo vai trazer para as linhas de água e para a poluição daquela região. O que é que vai acontecer aquela Biodiversidade? Se falarmos com as Associações, vamos perceber que há questões que é necessário ponderar, antes de pensar apenas naquilo que é o ganho financeiro. Portanto, há aqui um conjunto de situações que nós vamos falando e percebemos que há erros que se cometem e que são irreparáveis no futuro. As águas do rio Douro, o que é que está a acontecer? Nós não temos nenhuma praia em condições, estamos a convidar as pessoas a banhos, em águas impróprias… andam lá crianças. Temos é que trabalhar para que as águas tenham condições. Temos que explorar aquela natureza, aquela margem do Douro, mas é explorar sem colocar em causa a qualidade de vida das pessoas. Os centros de dias vivem com muitas dificuldades, embora tentem dar tudo o que podem aos idosos que lá estão, mas nós precisamos é de dar vida a estes idosos. Nós precisamos de criar espaços e de os colocar em ligação com os mais novos. Isso é possível, é como nós temos no nosso programa… fazer as residências e espaços intergeracionais, coloca-los a conviver, não é só pô-los num espaço a jogar cartas, temos que fazê-los sentirem-se
úteis. Eu sei que isto não se faz de um dia para o outro, mas ao fim de oito anos é ter esta visão de futuro, por isso é que o nosso plano é um de estratégia de futuro a médio, longo prazo. Podíamos até falar do Metro. Quando pergunta-me se o concelho estagnou… transportes, essencial para uma comunidade nos tempos em que vivemos., já devíamos estar a caminhar para os transportes verdes. Já se fala disso há muito tempo. Nem sequer temos pontos de carregamento para quem quiser comprar um carro elétrico. O problema é este, é esta falta de visão, estamos a gastar o dinheiro não sei onde e depois não temos para aquilo que as pessoas precisam. Por exemplo, a eficiência energética…porque é que nós não temos os equipamentos municipais com produção de energia fotovoltáica. Caso seja eleito, quais são as principais medidas que tenciona implementar em Gondomar? O que irei fazer em primeiro lugar é ver, com cuidado, como está a autarquia. Quero, e é possível gerindo bem a concelho, resolver o problemas das águas. O rendimento per capita que temos, não nos dá o luxo de pagar a quarta água mais cara do país… A Câmara anunciou recentemente uma redução nos custos praticados nas tarifas… Não. Não há solução nenhuma ainda, há mais uma promessa para janeiro. Diria até que isso é curioso, durante oito anos sempre se disse que não seria possível e, agora, de repente chega as eleições, está cá o Jorge Ascenção e, afinal já é possível descer 16%. Agora, nós não podemos é a deitar dinheiro na rua como estamos a fazer. Há questões urgentes no âmbito social que necessitam de uma resolução imediata. Por exemplo na Lomba, há um conjunto habitacional que pode estar em perigo e irei pedir à área competente da engenharia que analise e perceber o que é preciso resolver. Por isso, os problemas urgentes de humanidade e de segurança das pessoas, eu quero resolvê-los já! E, depois, obviamente é trazer à população a alegria de fazer coisas sem receio. Eu quero que as pessoas voltem a ter orgulho de ser de Gondomar. Como não quero passar por mentiroso, não irei fazer promessas, mas estarei com as pessoas e os problemas que são urgentes e que merecem atenção, vou resolvê-los. Este da água parece-me urgente, mas depois temos que ver as condições para dinamizar o comercio local. Nós para termos apoio social e para termos investimento no ambiente, temos que ter economia. É isso que quero fazer. Temos jovens com muitos talentos que têm dificuldade em implementar a sua empresa. E como é difícil, acho que faz todo o sentido a autarquia preocupar-se em ter um espaço compartilhado, onde o jovem utiliza para criar a sua empresa. Assim, tenho que dar condições aos jovens para facilitar o empreendedorismo e o início da vida económica e empresarial. Temos que criar as condições favoráveis para a aquisição de casa. O que é lamentável é que a estratégia de habitação local, em Gondomar, tenha sido aprovada em julho, quando noutros municípios já está em andamento a aprovação do orçamento. Acho que há alguma incapacidade ou competência de colocar as coisas a andar. Porque é que nós não fizemos isto há mais tempo? Porque é que andamos a dormir?
Porque é que não temos a estratégia já pronta? Quando se diz que vai haver agora 78 milhões de euros para 1 400 famílias e, quando ando nas casas comunitárias da Câmara e observo algumas encerradas a degradar-se e depois vejo pessoas a precisar de casa e que não tem resposta. Quanto à educação, infelizmente, ao nível que é a responsabilidade da vereação da educação, ela de facto é do pior. Péssimo. Neste momento, constitui-se um Conselho Municipal de Educação que não cumpre o que é regular e nunca funcionou, portanto, não há um envolvimento, há uma imposição e aquilo que acredito e que tenho no programa é trabalhar a educação com as escolas, com os pais e com as comunidades. O que está a faltar neste momento é sobretudo voltar a trazer-lhes a confiança e a alegria de trabalhar na escola e de ir para a escola. Este órgão nunca funcionou como democrático. Temos que mudar isto. Mas é possível colmatar todas as necessidades? Não. Não é fácil colmatar tudo de uma vez só, mas é possível caminhar no sentido de melhorar essas condições de vida. Assim, esta questão da estratégia de habitação local tem que ser resolvida, a questão dos transportes tem que ser resolvida, porque já podíamos ter o metro até ao centro de Gondomar e ainda não o temos. E, a solução que agora se apresenta, o próprio Presidente da Câmara disse na altura que ia servir o Porto, portanto, fugiu-lhe a boca para a verdade. E, dizer que é um projeto que está garantido, não é verdade, ainda estamos a estudar a viabilidade. Isto é
tudo a atirar areia para os olhos dos gondomarenses e acho muito feio, é por isso que as pessoas deixam de acreditar na política e nos políticos. Antes de terminar a nossa entrevista, peço-lhe uma mensagem para os gondomarenses do porquê de votar na sua equipa nas eleições que se avizinham… É muito simples. A nossa candidatura da coligação é “Gondomar nas suas mãos”. Assim, a proposta que trago é que nós gondomarenses sintamos Gondomar como nosso e sintamos o orgulho de estar em Gondomar. Portanto, para todos os gondomarenses, que não beneficiam da atual atitude e comportamento de gestão desta liderança, para todos os gondomarenses que sentem que o concelho necessita de uma mudança, a única possibilidade que temos é votar na coligação PSD/CDS. A opção está com os gondomarenses, mas acho que devem avaliar bem os projetos e conhecer bem, sobretudo, as pessoas que se propõem a liderar e gerir o concelho. Sente-se confiante? O que é para si um bom resultado? Sinto-me muito confiante. Para mim um bom resultado é ganhar e quem anda connosco na rua, já percebeu que nós vamos ganhar. Porque nós sentimos que as pessoas estão cansadas. Acho que isto já ultrapassa uma questão partidária. Eu tenho muitos amigos do PS, é de facto o caracter, é a forma como nós falamos com as pessoas, a humildade e a proximidade. Manter esta situação que vivemos durante mais quatro anos é de facto incomportável.
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SOCIEDADE
Candidatos à Câmara apoiados pelos líderes nacionais dos Partidos Ao longo dos últimos meses, os líderes nacionais dos Partidos que estão presentes na corrida à Câmara de Gondomar, demonstraram o apoio aos seus respetivos candidatos. Confira os momentos fotográficos dos sete candidatos que estão na disputa pelo poder.
> Rafael Corte Real, candidato da Iniciativa Liberal, com João Cotrim de Figueiredo
> Bruno Maia, candidato do BE, acompanhado por Catarina Martins
> Nuno Santos, candidato do PAN, acompanhado de Bebiana Cunha
> Cristina Coelho, candidata da CDU, juntamente com Jerónimo de Sousa
> Marco Martins, candidato pelo PS, juntamente com António Costa
> Isabela Mendes, candidata pelo CHEGA, acompanhada por André Ventura
> Jorge Ascenção, candidato do PSD, acompanhado por Rui Rio
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AUTÁRQUICAS 2021
Bruno Maia: “Sinto-me confiante que iremos retirar a maioria ao PS e eleger um vereador”
a qualidade de vida das pessoas. É isso que queremos para Gondomar. Dou como exemplo, os passes gratuitos para as pessoas ou os cortes nas tarifas dos mesmos. A medida dos manuais escolares gratuitos começaram em Lisboa por pressão do BE, no executivo do PS, que depois acabou por replicar-se para o resto do país. Entre outras medidas que foram implementadas a nível central por pressão do BE. Assim, podemos constatar que é possível fazer oposição a um executivo do PS de forma mais eficaz se este não tiver a maioria absoluta. O que nós pretendemos são conquistas concretas que melhorem a qualidade de vida das pessoas.
Texto e Fotos: Gabriela Monroy
Sente que Gondomar evoluiu nestes últimos quatro anos? Sinto que Gondomar está a fazer pequenas evoluções muito próximas das eleições. Considero que há um grande aceleramento dos projetos, nesta fase final do mandato e isso é negativo, porque não só coloca pressão na cidade com o excesso de obras e requalificações, como demonstra que nos restantes três anos, houve pouco investimento no concelho, no sentido de se resolver situações concretas. Portanto, há claramente um eleitoralismo em 2021, deste executivo PS para tentar compensar a pouca atividade que existe em algumas áreas prioritárias na vida das pessoas que são uma serie de investimentos e contratos públicos que foram assinados pela Câmara, agora em 2021. Assim, eu considero que é necessário uma Câmara que durante quatro anos seja capaz de fazer todos estes investimentos e todos estes trabalhos, para não cair neste eleitoralismo que não faz sentido.
Quem é o Bruno Maia? É uma pergunta difícil, porque não gosto de falar muito sobre mim (risos). Tenho 39 anos. Como sabem, sou médico. Neste momento, trabalho em Lisboa e vivi até aos meus 25 anos, até acabar a faculdade em Gondomar, mais concretamente em São Pedro da Cova. Há muitos anos que tenho participação política , obviamente que as minhas áreas de interesse começam pela saúde, para além de uma serie de outros ativismos que fui realizando ao longo dos anos, com a cannabis, com a comunidade LGBT e tive um papel importante na eutanásia. Já que tocou logo na vertente política, questiono-o como é que surgiu esta vontade de exercer política? Eu comecei a ter uma presença ativa logo no inicio da faculdade. Na altura tínhamos um governo de direita, encabeçado por Durão Barroso, que aumentou as propinas da faculdade. Perante a situação, envolvi-me no movimento anti-propinas e foi assim que comecei a fazer política. Depois com o passar dos anos, acabei por aproximar-me do Bloco, por causa desse movimento anti-proprinas, porque na altura tinha muitos ativistas que eram do BE e acabei por tornar-me militante. Ao fim destes anos continuo a identificar-me com a linha política do partido. Atualmente em Gondomar, temos um executivo de esquerda, o PS, assim como a maioria das Juntas de Freguesia, com a exceção de Fânzeres e São Pedro da Cova. Assim, na perspetiva do Bruno, hoje, como é que avalia o concelho de Gondomar? Tendo em conta o ponto de vista das pessoas que vivem no concelho, Gondomar, tem muitas falhas, tanto a nível da habitação, dos transportes e do próprio ambiente. São insuficiências que se foram acumulando ao longo das últimas décadas seguramente, mas os úl-
timos oito anos da maioria socialista, não são exceção. Pelo menos eu e o Bloco reconhecemos que há pequenas mudanças que foram significativas desde o executivo de Valentim Loureiro, até ao executivo PS. Nomeadamente, presenciou-se algum investimento na área ambiental do concelho. Agora, falando concretamente da maioria socialista ao longo destes oito anos, eles não souberam responder a questões fundamentais dos gondomarenses, como a habitação, os transportes e a água. O executivo de Marco Martins foi incapaz nestes oito anos, de baixar o preço da fatura da água ou de pelo menos acelerar o processo da vinda do Metro para o centro de Gondomar. Além destes dois pontos, foram também incapazes de resolver os problemas de habitação que temos nos nossos bairros e mantiveram milhares pessoas à espera de casa. Do nosso ponto de vista, como há uma maioria PS presente na Câmara, o próprio Partido Socialista e o Marco Martins, sentiram-se pouco pressionados para que durante oito anos resolvessem estes problemas. É por isso que nos candidatamos, porque achamos que o concelho de Gondomar pode melhorar no sentido de ver alguns destes problemas discutidos e outros resolvidos, se houver uma maioria de toda a esquerda na Câmara, sem a maioria absoluta do PS. Portanto, o nosso objetivo é eleger um vereador para fazer pressão na autarquia, para estes priorizarem os problemas que não foram prioritários para este executivo. Na sua perspetiva, é difícil ser oposição em Gondomar? O problema é que o papel da oposição numa maioria absoluta torna a oposição, unicamente oposição. Tomando como exemplo o que aconteceu no país ou noutras Câmaras Municipais, como a de Lisboa, em que numa ausência de maioria absoluta do PS e com uma maioria de esquerda, foi possível implementar medidas concretas que melhoraram
Caso o Bruno seja eleito, quais são as principais medidas que terá como prioridade? É evidente que é dificil elencar prioridades, mas há aqui pontos que podemos começar a fazer. O primeiro problema tem haver com a água. Considero que este é um dos maiores problemas do concelho. A medida que será implementada da redução dos 16%, para nós, é claramente insuficiente. Nós, neste momento, aquilo que é o gasto médio das famílias em Gondomar é de 36,5 euros. Assim, neste momento, os gondomarenses estão a pagar 11 euros a mais, comparando à média nacional e são mais de 16 euros, comparando ao Porto. O que esta negociação de Marco Martins fez foi, reduzir em 16% nos dois primeiros escalões, o que significa, 8 ou 9 euros para a maioria das famílias. Apesar desta redução, a maioria destas famílias irão continuar a pagar acima da media nacional e acima do preço cobrado no concelho do Porto. Isto é inadmissível por uma razão muito simples, nós sabemos que as famílias que habitam em Gondomar tem rendimentos mais baixos, das que habitam nos restantes concelhos da Área Metropolitana do Porto e da média nacional. Portanto, com esta negociação, os gondomarenses continuaram a pagar mais do que a maioria do país. Portanto, é uma negociação que é claramente insuficiente. Para além disto, esta negociação é à custa de um perdão, ou de um abdicar de rendas no valor de 5 milhões de euros por parte da Câmara. É verdade que não vai sair diretamente do bolso dos gondomarenses, nem há um prolongamento do contrato, isso é bom, mas estamos a abdicar desta quantia. E abdicar significa perder este dinheiro que seria para os gondomarenses. O Bloco foi diferente? A primeira coisa que nós fizemos que já foi no mandato que agora termina, foi apresentar a proposta na Assembleia Municipal, de implementar uma tarifa automática da água, medida esta que foi chumbada pelo PS. E, em que é que consistiria esta automatização da tarifa da
água, significa que as famílias com menos recursos, iriam ter direito automático a ter uma tarifa social da água que, de momento é muito cara para estes agregados. De acordo com os dados que nós temos da entidade reguladora da energia, há cerca de 14 mil pessoas abrangidas com a tarifa social de energia, no concelho de Gondomar, mais mil com a tarifa social do gás. Isto significa que, a maioria destas pessoas, provavelmente, tem direito à tarifa social da água. E, começar já a beneficiar destas tarifas. Marco Martins diz que, a tarifa social está disponível, não está é automatizada. Então, mas o grande motivo desta automatização, é o facto de as pessoas sentirem que ao candidatar-se à tarifa social da água, é um processo burocrático no qual elas têm pouco acesso ou pouca facilidade em se candidatar, porque se efetivamente fosse fácil, estas famílias já se tinham candidatado e já tinham uma tarifa social da água. O que não está acontecer. Portanto, nós estamos a perder uma redução da tarifa a milhares de famílias do concelho. Depois se Lisboa, que é um dos concelhos mais ricos do país, teve aprovada a tarifa automática da água, porque é que não há este mesmo mecanismo implementado em Gondomar, onde os rendimentos são inferiores? Não entendemos o porquê deste chumbo do PS. No entanto, o problema da água é mais profundo e difícil de resolver. Neste momento, nós temos uma empresa privada a gerir as AdG (Águas de Gondomar), sendo que é ela a responsável por cobrar estas tarifas. Isto é um erro. Termos uma empresa privada em Gondomar, a gerir às águas é um erro. Um erro cometido em 2001, que só termina em 2031. Nós sabemos que fica caro a remunicipilização desta empresa. Não estamos a dizer que não a devemos fazer, estamos a reconhecer que pode ficar cara. Recentemente, Marco Martins apresentou um estudo que o custo ficaria aproximadamente 100 milhões de euros. Ainda não o vimos, temos que o ver, temos de o analisar e perceber bem se aquilo está inflacionado ou não. Assim, o que nós víamos como uma solução imediata, era levar a empresa a tribunal, e porquê? Porque a AdG que cobra estas tarifas exorbitantes aos gondomarenses, é a mesma empresa que está a gerir as ETARE's do concelho e é a mesma empresa que está a realizar descargas poluentes sobre o rio Douro, de forma repetitiva através da ETAR de Gramido e que já fez no passado e continua a fazer, através da ETAR do Meiral, sobre o rio Tinto. Estas são situações que se repetem de forma continua. Estamos perante um crime ambiental. Aliás, se a situação não fosse tão grave, o próprio Presidente Marco Martins, não teria formalizado uma queixa contra a AdG à própria Agência Portuguesa do Ambiente (APA), ‘por crimes ambientais reiterados’, foram as palavras que ele utilizou. Perante este facto, podemos constatar que há uma violação do contrato assinado por parte da empresa, aos Gondomarenses. Quando há uma violação do contrato, este pode ser rescindido. Agora, o problema aqui é que envolvemos tribunais e são eles que têm que tomar uma decisão sobre o contrato. Mas se não fizermos nada, os tribunais não se irão prenunciar. Assim, o que o BE propõe é que haja por parte do Município, um inicio de um processo legal, com vista à quebra do contrato, por violação do mesmo. Mas porque é que acha que o PS não apresentou essa possibilidade? Porque o PS tem medo da empresa. O PS, seguramente, tem medo de o fazer, porque tem medo de confrontar a empresa e isso diminuir a sua capacidade negociação, para a redução de tarifas. Mas a verdade é que, do ponto de vista de transparência, não vale a
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AUTÁRQUICAS 2021 pena fechar os olhos sobre os crimes que a empresa comete para com os rios, para eventualmente conseguir umas reduções que são insuficientes. Sabemos que pode demorar anos, mas pode permite a rescisão do contrato e a municipilização da AdG. Para além do problema das águas, que outras medidas têm como prioridade? Temos outros dois problemas, que é o transporte e a habitação. Em termos de transportes públicos, Gondomar é uma manta de retalhos. Temos as zonas urbanas servidas por uma parte da STCP e as zonas mais rurais são servidas pelas Gondomarense. No entanto o que é presenciamos? Linhas irregulares, com uma baixa frequência de transportes, com autocarros que saem lotados, temos uma fraca ligação entra estas várias modalidades de transportes, e é urgente olharmos sobretudo para o interior do Alto Concelho e não apenas para Rio Tinto, e perceber o que as pessoas necessitam realmente. Por exemplo, em Medas, há localidades em que os autocarros passam com um intervalo de três horas. Assim, para estas pessoas virem a um Centro de Saúde ou à Câmara tratar de burocracias, enfim, da sua vida, podemos estar a falar de grandes sacrifícios de tempo que estas pessoas vão fazer e que não faz sentido dentro do mesmo concelho. O que nós propomos é a criação imediata de mais linhas das que já existem. Depois, para os transportes que circulam no interior do concelho, haja gratuitidade para os gondomarenses. Em terceiro lugar, os transportes assegurados pela STCP, na AMP, que se caminha, em simultâneo, para a gratuitidade dos mesmos. É uma decisão mais difícil porque é intermunicipal, mas o concelho de Gondomar poderá ter um papel importante nessas negociações. Obviamente que, implementando a gratuitidade, não só ajudamos as famílias, como também estimulamos o consumo de transportes públicos, porque ou nós investimos na massificação dos transportes publicos em todo o território gondomarense e até nacional, ou a nossa batalha contra as alterações climáticas está perdida. Nós temos que reduzir rapidamente os combustíveis fosseis, para conseguirmos atingir a naturalidade climática da maneira mais rápida possível, porque só assim iremos sofrer menos consequências das que iremos ter se continuarmos neste caminho. É ainda necessário deixar bem explicito que a gratuitidade não chega, é necessário transportes de qualidade e com uma frequência ajustada aos movimentos pendulares das pessoas. Para combater as alterações climáticas, Gondomar pode começar por dar o exemplo daquilo que é dependente da autarquia. A Câmara Municipal pode começar a utilizar transportes individuais próprios elétricos, ou seja, eles podem deixar de utilizar os carros movíveis a combustíveis fosseis. Os edifícios públicos podem ser reestruturados e modificados de forma a ter eficiência energética. As escolas também têm que ser requalificadas com esse ponto de vista, temos que apostar no isolamento térmico das escolas para conseguirmos reduzir o consumo de energia nas mesmas. Depois, tem que existir uma aposta de mais espaços verdes, sobretudo nas zonas urbanas. É verdade que têm sido feitos, mas não chega devido ao carbono. Aquilo que nós propomos para a Habitação é muito simples. A habitação pública e as políticas da Habitação da Câmara têm que estar prontas para enfrentar a crise económica que estamos a viver e que provavelmente vai-se agravar. E como é que isto se faz? A Câmara pode começar por utilizar os instrumentos que existem a nível central. Estes instrumentos foram desenvolvidos nos últimos anos, não só a aprovação da lei de bases da habitação, como
o Programa primeiro de direito que prevê uma serie de mecanismos, como a Estratégia Local de Habitação, como o Conselho Municipal de Habitação, entre outros, e que não só permite ir buscar recursos a nível central, bem como dá instrumentos à Câmara Municipal para fazer reabilitações e novas construções. Como é o caso da necessidade de intervenção nos Bairros, já existente, da Câmara, porque muitos estão num estado degradado. Assim, com todos estes instrumentos é possível aumentar a qualidade da Habitação em Gondomar e nós defendemos ainda que a Taxa de Habitação Pública baixa, deva subir. Porque perante as crises, as pessoas perdem as suas casas, porque não conseguem pagar os empréstimos ao banco e o Município vai ter que ter a responsabilidade de apoiar estas pessoas. Isso faz-se com mais disponibilidade de Habitação Pública. A aposta na Habitação Pública, é uma aposta para o futuro. Ainda na Habitação, há regras que se podem impor mesmo para os privados. Por exemplo, tem que ser acautelado que, todas as novas construções que são realizadas em Gondomar, respondem a uma serie de necessidades da população. No caso, nós defendemos que haja quotas de habitação acessível. Isto é, habitação disponível para pessoas com deficiências e defendemos que essa taxa seja de 25% nas novas construções. Nós consideramos ainda que deveria de haver o direito de preferência para populações mais vulneráveis, como é o caso de pessoas vitimas de violência domestica. A Câmara tem que estar capacitada a dar resposta a estas situações de vulnerabilidade. Para isso é necessário mais construções de habitações ou compras de imóveis. Quanto à cultura, na nossa perspetiva falta tudo à Câmara, porque não há uma estratégia direcionada para a cultura em Gondomar. Nós temos imensas Associações Culturais de diversas áreas, só que falta uma estratégia que seja capaz de unir toda esta iniciativa voluntária que existe no concelho. Falta uma estratégia ambiciosa para ter uma agenda cultural que não seja apenas reactiva àquilo que fazem os grupos locais, ou seja, a Câmara tem que participar na construção da agenda, disponibilizando meios e incentivando os grupos locais a fazer mais e construi-la em parceria com estas coletividades. Propomos ainda que seja realizado um apoio à profissionalização em alguns grupos. Há espaço para isso em Gondomar. O apoio que é feito por parte da autarquia é reactivo, insuficiente muitas vezes, mas é um apoio com pouca iniciativa por parte da Câmara. Para isso é preciso vontade, é preciso investimento e mais uma vez é preciso que a Câmara tenha iniciativa. Mas na sua opinião, a rede dos Parques Urbanos não é suficiente? Não. É evidente que a construção de todos os Parques Urbanos são bem vindos. A questão é que não são suficientes. Mesmo nas zonas urbanas, nós ainda temos muito território no qual podemos utilizar para a construção de parques com árvores autóctones, portanto que sejam daqui do nosso concelho e sobretudo da região norte, porque são eles que nos vão permitir reabsorver o carbono que as próprias zonas urbanas produzem. Parte deste investimento que é necessário, ainda é preciso pensar no reordenamento da floresta. Nós temos 69% de taxa de eucaliptização no concelho. É muito, porque nós sabemos que esta taxa de eucaliptização está diretamente direcionada para o risco de incêndios. Para além disto, temos que proteger os nossos rios. Nós não conseguimos olhar para o ambiente, sem olhar para aquilo que é igualmente importante no nosso concelho que é os rios. Eu recordo que Gondomar foi classificado por um estudo realizado pela Universidade de Lisboa há três anos,
como um dos Municípios de Portugal, em que o risco de cheias eram maiores e que tinham mais impacto sobre a população. Isto significa que, perante um cenário de cheias, que é um cenário que será mais frequente no futuro, por causa das alterações climáticas, os gondomarenses estão mais expostos às inundações nas suas casas. E o que é que nós precisamos de fazer? Esse próprio estudo faz uma serie de recomendações aos concelhos em risco de cheias. Uma delas é parar com as construções nas margens dos rios. Isto leva-nos a um dos maiores problemas que nós tivemos com este executivo camarário que foi a construção do Hotel na região de Valbom, na Ribeira de Abade. A Câmara tem a obrigação de lutar contra as construções feitas nas marginais dos nossos rios, para não falar que esta construção tinha problemas legais gravíssimos. Está construído numa zona de reserva ecológica nacional. Recordemos que esta construção foi já chumbada duas vezes pela CCDR-N sendo depois aprovada numa terceira vez. O problema da segunda para a terceira, é que não mudou nada no projeto, porque os problemas não foram resolvidos. A Câmara em 2016, quando aprova o projeto devia ter pedido uma reavaliação daquele projeto e não fez. A autarquia falhou quando aprovou o projeto. Como é que avalia a relação da Câmara com a população? O caso do Hotel de Valbom, um exemplo de como um executivo se relaciona com a sua população. As pessoas têm se queixado muito no alto do concelho e mesmo em freguesias como Fânzeres, São Pedro da Cova, ou Baguim do Monte, que a Câmara tem uma preferência pelas áreas urbanas, sobretudo Rio
Tinto. Partilha dessa opinião de que este executivo coloca o alto concelho em segundo plano? Partilho. Eu aceito que haja pessoas que tenham alguma rivalidade bairrista e que exageram nestas diferenças. Mas entre o que diz a Câmara e o que dizem as pessoas, no terreno há-de estar a verdade. E a realidade é que há uma desigualdade territorial e ela é evidente. Isso é claro e é por isso que as pessoas falam. Portanto, há de facto um olhar preferencial para a zona de Rio Tinto. Isto tem que acabar porque a população do Alto Concelho tem que ser igualmente ouvida. Porque razão os gondomarenses devem votar BE? Eu considero que o Bloco de Esquerda, neste momento está na posição de poder retirar a maioria absoluta ao PS, garantindo assim que se mantém uma maioria de esquerda na Câmara. Acho que esse é o melhor cenário que pode acontecer aos gondomarenses tendo em conta os próximos quatro anos. Porque só com uma maioria de esquerda, em que o BE faça parte, é que vai ser de facto possível priorizar os problemas dos gondomarenses, sobretudo das população mais vulneráveis. Não podemos esperar para as próximas eleições, ou fazer apenas promessas, ou adiamento de obras e investimentos que necessitam de ser feitos como vimos nos passados oito anos da maioria do PS. Sente-se confiante? Sim. Sinto-me confiante que iremos retirar a maioria ao PS e eleger um vereador. ■
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POLÍTICA
Quinta do Passal comemora 8º aniversário e apresenta Plano de Educação Ambiental para 2021-22 A Quinta do Passal, antiga quinta agrícola requalificada no âmbito do programa Polis, celebra este domingo, dia 12 de setembro, o seu 8º aniversário. A data é assinalada com a apresentação do seu Plano de Educação Ambiental para o ano letivo 2021-2022. Integrado na Quinta, existe o Centro de Educação Ambiental da Quinta do Passal, que em 8 anos, conta com aproximadamente, 85 mil visitantes. O Plano de Educação Ambiental (PEA), pode ser consultado na integra no site da Autarquia de Gondomar. Inserida no núcleo histórico de Gramido, em Valbom, e a cerca de 3,5 km da Ponte do Freixo, a Quinta do Passal beneficia de uma localização estratégica na margem direita do rio Douro e de quatro hectares de ex-
tensão, constituindo-se um excelente local para passear com a família e animais de companhia ou praticar exercício físico na nova via pedonal e ciclável entre o Multiusos de Gondomar e a Ribeira de Abade. Mas as ofertas deste espaço não se ficam por aqui. A Quinta do Passal disponibiliza jardins temáticos para observação e interpretação da natureza, parque de merendas, parques infantis, um circuito de arborismo e um de orientação, hortas comunitárias, um parque canino e um Centro de Aprendizagem e Reabilitação Comportamental Animal de Gondomar (CARCAG) para socialização canina com aulas periódicas. Além disso, a infraestrutura receberá em breve novas valências e novos equipamentos lúdicos de acesso livre, que vão proporcionar bons momentos aos seus visitantes, entre os quais: um mini golf, slide e parede de escalada. Com objetivos pedagógicos de sensibilização e educação ambiental, o CEA da Quinta do Passal promove o Plano de Educação Ambiental (PEA) junto das escolas do ensino
público e privado, com atividades ligadas a temáticas tão diversas como a água, a biodiversidade, a floresta, as alterações climáticas, a agricultura biológica, a alimentação saudável e sustentável, a economia circular e a proteção animal, adaptadas às diversas faixas etárias. Na interrupção letiva do Natal, Páscoa e Verão, são dinamizados programas de ocupação de tempos livres para crianças e jovens, entre os 6 e os 14 anos. Com uma média de 20 mil visitantes por ano - nos quais estão incluídas as escolas, tanto do concelho como da Área Metropolitana do Porto -, o CEA da Quinta do Passal recebe, também, grupos do movimento associativo, nos quais se incluem as IPSS’s e seus utentes com necessidades educativas especiais. Se gosta de pedalar, pode usufruir do projeto “Gondomar a pedalar” que consiste num sistema público de utilização gratuita de bicicletas por períodos de quatro horas, disponível para o público maior de 14 anos, todos os dias, no horário do Centro de Educação Ambiental.
O próprio projeto de arquitetura da Quinta do Passal acautelou a otimização de consumos energéticos e hídricos na manutenção da Quinta, estando a mesma equipada com painéis solares e fotovoltaicos e água proveniente de furo para a rega dos jardins e das hortas biológicas. ■
Empresas gondomarenses distinguidas pelo Município de Gondomar O Palácio do Freixo, situado no Porto, foi no dia 6 de setembro, palco da cerimónia de entrega de prémios PME Excelência 2020. Um evento que pretende homenagear as empresas que conquistaram o estatuto PME Excelência, atribuído pela IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, relativo ao ano anterior. Nesta edição, foram premiadas 40 empresas de Gondomar, que receberam um diploma e uma lembrança do Município. A distinção de PME Excelência ocorre de acordo com critérios exigentes entre as empresas PME
Líder, tendo este estatuto a va- a ocorrer numa cerimónia prólidade de um ano. A maioria das pria, depois de, no ano passado, PME’s Excelência 2020 são em- devido ao contexto pandémico, presas de pequena dimensão, distribuídas de forma mais acentuada pelos setores da indústria, comércio e turismo. O Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Marco Martins destacou a importância que as pequenas e médias Empresas possuem na economia do município e na criação de postos de trabalhos: “Um reconhecimento justo e merecido tendo em conta um ano particularmente difícil, no qual muitos empresários dispuseram das suas poupanças pessoais para aguentarem os seus negócios”, destacou o autarca. Este reconhecimento, por parte do Município de Gondomar, volta
não ter sido possível reunir num só evento todas as empresas distinguidas. ■
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32 VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
DESTAQUE
Marco Martins renova maioria absoluta para o último mandato De acordo com a sondagem VivaCidade/Multidados, Marco Martins garante uma vitória com maioria absoluta, a terceira do autarca socialista. À direita, o Partido Social Democrata vê crescer o número de vereadores eleitos, onde deverá alcançar três vereadores, a CDU deverá perder um vereador ficando apenas com um eleito. Entre as forças políticas que não conseguem eleger nenhum vereador, Bruno Maia, do Bloco de Esquerda, é aquele que obtém o melhor resultado com 4,7%, seguido de Isabela Mendes do CHEGA, que consegue 2,5%, e Rafael Corte Real (Iniciativa Liberal) e Nuno Santos (PAN), ambos com menos de 2%.
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DESTAQUE
Nas freguesias o Partido Socialista deverá igualmente ser o mais votado, com exceção de Fânzeres e São Pedro da Cova, onde a CDU deverá continuar a liderar
Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo pela Multidados – Consultoria e Tratamento Estatístico de Dados, Lda. para o Jornal VivaCidade, entre os dias 07 e 17 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes no concelho Gondomar. Os inquéritos foram elaborados em seleção aleatória, por quotas, proporcional aos dados do Censos do INE, 2011, por sexo, idade e nível de instrução. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1000 inquiridos é de 3,09%, com um nível de confiança de 95%. A direção técnica desta sondagem é de Helena Lencastre.
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AUTÁRQUICAS 2021
Isabela Mendes: "Pedir uma auditoria, para perceber exatamente o estado das coisas, seria a primeira coisa a fazer"
momento? Vejo muitas dimensões e muitas velocidades diferentes. E nenhuma delas é boa. Portanto, nós tínhamos antigamente uma área industrial forte que hoje não temos, tínhamos uma população em crescente – aliás, segundo os dados dos Censos está a decrescer –, a nossa população está extremamente envelhecida, porque não conseguimos fixar pessoas no concelho. Porquê? Há tantas razões. Temos um IMI que é elevadíssimo, temos casas a preços absurdos, temos água – e estou a dar exemplos básicos – que é a quarta ou a quinta mais cara do país. Eu não consigo explicar porquê, se alguém me conseguir dar uma justificação eu até gostaria de ouvir. Ainda assim, somos um dos grandes concelhos da área metropolitana que tem um desemprego elevadíssimo. Vai entrar, brevemente, uma redução de 16% no preço da água, era possível fazer melhor? Eu não estive nas negociações. Portanto, teria que ter estado lá. Mas creio que sim. Como faria mais? Há outras coisas que estão na nossa fatura da água que podem ser ajustadas.
Texto: Miguel Almeida Fotos: Gabriela Monroy Quem é a Isabela Mendes? Enquanto cidadã, moro em Gondomar desde os meus 6 anos, nasci em Angola. Viemos em abril/maio de 1974. O meu pai teve o discernimento de vir depois do 25 de Abril, mas não tivemos que passar por aquela situação complicada que aconteceu nas colónias, porque viemos antes das coisas correrem mal. Quando o meu pai começou a perceber que que as coisas iam correr mal, nós viemos embora. Viemos para Ovar e, depois, com 6 anos, viemos para Gondomar. A partir daí vivi sempre em S. Cosme. O meu pai era industrial, agora reformado. Estudei em Gondomar e depois no Porto. Comecei a trabalhar com 22 anos, quando estava a terminar a faculdade, tirei gestão de empresas na Universidade Católica, trabalhei sempre como gestora, liderei equipas nas mais diversas áreas de negócios – seja de produção, de produtos de luxo, de distribuição. Basicamente, este é o meu percurso. Nunca estive ligada à política, em nenhuma área, nunca fui militante de nenhum partido, nunca tive nenhum interesse especial, além daqueles normais de nós vermos antes das eleições o que é que foi feito ou o que é que deixou de ser feito, em quem é que vamos votar. Sempre tive as minhas preferências, acho que todos temos. Mas, a partir de uma determinada altura e tendo em consideração o estado da nação e o do nosso concelho, eu exerci sempre o meu dever cívico, mas em branco ou nulo. Não me revia nas políticas nem nos políticos, nem nos candidatos que nos eram apresentados. Venho de uma família tradicional, que é uma família grande: tenho muitos tios, muitos primos e os meus pais, que estão os dois vivos, também moram em Gondomar. A minha família próxima
mora em Gondomar. Portanto, sou uma pessoa normal. Quando e como surgiu o ‘bichinho’ da política que a leva hoje a ser candidata à Câmara de Gondomar? Não foi o bichinho da política. Honestamente, não tem nada a ver com “política”, se assim podemos usar o nome. Tem a ver com o olhar à minha volta e perceber que eu trabalho tanto – e trabalhei sempre tanto enquanto empresária, enquanto dona de empresas, enquanto diretora comercial, tudo aquilo que eu fiz e os lugares que ocupei, trabalhei sempre tantas horas, sábados, domingos, feriados, dias santos – e perceber que, quando olho à minha volta, o país que nós temos é fraco e está cada vez pior. Nós cada vez pagamos mais impostos e cada vez temos menos coisas. Foco no concelho, ao qual se candidata… Mas a história começa pela parte nacional. Foi o que a levou a enveredar por este caminho? Porque se nós não começarmos ao contrário… A minha visão é: se tu começas, se tu tentares cortar a cabeça duma cobra nascem sete, portanto, nós temos que começar por baixo. Porque a questão não está só no parlamento, não está só no governo, está em cada freguesia, está em cada concelho. Vim para Gondomar com 6 anos e tenho 48 anos. São 42 anos que eu olho para Gondomar e vejo que a quantidade de população que nós temos e a área que nós temos, não evoluímos mas regredimos. Como vê o concelho de Gondomar neste
Quer exemplificar? Posso pegar numa fatura da água. Por exemplo, temos uma rubrica que acho muito interessante que é os “outros”. Acho fantástico e gostava que alguém me explicasse, até porque já tentei perceber o que eram os outros / receitas de diversas entidades, que nem sequer vem discriminado. Nós, contribuintes, pagamos e nem sabemos o quê e para quem. Falta de transparência? Por exemplo. Por que é que tenho que pagar “outros”, que são receitas de diversas entidades, que nem sei quem são, nem porquê nem para quê. Eu e todos os munícipes. Pagamos os resíduos, certo, também sei que aqui se podia ajustar, mediante o orçamento, se calhar fazendo menos obras desnecessárias como a avenida da Conduta, que já foi alterada umas 500 vezes e ainda ninguém percebeu, nem para quê nem qual o objetivo. Poderia dar aqui umas ideias, mas acho que não vale pena. Ou, por exemplo, porque é que do lado de quem vai de S. Cosme para Rio Tinto, do lado direito, temos candeeiros que estão colocados a uma distância correta para que haja luz à noite e, do lado esquerdo, está em obras. Já se vêm os espaços onde vão ficar os candeeiros e que estão com o dobro do espaço do lado oposto. Porquê? Precisamos de holofotes à noite? Para já vai ficar um disparate, porque não fica coerente. Além disso, vamos gastar três vezes mais. Porquê? É para dar um exemplo. Se calhar conseguimos retirar, conseguimos gerir melhor o orçamento do município e ajudar os munícipes a pagarem menos. Outro exemplo que é gritante: houve vários concelhos que reduziram a taxa de IMI, sobretudo com esta situação da pandemia. Gondomar não reduziu. Nós temos uma das taxas mais caras de IMI, porquê? O que é que nós temos, nós concelho, a mais para pagarmos tanto
de IMI? Antes de candidata à câmara, como munícipe, sempre foi uma pergunta que eu me fiz: porquê? Pedindo-lhe uma análise aos últimos quatro anos no concelho de Gondomar, o que é que diria? Diria que, tirando estas últimas obras que estamos a ver assim atabalhoadas – eu não queria dizer disparatadas, mas maioritariamente disparatadas, para mostrar serviço antes das eleições –, gostaria de perceber o que é que, efetivamente, foi feito com cabeça, tronco e membros. Ah, e o novo jardim ou parque urbano de S. Cosme – como queiram chamar –, que para mim é a coisa mais absurda que se poderia fazer naquele sítio. Está contra o local ou está contra por ser mais um Parque Urbano? O que a incomoda? Incomodam-me ambas as coisas, porque se nós formos a ver, muitos deles, estão ao abandono. Portanto, qual é a lógica de ir fazer mais um naquele sítio, se temos metade das ruas esburacadas nas freguesias, se tenho jardins, grande parte deles ao abandono, em S. Cosme. Vamos pegar num outro exemplo: a estrada de D. Miguel é surreal. Porquê? Porquê? É passar lá e ver a quantidade de buracos, de bocados que estão por arranjar, que não são arranjados, sujo, ervas a sair por todos os lados, enfim… E poderíamos continuar por diante. As nossas vias nem sequer estão limpas da maneira como deviam. Nós temos, como eu disse ainda há pouco, uma população envelhecida e para nós a população envelhecida é péssimo, porque as pessoas andam na rua e não conseguem. Se tiveres mobilidade reduzida estás desgraçado. Eles não conseguem e não moram todos no centro de S. Cosme ou, provavelmente, moram poucos no centro de S. Cosme. Esta é a realidade dos factos. Caso ganhe as eleições no dia 26 de setembro quais seriam as suas primeiras duas medidas quase instantâneas, atendendo ao seu olhar sobre o concelho? E quais as medidas mais estruturadas, medidas mais a longo-prazo? A primeira coisa necessária a fazer seria uma auditoria, para perceber exatamente o estado das coisas. Ainda na transparência, há dúvidas do estado da saúde financeira do Município neste momento? Tenho, dúvidas sobre a transparência e tenho dúvidas sobre a gestão. Portanto, acho que nada melhor, se há alguém de novo que vai entrar. Não é começar do zero, porque no zero não se começa porque tem um passado e, além disso, já há o orçamento aprovado para 2022 e, portanto, quem entrar “vai ter de viver com ele” ou pode fazer reajustes mas pontuais. Não podemos chegar lá e fazer um novo orçamento, não pode ser assim. A sua primeira medida seria uma auditoria financeira às contas da Câmara, certo?
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AUTÁRQUICAS 2021 Sim e, a partir daí, vamos ver o que é que nós podemos fazer com as medidas, com aquilo que retiramos daquilo, em que contas é que podemos mexer para podermos ajudar a nossa população, as pessoas. Nós temos, em termos de desemprego, temos uma das taxas mais elevadas. Nós estamos em quarto e quinto, tanto na área metropolitana como a nível nacional. O que é péssimo! É preciso atrair investimento, é preciso atrair indústria, é preciso atrair empresas, é preciso ajudar as que cá estão para ultrapassar esta fase que nós todos passamos, em pandemia, para respirar. E nós temos, em termos de câmara, imensas medidas que se podem tomar. O que faria para ajudar as empresas, para atrair investimento, para baixar a taxa de desemprego? Nós temos uma derrama de 1.25, quando o máximo é de 1.5, à exceção de se as empresas faturarem menos de 150 mil euros e aí é zero. Ora, se eu preciso de empresas que criem postos de trabalho, provavelmente elas vão faturar mais de 150 mil euros. Isso é óbvio, é uma regra básica. Sendo esse o caso, pagar 1.25 de derrama não é muito interessante. Uma das medidas, pode ser fazer um acordo com as empresas que queiram vir investir, criar um gabinete de apoio às empresas que invistam em Gondomar. Ponham as vossas empresas aqui e nós vamos ver convosco a possibilidade de, por exemplo, durante 10 anos não pagarem a derrama. Aliás, Paços de Ferreira fez esse acordo com o Ikea: foi a derrama, foi a eletricidade, deram-lhes um terreno para eles construírem a fábrica. Portanto, nós temos imensas zonas onde também o podemos fazer. Cada uma das empresas que queira vir investir terá um conjunto de soluções ou de vantagens, e mediante as vantagens, nós podemos oferecer soluções. Isto para as novas empresas como para as já existentes, podem ir ao gabinete de apoio às empresas e ver como nós os podemos ajudar a criarem mais postos de trabalho, como é que nós os podemos ajudar a crescer. Mediante aquilo que nos propuserem nós vamos ajudá-los. Por exemplo, é preciso fazer uma obra na Câmara: eu posso privilegiar uma empresa que tem contrato e sede em Gondomar, que tem trabalhadores de Gondomar. Por que não? Há que rever os processos de contratação, para que eles sejam transparentes e mais justos. O que é que propõe para a população envelhecida que referenciou? Acha que essa população é menos bem tratada? O que faria diferente? Acho que sim. Será necessário estar mais próxima dessa população. Por exemplo, neste concelho – que é muito grande –, nós temos uma extensão de terra muito cumprida e não temos uma proximidade de ambulâncias de emergência tão rápida como deveríamos. E estou a imaginar os idosos, criar uma forma de os poder apoiar e perceber as pessoas que estão isoladas, ou que estão mais distantes, ou que sejam mais de risco, ou que morem sozinhas, e contactá-las, ir ver como é que elas estão, o que é que elas precisam. Ter aqui quase como que uma bengala em que elas se possam apoiar. Os nossos centros de saú-
de também não estão tão próximos de toda a gente: por que não fazer domicílios ou fazer mais domicílios? Sei que há alguns, mas não há muitos! O ir buscar as pessoas e trazê-las, ter mais lares onde as pessoas possam estar – permanentemente ou temporariamente, de acordo com a vontade delas e com as suas necessidades. Alguns têm necessidades permanentes e outros não. Nós temos que os apoiar e estar mais próximos delas. Há idosos que com 80 anos podem estar ótimos e, outros, com 75 anos já não estão. É preciso, também, que as juntas de freguesia – com, obviamente, uma auditoria ou uma supervisão – possam ter algumas competências que nós vejamos que ajudam, porque estão mais próximas. Nada disso é feito neste momento? Não direi que nada seja feito, agora se é feito suficientemente ou que se pode fazer mais… A ideia é essa: poder fazer-se mais, é fazer mais, olhando àquilo que eu vejo nos anos em que moro neste concelho. Tenho uma outra visão, porque saí e vi outras realidades, vi outros países, vi outras formas de fazer as coisas. Portanto, a ideia é um bocadinho essa. Se há sítios que fazem melhor, por que é que nós não podemos fazer melhor? Por que é que não podemos começar pela freguesia da Lomba e vir de lá para cá e fazer um concelho de Gondomar melhor? E ir por aí fora pelo outros concelhos e fazer um Portugal melhor? Outra questão que no seu entender seja muito premente, no dia em que chegar à Câmara? A mobilidade, o investimento, trazer famílias para Gondomar, trazer pessoas que fiquem em Gondomar, porque, na realidade e conforme reza a lenda, quando eu era miúda, as pessoas que moravam em Gondomar faziam as coisas em Gondomar e aqui trabalhavam. Hoje em dia, a maioria das pessoas dorme em Gondomar, mas depois sai de Gondomar, porque não têm alternativas de sítios onde estar, porque o nosso comércio é parco. Por exemplo, nós temos uma cobertura da zona ribeirinha do Douro que podia ser muito melhor aproveitada, mesmo os passadiços estão cheios de ervas, o que se torna perigoso. Há tanta coisa que podemos fazer mais. Nós temos um concelho muito bonito que podia atrair turismo, podia deixar com que as pessoas ficassem cá dentro e os Gondomarenses não têm orgulho em ser Gondomarenses. A tendência é: eu vou dormir a Gondomar. O que é importante é que as pessoas passem a dizer: eu moro em Gondomar, eu vivo em Gondomar e tenho orgulho em ser de Gondomar. Hoje em dia, isso não acontece. O que é que é um bom resultado para si, no dia 26? Ora bem, vou dar a mesma resposta que dei numa outra entrevista. Se fosse política, eu teria a capacidade de saber o que é “um bom resultado”. Não sendo, eu vou dizer que, para mim, é um bom resultado se conseguir que as pessoas vão votar, mesmo que não votem em mim e que façam uma mudança. Que consigam criar uma disfunção entre os últimos 8 anos, que nós tivemos, e o futuro. Antes de ser candidata, eu sou munícipe e não gosto de ver as ruas
Deixe-me fazer a pergunta ao contrário, para ver se não foge à questão: com que ambição parte para esta corrida eleitoral? De ter a possibilidade de mudar alguma coisa.
É triste e faz-me confusão quando se chega ao fim das eleições e vejo uma abstenção de 40 a 50%, porque as pessoas que foram eleitas foram-no com metade dos portugueses. E isto não é uma eleição! É importante que todos nós tenhamos a consciência que o estado do nosso concelho, o estado das nossas freguesias, o estado do nosso país começa em nós, no nosso dever cívico. E, depois, em cada um de nós fazer a mudança, saindo da sua zona de conforto. Nunca ganhei um cêntimo com a política, nunca me quis meter nisso, mas há um momento em que nós temos que dizer assim: se eu não me meter, e se mais ninguém se meter, nós vamos continuar a ter mais do mesmo. Portanto, não queremos.
Depreendo, pelo que diz, que o que interessa é que as pessoas votem, mesmo que não seja em si. Verdade? Não. É importante que votem em mim. Votar em mim significa perceberem que nós – que não temos um percurso político, que vimos de outras áreas e que temos outras visões e outras formas de gerir – também podemos fazer uma diferença muito grande comparativamente com as pessoas que estiveram a fazer aquilo. Isto é um bocadinho a questão de “duas cabeças pensam melhor do que uma”. E alguém que vem de novo, que não estava aqui na gestão camarária, vê as coisas de uma forma diferente. Traz uma visão diferente. Portanto, é importante votar em mim. Mas, acima de tudo, é importante votar!
Para terminar, uma mensagem que queira deixar às pessoas, convencendo-as a votar em si no dia 26… A mensagem é que dêem uma oportunidade a quem tem visões diferentes, que vem dum mundo totalmente diferente e que gerir um concelho, gerir uma freguesia, é o mesmo que gerir uma empresa. Quem não foi talhado para gerir ou quem não se preparou para isso, ou quem não o fez uma vida inteira, não o fará tão bem feito como quem estudou e trabalhou nisso a vida toda. Portanto, votem numa mudança, votem numa pessoa que não tem “vícios” e que tem uma visão diferente, que vai trazer uma coisa nova e uma forma diferente de ver a vida. ■
todas sujas, nem esburacadas, nem o estado em que as coisas estão. Foi para isso que eu sai do meu sofá e da minha vida, que estava ótima. Portanto, se não for eu a ser eleita presidente da Câmara, pelo menos um bom resultado para mim é que as pessoas mudem alguma coisa. Que permitam que haja pessoas que entrem e que possam fazer a mudança, ou possam contribuir para que haja uma mudança.
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POLÍTICA
Aprovado Programa CED para controlar as colónias de gatos no concelho A Câmara Municipal de Gondomar aprovou, no dia 16 de setembro, a implementação do Programa CED (Capturar, Esterilizar, Devolver) nas cerca de 40 colónias de gatos identificadas no concelho de Gondomar. A existência de um elevado número de gatos errantes não esterilizados em várias zonas do concelho, além de prejudicial ao seu próprio bem-estar, pode causar distúrbios no espaço público, associados à sua elevada reprodução, como problemas ligados a ruídos e odores. Assim, o Programa CED tem como objetivo controlar e reduzir o número de gatos errantes assilvestrados e os focos de insalubridade no concelho, garantindo um maior controlo sanitário das populações felinas e contribuindo para um maior sentimento de segurança pública. Para a implementação e gestão do Programa CED, o Município de Gondomar
formalizou um protocolo de colaboração com duas associações zoófilas - a Associação Animais de Rua, com atuação nas freguesias de Baguim do Monte, Rio Tinto, Lomba, União de Freguesias de Foz do Sousa e Covelo e União de Freguesias de Medas e Melres, enquanto a Associação Causas de Caudas, ficará responsável pela gestão do plano da colónia na União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova e União de freguesias de Gondomar, Valbom e Jovim. O Protocolo visa um propósito: controlar e reduzir o número de gatos nas ruas, evitando assim a proliferação de pragas e garantindo a segurança e bem-estar destes animais. Nesta que foi última reunião do atual mandato, foi aprovada a atribuição de um apoio financeiro às duas associações, num total de 40 mil euros. O processo é simples: “captura-se” os gatos na via pública, para serem esterilizados e identificados e, depois de cicatrizados, serão devolvidos ao sítio onde foram “capturados”. A Câmara Municipal de Gondomar acre-
Areosa: Alteração no acesso à rua Heróis da Pátria No seguimento do período piloto implementado na envolvente do Mercado da Areosa, passou a ser possível a partir do dia 21 de setembro, aceder à Rua Heróis da Pátria pela viragem à esquerda no cruzamento com a Estrada da Circunvalação, deixando de ser necessário contornar a rotunda situada no final do Avenida Fernão de Magalhães. A possibilidade de virar à esquerda no cruzamento entre a Estrada da Circunvalação, no sentido de Gondomar, e a
Rua Heróis da Pátria estava, até hoje, apenas disponível para o transporte público - via exclusiva para BUS - porém, a partir de agora, passa a estar também disponível para o trânsito regular. Esta alteração veio a verificar-se especialmente necessária com o arranque do ano letivo, uma vez que a obrigatoriedade de contornar a rotunda no final da Avenida Fernão de Magalhães provocava inúmeros constrangimentos ao trânsito. ■
dita que este será um método eficaz na gestão da população de gatos errantes e que contribuirá para a redução dos problemas associados à sua reprodução, ao ruído e odores e aos focos de insalubridade. Os animais capturados beneficiarão de cuidados de saúde e alimentação adequados, bem como serão identificados eletronicamente, esterilizados e desparasitados, entre outras medidas profiláticas consideradas necessárias, decorrente de avaliação efetuada pelo Gabinete de Proteção Animal Municipal
em estreita colaboração com os gestores das colónias. Esta medida, além de servir como método contracetivo, tem também uma componente hormonal importante, uma vez que os gatos - quando não estão esterilizados - têm todas as hormonas em funcionamento e, por isso, envolvem-se em lutas e ferem-se bastante. Estando castrados, reduzem, por um lado, esse comportamento mais agressivo e, por outro, a propagação de doenças entre eles, que muitas vezes são transmitidas pelas feridas e arranhadelas. ■ PUB
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AUTÁRQUICAS 2021
Nuno Santos: “As propostas eram todas do PS, as outras propostas dos outros partidos eram ignoradas e para mim isso não é política”
Texto e Fotos: Gabriela Monroy
Quem é o Nuno Santos? É um gondomarense como qualquer outro, é um gondomarense preocupado com a sua família, preocupado com os seus amigos, com os seus vizinhos, com a comunidade e as suas causas sociais e acima de tudo preocupado com o concelho. Quem me conhece sabe que há muitos anos que me dedico à causa de proteção animal, sou até mais conhecido por causa disso. Tento dar um bocadinho do meu tempo e tento sempre fazer a diferença. Todos deviam fazer isso, tentar mudar para melhor a realidade que está à nossa volta. Não deveríamos viver numa bolha, porque tudo o que fazemos tem impacto nos outros. Eu tenho um lema, que passa por ir para a cama de consciência tranquila, mas ainda há muito a fazer portanto não tenho ido. Mas com aquilo que me deparo no meu dia a dia, tento fazer o que posso para dar o meu contributo e ajudar. Como surgiu esta vontade de ser candidato pelo PAN? Eu fiz parte da CDU nos últimos 4 anos, mais pelas pessoas e a confiança que tinha com elas, porque não me identifico com o Partido, muito honestamente. No entanto, o convite foi feito por causo do meu trabalho com os animais e desde que, estive com eles em Santo Tirso, é que surgiu essa hipótese de me juntar ao partido, porque o PAN é o partido com que mais me identifico. E como essa área animal é a que tenho mais desenvoltura e conhecimento, foi feito esse convite, assim considerei que poderia fazer mais pelos animais estando envolvido na política. Infelizmente, as pessoas esquecem-se que tudo o que envolve a nossa sociedade é decidido a nível politico. Faz falta o PAN aqui em Gondomar.
Como é que analisa o panorama social e económico de Gondomar? É verdade que a Covid-19 veio alterar muita coisa e prejudicou gravemente a situação sócio-económica do concelho, que só por si já era bastante complicada. Nós temos um índice sócio-económico muito baixo em relação a outros concelhos. A nossa população tem um rendimento muito inferior. Obviamente que é uma situação alheia, mas o governo e a autarquia tem que apresentar soluções. No entanto, consigo compreender que são questões que muitas vezes estão fora do nosso controlo. Agora essa questão é complicada porque sem dúvida que veio diminuir a qualidade de vida dos gondomarenses. Falta também muito acesso ao lazer e à cultura. Claro que nós conseguimos compreender isso porque não temos a mesma atractividade que outros concelhos têm, como por exemplo a Maia, e até mesmo Valongo, obviamente que nós não nos podemos comparar a um Porto ou a Matosinhos, porque são zonas com altos níveis de turismo. No entanto, considera que Gondomar tem potencial para o turismo? Acho que tem um potencial natural e humano muito grande. Quanto ao potencial natural, falta dinamizar essa área no concelho. Com dinamizar refiro-me a proteger a natureza. Criar grupos de pessoas para trabalhar com o intuito de protegê-la, para que possamos também usufruir dela. Assim é necessário respeitá-la e valorizá-la. Já o potencial humano é extraordinário. Nós vivemos num concelho, que como sabe, tem muitos bairros sociais e vemos jovens com grandes capacidades que muitos vezes não conseguem mais porque acham que não têm essa capacidade ou potencial. Temos de começar a potencializar mais as pessoas. Não só temos uma
força de trabalho extraordinária como temos gondomarenses com capacidade, inteligência e potencial para muito mais. E como analisa os últimos anos do atual executivo camarário ? Houve obras que foram feitas que foram importantes e outras, que para mim não foram tão importantes. Acho que faltou de facto uma aposta na habitação, no emprego e nos transportes públicos. Existe uma grande diferença entre as freguesias do nosso concelho e uma grande disparidade da própria qualidade de vida e do próprio acesso ao emprego, habitação e transportes de freguesia para freguesia. Rio Tinto é uma freguesia que não parece que pertence a Gondomar. Quanto mais para o interior do concelho vamos, maior é a disparidade. Temos freguesias como Medas e Melres que têm um potencial enorme, são zonas lindíssimas. Recentemente pessoas do grupo PAN levaram alguns cartazes nossos para lá, e não conheciam bem a zona e ficaram maravilhados. Acho que devíamos começar a atrair pessoas para o alto concelho, fixar pessoas lá, para não haver tanta sobrecarga no centro e em Rio Tinto. Isso só se consegue dando a essas freguesias condições para ter uma boa qualidade de vida, com emprego, habitação, transportes e saúde. Se continuarmos a retirar esse tipo de ferramentas nessas freguesias, é obvio que as pessoas vão passar para outras e nós não temos necessidade nenhuma de ser um concelho dormitório, nós podemos ser um concelho de referência, um concelho onde as pessoas queiram trazer para cá a sua família e habitar. Então, partilha da opinião que há freguesias mais valorizadas que outras? Sim, mas isso é obvio. Acho que as pessoas dentro dessas freguesias tem essa noção. Eu próprio vivo em São Pedro da Cova e vejo uma terra como a minha com potencial e com falta de imensa coisa. Estão agora a construir um Parque Urbano, mas é uma terra que precisava de outro tipo de dinâmica. E depois vemos freguesias que têm essa dinâmica e continuam a ter um investimento maior que outras freguesias. Para mim, obviamente, não faz sentido. Além dos últimos quatro anos, já são oito anos de autarquia. Nos últimos quatro anos, quem esteve envolvido politicamente falo por mim, mas acho que será a opinião de toda a oposição, como o PS teve maioria, não houve grande discussão pública, não houve discussão política. As propostas eram todas do PS, as outras propostas dos outros partidos eram ignoradas e para mim isso não é política. Na sua opinião é difícil ser oposição em gondomar? Neste momento é quase impossível. Eu vejo partidos agora da oposição a dizer que a oposição chegou, mas a oposição já existe há imenso tempo. Há anos que eu tenho reuniões na Câmara, há anos que luto, mesmo antes de estar envolvido com partidos, há anos que luto por exemplo pelos animais, ou seja, este trabalho já vem de muito tempo. Agora tem sido difícil obviamente, porque quando há um partido que tem o controlo total de votos, tudo o que seja propostas de outros, não são levadas a sério. Os gondomarenses votaram nos partidos que lá estavam, na altura e eram seis, e votaram nesses partidos porque se reviam neles. E nessa situação, a autarquia tem que defender todos os gondomarense, não é
só os que votaram no PS. Como nos últimos anos o PS tem controlado tudo o que é política, depois a oposição chega, faz uma proposta e mesmo que seja uma boa proposta não passa. Isso para mim não é política. Para mim a política, após as eleições, não obstando o nosso resultado, já falei com o grupo do PAN e tenho ideia de sentar-me com todos os outros partidos, e ver quais são os pontos ou ideias de interesse em comum que todos temos. Vamos ver como é que corre, nestas autárquicas teremos novos partidos e tenho ideia que iram ser mais renhidas, mas ao mesmo tempo, muito mais diversificadas. A diversidade na política é muito bom. As pessoas terão é mais dificuldade em decidir em quem votar. E também porque não teremos o partido do Major Valentim Loureiro e a dúvida que fica no ar é para onde esses votos irão. Caso seja eleito, quais são as três principais medidas que para si são urgentes? As pessoas associam o PAN muito às questões ambientas e isso também é um mito, porque mesmo ao nível da Assembleia da Republica, as últimas propostas que temos feito são sempre para as pessoas. Porque até o nosso próprio nome é Pessoas, Animais e Natureza. Achamos que falta a base, as pessoas não nos associam a essa vertente social. E neste momento, a nossa base prioritária são as pessoas porque nós sabemos que Gondomar está muito aquém daquilo que poderia ser, comparando a outros concelhos. O nosso foco será a criação de emprego, com empresas sustentáveis e isso pode ser feito atraindo empresas para o concelho. Temos zonas industriais no alto do concelho ou como em várias freguesias que estão vazias, em que não têm atividade nenhuma. Temos que tentar atrair empresas para Gondomar. Precisamos de habitação e a Câmara tem de ser reguladora, porque como sabemos o mercado imobiliário, neste momento, está um caos. Tínhamos um concelho em que as pessoas vinham para cá viver porque há uns anos conseguiam comprar casa e agora não conseguem. Existem algumas habitações sociais que podem ser vendidas diretamente às pessoas com preços mais baratos, mesmo o aluguer e devia de existir uma proposta forte nesse sentido, no alto do concelho, mais uma vez para dinamizar aquela parte. Também nos preocupa os transporte públicos, a Gondomarense tem ficado muito aquém daquilo que é a necessidade da população. Por isso, achamos que os transportes públicos deviam levar um investimento muito elevado para permitir à população, principalmente a do alto concelho, mais uma vez, conseguir ter acesso à saúde, quando precisarem de ir ao centro tratar de questões nas finanças, segurança social, seja o que for, até deslocarem-se para o trabalho. É essencial transportes públicos para todo o concelho. E o metro já devia estar em Gondomar há muitos anos. Já existe metro há 17, 18 anos e ainda não chegou a Gondomar. O metro de Fânzeres já podia ter sido alargado pelo menos até à zona da rotunda da avenida Mário Soares, ao lado da Galp. Logo aí, estaríamos mais posicionados no centro e por isso, achamos que já poderia ter sido feito o investimento realizado pela Câmara, em articulação com a Area Metropolitana do Porto e a própria Metro do
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AUTÁRQUICAS 2021 Porto. Acho que não houve um empenho por parte da Câmara, como poderia ter havido, principalmente porque o governo central é PS. Assim, a autarquia poderia ter pressionado o próprio governo para a realização deste investimentos. Sei que agora já estão a levantar estudos geotecnicos para estudar as zonas onde o mesmo vai passar, mas esse é um levantamento inicial, por isso, não acredito que venha tão cedo para Gondomar. Agora, o PAN será uma das forças políticas que vai pressionar para que o metro venha para Gondomar. Porque quando o metro foi para Rio Tinto, aquela zona envolvente tornou-se muito diferente daquilo que era antes. Mesmo a nível de emprego e habitação. Toda aquela zona ficou mais dinamizada e aqui em Gondomar, era igualmente muito importante a chegada do metro. Quanto ao ambiente, costumo dizer que nesta área não há hipóteses, sei que nós não sabemos tudo, mas obviamente que esta área eu domino. Assim, na área ambiental propriamente dita, para além da dinamização e preservação do nosso meio florestal em Gondomar, que é importante, temos também os rios. Os rios estão muito poluídos. Historicamente falando, os rios são as zonas onde normalmente a população se fixa e continua a ser assim, normalmente as pessoas tem mais tendência a fixar-se nestas zonas, temos o caso do rio Ferreira, do rio Sousa e do rio Douro. São rios que têm um potencial enorme na questão do próprio aproveitamento hídrico, estamos a falar de zonas que têm potencial turístico, mas também temos noção que o turismo acaba por atrair a questão do próprio prejuízo ambiental. Aqui o que queremos é um equilíbrio. É um equilíbrio entre o aproveitamento para a população e a proteção. Além deste ponto, sabemos que as ETARE's não têm ajudado nada nessa situação da preservação, dado que o trabalho delas está muito aquém daquilo que poderia ser. Obviamente que, não dá para controlar tudo, mas devíamos fazer mais. Aliás, isto deveria de ser uma questão Intermunicipal, entre os concelhos onde passam os rios, tais como Paredes, Paços de Ferreira, o Porto, entre outros… Defende então que deveria ser criado uma Associação ou Comissão Intermunicipal? Claro que sim. Deveríamos criar uma Comissão Ambiental direcionado para os meios hídricos. Muitas vezes nós sabemos que, a poluição que está nos rios, não é totalmente originada no concelho, por vezes, vem de trás. Para combater este problema, deveria ser criado uma parceria entre todos os municípios, para que entre todos, consigam controlar e fiscalizar este tipo de descargas. Isto tem que ser combatido, porque temos empresas quer continuam a deitar resíduos diretamente para os recursos hídricos do nosso concelho. Isto tem que ser tratado diretamente pela Câmara tem que haver taxas ou multas para as empresas que prejudicam o ambiente em Gondomar. Não deveria haver desculpas, porque deveríamos ter uma maior consciência ambiental. Quanto às restantes questões ambientais, tudo o que é Proteção Animal, está mais que visto. A nossa ideia para o concelho é uma ideia planeada para o futuro. O canil irá ser uma ferramenta muito importante, eu não sou contra a um canil grande Era isso que o ia questionar, o executivo aprovou a construção da CROAG
(Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia) em Covelo, já que é responsável de um Movimento Animal em Gondomar, qual é a sua opinião sobre o assunto? Sobre o assunto, recentemente, tivemos uma reunião com o vereador do ambiente. Na minha perspetiva o canil tem que ser um local que sirva, essencialmente a população e os animais do concelho, sem qualquer tipo de interesses privados. Tem que ser um local onde a população possa também interagir, onde se possa sentir bem e onde possa de facto haver essa reabilitação e proteção dos animais. Na altura, na reunião falaram de um Centro de Recolha, mas para mim deveria ser um Centro de Proteção e Reabilitação Animal, porque parece que estamos a recolher lixo e não deveria ser essa a atuação do CROAG. Logo para começar o CROAG nem se deveria de chamar assim, a conotação, do meu ponto de vista, é errada. Para além desta questão, quando o canil começar a funcionar, as pessoas tem que estar formadas, não só para poder lidar com os animais, como também para conseguir ter capacidade para socializá-los. Temos casos de animais de matilhas que têm personalidades muito especificas e não é qualquer pessoa que consegue manusear um animal destes ou até tratá-lo da melhor forma. Por isso, a Câmara ao investir no novo canil, tem também de investir em pessoal correto e formado. Como já referi, não sou contra um canil grande em Gondomar, porque dadas as necessidades do concelho, esta construção é justificável. Deveríamos ainda complementar o programa CED (Capturar, Esterilizar e Devolver) com parques de matilhas. Porque é fácil aplicar o CED com os gatos, mas nos cães é mais difícil, dado que há animais mais assustadiços e menos sociaiveis. Os parques de matilhas podem ser criados em zonas mais remotas, onde os animais estão fechados, mas num espaço muito grande, onde têm a sua privacidade e há pessoas que vão lá alimentá-los. Assim evitamos situações que muitas vezes são mais incomodativas para os animais, do que para as pessoas. Para não falar que estamos a protegê-los e a salvaguardá-los. Eu próprio sugeri à vereação responsável acrescentar no canil um ou dois parques de matilhas, para que eles consigam perceber como é que esse trabalho é realizado e, obviamente que poderão pedir ajuda às pessoas que, como eu, estão ligadas às associações do concelho… Ao fazer essas propostas, sente que é ouvido? Não! Nem é preciso terminar a pergunta (risos). De uma maneira geral, as associações ligadas à causa animal no concelho não são ouvidas. Mas é difícil gerir uma Associação ou um Movimento ligado à causa no concelho? É difícil por várias razões. Infelizmente, o nosso concelho não é o melhor concelho no que toca à questão animal. Depois também é difícil porque de facto sentimos que a autarquia não se envolve tanto, como deveria se envolver. Aqui, a autarquia deveria ser o elo de ligação. Conheço toda à gente que está ligada ao movimento associativo causa animal em Gondomar, dou-me bem como todos eles, seja os Animais da Quinta, da Vivanimal e de outros grupos daqui de Gondomar. Posso dizer que de facto tenho não só essa felicidade, como também essa qualidade de conseguir criar
este intercâmbio e de ter as portas abertas para onde vá. É difícil porque sentimos que não temos nem a valorização, nem o respeito que outras coletividades têm. As associações, normalmente são ajudadas, mas as de proteção animal, não. Não há fundos para as Associações de proteção animal. Uma das questões que até falei com o vereador foi, há a ideia de criar uma clinica dentro do canil, acho muito bem, um dos protocolos que poderia ser criado era de acordo com o número de animais que cada associação tem, -como é óbvio tudo devidamente protocolado- tinham a possibilidade de levá-los à clinica do canil e eram tratados. Assim, era menos uma despesa para as Associações de defesa animal. Em troca, as associações poderiam ajudar mais com a sensibilização e a reabilitação. Isto é um protocolo fácil de fazer. O canil ainda não está pronto, mas vamos ver o que ainda vai ser feito. Agora, as associações de defesa animal quer gostem ou não, são importantes para o nosso concelho. O nosso município está numa fase critica nesta vertente, há muitos animais na rua e esta situação tem que ser levada a sério por todos os gondomarenses, porque acabam por desencadear outros problemas. Os animais não nascem nas árvores, porque no dia que os animais nascerem nas arvores, se calhar há quem vá sugerir que se vá podar essas árvores. Como não nascem temos que começar a mudar o problema pela raiz. Se não o fizermos, o problema irá agravar-se. Para terminarmos a nossa entrevista, pergunto o porquê dos gondomarenses
terem que votar no PAN? Como força diferenciadora que o PAN sempre foi e que sempre vai continuar a ser, o PAN precisa de Gondomar e Gondomar precisa do PAN. Aquilo que quero principalmente é poder mudar a vida do concelho, das pessoas e dos não humanos. Poder de facto com o meu trabalho e com o trabalho do grupo do PAN, conseguir alavancar o concelho e criar melhores condições de vida para a população. Em relação àquilo que as pessoas podem esperar de mim, podem esperar aquilo que já conhecem, dedicação, trabalho, força e sempre uma grande seriedade e responsabilidade, porque isso faz parte da minha personalidade e não é por estar ou não envolvido na política que me vou vender, porque os meus ideais são e sempre serão inquebráveis. Alem disso, no grupo PAN temos uma equipa muito dinâmica e ativas no terreno em várias áreas sociais, não só na área animal, atenção, temos muitas pessoas ligadas a muitas causas sociais aqui no concelho. Por isso, no PAN nós não somos a elite, no PAN nós somos como vós, não nos achamos nem mais, nem menos, o que queremos de facto é levar os nossos ideais, a nossa postura para a política do concelho. Por isso, apelo ao voto dos gondomarenses. Votem! Espero que votem em mim e no PAN, porque a votar em nós, será sempre um voto útil, porque garantimos que, ao votar em nós, estaremos sempre lá na Câmara com o propósito de defender os interesses dos gondomarenses, tanto dos que votaram em nós, como daqueles que não votaram no nosso partido. ■
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CULTURA
No Silêncio dos Moinhos Na noite de 28 de agosto, tendo como cenário e som, a Fauna e Flora dos Moinhos de Jancido, Paulo Ferreira, realizador e fotógrafo gondomarense, apresentou o seu recente trabalho intitulado “No Silêncio dos Moinhos”. Uma obra que pretende retratar e enaltecer a Fauna e Flora local. O intuito é chamar a atenção para o que mais de valioso temos: a Natureza. Foram necessários dois anos para que, Paulo Ferreira visse um dos seus trabalhos mais especiais a ficar concluído. Um trabalho árduo, de longas horas, que colmatou num documentário de aproximadamente 40 minutos. A narração ficou à responsabilidade de Eduardo Rêgo. Quanto à banda sonora do documentário a autoria é de Miguel
Berkemeier, e no que concerne aos materiais de divulgação do documentário a responsabilidade das obras é de Marisa Silva. Miguel e Marisa marcaram presença na noite, sendo que para além do som da natureza, Miguel contemplou os presentes com um momento musical ao som do seu violino. Como anfitriões do evento, tivemos o grupo dos Rapazes de Jancido, que representados por António Gonçalves, aproveitaram o momento para enaltecer o trabalho realizado por Paulo Ferreira, durante estes dois anos: “O facto é que ele conseguiu ver o que nós, que andamos cá há tantos anos, nunca conseguimos ver. De facto, ele consegue ver além do que nós vemos. Ele ajudou-nos a ver coisas que antes, não víamos, ele chegou aqui e venceu. Venceu porque ele conseguiu mudar alguns estigmas que nós tínhamos relativamente à preservação deste espaço”. O Presidente da Autarquia, Marco Martins, foi um dos convidados da noite e, no seu discurso, fez questão de enaltecer o trabalho realizado pelos Rapazes de Jancido e por Paulo Ferreira, na questão da preservação e valorização do território dos Moinhos: “A minha palavra é apenas para felicitar pela obra que
fazem aqui. Há pouco já tive a oportunidade de referir e enaltecer, todo o trabalho que têm feito e que ajudou a colocar Foz do Sousa e Gondomar no mapa”. No seu discurso, Marco Martins, referiu o seguinte: “Uma palavra para Paulo Ferreira, porque já tive a oportunidade de ver um excerto do documentário e, apenas refiro que a única forma de descrever este trabalho é referindo que, isto está melhor do que o National Geogaphic, por isso, Paulo, Parabéns!’’. Sobre o documentário, o edil acrescentou ainda o seguinte: “A Câmara Municipal irá associar-se e vai apoiar este documentário para que mais uma vez levemos o que Gondomar e Foz do
Sousa tem de melhor e de facto, aqui, os Moinhos são uma grande referência”. Paulo Ferreira adiantou ainda na apresentação que é possível, que no futuro, o documentário passe na televisão e que provavelmente, irá candidatar-se a mais concursos internacionais, sempre com o objetivo de demonstrar o que a natureza tem de melhor e passar a mensagem de que devemos preservá-la e respeitá-la. O realizador aproveitou ainda o momento para presentear as mulheres dos Rapazes de Jancido que estavam presentes na cerimónia, com uma peça de ourivesaria. ■
Inauguração da exposição João Pedro Mésseder da Bienal de Arte lança livro na Casa da Vila de Fânzeres do Montezelo No final do mês passado foi inaugurada a exposição dos trabalhos selecionados pelo júri da 3ª Bienal de Arte da Vila de Fânzeres - Património - Fotografia. A inauguração contou com a presença do premiado, Luís Aguiar e Bruno Silva, fotógrafo convidado.
Esta exposição reúne um conjunto de trabalhos fotográficos, com uma abordagem impar do património. A exposição encontra-se patente, no Largo Júlio Dinis, em Fânzeres, até ao final do mês de outubro. A entrada é gratuita. ■
No dia 10 de setembro, pelas 21 horas, a Casa do Montezelo abriu as portas para receber o lançamento do livro "Estação dos Líquidos", de João Pedro Mésseder, vencedor do 30°. Prémio Nacional de Poesia da Vila de Fânzeres. O mesmo foi organizado pelo executivo da Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. A noite contou ainda com um momento musical proporcionado por Maria Castro e Bruno Leite, na voz e no piano, respetivamente. Cidália Santos contemplou os presentes com uma de declamação de poemas. O evento contou ainda com a presença e intervenção do editor Nunes Carneiro, da Elefante Editora, que reconheceu que “Tem sido um prazer em colaborar com a Junta de Freguesia no lançamento deste concurso” e enal-
teceu o trabalho do atual executivo na aposta cultural. Pedro Vieira, Presidente da União de Freguesias, sublinhou no seu discurso a importância deste Prémio para a União de Freguesias, em especial para a Vila de Fânzeres, dado que o concurso foi criado com o intuito de comemorar o 1.º ano da elevação de Fânzeres a Vila. Destacando, no entanto, que este Prémio tem merecido um cuidado especial, para que possa chegar a escritores já consagrados e a outros apaixonados por esta forma de escrita. Já o escritor não poupou os elogios no que concerne à qualidade de edição. O júri do concurso desta edição foi composto por Ana Cristina Vasconcelos Pereira Macedo, Paulo Moreira Lopes e Nunes Carneiro. ■
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AUTÁRQUICAS 2021
Rafael Corte Real: “O IMI é o segundo mais elevado do distrito”
Texto: Miguel Almeida Fotos: Gabriela Monroy
Quem é o Rafael Corte Real? Faz sentido dizer, em primeiro lugar, que sou nascido e criado Rio Tinto, Gondomar. Tenho 29 anos, sou licenciado em direito comercial pela universidade católica do Porto. Sou advogado desde 2018, com escritório próprio no centro de Rio Tinto. Sou alguém que viveu sempre aqui mas que foi fazendo vida noutros sítios. Eu estudei grande parte do tempo no Porto e isso também me permitiu perceber a perceção que existia sobre Gondomar de fora e ver outras realidades. Tenho algumas curiosidades no meu percurso: quando me dizem que é improvável alguém com 29 anos ser candidato a uma das melhores câmaras do país, eu costumo dizer que o meu percurso é todo ele improvável ou pelo menos com curiosidades. Por exemplo, eu estudei seis anos no ensino público e seis anos no ensino privado; no secundário, fiz um curso de desporto, quando era magro e jogava ténis e queria seguir esse caminho mas depois, à última da hora, tive uma professora de português que dizia que eu pensava muito bem, que escrevia muito bem e devia de pensar noutras coisas e acabei por ir para Direito. Portanto, o meu percurso é um percurso diversificado, tive bandas de rock, fundei um clube de futsal amador, fiz coisas muito diferentes ao longo do tempo. Eu acho que são 29 anos muito vividos, não quero com isto fazer-me muito mais velho do que sou, até porque a juventude e o carácter geracional da nossa candidatura é muito interessante e tem sido muito bem recebido. Sempre com residência aqui em Rio Tinto, a minha família é toda daqui à exceção da minha avó paterna, todo o resto da minha família é de Gondomar. Tivemos sempre negócios em Gondomar: uns correram melhores outros piores nos diferentes ramos da família. Neste seu percurso, como é que surgiu o
bichinho da política? Surge exatamente no 12.º ano, em que eu começo a ter outros interesses e em que decido ir para Direito. Esse é um ano importante para mim, pois foi um ano de transição e começo a olhar para a política e a querer participar desde cedo. Eu recordo que estive vários anos na JSD, no PSD do Porto – porque, na altura, era onde estudava – e ainda sou do tempo da SOP, embora tenha sido presidente do núcleo eleitoral. Recordo-me desse tempo, eu tinha 17 anos, quando fui a um evento do partido. Portanto, já era liberal em toda a linha, antes de haver o novo partido. Logo, estive no PSD a tentar fazer isso e depois percebi que a ala Liberal do PSD, nunca seria maioritária e quando vi a Iniciativa Liberal ao lado a fazer algo em que me revia completamente e acreditava totalmente decidi vir e larguei tudo. Esta história é interessante, pois eu vou para a Iniciativa Liberal e desligo do PSD uma semana antes das europeias de 2019, onde a Iniciativa Liberal não tinha ido a votos. Na altura, tinha dois mandatos a decorrer na JSD e larguei porque de facto acreditava, com pura convicção, e vim para cá porque quis ajudar. E disse-o na altura, não quis estar à espera para ver se a Iniciativa Liberal conseguia deputados, se garantia que não íamos eleger ninguém em 10 anos, mas passados dois meses estava a celebrar a eleição do João nas eleições legislativas. Queria participar no projeto e tem corrido lindamente. Posso dizer que tenho 12 anos de vida política ativa, embora tive um período de afastamento, e nunca tive tanto gozo como estes dois últimos dois anos na Iniciativa Liberal. É verdade que estou na comissão executiva do partido, na direção nacional, sou candidato autarca, mas não é só por isso, tudo o que esteve à volta desta caminhada e que valeu muito a pena. Como é que vê neste momento o concelho de Gondomar?
Nós quando temos que fazer o exercício de definir as prioridades políticas do nosso programa, nós decidimos fazer um diagnóstico ao concelho e perceber o que é que não estava a correr tão bem. Até ficamos surpreendidos, sobretudo agora na campanha, mas ainda antes disso, porque tínhamos a ideia que o partido socialista e o Marco Martins eram intocáveis e têm muito mais anticorpos do que nós pensávamos. É menos popular do que nós pensávamos. E começamos a perceber que realmente havia algumas coisas que não funcionavam e definimos as nossas prioridades políticas nesse sentido. Desde logo a questão da competividade e do desenvolvimento económico: tinha que estar na linha da frente do nosso programa porque este é o concelho, como já tivemos oportunidade de falar anteriormente, mais pobre dos concelhos limítrofes do Porto e do Grande Porto. Portanto, num concelho com estas caraterísticas – que ostenta este rótulo que não orgulha ninguém – tinha que ser prioridade e nós começamos a definir um conjunto de propostas e a olhar para bons exemplos. Nós temos procurado fazer, não temos a ambição de trazer tudo de novo. Esta parte da economia e desenvolvimento económico são prova disso. Por exemplo, queremos mudar o paradigma de passividade que a câmara tem tido relativamente ao investimento, parece que espera que caia do céu e adoto uma postura que nós chamamos de “postura ativa de investimento”, ter a câmara municipal a servir como intermediária entre aquilo que são os interesses e necessidades das empresas e do que Gondomar tem para nos oferecer, nós não estamos a falar em abstrato. Nós estamos a olhar para o que foi feito no Porto, em Braga, Vila Nova de Famalicão e noutros concelhos com muito sucesso, que conseguiram trazer para os seus municípios investimento, criação de emprego qualificado e é assim que se fixa gerações, que se aumenta os salários e se cria melhores condições de vida. Estamos focados nisso, como também em baixar os impostos, porque naquele diagnóstico feito também percebemos que a câmara municipal de Gondomar não devolve um cêntimo da taxa de participação, IRS… Se lhe fosse pedida uma análise dos últimos quatro anos do Município de Gondomar, o que é que diria? Eu diria que tem sido, assim a olho, um mandato centrado em algumas grandes obras, em alguns grandes projetos que é a imagem de marca deste executivo, descorando outras coisas. Nós não conseguimos compreender como é que se projeta uma rede de parques urbanos, orçamentada em pelo menos 25 milhões de euros. Mas agora há mais dois ou três: o Monte Crasto, Baguim do Monte e Medas, penso eu, que certamente será um investimento superior a 25 milhões de euros. E depois há casos como o do bairro do Mineiro, em S. Pedro da Cova, onde há uma praga de baratas há dois anos por resolver. Quando vou à urbanização das Areias e vejo o estado degradante daquelas habitações, pergunto-me: isto é o partido socialista? Eles dizem que são socialistas, imagina se não fossem! É curioso que se diz muitas vezes que a Iniciativa Liberal é o partido do estado mínimo, é o partido que não tem sensibilidade social, mas quando nos acusam disso nós dizemos o contrário. Em Gondomar é um bom exemplo: nós queremos que o investimento público seja pensado, seja estruturado desta forma, direcionando primeiro o dinheiro para onde ele é mais preciso, como investir na reabilitação da habitação social e só depois pensar em enterrar não sei quanto milhões na avenida Dr. Mário Soares ou numa rede de parque
urbanos. A grande pecha deste Município é a Habitação? Eu acho que sim, é um dos grandes falhanços deste município. Eu acho que o presidente Marco Martins devia de estar mais preocupado, em vez de querer cumprir o seu sonho de um central-parque por freguesia. Nós não somos contra os parques urbanos, agora temos prioridades e certamente a habitação social está à frente da jardinagem. Se for eleito a 26 de setembro quais são as suas duas primeiras medidas que irá tomar, caso ganhe as eleições? Depois peço-lhe, de uma forma mais estruturada, como seria a governação pela Iniciativa Liberal? Podemos fazer esse exercício, mas deixe-me dizer abertamente com toda a honestidade: nós temos consciência ao que vamos, nós temos consciência que a Iniciativa Liberal é a primeira vez que se apresenta em eleições autárquicas, nós temos consciência que as diferenças ao nível do orçamento são abissais. Não temos condições, ainda, e creio que no futuro vamos ter, para disputar a vitória na câmara. O que nós queremos é eleger um primeiro vereador liberal, eleger vários membros da assembleia municipal das assembleias municipais. Esse é o grande objetivo da candidatura: é ter uma entrada com força da Iniciativa Liberal no concelho e acreditamos nisso. Mas entrando na vertente programática, nós mesmo na oposição podemos fazer parte desse trabalho. Não estaremos a gerir o concelho mas estaremos a contribuir para a sua gestão e certamente enquanto vereador na Câmara Municipal de Gondomar faria um trabalho de levar as ideias do nosso programa para a câmara municipal e o próprio exercício da construção do programa tem sido uma lógica de trazer os princípios que têm orientado a Iniciativa Liberal a nível nacional, para a realidade autárquica. Por exemplo, os impostos municipais: claro que têm de ser uma questão aqui tratada pela Iniciativa Liberal quando, como dizia há pouco, não há um cêntimo que seja devolvido na taxa de participação do IRS. A câmara fica com os 5% que é consignado. Quando o IMI, nas freguesias urbanas, é o segundo mais elevado do distrito. Eu quero acreditar que a câmara municipal repensando o seu plano de investimento, a grande obra pública, tenha a capacidade para devolver esses 5% de IRS e que as pessoas possam com as suas escolhas estimular a economia. Baixar o IMI é uma das coisas que faremos, com toda a certeza, se entrar como vereador na câmara municipal. Agora há outras questões programáticas, outras prioridades que nós temos. A questão das águas, todos falam nela por algum motivo. O presidente Marco Martins anunciou recentemente um acordo que afinal é um princípio de acordo com iniciação em janeiro de 2022. É sempre para a frente. Teve oito anos para resolver este problema: sabemos que houve uma negociação em 2014, dessa renegociação feita pelo executivo, a própria reguladora das águas tem dito que é em complementos contratuais. Mas só agora aparece aí, em vésperas de eleições, que consegue baixar em 16%: vamos ver, ao certo, o que é que isso representa na fatura a partir de 2022. Temos de estar céticos perante isto. Mais: durante os dois mandatos, o presidente Marco Martins não teve influência política para trazer o metro para Gondomar. É em parte uma questão de peso político, falta de capacidade política de colocar Gondomar no centro das questões da mobilidade, na área metropolitana do Porto.
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Teria feito diferente? Eu teria, com certeza, feito diferente. Eu tenho consciência que o problema de base está em 2001 no contrato de concessão, mas houve oito anos para pensar, por exemplo, se há incumprimento contratual ou eventual recurso à via judicial contra as Águas de Gondomar SA. Houve tempo para estudar o alargamento da tarifa social. Houve tempo até para estudar – e isso recordo-me de ouvir o presidente Marco Martins dizer que era de legalidade duvidosa, o que é curioso, porque legalidade duvidosa é a ação das Águas de Gondomar. Lembro-me do presidente Marco Martins dizer que legalidade duvidosa é a câmara comparticipar ou entrar / injetar diretamente dinheiro para baixar a tarifa. Eu acho que isso seria um melhor investimento do que os 25 milhões de euros em parques urbanos. Só para dar um exemplo daquilo que poderia ter sido feito. Era preciso ter havido mais força da parte do executivo: dizem estar a negociar há dois anos e meio com as Águas. Podiam estar a renegociar há oito. Se calhar aquela primeira negociação devia ter tido outro resultado relativamente àquele que teve. Oito anos é muito tempo para conseguir, pelo menos, atenuar o problema das águas. Depois duas notas que gostaria de dar sobre a questão da mobilidade, transportes públicos e habitação social. Na mobilidade, como disse nós somos céticos, pois se em 8 anos o metro ainda não apareceu, vamos ver se ele aparece em 2025 como está projetado. Temos muitas dúvidas, infelizmente. No entanto, gostaríamos de ver a câmara municipal de Gondomar preocupada em aproximar-se do centro do concelho que não tem metro com outras soluções de mobilidade. Sabemos que o metro e o comboio estão em Rio Tinto e em Fânzeres. Acho que era importante repensarmos a linha rodoviária nesse sentido mas, também, gostamos de usar a mobilidade numa ótica de coesão territorial. Nós temos uma proposta no nosso programa que vai ser apresentado: a de criar uma linha de autocarro expresso, com ponto de origem no alto concelho, faria sentido na zona das Medas – perto da autoestrada – para levar aqueles 15 mil habitantes esquecidos, que valem muito pouco eleitoralmente, ao centro de Gondomar e a um terminal intermodal do Porto. Gostávamos também de cumprir, ou de fazer a câmara cumprir, o que prometeu em 2017: criar um serviço de transporte a pedido no alto concelho que, tanto quanto se sabe, não viu a luz do dia. Portanto, certamente como vereador liberal estaria nas reuniões da câmara a lembrar o executivo da proposta que fez em 2017 para o alto concelho e que devia de ser cumprida. Isso é coesão social, é aproximar as pessoas. Gostaríamos também de perceber o critério, ou de ter outro critério mais claro, na reabilitação das vias de comunicação que estejam na responsabilidade da câmara. Falamos há pouco que assistimos a um investimento brutal na avenida Dr. Mário Soares, na Conduta, gostaríamos de perceber se aquele dinheiro que está ali a ser metido não faria mais falta distribuído de outra forma. Em pensar no concelho como um todo. Eu penso que a mobilidade no concelho não tem sido pensada como um todo, por isso temos também propostas no nosso programa para isso. Por fim, a habitação social. Nós temos ido aos bairros sociais e a situação degradante em que se encontram é injustificável quando assistimos a grandes investimentos no concelho, ao mesmo tempo em que há pessoas que vivem sem condições mínimas de habitabilidade. Também gostaríamos de estar presentes na câmara municipal e na assem-
bleia municipal para dizermos “não”. Antes de investir 3.5 milhões ou 4 milhões num parque urbano vamos resolver os problemas da habitação social e garantir que todos os Gondomarenses vivem com os mínimos de dignidade. É o nosso projeto. A nossa visão para o investimento público, isto é uma mensagem importante da nossa candidatura, é uma visão de proximidade. Nós não somos contra o investimento, nós somos a favor do investimento que faz a diferença. Eu não tenho ambição, nem a Iniciativa Liberal tem, de colocar uma placa num parque ou numa rua a dizer que fui eu que fiz ou que remodelei. Ficaria muito contente de ser recordado como alguém que pôs as pessoas da urbanização das Areias a viver com dignidade, todas. Ou que conseguiu aproximar o alto concelho daquilo que é a realidade do centro de Gondomar e do centro do Porto. Isso é que é transformar a vida das pessoas e a nossa candidatura incide muito nisso. Mobilidade, ação social e ambiente são os três pontos mais importantes da sua candidatura? Não diria assim. Eu diria que as grandes prioridades da minha candidatura prendem-se com as questões da falta de competividade do concelho, com as propostas que já falei. É preciso criar condições para que as empresas se instalem aqui. Não é ficar à espera. Eu sei que o presidente Marco Martins trouxe agora, diz que trouxe, um investimento. Em 8 anos apareceu um investimento Holandês. Eu estou em crer que Gondomar tem um outdoor que diz: “Gondomar precisa de outro ritmo”, porque quando somos passivos de facto as coisas podem acontecer e calhou de acontecer aqui. Em 8 anos nunca houve uma estratégia. Não sei qual a participação da câmara para esse investimento, agora sei que houve um em 8 anos. E sei que o programa do partido socialista em 2017 dizia que uma das grandes prioridades, aliás acho que era a primeira medida do seu programa, era investir nas áreas empresariais e atrair empresas do setor tecnológico de impacto. Eu acho que a prioridade é, sem dúvida, a produtividade e o desenvolvimento económico e apoiar o comércio local. Nós, ao contrário do Marco Martins, não fomos entusiastas do confinamento, fomos cúmplices do governo de António Costa que quis fechar tudo por demasiado tempo, por vezes sem adotar um critério. É preciso apoiar o comércio local, é preciso isentá-los de algumas taxas que pagam anualmente, como taxas que pagam de publicidade de ocupação de espaço público, mais uma série de outras taxas. É preciso olhar para isso e para esta trapalhada que aconteceu com mais um contrato de concessão ruinoso do estacionamento, que toda a gente se tem queixado em isentar uma hora os consumidores para, por exemplo, fazerem as suas compras no comércio. É preciso haver aqui alguma ação local da câmara, para apoiar o comércio local, porque houve muita vontade em fechá-lo. Penso que os portugueses tem esta ideia de que o segundo confinamento foi um exagero. Eu recordo de ver a câmara municipal a publicitar que a polícia municipal andava a controlar se a sociedade estava a cumprir ou não as regras. Isso, connosco, não acontecia com toda a certeza. O nosso critério saiu da proporcionalidade. Se havia uma situação extrema e era preciso fechar, muito bem, mas não era fechar sem prazo, sem haver um compromisso com as pessoas, como de resto aconteceu a nível nacional com medidas que foram tomadas de um dia para o outro ou aprovadas numa quarta feira e postas em prática numa quinta ou sexta feira. E este executivo esteve sempre
ao lado disso e fechou o comércio, fechou as feiras, fechou tudo. Nós, certamente, não teríamos feito esse processo da forma acrítica como foi feito. Portanto, sem dúvida, competividade e desenvolvimento económico. Águas, porque não há forma de evitar o problema que é gravíssimo. Somos a quarta ou quinta autarquia com a fatura mais elevada. Defendi aqui há pouco um conjunto de soluções transitórias: acho que o problema é não se saber o que vamos fazer até 2031. Temos que no espaço de 10 anos encontrar medidas que impliquem, obviamente, alguma disponibilidade orçamental, mas é preciso fazer as coisas. Um orçamento, seja do Estado seja da câmara, é sempre um exercício político de escolhas e de prioridades. Há quem queira meter 25 ou 30 milhões de euros em seis ou sete parques urbanos, ou não sei quantos mais, e há quem queira olhar para estas questões da competividade, habitação social, das águas, da mobilidade: essas, sim, são as nossas bandeiras. Para terminar, peço uma mensagem a quem no dia 26 vai às urnas, colocar o seu voto. O fenómeno que nós queremos criar aqui é idêntico ao que temos criado no país. Ao contrário de outros, nós costumamos dizer que não seguimos atalhos, queremos fazer as coisas bem-feitas. Mas também podíamos ter feito, como outros, de irmos a todas as juntas e buscar candidatos a Gaia, ao Porto, e não sei onde, e fazer candidaturas às três pancadas. Não somos assim: queremos fazer as coisas com tempo, sustentado, e vamos onde temos condições para ir e
para ir bem. Com a diferença que tem feito, um deputado único liberal no Parlamento, tenho a certeza que nas próximas eleições seremos mais, porque vai haver esse reconhecimento do mérito e do trabalho. Estamos capazes de trazer essa dinâmica para a câmara municipal de Gondomar. Acho que somos o partido claramente de ideias que não anda atrás de um rosto messiânico, que não vai com os “améns” que cantam: vem com um conjunto de ideias, vem com um estilo de intervenção diferente, com seriedade, com uma mensagem credível. Acho que as pessoas devem votar Iniciativa Liberal em Gondomar, é a minha convicção, porque as pessoas já perceberam que a coligação PSD/CDS não lhes serve de nada, não é alternativa. Acho que, nem a própria coligação PSD/CDS acredita que é alternativa ou sequer sonha em virar a câmara. Penso que é evidente até na escolha do candidato. O Jorge Ascensão não é um candidato que mobilize e nós temos ouvido isso na rua: é uma pessoa simpática, mas que não tem capacidade política para virar a câmara. Eu acho que esta é uma oportunidade única desse eleitorado, do eleitorado chamado “espaço não socialista”, em dar a oportunidade a um partido que tem criado impacto a nível nacional e tem trazido para a agenda temas que, de outra forma, não teriam sido trazidos. Como, por exemplo, as questões da TAP e da taxa única de IRS. Nós queremos fazer isso em Gondomar, com a força das ideias e, com elas, marcar a diferença. Esta é a eleição ideal para refrescar esse órgão, e os outros, e dar força a uma nova força política jovem com ideias, que vem pelas boas razões. ■
46 VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
CULTURA
Fânzeres e São Pedro da Cova comemora sétima arte com Festival de Curtas Metragens No dia 18 de setembro, pelas 21h, decorreu no auditório da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, a cerimónia de entrega de prémios da sexta edição do concurso de Curtas Metragens de Fânzeres e São Pedro da Cova. No fim da noite, foi a portuense Carolina Neves, que levou o prémio de vencedor para casa, com a curta metragem Alvorada.
curtas provenientes de países como Espanha, França, Angola, Inglaterra e Brasil. O executivo decidiu ainda realizar uma homenagem, pela sua carreira internacional, ao realizador gondomarense, Paulo Ferreira. Assim, a plateia presente foi contemplada com a visualização das curtas metragens Hope, Lockdown e Terra dos Homens. Sobre o concurso, o membro do executivo da Junta de Freguesia e organizador do evento, Pedro Barbosa, refere o seguinte: “O concurso tem vindo a crescer de ano para ano, o que se nota pela quantidade de inscrições nacionais e inter-
nacionais que temos vindo a receber. Pretendemos que seja um concurso de referência nesta área e que a população desta União de Freguesias participe, o que tem vindo a acontecer”. Sobre o prémio, a jovem vencedora refere o seguinte: “Sinto-me muito sensibilizada e feliz pela distinção que tive no Concurso de Curtas-metragens de Fânzeres e São Pedro da Cova. Iniciativas como esta são muito importantes para jovens realizadores darem a conhecer o seu trabalho. Agradeço o caloroso acolhimento, em particular ao Pedro Barbosa e à sua tenacidade na organização do con-
curso que já vai na sexta edição. Este prémio deu-me ânimo e confiança para continuar a trabalhar mais e melhor, com expectativa de voltar para o ano com um novo projecto!" Gustavo dos Santos e Catarina Nascimento, receberam uma menção honrosa com as curtas “Capacetes” e “Blue 52”, respetivamente. O júri da iniciativa foi composto pelo jornalista, Pedro Ferreira, o realizador e fotografo, Paulo Ferreira e Flávio Pires, produtor e realizador. O evento teve o patrocínio de Rui Castro Team. ■
Este ano, o concurso organizado pela Junta da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova contou com, aproximadamente, uma centena de participações provenientes de vários pontos do país. Este concurso ao longo das suas seis edições, tem vindo a ganhar o respeito e reconhecimento dos apaixonados pela sétima arte, conta agora com participação internacional de várias
Viva Prevenido Catarina Gonçalves Optometrista da Opticália
UMA EM CADA CINCO CRIANÇAS TÊM PROBLEMAS DE VISÃO QUE AFETAM O RENDIMENTO ESCOLAR A Organização Mundial de saúde (OMS) estima que 7,5 milhões de crianças em idade escolar tenham algum tipo de deficiência visual, no entanto só 25% delas apresentam sintomas. O sistema visual evolui, desde o nascimento até sensivelmente aos 12 anos de idade, período durante o qual, o olho cresce e se desenvolve em função de estímulos visuais (luz e formas). Caso o olho seja privado desses estímulos durante o seu desenvolvimento, a visão estaciona ou regride, podendo apresentar baixa visão - ambliopia. As causas da privação desse estímulo podem dever-se a erros refrativos não corrigidos, como a miopia, hipermetropia, astigmatismo, assim como a anisometropia ou problemas binoculares. Verificamos que, nas atividades escolares, as crianças passam a maior parte do tempo a praticar atividades ao perto. É necessário, portanto, terem uma boa visão de perto e uma boa percepção para lerem mais rapidamente e com-
preenderem o que leem. Quando há problemas no processamento da informação visual, as crianças, efetivamente, precisam de um maior esforço de concentração, que se traduz em falta de atenção e de motivação para a leitura e escrita. A longo prazo, estes problemas podem levar ao insucesso escolar, pelo que deve ser o educador (pais ou professor) a estar atento. A lentidão ou rejeição das tarefas que exigem esforço visual, o fechar ou tapar um dos olhos, apresenta letras tortas e grandes para a idade, os erros a copiar do quadro são sinais de alerta. As dores de cabeça, náuseas, olhos vermelhos, inchados ou lacrimejantes, estrabismo (olhos desviados para o nariz ou para fora) e fotofobia (dificuldade em suportar a luz) são sintomas que não devem ser ignorados. Os rastreios visuais na infância, pelo menos, a partir dos 3/4 anos, têm elevada importância, pois através destes conseguem-se detetar os problemas oculares e a deteção precoce é fundamental para o tratamento antes de virem a arrastar consigo outros mais vastos. Para promover a saúde visual, os pais e educadores devem providenciar boa iluminação, cadeira e secretária adequadas para tarefas de leitura, corrigindo posições erradas (como ler deitado de barriga para baixo) e certificarem-se de que a distância de leitura é de 30 a 40 centímetros. No computador os olhos devem estar a um nível superior (15 a 20º) do centro do monitor e a distância da televisão deve ser cinco vezes a largura do ecrã.
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50 VIVACIDADE | SETEMBRO 2021
CULTURA
100 anos da Companhia das Minas de São Pedro da Cova Em honra aos 100 anos da Companhia das Minas de São Pedro da Cova, o Museu Mineiro organizou a exposição temporária “100 Anos da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova”, que foi inaugurada no local, no dia 11 de setembro, pelas 18h. A história desta Companhia Mineira remonta-nos ao ano de 1921, quando a Empresa das Minas de Carvão de São Pedro da Cova passou a ser designada de Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, com nova administração e com novos estatutos. Para além disso, foram realizadas inovações e melhoramentos, dos quais se evidencia um dos símbolos da história mineira de São Pedro da Cova, o Cavalete do Poço de São Vicente, classificado desde 19 de março de 2010, como Monumento de Interesse Público. Para os responsáveis, a realização
desta exposição só foi possível graças à vontade de algumas personalidades ligadas ao assunto, bem como através de documentos cedidos: “Cedência de documentos importantes e fotografias do arquivo pessoal de Serafim Gesta “Mazola”, conversas com Dr. Luís Megre, a cedência de documentos do arquivo da CIDMON (empresa herdeira da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova) e finalmente, o apoio incondicional da professora Idalina Ferreira, que utilizando a sua sabedoria, ponderação e poder de síntese concebeu os conteúdos da exposição”. No discurso de inauguração, Pedro Miguel Vieira, Presidente da União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova, convidou toda a população a visitar a exposição que enfatiza a riqueza patrimonial, a identidade e tradições mineiras, que são importantes para perpetuar a memória da identidade desta freguesia. Ainda sobre o assunto, Pedro explica que já no ano transato, o Museu comemorou os 100 anos do Bairro Mineiro e este ano é a vez da Companhia das Minas, sobre o assunto, o autarca acrescenta o seguinte: É importante relembrar o papel da Companhia na freguesia de São Pedro da Cova, não só na exploração
do carvão, como também na construção de vários equipamentos e que passados 100 anos ainda continuam de pé, como o Museu Mineiro. No entanto, é necessário relembrar a urgência em recuperar os equipamentos que estão muito degradados, como o Cavalete”. Sobre a exposição, Micaela Santos, responsável do Museu Mineiro referiu o seguinte: “Através das exposições temporárias, o Museu Mineiro de São Pedro da Cova, desenvolve de forma mais pormenorizada conteúdos menos trabalhados na exposição permanente. Assim, o tema escolhido para a exposição temporária, agora patente no Mu-
seu Mineiro, foi a empresa que desde 1921 explorou o carvão em São Pedro da Cova: Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova. Através da mesma tencionamos mostrar o impacto que esta teve em termos socioeconómicos e culturais, mas também com a implementação de serviços de apoio à população mineira. A mesma recorre ainda à literatura para transcrever este "mundo" único da exploração mineira.” A iniciativa contou ainda com uma visita guiada à exposição, orientada pela professora Idalina Ferreira. A mesma encontra-se patente até ao dia 12 de março de 2022. A entrada é gratuita. ■
Banda de São Pedro da Cova apresenta nova sede No dia 11 de setembro, a Banda Musical de São Pedro da Cova apresentou o novo projeto de construção para a nova sede, à população. Recorde-se que a Banda Musical já comemorou os 120 anos de vida. Ao VivaCidade, Helder Magalhães, Presidente da Associação confidenciou que nos últimos três anos, a Banda Musical tem sentido um “Crescimento exponencial, fruto de uma dinâmica voltada para o exterior com o espírito de servir a comunidade e o concelho, fator relevante que levou ao aumento do número de associados, músicos executantes, alunos e professores, deixando por consequência a descoberto uma das suas maiores fragilidades, como a falta de um espaço adequado para desenvolver a sua atividade”. Assim, o responsável explica que, com este aumento, os 25m2 da atual sede no Rés do Chão da casa da Juventude já não são suficientes para realizar os ensaios, bem como as aulas de formação. Posto isto, a atual sede é apenas utilizada para a realização de ensaios ou au-
las de formação, constando ainda que graças ao apoio da Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, os ensaios são realizados no auditório da Junta, em casos mais específicos, como por exemplo a gravação do CD da Banda ou da participação no projeto da cantora Cláudia Pascoal, a Câmara Municipal cede o Auditório Municipal ou o Salão de Ouro, situado no Multiusos. Perante esta lacuna, os responsáveis da associação tudo fizeram para resolver a situação que reunisse todas as características necessárias. No entanto, a direção constatou que na Freguesia de São Pedro da Cova, “Não existia essa resposta, iniciando-se assim o projeto da construção de um novo espaço”. Helder levantou um pouco da cortina ao nosso jornal e explicou o projeto: “A nova sede da Banda Musical de São Pedro da Cova contará com um auditório capaz de albergar aproximadamente, 120 lugares, contemplando também uma escola de formação musical, entre outros espaços com funcionalidade multicultural ao serviço da freguesia e do concelho”. “Este é um projeto necessário que vem dignificar uma instituição com 121 anos, mas é ao mesmo tempo bastante ambicioso, sendo a sua execução possível através da união de esforços entre a Banda, população, Junta de Freguesia e essencialmente a Câmara Municipal
de Gondomar. Esperamos que este projeto seja em breve uma realidade. Até lá continuaremos a trabalhar afincadamente na formação cultural e representativa da comunidade a quem muito agradecemos o apoio prestado”, explica o Presidente. Sobre o assunto, Pedro Miguel Vieira, Presidente da Junta de Freguesia, refere o seguinte: “Uma decisão de grande coragem por parte da Banda Musical de São Pedro da Cova, que vai honrar
a sua história de 120 anos, mas fundamentalmente vai projetar mais e melhores projetos para o seu futuro e também para a Freguesia, onde vai nascer um edifício ao serviço da cultura em São Pedro da Cova.” O projeto tem a assinatura do arquiteto Mário Marques e será realizado num terreno cedido pela Câmara Municipal de Gondomar, que se encontra situado junto do edifício da Junta de Freguesia e da Igreja Matriz de São Pedro da Cova. ■
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DESPORTO
Diogo Narciso conquista Prata no Campeonato Europeu de Pista O jovem atleta gondomarense de 19 anos, conquistou a medalha de prata no Campeonato Europeu de Pista pela seleção portuguesa. Agora, a ambição do jovem é os jogos olímpicos e garante que vai lutar por isso. Apesar de ter descoberto que o ciclismo era a sua paixão, Diogo já foi atleta de futsal, no entanto inspirado no pai e no tio, que andava, de bicicleta com os amigos, ficou com o ‘bichinho’ de experimentar a modalidade. Foi nesse momento que começou a dar os primeiros passos naquela modalidade que seria o seu futuro. “Na altura entrei por diversão, conforme os anos foram passando, comecei a levar as coisas mais a sério e comecei a aplicar-me mais. No Secundário foi difícil conciliar os estudos com os treinos, porque treinava à noite e tinha de ir de metro para casa. Hoje em dia tenho bons resultados e vou continuar a acreditar para fazer ainda melhor”, explica o atleta. Diogo Narciso iniciou a sua carreira na modalidade do ciclismo com 13 anos. A casa que na altura acolheu o jovem atleta foi o FC Ramalde, clube sediado em Gondomar. Após dois anos nesta casa, partiu em direção à equipa da Trofa quando subiu de escalão para cadetes. Passado dois anos, foi para a Maia, depois, no último ano de júnior, surgiu a oportunidade de pedalar pela equipa da Bairrada. Atualmente, o atleta veste a camisola da Sicasal. Sobre a corrida, refere o seguinte: “Na corrida optei por uma estratégia mais defensiva no início, porque eram 160 voltas. Depois, nas últimas 100 voltas, para tentar dar a volta e ganhar os 20 pontos de bónus, mantive ao máximo a minha velocidade”, sobre o prémio acrescenta, “Ao levar
a medalha de prata dos europeus para casa foi uma sensação difícil de explicar, mas muito boa. Este ano não correu da melhor maneira, mas preparei-me para o Campeonato da Europa de Pista e, juntamente com o meu treinador e a seleção, felizmente conseguimos trazer cinco medalhas para casa, o que foi espectacular”. Segundo o jovem, a sua maior motivação é os resultados, mas também o companheirismo e a amizade que cria nas competições, principalmente com
pessoas de diferentes culturas. Apesar de ter conquistado este Campeonato Europeu, Diogo não perde esforços e diz que, o seu maior sonho, seria vestir a camisola da Seleção Portuguesa e competir nos Jogos Olímpicos. Sobre a modalidade em Gondomar o jovem critica a Autarquia: “Ninguém do Município me contactou, nem a Vereadora do desporto. Sinto que eles não dão tanto valor a certas modalidades. Pode ser que esta conquista abra a visão das pessoas”. ■
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Hospital Fernando Pessoa
CARTÃO D'OURO O Cartão D’Ouro é o cartão de saúde do Hospital Fernando Pessoa, um hospital cuja natureza não é a busca do assistencialismo como meio de facturação, mas sim a preocupação de cuidar com rigor profissional e ético, sendo este um dos pilares da Fundação Fernando Pessoa. Assim, criamos o Cartão d’Ouro, especialmente vocacionado para permitir à população ter acesso a cuidados de saúde diversificados a preços altamente bonificados, em condições excepcionais e exclusivas. Além dos diversos descontos em cuidados de saúde, o Cartão D’Ouro não tem limites de idade ou de utilização, nem tem qualquer custo de adesão, de mensalidade ou anuidade. 30% DESCONTO - Consultas de Especialidade 20% DESCONTO - Consultas de Urgência 20% DESCONTO - Medicina Dentária* 20% DESCONTO - Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica** 20% DESCONTO - Medicina Física e de Reabilitação (incluindo fisioterapia) 20% DESCONTO - Internamento 10% DESCONTO - Cirurgia*** * excluindo cirurgias, próteses, implantes dentários e aparelhos ortodônticos. ** (exames de diagnóstico, análises clínicas, etc) à excepção da ressonância magnética, com desconto de 5%. *** exceto em preços fechados.
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REPORTAGEM
Uma arte ancestral que representa a história de um concelho D’Ouro- Gondomar Tendo em conta a sua ligação com o ouro desde a época dos romanos, Gondomar assume o papel e a responsabilidade de ser, atualmente, a Capital da Ourivesaria Portuguesa, sendo que, desde sempre foi reconhecido como o território mãe da concessão da Filigrana Portuguesa. Um concelho de Ouro, com história e com pessoas que fazem desta arte o ex-libris deste Município. Este método ancestral, ganha agora um Museu na Casa Branca de Gramido, com peças ímpares, que representam o trabalho, o talento e a dedicação dos nossos Filigraneiros. arte, o Município de Gondomar, decidiu criar um Museu da Filigrana em Gondomar e formalizar uma candidatura para tornar este ex-libris, Património Imaterial da Humanidade.
> Vereadora Sandra Almeida, responsável pelo pelouro do Turísmo Texto: Gabriela Monroy
Uma técnica ancestral artesanal que estabelece uma relação entre o Homem, a sua Oficina e o Ouro. A génese da produção desta arte, remonta-nos à exploração mineira do ouro, nas serras de Pias e Banjas, por parte dos romanos. No entanto, foi com a entrada na segunda metade do século XVIII, que Gondomar começa a dar os primeiros passos para afirmar-se como um dos berços mais importantes e prolíferos da Ourivesaria Portuguesa. De geração em geração, o talento e o cuidado pela confecção desta arte manteve-se inalterável. A sua produção é realizada minuciosamente pelas mãos e os olhos atentos dos nossos filigraneiros, que criam estas peças ímpares nas suas oficinas de pequena escala e de cariz familiar. Uma técnica que entrelaça
delicadamente dois fios de ouro ou prata, usualmente muito finos, que são depois aplicados a molduras com várias formas, preenchendo-as com um rendilhado delicado, e que origina uma das estrelas mais famosas que representa o nosso Município além fronteiras, o coração de Filigrana. Da fundição à peça final vai um longo caminho, um processo lento, mas recompensador, que tem conquistado a admiração nacional e internacional. Esta herança é um dos ex-libris do nosso município, prova disso, é o facto das oito maiores empresas portuguesas de joalharia e ourivesaria, cinco são gondomarenses, sendo que a Ourivesaria em Gondomar regista cerca de 60% da produção nacional. No entanto, hoje, começa a ser cada vez mais escasso, a quantidade de mestres Filigraneiros que mantém esta tradição admirável. Assim sendo, com o intuito de proteger esta
Museu de Filigrana Sandra Almeida, Vereadora do Turismo, levantou o pano do projeto desenvolvido para a Casa Branca de Gramido, local escolhido para acolher este Museu que pretende imortalizar a história desta arte e potencializar o Turismo em Gondomar. “Este Museu tem o intuito de proteger os nossos filigraneiros e de ser um símbolo de orgulho e reconhecimento da nossa história, porque estamos a falar de seis décadas”, refere a responsável. Para o executivo camarário, este museu simboliza o “Passar o testemunho” às próximas gerações e a todos que se interessam pela história das tradições do nosso país e em especifico, da Filigrana de Gondomar. “Agora os gondomarenses e as pessoas que visitarem o nosso Município poderão aprofundar o seu conhecimento sobre esta arte na Casa Branca de Gramido, que agora será o ‘Welcome Center’ da Rota da Filigrana”. A responsável pelo Turismo explica que, "Gondomar é o maior produtor de filigrana, sendo que o segundo Município em Portugal que produz é Póvoa de Lanhoso. Assim, como é uma arte artesanal tradicional histórica e singular, faz todo o sentido preservar a sua identidade e uma das formas que encontramos foi, para além da nossa candidatura no final do ano de 2020, à UNESCO, criar este Museu”. Este novo projeto de criação de um Museu, resulta de um conjunto de sinergias que o executivo tem adotado com o intuito de proteger o legado da Filigrana gondomarense. Assim passaremos a elencar todas as medidas que foram tomadas com o propósito de imortalizar esta arte: A certificação da Filigrana; a criação
da Rota da Filigrana, que consiste na visita às pequenas oficinas dos nossos artesões, onde podemos visualizar e presenciar todo o processo realizado para a confessão destas peças; a candidatura desta arte a Património Imaterial da Humanidade- UNESCO; e, agora, a criação do Museu da Filigrana que contem toda a sua historia. Sobre o assunto, a Vereadora refere ainda algumas particularidades deste projeto. Agora, com a abertura deste novo espaço, será possível adquirir peças de Filigrana certificadas, isto é, “A cada produtor certificado é atribuído um punção e etiquetas para colocação em cada peça certificada, comprovando perante o consumidor que se trata de uma peça ímpar, produzida de forma artesanal”, Sandra sublinha ainda que a certificação desta arte permitiu “Reforçar” a importância da Filigrana em Gondomar, bem como protegê-la da comparação com a Filigrana Industrial, “De facto, estamos a tentar proteger a Filigrana Artesanal, da Filigrana Industrial”. Este museu irá ainda contemplar peças únicas e diferenciadas de ourives e filigraneiros de Gondomar, que foram adquiridas pelo Município e que agora serão o espólio deste Museu. “O atraso para a abertura do mesmo foi consequência da pandemia que se fez sentir e que atrasou muitas das alterações que tivemos de efetuar no Museu, no entanto, entendemos que muito brevemente será possível abrir ao público”, a mesma explica ainda que a entrada é gratuita a toda a população e que o espaço estará em funcionamento todos os dias no horário habitual. Sendo que, não é necessário marcação previa para a sua visita, nem um número mínimo de pessoas, ao contrário no que sucede com a Rota da Filigrana. Sandra Almeida deixa ainda uma mensagem a todos os curiosos:
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REPORTAGEM “Para quem não conhece a filigrana é obrigatório a visita a este novo espaço. Ficam desde já convidados a visitar o futuro Museu Municipal da Filigrana de Gondomar, porque de facto não é possível conhecer esta arte, sem passar por este Museu
ou sem visitar a Rota da Filigrana. Porque só com a experiência de participar no processo produtivo da filigrana é que se dá o verdadeiro valor a esta arte. De outra forma não é possível dar o mesmo reconhecimento.” ■
FILIGRANA PORTUGUESA: CURIOSIDADES ● A Filigrana de Gondomar já conquistou o coração das celebridades internacionais. Recorde-se que em 2014, a atriz Sharon Stone foi fotografada a passear numa rua de Beverly Hills, nos EUA, a usar um coração de filigrana, proveniente da oficina do casal António e Rosa Cardoso. ● Ainda no Mundo dos Famosos, no entanto no nosso país vizinho -Espanha- Úrsula Córbero, atriz que ficou internacionalmente reconhecida pelo papel de Tóquio, na série da Netflix, Casa de Papel, recebeu uma homenagem da produção -Um coração de ouro, feito de Filigrana. ● Dado a importância deste setor e a necessidade de manter este legado, a continuidade de produção desta arte é assegurada pelo Centro de Formação Profissional da Indústria da Ourivesaria e Relojoaria (CINDOR), escola que aposta na formação e qualificação
> António Cardoso
dos futuros ourives. Fundada em 1984, a CINDOR é o único centro de formação profissional do País, especificamente direcionado para o setor da ourivesaria. ● Recorde-se que, a maior e mais pesada peça de filigrana do mundo foi apresentada em Rio Tinto, em 2018, no decorrer da gala final do concurso Miss Portuguesa. A iniciativa da Câmara Municipal, contou com a participação de 12 artesãos – Alberto Moura de Oliveira & Filho, Lda.; António Oliveira Cardoso; Classic Silver Unipessoal; Conceição Neves-Filigree & Jewwelery; F. Ribeiro, Lda.; Flamingo; Goris, Indústria e Comércio de Ourivesaria, Lda.; Gradiz Unipessoal, Lda.; J. Monteiro de Sousa & Filhos, Lda.; José Alberto Castro Sousa; Só Ouro-Artigos de Ourivesaria, Lda.; e To-
> Arlindo Moura
António Cardoso- Empresa AC Filigranas Com este museu sinto que a minha arte está salvaguardada, porque contribui muito para a abertura e construção do mesmo, só peca por tardio. Eu sempre lutei por um Museu aqui em Gondomar, digno, que representasse a nossa Filigrana. Lá irão estar presentes várias peças minhas, muitas antigas até que, ofereci à Câmara. Sinto-me muito orgulhoso por fazer parte deste espólio. Estarei sempre disponível para dar o meu contributo na preservação da filigrana na nossa história para as futuras gerações. É um gosto! Arlindo Moura- Empresa Arlindo Moura Jewellery/Só Ouro Na minha perspetiva, considero que este Museu é importantíssimo para perpetuar a nossa arte e a história da nossa gente. É necessário haver medidas como estas para que a nossa arte imortalize. Este museu é importante porque, normalmente as oficinas de ourives, até por uma questão de segurança são muito fechadas, não são de acesso ao público e o Museu vai ser fundamental para dar a conhecer a nossa arte a quem quiser conhecer a Filigrana e permitirá dignificar o nosso trabalho. Estou satisfeito e considero um projeto fundamental para o nosso concelho. Este Museu esta a ser reinventado e ao ser renovada está a dignificar a nossa arte. Isto é um orgulho para todos os gondomarenses, principalmente porque a Filigrana já ultrapassou as fronteiras gondomarenses e é reconhecida internacionalmente.
pázio-Ferreira Marques & Irmão, SA –, sob coordenação técnica de Paulo Martinho, do CINDOR). No total, foram milhares de horas de trabalho, a partir de 13kg de prata, para um projeto com 120 centímetros de altura. ● A 12 de julho de 2018, foi realizado a certificação da Filigrana.
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Apoio às vítimas de todos os crimes, seus familiares e amigos/as.
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DESPORTO
Paralímpicos de Boccia: de Valbom até Tóquio
gratuito e confidencial
Realizaram-se, entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro, os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020. A notícia até poderia parecer algo “desenquadrada” das páginas deste jornal mas, curiosamente, o Município de Gondomar teve uma participação indireta nesta prova. De Gondomar (e da “Villa Urbana” de Valbom, unidade residencial da Associação do Porto de Paralisia Cerebral), marcaram presença em Tóquio quatro atletas na modalidade de boccia. Dos dez convocados portugueses na modalidade de Boccia nos Paralímpicos de Tóquio, quatro eram praticantes da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) e ou são moradores na “Villa Urbana” ou por lá (e no Centro de Reabilitação) fazem parte dos seus treinos... Abílio Valente (e técnico assistente desportivo
Centro de Recursos Sociais da CMP Rua da Fábrica Social, 17, Piso 2 4000 - 201 PORTO dias úteis: 10H00-13H0 / 14H30-18H00
Ricardo Neves), Nelson Fernandes (e técnico assistente desportivo Diogo Rebelo), Avelino Andrade (e parceiro de competição Jorge Cardoso) e Manuel Cruz (e técnico assistente desportivo Roberto Pereira), nas categorias BC2, BC3 e BC4 foram os atletas que justificaram uma atenção especial entre meados de agosto e princípio de setembro. Portugal finalizou estes Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 com duas medalhas de bronze e 23 diplomas – alguns precisamente na modalidade de Boccia. Mais que quantificar resultados haverá que destacar a participação. De todos, portugueses e não só... Fecha-se a “cortina” Paralímpicos 2020. A “pasta” passa agora para Paris que em 2024 acolherá os próximos jogos.■
225 502 957
apav.porto@apav.pt
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EMPRESAS E NEGÓCIOS
Os Fundos Europeus e as Empresas
Nuno Cardoso:
“As empresas e instituições, não só não têm conhecimento dos diferentes apoios do Fundo Social Europeu como também não sabem como aceder a estes." Apaixonado pelo trabalho, Nuno Cardoso, é um homem multifacetado. Com um vasto currículo, encontra-se ligado a diversas áreas, das quais podemos destacar a Psicologia Clínica, Formação e Consultoria. Para além de exercer outras atividades, o mundo dos negócios também traz um gostinho especial. Atualmente, possui três empresas e destaca a Good Question - Formação e Serviços Lda,. Fundada em 2015, adquiriu a empresa Good Question - Formação e Serviços Lda, em 2018, depois de vários anos ligado à àrea da formação. Desde a sua génese, que esta instituição se encontra ligada à Formação, assim, o empresário decidiu também direcionar a empresa para sua área de especialização superior, a Psicologia Clínica e a formação na área da saúde e área social. Com o olhar sempre atento Nuno Cardoso percebeu que o mercado exigia outro tipo de especialização, foi nessa linha, que decidiu criar e desenvolver o setor da Consultoria, nomeadamente a elaboração e acompanhamento de candidaturas ao Fundo Social Europeu. A nível da Formação, a Good Question Formação e Serviços Lda, tem dois projetos aprovados ao nível do POISE (Programa Operacional para a Inclusão Social e Emprego), um na zona Norte e outro na zona centro do país. Estes projetos estão direcionados para ativos empregados, que podem procurar a empresa a título independente ou então as empresas que pretendem dar resposta às necessidades vigentes de atualização de conhecimentos dos seus colaboradores. No que concerne à área da consultoria, Nuno Cardoso revela o seguinte: “No último ano realizamos um trabalho significativo com
várias IPSS e empresas a nível nacional com o pressuposto de canalizarem os apoios do Fundo Social Europeu para de uma forma transversal se modernizarem e capacitarem. Existem diversos tipos de apoios/candidaturas a que as empresas/instituições podem aceder, que vão desde modernização de instalações e equipamentos até à contratação de pessoal”. Muitas vezes, o que sucede é que os empresários ou os responsáveis das IPSS ou Associações, não têm noção dos apoios que existem, nem acerca do que podem fazer para aceder a estes. Na minha opinião deveria existir um maior fluxo de informação acerca dos diferentes apoios principalmente para as micro e pequenas e médias empresas. Assistimos atualmente a uma série de discussões acerca dos fundos e a sua compartimentação, sem sombra de dúvida que é fundamental para as empresas e para os país que esses valores sejam efetivamente bem segmentados pelas diferentes áreas, pois pode permitir não só alavancar a competitividade das nossas empresas como também criar e desenvolver melhores condições para os portugueses a todos os níveis. É extremamente importante as empresas e instituições terem conhecimento da existência destes apoios, pois na minha perspetiva os mesmos assentam em três pressupostos: Modernização, Capacitação e competitivida-
de. Modernização por exemplo ao nível de instalações, equipamentos e procedimentos, Capacitação ao nível dos trabalhadores, melhorando e aperfeiçoando os seus conhecimentos e competências, e competitivade porque os dois pressupostos anteriores vão permitir que as nossas empresas/instituições se tornem mais eficazes e mais competitivas, aumentando assim o número de postos de trabalho. Os fundos pretendem não só criar melhores condições de trabalho como também promover a competitividade das empresas a nível nacional ou internacional. Os projetos têm diferentes tipos de apoios que podem ir por exemplo de 50% a 100% dependendo do tipo de projetos, explica o responsável que sublinha ainda que a pandemia originou a que os países tivessem necessidade de um mecanismo extra de apoio que auxiliasse os recursos do quadro comunitário que está a iniciar. São diversos os benefícios que o cliente possui ao contratar os nossos serviços, o primeiro concerne à especificidade das candidaturas, isto porque o processo consegue ser extremamente burocrático: “Normalmnte envolve três pontos importantes, primeiro a elegibilidade ou não da empresa/instituição, segundo a devida fundamentação e por ultimo toda a componente financeira. Como em qualquer área é fundamental o conhecimento deste dipo de projetos, não só na elaboração das candidaturas como também no seu acompanhamento pois é de extrema importancia a inexistência de desvios. É uma linha muito ténue que define aprovação ou não de uma candidatura e é nesse ponto que Nuno Cardoso arregaça as mangas ao trabalho. Perfeccionista, está atento a todos os detalhes. “A titulo de exemplo re-
fere que no passado foram elaboradas candidaturas ao programa + COESO tendo sido todas aprovadas. Para Nuno Cardoso, é indispensável um contacto próximo com o cliente. “Há um conjunto de reuniões preparatórias que antecem a realização da candidatura, uma vez que existe um conjunto de dados e documentos que são fundamentais e que só o cliente pode fornecer. Posteriormente, caso seja do interesse do cliente acompanhamos todo o processo de execução do projeto. É nesse sentido que a Good Question - Formação e Serviços Lda, se distingue no mercado, não só pela sua proximidade com o cliente como também pela sua capacidade de atualização face a eventuais alterações que possam surgir. O cliente sente-se sempre acompanhado desde o primeiro ao último dia, porque para Nuno Cardoso, existem metas e objetivos que tem que ser obrigatoriamente atingidos. “Costumo dizer que arranjamos soluções para os problemas dos nossos clientes, o que felizmente tem originado um aumento da procura pelos nossos serviços". O responsável constata ainda que a Good Question acolhe empresas de todos os cantos do país: “Atualmente temos empresas de Vila Real a Faro”. Um ponto é garantido, a partir do momento em que o cliente escolhe a Good Question, independentemente da zona do país, receberá sempre orientação por parte dos responsáveis. Para entrar em contacto com a empresa, pode o realizar através do site (goodquestion.pt), ou através do contacto 918 173 055. ■
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EMPRESAS E NEGÓCIOS
“Dentro da Century 21, nós somos líderes de mercado a nível Norte e Top 10 a nível Nacional”
Joana Resende é a gerente de loja da Century 21 de Rio Tinto. No que concerne ao trabalho, a empresária está sempre pronta a colocar a mão na massa e prova disso, é o facto da sua agência ter atingido o TOP 10 a nível nacional e ser líder de mercado a nível norte. Para Joana, o segredo da receita para o sucesso passa pela proximidade e o trabalho em equipa.
a nível da mediação imobiliária, é enorme. As pessoas que saem são aquelas que descobrem que não têm perfil para este setor. Outro ponto importante é a inovação tecnológica. Tento sempre manter-me por dentro das novidades. Por exemplo, as visitas virtuais que se tornou moda com o confinamento, nós já fazíamos para todos os imóveis, não apenas para os imóveis de luxo. Realizamos igualmente um forte investimento nas redes sociais e noutras plataformas, sempre com o intuito de estar na vanguarda, porque isto, também ajuda. No sentido em que, para além dos clientes quererem trabalhar connosco, os consultores também o querem. Eu faço sempre questão de dizer para a minha equipa que, quando eles vão ter com um cliente podem dizer que têm o melhor serviço neste setor, porque têm mesmo, não estão a mentir, é a verdade. Mesmo os consultores mais experientes das outras agências vão estando atentos e depois querem trabalhar connosco.
Qual é a receita para que a Century 21 seja líder do mercado? Dentro da Century 21, nós somos líderes do mercado a nível Norte e Top 10 a nível Nacional. A receita passa pelo facto de ter começado a atividade sem nunca ter tido contacto com ela o que ajudou a que não se criasse vícios, nem os ter de forma associada. Portanto, sempre fiz aquilo que era necessário ser feito. Isto é uma atividade que tem mais de 100 anos de exercício e já está tudo inventado, não vale a pena estarmos aqui a inventar nada. É basicamente, aplicar aquilo que sabemos que resulta e como é óbvio dar as nossas nuances. O facto de eu ter aplicado aquilo que sei que resulta e não pensar em invenções, ajudou a obter estes resultados. É um projeto que vai fazer seis anos e que conta com aproximadamente 90 pessoas. Alguns já estão comigo desde o primeiro dia e outros que foram ingressando ao longo dos últimos anos, dado que o nosso nível de retenção
Para chegar a este patamar, considera que a liderança é um fator muito importante? O que é diferente com a sua gestão? É um cliché o que irei dizer, mas o que vou referir é sincero. O meu trabalho aqui dentro nesta loja é cuidar dos meus consultores, da minha equipa, é isto que faço no meu dia a dia, como é óbvio, também realizo a minha gestão financeira. No entanto, quando estou a trabalhar, a minha porta está sempre aberta e eles entram, falam comigo e contam sempre com a minha ajuda naquilo que eu conseguir. Tenho muitos colaboradores, mas preciso sempre de saber quem eles são e de os conhecer bem. Preciso de entrar pela porta principal de manhã, olhar para quem está sentado e perceber se a pessoa está bem ou não. E caso a pessoa não esteja bem, tento entender se é um assunto pessoal ou ligado ao profissional. Nisso, eles sabem que contam comigo a 100%. Para além disto, eu entendo a mediação de uma forma diferente dos meus colegas das
outras agências. No sentido em que considero que tenho que ser eu a prestar muitos dos serviços que noutras agências são pagas pelos consultores. Dentro da minha agência, quem paga as placas, quem paga os Flyers, sou eu, eles não pagam serviços para estarem comigo. Porque a verdade é que, se eles escolheram estar comigo é porque ofereço algo diferenciador e sabem que comigo, qualquer coisa que necessitem, sabem que vou providenciar. Por exemplo, se um dos elementos da minha equipa chegar ao meu pé e pedir um outdoor enorme para colocar na rotunda, onde apareça sozinho e que acredite que trará benefícios para as suas vendas, a despesa é repartida, mas se calhar noutros locais, é o consultor que acarreta com as despesas na totalidade, porque é a cara dele que lá está. No entanto, nestas situações, eu ajudo sempre nas despesas porque a minha marca também lá está. É mesmo ajuda, eu não desconto nas comissões, porque entendo que é benéfico tanto para ele, como para mim, porque é importante para alavancar o negócio deles e também acabarei por beneficiar com isso.
mos a fazer. E, sem dúvida nenhuma que o Dr. Carlos Sousa e o Sr. Rocha Sousa foram impressionantes e incansáveis nisso. Ainda hoje, estão à distância de um telefonema ou email, porque qualquer coisa que precise, eu sei que posso contar com eles. No início, quando abrimos a agência atravessamos uma fase complicada a nível financeiro, por causa de outra atividade que tínhamos e contei com eles a 100%. Foram incríveis. Essa proximidade acaba também por transparecer dentro das outras Century 21. Mas, sobre a minha equipa, eu sei, pelo feitio que tenho e pela minha forma de estar, porque não tenho outra, nem vou conseguir mudar, que tenho uma relação com eles que se calhar noutras lojas não existem, porque é a minha maneira de ser. Sou muito maternal. Eu costumo dizer que eles são os meus ‘pintainhos’ (risos).
É esta liderança que incute nas pessoas que tem auxiliado a ter estes números que em seis anos já conseguiu conquistar uma equipa com aproximadamente uma centena de colaboradores? Sim. Tenho 10 funcionários e os restantes são comissionistas.
A pandemia não teve reflexo na agência? Não! No entanto, nós temos duas lojas, uma aqui em Rio Tinto e outra no Porto, e em 2020, senti algum impacto na loja do Porto, porque tínhamos consultores mais centrados em investimento estrangeiro e como é óbvio, como os investidores não podiam viajar não havia este investimento, porque
O que é que distingue a sua Century 21 das restantes agências imobiliárias do país? Sem dúvida nenhuma que é a proximidade entre a equipa e com os clientes. Eles sabem que podem aceder a mim de forma direta caso o necessitem, independentemente das horas ou do dia, porque sabem que irei auxiliar no problema que tenham. Eu não faço negócios. Tenho até pessoas que vem ter comigo a dizer que querem vender a casa, não sou eu que trato, eu reencaminho para algum dos meus colaboradores e não vou buscar mais sobre aquele negócio, do que aquilo que já recebo naturalmente por ser gerente. Há alguma regra que usa para delegar quem trata dos clientes? Normalmente é a zona. Por exemplo, se eu tenho conhecimento que determinada pessoa é especialista no mercado, eu passo a pasta para ele. Nestes casos sei qual é o colaborador ideal para tratar do assunto. São vários os factores que influenciam a minha decisão, nada é aleatório. A única circunstância que pode ser aleatório é quando o cliente liga diretamente para o nosso escritório e quem atende é a pessoa que está de serviço. No entanto, quando são os meus contactos, acho que tenho o direito de escolher a pessoa que mais se adequa ao perfil do cliente. A proximidade é uma característica da sua agência ou uma característica mais geral das lojas Century 21, espalhadas pelos país? Quando eu e o meu sócio escolhemos a Century 21 em detrimento das outras redes foi por uma questão de proximidade. Porque como nós não conhecíamos nada da atividade, precisávamos de um Master, uma pessoa que está a dirigir a franquia, que fosse próxima e que nós desse imputes daquilo que estáva-
Neste momento, consegue nos dizer se atingiu o seu ponto mais alto na carreira? É o seu melhor momento? Sim. Conforme passam os anos, os números têm melhorado. No caso, 2021 está a ser melhor que 2020.
Que livro que está a ler? “Apostar no Cavalo Errado”, de Eric Barker. Último filme que viu no Cinema? A “Raya e o Último Dragão”, um filme da Disney. A sua música preferida? London Calling, dos The Clash. Destino de Férias? Qualquer sítio em Itália, como Toscana ou Sicilia. Cidade preferida? Florença. Prato Preferido? Qualquer prato com massa. Clube? FC do Porto. Ideologia Política? Partido Socialista Objeto que nunca esquece ao sair de manhã? Do telemóvel, é a primeira coisa que pego e que não largo o dia todo. Numa palavra ou duas, defina o que é ser uma boa líder. Inspiração e atenção para com quem lidera.
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EMPRESAS E NEGÓCIOS a maioria deles, não compra sem ver, nesse sentido, senti esse impacto, mas notou-se que não houve perda de interesse por parte deles. Apesar disto, o mercado nacional e da periferia compensou esta lacuna. Posso dizer que o ano foi ótimo, diria que até melhor que 2019. Em 2020\21 o mindset da loja mudou um pouco, continuamos a ter investimentos estrangeiros, mas já não é o foco. E já posso dizer que 2021, está a ser um ano ainda melhor que 2020. Relativamente ao mercado. O mercado em Gondomar acompanha um pouco a tendência do país ou o mercado do concelho está claramente mais acima? Neste momento, o mercado em Gondomar acompanha o mercado nacional. Atualmente, o mercado imobiliário está a alavancar em todo o país, porque sentiu-se uma procura elevada. De momento, a oferta não é suficiente e, consequentemente, os preços dispararam. Para além disso, temos a banca que, até 2014/15 estava fechada, ou seja, não fazia financiamento, agora, já o está novamente a fazer, não a 100% como antigamente, mas realiza até 90%, principalmente no mercado de Gondomar. Havendo esta vontade por parte da banca, nós vamos ter sempre comprador e não vamos sentir uma descida dos preços, porque a procura é incomparavelmente superior à oferta. Não presenciamos um aumento dos preços como estavam a aumentar em anos anterior, porque todos os anos sentíamos um grande aumento nos valores praticados, no entanto, sentiu-se uma subida, não acentuada, mas de facto, os valores, continuam a aumentar. Prevê que está tendência irá manter-se durante os próximos 2 anos? Prevejo que sim, pelo menos até ao próximo ano. Esta tendência vai manter-se até começar a surgir mais produto novo, que é o que está a começar a acontecer, porque nós sabemos que a construção foi uma das únicas atividades que nunca parou e está a surgiu muita coisa nova e a partir do momento que isto acontecer com mais intensidade, os preços irão estabilizar. Não vão descer, mas vão
estabilizar. Neste momento o que mais temos são imóveis para revenda, ou seja, não são imóveis novos, mas estão a atingir os preços praticados nos novos. Agora, quando os imóveis novos entrarem no mercado, estes de revenda não irão ter a valorização que estão a ter. Tendo em conta o seu conhecimento do mercado, o preço de um T2, em Rio Tinto, andará em que patamar de preços? Atualmente, anda na ordem dos 170/ 180 mil euros. E se for em São Cosme? Os preços não variam muito, é praticamente a mesma faixa. Temos é ligeiras diferenças com outras freguesias tais como: Fânzeres, Baguim do Monte ou então as do Alto Con-
celho. Qual é o valor praticado nestas freguesias? Em Fânzeres ou Baguim do Monte andará por volta dos 140 ou 150 mil euros. Mas no Alto Concelho, como a oferta é escassa não consigo dizer com precisão, estes valores, porque é um território muito vasto e não conseguimos chegar a todo o lado. Somos 90 na totalidade, mas a trabalhar na loja de Rio Tinto, somos apenas 50. Fazendo a analogia com o resto do país, dirá o quê? É evidente que eu tenho noção que os valores médios de Gondomar são diferentes a outros cantos do país, no entanto, nós realizamos mais transações. Até porque eles têm mais concorrência do que nós, como é o caso do mercado de Lisboa. Eu aqui em Gondomar não tenho concorrência. A minha consultora que em 2019\20 mais vendeu, é uma consultora que trabalha essencialmente no mercado de Fânzeres e São Pedro da Cova. E, dentro do espectro da empresa foi quem facturou mais. No entanto, conseguiu esta meta porque realizou mais transações. É perfeitamente possível estar à frente. Eu tenho uma colega que está sempre no Top 10 que trabalha na Quinta do Conde, ao lado de Azeitão, onde o preço médio de venda não difere muito de Gondomar. O que é que a Century 21 acrescentou ao concelho de Gondomar? Qualidade de serviço. Qual foi o negócio que mais lhe deu prazer em realizar? A nível de valores de negócios não foi nada de extraordinário, foi um imóvel de 1 milhão e 250 mil euros, se não estou erro. É muito difícil dizer qual foi o que me deu mais prazer, porque acho que os que me deram mais prazer foram os primeiros, aqueles em que estava mais envolvida na parte operacional. No entanto, recordo-me de casos em que havia quem não tivesse casa e estava a viver num anexo da família e como nós soubemos lidar bem com o cliente e soubemos mostrar como as coisas eram -porque lá está, é a qualidade de serviço que conta, porque muitas vezes eles não têm noção- consegui ajudar de maneira que a pessoa comprasse a
casa, sem estar a perder qualidade de vida a nível financeiro. No início, houve dois ou três negócios que aconteceu está situação e que me deu mais prazer do que aqueles que são mais rentáveis economicamente. Para mim é mais recompensador quando as pessoas na rua abordam-me e agradecem a minha ajuda. Para concluir a nossa entrevista, pergunto-lhe sobre o seu futuro e o da agência. Em simultâneo, ao longo desta conversa denotei o carinho que sente pelos seus colaboradores, nesse sentido, peço-lhe uma mensagem para os mesmos. Há pouco questionava-me se considerava que tinha atingido o meu patamar máximo na minha carreira e respondendo ainda essa questão, o meu objetivo sempre foi estar no TOP 10 nacional da Century 21. Sempre foi. Mas, a título pessoal, o que ambicionava era atingir o TOP 10. Nunca antes uma agência da Century 21 da região norte tinha alcançado este patamar nacional. Portanto, atingi este patamar e agora não quero sair de lá. No entanto, os meus próximos passos passam por conseguir estar, não agora porque é muito difícil, mas daqui a alguns anos, chegar pelo menos próximo ao TOP 5, bem como estar no TOP 5 Nacional de empresas. Dado que, a Century 21 distingue agências das empresas, portanto agora estou no TOP 10 nacional com esta agência e ambiciono no futuro estar no TOP 5 nacional com esta empresa. Esse é o meu objetivo, sem nunca descurar aquilo que é a qualidade de serviço. Quanto aos meus consultores, o que eu atingi é meu e deles. Evidentemente que sei que sou que estou à frente e que dou o peito às balas quando é necessário, mas é o trabalho que eles desempenham no terreno, todos os dias, que nos permitiu chegar a este patamar. Se não fosse eles, também não conseguia conquistar o que conquistei. O que me permite estar no Top 10 nacional é também graças à dedicação deles no dia a dia. Para além deles também os meus funcionários que estão aqui ajudam muito, porque eles estão aqui para servir os consultores imobiliários. Esse é o trabalho deles. Assim, sem a minha equipa, garanto que não tinha conquistado o que conquistei. Acrescento ainda que, a seguir às minhas filhas e aos meus pais, eles são tudo para mim e eu só tenho que agradecer por eles serem o meu pilar. ■
JORNAL VIVACIDADE 23 SETEMBRO 2021 EDITAL Nº 18
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Edital
Hasta pública de venda de sete lotes de terreno para construção de habitação, sitos na Rua do Ribeirinho e na Rua do Viso, freguesia da Lomba - Gondomar Sandra Eunice Ramos de Almeida, Vereadora da Câmara Municipal de Gondomar, no âmbito da delegação de competências que lhe foi conferida por despacho de 06 de setembro de 2019, torna público a Hasta Pública para alienação de sete lotes de terreno na freguesia da Lomba, nos termos e condições abaixo indicadas. 1.A base de licitação dos lotes encontra-se identificada, por lote, no Quadro I. 2.A alienação far-se-á mediante a apresentação de propostas, em subscrito fechado e terá por objetivo a venda dos lotes, devidamente infraestruturados. 3.O critério da adjudicação será a do preço mais elevado. 4.Os interessados deverão proceder ao envio por correio, das propostas em carta fechada, registada com aviso de receção para o Município de Gondomar, com sede na Praça Manuel Guedes, s/n, 4420-193 Gondomar (S. Cosme), com data de envio até ao dia 1 de outubro de 2021, em cujo rosto se deve escrever a expressão “Procedimento nº 3/NP/2021 – Hasta Pública para venda de lotes de terreno na freguesia da Lomba”. 5.O ato público de abertura das propostas apresentadas ocorrerá pelas 10,00 horas do dia 15 de outubro, no Salão Nobre dos Paços do Município. 6.Só podem intervir no ato público os proponentes ou os seus representantes que, para o efeito, estiverem devidamente credenciados. 7.Os referidos lotes podem ser visitados no local, confluência da Rua do Viso e Rua do Ribeirinho, na freguesia da Lomba, Concelho de Gondomar, sendo que as características específicas de cada um deles, podem ser analisadas no processo físico arquivado no Núcleo do Património, na Câmara Municipal de Gondomar. 8.Não são admitidas propostas condicionadas. 9.Das propostas deve constar: a)Nome e morada do proponente; b)Número de identificação civil ou certidão do registo comercial da empresa; c)Número de identificação fiscal; d)Preço oferecido pelo lote de terreno (em numerário e por extenso). 10.No dia e hora do ato público são abertos os envelopes e verifica-se: a)Se os requisitos dos pontos 4, 6 e 9 se encontram satisfeitos pelos proponentes; b)Os valores das propostas recebidas. 11.Constitui causa de exclusão das propostas e do concorrente, as seguintes faltas: a)A não observância de qualquer um dos elementos referidos nos pontos 4, 6 e 9, do presente edital; b)A não apresentação de valores para o lote; c)A não apresentação da proposta até à data referida no ponto 4 do presente edital; 12.Iniciado o ato público, proceder-se-á, em ato contínuo à licitação verbal por lote, entre os concorrentes, a partir do valor mais elevado. 13.Os lances mínimos para licitação serão de 250,00€ (duzentos e cinquenta euros). 14.O lote será entregue ao licitante que oferecer maior valor e adjudicado mediante o pagamento de 10% do valor da adjudicação, por cheque ou transferência bancária, no ato da praça pública a titulo de sinal e como princípio de pagamento. 15.O valor restante, ou seja, 90% do valor da venda será pago no ato da celebração da escritura de venda que será celebrada logo que estejam reunidos os documentos necessários à mesma até ao limite de 60 dias após a adjudicação definitiva 16.O não cumprimento integral pelo comprador de qualquer destas condições produzirá perda integral dos direitos adquiridos sobre a parcela de terreno, sem que haja, por parte do Município, a obrigação de restituir as importâncias já pagas ou de pagar qualquer indemnização ou compensação. 17.Os esclarecimentos julgados necessários, no que respeita à presente Hasta Pública, serão prestados, por escrito pela Comissão da Hasta Pública, até ao quinto dia anterior à data do ato público. 18.O quadro infra representa as áreas dos lotes e o preço base de licitação de cada um deles.
19.Em todos os lotes é permitida a construção de moradia unifamiliar de rés-do-chão e andar, com anexo de apoio, com mancha de construção e limites dos lotes, devendo obrigatoriamente o comprador dar inicio à construção no prazo máximo de 4 anos após a celebração da escritura de compra e venda. 20.A presente Hasta Pública é regulamentada pela Lei nº 75/2013 de 12 setembro, pelo Decreto-Lei nº 280/2007 de 7 de agosto e o Decreto-Lei nº 433/99 de 26 de outubro.
Para constar, publica-se o presente edital, bem como planta anexa, no endereço eletrónico deste Município www.cm-gondomar.pt e nos locais habituais. Município de Gondomar, 13 de agosto de 2021 Por delegação1 do Presidente da Câmara A Vereadora do Património,
(Sandra Almeida, Drª) Nos termos do despacho do Senhor Presidente datado de 6 de setembro de 2019.
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Gonçalo Lixa Médico Veterinário Clínica Veterinária do Taralhão Animais acorrentados... Até quando? Vivemos tempos de grande avanço no que concerne à consciência geral da população sobre a importância do bem-estar animal. Nos últimos anos foi aprovada a criminalização dos maus tratos a animais, e ainda assumida juridicamente a senciência dos animais (que até à pouco tempo eram tratados, pela lei portuguesa, como um objeto). Felizmente, um caminho positivo tem sido traçado, passo a passo. O problema destas leis (como em várias outras), é que uma coisa é estarem no papel, outra é entrarem na cabeça das pessoas/ desencadearem mudanças comportamentais. Continuamos a ter conhecimento, pelo menos semanalmente, de situações de animais em cubículos ou acorrentados, impregnados nas suas fezes/ urina, e cuja resolução prática destes casos bate muitas vezes numa parede. Da denúncia ao resolver do problema vai um grande passo. Nos entretantos, quem sofre é o animal... A ambiguidade na lei, que dá espaço a várias interpretações diferentes da mesma, tem permitido que muitas situações lamentáveis fiquem impunes, o que levou (recentemente) à tentativa política de a tornar mais objetiva. Nes-
se sentido, uma das questões levantadas foi a legalidade de se manter os animais acorrentados, de forma contínua, por longos períodos de tempo (muitas vezes uma vida...). É importante que se defina, claramente, o que são (ou não) maus tratos a animais. Nem todos os animais poderão ter uma vida perfeita, tal como nem todas as pessoas têm, mas ninguém é obrigado a ser tutor de um animal, por isso deve assumir a responsabilidade da escolha que fez. Uma responsabilidade para todas as horas, todos os dias. Quem não estiver preparado para isso, deve ponderar muito bem a escolha de adotar um animal. Concluo, afirmando que se desengane quem pensa que tem de ser ou animalista radical ou antropocentrista cego. Tem de existir bom senso em toda esta questão e procurar dignidade para os animais não apaga, em nada, a vontade de ajudar e dignificar o ser humano. Sentir empatia e compaixão por estes seres que sentem, se expressam, sofrem e confiam em nós, só nos pode engrandecer enquanto humanidade, nunca o contrário. “A grandeza de uma Nação e o seu progresso moral podem ser julgados pela forma como tratam os seus Animais” (Mahatma Gandhi) Qualquer dúvida adicional, teremos todo o gosto em responder, para o contacto 934982307 ou cvtaralhao@gmail.com. Gonçalo Lixa (Médico Veterinário, Clínica Veterinária do Taralhão)
Renault Gondomar “O NOVO MÉGANE E-TECH ELÉTRICO ALTA TECNOLOGIA, GRANDES SENSAÇÕES NOVA GERAÇÃO DE AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS, O MÉGANE É A NOVA VISÃO O NOVO MÉGANE E-TECH ELÉTRICO É O PRIMEIRO DOS AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS DA GERAÇÃO 2.0 DA RENAULT E MARCA O COMEÇO DE UM NOVO CAPÍTULO DA REVOLUÇÃO ELÉTRICA INICIADA HÁ CERCA DE 10 ANOS. LIGADO E INTEGRADO NO ECOSSISTEMA DE AUTOMÓVEIS ELÉTRICOS E NO MUNDO DIGITAL DOS SEUS UTILIZADORES, O NOVO MÉGANE E-TECH ELÉTRICO SIMBOLIZA O INÍCIO DA HISTÓRIA DE LIDERANÇA RENAULT NO MERCADO DOS VEÍCULOS COMPACTOS (SEGMENTO C). O MÉGANE DO FUTURO JÁ CHEGOU! A Renault e os automóveis elétricos… Esta é a história de uma revolução que foi abraçada pela marca muito antes de todos os outros. Mais de uma década experiência e de conhecimento inigualáveis, como o demonstram os 10 mil milhões de 'e-kilómetros' realizados pelos 400.000 automóveis elétricos da marca já vendidos. O Grupo Renault, pioneiro nos automóveis elétricos, ocupa, atualmente, a posição de líder de mercado na Europa. E a história está apenas a começar. Um impulso histórico que é atualmente encarnado pelo novo Renault Mégane E-TECH Elétrico. Inspirado no concept car MORPHOZ de 2019, seguido pelo herdeiro Mégane eVision em 2020, esta berlina, com um estilo esguio e elegante, vai muito além das ex-
pectativas. Graças à plataforma CMF-EV desenvolvida pela Aliança, reescreve as regras e ultrapassa os limites em termos de design, na relação entre dimensões e habitabilidade e na versatilidade. É tão divertido de conduzir como bonito de contemplar. Ostentando o novo logótipo 'Nouvel'R' da Renault, o novíssimo Mégane E-TECH Elétrico personifica a transformação da marca: simboliza a revolução que o núcleo do mercado está a sofrer, representa um gigantesco salto em frente em todos os aspetos e é sempre emocionante de ver e conduzir. Orgulha-se de ser um automóvel tecnológico único, com um interior adornado por uma verdadeira joia da coroa: o ecrã OpenR, que combina o painel de instrumentos e a interface multimédia, tudo no seio da mesma unidade. O novo Mégane E-TECH Elétrico é um filho da tecnologia. Um filho da Renaulution! Este será o primeiro modelo a ser 100% 'Made in ElectriCity', o novo polo industrial do Grupo Renault, líder europeu nos automóveis elétricos, que está localizado no Norte de França. Apresentado como estreia mundial no Salão Automóvel IAA Mobility 2021, em Munique, o novo Mégane E-TECH Elétrico já está disponível para pré-encomenda. As encomendas irão abrir em fevereiro de 2022, com as vendas a começarem no mês seguinte. Faça a sua pré-encomenda na RENAULT GONDOMAR.”
Espaço Jurídico
Madalena de Lima, Advogada de Direito Criminal, Civil, Família e Menores, Administrativo, Comercial, Urbanismo e Internacional. Inscrita na Ordem dos Advogados desde 1983, com escritório em Rio Tinto.
Os menores podem assistir a filmes, com classificação para adultos, apresentando autorização escrita dos pais? A classificação etária de espetáculos ou filmes é feita pela Comissão da IGAC - Inspeção-Geral das Atividades Culturais. A classificação etária consiste em aconselhar a idade a partir da qual se considera que o conteúdo não é susceptível de provocar dano prejudicial ao desenvolvimento psíquico ou influir negativamente na formação da personalidade dos menores em causa, leia-se o artigo 22.º Decreto-Lei n.º 23/2014, de 14 de Fevereiro. A classificação está pré-definida, para os espectáculos de circo (maiores de 3 anos), espectáculos de música, dança, desporto e similares (maiores de 6 anos), espetáculos tauromáquicos (maiores de 12 anos) e discotecas (maiores de 16 anos). Já no caso de obras cinematográficas, a título exemplificativo, a classificação é fixada para cada filme, de acordo com o particular conteúdo do mesmo. Nos termos da legislação em vigor, o promotor deverá negar a entrada de menores, quando existam dúvidas sobre a idade deles, face à classificação etária atribuída, salvo se a idade dos mesmos for atestada pela apresentação de documento de identificação comprovativo. Pode, contudo, ser suprida a falta de idade mínima legal do menor se este estiver acompanhado pelos pais ou por um adulto. Refira-se que da exegese do n.º 6 do artigo 8.º da lei mencionada, se entende haver exigência legal de que o menor seja fisicamente acompanhado pelos pais ou adulto que se responsabilize, não sendo a letra da lei compatível com o suprimento da falta de idade mínima legal por outras vias.
A quem compete a limpeza de terrenos? Os proprietários de terrenos têm o dever de proceder à limpeza dos mesmos, principalmente nas zonas propícias a fogos, onde, para além de existir um dever, existe uma obrigação legal. Os proprietários dos terrenos prejudicados, caso tenham conhecimento do paradeiro dos proprietários dos terrenos descuidados, devem entrar em contacto com eles, para exigir que efectuem as limpezas. Na falta de cumprimento voluntário das obrigações a que estão sujeitos os proprietários dos terrenos por limpar, os vizinhos lesados podem comunicar às respectivas Juntas de Freguesia, as quais se encarregarão de agir em conformidade, designadamente substituindo-se aos infractores na limpeza dos terrenos.
ENVIE AS SUAS DÚVIDAS PARA O E-MAIL: GERAL@VIVACIDADE.ORG
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UNIÃO EUROPEIA Fundo Social Europeu
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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Joana Resende PS Sou Deputada Municipal pelo Partido Socialista de Gondomar desde 2013. Desde o primeiro dia que há temas recorrentes, e que se colocam na ordem do dia, quase sempre por más razões. Falo especificamente de questões de salubridade pública e privada, nomeadamente dos serviços de abastecimento de água e saneamento. Chegados às eleições autárquicas, e mais concretamente à campanha eleitoral, é ultrajante a forma como este dossier é usado para ataques gratuitos, vazios, e acima de tudo sem memória (ou vergonha) do próprio passado. Os serviços municipalizados de abastecimento de água e de saneamento foram privatiza-
Valentina Sanchez PSD Estamos a três dias das eleições autárquicas e o seu voto é muito importante! Convido os Gondomarenses, se ainda não o fizeram, a ler o nosso programa no site www. Gondomarnastuasmaos.pt. Um programa com estratégia e visão para o desenvolvimento sustentável de Gondomar, e em sintonia com as propostas dos nossos candidatos às freguesias. É importante votar com conhecimento e em consciência!
Maria Olinda Moura CDU Há muitos anos, numa campanha para eleições autárquicas, um candidato percorria as ruas de Gondomar, com uma grande comitiva atrás de si, atirando “à regatinha” dezenas de canetas com o seu nome e partido inscrito. Numa das ruas principais de S. Cosme, um turbilhão eufórico de gondomarenses permanecia nos passeios, nas ruas, à porta dos estabelecimentos para ver passar a comitiva. A certa altura, o protagonista dessa candidatura atirou, freneticamente, mãos cheias de canetas para o ar, num gesto teatral muito parecido com o dos agricultores que atiram à terra as sementes que farão germinar o trigo. Imediatamente a seguir a esse gesto, um número grande de assistentes rastejou pelo chão atrás das canetas enfiadas nos bueiros
Mais uma vez, Águas de Gondomar dos em 2001, em pleno exercício de mandato da coligação PSD-CDS. O concurso público foi lançado em 2000, e adjudicado à atual empresa em 2001 por 25 anos. Sublinho: privatizado por 25 anos pelo Executivo PSD-CDS. Em 2008, e devido a um reequilíbrio financeiro devido pelas obras de saneamento na Freguesia de São Pedro da Cova, o prazo da concessão foi prolongado por mais 5 anos. Já em 2013, e com o novo e atual Executivo do Partido Socialista, herda-se o dossier de um novo reequilíbrio financeiro ao contrato, concluído com esforço em 2014, e que permitiu sem custos acrescidos para a autarquia uma redução de 10% à tarifa do 1º escalão, obrigando ainda a empresa a concluir uma série de empreitadas inacabadas, nomeadamente de intervenção nas ETARs e de mais 60kms de rede de saneamento nas freguesias de São Pedro da Cova e na Foz do Sousa. Assim que foi possível fazer reanálise ao dos-
sier Águas de Gondomar, legalmente apenas possível em 2019, foram colocados 4 cenários possíveis. O primeiro, obviamente o de maior interesse para o Partido Socialista de Gondomar, seria o de resgatar a concessão para a esfera pública. Infelizmente, é um projeto inviável porque determina um custo de 104 Milhões de euros diretos para a autarquia, mais cerca de 25 Milhões de Euros para repor os serviços. Penso que qualquer cidadão gondomarense percebe que um endividamento de 130 Milhões de euros para a autarquia é um suicídio financeiro, e hipotecava as próximas décadas de desenvolvimento do nosso concelho. Em segundo, e fora de questão até pela premissa base, um prolongamento por mais 10 anos da concessão, permitindo à empresa continuar a decidir sobre as tarifas e serviços por mais tempo ainda. Em terceiro, a possibilidade de um subsídio di-
reto à fatura que custaria à autarquia cerca de 9 Milhões de euros por ano, hipotecando outros projetos sociais e de desenvolvimento ao concelho. Por fim, em quarto lugar, a renegociação do contrato, opção escolhida e que após mais de um ano e meio de negociação, foi possível acordar numa redução de 16% aos 1º e 2º escalões, para a qual a Câmara Municipal abdicou das rendas de 5 Milhões de euros que recebe pela concessão. Quando se fala de assuntos sérios e impactantes na vida dos nossos cidadãos, é fundamental falar com clareza e verdade, sem usar subterfúgios ou demagogias, nem os transformar em slogans de campanha de conveniência. O Partido Socialista fala com seriedade e transparência, e continuará a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar e desenvolver o nosso concelho.
Um Presidente próximo dos Gondomarenses! A candidatura “Gondomar nas tuas mãos”, vai mudar o paradigma da relação do Presidente com as pessoas, estar próximo e ouvir os Gondomarenses, ter disponibilidade para olhar as pessoas e o associativismo, atender as suas preocupações, perceber melhor os reais problemas de Gondomar e dar resposta aos Gondomarenses para, em conjunto, concretizarmos o crescimento social e económico com sustentabilidade. A nossa prioridade são as pessoas, antes de fazer sempre as mesmas obras de 4 em 4 anos, ou jardins com milhões de euros. Vamos fazer uma gestão séria e rigorosa dos nossos impostos e, sem deixar de investir no que é urgente e prioritário, conseguiremos baixar o IMI e apoiar os Gondomarenses para baixar a fatura da água.
Instituiremos uma rede de transportes que ofereça uma eficaz e verdadeira mobilidade para todo o concelho! E porque as prioridades são as pessoas, temos também a economia como eixo importante da nossa agenda, pois sem economia não é possível apoiar as necessidades das pessoas, sustentar a proteção ambiental e a qualidade de vida dos cidadãos e das comunidades. Incentivaremos o investimento, o turismo, o comércio local e o empreendedorismo! Os jovens são fundamentais para o objetivo do desenvolvimento sustentável de Gondomar. Vamos criar condições de habitação, transportes e de emprego para fixar a juventude e proporcionar condições de vida atrativa para as famílias. Criaremos respostas intergeracionais para dar sentido à vida dos ido-
sos e proporcionar aprendizagens de vida aos mais novos. Temos consciência da muita manipulação que existe, na comunicação social, para confundir as pessoas na ilusão de uma realidade que não existe, mas os Gondomarenses são inteligentes e percebem que ao contrário do que reiteradamente prometeu, este executivo não cumpriu a promessa de baixar o preço da água, mentiu durante 8 anos, quando afinal era possível tê-lo feito, como se comprova, através das novas (convenientes) promessas antes das eleições. NÓS VAMOS CUMPRIR. O voto é silencioso e só teu! Dia 26 vote GONDOMAR NAS TUAS MÂOS! Vota no Primeiro!
fechados num quarto andar da sua habitação social, porque estão presos numa cadeira de rodas e o elevador não funciona apesar de a Câmara saber da situação; a verem-se privados de bens essenciais porque o desemprego chegou às famílias e o desespero não deixa o pensamento funcionar; a viverem uma vida sem alegria, sem lazer, sem cultura e sem felicidade; a verem-se obrigados a pedir, a implorar, a esquecer o seu amor-próprio e a sua dignidade. Desesperados, escolhem não votar, ou votar em branco ou anular o seu voto, porque estão fartos de ser enganados, escondendo-se atrás do falso “são todos iguais…”. A clarividência necessária turvou-se, as canetas apanhadas do chão não germinaram como as sementes do trigo atiradas à terra pelo agricultor e o eleitor passou a usar uma máscara que, pensa ele, o protege de ser enganado: a abstenção. Esquece-se o eleitor que mesmo com a sua abstenção, voto em branco ou voto nulo há sempre um protagonista que ganha as eleições e que vai
decidir sobre as políticas locais que vão ter consequências na sua vida diária. Esquece-se o eleitor que o seu voto, consciente, sem canetas apanhadas do chão, poderia fazer a diferença e eleger um autarca honesto e competente. Esquece-se o eleitor de ler os papéis entregues por quem não dá canetas e refletir de forma crítica sobre as propostas que lhe são apresentadas, formando o seu pensamento e acção para a transformação e não para a resignação. Esquece-se o eleitor de se alegrar com a CDU quando recebe um programa, um compromisso, uma proposta, uma explicação sobre um assunto que lhe diz respeito e, também, quando recebe a resposta “Não, não temos canetas, mas podemos conversar consigo sobre coisas importantes para a nossa terra.” Esquece-se o eleitor de reconhecer que os candidatos da CDU cumprem o que prometem e esquece-se de perceber que, afinal, nem todos dão canetas.
E canetas, não há? ou debaixo dos carros estacionados. Não ficou uma caneta no chão. O protagonista ganhou as eleições. Uma das grandes medidas desse autarca foi dar a água que era de todos a uma empresa que passou a cobrar exorbitâncias por esse bem público que os gondomarenses pagam a preço “de ouro”. Depois desse vieram outros, com canetas e sacos e camisolas e isqueiros, cada vez mais sofisticados, vestidos com camisolas todas iguais, clones disfarçados do protagonista que já não mexe mas que deixou outro igual a si em seu lugar e, a par da água, outras medidas apareceram para dar lucro a meia dúzia de privilegiados e prejuízo a milhares de gondomarenses que continuam a pagar a água aos preços mais altos; a ver as rendas sociais a terem aumentos brutais; a pagar mais IMI; a serem obrigados a pagar estacionamento porque não têm alternativa para estacionarem os seus veículos; a usarem os seus automóveis porque não têm transportes públicos que cubram todas as suas necessidades; a ficarem
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OPINIÃO: VOZES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
David Santos
PS é passado. PSD é o futuro! Em outubro de 2017 – no primeiro texto que escrevi para este jornal – assumi logo à partida um compromisso: “Eleições realizadas, resultados analisados, tomadas de posse concretizadas e, agora, o futuro pela frente – futuro de muita dedicação e trabalho, de “luta” constante na defesa de Gondomar e dos gondomarenses. Um futuro de presença, de participação, de crítica construtiva e de defesa dos interesses de toda a população de Gondomar.” Disse-o em 2017 e reafirmo-o agora, em 2021, a poucos dias de novo ato eleitoral. E reafirmo-o com satisfação e convicção de dever cumprido. Fiz o que entendi por bem. Segui as minhas linhas mestras e aquilo em que acreditava. Mesmo com
opções partidárias, fui eleito enquanto representante de um movimento independente. Em 2017 aceitei com humildade democrática a decisão dos gondomarenses. Agora, em 2021, espero que as opções sejam outras – e que os Gondomarenses já se tenham apercebido do quase total imobilismo desta gestão camarária do PS. Enquanto elemento da “oposição” tivemos um período de gestão camarária que não foi fácil. Desafiante, sim, mas nada fácil. A falta de diálogo do PS (justificada por uma maioria cega, surda e inoperante) impediu que melhores decisões fossem tomadas em relação a Gondomar. Repito uma ideia de há quatro anos: Esta é a altura de se começar a planear o futuro. E, tenho a certeza (depois destes oito
anos de muitas promessas e de poucas obras dignas desse nome), e só e futuro terá que contar com outras lideranças, com vozes mais atuantes e interventivas, com um completamente novo projeto de gestão política em Gondomar. O famoso Metro do centro de Gondomar afinal como diz o actual líder do Governo, afinal não esta contratualizado como disse o Presidente da Câmara do PS e só no próximo quadro Comunitário e daqui a 7 anos e que veremos o metro ao fundo do túnel. Haja respeito pelos Gondomarenses Perguntar-me-ão, então, qual é essa solução. Pois bem... Do tradicional arco de governação autárquica, não se repetindo o erro de eleger um presidente de Câmara PS, temos claramente a escolha no PSD.
cial, juntamente com o então PPD, na representação de uma importante franja da população que defendendo claramente a democracia e a absoluta salvaguarda da sua preservação, não se revia, nem um pouco, nos caminhos de uma esquerda sovietizada só porque sim, que alguns dos "garantes" do novo status politico da nação, defendiam. A verdade é que a conduta sempre marcadamente pró-democrática do CDS, levou a que aqueles "garantes" fossem tolerando a atividade do partido que também foi sabendo enraizar-se País fora, ganhando o estatuto de partido estruturante da democracia portuguesa.
Esta supra invocação de uma certa realidade vivida pelo CDS nos seus primórdios, mostra-nos as suas características de resiliência e de adequada resposta aos desafios que lhe foram sendo impostos, realidade esta bastante para garantir que saberá ultrapassar a crise de seguidores que o tem afetado, e que, mais cedo que tarde, reganhará o protagonismo que é seu, no contexto politico nacional. Nós sabemos onde está a razão, nós sabemos onde está a virtude. E de tal maneira que o Centro, o nosso espaço politico, se encontra atolado de partidos políticos, desde logo os dois maiores, o PS e o PSD.
A manhã de dia 27 No momento em que este texto for publicado, o momento do exercício da democracia terá já passado, e o povo terá eleito o novo conjunto de forças políticas para todo o concelho. Mais importante do que refletir sobre o resultado é pensar nas políticas que se devem adotar nos próximos quatro anos. É urgente que o novo executivo resolva o problema das águas. A tarifa social automática da água deve ser aprovada
E só o PSD e o seu candidato (Jorge Ascenção) conseguirá devolver um rumo para Gondomar. Últimas linhas – repetidas porque tinha a indicação que o texto do passado mês de agosto seria o meu último... – para o jornal Vivacidade. Parabéns pela persistência! Conseguem ser das poucas fontes de informação credíveis e isentas a nível local. Assim o continuem a ser! Fariam falta mais uns quantos Vivacidades... São perfeitos? Não, longe disso. Mas eu também não o sou.
Pedro Oliveira
O CDS/PP Nesta minha última crónica eu só poderia falar daquele que sempre foi o verdadeiro e único motivo a minha intervenção cívica e politica, o próprio CDS/PP. De facto, o 25 de abril determinou a criação de um partido que se apresentou manifestamente contrário à onda ideológica que começava a liderar o País em 74, correndo mesmo os seus responsáveis sérios riscos de se tornarem privilegiados alvos de um processo de "caça às bruxas", pois o País tornava-se avesso a tudo quanto mexia e estivesse à direita do Partido Socialista. Com efeito, o CDS mostrou-se essen-
Movimento Valetim Loureiro Coração de Ouro
para que as famílias com mais dificuldades possam pagar menos por um serviço que é essencial. É urgente resolver o problema dos transportes em Gondomar. São poucos e em alguns casos inexistente. A deslocação desde as áreas do alto do concelho é essencial para que as populações sobrevivam e não se isolem cada vez mais. É urgente resolver o problema ambiental. O estado das nossas ETARs e dos nossos
rios merece um cuidado particular, tantas vezes relegado para segundo plano. É urgente resolver o problema da habitação pública. A criação de mais habitação acessível e travar os despejos no concelho deve ser uma preocupação ativa das forças políticas recentemente eleitas. São urgentes estes e mais problemas. Não devem e não podem ser palavras ocas e vazias em tempo de eleições. Ouvir as
CDS-PP Reconhecem, portanto, que é no Centro onde o desenvolvimento e a modernidade melhor se espraiam. Cumpre-nos então a nós, Centristas genuínos, arrepiar caminho e garantir aos portugueses a verdadeira qualidade de vida do seu futuro. Obrigado a todos.
Sara Santos BE pessoas e cuidar dos seus problemas, é um compromisso que os executivos devem zelar. Há que mudar a política local pela sua génese e não fazer mais do mesmo.
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