Distribuição em Expanção 6

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>>Agosto >>ano I >>Director: António Pedro

>>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Mensal >>Propriedade: Score Media

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Alvarás Vistorias já começaram

Internacionalização

2013

>>Preço capa: 700 Kz

E ainda… • Retalho africano em 2022 • A opinião dos VIP • 24 horas com … • Novidades de produto

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Uma oportunidade chamada Maputo

Responsabilidade social O exemplo Refriango

Distribuição

RETALHO NÃO ELEGÍVEL PARA PROGRAMA DO ANGOLA INVEST

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editorial O que vai acontecer?

O

sector da distribuição moderna continua a receber alertas de indicadores macroeconómicos de crescimento previsto no curto prazo e não pode continuar alheio aos grandes marcos previstos para a economia. A distribuição moderna precisa de acompanhar a dinâmica de crescimento, não apenas do ponto de vista de infra-estruturas, como a construção de hiper e supermercados, mas também de indicadores previstos na economia. Abordou-se neste espaço, na edição passada, a necessidade da criação de um índice de vendas retalhista, numa concertação entre os players, que estão a preparar a criação de uma associação. A sugestão não surgiu ao acaso. Afinal, são muitos os desafios, e o mercado do retalho continua pobre em termos de estatísticas económico-financeiras. Em Julho último, o conceituado economista e professor universitário Manuel Nunes Jr. afirmou que o País poderá registar um Produto Interno Bruto (PIB) próximo dos 19 biliões Kz (acima dos 196 mil milhões USD) até 2017, um aumento que representa quase o dobro do indicador actual. O que se pretende do retalho alimentar e especializado é que acompanhe estes passos e saiba qual será a sua participação em termos taxativos neste crescimento, para boa orientação dos players. Não se quer com isto ensinar aos operadores do mercado, alguns com larga experiência, o á-bê-cê do sector da distribuição moderna no aspecto de indicadores numéricos. O que se pretende é ajudar a alavancar o sector. Vejamos o seguinte: Como é que um player da distribuição moderna no País vai convencer um parceiro da média ou grande distribuição da África do Sul, Espanha, Portugal, EUA, só para citar estes, a formar uma joint-venture neste segmento sem saber quantificar o crescimento previsto para o sector nos próximos cinco anos? É um problema conjuntural, mas o sector já não precisa de se apegar a este argumento se o destino é apenas crescer e continuar a crescer. Ficando refém dos indicadores do Orçamento Geral do Estado, onde o retalho figura nos serviços mercantis associado às categorias diferentes de comércio, torna-se difícil ter uma real percepção do seu contributo no PIB.

António PedrO, Director

Por esta razão, é necessário que esforço similar ao empreendido na construção de cadeias de hipermercados, supermercados e hipercash seja demonstrado na contabilização do sector no PIB. Há 10 anos era um luxo fazer-se compras num supermercado, quando o Jumbo despontava na fila da frente. Este cenário foi invertido com o surgimento de novos players, alguns forçados ao mercado por causa da criação da rede retalhista Nosso Super pelo Governo. Hoje continua a ser um luxo quantificar o peso da distribuição moderna no PIB, e o único “Jumbo” é ainda o OGE, onde o peso do sector aparece subentendido, no item serviços mercantis, na segmentação do Produto. Não basta hastear bandeira para afirmar que o sector representou 8,7% do PIB em 2009, passando para 9,5% no ano seguinte e com estimativa de 10% no ano passado, a julgar pela contabilização da riqueza nacional ligeiramente acima dos 9,2 biliões Kz (pouco mais de 100 mil milhões USD) ao ano, até porque naquelas taxas estão inclusas outras categorias de comércio. Se o sector não despertar, vai acontecer que continuará a trabalhar no curto prazo e a caminho do médio prazo sem indicadores macroeconómicos que lhe facilitariam contribuir mais para a economia e diferenciar-se pela positiva de outros sectores que estão também no “estaleiro” quanto a esta questão. Acredita-se que cada player da distribuição pode contribuir neste sentido seguindo o exemplo do beija-flor, pois reza uma história que certa floresta ardia em chamas e todos os animais, incluindo os Big Five (leopardo, leão, elefante, búfalo e rinoceronte), fugiram da selva face ao aumento considerável de temperatura. Contudo, o beija-flor, tão pequeno que é, transportava duas gotas de água de um rio, por cada viagem, para despejar na floresta que ardia. Um leão questionou-lhe que loucura estava (o pequeno player) a praticar. O beija-flor respondeu: “Estou a fazer a minha parte!” Todos os parceiros reflectiram e seguiram o exemplo até apagar o fogo sobre a floresta. A comparação não quer ser abusiva, por se tratar de animais, mas apenas elucidativa. O sector da distribuição moderna também é capaz.

ficha técnica

Director António Pedro – antonio.pedro@scoremedia.co.ao • Director Executivo Victor Jorge – v.jorge@scoremedia.co.ao • Directora geral de revistas Nilza Rodrigues – nilza.rodrigues@scoremedia.co.ao Conselho de Gerência Alexandre Mealha Colaboram neste número José António Rousseau e Diógenes de Oliveira Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Printer • Distribuidora VASPE, SA • Dep. Comercial Cátia Amado – catia.amado@scoremedia.co.ao • Dep. Conferências Carina Amuedo Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola Contactos E-mail distribuicaoemexpansao@scoremedia.co.ao Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009

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índice #

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Quiz/Dixit

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Distribuição

06-09 Top 100 do Angola Investe sem projectos de retalho alimentar 10-12 Novo alvará só com vistoria aos estabelecimentos comerciais 14 Países africanos entre os mais atractivos para investimento do retalho 16 Opinião Diógenes de Oliveira, presidente da Associação Angolana dos Directos

10

30

do Consumidor (AADIC)

18-19 Pretail – Comprar antes de estar pronto 20 Prémios Sirius- Uma homenagem ao melhor de Angola 21 O panorama do retalho em 2022 22-24 Uma oportunidade chamada Maputo 26 ADN da Distribuição

28

24 HORAS COM…

28-29 Domingos Vunge, presidente do Conselho de Administração da Score

34

Distribuição

30

Produção

34

BEBIDAS

36

FEIRAS

30-31 Como ligar marcas de FMCG aos consumidores africanos 32 Entrevista a Jorge Parreira, director-geral da Orivarzea 34 Crianças aprendem reutilização de porta-produtos da Refriango 36 FILDA 2013 lançou desafios para atracção de investimentos

36

38 TRANSPORTES

38-39 Gama renovada nos camiões Volvo

40

Leituras

42 44 46

Novidades de produto

40 Iniciação à Exportação 40 Exportando para os Países Africanos de Língua Portuguesa

VIP A FECHAR

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DIXIT

quiz

“Não há ainda condições para negócios baseados na agricultura feitos por pessoas isoladas ou pequenos grupos.” Augusto Medina, presidente do conselho de administração da Sociedade Portuguesa de Inovação, in jornal Expansão, 12 de Julho de 2013

“Recrutar funcionários de qualidade requer que sejam comprometidos, com vontade de crescer, aprender e sobretudo com vontade de servir.”

1

Eduardo Saloba, director-geral do Nosso Super, in

Qual o maior contribuinte fiscal do sector da distribuição moderna? a) Kero b) Jumbo c) Maxi d) Casa dos Frescos

Semanário Económico, 11 de Julho de 2013

“Angola está num processo gradual, que vai levar o País a sair do grupo dos países menos avançados.” Álvaro Paixão Júnior, secretário de Estado para o Comércio, in Jornal de Angola online, 14 de Julho de 2013

2

Em que lugar se posiciona este mesmo contribuinte fiscal no ranking dos 100 maiores contribuintes fiscais em Angola? a) 35 b) 74 c) 29 d) 61

“Há toda uma conjugação de factores que fazem com que hoje o negócio seja um pouco mais apetecível do que era no passado.” Eduardo Salomé, director-geral do Nosso Super, in Novo Jornal, 12 de Julho de 2013

“Temos dito aos senhores deputados: Não façam gestão à base de rotina, façam-na à base de inovação. Novas ideias, visões, é o que nós queremos.” José Severino, presidente da AIA, in Agora, 12 de Julho

3

de 2013

Qual a insígnia pertencente ao sector da distribuição moderna distinguida como superbrand na edição 2013? a) Shoprite b) Casa dos Frescos c) Pomobel d) Kero

4

O Carrefour – segundo maior retalhista do mundo – acaba de anunciar a entrada em mercados da África Ocidental e Central. Com quantas superfícies? a) 8 b) 7 c) 4 d) 11

“Gostaríamos de ver mais investimento angolano em Portugal.” Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia de Portugal, in Dinheiro Vivo, 16 de Julho de 2013

“Os desafios da Economia angolana são, basicamente, três: o primeiro é o equilíbrio da balança comercial, portanto, o aumento das exportações e a diminuição das importações; o segundo é a diversificação da sua base produtiva, ou seja, uma menor dependência do petróleo; e o terceiro é o reforço da capacidade científica e tecnológica dos quadros angolanos. Se fosse ministro da Economia, só me preocupava com estas três coisas. Como é que corrigia estes desequilíbrios? Com investimento!” Luís Todo Bom, antigo secretário de Estado da Indústria e Energia de Portugal, in jornal Sol, 12 de Julho de 2013 3

“Não precisamos apenas de aumentar a produção com o modelo produtivista. Temos, acima de tudo, de dinamizar a actividade económica local, com a mobilização de milhares de pequenos e médios agricultores, permitindo o acesso aos alimentos, quer pela produção própria quer pela compra através de rendimento da própria produção.” Belarmino Jelembi, director da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, in jornal Expansão, 19 de Julho de 2013

Respostas: 1 c); 2 c); 3 d); 4 a)

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pág.

distribuição

/Angola Investe

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Novo alvará só com vistoria aos estabelecimentos comerciais

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Países africanos entre os mais atractivos para investimentos do retalho

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Uma oportunidade chamada Maputo

Os projectos aprovados até ao primeiro semestre do ano corrente, no âmbito do programa do Ministério da Economia, priorizam sectores que de forma directa e indirecta apoiam o retalho alimentar, mas este não é elegível para financiamento

Top 100 do Angola Investe sem projectos de retalho alimentar >> António Pedro

O

programa Angola Investe, do Ministério da Economia, visa apoiar a criação de negócios, o aumento da produção nacional nos sectores da agricultura, pecuária e pescas, materiais de construção, indústria transformadora, geologia e minas e serviços de apoio ao sector produtivo, para reduzir as importações. O Angola Investe tem aprovados, até ao momento presente, 100 projectos focados nos sectores citados. Entretanto, o sector do retalho alimentar não consta no top 100 porque não é elegível segundo as especificidades do programa, avançou a esta revista o consultor do ministro da Economia, Licínio Contreiras, no evento do Lide Angola sobre “Empreendedorismo”. Afirmou que os empreendedores/empresários que apostarem na concepção de projectos como centros logísticos de distribuição terão aval positivo de financiamento junto dos bancos comerciais caso os seus programas, neste campo, tenham viabilidade económica e financeira, com garantia de retorno de financiamento. Segundo Licínio Contreiras, uma vez que o Angola Investe visa, entre vários objectivos, priorizar o apoio à criação de negócios e o combate à pobreza, a criação de plataformas

>> DR

logísticas ou centros logísticos de distribuição vai ajudar no escoamento de produtos agrícolas do campo para as micro, pequenas, médias e grandes superfícies comerciais nos centros urbanos de maior e menor consumo. Actualmente, é prioridade do Executivo a construção de centros logísticos de distribuição, execução atribuída ao Ministério do Comércio, em todo o País, visto que a UNACA – Confederação das Associações de Camponeses e Cooperativas Agropecuárias de Angola, tem revelado a regular dificuldade dos agricultores em retirar os seus produtos do campo para os centros de consumo. O financiamento do Angola Investe, para construção de centros ou plataformas logísticas, não difere das regras do pacote global, que estabelece, para microempresas, até 20 milhões Kz, enquanto pequenas empresas recebem até 150 milhões Kz, e as médias, 500 milhões Kz, com taxa de juro máxima de 5% ao ano, período de carência não inferior a seis meses e prazo de reembolso de sete anos. “Nos 100 projectos já aprovados não consta nenhum de centros logísticos”, revela Licínio Contreiras, advertindo que existe abertura para financiamento de projectos com tal perfil, pois vão ao encontro dos objectivos principais do Angola Investe, de incentivar a produção nacional. Refere que o empresário que aposta na construção de um centro logístico, por intermédio do Angola Investe, está a ajudar o Executivo nos esforços de redução da pobreza e fomento do aumento de renda do agricultor ou camponês, pois vai evitar as perdas de produção que ainda se registam por falta de escoamento. Dos 22 bancos comerciais que operam no mercado, 20 estão integrados no Angola Investe, e quanto à burocracia registada no avanço do processo, segundo Samora Kitumba, administrador do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), deveu-se à adaptação de

um novo modelo de negócio e de financiamento. “Nem os bancos comerciais tinham um modelo de financiamento adaptado ao perfil do programa Angola Investe. Da mesma forma que os empreendedores e empresários tiveram de enquadrar-se nas regras do programa, com os bancos não foi diferente”, fez saber.

Negócio das cadeias de retalho Presentemente, as grandes cadeias de retalho alimentar que operam no País, com marcas de supermercados e hipermercados, entenderam apostar na criação de centros logísticos próprios face à ausência de empresas neste sector do mercado, segundo suas exigências. Grupos empresariais que detêm as marcas Maxi, Kero, Jumbo, Shoprite, Deskontão – a mais nova no mercado do retalho e cash & carry – e outras com certa relevância apostaram em soluções próprias de centros logísticos para se evitar embaraços nas operações logísticas diárias. As apostas das marcas citadas resultam do facto de poucas empresas em Angola terem abraçado o negócio das cadeias logísticas de distribuição moderna, direcionadas ao retalho alimentar e com padrões de referência. Recorda-se que empresários afirmaram na conferência da revista Distribuição em Expansão, este ano, que a relação com a banca é ainda muito difícil por ausência de garantias segundo as regras dos bancos. Contudo, os centros logísticos que o Governo está a construir em todo o País com financiamentos do Programa de Investimentos Públicos visam, por um lado, comprar a produção dos camponeses, e, por outro lado, conservar e manter os produtos em estado apropriado para consumo humano, principalmente, antes de chegar às superfícies comerciais.

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distribuição /Angola Investe

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distribuição /vistorias

Novo alvará só com vistoria aos estabelecimentos comerciais

Começou em todo o País o processo de vistoria aos estabelecimentos comerciais para a renovação de alvará comercial, em 22 de Julho último. Em Luanda, o ponto de partida aconteceu no supermercado Nzamba I, no município do Cazenga, que recebeu avaliação positiva com recomendações

>> António Pedro

A

implementação de novas regras do comércio moderno em Angola continua a marcar passos positivos, agora com a implementação do processo de vistoria aos estabelecimentos comerciais, condição obrigatória para qualquer agente comercial obter a renovação de alvará para exercer a sua actividade. Desde 22 de Julho último que arrancou o

>> DR

processo em todo o País, a nível de todos os municípios. A reavaliação de estabelecimentos comerciais, retalhistas, grossistas e cash & carry tem novo formato de avaliação, através de equipas formadas por especialistas do Ministério do Comércio (incluindo o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor – INADEC), Corpo de Bombeiros, Ministério da Saúde e Polícia Económica.

Em Luanda, as vistorias arrancaram a partir do município do Cazenga, concretamente no Supermercado Nzamba I, que ao registar a primeira vistoria, oficialmente, ao fim de avaliações feitas por técnicos de diferentes equipas, recebeu o Certificado de Vistoria com algumas recomendações. Os técnicos recomendam a mudança do sítio onde estão armazenados os conten-

tores de frio, no prazo limite de 30 dias, considerado um gesto pedagógico, já que não foram detectadas irregularidades impeditivas para obter o certificado que abre porta para renovação do alvará comercial. O proprietário da empresa Patrícia & Irmãos, Comércio e Indústria, detentora do Supermercado Nzamba I, mostrou-se regozijado por ser o primeiro a ser ava-

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N.º de armazéns grossistas/Luanda BAIRRO/ZONA(S)

Arredores da Capitania do Porto

14

Arredores da Rua Cmdte. Kima

38

São Paulo

81

Ngola Kiluanji

101

Rua da Samba

40

Prenda e Samba

22

Rocha Pinto

49

Arredores do Prenda

30

Bairro Indígena

53

Bairro Nelito Soares

129

Zona do Grafanil

34

Marçal

21

Hoji-ya-Henda

369

Kikolo

55

Fonte: Censo dos Estabelecimentos Comerciais de Angola, 2012

Número de estabelecimentos da rede comercial e de prestação de serviços de Angola/2013 Comércio a Retalho Zona Norte

20 568

Zona Centro

4570

Zona Sul

2502

Zona Leste

666

Total

28 306 Comércio Misto

Zona Norte

7144

Zona Centro

1613

Zona Sul

501

Zona Leste

1292

Total

10 550 Prestação de Serviços

Zona Norte

7512

Zona Centro

1234

Zona Sul

572

Zona Leste

152

Total

de prazos de consumo, bem como em locais apropriados, segundo padrões de higiene. Contudo, por outro lado, o Estado ganha com maior volume de receitas fiscais, porque deixa de permitir que agentes comerciais façam multiplicidade de alvarás, em nome de um único contribuinte fiscal, com a abertura de filiais. Segundo o director provincial do Comércio de Luanda, Guilherme Paulo, o processo de vistoria visa salvaguardar aspectos de segurança, saúde, higiene, não

NORTE

Bengo Cabinda Kwanza Norte Luanda Malanje Uíge Zaire CENTRO

Benguela Bié Huambo Kwanza Sul SUL

Huíla Kuando Kubango Cunene Namibe LESTE

9470 Lunda Norte

Comércio por grosso

liado no universo de agentes comerciais em Luanda. Jorge de Jesus afirmou que não encara dificultoso o processo actual de obtenção de alvará, pois “às vezes a dificuldade reside nas pessoas que não conseguem cumprir os requisitos da lei neste processo”. Por um lado, a medida de vistoria aos estabelecimentos comerciais visa salvaguardar os direitos do consumidor em adquirir produtos de qualidade e dentro

Províncias por zona

Zona Norte

5024

Zona Centro

842

Zona Sul

880

Zona Leste

255

Total

7001

apenas dos estabelecimentos mas também dos produtos vendidos, tendo como base o processo de renovação dos alvarás através da criação de equipas multissectoriais para se avaliar padrões de salubridade, higiene e armazenagem. “O objectivo deste processo é avaliarmos o estado funcional de cada estrutura em si. Vamos reclassificar a rede comercial em toda a Luanda. Está a acontecer aqui porque Cazenga é um município muito populoso e vai levar meses”, explicou. A estimativa de vistoria, na análise do director do Comércio, é de se atingir até 15 estabelecimentos por dia em cada município. Adiantou que, com o novo sistema de obtenção de alvará comercial, desde que o processo de requerimento esteja

Lunda Sul Moxico

legalmente constituído, o alvará fica emitido no limite em 72 horas. Após aprovada a vistoria, é emitido o alvará para estabelecimentos já existentes. Em caso de uma das equipas de avaliação considerar que certo detalhe de higiene, de segurança, saúde ou direito do consumidor não está adequado ao estipulado por lei, a emissão do Certificado de Vistoria será barrada ao agente comercial e, consequentemente, fica dificultada a obtenção de alvará. “O alvará fica impedido em caso de falta de uma ‘peça’ no processo. Se o estabelecimento vistoriado não tem as condições técnicas exigidas, então não recebe o Certificado de Vistoria. O estabelecimento não abre se não reúne todas as exigências requeridas por lei”, alertou o director provincial do Comércio de Luanda.

Potencial para 250 mil estabelecimentos Segundo o estudo Observatório da Competitividade Empresarial em Angola, do Instituto de Fomento Empresarial, divulgado oficialmente na última semana de Julho, o Ministério do Comércio estima que até Abril de 2013 existiam, aproximadamente, 80 000 estabelecimentos comerciais no País. Contudo, apenas se encontram licenciados 63 281 estabelecimentos, nas categorias de comércio por grosso, comércio misto, comércio a retalho, comércio geral, comércio de representação, prestação de serviços e conces-

sionários. Neste contexto, espelha o estudo, é relevante a continuação do processo de organização e estruturação do sector, levada a cabo pela Direcção Nacional do Comércio Interno. Por sua vez, estima-se que o mercado nacional tenha capacidade para instalação de 250 000 unidades comerciais, o que demonstra o potencial de crescimento deste sector, segundo estudos da direcção nacional do comércio e serviços mercantis, cujos indicadores anuais, como dos retalhistas – supermercados, e de uma maneira não muito

elucidativa, constam na composição do Produto Interno Bruto. Os estabelecimentos comerciais que existem em Angola concentram-se, maioritariamente, na zona norte do País (73,9%), e na zona centro (14,7%), mas é na província de Luanda que se encontram 52,6% dos estabelecimentos comerciais, os quais se distribuem pelos seguintes segmentos: comércio a retalho (46,9%), prestação de serviços (17,1%), comércio misto (15,4%) e comércio por grosso (10,2%).

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distribuição /vistorias

Oeste-africanos empurrados às regras Guilherme Paulo admitiu que faz tempo que se vinha assistindo ao funcionamento de estabelecimentos comerciais sem as condições mínimas para o efeito, pois, antigamente, um indivíduo com apenas um alvará podia abrir 20 filiais, mas pagava imposto na condição de uma unidade comercial, o que não acontece com a nova regra. Cada estabelecimento comercial, segundo o responsável, vai funcionar com seu alvará, e vai conseguir-se angariar mais receitas fiscais para o Estado. Aliadas a este factor, constam as boas práticas modernas de comércio. Se um estabelecimento não tiver condições de segurança, extintores para combater incêndio, porta de emergência, sistema de frio, todos funcionais, segundo Guilherme Paulo, está decretada a barreira ao Certificado de Vistoria.

Existem registos, aponta o responsável, de incêndios na zona do Hoji-ya-Henda, no Cazenga, onde muitos estrangeiros provenientes do Oeste de África, particularmente do Mali, Gana, Costa do Marfim, Gabão, Camarões, Nigéria, praticam comércio contra todas as regras estabelecidas para comércio moderno. “A maior rigorosidade (a aplicar) não está neste supermercado Nzamba I, com bens alimentares e industriais, mas nas zonas críticas de comércio de que estamos a falar, precisamente na Rua do Funchal, na zona onde há armazéns geridos por cidadãos oeste-africanos que não entendem nada sobre a legislação comercial. Daí a razão de maior rigor no processo de vistoria aos estabelecimentos. Se não estiverem em condições, serão encerrados”, deixou o alerta. Guilherme Paulo reforça que a intenção é exigir aos agentes comerciais que adoptem as melhores práticas de comér-

cio moderno, para bem do consumidor e melhoria de perfil do próprio agente comercial que opera no mercado de Luanda, em particular, e no País, em geral.

Cazenga com mais de 400 estabelecimentos De acordo com o Censo dos Estabelecimentos Comerciais de Angola/2012, o município do Cazenga tem mais de 400 estabelecimentos grossistas que, nesta

altura, constituem o alvo principal do processo de vistoria para a renovação de alvará comercial. O número de estabelecimentos comerciais grossistas no Cazenga é tido em conta a julgar pelo número existente na zona do Grafanil, geograficamente repartida entre Cazenga e Viana, na comuna do Hoji-ya-Henda e no Kikolo, conforme a tabela abaixo sobre a rede grossista em Luanda.

Principais players grossistas: Angoalissar, Arosfram, Atlas Group, Golfrate, Cabire retalhistas: Nosso Super, Shoprite, Maxi, Martal, Poupa Lá, Casa dos Frescos, Jumbo, Pomobel, Intermarket e Kero. Fonte: Observatório da Competitividade Empresarial em Angola, estudo do Instituto de Fomento Empresarial

Alvará comercial: agora em três dias O Ministério do Comércio assumiu o desafio de licenciamento e renovação de actividade comercial de forma rápida, fácil e segura, em plataforma digital, conforme espelha numa nota a revista Distribuição em Expansão. A obtenção ou renovação de um alvará comercial em Angola – processo que antes podia demorar meses – a partir de Agosto corrente passa a ser resolvida em questão de três a oito dias, através do novo Sistema de Licenciamento da Actividade Comercial (SILAC), uma garantia do Ministério do Comércio. A implementação do sistema visa regular melhor, disciplinar e licenciar o exercício da actividade comercial no País, sistema operado em plataforma digital, e promete desburocratizar os procedimentos para novos pedidos, renovações e alterações cadastrais. Desta forma, o agente comercial que tiver acesso à Internet regista-se para o uso da aplicação através do endereço electrónico www.minco.gov.ao e, após proceder desta forma, pode efectuar o seu pedido de licenciamento, de

forma simples e rápida. Caso o interessado venha a necessitar de ajuda no processo, ou não tenha acesso à Internet, bastará ao agente deslocar-se aos pontos de apoio do Ministério do Comércio, que conta com a Sala de Apoio ao Empreendedorismo Comercial (na sede do próprio ministério e nas administrações municipais), nos Guichés Únicos da Empresa, Nosso Centro (Luanda), no Serviço Integrado de Atendimento ao Cidadão (SIAC) e nos Balcões Únicos do Empreendedor (BUE). A quantidade de documentos exigidos, a centralização dos serviços de licenciamento, a acção de intermediários e a ampla possibilidade de fraudes tornavam o trâmite mais lento, caro e inseguro. O novo processo de licenciamento prevê vários pontos de atendimento, como os acima indicados, e obedece a um modelo que passo a passo afasta a possibilidade da actuação dos “despachantes”, cabendo a cada agente comercial aceder às etapas previstas para a actualização/

regularização. Para além dos passos já indicados, o sistema adopta um modelo de Cédula do Alvará Comercial à prova de fraudes, devido à introdução de uma série de dispositivos de segurança, visíveis e não visíveis. A previsão do Ministério do Comércio é que a solução tecnológica vai trazer redução considerável do tempo processual na emissão do alvará e na concessão das renovações. O sistema vai permitir sanar alguns problemas da rede comercial, como o grande afluxo de pessoas ao ministério e a prática do comércio cumulativo, aliada à criação de um cadastro único e à modernização e uniformização dos procedimentos e mecanismos. A simplificação do processo vai reduzir o número de documentos complementares exigidos para o efeito, bastando o interessado fazer-se acompanhar do certificado de vistoria, certidão comercial e fotocópia do Documento de Arrecadação de Receitas (DAR), para solicitar a emissão de um novo alvará.

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distribuição /Global Retail Development Index

Países africanos entre os mais atractivos para investimentos do retalho Embora sejam ainda poucos os países africanos a constar no estudo da A. T. Kearney, Global Retail Development Index, a região da África subsariana continua a acelerar. O ranking é liderado por países da América Latina >> Victor Jorge

>> DR

E

ntre os 30 países mais atractivos para o investimento dos operadores de retalho encontram-se dois países africanos, pertencentes à região subsariana, revela o Global Retail Development Index da A. T. Kearney. Poderá ser pouco, mas o estudo conclui que “a África subsariana continua a ganhar destaque”, com o Botsuana e a Namíbia a aparecerem no ranking e algumas outras nações perto de entrar neste “clube”. Considerando que, até 2100, cinco dos 12 países mais populosos do mundo estarão em África, “não há dúvida de que este continente constitui uma enorme oportunidade para o retalho”, pelo menos para os que conseguem navegar nos riscos de negócio e políticos. A África subsariana está recebendo um olhar mais atento de grossistas e retalhistas regionais e globais em busca de oportunidades de alto crescimento. A população é jovem (um terço tem entre 10 e 24 anos de idade) e de rápido crescimento (2,4% ao ano, o segundo mais rápido do mundo), e o PIB tem registado evoluções constantes. A região está, igualmente, a urbanizar-se rapidamente, com uma classe média em expansão e rendimentos que impulsionam o consumo. Também as ligações à Internet e móveis cresceram significativamente. A região também tem obstáculos desafiadores únicos: infra-estruturas, em grande parte subdesenvolvidas, o que torna a construção de uma cadeia de abastecimento sustentável difícil, dependência económica pesada da produção agrícola, e consumidores sensíveis ao preço e uma alta inflação que retardaram o avanço da distribuição moderna. Namíbia e Botsuana são os dois países que aparecem neste ranking, mas a região, como um todo, está sob o olhar atento dos players. Países como Etiópia estão em crescendo, justificado pelo crescimento

económico e rumores da mais que possível entrada da Walmart (já presente em 12 países da África subsariana). Embora ainda não apareça neste ranking, Angola é, de certeza, dos países que, em breve, poderão constar, já que a estabilização político-económica do País tem possibilitado um rápido crescimento do sector do retalho, visível pela abertura de lojas e surgimento de novos players, como foi o caso do Kero (com abertura da primeira loja em Dezembro de 2010), do Deskontão (em Junho de 2013) e a mais que esperada entrada da Sonae em território angolano. No topo deste ranking da A. T. Kearney aparecem três países da América Latina, com o Brasil a liderar, segundado por Chile e Uruguai, aparecendo a China em quarto lugar. O estudo admite mesmo que, embora se trate de mercados ainda com potencial, estão a divergir de caminho. Segundo os analistas, se esta união, conceito criado há 12 anos pelo economista britânico Jim O’Neill, estava na altura em uníssono, neste momento os interesses estão a começar a divergir uns dos outros.

Global Retail Development Index 2013 País

Região

Atractividade do mercado (%)

Risco (%)

Saturação (%) 43,3

1

Brasil

América Latina

100

86,2

2

Chile

América Latina

95,6

100

18,7

3

Uruguai

América Latina

92

73,9

63,5 34,3

4

China

Ásia

62,1

67,9

5

Emirados Árabes Unidos

Médio Oriente

95,8

94,6

3

6

Turquia

Europa Oriental

86,8

83,7

28,9

7

Mongólia

Ásia

17,7

37

99

8

Geórgia

Ásia Central

36,6

63,8

83,4

9

Kuwait

Médio Oriente

87,8

87,1

36,4

10

Arménia

Ásia Central

32,3

63,6

93,5

11

Cazaquistão

Ásia Central

44,1

51,9

76,2

12

Perú

América Latina

52,9

60,4

63,4

13

Malásia

Ásia

63,4

95,8

22

14

Índia

Ásia

36,8

59,4

63,3

15

Sri Lanka

Ásia

16,6

60,5

81,8

16

Arábia Saudita

Médio Oriente

71,4

79,2

35,6 11,3

17

Oman

Médio Oriente

77,5

97,8

18

Colômbia

América Latina

59,2

73,6

43

19

Indonésia

Ásia

47,4

49,6

49,3

20

Jordania

Médio Oriente

53,1

65

65,9

21

México

América Latina

79

75

12,1

22

Panamá

América Latina

49,7

70,8

37,2

23

Rússia

Europa de Leste

92,4

44

21,1

24

Libano

Médio Oriente

74,1

32,9

48,6

25

Botswana

África Subsariana

38,7

82

31,8

26

Namibia

África Subsariana

20,8

77,1

12,6 48,7

27

Marrocos

Norte África

30,1

60,5

28

Macedónia

Europa de Leste

40,7

42,3

56

29

Azarbeijão

Ásia Central

28,5

26

90,3

30

Albânia

Europa Oriente

30,6

35

73,6

0 = actractividade baixa

100 = actractividade alta

0 = alta risco 100 = baixo risco

0 = saturado 100 = não saturado

Fonte: A.T. Kearney “The 2013 Global Retail Development Index

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opinião

Reflexos de uma sociedade para o consumo – Perguntas de consumidores e respostas da AADIC

Diógenes de Oliveira presidente da Associação Angolana dos Directos do Consumidor (AADIC); www.aadic.org

1) Qual é o prazo para eu reclamar por um defeito existente num produto? R: Tanto para produtos como para serviços, o prazo é o mesmo, mas deve ser analisado se o vício é aparente ou não, ou seja, se o defeito é de fácil constatação, se é visualmente perceptível. Sendo esse o caso, e se o produto for um bem duradouro (como os electrodomésticos, por exemplo), o prazo é de 90 dias. Caso o produto seja um bem não duradouro (como pilhas e alimentos, por exemplo), o prazo é de 30 dias. Isto está previsto no artigo 13.º da Lei de Defesa do Consumidor. 2) E quando se inicia esse prazo para eu reclamar de vícios aparentes? R: De acordo com o artigo 13.º da Lei de Defesa do Consumidor (LDC) em seu parágrafo único, o prazo começa a contar da data da entrega do produto ou do fim da realização do serviço. 3) O fornecedor de um determinado produto, adquirido por mim, recusa-se a trocá-lo por outro, alegando que o defeito apresentado é culpa do fabricante. O que devo fazer? R: Primeiramente, a responsabilidade do fornecedor é solidária, ou seja, tanto ele quanto o fabricante são responsáveis pelos produtos colocados à venda, isso significa que, caso o consumidor queira exigir a troca do produto directamente ao fornecedor, ele poderá fazêlo. É o que diz o artigo 11.º da LDC. 4) Comprei um produto que apresentou defeitos. O fabricante diz que não pode fazer nada, porque não tem culpa pela ocorrência do defeito. Isto é correcto? R: Não. De acordo com o artigo 10.º da Lei de Defesa do Consumidor, o fabricante, o produtor, o construtor, seja ele nacional ou estrangeiro, e os importadores respondem, independentemente de culpa, pela reparação dos danos ocorridos aos consumidores, sejam estes defeitos decorrentes de falha de projecto, fabricação ou acondicionamento dos produtos, assim como por informações incompletas ou inadequadas sobre a utilização e os riscos que ofereçam esses produtos. 5) Comprei um electrodoméstico importado no mês passado. O produto estragou-se e não encontro as peças de reposição. A loja que me vendeu disse que o produto não está mais a ser importado, por isso não há mais peças para troca deste serviço autorizado. E agora, o que eu faço? R: De acordo com o n.º 3 do artigo 20.º da Lei de Defesa do Consumidor, os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não for parada a importação ou fabricação do produto. E, após parada a importação ou fabricação, a oferta deverá ser mantida por período razoável, na forma da lei. Assim sendo, você poderá exigir do importador ou do fabricante a oferta de peças de reposição para o produto que apresentou defeito. 6) Efectuei uma compra, e o fornecedor disse que a garantia seria enviada pelo fabricante posteriormente pelo correio electrónico ou pelo estafeta da empresa. Está certo? R: Não. O termo de garantia deverá ser entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no acto da compra do produto, acompanhado de todas as informações, do manual de instruções, de instruções, de instalação e de uso do produto em linguagem didáctica (português), inciso no artigo 20.º conjugado com os artigos 15.º e 16.º da Lei de Defesa do Consumidor. 7) Uma determinada firma procurada por mim recusa-se a vend-

er apenas os maços de cigarros. Ela obriga que a pessoa compre também uma determinada marca de isqueiros. Isso é correcto? R: De forma alguma. Isso é o que se chama de cláusulas abusivas, conforme o artigo 16.º, inciso na al. d), conjugado com artigo 15.º, n.º1, da LDC, que diz: estabeleçam obrigações consideradas iníquas e abusivas que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis com a boa-fé e a equidade. 8) O produto que eu comprei está dentro da garantia, mas já faz 40 dias que o mesmo está na assistência técnica. Quando o comprei, ele já estava com defeito. O que posso fazer neste caso? R: No caso de o vício – ou seja, o problema – não ser sanado no prazo máximo de 30 (trinta dias), o consumidor pode exigir qualquer uma destas três opções: a substituição do produto por outro similar, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, devidamente corrigida; ou o abatimento proporcional do preço. Neste último caso, o artigo refere-se, por exemplo, à hipótese de vários produtos adquiridos da mesma loja. Isto está expresso no n.º 2 do artigo 11.º da Lei de Defesa do Consumidor. 9) Mas, e se a substituição das partes defeituosas, em razão de sua gravidade, puder comprometer a qualidade do produto? R: O parágrafo 3.º do artigo 11.º da LDC diz que, no caso de, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas vier a comprometer a qualidade, as características do produto ou no caso de se tratar de produto considerado essencial, o consumidor poderá exigir, de imediato, a substituição desse produto. Isso quer dizer que ele não precisará de esperar os 30 dias citados na resposta anterior. 10) Comprei alguns vegetais que estavam em estado de decomposição. O dono do supermercado disse-me que não se lembra de quem comprou as maçãs que estavam estragadas por dentro, por isso disseram que não se vai trocar as frutas. Quem é o responsável? R: O artigo 11.º da LDC, em seu paragrafo único, diz que, no caso de fornecimento de produtos in natura (ao natural), como frutas e verduras, será responsável, perante o consumidor, o fornecedor imediato, a não ser que seja claramente identificado o seu produtor, ou seja, o responsável neste caso será quem vendeu as frutas, isto é, o supermercado. 11) Minha geleira foi para conserto e foram colocadas peças usadas, mas eu não autorizei isso. Isso está correcto? R: Não, o n.º 2 do artigo 12 da LDC diz: no fornecimento de serviços que tenham por objecto a reparação de qualquer bem, considerase implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a este últimos, autorização em contrário do consumidor. 12) Quero pagar antecipadamente as parcelas do meu carro, mas a concessionária diz que não tem desconto, alegando que a cobrança é feita por outra empresa. A concessionária está correcta? R: De acordo com o artigo 17.º da LDC, em seu parágrafo único, está garantido ao consumidor o direito de redução proporcional dos juros e demais acréscimos no caso de pagamento antecipado (tanto total quanto parcial) do débito. Então, só pague antecipadamente se a concessionária lhe oferecer um desconto. Realmente, muitas empresas, lojas, etc., terceirizam os seus departamentos de cobrança, ou seja, são outras firmas que fazem a cobrança dos débitos. Mas não pague caso não for receber um desconto proporcional dos juros e demais correcções.

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distribuição /pretail

Comprar antes de estar pronto

>> Victor Jorge

Por que razão os consumidores adoram comprar produtos no estágio da concepção? O Trend Briefing sobre os Presumers (pré-consumidores) dá a resposta ao que é o pretail

E

xistem cada vez mais consumidores que estão ansiosos para se envolver com produtos e serviços e financiá-los antes do seu lançamento, alimentando um crescente movimento de crowdfunding. Isto é pretail! Em 2012, plataformas de crowdfunding baseadas em doações e recompensas (das quais o pretail é uma parte) cresceram

>> DR

85%, ou seja, cerca de 1,4 mil milhões USD (dados da Massolution, Abril de 2013).

1.

A expansão do cérebro global

O crowdfunding possibilitou o surgimento do cérebro global (a criatividade, o empreendedorismo e a inteligência colectiva de milhares de indivíduos e start-

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-ups do mundo todo) no consumismo. E, por meio do mecanismo de financiamento pré-realização, essas plataformas significam que qualquer pessoa que tem uma ideia pode apresentá-la aos consumidores, que podem então efectuar a pré-compra. Pela primeira vez na história, a diversidade, a criatividade e o simples número de inovações oferecidas na arena do consumo podem colocar-se à altura da imaginação dos consumidores. Este movimento representa uma nova igualdade crucial entre oferta e procura: algo que não existia quando o consumo ocorria nas tradicionais lojas offline/online. E depois? Obviamente, a sequência seria que os consumidores passassem a sugerir de modo pró-activo ao cérebro global o que desejam ver apresentado/construído. E, depois, alguns deles podem começar a tentar fazer por conta própria, resultando então na convergência máxima do por e do para. E se isso faz com que se lembre da criação colaborativa, ou customer-made, está certo: porém, tenha em mente que a criação colaborativa sempre esteve mais relacionada com marcas que buscam ideias/ajuda junto aos consumidores; desta vez, no entanto, a questão realmente é relativa a consumidores que exigem o que querem dos empreendedores/do cérebro global.

messas não têm mais onde se esconder. Os consumidores sabem disso, e sabem que os criadores sabem. Isso significa que os consumidores podem ter fé futura de que a maior parte dos criadores vai entregar os produtos/ serviços prometidos. Sim, isso deixa espaço para certo risco. Mas os consumi-

Na verdade, a nova modalidade de sites de pretail está dissolvendo os limites entre pretail e vendas directas ao facilitar a compra de projectos bem-sucedidos pelos consumidores, mesmo que seja muito tempo depois de terem atingido os seus objectivos de financiamento. E já existem exemplos que se projectam

os consumidores façam a pré-compra das suas ideias? Está preocupado com concorrentes que podem roubar as suas invenções? Então assegure-se apenas de ter um número tão grande de inovações, que ninguém vai conseguir acompanhá-lo. • E, sim, faça com que os consumidores

dores vão aceitar o risco minúsculo de não ver o projecto realizado como parte do pretail. Mesmo que um inovador, de facto, suma com o dinheiro, os pretailers abandonados vão ver-se como parte de uma comunidade já pronta, comprometida com o financiamento de um produto específico: eles podem simplesmente encontrar outro empreendedor para atender a esta procura pré-construída.

para fora das plataformas de crowdfunding e chegam às lojas físicas, também em escala global.

lhe apresentem ideias que eles estejam dispostos a pré-comprar. Iniciativas de pretail também vão dar apoio aos seus canais de compra tradicionais. Construir uma comunidade de apoiantes entusiasmados só vai ajudar a despertar o interesse dos consumidores mais tradicionais. • Faça parceria com algum criador/inventor/start-up para apresentar em conjunto um conceito para pré-venda. Ou monte uma plataforma com marca própria em que os criadores possam colocar as suas ideias num nicho específico (quer dizer: o seu nicho, que também é dos seus clientes). • Examine o cenário tradicional do retalho e pense como isso será reproduzido na arena do pretail: é provável que venha a existir um megashopping center em estilo Walmart ou Amazon (que agregue todas as ideias lançadas nas centenas de plataformas de crowdfunding do mundo todo), assim como lojas específicas (quem vai criar o primeiro pretailer de luxo, o primeiro pretailer de artigos para casa escolhidos a dedo e assim por diante?).

2.

Encaixe perfeito no mercado

Os consumidores que adoram o pretail encantam-se com a emoção de estar à frente, misturada à alegria de encontrar um produto animador ou útil ou relevante de verdade, principalmente se for algo fora do comum ou tão específico (de nicho), que nunca teria chegado à linha de produção de uma marca tradicional. E como o já mencionado cérebro global é capaz de apresentar uma gama infinita de inovações aos consumidores, a custo próximo de zero e risco zero, o mercado do pretail é quase infinito. Além do mais, como os consumidores só vão pré-comprar as inovações que desejarem – e assim garantir que essas ideias sejam realizadas – ignorando as que não desejam, a situação fica mais próxima do mercado perfeito do que qualquer economista poderia imaginar.

3.

Confiança instantânea

As barreiras de confiança que no passado podiam impedir os consumidores de adoptar o pretail estão a desfazer-se totalmente, e com muita rapidez. Numa arena de consumo que ganhou transparência com a conectividade online, criadores que não cumprem suas pro-

4.

Da pré-venda à venda

O próximo passo (e o último) para os produtos de pretail: ser absorvido pelo comércio tradicional e comum.

Implicações e oportunidades Qualquer coisa que delicie consumidores (cansados, saturados) precisa de estar no seu radar. E o pretail com toda a certeza toca em alguns desses pontos. Então, como é que qualquer marca pode se transformar em pretailer? • Abra mão do sigilo. Não, você não vai querer compartilhar tudo com o mundo inteiro – e com os seus concorrentes –, mas porque não abrir a sua pesquisa e desenvolvimento e permitir que

O que é o pretail? Modo de consumo em que os consumidores tratam as plataformas de crowdfunding como se fossem os novos shopping centers. Porquê? Porque é aí que a procura actual por produtos e serviços mais inovadores, emocionantes e únicos está mais bem servida (melhor do que em qualquer outro lugar), por um exército de empreendedores e start-ups.

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distribuição /Prémios Sirius

Uma homenagem ao melhor de Angola As melhores instituições e os melhores gestores dos Prémios Sirius, evento organizado pela Deloitte, serão conhecidos, mais uma vez, em Dezembro. A 3.ª edição traz duas novidades, com a introdução de uma nova categoria e dois novos membros do júri >> Victor Jorge

O

>> César Magalhães

evento que homenageia e distingue as melhores instituições e os melhores gestores angolanos está (novamente) lançado. Na apresentação da 3.ª edição dos Prémios Sirius, da responsabilidade da Deloitte, o managing partner da consultora, Rui Santos Silva, frisou que o evento é “um contributo importante para a exigência dos agentes económicos”, admitindo que os prémios “têm contribuído para a modernização e sofisticação das empresas”. Com os objectivos perfeitamente delineados – incentivar as boas práticas de gestão, a qualificação e os melhores desempenhos de gestores e organizações –, os Prémios Sirius têm, segundo as palavras do presidente do júri, Manuel Nunes Júnior, a função de “promover a excelência na economia angolana”. Segundo o professor associado da Universidade Agostinho Neto e antigo ministro de Estado para a Coordenação Económica (2010) e ministro da Economia de Angola (2008 a 2010), os prémios têm como ponto-chave a aposta na “inovação que traz a

excelência e que, por sua vez, traz conhecimento”, mas também tornar os seus vencedores em referências para todos os angolanos, especialmente os jovens, camada da população que, de acordo com Nunes Júnior, “precisa de referências a nível educacional e profissional”. Esta edição dos Sirius traz, igualmente, algumas novidades, nomeadamente nas categorias a concurso, bem como nos membros do júri. Em relação à primeira, o júri decidiu criar a categoria Melhor Programa de Educação Financeira no Sector Bancário, pretendendo, assim, distinguir as empresas ou entidades que mais tenham contribuído para a literacia financeira e bancária da sociedade angolana. Neste ponto, o presidente do júri do evento destacou a importância que as instituições bancárias, e não só, têm na educação das famílias angolanas, admitindo mesmo que, “com uma população mais esclarecida e informada, todo o País sai beneficiado”. No que diz respeito aos novos membros do júri, com a saída de Laura Monteiro, o painel foi enriquecido com a entrada de

O júri foi enriquecido com a entrada de Laurinda Hoygaard e Vera Daves

Laurinda Hoygaard, professora universitária titular e consultora de instituições nacionais e internacionais, e Vera Daves, administradora executiva da Comissão do Mercado de Capitais. A estas se juntam, além do presidente do júri, os “repetentes” José Severino (presidente da AIA), Manuel Alves Monteiro (presidente do júri do IRGA – Investor Relations & Governance Awards) e Henda Inglês (presidente

Historial dos Prémios Sirius Categoria Empresa do Ano do Sector Financeiro

2011

2012

Banco de Fomento de Angola

BAI

Empresa do Ano do Sector Não Financeiro

Sociedade Mineira de Catoca

Unitel

Melhor Gestor do Ano

Manuel Vicente (Sonangol, E.P.)

Ganga Júnior (Sociedade Mineira de Catoca)

Melhor Programa de Responsabilidade Social

Empresa Nacional de Seguros (ENSA)

Odebrecht Angola

Prémio Empreendedorismo

Luís Nunes (Socolil – Sociedade Comercial Lizena)

Manuel João Fonseca (Terras do Futuro)

Prémio Melhor Relatório de Gestão e Contas

Banco Regional do Keve

Prémio Melhor Programa de Desenvolvimento do Capital Humano

Sonangol

Prémio Melhor Programa de Educação Financeira no Sector Bancário

2013

do conselho de administração do Instituto para o Sector Público Empresarial). Para chegar aos nomeados, número que será posteriormente reduzido para uma shortlist, o júri dos Prémios Sirius auxilia-se de informação prestada pelas várias associações do tecido económico-financeiro angolano desafiadas a contribuir para uma das etapas do processo de avaliação. Assim, o júri solicitou as contribuições da Federação das Mulheres Empreendedoras, Associação Industrial de Angola (AIA), Câmara de Comercio e Industria de Angola, Associação dos Empreendedores Angolanos, Associação de Jovens Empresários de Angola e Associação Comercial de Benguela, entre outras. Certo é que os vencedores dos Prémios Sirius 2013 serão conhecidos num jantar de gala, em Luanda, a realizar no dia 5 de Dezembro do presente ano. Até lá, aceitam-se apostas.

Fonte: Deloitte

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Retalho 2022

Muitos foram e são os que apontam os BRICS como os países onde se deve estar. No entanto, os especialistas já avisam que é preciso olhar mais para além destes emergentes.

O panorama do retalho em 2022 >> Victor Jorge

D

ez anos é muito tempo. Para alguns, pelo menos. Para outros, qualquer estratégia de negócio é vista a longo prazo, e uma década é o mínimo que querem ver no business plan. Uma análise recente feita pelo Economist Intelligence Unit (EIU) revela que, embora “todos” olhem para os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) como os mercados onde se deve e tem de estar, há quem afirme já hoje que, ainda que venham a ser os mercados do retalho dominantes no futuro, África é onde estarão as melhores oportunidades de negócio e crescimento. Basta recuar uma década e perceber o que se fazia então com os telemóveis (chamadas e mensagens) ou com a Internet (navegar e enviar e-mails) ou olhar para determinadas economias, como a chinesa, cujo PIB nominal representava, em 2002, menos de 15% do norte-americano, ou como os hábitos de consumo se foram alterando neste período.

>> DR

Como exemplo, basta verificar que a China irá ultrapassar os EUA como maior mercado alimentar do mundo ou que irá superar o Japão como principal país nos produtos de luxo, antecipando mesmo os analistas do estudo que, em 2016, a China poderá tornar-se no maior mercado retalhista mundial. Embora se conclua facilmente que o potencial de África em igualar os países dos BRICS nos próximos cinco anos será reduzido, os retalhistas estão já a investir no continente, de modo a alcançar o po-

tencial máximo em 10 ou 20 anos. “O risco ainda existe, e os países da África subsariana ainda lutam contra a instabilidade, crime, falta de infra-estruturas e corrupção”, admite o estudo do EIU, referindo ainda que “estes mercados são muito difíceis de operar sem ‘ajuda’ local e uma abordagem inovadora para resolver muitos dos problemas que os mercados apresentam”. Contudo, os países africanos possuem o potencial de se constituírem como fortes impulsionadores de crescimento do reta-

Dimensão dos principais mercados de retalho (Milh. USD) País/Região

2012

2016

2022

China

2,311,226

4,207,729

8,345,813

EUA

3,389,633

3,961,146

4,470,376

Índia

845,676

1,877,429

3,822,770

Japão

1,691,548

1,496,789

1,628,421

Rússia

658,961

932,014

1,482,362

Brasil

500,338

768,459

1,155,286

17,011,998

23,357,957

33,471,288

Mundo (60 países)

Fonte: The Economist Intelligence Unit

lho. Com excepção da África do Sul, os países estão fragmentados, mas com um consumidor ávido por marcas ocidentais, com grupos como Unilever, Nestlé ou Danone a fazer fortes investimentos. As contas indicam que, em 2030, as 18 cidades mais importantes de África terão um poder de compra combinado superior a 1,3 biliões USD. O conceito escolhido para uma expansão africana parece estar encontrado: a conveniência, seja ela em que formato for. O importante é dar ao shopper e ao consumidor. As estratégias dos principais players mostram que a direcção escolhida favorece lojas de dimensão mais reduzida, mas localizadas centralmente, com uma oferta de comida preparada e produtos de compra por impulso, indo ao encontro de necessidades imediatas. Mas em 2022 teremos a certeza do que estará a acontecer. Até lá, haverá ainda espaço para a publicação de muitas tendências. Vemo-nos então em 2022! #21

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distribuição /Maputo

Uma oportunidade chamada Maputo Apesar de a oferta existente na cidade de Maputo ser, de modo geral, pouco desenvolvida e de reduzida qualidade, a capital moçambicana oferece bastante espaço a futuros conjuntos comerciais modernos que queiram desenvolver-se

>> Victor Jorge

S

e Angola, de uma forma geral, e a cidade de Luanda, em particular, são considerados como locais de aposta e expansão para grande parte dos operadores do comércio, Moçambique – e, especificamente, Maputo – começa a despertar um interesse cada vez mais crescente, revela um recente estudo da consultora imobiliária Cushman&Wakefield (C&W). A recente evolução da economia de Moçambique e o seu potencial de crescimento, aliados ao forte investimento estrangeiro recebido nos últimos tempos, têm contribuído para a melhoria do nível de vida da população moçambicana e para o surgimento de uma classe média

>> DR

com um crescente poder de compra. Estes efeitos são essencialmente sentidos na capital do país, Maputo, o principal destino de negócios em Moçambique. Esta evolução conduziu ao aumento do interesse por parte de promotores, investidores e ocupantes no mercado imobiliário da capital moçambicana, facto que é cada vez mais visível na dinâmica cidade.

O retalho Maputo registou nos últimos anos uma forte actividade de promoção imobiliária direccionada maioritariamente para o desenvolvimento de projectos na área da hotelaria, habitação e escritórios,

deixando o sector de retalho para segundo plano. Esta é, segundo o estudo da C&W, uma evolução natural para um país como Moçambique, que conta com elevados níveis de pobreza entre a sua população e com uma classe média manifestamente incipiente. No entanto, admite a consultora, “o crescente volume de expatriados que sucessivamente chega a Maputo, associado a uma, ainda que tímida, melhoria das condições de vida da população local, tem vindo a despertar o interesse para este sector, existindo já vários projectos de retalho pensados para a cidade”. Actualmente, o mercado de retalho de Maputo caracteriza-se ainda por uma

oferta de qualidade reduzida, desorganizada e pouco eficaz, não estando em linha com os requisitos de ocupação da grande maioria dos retalhistas que hoje operam nos principais mercados internacionais. Existem várias lacunas a este nível, das quais se salientam a fraca diversidade da oferta, a dispersão das zonas comerciais, dificuldades de acesso e estacionamento, um nível relativo de insegurança, a prática de preços muito elevados e stocks reduzidos. O estudo da C&W destaca, contudo, que o sector alimentar deve ser considerado como “uma excepção a esta realidade”, havendo actualmente uma oferta vasta

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e representada por vários operadores, na sua maioria sul-africanos. No entanto, também neste segmento, os preços praticados são consideravelmente elevados, tendo em conta o poder de compra da população. A oferta de retalho em Maputo é maioritariamente representada por centros comerciais, galerias comerciais, retail parks e unidades stand-alone, juntando-se a esta oferta um comércio de rua de dimensão reduzida e altamente dispersa, embora já com lojistas que representam algum interesse.

Os presentes A oferta de espaços de retalho em Maputo, reduzida e de baixa qualidade, está em linha com o tipo de operadores presentes no mercado. No geral, a procura é caracterizada por retalhistas locais independentes, sendo poucos ou raros os casos de redes de lojas de origem nacional operadas por retalhistas múltiplos. A presença de operadores internacionais é também residual. Os poucos que estão instalados no mercado actuam na sua maioria nos sectores da moda e alimentar e são originários da África do Sul e

de Portugal. As marcas internacionais presentes em Maputo são, no sector alimentar, as cadeias de supermercados Pick n Pay, Spar e Shoprite, todas sul-africanas. O department store Woolworths tem também unidades em funcionamento na cidade,

sejam exclusivamente no seu formato alimentar, como no formato mais alargado com oferta de artigos de moda. Além destas, encontram-se também na cidade outras insígnias internacionais do sector da moda, como são as marcas sul-africanas Mr. Price e PEP, ou origi-

nárias da Europa e EUA, como Zara Outlet, Lanidor (que comercializa na mesma unidade artigos das marcas Globe e Quebra-Mar), Lacoste, United Colours of Benetton, Hugo Boss, Carmen Steffens, Nike e Adidas. Noutros sectores de comércio é possível

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distribuição /Maputo ainda encontrar marcas como Samsonite, Vista Alegre/Atlantis, Mont Blanc/ Cartier (comercializadas na mesma unidade por um operador local), Moldura Minuto, Swatch, Boticário, @Home, KFC e Vodacom (marca moçambicana do grupo Vodafone). Na sua esmagadora maioria, estas marcas operam em Maputo em regime de franchising, sendo exploradas de forma directa por empresas locais. No que se refere às unidades nacionais, a grande maioria oferece baixa qualidade, havendo, no entanto, algumas excepções para operadores que oferecem um serviço e qualidade de produtos acima da média. Estas pertencem maioritariamente ao sector da moda, com a Gringos, Fashion World, The Basement, Milano, Casa +, Poko Stress, Oxford, Ipanema ou Game.

O futuro Em síntese, o mercado de retalho moçambicano encontra-se ainda numa fase prematura de desenvolvimento, tanto do lado da oferta de espaços comerciais como da procura, com um número reduzido de operadores profissionalizados. Este aspecto, em conjunto com o bom desempenho económico do país, bem como o seu potencial de crescimento promissor, permite antever excelentes oportunidades neste mercado, tanto para promotores e investidores imobiliários como para operadores de retalho. Ainda assim, importa ter em conta os actuais hábitos de consumo da população e considerar a oferta comercial actualmente mais representativa na cidade. Paralelamente, importa também contar com a vasta oferta comercial existente na África do Sul, localizada na cidade de Nelspruit. Esta cidade sul-africana, embora esteja a mais de duas horas de distância de automóvel, é muito atractiva para os residentes de Maputo, fruto da maior diversidade e da vantagem competitiva que oferece na relação qualidade-preço

Centros comerciais

O maior centro comercial da cidade é o Maputo Shopping Center, localizado em plena baixa, próximo da Avenida 25 de Setembro. É um projecto desenvolvido em cinco pisos, com uma área de venda estimada em cerca de 10 000 m2, dividida por 106 lojas. O Marés Shopping Center é o mais recente centro comercial de Maputo. Foi inaugurado no 2.º semestre de 2011, tratandose de um empreendimento de uso misto, combinando o uso de retalho com espaços para serviços e apartamentos residenciais de alta gama. O centro comercial tem 9000 m2 e é ancorado por um Woolworths e um supermercado Shoprite.

Galerias comerciais

O Polana Shopping é a galeria comercial com maior prestígio em Maputo, inserido num edifício de uso misto de comércio, escritórios e residencial. Com pouco mais de 1500 m2, divididos por três pisos, a oferta comercial destina-se a um públicoalvo com maior poder de compra. Existem ainda outras duas galerias comerciais: Centro Comercial Rovuma (com uma área de venda total estimada em 500 m2) e as Galerias Interfranca (com uma área de 3000 m2).

Retail parks e stand-alones

São dois dos formatos mais desenvolvidos em Maputo. As principais unidades existentes são: Retail Park da Praça de Touros – ancorado por uma unidade alimentar Shoprite e uma Woolworths. Área estimada de 10 000 m2, distribuída por 26 lojas; Super Spar Premier – um stand-alone do sector alimentar; Supermercado Pick n Pay – outro stand-alone que, devido ao seu muito provável sucesso comercial, originou uma expansão do projecto para uma pequena galeria comercial com uma área de venda total de cerca de 2000 m2 e cinco lojas; Game – um dos mais antigos stand-alones na cidade. Oferece produtos do sector alimentar, bem como artigos de desporto, eléctricos e de bricolage; Matola Retail Park – ancorado por um Shoprite, possui ainda lojas Vodacm, M Cell e Mr. Price; Zimpeto Square – localizado nos subúrbios de Maputo, conta com uma área total de 12 000 m2 e é ancorado por um Pick n Pay e por uma Edgars e PEP.

Comércio de rua

As principais artérias comerciais, convivendo com mercados de rua e venda ambulante, ambos parte integrante da economia paralela moçambicana, são: • Avenida 25 de Setembro • Avenida 24 de Julho • Avenida Vladimir Lenine • Avenida Eduardo Mondlane • Avenida Julius Nyerere

quando comparada com os produtos comercializados em Moçambique. É certo que os hábitos de consumo enraizados na população são um forte desafio para qualquer novo projecto comercial que surja. No entanto, o potencial de crescimento da economia moçambicana e a evolução que se tem sentido no consumo privado da sua população, numa média de 5% ao ano na última década, bem como o crescente número de expatriados a instalarem-se em Maputo, indicam um forte potencial para uma nova oferta na cidade.

As futuras ofertas Os projectos de retalho planeados para a cidade de Maputo são na sua maioria inseridos em empreendimentos de uso misto, encontram-se em várias fases de desenvolvimento e englobam os sectores residencial, escritórios, hotéis e retalho. De entre os vários projectos em fase de negociação e/ou estudo, ficam os que pretendem dar ao uso comercial um maior destaque: • Terrenos da FACIM Este projecto localiza-se na baixa da cidade, nas antigas instalações da FACIM (Feira Internacional de Maputo), jun-

to à marginal. É um empreendimento de uso misto (residencial, escritórios, hotéis e retalho, com uma área bruta de construção (ABC) de 270 000 m2, com a componente destinada ao retalho a ficar inserida numa área com 30 000 m2; • Cidadela de Matola Localizado no terreno das antigas instalações do Centro Emissor da Rádio Moçambique, este projecto corresponde a um investimento total de 200 milhões USD. O projecto inclui um centro comercial com uma área total de 46 000 m2;

• Maputo Business Tower Este projecto corresponderá a um investimento total de 110 milhões USD. A torre será composta por 47 andares, dos quais 32 serão para escritórios, cinco para estacionamento e os restantes para um centro comercial e outros serviços; • JAT VI Prevê-se que este empreendimento venha a ser composto por três edifícios de escritórios, um hotel e uma torre residencial com o piso térreo ocupado por um centro comercial.

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ADN da Distribuição

5.º Gene

José António Rousseau, Docente, consultor e especialista em Distribuição Moderna www.rousseau.com.pt

“A localização pode fazer toda a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um negócio, pelo que qualquer decisão que lhe respeite só deve ser tomada após a obtenção e a análise criteriosa de toda a informação disponível e relevante”

LOCALIZAÇÃO, LOCALIZAÇÃO, LOCALIZAÇÃO (1.ª parte)

H

á alguns anos, todos os conferencistas internacionais que falavam sobre retailing faziam uma pergunta sacramental aos seus ouvintes: Quais os três factores mais importantes para o sucesso de uma loja? E, após um pequeno período de suspense, eles próprios respondiam ser, em primeiro, a localização, em segundo, a localização e, por fim... a localização! Sabemos também há muito, pelos diferentes estudos empíricos efectuados, que, de 100 pessoas que passam em frente de uma loja, apenas 80 olham para ela. Destas 80, apenas 40 param para ver melhor a respectiva montra. Das 40, apenas 20 entram na loja. E, destas 20 que entram, apenas 4 ou 5 efectuam uma compra. Por isso, todos os retalhistas pretendem sempre instalar as suas lojas nos melhores locais possíveis, que variam em função de factores como o ramo de actividade, os produtos comercializados, as características da zona de influência e as acessibilidades, ou seja, onde existam as melhores oportunidades de mercado e a maior intensidade de tráfego, ainda que uma boa localização hoje possa tornar-se má amanhã, porque os mercados se alteram, os concorrentes chegam, as acessibilidades se modificam, os clientes mudam. De facto, a localização pode fazer toda a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um negócio, pelo que qualquer decisão que lhe respeite só deve ser tomada após a obtenção e a análise criteriosa de toda a informação disponível e relevante. Em primeiro lugar, porque a localização é, tipicamente, o primeiro factor de escolha do consumidor de uma loja, em relação quer ao sítio onde mora, quer ao seu local de trabalho. Em segundo lugar, porque a localização se assume como um factor de vantagem competitiva e se reveste de uma natureza quase irreversível. Não é por acaso que hoje os maiores grupos de distribuição mundiais – desde a Walmart, a Ahold, a Tesco até às portuguesas Jerónimo Martins (Recheio), através do projecto de extensão comercial Amanhecer e Sonae (Continente) com o projecto de franquia comercial O Nosso Super – vão focalizar os seus investimentos e a sua estratégia de expansão para os próximos anos em formatos de pequena dimensão e de proximidade. Na verdade, enquanto as opções sobre preços, sortidos ou serviços podem ser facilmente modificadas, as relativas às localizações, na medida em que exigem investimentos substanciais ou compromissos de longo prazo, dificilmente são susceptíveis de alteração. Daí que as decisões que incidam sobre a localização dos pontos de venda sejam, com justiça, consideradas das mais importantes e determinantes para o sucesso de qualquer distribuidor. Frequentemente, uma boa localização pode esconder ou atenuar uma gestão deficiente ou uma estratégia comercial medíocre, como no caso do condomínio comercial Babilónia, na Amadora, mas raramente, e por melhor que seja o ponto de venda, este terá futuro se a sua localização for totalmente inadequada, como, infelizmente, foi o caso da livraria Byblos, nas Amoreiras, em Lisboa.

Por tudo isto devem os distribuidores, no processo de selecção de locais para os seus equipamentos comerciais, analisar criteriosamente alguns dos aspectos básicos de enquadramento, tais como os geodemográficos, os económicos e os culturais. Alguns autores apontam uma sequência de acção “ideal” para uma escolha acertada de um ponto de venda que se inicia com a pesquisa, isto é, a identificação das áreas geográficas com potencial para novas implantações; passa depois para a viabilidade, ou seja, encontrar os melhores locais disponíveis dessas áreas e calcular o seu potencial de vendas, e termina com a microanálise, constituída pelo levantamento de todos os aspectos específicos relacionados com o local que poderão ser determinantes para a performance do ponto de venda. Seja como for, devemos considerar como passos obrigatórios de um distribuidor, na escolha da localização do seu ponto de venda, a avaliação das áreas comerciais pretendidas em termos das características ou idiossincrasias de natureza sociodemográfica da população residente e da concorrência instalada; a opção entre uma localização isolada, numa zona comercial não planificada já existente ou num centro comercial planificado, e, por fim, a selecção do local em função da opção anteriormente efectuada, avaliando as alternativas existentes. Podem, assim, isolar-se três tipos de localização que interessa aprofundar. A localização isolada (free standing site), em que o ponto de venda se encontra isolado, não existindo na zona envolvente outros pontos de venda com os quais seja partilhado o tráfego de clientes. Este tipo de localização revela algumas vantagens, tais como não ter con¬corrência; possuir custos de locação baixos e grande flexibilidade comercial; o estacionamento ser geralmente fácil e dispor de boa visibilidade. Contudo, algumas das suas desvantagens são, por vezes, difíceis de ultrapassar, nomeadamente: as dificuldades de atracção da clientela; os elevados custos de promoção e custos operacionais não partilhados; eventuais problemas de segurança e a escassez na variedade de oferta comercial. Estas desvantagens podem ser superadas pelos outros dois tipos de localizações referidos, nomeadamente através da zona comercial não planificada que existe sempre que dois ou mais pontos de venda, através de um processo espontâneo, se situam próximos uns dos outros de modo a que, no seu conjunto, configurem uma oferta variada, interessante e atractiva para os consumidores. Basicamente, existem quatro espécies de zonas comerciais não planificadas: o centro da cidade ou “baixa”, os centros secundários da cidade, os bairros residenciais e as ruas comerciais (string). O terceiro tipo de localização, porventura o mais equilibrado em termos de vantagens e desvantagens e com maior potencial de futuro, é o do centro comercial planificado, que consiste na integração do ponto de venda num equipamento arquitectural e comercialmente concebido, planificado, estruturado e gerido como uma unidade.

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24Horas com...

Domingos Vunge, Presidente do Conselho de Administração da Score Distribuição >> fotos: César Magalhães

07:20 horas

09:50 horas

Partida de casa, na zona centro, para o HCTA (Hotel Convenções Talatona), onde tem reunião com parceiros empresariais. Aproveita para tomar o pequeno-almoço, depois de ter enfrentado trânsito congestionado à zona do Rocha Pinto.

11:00 horas

Terminada a reunião de negócios, dirige-se à viatura para se deslocar para a Score Distribuição, nas instalações onde funciona também o supermercado Deskontão, à estrada de Camama.

11:00 horas

11:25 horas

Inicia uma conversa com Hugo Cunha, director de Recursos Humanos da SD, cujo diálogo é à volta do trabalho desenvolvido pelos colaboradores, e, neste instante, aproveitam para tomar café feito na loja de pão do supermercado.

Começa reunião de trabalho na SD com potenciais parceiros de negócios com quais repartiu o pequeno-almoço no HCTA, bem ao início da manhã.

15:05 horas

Desloca-se com o director de Recursos Humanos, Hugo Cunha, para uma das salas de formação on-job para colaboradores da SD. A aula em curso é sobre manuseamento de máquinas e equipamentos, suas vantagens e riscos,e observa equipamentos de aula prática a serem utilizados no dia-a-dia. Na sala ao lado, decorreu das 7h-11h uma sessão de formação sobre segurança e higiene no trabalho com outro grupo de colaboradores.

16:30 horas

Terminada a visita ao futuro supermercado da SD, regressa aos escritórios para dar seguimento a alguns assuntos e iniciar uma reunião com accionistas. A reunião começa às 15h30 e termina as 16h30.

Início de reunião com Paulo Silva, director de compras (1.º à esq.), Paulo Carvalho, director-geral da Score Distribuição (2.º à esq.), e Hugo Cunha, director de Recursos Humanos (à dir.), todos ex-quadros da Jerónimo Martins/Pingo Doce.

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10:10 horas

10:45 horas

Após chegar a Score Distribuiçao (SD), faz uma visita pelo supermercado Deskontão, um gesto que pratica diáriamente antes de se dirigir aos escritórios.

Saúda um colaborador da Fazenda Girassol, fornecedora de produtos agrícolas do Deskontão, para de seguida dirigir-se à padaria do supermercado onde consegue medir o ânimo dos seus colaboradores ao trabalho e faz um retrato que fica para recordaçao.

10:20 horas Troca impressões com António Leal, director de operaçoes e sistemas de informação da SD, e a visita pelas instalações decorre até à área de conservação de produtos perecíveis (lacticínios, carne, frescos, etc.), concretamente nas câmaras de conservação e congelação de produtos, bem como até a rampa de descarga e carregamento de mercadorias.

13:00 horas Hora do almoço, enquanto se encaminha para sentar-se junto de colaboradores do Deskontão.

14:00 horas

14:40 horas

À saída do almoço, conversa com Miguel Costa Pinto, director da loja e ex-director da Makro Portugal, e de seguida vai aos escritórios.

Visita às obras do futuro supermercado da rede MEL da SD, bem no coração do projecto Nova Vida. Recebe explicações detalhadas dos engenheiros que orientam a execução da empreitada.

20:30 horas Chegada a casa. Janta com a mulher, Lígia Cunha, e filhas e, no fim, confraternização com a família.

21:30 horas Leitura do livro “O poder do respeito”, de Déborah Noville, em momento de relax, enquanto recupera forças físicas para o “day after”.

18:10 horas

19:40 horas

Após ler os e-mails sobre a actividade diária da empresa, faz despachos de alguns assuntos que não podem ser transferidos para o dia seguinte. De seguida, viaja até à cidade para assistir a uma missa na Igreja do Carmo, junto do Governo da Província de Luanda.

Saída da homilia de uma terça-feira cansativa e proveitosa, face aos resultados obtidos em reuniões e interacção com colaboradores.

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produção

/FMCG Os desafios que as marcas de FMCG têm em atrair e fidelizar consumidores são um dos segredos que as marcas têm de desvendar. Um recente estudo dá algumas dicas sobre como conseguir isso

Como ligar marcas de FMCG aos consumidores africanos >> Victor Jorge

Q

uando falamos de marketing relacionado com marcas de fast moving consumer goods (FMCG) no continente africano, a estratégia de um produto ou abordagem única não funciona. Os consumidores africanos procuram marcas localmente relevantes e com as quais podem estabelecer uma relação, pelo que as empresas de FMCG precisam de compreender o sentimento e comportamento desse mesmo consumidor, de modo a evitar falhas nos mercados escolhidos. Michael Wood, co-fundador e director da Aperio, uma empresa de consultoria de negócios focada no mercado FMCG na África do Sul e África subsariana, revela num recente estudo que os africanos se

>> DR

orgulham de ser africanos e ainda mais orgulho sentem pelo seu país. Assim, as marcas FMCG que obtiveram sucesso são marcas consideradas das pessoas, marcas em que se pode confiar. A confiança é, aliás, crítica para os consumidores africanos e é, muitas vezes, construída pela mensagem que se passa de consumidor a consumidor, de amigos para amigos ou entre familiares, e não tanto por mensagens de marketing emitidas pelas marcas.

Identificação com a marca Uma estratégia africana significa ser-se relevante a nível regional, de país ou criar raízes junto dos consumidores africanos. Uma das companhias que compreenderam isto bem, por exemplo, foi a

Procter&Gamble (P&G), que na Nigéria entendeu que os nigerianos querem marcas nigerianas e que os quenianos querem marcas quenianas. Isto não quer dizer que basta mudar a voz num anúncio de televisão ou rádio. A estratégia da multinacional norte-americana passou por rodar o mesmo anúncio vezes sem conta para os vários mercados onde actua. Assim, na Nigéria, a face do anúncio é um(a) actor/actriz nigeriano(a) com sentimento local, no Quénia é um(a) actor/actriz queniano(a) também com sentimento nacional. Ou seja, é importante o consumidor poder e conseguir-se identificar com a personagem que lhe está a transmitir a mensagem e assim criar um laço com a marca.

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Alvo: mercado jovem

Tornar produtos apetecíveis Tornar os produtos apetecíveis aos olhos dos consumidores africanos é outro dos factores muito importantes a ter em conta aquando da oferta de um produto. Quer isto dizer: mostrar produtos que se diferenciem pela diversidade regional e cultural de cada país é crucial. Exemplo disso mesmo são empresas como SABMiller ou Diageo, que desenvolveram unidades de produção baseadas e adaptadas aos gostos regionais, produzindo bebidas com base em milho, sorgo ou mandioca local, dependente de cada mercado.

Ganhar marcas de FMCG que são bem-sucedidas em África tem um traço comum em termos da sua presença: geralmente conhecem o retalho por dentro e por fora e são altamente visíveis em todos os estabelecimentos, mas principalmente no mass market – em África isso significa, muitas vezes, mercado informal, quiosques e pequenas mercearias de bairro. Estas marcas têm uma presença, na rua e nas lojas, que partilha uma proximidade com os consumidores, sendo percepcionadas pelos consumidores africanos como líderes ou marcas com energia.

Apelar ao segmento jovem também é importante, já que, com uma grande e crescente população jovem, as marcas e produtos que visam o mercado dos jovens têm mais possibilidades de sucesso a longo prazo. Esta juventude está cada vez mais urbana, focada em marcas e, surpreendentemente, conectada com a explosão da Internet e smartphones, com a maior utilização a verificar-se nas redes sociais. Os consumidores africanos têm um alto grau de desconfiança relativamente a novas marcas e produtos, por isso a experimentação é algo importante a considerar. Assim, garantir a estratégia de marketing e planos de execução concentrados na experimentação de novas marcas ou produtos é essencial.

Valor e acessibilidade são fundamentais Valor e preço são pontos-chave. Isto não quer dizer que os produtos precisam de ser baratos. A acessibilidade é o valor dentro de um quadro que os consumidores realmente podem pagar, mas sem comprometer a qualidade, já que isso em África muitas vezes se traduz numa estratégia que se concentra em:

• tamanho, embalagem projectada em torno de uma utilização única. África está cheia de produtos de dimensão menor de uso individual (tudo, desde chamô e leite em pó a vodka, é vendido em saquetas de uso único); • etiquetagem é crítica e os preços para os consumidores e retalhistas têm de ser compreendidos; • segmentação da oferta “bom – melhor – o melhor” ou “valor – performance – produtos premium” também podem enfrentar o desafio da acessibilidade. Dada a natureza de muitos mercados africanos urbanos, o conceito de consumo “on the go” é o que se conecta com os consumidores. Basta olhar para o número de vendedores ambulantes ou pequenas lojas de conveniência existentes em África. Ou seja, conveniência e produtos únicos não são apenas resultado de acessibilidade, mas respondem a uma necessidade do consumidor para o consumo “on the go”. Do ponto de vista qualitativo, os consumidores africanos, muitas vezes, pagam mais por marcas ou produtos que oferecem elevados padrões de qualidade e são considerados de confiança. Não se estranhe, por isso, que uma reacção frequente seja a de que “o barato sai caro”.

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produção /Jorge Parreira, director-geral da Orivárzea A trabalhar (ainda) pontualmente o mercado angolano, a primeira marca de arroz para alimentação infantil do mundo quer entrar em Angola. Por enquanto, admite Jorge Parreira, director-geral da Orivárzea, está a ser difícil encontrar o parceiro certo. Mas a estratégia já existe e é de longo prazo

“Esperamos em breve ter um parceiro” >> Victor Jorge

O

trajecto teve início em 1997. Desde aí, foram vários os sucessos da Orivárzea, maior produtor de arroz de Portugal, com 32 mil toneladas anuais, cultivado numa área de 5300 hectares. Angola já está nos planos da empresa, falta só encontrar o parceiro com ideias que se coadunem com as da Orivárzea. Distribuição em Expansão: Enquanto maior produtor de arroz português, como caracterizaria o trajecto da Orivárzea até aos dias de hoje? Quais foram os momentos mais marcantes desde 1997, ano da fundação? Jorge Parreira: O trajecto da Orivárzea tem sido um trajecto ascendente, e com muitos momentos marcantes, quer para a empresa, quer para o sector e mesmo para o mercado. Eu diria que a compra de uma unidade fabril em 2000 e, em 2011, a finalização de uma nova unidade fabril foram os momentos com mais impacto. Depois temos durante este período o aumento do número de accionistas, o aumento da área produtiva, que hoje se cifra nos 5300 hectares, a compra de 10 máquinas ceifeiras, o que na altura foi a maior compra de uma empresa agrícola na Europa, e, como não podia deixar de ser, o lançamento de marcas no mercado, algumas bastante inovadoras mesmo a nível mundial, como é o caso do Baby Rice, que é a única marca com arroz direccionado à alimentação infantil. Quais têm sido os maiores sucessos e dificuldades sentidas ao longo destes 16 anos? Os sucessos são termos hoje um leque de consumidores que gostam do nosso produto, da nossa imagem e da nossa forma de estar no mercado. As dificuldades são as inerentes ao mercado e negócio de um produto que é uma commodity, onde os preços baixos imperam, onde quase “vale tudo” para obtenção de números, onde a

>> DR

qualidade dos produtos muitas vezes fica em segundo plano, etc., mas, devido à nossa forma de estar no mercado e à nossa estratégia, temos com maior ou menor dificuldade ultrapassado estas contrariedades. As taxas de crescimento nos últimos dois anos têm-se cifrado na casa dos 30%. Em 2009 lançaram a 1.ª marca de arroz para alimentação infantil – Baby Rice. Que importância teve este lançamento? O Baby Rice é a nossa “menina dos olhos”, é um produto único no mundo, dá à nossa empresa uma credibilidade anda maior, e abre-nos muitas portas, principalmente em mercados estrangeiros, como é o caso do mercado asiático, pois hoje a Orivárzea já exporta arroz para a China, via Macau. Tem sido um produto que tem ganho o seu espaço e que tem crescido quer no mercado nacional, quer no internacional. De que forma se inova num mercado deste tipo? Temos inovado em termos de embalagem: hoje temos uma embalagem com atmosfera controlada, quer ao nível da imagem e comunicação, pois hoje a nossa imagem diferencia-se de todas as outras no sector do arroz, quer ao nível das técnicas de produção, pois hoje produzimos sem a utilização de produtos nocivos à saúde e ao ambiente.

portância na nossa estratégia em termos futuros, é um mercado que também exige, que tem uma franja de consumidores exigentes e que dão importância aos produtos de qualidade, e por isso pensamos que podemos dar a esse mercado o que ele ainda não tem, e que o mercado nos pode dar também quantidades e exigências que procuramos. Como classificaria o mercado do arroz em Angola? E o consumidor angolano? Pelo que sei, é um mercado que tem várias formas de distribuição, indo desde a rua até às lojas mais bem apetrechadas. O consumidor é também diferenciado, indo desde o que tem poucas posses e procura produtos a preços mais baixos até aos consumidores com mais posses e que procuram produtos de qualidade, de segurança alimentar, de uma imagem apelativa, e é a estes que queremos dirigir-nos.

Que volume e valor exportam na globalidade? E para o mercado angolano? Hoje exportamos cerca de 5000 toneladas do arroz que produzimos, quer em arroz embalado, quer em arroz transformado em farinha para grandes marcas de alimentação infantil. Para o mercado angolano, estamos ainda a tentar encontrar um parceiro que seja a nossa “cara” neste mercado. Temos feito alguns negócios, mas pontuais.

O mercado da distribuição em Angola está em pleno desenvolvimento, com a expansão dos players internos e a chegada de players externos. Isto é considerado uma vantagem? Sim, claro, e alguns até são portugueses, que pensamos poderem ajudar-nos também nesta nossa estratégia de comercialização da nossa marca no mercado angolano.

Qual a relevância do mercado de Angola para a Orivárzea? Pensamos que poderá ter uma grande im-

Que tipo de evolução esperam na exportação dos vossos produtos para Angola devido a este desenvolvimento do merca-

do de distribuição? Esperamos em breve ter um parceiro que nos ajude a comercializar as nossas marcas neste mercado, e por isso a nossa expectativa é de um crescimento sustentado no mercado angolano. Onde é que os produtos da Orivárzea estão disponíveis neste momento? Em Portugal, estão nas oito maiores cadeias de distribuição. Excepto as lojas discounts, estamos em todos os outros, de norte a sul do país e ilhas. Fora de Portugal, estamos na Suíça, no Brasil, na China (via Macau), em Moçambique, recebemos agora a primeira encomenda para a República do Benim, e temos mais alguns países com que estamos a negociar. Que estratégia irão adoptar para o mercado angolano? Depende do número de pontos de venda que conseguirmos trabalhar, mas o nosso objectivo não é um crescimento a curto prazo, é um crescimento sustentado, e este só pode ser a longo prazo. Foi o que fizemos e temos feito em todos os mercados onde estamos. O que espera a Orivárzea do mercado angolano no futuro? Esperamos que seja um mercado importante para nós, que consigamos captar o máximo de consumidores, e que eles nos vejam como uma marca de confiança, pois é para os consumidores que trabalhamos.

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bebidas

/Refriango

Perfil da Refriango Certificação ISO22000 (única norma universal para sistemas eficazes de gestão da segurança alimentar) Prémios de Qualidade 1 – Monde Selection (Bélgica) Medalhas de Bronze, Prata, Ouro e Grande Ouro 2–M elhor Produto do Ano (2013) – SADC 3–S uperbrands Angola 2013 Marcas: Blue e Nutry Produção Anual: 1000 milhões de litros Refrigerantes: 598 milhões Sumos e néctares: 212 milhões Água: 190 milhões Investimentos (desde 2005): 500 milhões USD Colaboradores Total: 3000 Logística: mais de 600 Distribuição Frota: 300 veículos com GPS Pólos logísticos: Angola, Moçambique, Portugal, Namíbia, Congo-Brazzaville, RD Congo e Cabo Verde Comercialização prevista (I semestre de 2013): 2 milhões de litros Fonte: Refriango

A empresa de produção de bebidas que detém as marcas Blue, Nutry, Tutty, Super Cuia e água Pura, entre outras, lançou o desafio de ensinar a crianças o reaproveitamento de vasilhames dos seus produtos com a finalidade de evitar-se a poluição do meio ambiente

Crianças aprendem reutilização de porta-produtos da Refriango >> António Pedro

A

Refriango e a Fundação Arte e Cultura, do Grupo Mitrelli, estão a ensaiar uma parceria de forma prática, no âmbitol da responsabilidade corporativa da primeira, para ensinar crianças a reutilizar garrafas de plástico, principalmente, das marcas água Pura, sumos Tutty, Nutry e latas de refrigerantes Blue. O primeiro passo da parceria em andamento, incentivado em certa medida pela revista Distribuição em Expansão, aconteceu em Julho último, quando as parceiras do projecto reservaram a tarde de uma sexta-feira para ensinar aos petizes a reutilização das garrafas de plástico das marcas da produtora de bebidas. As crianças aprenderam a fazer objectos de decoração e brinquedos, como porta-chaves, porta-canetas, bonecas, vasos para plantas, entre outros, cuja matéria-prima é o plástico. A fabricante de bebidas não alcoólicas aproveitou o momento para lançar um concurso de melhor obra de arte feita com garrafas de plástico, para ajudar a desenvolver o lado criativo das crianças. O corpo de jurados é constituído por Refriango, Fundação Arte e Cultura e revista Distribuição em Expansão, que, até certa medida, incentivou a acção em prática, que se julga de longo prazo face à intenção dos dois players desta causa. O júri terá o árduo trabalho de apurar a

>> Lídia Onde

melhor obra de arte, e, de acordo com a Refriango, o prémio é ainda surpresa para os concorrentes e para o público atento ao concurso. Todas as crianças/alunos da fundação se assumem, à partida, como potenciais vencedores do troféu em disputa. Segundo Micaela Silva, da área de responsabilidade social da Refriango, o encontro com crianças serviu para demonstrar que o lixo não deve ser deitado de qualquer forma, pois em sítios impróprios causa efeitos negativos, como a morte de animais que acabam por se alimentar de plástico. “Como empresa produtora de sumos e água mineral, a par de ensinar a reutilização de garrafas, queremos ensinar às crianças que existe vida para além da água e do sumo, e podemos criar coisas muito giras, como porta-jóias, porta-chaves, porta-canetas, vasos pequenos para plantas, com o plástico”, ressaltou. Na óptica de Micaela Silva, o que for para ser deitado ao lixo deve ser feito de forma correcta, e o que dá para ser reutilizado deve ser aproveitado, sendo esta a maneira como se procura advertir as crianças. O montante que envolverá os custos da parceria vai ser quantificado, segundo a responsável, uma vez que falta afinar detalhes de conclusão.

Uma parceria para consolidar A directora-adjunta da Fundação Arte e Cultura, Cássia Ayres, salientou que esta

parceria resulta da consolidação do programa da fundação designado Kamba Verde, do qual é a promotora, dedicado à educação ambiental. A Fundação Arte e Cultura tem realizado sessões semanais com crianças, sobre temas diversos relacionados com sustentabilidade. No dia no início do ensaio da parceria com a Refriango, o tema ensinado às crianças foi “O lixo nos mares”. A escolha foi propositada, visto que a fábrica de sumos e água não deixa de ser co-responsável pelos resíduos sólidos que a sua actividade gera. “A empresa [Refriango] trouxe-nos ideias criativas para compartilharmos com as crianças, sobre como uma garrafa de água mineral ou de sumo que sai da fábrica pode ser transformada numa experiência inesquecível para uma criança, um brinquedo”, sublinhou. O Kamba Verde existe há dois anos, e o objectivo é fazer com que as crianças estejam mais atentas às degradações e aos problemas que colocam em risco a vida das futuras gerações no nosso planeta, incluindo animais e plantas. A consolidação da parceria citada ajudará a ultrapassar as actuais 300 crianças assistidas para ir aumentando até às 10 mil previstas em todo o País, o que passa pela difícil tarefa de sensibilização junto do empresariado nacional, ainda sem abertura, ao contrário da Refriango.

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feiras

Filda

FILDA 2013 lançou desafios para atracção de investimentos Encerradas as portas da maior bolsa de negócios de Angola, resta aguardar pelas empresas estrangeiras participantes que, provavelmente, fixarão os seus investimentos por cá, dos sectores alimentar e industrial. Dos Leões de Ouro, nenhum foi para o retalho alimentar nem especializado. Se calhar, em 2014 será diferente

>> António Pedro

>> Lídia Onde

A Galardoados com Leão de Ouro Maior Representação Internacional: China Melhor Representação Internacional: China Melhor Representação da Indústria Transformadora: Empresa chinesa Xuntong Entidades e Empresas Públicas: Porto de Luanda Melhor Participação FILDA 2013: Porto de Luanda Leão de Pérola: Porto de Luanda Melhor Activação de Marca: Movicel Melhor Participação Máquinas e Equipamentos: Auto-Sueco Melhor Participação Seguros e Serviços Financeiros: ENSA Melhor Banco Comercial: BIC (banco oficial da feira) Melhor Cobertura de TV: TPA Melhor Cobertura Imprensa Escrita: Angop Melhor Cobertura de Rádio: RNA Energia e Petróleos: Angola LNG Máquinas Agrícolas: FERPINTA Produtos Inovadores: ZAP Tecnologias de Informação e Comunicação: Unitel Melhor Montadora de Stands: Line Stands de Bruno Albernaz Funcionário do Ano da FILDA: Cardoso Patrício Personalidade do Ano: Presidente da República (José Eduardo dos Santos)

30.ª edição da Feira Internacional de Luanda proporcionou a exposição de produtos de diferentes sectores económicos, desde o alimentar ao tecnológico, passando por indústria transformadora, telecomunicações, transportes, entre outros, com a presença de mais de 1000 expositores entre empresas nacionais e estrangeiras. O objectivo de alargamento do número de expositores, segundo a organização, foi de superar os indicadores anteriores e dar maior abertura aos países investidores que buscam oportunidades em Angola, principalmente através de parcerias sólidas. A maior bolsa de negócios de Angola registou, de 16 a 21 de Julho passado, a participação de 36 países, mais dois que na edição passada, visando a promoção e captação de investimentos para o País, bem como a divulgação para o estrangeiro da estabilidade macroeconómica que se regista presentemente. Neste ano, a China foi o país convidado do certame, tendo arrebatado dois Leões de Ouro, nas categorias de melhor representação internacional e maior representação internacional, superando Portugal e Turquia, que conquistaram títulos similares nas edições anteriores. Em 2011 e no ano passado, África do Sul e Brasil foram os países convidados. Para se contornar a dificuldade de falta de espaço para exposição neste ano, foram montados dois pavilhões na forma de tendas, com 2400 metros quadrados cada um, tal como em 2012, quando se registou alta taxa de ocupação dos espaços, obrigando à montagem de uma tenda de cerca de 400 metros quadrados para complementar os cinco pavilhões já existentes. No ano passado, era imperioso o aumento de espaço de exposição, a julgar pelo tema “Os Desafios da Atracção de Investimento: Estratégia, Legislação, Instituições, Infra-

-Estruturas e Recursos Humanos”, para dar possibilidade de investidores estrangeiros, principalmente, fixarem investimentos no mercado nacional. Neste ano, os investimentos foram superados para se atingir a expectativa de maior número de expositores, mas, até ao fecho da presente edição desta revista, a FIL – empresa gestora da FILDA – não havia confirmado, assim como não foi divulgado o volume de negócios gerados pelas prováveis parcerias firmadas entre empresas durante a feira.

E o retalho? O mercado já possui empresas detentoras de marcas de retalho alimentar e especializado que conquistaram hábitos e gostos de consumidores. Filipe Lemos, presidente executivo do Lide Angola – Grupo de Líderes Empresariais – afirmou a esta revista que não deve ser encarado como fracasso o facto de empresas de retalho em geral não figurarem nas galardoações Leão de Ouro. “Defendo que devem continuar a fazer o seu trabalho e ajudar a desenvolver o País no segmento de negócios em que operam, e a melhorar a oferta ao consumidor. Se calhar, o tempo vai ditar boas surpresas para avaliação das suas operações pelos

consumidores que conhecem seus serviços todos os dias”, aconselhou. O empresário Rui Santos, presidente da Sistec, acredita que a participação na feira já é um ganho para empresas bem posicionadas no mercado e para outras que buscam se afirmar diante de várias barreiras empresariais inerentes aos seus próprios negócios. Actualmente, a oferta de retalho alimentar conta com marcas como Kero, Casa dos Frescos, Shoprite, Nosso Super, Jumbo, Poupa Lá, bem como grossistas como Mega, CLA, Angoalissar, Alimenta Angola e Maxi. Já no retalho especializado, marcas como Moviflor, Porcelanosa e Casa de Decoração despontam no mercado, bem como, na electrónica de consumo, Sistec, NCR e Meditech, entre outras, têm conquistado o seu espaço. Segundo a organização do evento, as empresas de retalho alimentar não apostam com o peso e formato de outras consideradas estruturantes a nível do mercado, independentemente do seu segmento de negócios, apontando casos como os da Unitel, Sonangol, sector bancário e financeiro, que aproveitam para cimentar a sua imagem de forma considerável, face às suas estratégias.

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transportes

/Volvo

Num processo que se iniciou em Setembro de 2012, a Volvo renovou toda a sua gama de camiões. São cinco novos modelos que incluem inovações e características que tornam o trabalho do motorista mais fácil e eficiente

Gama renovada nos camiões Volvo >> Victor Jorge

T

udo começou ainda em 2012, com o lançamento da nova série FH, no que Claes Nilsson, presidente da Volvo Trucks, apelidava de ser “um camião que nos transportará para o futuro”. Economia de combustível, fiabilidade, ergonomia, controlo superior, segurança activa e passiva e funcionalidades que poupam tempo foram conceitos que a marca sueca empregou na série FH e ao longo destes meses foi transferindo para os novos modelos: FM, FE, FL e FMX (este para a construção). Mas vamos por partes.

O polivalente FM O novo FM – o mais polivalente de todos os modelos da Volvo Trucks – apresenta-se com um peso mais reduzido, novas configurações de eixos, maior flexibilidade do chassis e com interfaces claras. As características de condução melhorada incluem a nova direcção dinâmica Volvo e uma série de melhoramentos no chassis, oferecendo

>> DR

ainda novas tecnologias e novos serviços focados na eficiência de transporte e nos custos operacionais da empresa de transportes. Entre as novidades principais está um sistema de direcção exclusivo que combina um motor eléctrico de controlo electrónico na caixa da direcção com a direcção assistida hidráulica. Isto proporciona ao motorista uma série de benefícios, entre os quais, permanecer numa posição descontraída e conduzir sem ter de esforçar os músculos dos ombros e dos braços a baixas velocidades, proporcionando a direcção dinâmica Volvo autocentramento automático ao fazer marcha-atrás; o sistema compensa automaticamente em caso de estradas muito inclinadas e ventos laterais, permitindo ao motorista conduzir em linha recta sem ter de agarrar o volante com força; a estabilidade direccional promove uma experiência de condução descontraída com controlo total a todas as velocidades; e as perturbações causadas por irregularidades na superfície da estrada, como fendas e buracos, são minimizadas.

Outra característica nova são os três eixos direccionais, um à frente e dois atrás na configuração 8 × 2 com tridem, dois à frente e um atrás na configuração 8 × 2 com dois eixos dianteiros. “Isto permite um ângulo de viragem muito mais pequeno, o que é perfeito para áreas em que o espaço é apertado, como em quintas rurais ao carregar produtos agrícolas”, revela o construtor sueco, encontrando-se o sistema de suspensão A-Ride agora disponível em combinação com travões de disco ou de tambor. A Volvo Trucks introduz novas tecnologias e novos serviços concebidos para reduzir os custos de transporte dos clientes. A tecnologia I-See, um complemento da transmissão I-Shift, está disponível em versão actualizada no Volvo FM. O I-See foi desenvolvido sobretudo para aplicações de longo curso e permite poupar até 5% no consumo de combustível. A tecnologia regista automaticamente informações sobre a topografia das estradas em que

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Os novos Volvo Modelo Volvo FH

Cabinas

Motores

Globetrotter XL

D13C 420, 460, 500, 540 cv

Globetrotter

D16G 540, 600, 700, 750 cv

Longa

D13K 460 cv, Euro 6

Volvo FH Classic

Eixos traseiros

I-Shift

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas

Caixa de velocidades manual

Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 70–120 toneladas

I-Shift

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas

Globetrotter XL

Caixa de velocidades manual

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas

Curta

I-Shift

Longa Volvo FH 16 Classic

Transmissões

Globetrotter

Longa Globetrotter

D16G 540, 600, 700, 750 cv

D13C 420, 460, 500, 540 cv

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas

Caixa de velocidades manual Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 70–100 toneladas

Powertronic (automática)

Globetrotter XL Curta Longa baixa Volvo FM Classic

o camião é conduzido. Utilizando dados registados ou transferidos sobre as estradas, a mudança de velocidades, a velocidade e a travagem auxiliar serão automaticamente optimizadas da próxima vez que o camião percorrer a mesma rota.

I-Shift

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas”

D13C 380, 420, 460, 500 cv

Caixa de velocidades manual

Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 70–100 toneladas

Longa Globetrotter Globetrotter XL Passageiros Curta

Volvo FE

I-Shift

Conforto

D8K 250, 280 ou 320 cv

Caixa de velocidades manual

Longa

Automática

Curta Volvo FE Classic

Conforto

D7F 240, 260, 300, 340 cv

Longa

Os urbanos No caso dos novos FE e FL, a Volvo teve como principal preocupação dotar os camiões para que sejam mais fáceis de conduzir em ambientes urbanos, onde é necessário um transporte rápido, fácil e limpo. As condições de trabalho do motorista foram melhoradas graças à nova instrumentação ainda mais clara e aos novos bancos ergonómicos com apoio de cabeça e cinto de segurança integrado. O banco e a fixação do banco ao chão reforçados ajudam a melhorar a segurança em caso de acidente. A ampla gama de transmissões complementa os dois novos motores. Entre as várias opções, é agora possível equipar o Volvo FE com I-Shift, com a transmissão automática a poder ser personalizada com uma opção específica para distribuição. Outra novidade apreciada pelos motoristas é que o ESP (Programa Electrónico de Estabilidade) está agora incluído no equipamento de série do Volvo FE e do Volvo FL.

D11C 330, 370, 410, 450 cv

Curta Volvo FL

D5K 210, 240 cv

Conforto Passageiros Curta

Volvo FL Classic

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 25–32,5 toneladas

Caixa de velocidades automática

Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 44 toneladas

I-Sync

D7F 240, 260, 290 cv

Passageiros

O ESP ajuda o motorista a manter o camião na estrada se este guinar de forma inesperada ou acentuada. A Volvo Trucks também concebeu uma exclusiva versão de 12 toneladas do Volvo FL. Com o motor mais potente do seu segmento (D5 de quatro cilindros com 240 cv), transmissão I-Sync especialmente optimizada e menos 500 kg de peso do que um camião equivalente com motor de 6 cilindros, trata-se de um modelo extremamente competitivo. O camião é, assim, mais leve, mais baixo e permite aumentar a produtividade do cliente e a eficiência, oferecendo ao mesmo

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 19–32,5 toneladas

Automática Caixa de velocidades manual

Conforto

Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 70–80 toneladas

Caixa de velocidades manual

Caixa de velocidades manual D8K 250, 280 cv

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 44–70 toneladas

Caixa de velocidades automática I-Sync

tempo “melhores condições de trabalho ao motorista”, considera o construtor. A selecção de espelhos dianteiros e laterais, em combinação com a possibilidade de adicionar vidros extra laterais, traseiros e nas portas, também contribui para a excelente visibilidade em todas as direcções para o motorista. Para conferir ao Volvo FE e ao Volvo FL uma imagem Volvo claramente identificável, o símbolo clássico da Volvo foi elevado para uma nova posição por baixo do pára-brisas. A secção escura por baixo do pára-brisas confere uma aparência mais baixa à cabina, ajudando a criar um aspecto mo-

Redução simples Peso bruto de conjunto aprovado: 25–32,5 toneladas "Redução nos cubos Peso bruto de conjunto aprovado: 40 toneladas

derno que combina bem com o ambiente de tráfego. Os faróis redesenhados e as luzes de funcionamento diurno também realçam a relação familiar com os restantes modelos novos dos camiões Volvo. Os faróis estão integrados num novo pára-choques, que é uma unidade de três peças com secções de canto em aço para proporcionar uma durabilidade extra e reparações económicas em caso de pequenos impactos e riscos. “A ideia é que o motorista e o camião em conjunto criam o perfil de um operador que representa a qualidade de transporte ao mais alto nível”, admite a marca sueca.

Direcção dinâmica Volvo Alguns meses apenas depois do lançamento da nova série FH, a Volvo Trucks apresenta outra inovação técnica de classe mundial. A direcção dinâmica Volvo combina uma direcção assistida hidráulica convencional com um motor eléctrico de regulação electrónica, instalado na caixa da direcção. O resultado é a direcção precisa que proporciona ao motorista um ambiente de trabalho mais seguro, confortável e agradável. Um motor eléctrico controlado electronicamente e ligado ao veio da direcção é a grande inovação tecnológica da direcção dinâmica Volvo. O motor eléctrico, que funciona em conjunto com a direcção assistida hidráulica do camião, tem um máximo de 25 Nm de binário, sendo regulado milhares de vezes por segundo pela unidade de

controlo electrónica. Os benefícios do sistema podem ser resumidos em quatro pontos: • Em velocidades baixas, o motor eléctrico assume o trabalho dos músculos do motorista. Em vez disso, o motorista pode descontrair e conduzir sem esforço dos ombros e braços. Outro benefício é o facto de a direcção dinâmica Volvo também se centrar automaticamente em marcha-atrás; • Irregularidades na superfície da estrada, como fendas e buracos, são amortecidas pelo sistema. Isso significa que a direcção é mais estável, dado que o motorista não tem de compensar com constantes pequenos ajustes do volante;

• Em auto-estrada, este controlo preciso resulta numa maior estabilidade direccional, o que proporciona ao motorista uma experiência de condução mais descontraída com total controlo a todas as velocidades. O sistema de direcção dinâmica elimina virtualmente todos os pequenos movimentos do volante, inevitáveis nas estradas dos nossos dias; • Uma superfície de estrada muito inclinada ou vento lateral é rapidamente detectado pelo sistema de memorização, que procede automaticamente à compensação, pelo que o motorista pode conduzir em linha recta sem agarrar o volante para contrabalançar qualquer movimento lateral. Um aumento significativo da segurança na estrada e do conforto do motorista.

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leituras

/livros

Iniciação à Exportação

E Autores: John Westwood Editora: Actual Editora Língua: Português Págs.: 192 Ano: 2013 Preço: 14,90 EUR (1873 Kz)

stá a pensar em exportar? Precisa de saber mais sobre os primeiros passos a dar? Já pensou em vender pela Internet? Este guia prático explica todos os aspectos a ter em conta para que a sua empresa se inicie da melhor forma no negócio da exportação. O comércio internacional não está apenas ao alcance das grandes empresas. Os benefícios da exportação podem ser enormes, mas tem a certeza de que esta actividade se adequa à sua empresa? Iniciação à Exportação oferece conselhos fiáveis sobre os desafios que poderá enfrentar e é um guia para os primeiros passos vitais, entre os quais: • decidir se deve exportar • desenvolver a sua estratégia de exportação • pesquisar os mercados potenciais • escolher estratégias de entrada no mercado • escolher agentes e distribuidores • estabelecer preços e orçamentos • transportar os seus produtos • compreender e gerir os riscos

Exportando para os Países Africanos de Língua Portuguesa

Autores: Zilda Mendes Editora: Almedina Língua: Português Págs.: 152 Ano: 2013 Preço: 14,90 EUR (1873 Kz)

O

propósito deste livro é apresentar ao leitor os conhecimentos necessários para se fazer negócios no exterior, sobretudo com os países africanos que têm como idioma oficial a língua portuguesa. Mas, para que se possa entender cada um dos temas que serão apresentados e a sua importância nos processos para a exportação de bens e serviços, é preciso conhecer algumas características destes mercados, características estas que possibilitarão reflectir sobre as oportunidades e os riscos que estes mercados podem oferecer. Antes de discorrer sobre cada um destes países, serão apresentados alguns dados sobre a CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, pois a partir da criação desta instituição pôde-se observar que as relações internacionais entre os países que a integram, sejam de carácter diplomático, comercial ou qualquer outro, se intensificaram possibilitando um maior conhecimento e integração entre os seus governantes e os seus povos.

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novidades

Conheça os mais recentes lançamentos de produtos nestas páginas da Distribuição em Expansão

Tetley Cold lança sabor a damasco A Tetley acaba de lançar um novo sabor de chá frio – Cold Damasco. A marca reforça, assim, a aposta em inovação e complementa a gama de chás preparados totalmente a frio. Esta nova referência substitui a base da gama Tetley Cold, preparada apenas com infusões de frutas, pelo tradicional chá preto. Esta referência é constituída ainda pelos sabores limão & lima e mirtilo & maçã, sem açúcar, corantes nem conservantes.

Garnier apresenta Narta Bacti-Puro Narta Bacti-Puro é o primeiro desodorizante da marca Garnier com zinco purificante para neutralizar os odores logo na sua origem e manter a pele limpa e fresca. Graças à acção dos seus activos, o novo deo promete baixar o pH da pele, levando à diminuição dos maus odores. Sem álcool nem parabenos, o deo está disponível em roll on e spray para o público feminino e masculino. Segundo um estudo encomendado pela marca, 71% dos consumidores não toleram sentir-se transpirados, e 81% consideram que o principal papel de um desodorizante deve ser a prevenção de odores.

Melancia chega às gelatinas prontas a comer A Royal lançou recentemente o sabor melancia na gama de gelatinas prontas a comer. As novas gelatinas estão disponíveis em dois formatos – standard e 10 kcal. A marca pertence à Mondelez International, antiga Kraft Foodse, é um snack fresco e leve para quando a fome desperta entre refeições.

Nova centrifugadora Moulinex A Moulinex lançou a centrifugadora Frutelia, uma máquina para fazer sumos. Com 400 W de potência e com uma chaminé de alimentação circular de 49 mm, a Frutelia da Moulinex extrai o sumo das frutas directamente para o copo, tendo ainda um reservatório de 500 ml. A Frutelia está equipada com um sistema de bloqueio patenteado que impede a utilização das peças quando não estão bem colocadas.

Florette com novo molho balsâmico A Florette – especialista na produção e distribuição de vegetais frescos, limpos, cortados e prontos a consumir – lançou o seu novo molho, Modena & Mel. Um delicioso vinagre balsâmico que irá dar um toque diferente e especial às saladas. Repleto de proteínas e nutrientes, o Modena & Mel vem juntar-se à renovada gama de molhos frescos e prontos a utilizar da Florette (Vinagrete Gourmet, César e Yogurt). Com um aroma e sabor doce muito característicos, este molho é perfeito para quem gosta de receitas mediterrânicas/gourmets. #42

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Very Important ProfEssional Barómetro dos Notáveis

Um painel de profissionais dará, mensalmente, a sua opinião sobre questões da actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão. Trabalhadas, a posteriori, estatisticamente, ficará a saber o que os profissionais convidados pensam sobre determinado assunto, mas nunca de forma individual, mas em grupo

1. Agostinho Kapaia, Presidente do grupo Opaia 2. Aguinaldo Jaime, Jurista 3. Albano Lussati, Vice-presidente da UNACA, Confederação das Associações e Cooperativas de Camponeses de Angola 4. Estevão Daniel, Administrador da Refriango 5. Filipe Lemos, Presidente Executivo da LIDE Angola (Grupo de Líderes Empresariais) 6. Galvão Branco, Consultor empresarial da GB Consultores Reunidos 7. Gomes Cardoso, Presidente do Codex Angola, Comité Nacional para o Código Alimentar Angola 8. J orge Baptista, Presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA) 9. Jorge Coelho Pinto, Director da Jotil 10. José António Rousseau, Docente, Consultor e especialista em Distribuição Moderna

11. José Macedo, Director-geral da Lactiangol 12. José Severino, Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) 13. Judith Correia, Administradora da FaciCredit 14. Luís Reis, Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) 15. Luís Sambo, Jurista, Projecto Executivo para a Reforma Tributária 16. Luíz de Mattos, Director-geral da Alimenta Angola 17. Manuel Monteiro, Director da FertiAngola 18. Manuel Victoriano Sumbula, Administrador da CocaCola 19. Matos Cardoso, CEO da Feira Internacional de Luanda (FIL) 20. Manuel Lopes, Directora-geral da MAXI 21. Paulo de Carvalho, Director-geral da ScoreDistribuição 22. Paulo Trindade, CEO da Abacus, Consultora

Imobiliária 23. Pedro Miguel Silva, Senior Manager da Deloitte Angola 24. Raúl Mateus, Sócio-administrador da Pomobel 25. R egina Santos, Pesquisadora do CEIC, Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola 26. Renato Azevedo, Presidente-executivo da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN) 27. Ricardo Gerigk, Delegado do Escritório da Economia Alemão em Angola 28. Rui Catalo, Administrador da Casa dos Frescos 29. Rui Malaquias, Docente e economista 30. R ui Miguel Nabeiro, Administrador da Delta-Cafés 31. Rui Santos, Presidente da Sistec 32. Victor Kavinokeka Paulo, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria (Huambo)

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VIP

1.

Realizou-se recentemente a FILDA. Em sua opinião que relevância teve este evento para Angola?

2.

Na FILDA 2013 estiveram presentes mais de 1000 expositores de diversos sectores.

a) É muito importante

a) Esse facto mostra a diversidade de empresas que querem estar em Angola

b) Tem uma relevância relativa c) Pouco relevante

b) Muitos expositores e muitos sectores dispersa as atenções de quem visita a feira

d)Não tenho opinião

c) Seria preferível feiras mais pequenas, mas focadas num sector específico d) O facto de ser multissectorial tem essa vertente de conseguir trazer muitos expositores

3.

Quais seriam as feiras sectoriais, ligadas ao sector da Distribuição Moderna, que mais gostaria de ver organizadas em Angola?

4.

O Nosso Super tem há algum tempo o programa “Nosso Campo”. O Kero organizou, em Maio, a Feira dos Produtos Nacionais. A Maxi tem a “Fazenda Maxi”. A Score Distribuição pretende promover a marca própria envolvendo os produtores angolanos.

a) Equipamentos e segurança na loja

a) Estes programas são fundamentais para a promover a produção nacional

b) Embalagem b) É fundamental para os produtores serem incentivados pela distribuição moderna

c) Maquinaria e serviços para o sector alimentar e bebidas d) Gestão de armazém (hardware e software)

c) A própria produção terá de mostrar capacidade de produção e não estar à espera de programas da distribuição d) Esta é a melhor forma para as lojas da distribuição ter cada vez mais produtos angolanos

5.

O Ministério do Comércio vai simplificar ainda este ano o processo de emissão do alvará comercial no âmbito da desburocratização do sector. Segundo a ministra que tutela a pasta, Rosa Pacavira, não serão renovados os alvarás de armazéns grossistas localizados nos centros urbanos, mas serão apenas renovados os dos estabelecimentos retalhistas e das grandes superfícies comerciais, como supermercados e prestadores de serviços.

6.

Um recente ranking da A.T. Kearney aponteou dois países no ranking dos 30 países mais atractivos para o investimento dos operadores de retalho. Acredita que este número poderá aumentar no futuro?

a) Concordo com a medida

a) Sim

b) Não concordo com a medida

b) Não

c) Mesmo nos retalhistas há que ter atenção à sua legalidade

c) Dependerá da evolução político-económica dos países

d) A medida irá não só desburocratizar, como melhorar a própria estrutura e dinâmica do comércio

d) Mais importante que a evolução político-económica estão as infra-estruturas que possibilitem o bom funcionamento da cadeia de abastecimento

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afechar! Carrefour reentra na Argélia O Carrefour está a planear a sua reentrada no mercado argelino, com a abertura de um novo hipermercado na cidade de Sétif, no Nordeste do país. De acordo com fontes ligadas ao segundo maior retalhista mundial, o Carrefour está em negociações avançadas com o operador de centros comerciais Sierra Cevital. As informações revelam que a loja terá 7800 m2, sendo que a autorização final deverá ser dada proximamente. De referir que, em 2009, o Carrefour e o grupo argelino Arcofina terminaram a parceria existente, apenas dois anos após a assinatura da mesma. Na altura, os responsáveis do Carrefour admitiam que “o conceito de distribuição em massa não funcionava na Argélia”. Certo é que, das 18 unidades que tinham sido previstas, só uma abriu em 2012, sendo que as dificuldades relacionadas com uma cadeia de abastecimento de confiança também foram uma das causas para o Carrefour sair do país norte-africano.

FNAC abre no aeroporto de Lisboa A FNAC, insígnia especialista em entretenimento e tecnologia, abriu uma loja no aeroporto de Lisboa. A loja é a primeira aposta do retalhista em Portugal dedicada aos que viajam de férias ou em negócios, confirmando a “vontade em reinventar-se e em conquistar novos públicos”, refere a empresa. Esta não é, contudo, uma loja original, já que a FNAC já possui sete espaços comerciais em aeroportos. Contando com uma superfície comercial de 260 m² e com mais de 1700 referências distribuídas pelas áreas editoriais (literatura e música) e tecnológicas (informática, som, telecomunicações, videojogos e fotografia), a FNAC Aeroporto, localizada na recém-inaugurada área comercial da zona de embarque, disponibiliza ainda cerca de 500 referências de imprensa nacional e estrangeira, assim como uma secção Kids, inteiramente dedicada aos mais novos. António Luís Rodolfo, director do negócio de retalho da ANA, a gestora dos aeroportos portugueses, informou que “vão abrir também a Springfield, a Swarovski, a Pandora e ainda uma parafarmácia”.

Douglas investe 650 milhões USD Uma das maiores cadeias de perfumarias do mundo vai apostar na expansão internacional. A cadeia alemã Douglas, propriedade da família Kreke e do fundo Advent, comunicou que irá investir 500 milhões EUR (cerca de 653 milhões USD) na expansão do negócio a nível internacional. Na comunicação, os responsáveis referem que o montante disponibilizado será utilizado para aquisições, tanto no mercado doméstico como fora dele, abertura de novos pontos de venda e modernização dos existentes. Recentemente, correram rumores de que a Douglas estaria interessada na compra da cadeia de perfumarias francesa Nocibé, mas até esta data o negócio não se concretizou.

A melhor produção de cereais da década Há um ano, a seca ditou uma quebra na produção de cereais, repercutindo-se no preço, que registou uma alta, criando inclusivamente tensões entre vários países. Um ano depois, as previsões da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), do Conselho Internacional dos Cereais (CIC) e do Departamento de Agricultura dos EUA (DAS) apontam para um aumento médio de 7% face a um incremento na procura de 3%, acreditando os analistas que esta situação levará a uma baixa de preços e a uma reposição nas existências em todo o mundo. A FAO admite que a produção mundial deste ano atinja os 2460 milhões de toneladas, criando-se um recorde de existências na ordem dos 460 milhões de toneladas.

Heineken vende negócio na Finlândia Massmart em alta na África do Sul

Tesco destina 750 milhões USD à tecnologia O maior retalhista britânico irá destinar 754 milhões USD à tecnologia ao longo de 2013. O objectivo é criar uma experiência de compra semelhante à vivida nas lojas, mas no online. Numa recente conferência, Matt Atkinson, chief marketing officer, referiu que a tecnologia é o “pontochave” para criar o retalho do futuro. O responsável admitiu que a tecnologia permitirá ao retalhista criar novos serviços e adaptá-los à medida que vai ganhando melhor conhecimento do cliente.

A Heineken vendeu a sua unidade de bebidas na Finlândia à Danish Royal Unibrew por 605 milhões USD, incluindo dívida. A operação, que deverá estar concluída no quarto trimestre de 2013, engloba licenças para a Royal Unibrew produzir a cerveja Heineken na Finlândia, Estónia, Letónia e Lituânia, mantendo, igualmente, os direitos exclusivos para a distribuição de diversas marcas da empresa dinamarquesa.

As vendas do retalhista sul-africano Massmart – detido pela norte-americana Walmart – aumentaram quase 9% na primeira metade do ano financeira, embora nesse mesmo período as vendas tenham vindo a cair. Globalmente, as vendas atingiram os 3,22 mil milhões USD (+8,9%) nas 26 semanas terminadas a 23 de Junho, enquanto a facturação em número de lojas comparáveis cresceu 5,5%. As vendas no início do período em análise foram mais altas, tendo incrementado 10,3% nas primeiras 14 semanas, com as lojas comparadas a facturarem mais 6% face às mesmas semanas de 2012.

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