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>>Julho >>ano I >>Director: António Pedro

>>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Mensal >>Propriedade: Score Media

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>>Preço capa: 700 Kz

O novo player na distribuição angolana 9 772727 000021

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Organização A aguardada associação da distribuição

Marcas Conheça as mais valiosas do mundo

Agricultura Pelos caminhos férteis de África

E ainda… • Distribuição entre as Superbrands de Angola •2 4 Horas com … •A opinião dos VIP •N ovidades

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editorial Já é tempo de existir um índice de vendas dos retalhistas

É

quase impossível quantificar as vendas dos retalhistas em Angola num determinado ano económico e financeiro, porque nenhuma consultora, associação ou instituição ligada ao sector, de forma directa ou indirecta, conseguiu até agora o feito de agregar indicadores relevantes dos operadores do mercado para ajudar nesse sentido. Na prática, um índice de vendas dos retalhistas, dos sectores alimentar e não alimentar, teria como objectivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do sector, com realce para supermercados e hipermercados, através da evolução positiva ou negativa de facturação. Não se trata de inventar a roda, mas, sim, de adoptar um modelo similar ao que é feito nos mercados com maior maturidade em conhecimento e experiência de retalho, adaptando apenas à nossa conjuntura, que tende a crescer. Com um índice de vendas em prática, fica a descoberto, pela positiva, a possibilidade de se analisar o crescimento do sector em relação ao Produto Interno Bruto e até para outros parâmetros socioeconómicos. É comum todos os anos ver-se nos indicadores macroeconómicos que a economia prevê crescer até X por cento, mas não há como estabelecer parâmetro semelhante para o retalho. Neste desenrolar de coisas, surgem questões de fundo: como é que os nossos retalhistas projectam o crescimento dos seus negócios sem indicadores de análises de resultados comparativos que auxiliariam os investidores e empresários do sector a uma tomada de decisão sobre a forma mais adequada de fazer novos investimentos, compras no exterior e no interior do País? Sem um índice de vendas, como é que os nossos retalhistas avaliam as tendências de mercado concretas para o nosso mercado, com base nas suas fontes de aquisição de mercadorias, potencialidades de negócios e até mesmo um melhor plano de negócios? É justo que a futura associação de distribuição, em preparação há meses, insista na questão de avaliar nas reuniões da comissão instaladora o pormenor do índice de vendas dos retalhistas. Com certeza que não será um acordo fácil de se conseguir, se a maioria pensar na máxima negativa segundo a qual fornecer estes dados para a associação elaborar estudos é como se estivesse a dar o ouro ao concorrente.

António PedrO, Director

Aqui se encoraja os players a melhor avaliarem como é que retalhistas noutros mercados desenvolvidos retiram vantagens desse processo e procuram crescer cada vez mais, sem abraçar a concorrência desleal, para assim fazerem de Angola um mercado de referência na organização estatística. Seria muito salutar assistir-se em Angola à realização de estudos concretos que venham a reportar as receitas dos players do retalho, o lucro líquido, o formato operacional no qual predominam e as províncias em que estão inseridos, e os potenciais mercados em aberto face à demografia das províncias sobre o nível de vida dos consumidores, já que a tendência de crescimento dos consumidores da classe média é irreversível. Desde 2003 que a rede de retalho Shoprite, da África do Sul, abriu sua primeira loja em Angola, tem feito expansão pelo País, desde Luanda a Benguela, Huíla, inclusive no Kuando Kubango, a que chamavam “terras do fim do mundo” face à escassez de infraestruturas para se potenciar o desenvolvimento. Igualmente, a marca Maxi, da Teixeira Duarte, expandiu sua rede de lojas por Luanda, Benguela e Kwanza Sul. Gigantes internacionais dos EUA e da Europa, no caso o grupo Sonae de Portugal, pretendem introduzir a sua marca no nosso mercado. O grupo Score acaba de abrir a primeira loja da rede Deskontão, o gigante retalhista espanhol El Corte Inglés e a Massmart, subsidiária do Wal-Mart, e o Woolworths, da África do Sul, têm as atenções voltadas para a abertura de lojas no nosso País. Fora estas razões, sem descurar a expansão da rede Kero, da Maxi, o reinício de aberturas/inaugurações de lojas da Nosso Super, existem muitos motivos para se consolidar a necessidade de criação de um índice de vendas dos retalhistas nacionais, ainda que numa primeira fase sejam os grandes a dar o exemplo. Agora, resta a comissão instaladora da futura associação angolana de distribuidores trabalhar afincadamente para até fim do ano soltar o “coelho da cartola”, sem se esquecer que o benefício acima de tudo é para o País, que, desta forma, poderá vir a constar também nas estatísticas mundiais do retalho, com ênfase para as redes de supermercados, hipermercados, department stores (lojas de departamento, a exemplo do El Corte Inglés). Sem suor e sem trabalho, nenhuma obra é perfeita. O desafio que aguarda pela ousadia dos retalhistas é hercúleo, porque já é tempo de existir um índice de vendas dos retalhistas.

ficha técnica

Director António Pedro – antonio.pedro@scoremedia.co.ao • Director Executivo Victor Jorge – v.jorge@scoremedia.co.ao • Directora geral de revistas Nilza Rodrigues – nilza.rodrigues@scoremedia.co.ao Conselho de Gerência Alexandre Mealha Colaboram neste número José António Rousseau e Luís Rasquilha. Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Printer • Distribuidora VASPE, SA • Dep. Comercial Cátia Amado – catia.amado@scoremedia.co.ao • Dep. Conferências Carina Amuedo Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola Contactos E-mail distribuicaoemexpansao@scoremedia.co.ao Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009

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índice #

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Quiz/Dixit

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Distribuição

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24 HORAS COM…

06-07 “ A nossa estratégia é ver as nossas insígnias junto das populações” 08 Fotorreportagem Deskontão 10-12 Entrevista a Paulo Carvalho, administrador-executivo da Score Distribuição 14 Mercado aguarda associação de distribuição 16 Distribuição entre as marcas Superbrands 2013 18-22 As marcas mais valiosas do mundo 24 Como o clima afecta as decisões do retalho 25 Carrefour entra em oito países africanos 26 ADN da Distribuição 28-29 Cássia Ayres, directora de Comunicação e Imagem do Grupo Mitrelli e directora-adjunta da Fundação Arte e Cultura

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Produção

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OPINIÃO

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VINHOS

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TECNOLOGIA

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Leituras

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Novidades de produto

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30-31 Proteccionismo: importação de ovos com novas regras 32-33 Os caminhos agrícolas de África 34 Opinião AYR Consulting 36 O fim do saca-rolhas?

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38 Mobilidade nas compras 40 Direito Comercial Africano – OHADA 40 Gestão do Tempo

VIP A FECHAR

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DIXIT

quiz

“No processo de industrialização, o papel do Estado é incontornável.” Aguinaldo Jaime, presidente do Subcomité de Economia do LIDE Angola, in jornal Expansão, 21 de Junho de 2013

“A falta de informação leva, muitas vezes, o consumidor a cometer determinados erros.”

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Diógenes de Oliveira, presidente da Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AAIC), in jornal Expansão, 21 de Junho de 2013

Qual a dimensão da primeira loja – Deskontão – aberta pela Score Distribuição? a) 9250 m2 b) 11287 m2 c) 5987 m2 d) 12429 m2

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“O nosso lema sempre foi onde houver rentabilidade nós vamos marcar um posicionamento no quadro da diversificação dos investimentos.” Manuel Vicente, vice-presidente de Angola, in Sol, 28 de Junho de 2013

A Score Distribuição contempla ainda a abertura de uma cadeia de supermercados, denominada Mel. Quantas lojas prevê o grupo abrir? a) 35 b) 20 c) 70 d) 60

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Quantas empresas ligadas ao sector da produção vai o Executivo privatizar, de um total de 28? a) 5 b) 11 c) 3 d) 10

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“A falta de créditos de longo prazo no mercado financeiro de Angola constitui um entrave ao desenvolvimento do sector privado no País, não permitindo aumentar a oferta de empregos, produtos e serviços, porque o sector privado é o motor das economias modernas.” Septime Martin, representante do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), in Sol, 28 de Junho de 2013

“O sistema de vistos, como está montando, não serve nem à economia angolana nem aos investidores estrangeiros.” Gil da Silveira, PCA da Visabeira Angola, in jornal Expansão, 28 de Junho de 2013

“É necessário repensar e apostar na diversificação e sobretudo ter em conta a agroindústria, começando pelas pequenas e médias indústrias.” Albina Assis, assessora do Presidente da República e antiga ministra dos Petróleos e da Indústria, in jornal Expansão, 28 de Junho de 2013

Quantas foram as empresas que perderam, recentemente, a prestação de serviços pela verificação de mercadorias? a) 2 b) 7 c) 3 d) 4

“O mundo faz referência ao crescimento de Angola, às oportunidades e à transformação do País.” José María Aznar, ex-primeiro-ministro espanhol, in jornal Expansão, 5 de Julho de 2013

“O actual clima de investimentos para a recuperação da capacidade produtiva nacional precisa de canais fiáveis para garantir o escoamento dos produtos nacionais com o máximo rendimento.” Domingos Vunge, presidente do conselho de administração da Score Distribuição, in Sol, 5 de Julho de 2013

Respostas: 1. b); 2. d), 3. d); 4. c)

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distribuição

/Deskontão O mercado nacional registou a entrada de um novo player de retalho e cash & carry. É o supermercado Deskontão, propriedade da Score Distribuição, que se assume como o “Rei dos Preços Baixos”. Estão projectados 37 supermercados para os próximos cinco anos das insígnias Deskontão e Mel, num investimento que chega aos 400 milhões USD. O presidente do conselho de administração, Domingos Vunge, mostrou-se satisfeito por ser um projecto alinhado com a estratégia do Executivo para o sector

“A nossa estratégia é ver as nossas insígnias junto das populações” >> António Pedro e Victor Jorge

L A ministra do Comércio Rosa Pacavira, representou o Executivo na inauguração da primeira loja Deskontão. Ao lado (dir.) Domingos Vinge, PCA da Score Distribuição

uanda tem um novo supermercado, o Deskontão. É o primeiro de uma rede de supermercados projectados para todo o País, a partir deste ano, cuja expansão começa na cidade capital. A ministra do Comércio presenciou o corte de fita da primeira loja, um padre abençoou e, agora, resta a consolidação de desafios postos à prova do mercado. Ao presidente do conselho de administração (PCA) da Score Distribuição (SD), Domingos Vunge, indagámos se a expansão da rede Deskontão e da cadeia de supermercados Mel – esta prevê abrir 37 supermercados a partir deste ano – se enquadra no plano do Executivo angolano de construção de 11 mil lojas de proximidade em todo o País, por intermédio do sector privado. Domingos Vunge revelou que a estratégia da Score Distribuição consiste em ter as insígnias das lojas Deskontão e Mel, sendo

>> Lídia Onde

que as unidades Mel terão áreas de venda inferiores às do Deskontão, já que o objectivo é que as insígnias estejam presentes em todas as áreas de densidade populacional considerável, para que seja uma marca próxima das pessoas e uma referência no dia-a-dia das populações. “Ficamos obviamente satisfeitos pelo facto de os nossos objectivos coincidirem com os planos do Executivo”, manifestou o PCA da Score Distribuição, realçando que, ao pretender-se melhorar o processo de abastecimento de bens alimentares à população, a empresa vai contribuir para transferir o consumo do mercado informal para o formal. Tratando-se de um projecto privado, cuja matriz se assemelha à estratégia do Executivo que visa dar incentivo institucional ao sector privado para a criação de redes logística e de distribuição, com foco no retalho

alimentar e cash & carry, o gestor principal da SD admitiu que os princípios são idênticos, pelo que se espera que, de facto, o projecto agora inaugurado, e outros em execução, se enquadre na referida estratégia. No seguimento da materialização do projecto, a rede de transporte de produtos nacionais, incluindo agrícolas, até aos armazéns, instalados na mesma infra-estrutura que alberga a primeira loja Deskontão, abarca um modelo no qual os fornecedores nacionais entregam de uma forma regular os seus produtos nos referidos armazéns, pelos seus próprios meios. A partir dessa altura, a redistribuição dos produtos nacionais, e até importados, para as lojas da rede Deskontão e Mel será feita através da própria logística montada pela empresa. Por esta e demais razões, o PCA da SD, que detém as marcas, acredita num futuro bom que constitui, à partida, o pri-

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Paulo Carvalho, administradorexecutivo da Score Distribuição

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Mercado aguarda associação de distribuição

meiro passo para a construção de um projecto empresarial de referência no sector da distribuição alimentar e do tecido empresarial nacional.

Formação de quadros As bases nas quais assenta o modelo de formação profissional dos colaboradores da Score Distribuição, ligados ao retalho e cash & carry, apresentam solidez por causa da existência de um plano de formação de atendimento e serviço ao cliente, segundo o seu presidente. Domingos Vunge assegura que possuem formadores com elevada experiência operacional, que estão a ministrar formação on the job ao pessoal que se inicia agora neste sector de actividade, acrescentando que o plano de formação inclui componentes de gestão e também comportamentais, e de higiene e segurança alimentar. “Para além disso, tivemos já duas dezenas de quadros intermédios angolanos que estiveram em formação avançada junto do nosso parceiro em Portugal”, apontou, ressaltando que está a ser feito um grande esforço para se ter o máximo de colaboradores nacionais nas lojas, e o rácio de nacionais face aos estrangeiros ficará sempre

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Distribuição entre as marcas Superbrands 2013

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As marcas mais valiosas do mundo

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Como o clima afecta as decisões do retalho

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Carrefour entra em oito países africanos

O parceiro Jerónimo Martins Como parceiro da Score Distribuição neste projecto novo no sector da distribuição moderna em Angola, aparece o maior retalhista português, Jerónimo Martins (JM). Com uma experiência que leva o grupo português, liderado por Pedro Soares dos Santos, além do mercado doméstico, a países como a Polónia, onde é líder destacado com a Biedronka, e Colômbia, onde entrou recentemente com a insígnia Ara, fonte oficial da Jerónimo Martins referiu à Distribuição em Expansão que o grupo “é parceiro técnico da Score Distribuição há cerca de quatro anos, prestando-lhe assistência técnica e de formação”. A mesma fonte revelou que “a parceria de assistência técnica e formação prevê um fee de remuneração pago à Jerónimo Martins como contrapartida da transmissão de know-how e da

acima das quotas legais. Afirma que, a título de exemplo, ao nível das lojas, neste momento, a quota de estrangeiros não chega aos 3%, num universo de mais de 160 colaboradores que prevê aumentar mais 100 até fim do ano, com a abertura de quatro lojas da rede Mel. Contudo, o gestor considera fundamental que os colaboradores tenham formação e que fiquem dotados de capacidades neces-

preparação de equipas nas mais variadas áreas de apoio ao desenvolvimento do negócio da distribuição alimentar”. A parceria entre estes dois grupos de distribuição não se esgota, contudo, nos actuais protocolos, adiantando a JM que, “no âmbito da parceria, e sempre que tiver necessidade, o grupo Score Distribuição pode utilizar o supply chain do Grupo Jerónimo Martins, mas sempre numa base opcional e caso a caso”. Certo é que esta parceria não se limita à operação e insígnia agora inaugurada: Deskontão. A mesma fonte contactada pela Distribuição em Expansão assegurou que “a parceria, de assistência técnica e formação nas diversas áreas de competência ligadas ao negócio da distribuição alimentar, foi firmada com a Score Distribuição e não com qualquer insígnia específica deste grupo empresarial”.

sárias para que se sintam seguros nas suas funções e possam desempenhar as suas tarefas com o máximo de profissionalismo. Neste sentido, defende que os colaboradores em início de carreira sejam acompanhados por formadores experientes, que passem o seu know-how e o deixem disseminado pela estrutura operacional. No médio e longo prazo, na visão de Domingos Vunge, o objectivo, quanto à parte

operacional, sem descartar a componente institucional, é que a Score Distribuição seja um dos principais operadores da distribuição alimentar em Angola e que seja reconhecida como tendo um papel de liderança na exigência, no controlo e segurança alimentar, de um grande respeito pelo consumidor e que tenha contribuído para a melhoria da distribuição moderna no nosso país.

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distribuição /fotoreportagem Deskontão

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distribuição /Paulo Carvalho, administrador-executivo da Score Distribuição Inaugurada que está a primeira loja da Score Distribuição, o administrador do grupo, Paulo Carvalho, fala do tipo de consumidores que se pretende alcançar com a abertura dos supermercados das redes Deskontão e Mel, bem como da estratégia operacional para o mercado. Seguro está que 80% dos produtos frescos são fornecidos por nacionais

“Queremos que os nossos preços se transformem rapidamente na primeira referência do consumidor angolano” >> Victor Jorge e António Pedro

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istribuição em Expansão: A Score Distribuição inaugurou recentemente a primeira unidade da rede Deskontão, num projecto anunciado em 2010. A que se deveu esta demora? Paulo Carvalho: Três ordens de factores: alteração da localização por via dos

>> Lídia Onde

planos de urbanização do Projecto Nova Vida, redefinição da estratégia e parceiros do financiamento do projecto, e redefinição da estratégia do grupo Score e da sua estrutura accionista. Qual o posicionamento pretendido para este projecto?

O projecto, para além do Deskontão, cujo armazém servirá como Centro de Distribuição Logística, pretende criar uma rede de supermercados localizados junto dos locais de consumo. Apostamos numa proposta de valor quality low cost com preços muito competitivos que queremos que se transformem rapidamente

na primeira referência do consumidor angolano, para as suas compras de abastecimento de alimentação, e assegurem a transferência de consumo do mercado informal para os nossos supermercados. Qual a franja da população que pretendem abranger com o conceito de loja

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que inauguraram? Os nossos formatos são transversais à população em geral, sendo que estão destinados às classes B, C e D. Temos, naturalmente, uma grande preocupação com a oferta e os preços da cesta básica para que mesmo as classes com rendimentos mais baixos possam identificar-se com as nossas insígnias. Decidiram por abrir um conceito misto, retalho e cash & carry. Na prática, quer impor uma cultura, ou julga que os angolanos apreciam esta modalidade de ambiente de loja? Pensamos que, para unidades de alguma dimensão, este é, de facto, um conceito que se adequa ao mercado angolano. É perfeitamente possível conciliar a oferta para profissionais, no caso de compras em quantidade com preços diferenciados, embalagens de grandes formatos, etc., com uma oferta para as compras das famílias. Deve dizer-se que este conceito não é exclusivo de Angola, sendo dos que estão a ter mais sucesso em diversas geografias,

nomeadamente, no Brasil ou nos próprios Estados Unidos da América, onde o principal concorrente do gigante Walmart opera exactamente debaixo deste conceito, no caso concreto a Costco.

“O formato que vai servir de base para a nossa expansão é o supermercado, e não está nos nossos planos entrar nos hipermercados”

É, então, desta forma que caracteriza o consumidor angolano? O consumidor angolano procura, sobretudo, produtos com qualidade a preços justos, uma oferta constante e regular, e que possa satisfazer as suas principais necessidades num só local. Com armazéns acoplados ao Deskontão, alguns constrangimentos habituais de infra-estruturas de abastecimento poderão deixar de existir? Para podermos ter uma oferta consistente, temos de recorrer constantemente à importação, já que, infelizmente, a produção nacional, apesar dos esforços, ain-

da não é suficiente para as necessidades. O processo de importação é o aspecto mais crítico, pela sua complexidade e burocracia associada. Já tivemos de destruir inúmeros produtos que chegaram aos nossos armazéns com os prazos de validade praticamente a expirar. Todos estes custos extraordinários penalizam o importador, mas, sobretudo, o consumidor. Quanto aos fornecedores locais, regista-se ainda uma inconsistência entre aquilo que encomendamos e o que nos en-

tregam, pelo que há ainda muito trabalho a fazer até que todo o supply-chain esteja afinado. Qual a razão da localização desta primeira loja (Luanda, Estrada do Camama)? A facilidade dos acessos viários e o facto de estar inserida numa zona de grande crescimento demográfico, num triângulo importante em termos de consumo e de potenciais clientes, no percurso Nova Vida-Talatona-Viana. Naturalmente, houve, também, uma grande ponderação entre os custos e o potencial da zona, já que, para podermos dar as melhores condições aos nossos clientes, é importante manter uma estrutura de custos muito controlada. O slogan “O Rei dos Preços Baixos” parece ousado. O que oferecem de diferente da restante concorrência?

Parceria com Jerónimo Martins pode lançar marca própria Em que moldes se desenrolou e desenrola a parceria com a Jerónimo Martins, maior retalhista português? A iniciativa partiu da Score Distribuição que sentiu necessidade de ter um parceiro de know-how para se lançar num projecto desta dimensão. O grupo Jerónimo Martins é parceiro técnico da Score Distribuição há cerca de quatro anos, prestando-nos assistência técnica e de formação. Esta primeira loja é, no fundo, o culminar de um longo processo de aprendizagem, com muito esforço por detrás e também uma grande vontade, em que foi determinante conseguir que a parceria se mantivesse. Que importância tem essa parceria e que mais-valias retiram dela? A Jerónimo Martins é o nosso parceiro de know-how, de acordo com o protocolo existente de formação e assistência técnica entre este grupo e a Score Distribuição. Para além disso, temos acesso às marcas próprias ou exclusivas deste nosso parceiro, o que é uma mais-valia para nós, mas sobretudo para o consumidor angolano. A parceria com a Jerónimo Martins tem por base protocolos ao nível da formação e assistência técnica. Concretamente, qual é a área de actuação da Jerónimo Martins: logística, formação técnica de pessoal, cadeia de abastecimento, cadeia de frio, etc.? Tratando-se de uma parceria de assistência técnica permite-nos acelerar a curva de aprendizagem através da utilização de processos já testados com sucesso, por um lado, e usufruir da formação “on the job”, crucial neste negócio, por outro. Em termos de abastecimento de mercadorias de importa-

ção, a parceria não prevê qualquer forma de exclusividade nem qualquer obrigatoriedade de compra de mercadorias, antes pelo contrário: sempre que tiver necessidade, a Score Distribuição pode utilizar o supply chain do grupo Jerónimo Martins, mas sempre numa base opcional. Além destes protocolos ao nível da formação e assistência técnica, poderão surgir mais envolvimentos por parte do retalhista português? Nesta fase, o grande objectivo é consolidar a parceria nos moldes estabelecidos, ao mesmo tempo que vamos afinando a operação e preparando a expansão futura, e adequando a nossa proposta de valor às expectativas dos nossos clientes angolanos. Um dos grandes projectos da Jerónimo Martins foi uma aposta na marca própria. Isso poderá acontecer no projecto da Score Distribuição? De uma forma mais imediata, vamos tentar replicar os princípios de integração entre os produtores locais - nomeadamente nas áreas de frutas e legumes, carne e peixe - e as nossas lojas, garantindo-lhes o escoamento da produção que corresponda aos padrões de qualidade que queremos proporcionar aos nossos clientes. Depois, será a fase de desenvolver a nossa própria marca, em que envolveremos naturalmente e de forma preferencial os produtores angolanos. Em todos os estágios, beneficiaremos, claro, do know-how e da experiência do grupo Jerónimo Martins. Quais seriam os produtos que gostaria de ver rapidamente impulsionados por uma produção nacional, e quais pode-

riam entrar em linha numa estratégia de marca própria da Score Distribuição? Pensamos que há uma grande necessidade de incentivar a produção agro-pecuária, assim como a agro-indústria: existem, ainda, muitos produtos básicos agro-industriais que não são produzidos em Angola, e muitos produtos frescos que, apesar de já serem produzidos em Angola, não são suficientes para a procura existente e carecem de estabilidade na oferta, no controlo da cadeia de frio e na logística. Este estado das coisas deve ser revertido o mais rapidamente que seja possível. Mesmo em sectores onde já existem alguns players com alguma dimensão, é necessário incentivar a concorrência. Ao fim e ao cabo, o grande beneficiado é sempre o consumidor. A parceria estabelecida com a Jerónimo Martins tem por base somente a operação Deskontão ou também será alargada à futura cadeia de supermercados “Mel”, anunciado que foi o plano de expansão (cerca de 30 lojas)? Se o sucesso da rede “Mel” for uma realidade num futuro próximo, como esperamos, o número de unidades irá acompanhando a nossa capacidade de instalar a nossa insígnia o mais próximo possível do maior número de consumidores. Queremos que seja uma marca que faça parte do dia-a-dia dos angolanos, pelo que todos têm que ter a oportunidade de ter uma loja Mel na proximidade. Isto para dizer que o número que refere poderá ser superior ao cumprimento desse objectivo ou, por outro lado, não ser suficiente. Para além disso, tudo depende do espaço temporal que estivermos a falar. Contamos com a parceria com o grupo Jerónimo Martins também para essa nova fase do projecto.

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distribuição /Paulo Carvalho, administrador-executivo da Score Distribuição Além de uma gama equilibrada, temos marcas exclusivas para cada um dos segmentos que pretendemos atingir (Amanhecer, para o consumidor final, e MasterChef, em grandes formatos para a restauração, hotelaria e grandes instituições), uma área de produtos frescos com um sortido alargado. Apostamos num ambiente de compra em que os clientes se sintam da melhor forma, e que o preço seja, de facto, o mais competitivo do mercado, dado que pensamos que há ainda capacidade para reduzir margens, passando essas poupanças para o consumidor.

grandes instituições, debaixo da marca MasterChef, que é um dos nossos factores de diferenciação e que ocupa uma grande fatia do nosso volume de importação. Normalmente, 70% a 80% da totalidade dos produtos disponibilizados numa loja de retalho moderno em Angola são importados. Qual a percentagem na loja da Score Distribuição? É ainda muito prematuro dizer como é que essas percentagens vão estabilizar, mas, neste momento, diria que as compras a fornecedores locais devem representar já 50% do sortido. Nalguns casos, em algumas áreas, nomeadamente, os produtos frescos, a percentagem de fornecedores locais ultrapassa os 80%, o que é representativo da nossa prioridade em privilegiar o abastecimento local.

A concorrência no sector da distribuição moderna é cada vez maior, faltando ainda a entrada de outro grande player internacional, ou seja, a Sonae. O início deste projecto já tem essa chegada em mente? O mercado pode receber operadores, nacionais ou internacionais, que possam trazer valor acrescentado e fazer um upgrade no nível médio do nosso mercado. Se for o caso, desse ou de outros projectos, o consumidor é que será o grande beneficiado. É um mercado aberto e, no final, será sempre o consumidor quem tem a última palavra. A unidade agora inaugurada corresponde a um investimento equivalente a cerca de 33 milhões USD. Este montante corresponde apenas à loja em si? Corresponde à construção civil, instalações eléctricas, frio, equipamentos e todos os custos de pré-abertura inerentes à abertura de uma superfície deste calibre. Quantas unidades da rede Deskontão estão previstas em Luanda e nas províncias? O projecto aponta, numa primeira fase, para a consolidação do mercado de Luanda através das lojas Mel, abastecidas pelos Centros de Distribuição acoplados aos Deskontão. Pensamos que Luanda ficará coberta com cerca de 30 supermercados. Este mesmo modelo será transportado para

as restantes capitais de província. A Score Distribuição tem na carteira de investimentos a construção de supermercados. Como é que este processo vai decorrer? Tal como disse anteriormente, os nossos supermercados, que vão operar debaixo da insígnia Mel, serão abastecidos através do Centro de Distribuição acoplado ao Deskontão. Serão lojas com cerca de 1000 m2 de área de venda e apostarão numa lógica de proximidade. Serão uma agradável surpresa, já que serão os supermercados das “Boas Sensações”, mas temos ainda de criar algum mistério. No que diz respeito ao retalho alimen-

tar moderno, vão optar somente pelo formato supermercado, ou também equacionam o hipermercado? O formato que vai servir de base para a nossa expansão é o supermercado, e não está nos nossos planos entrar nos hipermercados. Entre os produtos de retalho e cash & carry, quais serão, essencialmente, importados, e quais serão de produção nacional? Só recorremos às importações nos casos em que a produção nacional ainda não consegue dar resposta. Para além disso, no caso do Deskontão, temos uma gama especializada de produtos adequados à actividade da restauração, hotelaria e

Como caracterizaria a evolução do sector de retalho moderno em Angola? Quais foram principais evoluções, e onde existe ainda espaço para melhorar? Com a entrada de alguns operadores no mercado, existem já algumas operações de muito bom nível, o que tem levado outros que já estavam instalados a melhorarem as suas próprias e a reforçarem o investimento na modernização do seu parque de lojas. É uma espécie de círculo virtuoso em que o consumidor vai ganhando cada vez mais. Existem já diversos formatos, desde hipermercados a lojas de conveniência, o que proporciona ao consumidor uma liberdade de escolha de acordo com as suas preferências. Esta tendência só tende a aumentar, aparecendo cada vez mais segmentação e também mais sofisticação na oferta e no ambiente de loja. Por outro lado, existem situações que podem afectar o desenvolvimento normal do sector e a vontade de investimento no retalho alimentar, nomeadamente a burocracia, a estabilidade fiscal, o processo de importações e alguma falta de incentivos ao investimento de que outros sectores beneficiam.

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distribuição /associação O País poderá conhecer até fim do ano a criação da primeira associação do sector da distribuição moderna, caso acertos entre players nacionais que operam no mercado venham a resultar em êxito, apurou esta revista de fonte ligada à comissão instaladora

Mercado aguarda associação de distribuição

>> António Pedro

A

criação da primeira associação de distribuição alimentar moderna em Angola está na forja, através de uma comissão instaladora que agrega players do retalho alimentar nacional, com a inclusão de empresas proprietárias de marcas de híper e supermercados como Maxi, Jumbo, Kero, Shoprite, Casa dos Frescos e Deskontão, a mais recente rede de retalho e cash & carry, inaugurada em fim de Junho, em Luanda. A criação da associação visa proporcionar maior organização do sector a nível nacional, com a produção de estatísticas, código de conduta de distribuição alimentar, contributo do sector na economia nacional, com foco no Produto Interno Bruto, o peso que possui na balança fiscal e a defesa de seus interesses junto de instituições do Estado para a promoção do comércio moderno. Contrariamente ao que acontece em mercados como os de EUA, França, Brasil, Espanha, Portugal, África do Sul, para citar apenas estes países, Angola não possui ainda uma associação do género, o que se acha premente numa altura em que iniciativas empreendedoras apontam

>> Edson Chagas

Foi na conferência da Distribuição em Expansão, em Março de 2013, que se debateu a importância de uma associação da distribuição em Angola

para a abertura de mais marcas de retalho alimentar e especializado. Outra questão em foco é que o mercado nacional se prepara para receber players internacionais, onde Portugal desponta, com a Sonae a espreitar as oportunidades locais prevendo marcar presença a partir de 2014. Segundo a fonte de Distribuição em Expansão, a comissão instaladora reuniu-se diversas vezes e continua a estudar o melhor modelo para Angola, uma vez que as experiências colhidas de outros mercados são boas, mas é preciso cautela para adopção de um esquema de funcionamento segundo a realidade angolana. A maior parte dos players nacionais de referência demonstra ter o mercado de Portugal como modelo, e “o que se pretende não é trazer para Angola o modelo associativo do retalho de Portugal, mas estudar diferentes modelos de países que são referência a nível mundial e acolher o que nos serve para termos uma associação à moda angolana”, fez saber a fonte. Contrariamente aos modelos da Associação Espanhola de Distribuidores, Self-Services e Supermercados (ASEDAS), e ainda da espanhola Associação Nacional

das Grandes e Médias Empresas de Distribuição (ANGED), bem como da Associação Paulista de Supermercados (APAS – no Brasil – é a maior da América Latina), da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), da Associação de Distribuição de Refrigerados da Africa do Sul (SARDA), os retalhistas que integram a comissão instaladora ainda não definiram a designação da futura associação. É também ponto assente que falta uma definição sobre como integrar pequenos, médios e grandes distribuidores alimentares numa associação. Embora se queira fazer uma associação inclusiva, segundo a fonte que vimos a citar, haverá limites em certos parâmetros para se associar ao grupo em perspectiva.

Peso fiscal da distribuição Alguns grupos empresariais nacionais com marcas ligadas ao retalho alimentar constam no top 100 dos maiores contribuintes fiscais em Angola. A Maxi, o Kero e o Jumbo integram o grupo, com realce para a primeira, que figura na posição 29 entre empresas petrolíferas e diamantíferas, perdendo apenas para a

Unitel, o BPC – maior banco comercial angolano – e a Unidade Técnica da Dívida Pública. O peso tributário da Maxi no top é de 4,3 mil milhões Kz (44,8 milhões USD), valor perto do dobro dos 2,3 mil milhões Kz (24,2 milhões USD) da rede Kero, enquanto o Jumbo pagou de impostos 1,3 mil milhões Kz (13,7 milhões USD). A lista integra, igualmente, empresas do ramo da distribuição alimentar, mas sem inclusão do segmento de retalho nas suas operações. Operadores do mercado do retalho acreditam que a criação da associação poderá influenciar, igualmente, numa maior credibilização do sector quanto ao seu peso no pagamento de impostos, sempre que o Executivo entender, em situações pontuais e justificadas, atribuir benefícios às empresas cuja carga tributária é elevada ou não está em falta. Paralelamente aos players que integram a comissão instaladora, o mercado nacional conta com mais empresas de retalho alimentar, como Pomobel, Alimenta Angola, Giro, Mega Cash & Carry, Poupa Lá, Intermarket, Nosso Super, Pepi, Martal, Tanilda, entre outras.

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distribuição /Superbrands

Distribuição entre as marcas Superbrands 2013

O sector da distribuição e produção destacou-se entre as marcas Superbrands 2013. Pela primeira vez, na terceira edição, a votação do público consumidor distinguiu também as marcas Kero, Nutry, Cuca, Galo e Valinho

>> António Pedro

A

indicação de marcas da distribuição moderna, alimentar e especializada, como a rede de supermercados e hipermercados Kero, Casa dos Frescos, Sistec, carnes Valinho, sumos Nutry da Refriango, cervejas Cuca e Eka, espumante J. C. Le Roux, azeites Galo, cafés Delta e Ginga, fez estas despontarem entre 23 marcas que figuram no Superbrands 2013. Para as nomeações, foram definidos factores de análise como domínio de mercado, longevidade, goodwill, a lealdade do cliente e a aceitação do mercado, através de um Conselho Superbrands de 15 especialistas e do público consumidor, através de uma parceira entre a Superbrands e a Sinfic – Sistemas de Informação Industriais e Consultoria. Pedro Diogo Vaz, o partner Superbrands Angola e CEO da Fischer+Bus, avançou à revista Distribuição em Expansão que, tal como nos 89 mercados globais em que a marca Superbrands está inserida, Angola seguiu parâmetros de avaliação semelhantes aos que se praticam noutros mercados. Para o gestor, quando se aborda o parâmetro de uma marca ter goodwill, nas Superbrands, trata-se de um activo intangível que as marcas conquistam na mente dos consumidores, o que é relevante em qualquer mercado onde exista oportunidade para escolha de marcas, bastando para o efeito existir dois produtos na mesma categoria. Algumas marcas figuram no quadro de nomeações desde a primeira edição, em 2010, como forma de continuar a sua valorização. Contudo, sublinha que existem marcas que decidiram integrar o projecto pela primeira vez, porque acreditam que vai proporcionar mais-valia

>> César Magalhães

aos seus produtos. “Há marcas na área de consumo e da distribuição – é o caso da Casa dos Frescos, que esteve na edição passada, a Galo na área dos azeites, as carnes Valinho, nos enchidos, o Kero – que pela primeira vez se juntaram ao projecto, tal como os sumos Nutry da Refriango. Estas marcas olham para o projecto e notam que isto lhes vai trazer um factor de diferenciação junto do consumidor final”, explica. Estudo da consultora Nielsen feito em 44 mercados dos 89 mercados onde o projecto Superbrands está inserido (Angola não está incluída) mostra que, em média, 78% das pessoas entrevistadas asseguram que, ao verem a sua marca associada ao selo Superbrands, estão mais dispostas a experimentar esta mesma marca. Pedro Vaz entende que é uma reacção normal quando um consumidor olha para uma prateleira e, quando não conhece uma categoria de produtos, começa a escolher razões por que tem de levar um determinado tipo de produto.

Valor das marcas A Superbrands 2013, em Angola, não quantificou a valorização de marcas conforme sucede em certos mercados. Entretanto, Pedro Diogo Vaz esclarece que o País está a trilhar num caminho de valorização de marcas, nos aspectos intangíveis e reflexos nos balanços das empresas. “A valorização de marcas é um fenómeno que não tem muitos anos, inclusive nos EUA. Sabemos que anualmente são feitos estudos de valorização das marcas, e sabemos que há marcas que valem muitos milhares de milhões de dólares, só pelo valor intangível. Há negócios que

valem pelo valor da marca que possuem”, detalhou. Actualmente, segundo o partner Superbrands, não há estudo que diz quanto vale a marca Sonangol, a título de exemplo, mas seguramente muitos têm consciência de que vale muito, porque tem um capital de marca, de credibilidade e capacidade de investimentos associados, o que lhe dá também valor intangível. Para exemplificar sobre o poder das marcas, Pedro Vaz diz que, quando um consumidor se depara com dois pacotes de farinha de trigo, nas prateleiras de uma loja ou supermercado, às vezes o produto é o mesmo, mas a marca representa um forte conceito emocional e até de razão para o consumidor, porque “a marca desperta o consumidor”. “Em Angola, vamos chegar a um momento em que a publicidade não será apenas para vender, mas para criar uma marca”, prognosticou, pois o País não vai vivenciar etapas diferentes de outros mercados em termos de desenvolvimento de produtos, tendo em conta que a

conhecida “política do contentor”, importação de produtos, começa a registar uma certa inversão.

Academia Brand Luanda vai ter a partir de Setembro próximo uma academia focada na formação de profissionais de publicidade, marketing e comunicação, anunciou a esta revista Pedro Vaz. Trata-se da Brand Academy, que visa agregar a massa crítica de profissionais do sector de modo a permitir que veteranos das áreas citadas possam partilhar conhecimentos com profissionais novos que estão a entrar no mercado. Aponta que a intenção, quanto ao calendário de actividades, é de, entre Setembro e Outubro próximos, realizar-se a primeira sessão de formação aos profissionais, para quadros juniores, seniores e intermédios, onde se pensa aproveitar muitos profissionais que estão no mercado, com muito valor de conhecimento agregado, e um convidado/profissional de nível internacional.

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distribuição /BrandZ Top 100

O BrandZ Top Most Valuable Global Brands 2013 mostra quais as marcas mais valiosas do mundo. Globalmente, estas marcas valem 2,6 biliões USD, com o primeiro lugar a pertencer à Apple

As marcas mais valiosas do mundo

>> Victor Jorge

A

marca criada por Steve Jobs continua a ser a mais valiosa do mundo, segundo indica o mais recente BrandZ Top 100 Most Valuable Global Brand, desenvolvido pela WPP e pela Millward Brown. Segundo mostra este ranking, a Apple cresceu 1% face ao estudo efectuado no ano passado, valendo agora mais de 185 mil milhões USD, contra a evolução de 51% do seu mais directo concorrente – a coreana Samsung –, que passou para o 30.º lugar, com um valor estimado nos 21 mil milhões USD. Apesar das difíceis condições económicas, as 100 marcas deste ranking subiram 7% no valor da marca, com esta evolução a espalhar-se na maioria das categorias em análise. Só este facto é indicativo do poder de marcas fortes.

>> Infografias: WPP+MillwardBrown

Mas a história torna-se ainda mais impressionante se tivermos em conta o contexto histórico. Ou seja, o valor total das marcas do BrandZ Top 100 aumentou 77% desde a sua introdução em 2006. Durante estes últimos oito anos, o valor do portfólio de marcas do BrandZ Top 100 no mercado de acções cresceu 58%, superando substancialmente o S&P 500 (Standard&Poor’s 500) – índice composto por quinhentos activos (acções) qualificados devido ao seu tamanho de mercado, sua liquidez e representação de grupo industrial – que ganhou apenas 23%. Este crescimento ocorreu à medida que as marcas enfrentaram desafios sem precedentes num mercado alterado pela revolução digital e transformado pela recessão global. Fortalecidos pela tecno-

logia, os consumidores, cautelosamente, estudaram potenciais compras em todos os canais, deliberando sobre as opiniões de produtos, reputação da marca e preço. Nestas circunstâncias, o crescimento constante no valor da marca ilustra uma das conclusões fundamentais do BrandZ Top 100: quando a maré económica chega, marcas fortes andam na crista da onda, e quando a maré vira, como sempre faz, as marcas fortes resistem e recuperam mais rapidamente. Investir em marcas fortes nunca foi tão importante para aumentar o valor do accionista e para um desenvolvimento sólido e sustentável do negócio, com as marcas presentes neste ranking a serem originárias das mais diversas categorias e regiões geográficas.

Um valor global de 2,6 biliões O valor global das 100 marcas presentes neste ranking equivale, em 2013, a 2,6 biliões USD, correspondendo a uma subida de 7% face ao estudo de 2012, de 77% face a 2006 e 32% em relação ao período pré-recessão de 2008. Mas se o líder do ranking não sofreu alterações, existiram mudanças nos restantes lugares do top 10. Assim, o segundo lugar do pódio deixou de pertencer à IBM, que passou de 2.º para 3.º lugar, deixando a posição à gigante Google, cujo valor subiu 5% face a 2012, ultrapassando os 113 mil milhões USD, enquanto a IBM caiu 3% para os 112,5 mil milhões USD (ver quadro com restante top 10). Certo é que, entre as marcas mais valiosas do mundo, o primeiro retalhista só aparece no 14.º lugar, com a posição

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a pertencer, curiosamente (e dizemos curiosamente porque se posiciona à frente do maior retalhista mundial Walmart) à Amazon, com um valor de 45,7 mil milhões USD, correspondendo a uma evolução de 34% no valor de marca. Este ranking, entre retalhistas, é secundado pelo maior grupo de retalho mundial – Walmart – em 18.º lugar com um valor de 36,2 mil milhões USD e uma subida de 5%. Já o último lugar do pódio pertence à The Home Depot (41.ª posição), com uma evolução de 43%, correspondendo a cerca de 18,5 mil milhões USD. Da análise da WPP e da Millward Brown, destaque ainda para o facto de as conclusões indicarem que todas as categorias cresceram globalmente, excepção feita às tecnologias e petróleo & gás, e que é na Europa, principalmente, no Reino Unido, que se dão as maiores quebras. Na “crista” do crescimento encontra-se a região da Ásia, enquanto os EUA recuperam lentamente e a América Latina sofre com a crise económica mundial. Curiosamente, a categoria que maior evolução registou neste ranking foi a cerveja, com uma subida geral do valor de mar-

ca em 36%, seguida dos bancos globais (+23%) e moda (+21%). Nas palavras dos autores deste estudo anual, o ranking deste ano “destaca o retorno sobre o investimento que as marcas dão às empresas. Isso mostra que marcas

fortes trazem crescimento de quota de mercado e aumento dos lucros, ao serem capazes de comandar um preço premium, e maiores retornos para os accionistas”. Falta saber se com a crise económica e financeira que assola o mundo desde o

dia 15 de Setembro de 2008, ou seja, dia em que o banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers anunciou que iria declarar falência, as marcas e respectivas empresas conseguirão manter esta performance. Em 2014 se verá!

À volta da marca • O valor da marca é, segundo um dos maiores especialistas na matéria, Kevin Lane Keller, o efeito diferencial que o conhecimento desta tem sobre a resposta do consumidor ao marketing da marca em causa. Assim, uma marca é possuidora de valor quando o consumidor reage de modo diferente pelo facto de estar na presença da marca. A resposta diferencial do consumidor reflecte-se a nível cognitivo, afectivo e comportamental. • Existem três grandes “beneficiários” da existência de marcas com valor: a empresa proprietária da marca, os seus distribuidores e os seus consumidores. • As fontes de valor respeitam aos aspectos que permitem elevar a resposta diferencial do consumidor à marca. Podem-se distinguir os aspectos ligados à eficácia dos dois pilares de emissão da marca – o pilar dos sinais de identidade e o pilar da missão e da estratégia de marketing – dos aspectos ligados ao pilar da recepção da marca junto de cada um dos seus públicos-alvo.

• A notoriedade da marca é o conceito que traduz a capacidade do consumidor em identificar a marca, sob diferentes condições, como sendo pertencente a uma dada categoria de produto. • A identificação que o consumidor faz da marca pode assumir a forma de reconhecimento ou de evocação. O reconhecimento da marca (brand recognition), também conhecido como notoriedade assistida, refere-se à capacidade do consumidor para mencionar, de entre um conjunto de marcas discriminadas, as marcas que já viu ou de que já ouviu falar. Nestas condições, a ligação da marca à categoria de produto pode ser ténue, pelo que o nível de notoriedade que é assegurado pelo reconhecimento da marca pode ser baixo. • A evocação da marca (brand recall), designada igualmente por notoriedade espontânea, verifica-se quando a marca é referida perante a indicação da categoria de produto, das necessidades satisfeitas pelo produto, ou da situação de uso. A primeira marca a ser citada num teste de notoriedade espontânea goza de uma notoriedade top of mind.

Consumidor: Top 20 Retalho 2013 MARCA

VALOR DE MARCA ($M)

VARIAÇÃO VALOR DE MARCA

MARCA

VALOR DE MARCA ($M)

VARIAÇÃO VALOR DE MARCA

Amazon

45,727

+34%

Carrefour

7,372

-6%

Walmart

36,220

+5%

Costco

6,789

+33%

The Home Depot

18,488

+43%

Whole Foods

6,728

-

eBay

17,749

+40%

Walgreens

5,925

-

Tesco

16,303

-9%

CVS

5,620

-

IKEA

12,040

+31%

Falabella

5,611

+7%

Target

11,879

+13%

M&S

4,649

+7%

Woolworths

11,039

-

Asda

4,617

+19%

ALDI

8,885

-5%

Lidl

4,524

-2%

Lowe’s

7,559

+26%

Coles

4,416

-

#19

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distribuição /BrandZ Top 100 22

33

88

99 99

most valuable global brands 2013

10 10

12 12

13 13

14 14

15 15

18 18

O índice de preço por acção do BrandZ Top Most Valuable Global Brands consistentemente superou o índice de mercado S&P

Ano de recuperação, requinte e relevância

58% BrandZ

$2.6 biliões

7%

77%

de 2012

de 2006

19 19

23% S&P 500

O valor do Top 100 Most Valuable Global Brands 2013 da BrandZ™

97 97

98 98

9

2013

100 100

TTOP OP100:100: 1

TOP 10 MARCAS 96 96

1%

5%

$185,071m

$113,669m

6%

$112,536m

$90,256m

3%

10%

$78,415m

$75,507m

$69,814m

46%

$69,383m

$55,368m

94 94

5

5%

18%

$56,060m

6%

9%

CRESCIMENTO POR CATEGORIA

63,267m

Valor da categoria

Cerveja + 36%

Top marca

107,617m 59,597m

77,053m

Banca global + 23%

Vestuário + 21%

242,140m

Seguros + 19%

8

236,189m 99,334m

Banca regional + 15%

Cuidado Pessoal + 11%

88 88

118,414m

136,659m

96,538m

156,611m

Automóveis + 6%

0

Retalho + 17%

Luxo + 6%

Fast Food + 5%

Soft Drinks + 5%

306,786m

728,473m

Telecomunicações + 1%

Tecnologia - 1%

Petróleo&Gás - 4%

REAVALIÇÕES CHAVE

IMPORTÂNCIA CRESCENTE DA TECNOLOGIA

X2

84

85 85

8

106,062m

82

83 83

40% do valor da marca

81 81

Prada aumentou 63% o valor de marca, liderando todas as marcas na taxa de crescimento do valor da marca 80 80

79 79

78 78

77 77

Zara ultrapassou a Nike na marca de vestuário mais valorizada

76 76

75 75

74 74

do Top 100 BrandZ™ é gerado pela tecnologia e telecomunicações

Amazon ultrapassou a Walmart no número 1 de marcas de retalho

73 73

72 72

71 71

70 70

69

68 68

66 66

Marcas tecnológicas

possuem, em média, o dobro do valor de outras marcas no BrandZ™ Top 100

65 65

64 64

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63 63


19 19

20 20

21 21

23 23

24 24

25 25

26 26

28 28

27 27

81 81

80 80

29 78 29

79 79

30 30

Gucci

Wool worths

Westpac

Yahoo!

J. P. Mor gan

BT

33 33

ANZ

32 32

OS RECÉM CHEGADOS

e

Prada

49%

34

TOP 10 SUBIDAS The Home Depot Disne y

Visa

Tencent

Calvin Klein

52%

52%

51%

48%

46%

43%

Samsung

Gucci

Zara

Brahma

Prada

60%

61%

63%

35

Valor de marca apreciado em entre o BrandZ Top subidas em comparação com 48% do ano passado. Isto mostra que marcas fortes podem surgir em todos os sectores da economia.

31

18 8

40%

36 36

TOP CRESCIMENTO REGIONAL

Reino Unido Crescimento modesto

7

Ásia

marcas no Top 100

Aumento no Valor de Marca

#2

#2

147,755m

marcas no Top 100

271,244m

Europa Continental

TOP

Crescimento modesto

#1

#3

#1

#3

40 40

Melhorou uns modestos 2%

47

TOP

#1

#3

América do Norte

marcas no Top 100

39 39

23

TOP

Valor Top 10 marcas

22

#2

marcas no Top 100

TOP #2

América Latina

207,377m

marcas no Top 100

45 45

0

TOP

MERCADOS DE CRESCIMENTO RÁPIDO (12 marcas)

#2

Rússia

África

OLOGIA

X2

América Latina -13%

(2 marcas) (1 marca)

60 60

59 59

58 58

&

56 56

55 55

54 54

Download the full repor www.BrandZ.com

t at

51 51

61 61

Cerveja e Luxo são as categorias mais representadas no Top Marcas por Contribuição da Marca com 3 marcas respectivamente

50 50

62 62

49 49

A contribuição da marca indica o quanto do valor da marca pode ser atribuído à própria marca. . O índice vai de 1 (baixo) a 5 (alto)

édia, r de outras marcas op 100

63 63

+13%

CONTRIBUIÇÃO DA MARCA

cnológicas

64 64

Ásia

(2 marcas)

48 48

Índia

47 47

54,036m

a

alteração % em Valor de Marca

China

46 46

#1

#3

44 44

Decréscimo no Valor de Marca

3m

#1

#3

44

906,068m

53 53

52 52

TTOP OP100:100: 1

22

33

#21

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distribuição /BrandZ Top 100 Top 100 Most Valuable Global Brands 2013 Categoria

Valor de Marca 2013 $M

Marca

Contribuição de Marca

Variação do Valor de Marca (%) 2013 vs 2012

Variação Ranking

Categoria

Marca

Valor de Marca 2013 $M

Contribuição de Marca

Variação do Valor de Marca (%) 2013 vs 2012

Variação Ranking

1

Tecnologia

185,071

4

1%

0

26

Entretenimento

23,913

3

40%

17

2

Tecnologia

113,669

3

5%

1

27

Telecoms

23,893

2

-11%

3

Tecnologia

112,536

3

-3%

-1

28

Credit Card

23,514

4

16%

-7 2

4

Fast Food

90,256

4

-5%

0

29

Luxo

22,719

4

-12%

-8

5

Soft Drinks

78,415

5

6%

1

30

Tecnologia

21,404

3

51%

25

6

Telecoms

75,507

3

10%

2

31

Tecnologia

21,261

4

-36%

-12

7

Tecnologia

69,814

3

-9%

-2

32

Baby Care

20,594

5

13%

3

8

Tabaco

69,383

3

-6%

-1

33

Tecnologia

20,443

5

-16%

-8

Credit Card

56,060

4

46%

6

34

Cerveja

20,297

4

28%

14

10

Telecoms

55,368

3

18%

0

35

Vestuário

20,167

3

60%

31

11

Aglomerado

55,357

2

21%

0

36

Tecnologia

20,039

2

-11%

-9

12

Telecoms

53,004

3

8%

-3

37

Banca Regional

19,975

2

12%

1

13

Banca Regional

47,748

3

20%

1

38

Banca Regional

19,968

4

16%

2

14

Retalho

45,727

3

34%

4

39

Petróleo & Gás

19,229

1

5%

-5

15

Logistica

42,747

5

15%

1

40

Luxo

19,129

4

0%

-8

16

Banca Regional

41,115

2

-1%

-3

41

Retalho

18,488

2

43%

21

17

Telecoms

39,712

3

-8%

-5

42

Cuidado Pessoal

17,971

4

30%

15

18

Retalho

36,220

2

5%

-1

43

Auto

17,952

4

11%

3

19

Tecnologia

34,365

2

34%

3

44

Fast Food

17,892

4

5%

-2

20

Credit Card

27,821

4

34%

9

45

Cuidado Pessoal

17,823

4

-6%

-12

21

Tecnologia

27,273

4

52%

16

46

Banca Regional

17,781

4

22%

8

22

Banca Regional

26,859

2

10%

2

47

Retalho

17,749

2

40%

17

23

Auto

24,497

4

12%

5

48

Regional Banks

17,745

3

36%

12

24

Auto

24,015

4

-2%

-1

49

Petróleo & Gás

17,678

1

-1%

-10

25

Banca Global

23,970

3

24%

6

50

Cuidado Pessoal

17,250

4

15%

1

9

China Construction Bank

Starbucks

Top 100 Most Valuable Global Brands 2013 Categoria

Valor de Marca 2013 $M

Marca

Contribuição de Marca

Variação do Valor de Marca (%) 2013 vs 2012

Variação Ranking

Categoria

Marca

Valor de Marca 2013 $M

Contribuição de Marca

Variação do Valor de Marca (%) 2013 vs 2012

Variação Ranking

51

Fast Food

16,691

4

12%

1

76

Retalho

11,879

3

13%

0

52

Banca Regional

16,565

3

Novo

Novo

77

Tecnologia

11,816

2

-11%

-18

53

Tecnologia

16,503

3

2%

-8

78

Petróleo & Gás

11,520

1

11%

-1

MTN

54

Tecnologia

16,362

2

-29%

-28

79

Telecoms

11,448

3

23%

9

55

Retalho

16,303

4

-9%

-19

80

Retalho

11,039

3

Novo

Novo

56

Vestuário

15,817

4

-3%

-12

81

Banca Global

10,836

3

25%

11

57

Seguros

15,279

3

5%

-4

82

Telecoms

10,633

3

11%

3

58

Banca Regional

14,236

2

10%

3

83

Soft Drinks

10,558

3

6%

-3

59

Banca Regional

14,196

1

12%

4

84

Seguros

10,558

3

4%

-6

60

Telecoms

13,829

2

-10%

-10

85

Banca Regional

10,396

2

8%

-2

61

Tecnologia

13,757

2

-12%

-12

86

Auto

10,186

3

3%

-5

62

Logistica

13,732

4

17%

8

87

Banca Global

10,160

2

1%

-8

63

Banca Regional

13,716

3

19%

9

88

Banca Regional

10,070

3

Novo

Novo

64

Banca Global

13,386

2

37%

18

89

Telecoms

10,054

3

-13%

-18

65

Petróleo & Gás

13,380

1

11%

3

90

Telecoms

10,028

3

-37%

-43

66

Telecoms

13,336

2

-22%

-25

91

Fast Food

9,953

3

12%

0

67

Petróleo & Gás

13,127

1

-6%

-11

92

Tecnologia

9,826

3

Novo

Novo

68

Luxo

12,735

5

48%

Novo

93

Banca Global

9,668

2

Novo

Novo

69

Vestuário

12,732

2

-6%

-11

94

Telecoms

9,531

2

Novo

Novo

70

Banca Regional

12,655

3

19%

4

95

Luxo

9,454

4

63%

Novo

71

Auto

12,401

3

-2%

-6

96

Banca Global

9,232

3

8%

-1 -4

PetroChina

72

Tecnologia

12,331

1

16%

1

97

Petróleo & Gás

9,036

1

5%

73

Álcool

12,193

3

3%

-4

98

Logistica

8,940

3

18%

2

74

Retalho

12,040

3

31%

15

99

Retalho

8,885

2

-5%

-12

75

Soft Drinks

12,029

4

-5%

-8

100

Auto

8,790

3

3%

-4

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distribuição /clima Marketing, ponto de venda, hábitos de consumo e do consumidor, tudo isto é levado em conta pelos retalhistas aquando da definição de qualquer estratégia. E a temperatura ambiente do local de venda, será ela considerada?

Como o clima afecta as decisões do retalho >> Victor Jorge

>> DR

U

m recente estudo efectuado nos Estados Unidos da América concluiu os efeitos que a temperatura ambiente pode ter na performance de um retalhista e no processo de decisão do shopper/consumidor. Enquanto o neuromarketing tem um papel relevante na mensagem da marca a passar na publicidade, packaging, design de produto, entre outros, também é importante considerar o meio ambiente em que os produtos são comercializados. Quantas vezes não entramos numa loja durante o Inverno e notamos que a temperatura está notavelmente alta? E quantas vezes visitámos uma loja no Verão, com o ar condicionado a não funcionar? Como é que o shopper/consumidor encara essa experiência? Muitos são os que, descontentes com o ambiente que a loja oferece, simplesmente saem frustrados e sem efectuar qualquer compra.

Redução do pensamento complexo À luz da pesquisa realizada pela Cheema A & Patrick V, demonstra-se que, particularmente, as temperaturas mais altas podem realmente prejudicar o desempenho em tarefas de tomada de decisões complexas. Usando cinco estudos inteligentemente estruturados, demonstrou-se que as temperaturas mais altas: • Reduzem a probabilidade de os shoppers/consumidores escolherem produtos inovadores; • Aumentam a confiança do shopper/ consumidor na tomada de decisão heurística (investigativa); • Reduzem os recursos cognitivos dos shoppers/consumidores para tarefas complexas. As faixas de temperatura exploradas

foram bastante modestas, entre 19 e 25 graus Celsius. Estas são diferenças de temperatura que podem ser facilmente práticas no Inverno quando nos deslocamos do exterior para um ambiente de retalho. Os nossos corpos têm uma maior tolerância para temperaturas mais frias do que para temperaturas mais quentes. Manter o corpo fresco em temperaturas mais quentes desvia recursos e energia (como a glicose) do cérebro cognitivo e que influenciam os recursos que temos disponíveis para o esforço da tomada de decisão e, assim, levando-nos a confiar mais na heurística e gastar menos esforço em decisões complexas. As diferenças de temperatura são relativas. Ou seja, uma temperatura quente para um consumi-

dor em Luanda no Inverno (Cacimbo, de Maio a Agosto) será diferente para uma temperatura quente para um consumidor no Planalto Central (Huambo ou Bié) e vice-versa.

Estratégias de temperatura As conclusões da pesquisa são importantes, especialmente, para os ambientes de retalho onde os shoppers/consumidores são confrontados com inúmeras opções de escolha e onde precisam de fazer uma escolha que não é de rotina, por exemplo, a compra de roupa nova ou escolher uma nova/diferente marca de champô. Se a temperatura estiver muito alta, o consumidor não vai gastar muito tempo à procura de uma roupa e simplesmente reverte para a sua marca habitual.

Também o retalho automóvel pode potencialmente beneficiar de temperaturas mais frias, onde o consumidor precisa de considerar diversas variáveis como parte do processo de tomada de decisão. Se os shoppers/consumidores estiverem num ambiente onde estão envolvidas decisões complexas, ou se quiser experimentar algo novo, então as temperaturas mais frias são as mais adequadas (em torno dos 20 graus). Ao contrário, se os shoppers/consumidores precisam de tomar decisões mais intuitivas, então é melhor temperaturas mais quentes (24 graus). No entanto, as temperaturas interiores estão sempre relacionadas com o clima exterior, pelo que será sempre necessário efectuar uma análise mais aprofundada e ajustada à realidade local.

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Carrefour

Carrefour entra em oito países africanos >> Victor Jorge

O

Carrefour – segundo maior retalhista mundial, atrás da norte-americana Walmart – celebrou um memorando de entendimento para formar uma joint-venture com a CFAO. Esta parceria será detida em 55% pela CFAO, com os restantes 45% a pertencer ao retalhista francês. A joint-venture irá beneficiar de direitos de distribuição exclusiva para desenvolver vários formatos de lojas em oito países da África Ocidental e Central: Camarões, Congo, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Gabão, Gana, Nigéria e Senegal. Com presença em mais de 30 países, o

Depois da Europa, da América Latina e da Ásia, o segundo maior retalhista mundial aventura-se em terras africanas numa joint-venture com o grupo CFAO. Para já são oito os países abrangidos

>> DR

Carrefour irá contribuir com a sua experiência como retalhista multiformato, bem como com a força da sua insígnia. Já a CFAO, com presença local de longa data em África, trará o seu conhecimento profundo desses mercados e um forte entendimento dos hábitos de consumo e dos consumidores nesses países. De referir que o grupo Carrefour obteve, em 2012, vendas globais de 111,6 mil milhões USD, estando presente na Europa, na América Latina e na Ásia. O principal mercado do segundo maior retalhista do mundo e maior em França é, de resto, o mercado doméstico (com cerca de 51 mil milhões USD de vendas), seguido do resto da Europa (com uma facturação a

rondar os 30,5 mil milhões USD). Em terceiro lugar aparece a América Latina (com 20,8 mil milhões USD) e a Ásia (a valer cerca de 9,3 mil milhões USD). Em termos de lojas, o Carrefour opera 9994 espaços, divididos entre os formatos hipermercado, supermercado, lojas de conveniência e cash & carry, hypercash e multicanal. Já o grupo CFAO é uma marca de retalho especializado com liderança na

região. As principais áreas de negócio estão na distribuição de veículos e produtos farmacêuticos em África e territórios ultramarinos franceses. Em África, a CFAO também distribui equipamentos, produz e distribui bens de consumo, é um fornecedor de uma série de serviços relacionados com a tecnologia e está presente em 37 países, dos quais 32 estão em África e 7 nos territórios ultramarinos franceses.

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ADN da Distribuição

4.º Gene:

Logística José António Rousseau, Docente, consultor e especialista em Distribuição Moderna www.rousseau.com.pt

“Em menos de cem anos, a logística, de um mero processo de aprovisionamento e distribuição física de produtos, passou para um processo integrado e complexo, quase um fio condutor da economia de influência transversal e de forte impacto na qualidade de produtos e na rentabilidade das empresas”

A

ntes de mais, diga-se que logística pode ser definida como noção científica ou como processo. Como noção, a logística é a parte da gestão da cadeia de abastecimento que planeia, implementa e controla o fluxo e o armazenamento eficiente e económico de matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, assim como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo, com o objectivo de satisfazer as necessidades dos clientes, e, como processo, é a gestão de fluxos de produtos, de serviços e de informação, entre fornecedores e clientes, de modo a levar até estes, nas melhores condições de tempo, lugar e modo, os produtos ou serviços de que estes necessitam. E, se, em boa verdade, a distribuição é um negócio de tostão gerido pela informação, como gosto de dizer, então a logística assume cada vez mais um papel principal e de acentuada relevância, como a ascensão da Wal-Mart à liderança mundial, assente na sua excepcional evolução logística, o comprova. Mas este reconhecimento da importância da logística apenas começou depois da publicação, em 1962, do famoso artigo de Peter Drucker, na revista Fortune, intitulado The Economy’s Dark Continent, e só, de facto, se consagrou após 1985, com a edição do livro Competitive Advantage, de Michel Porter. Desde o início do século XX podemos distinguir várias fases na evolução logística. A primeira decorreu na primeira metade desse século e caracterizou-se por assentar numa economia fundamentalmente agrícola de transporte de produtos do campo para as cidades. A segunda, desde 1940 até aos anos sessenta, muito influenciada pela logística de guerra, acentuou a segmentação do serviço logístico permitindo criar a distribuição física dos produtos como uma área funcional e independente. A terceira durou a década seguinte, num tempo de consolidação da economia industrial, e permitiu avançar para a integração da função logística com foco nos seus custos e iniciando a sua abordagem sistémica, isto é, vendo a logística como um todo dinâmico cujos elementos se encontram interligados e se influenciam mutuamente num equilíbrio aceitável entre compensações recíprocas. A quarta fase, na década seguinte, focou-se na satisfação do cliente, no desenvolvimento de novos serviços e na melhoria da produtividade através de uma gestão que poderemos considerar de cariz mais científico. Por fim, até aos dias de hoje, e por influência do livro de Porter já referido, entrámos na fase da logística como instrumento de gestão estratégica, como factor de vantagens competitivas e de diferenciação, desafiada pela globalização e pela afirmação, em todo o seu esplendor, das logísticas inversa e verde. Em menos de cem anos, a logística, de um mero processo de aprovisionamento e distribuição física de produtos, passou para um processo integrado e complexo, quase um fio condutor da economia de influência transversal e de forte impacto na qualidade de produtos e na rentabilidade das empresas. De um processo relativamente simples no passado, a evolução entretanto ocorrida acrescentou-lhe novos factores de complexidade, tais como o ambiente e a sustentabilidade, as novas tecnologias, a competitividade, a integração e a compressão dos custos. Nestas condições, os próprios operadores logísticos tiveram de

acompanhar esta evolução passando dos serviços básicos de transporte e armazenamento para os serviços avançados e de valor acrescentado como a gestão de stocks, embalagem e assemblagem e caminha agora para as soluções globais. Por outro lado, a própria evolução dos negócios gerou uma simbiose entre a logística e o marketing, criando a logística comercial que atende quer às preocupações do marketing de estímulo à procura e de vendas, quer à necessidade da logística de satisfazer a procura e fornecer o melhor nível de serviço logístico. Hoje, o diálogo entre o marketing e a logística nas empresas é permanente, e a sua articulação é total. Um nada faz sem o outro. Hoje, há que possuir da logística uma visão actual, expandida e holística, encarando-a como uma filosofia, uma actividade e um processo de gestão da oferta e da procura ao longo de toda a cadeia de abastecimento, ou melhor, da rede de abastecimento, considerando-se esta um conjunto de organizações autónomas mas interligadas e interdependentes, que trabalham em competição ou em cooperação, para controlar, gerir e melhorar os fluxos de materiais e de informação, desde os fornecedores até aos clientes finais. Só desta forma, a logística poderá acompanhar as exigências dos dias de hoje, que alteraram radicalmente a natureza e o ciclo das encomendas, antes estáveis e previsíveis mas agora variáveis, de pequenas quantidades e de entregas diárias; a natureza dos serviços, antes reactivos e rígidos e agora pró-activos e flexíveis; a natureza da procura, antes estável mas agora cíclica; a natureza dos destinos, antes concentrados e agora dispersos. Só assim a logística poderá enfrentar com sucesso os actuais desafios da logística inversa e da logística verde, ou seja, o total controlo dos fluxos de produtos e de informação, desde o ponto de consumo até ao ponto de origem, com o objectivo de recuperar valor e contribuir para a sustentabilidade. O espectro de factores que exigem a logística inversa é múltiplo e variado, indo desde as devoluções provenientes de produtos avariados ou danificados, de inventários sazonais, de excessos de stock, de retiradas de produtos do mercado ou de vendas à consignação até à recolha para reutilização de materiais de transporte tais como paletes, caixas ou contentores. E, na fronteira ou no cruzamento com a logística verde, podemos incluir ainda na logística inversa a recolha de resíduos de embalagem, de resíduos perigosos, de produtos eléctricos e electrónicos obsoletos ou de subprodutos de origem animal. O impacto das logísticas inversa e verde nas empresas, como facilmente se percebe, é brutal e incide sobre importantes áreas da actividade empresarial, nomeadamente, a económica ou financeira, a tecnológica/inovação, o marketing, a sustentabilidade e a responsabilidade social. Por tudo isto, as empresas de distribuição têm vindo a chamar a si o controlo total dos processos logísticos, através da centralização desses serviços em estruturas próprias (entrepostos) que recepcionam os produtos dos fornecedores e os reenviam para os respectivos pontos de venda recorrendo à utilização de operadores logísticos, geralmente contratados em sistema de outsourcing, para as fases de transporte e entrega capilar dos produtos.

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24Horas com...

Cássia Ayres, directora de Comunicação e Imagem do Grupo Mitrelli e directora-adjunta da Fundação Arte e Cultura >> Lídia Onde

6:27 horas

7:00 horas

Preparada para frequentar o ginásio, aproveita tomar um sumo e saborear frutas.

11:00 horas

Começa reunião com a directora de projectos da Fundação Arte e Cultura, Shiri Paamony, na qual são analisados aspectos de concretização de desafios traçados mas já em execução.

Trabalha os ombros, coxas e pernas no TRX, e faz exercícios anaeróbicos de boxe, sob orientação do personal trainer José Miguel. Concluída esta etapa, regressa para casa e prepara-se para nova jornada laboral.

11:13 horas

Reunião curta com colegas sobre o desenvolvimento de projectos económico-sociais e culturais nos quais empresas subsidiárias do Grupo Mitrelli, com mais de 2000 colaboradores em Angola, estão engajadas.

14:35 horas

7:15 horas

Chegada ao Ginásio PFFS, no distrito da Ingombota, começa a treinar sobre a passadeira, para de seguida fazer bíceps sobre a bola, e depois faz o mesmo exercício com dois halteres.

12:20 horas

A partir deste momento, realiza uma série de contactos e responde a e-mails para garantir o sucesso de muitas tarefas agendadas, de modo a receber garantias de execução de parceiros envolvidos, até chegar a hora do almoço.

15:00 horas Começa a aula com crianças. Pede para estas saudarem a equipa da revista Distribuição em Expansão com a canção Queridos Visitantes, Sejam Bem-Vindos, e assim acontece. Promove, de seguida, uma interacção de conhecimentos sobre a preservação do meio ambiente com os alunos.

Deixa o local de trabalho mas preocupada com o sucesso de certas tarefas ainda por realizar ao longo da tarde que começava e dirige-se à zona do Kinaxixi para almoçar.

15:15 horas As crianças exibem silêncio total e mostram-se constrangidas, quando a professora Cássia Ayres apresenta um vídeo sobre aves se alimentando de lixo produzido por acção humana, na falta de comida, e a consequente morte de muitas destas aves em função de detritos sólidos ingeridos. Ficou a lição: não deitar lixo ao mar nem aos rios.

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09:20 horas Após ter chegado à empresa, Grupo Mitrelli, fazia já mais de uma hora, ajudou a resolver uma série de assuntos estritamente internos. Regressa à sua sala de trabalho para dar solução a questões ligadas à sua área, com auxílio do seu colega Cesário Valente.

10:55 horas Regressa ao seu local de trabalho e aproveita para saudar uma zungueira, com a qual tem trocado a saudação matinal todos os dias úteis de trabalho.

10:20 horas

10:40 horas

Desloca-se ao edifício central da Mitrelli, onde funciona o braço comercial do então Grupo LR, agora Grupo Mitrelli, próximo do edifício onde ela trabalha, para tratar de assuntos relacionados com projectos de saúde, com a sua colega Viviana Cobsaru.

12:35 horas Já na Rua da Missão, defronte ao conhecido prédio da Taag, atravessa a estrada no lugar certo, a passadeira, sem largar o seu sorriso característico.

Da sua colega Cláudia Carvalho recebe explicações de dossiês empresariais que precisam de auxílio da área de comunicação e imagem, após fazer-se planeamento e se constatar o ritmo de execução de certos projectos.

12:55 horas Chegada ao restaurante, é servido o almoço e começa a degustar o prato que solicitou, onde o arroz, o peixe linguado e legumes salteados, acompanhados de água mineral, completam o menu.

14:20 horas Após o almoço, foi para sua casa trocar de roupa, e minutos depois chega à Fundação Arte e Cultura, onde, às sextas-feiras, ensina a crianças, acima de 5 anos, matérias sobre a preservação da biodiversidade, inseridas no projecto da fundação Kamba Verde.

16:20 horas As crianças aprendem a fazer brinquedos e objectos de enfeite para lares e não só, usando garrafas plásticas vazias como matéria-prima. O exercício é acompanhado por um professor especialista que trabalha com Cássia Ayres, orientando e acompanhando a inovação que as crianças procuram concretizar.

15:30 horas A aula continua mas, desta vez, no aspecto mais prático. As crianças aprendem como aplicar criatividade sobre uma garrafa vazia de água mineral de 1,5 litros, produzindo assim brinquedos manufacturados, em vez de deitar o objecto plástico para a rua, para o mar ou para os rios, lesando a natureza.

15:55 horas Orienta as crianças a terem uma atitude sustentável junto dos progenitores, familiares directos e indirectos, vizinhos e colegas de escola, e a passarem mensagem segundo a qual existem riscos para a saúde humana caso haja poluição do meio ambiente deitando lixo ao mar, por causa de peixes que lá habitam e servem de alimento diário do homem.

17:00 horas Depois de uma jornada laboral na gestão de comunicação e imagem do Grupo Mitrelli e na educação ambiental de crianças na Fundação Arte e Cultura, regressa para casa.

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produção

/ovos

As Alfândegas notificaram recentemente os importadores residentes em Angola sobre regras refinadas para importação de ovos. Não será emitida licença para importação de ovos produzidos e que à data de chegada ao País tenham mais de 30 dias

Proteccionismo: importação de ovos com novas regras >> António Pedro

>> DR

O

Serviço Nacional das Alfândegas notificou os importadores residentes em Angola, através de uma circular do Ministério da Agricultura, de que a importação de ovos tem novas regras desde Maio último. As Alfândegas sustentam a medida tomada pelo facto de boa parte dos ovos consumidos no nosso País, principalmente nos grandes centros urbanos, ser proveniente das importações, estando, por esta razão, sujeitos a um longo período de conservação. Pelo facto de se tratar de um produto muito sensível à contaminação, e convindo proteger a saúde humana e corrigir irregularidades detectadas na importação do referido alimento, refere o documento das Alfândegas, é que tal medida foi tomada. Por esta razão, a autorização de importação de ovos para o consumo humano a fresco fica condicionada à apresentação de uma declaração com especificação da data provável da produção do lote, embarque e desembarque deste produto. Outro aspecto exigido, que ainda não mereceu reacção dos importadores de ovos, é que passa a ser obrigatória a apresentação de cada ovo carimbado com a data de produção. Não obstante, não será emitida licença para importação de ovos produzidos e que à data de chegada ao País tenham mais de 30 dias.

Recorde de importação forçou medida política Entre o último trimestre de 2012 e o #30

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pág.

32 primeiro do presente ano, os avicultores nacionais experimentaram dificuldades para escoar os seus ovos para os mercados tradicionais, em função de uma invasão de ovos importados, o que levou muitos produtores nacionais a deitar milhares de ovos, revelou Rui Santos – presidente da Associação de Avicultores de Angola (Aavil). Segundo dados do Conselho Nacional de Carregadores, no último trimestre do ano passado, o País importou 14,3 mil toneladas de ovos, cuja conversão aponta para 270,5 milhões de ovos, representando 0,45% do total dos 100 produtos mais importados, figurando na posição 44. Já no primeiro trimestre deste ano, as importações de ovos decaíram para 6,8 mil toneladas, representando 0,23% do total dos 100 produtos mais importados, que em termos absolutos são 129,9 milhões de ovos que entraram no País. Tais cifras são esmagadoras atendendo a que a estimativa trimestral de produção nacional atinge pouco mais ou menos 30 milhões de ovos, tendo em conta a produção nacional mensal de 10 milhões de ovos, conforme avançou à revista Distribuição em Expansão o presidente da Aavil. Diante deste cenário, alertado pelos produtores lesados, o Executivo, através dos ministérios da Agricultura e das Finanças, tomou a medida de proteccionismo da produção nacional, que, segundo Rui Santos, já se faz sentir e está numa fase crescente, o que considera importante para o próprio mercado. “Sabemos que os ovos importados são mais baratos, mas esta é uma fase que estamos a viver, e pensamos que a curto prazo, mais um ou dois anos, vamos ter referência de custos iguais aos ovos importados, em benefício dos ovos nacionais e dos consumidores”, vaticinou o gestor da Aavil, que conta com 50 associados, desde pequenas, médias e grandes empresas, que possuem entre 500 e 1000 aves.

Importação de ovos em Angola

Indicadores internos

Ano

Quantidade*

2008

686,3

2009

362,5

2010

2128,03

2011

685,9

2012

876,5

2013**

129,9**

Legenda: (*) em milhões de ovos; ( **) dados do 1.º trimestre de 2013 NI: Dados em toneladas do Conselho Nacional de Carregadores Conversão feita pela revista Distribuição em Expansão

muito particularmente do Governo, vai se inverter o quadro das importações, no aspecto prático”. Reforça que não faz sentido uma aposta na importação de ovos quando há condições internas de produção e fortes possibilidades para o fomento das exportações, ainda ínfimas, de produtos nacionais. Neste sentido, o reforço de capitalização de empresários nacionais, na relação com o programa citado, pode vir a ajudar na inversão da situação actual, diz o gestor, em nome dos associados, já que continuam a encontrar dificuldades na relação creditícia com bancos comerciais operadores. Assegura que o Ministério da Economia tem estado atento à situação e dialogado com os bancos para se apurar as razões dos atrasos na concessão de crédito ao investimento. “Já se conhecem casos de autorização de financiamentos. Se isto ficar sincronizado e houver produção de cereais à altura da velocidade de produção de ovos nacionais, então vai dar certo”, explica, animado. Quanto aos cereais, atenua o gestor que o milho e a soja podem ainda ser importados para complementar o diferencial sem cobertura da produção interna, embora já se comece a sentir alguma oferta no mercado, mas adverte que, quanto

Os caminhos agrícolas de África

maior continuar o custo de produção de milho, maior será o custo do ovo. “Uma maior oferta de cereal vai ajudar a baixar o custo de produção do ovo”, diz Rui Santos, lembrando que os associados da Aavil reconhecem a dificuldade para a produção de cereais, por causa de custos adicionados à transformação em ração animal. Em reuniões de concertação entre produtores nacionais de ovos e de milho, estes últimos queixam-se dos elevados custos atrelados à produção, para justificar os preços que praticam. Rui Santos ressaltou que, no exterior do País, os produtores avícolas compram a tonelada de milho por 200 USD, enquanto em Angola varia de 400 USD a 500 USD, dependendo da demanda, sublinhando que esta é a justificação do diferencial existente entre preços de ovos importados e nacionais. Desde 2009 a Aavil, ainda quando tinha as marcas de supermercados Nosso Super e Poupa Lá como um cliente de excelência, tem solicitado ao Estado mais incentivos fiscais e financeiros, para aumentar a produção avícola no País, com vista a fazer face às necessidades do então Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild), numa altura que a produção nacional mensal era de 7,2 milhões de ovos.

A produção nacional de ovos, muito reduzida face à importação, não tem sido preferencial em termos de preços em relação aos ovos estrangeiros. A média de preço do ovo nacional, nos últimos meses, nas médias e grandes superfícies comerciais, é de 31,6 Kz, contra 24,6 Kz do ovo importado, uma redução taxativa de 22,1%. Por causa da “ditadura” de preços de ovos nacionais, o projecto Aldeia Nova anunciou em Março passado que estava sem mercado e corria riscos de deitar 1,5 milhões ovos armazenados. Há menos de dois meses, a direcção do projecto citado anunciou que a partir de Junho último começa a produzir 200 mil ovos por dia, com vista a atingir mais de 6 milhões/ mês e acima de 72 milhões de ovos por ano. Segundo o Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Angola é um dos países do mundo com a menor taxa de produção nacional de ovos. A título de exemplo, segundo dados do Ministério da Economia, em 2010, o País produziu 400 mil ovos por dia e importou 1,1 milhões em igual período, ao passo que em 2012 a importação diária se fixou em 2,4 milhões de ovos. Angola continua a produzir ovos abaixo das necessidades dos cerca de 19,6 milhões de habitantes projectados para 2013 pelo Instituto Nacional de Estatística. Em termos práticos, a produção nacional tem cobertura para menos de 30% das necessidades de consumo, e a perspectiva à vista, para 2015, é de aumentar três vezes a produção. Votando ao estudo da FAO, o consumo em Angola está abaixo da média internacional, pois cada pessoa consome 18 ovos por ano, enquanto a média mundial aponta para 156 ovos.

Fomento da produção interna Há um grande interesse de muitos produtores nacionais se candidatarem à produção de ovos, e muitos projectos avícolas aguardam aprovação na carteira de iniciativas empresariais remetidas ao programa Angola Investe, do Ministério da Economia, segundo o presidente da Aavil. Rui Santos afirmou que muitos projectos para a produção de ovos aguardam também por financiamento junto de bancos comerciais operadores no âmbito do Angola Investe, pois, “se assim acontecer, e este é o nosso grande interesse, #31

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produção /agricultura em África Para a maior parte do mundo, a África rural está associada a imagens de tigelas, em vez do celeiro. Mas isso pode mudar em breve, graças ao consenso que se espalha rapidamente e que conclui que o caminho para impulsionar e sustentar o crescimento económico e o desenvolvimento do continente passa pela comercialização da agricultura familiar, em parceria com as empresas alimentares

Os caminhos agrícolas de África >> Victor Jorge

H

á apenas alguns anos, a ideia de impingir práticas de negócio a agricultores de subsistência – que compõem mais de 60% de toda a população da África subsariana – teria sido considerada como ilusória para a maioria dos governos, associações de pequenos produtores e grupos de ajuda. Trabalhar com grandes empresas internacionais para fazer o trabalho teria sido considerado uma heresia. Mas, liderados por uma nova geração de líderes africanos, os últimos anos têm visto os decisores políticos, os doadores e as empresas tactear numa direcção incomum mas potencialmente revolucionária, numa parceria com o intuito de criar cadeias de abastecimento eficientes, que incluam agricultores de subsistência ao invés de excluí-los. E, embora seja muito cedo para mostrar resultados dramáticos num sector que precisa de estratégias de longo prazo, o próprio facto da construção de plataformas comuns para a implementação de estratégias de negócios está a transformar perspectivas, concluiu um recente relatório

>> DR

do Economist intelligence Unit, “Transforming African agriculture - The growing importance of unusual public- private partnerships”. Estas novas abordagens à agricultura variam, contudo, amplamente em África. Alguns países têm zonas geográficas como corredores agrícolas, ligando áreas de produção agro-alimentar com portos e cidades, assegurando que as infra-estruturas estejam lá para investimentos em larga escala. Outros países têm uma abordagem baseada em culturas, concentrando-se em trazer investidores para resolver bloqueios existentes ao longo da cadeia de valor de culturas específicas, como as de malte, cevada, sésamo ou grão-de-bico, vistos como oportunidade para os investidores do sector privado. Enquanto estratégias nacionais variam, as tentativas para transformar e comercializar a agricultura em parceria com outros players do sector público ou privado são uma linha comum. “As coisas estão a começar a mover-se muito rápido”, admitiu Lucy Muchoki, directo-

ra-executiva do Consórcio Pan-Africano para o Agronegócio e Agroindústria (Pan African Agribusiness and Agro Industry Consortium – PanAAC), recentemente, ao The Economist. Os primeiros sinais de mudança vieram da agência de planeamento da União Africana NEPAD, que elaborou uma estratégia agrícola pan-africana em 2003. O Programa Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura Africana (Comprehensive Africa Agriculture Development Programme – CAADP) visava os países signatários comprometerem-se a incrementar o investimento público na agricultura para 10% do seu orçamento nacional, para aumentar a produtividade agrícola em 6% ao ano. O CAADP poderia ter acabado como apenas mais um plano não realizado, mas como alguns governos pioneiros elevaram os seus gastos a este nível, logo perceberam que não iria aumentar a produtividade, trazer segurança alimentar ou levar as pessoas rurais a sair da pobreza. O que ficou claro, à medida que os preços globais dos alimentos subiam,

foi que um governo sozinho não poderia, nem conseguiria, resolver os desafios da agricultura.

Uma constelação de interesses A abordagem de parceria é o resultado de uma nova coincidência de interesses no continente, impulsionado por três grandes tendências. Em primeiro lugar, a segurança alimentar e a produtividade agrícola estão a levantar agendas política e de negócios globais, e não apenas em África. Os preços elevados dos alimentos são um sinal de população global em crescendo, o aumento da procura por produtos agrícolas e as colheitas imprevisíveis à medida que as mudanças climáticas começam a afectar os padrões climáticos. Com o sistema global de produção agrícola já sobrecarregado e com stocks esgotados, o fornecimento de alimentos a preços acessíveis vai exigir uma capacidade agrícola adicional. O maior potencial para adicionar esta capacidade está em África, onde o tipo

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de revolução verde vivida na Índia ou no Brasil ainda tem de acontecer. Não só o volume de terras cultiváveis não utilizadas no planeta está em África, como o rendimento das culturas em terras usadas na África subsariana é o mais baixo do mundo, de longe, correspondendo a apenas 27% do potencial de rendimento, de acordo com os dados mais recentes da Organização de Agricultura. Isto significa que pequenas intervenções certeiras poderiam produzir resultados rápidos. Ir ao encontro desses desafios traz novas oportunidades emocionantes para o agronegócio. Em segundo lugar, o interesse internacional de negócios em África está a aumentar generalizadamente, especialmente na agricultura. Nos últimos cinco aos, as companhias internacionais compreenderam que África, muito longe de ser um continente sem esperança a correr para o resto do mundo, é, no fundo, a última região significativa dos mercados emergentes. A população do continente deverá atingir os 2 mil milhões em 2050, e, apesar da contínua pobreza, a crescente classe média africana está a criar um mercado de consumo de peso em muitos países. Para a agricultura e negócio alimentar, a coincidência de mercados em crescimento, aumento da procura e fornecimento rápido garantiu um abastecimento de qualidade e tornou o trabalho com produtores de menor dimensão ainda mais imperativo. Finalmente, os governos africanos estão cada vez mais a conduzir o seu próprio crescimento e agendas de desenvolvimento. Uma nova geração de líderes africanos, muitas vezes educados no exterior e familiarizados com a linguagem dos negócios, está a começar a definir a sua própria agenda política em domínios como a agricultura, infra-estruturas, saúde e educação – ajudada pelo disparo das matérias-primas, que tem fortalecido as receitas dos governos, e pelo surgimento de novas fontes de capital, de fundações e de capital paciente, bem como de private equities e credores chineses. Como resultado, os governos estão a repensar o que os sectores público e privado podem fazer melhor e que papel as organizações de apoios podem ter. E enquanto, em áreas como saúde e educação, o sector público será sempre um jogador-chave, na agricultura os decisores políticos reconhecem que o seu papel é inerentemente limitado pela necessidade de trabalhar com os agricultores e empresas alimentares.

Da experimentação à prática Estas três tendências têm incentivado uma nova abordagem à agricultura. Com a maioria das novas iniciativas a funcionar desde 2012, tudo ainda é experimental. Mas uma lição já é muito clara: colaborar com sucesso requer que todos os parceiros

Lugar para crescer (Rendimento actual como percentagem do potencial rendimento) 89%

Ásia Oriental 68%

Sudeste asiático

67%

América do Norte

64%

Europa Central e Ocidental 60%

Austrália e Nova Zelândia 51%

Ásia Ocidental 48%

América do Sul

45%

Sul-asiático

43%

Ilhas Pacíficas

40%

Norte de África

37%

Europa de Leste e Rússia

36%

Ásia Central

35%

América Central África Subsaariana

24%

Fonte: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)

se movam além das suas formas normais de funcionamento. Fazer isso de modo consistente à face de tanta resistência e restrições tanto internas como externas requer um forte apoio e liderança a partir do topo, bem como a criação de instituições ágeis que se concentrem na corretagem de interesses mútuos, articulando ganhos e identificando e ajudando a remover as restrições. Para os governos, a grande mudança está no foco em como criar um ambiente favorável para o sector privado crescer em torno de pequenos agricultores. Isso envolveu

a adopção de uma linguagem dos negócios para atrair investidores e manter a respectiva confiança de que o risco será minimizado com a mudança de governos. Isso significa, também, neutralizar críticas de que estão a trabalhar com o inimigo e a apoiar a apropriação de terras por estrangeiros em vez de ajudar agricultores pobres.

E o futuro? Esta nova geração de parcerias público-privadas na agricultura é incomum, porque se trata de mecanismos de transformação, e

não de operações ou objectivos em si mesmos. São plataformas de acção, desenhadas para unir actores, de forma a chegarem a soluções que não poderiam ter encontrado individualmente. Apesar de todos os parceiros admitirem que estar disposto a experimentar, testar e adaptar-se é fundamental, algumas tendências futuras já estão visíveis. A primeira é que programas nacionais serão susceptíveis de se tornar regionais, criando mercados maiores e unindo esforços para superar restrições de infra-estruturas. Em segundo lugar, as parcerias agrícolas poderão actuar como um catalisador para o desenvolvimento rural mais vasto – criando postos de trabalho fora da agricultura, tanto nos sectores dos serviços como na produção. A última tendência, e talvez a de maior alcance, que estas parcerias incomuns poderiam trazer é espalhar a possibilidade de negócio, de resolução de problemas além do tema agricultura. Todas as conversas de parceria, inclusão e sustentabilidade, o verdadeiro cerne das parcerias agrícolas, visam saber como fazer com que o negócio alimentar em África se torne comercialmente viável e competitivo a nível mundial. No entanto, muitos dos constrangimentos estão a atrasar toda a economia, não apenas a agricultura: a falta de infra-estruturas ligadas à energia e transporte, a falta de acesso à tecnologia e atraso político, a corrupção e a burocracia. Com tantas barreiras não-agrícolas, por norma, estas parcerias não habituais, se tiverem sucesso, poderão ir além da transformação da agricultura e transformar a sustentabilidade de África. #33

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opinião

Luís Rasquilha CEO da AYR Consulting, Trends & Innovation

“A Economia da Experiência refere-se a experiências reais do consumidor, que são proporcionadas pelas marcas, produtos ou serviços com o objectivo de que estas se transformem em vendas, reconhecimento e reforço de imagem de marca”

Economia da experiência = Cada compra tem de ser memorável

“Q

ual foi e onde foi a melhor experiência que teve como consumidor?” Foi numa loja com excelente atendimento? Numas férias no hotel onde esteve hospedado? Na companhia aérea em que viajou no Verão passado? No restaurante que não conhecia e onde foi atendido como se fosse cliente de há anos? Quando foi ao futebol e a sua marca preferida de bebida lhe ofereceu a oportunidade de viver um jogo fantástico? Tente visualizar uma experiência na sua cabeça, reviva-a, pense no local onde estava, relembre tudo o que o rodeava durante esta experiência e lembre-se de como se sentiu antes, durante e depois desta. Na maior parte das vezes é-nos difícil lembrar este tipo de experiências, porque de facto são poucas as que nos acontecem, que nos são proporcionadas. Mas se a questão for colocada noutro sentido e perguntarmos se nos lembramos de alguma experiência desagradável nestas situações, decerto que as respostas serão em maior número! O consumidor procura respeito, reconhecimento e comunicação relevante. E a melhor maneira de lhe proporcionar o que ele pretende é através da experiência que lhe podemos oferecer, porque as experiências são pessoais, relevantes, memoráveis, sensoriais, emocionais, logo significativas. Chamamos a isso a Economia da Experiência. A Economia da Experiência referese a experiências reais do consumidor, que são proporcionadas pelas marcas, produtos ou serviços com o objectivo de que estas se transformem em vendas, reconhecimento e reforço de imagem de marca. É a diferença entre dizer ao consumidor os benefícios de um produto ou serviço, ou deixar que o consumidor experimente ou obtenha a experiência por si próprio dos benefícios que este lhe pode oferecer. A “Economia da Experiência” não é um modismo nem uma forma diferente de dar nome a um tipo de técnica de vendas, mas, sim, uma tendência cada vez mais presente e necessária ao sucesso das empresas. Isto porque, num mundo em que cada vez mais gente tem acesso a verdadeiros bens de consumo, os produtos por si só já não têm o valor de outros tempos e, portanto, as marcas precisam de agregar valor. No entanto, qualquer processo de venda deve ser acompanhado de alguma unicidade – uma experiência – que, quer para produtos ou para serviços, deve ser memorável e, portanto, transformar um processo meramente funcional em algo que: 1. Reassegure ao consumidor à partida que a sua compra vai cumprir 3 pontos fundamentais para ele: a. “Preenche realmente as minhas necessidades e/ou desejos”; b. “Reflecte o que eu sou, o que quero projectar sobre mim”; c. “Assegura que não vou ter problemas ou decepções”; e

2. Seja cativante e faça o consumidor querer repetir a experiência. E, para que todo o anterior posssa ocorrer, as experiências que movem o consumidor e as vendas têm de ser: 1. Alinhadas à oferta e ao tipo de consumidor a que se destinam; 2. Diferenciadoras – não somente diferentes e; 3. Acima de tudo, verdadeiramente relevantes. E as experiências podem ser criadas nos pontos de venda – sejam eles online ou offline – durante o processo de pré-decisão, decisão e posterior uso por parte do consumidor dentro e fora das lojas. Os negócios podem viver ou morrer, não pelos atributos que prometem mas, sim, pela experiência que oferecem ao seu cliente em todos os pontos em que comunica com este: na loja, no seu site, com o seu produto, e através de eventos e publicidade. Todas estas formas devem ser integradas de modo a proporcionar uma experiência ao seu cliente. Caso seja bem implementada, a estratégia pode elevar um produto que satisfaz, a um produto que faz com que o consumidor o deseje e o use repetidamente para voltar a viver a experiência. Então o que se consegue perante o consumidor? 1 – Relações fortes com as marcas: as “experiências” são vividas para além dos tradicionais pontos de encontro. São vividas em momentos de lazer. Por isso, as marcas ficam mais próximas! Através de experiências, as marcas associam-se à vivência de momentos únicos. Por isso as marcas ganham valor! 2 – Reforço de posicionamento: é fácil escolher “experiências” que exprimam de um modo eficaz o posicionamento das marcas. Por isso as marcas reforçam a sua diferenciação! Mas a pergunta que talvez ainda continua nas nossas cabeças é: “Mas afinal o que é exatamente uma experiência?” Porque é que as experiências são assim tão importantes? Experiências são acontecimentos privados que ocorrem em resposta a determinados estímulos: as experiências envolvem a totalidade do ser que as sente, quer sejam reais, irreais como nos sonhos ou virtuais, resultam da observação directa ou participação em determinado evento. Dependendo do que se faz e como se faz, a nossa empresa ou marca, ao estar associada a estas experiências que provocam sentimentos, reforça a relação com os consumidores. A Economia da Experiência, em suma, é uma tendência e ao mesmo tempo uma poderosa ferramenta que, dentro ou fora do ponto de venda, se bem entendida e explorada, só pode trazer benefícios adicionais em vendas, notoriedade e fidelização para as marcas que quiserem dar aos seus consumidores presentes e futuros momentos realmente memoráveis para obterem resultados únicos.

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vinhos

/Helix

Curiosidades • A produção mundial de cortiça é de 340 mil toneladas por ano, das quais 55% são oriundas de Portugal. •E m todo o mundo são produzidas 12 mil milhões de rolhas anualmente. Juntas, dariam 15 voltas ao perímetro terrestre. •E xistem vários vestígios da utilização da cortiça pelos povos do antigo Egipto e na civilização romana. Em França foram encontradas ânforas do século III a. C. cheias de vinho considerado ainda em bom estado de conservação. A utilização da cortiça a um nível pré-industrial remete aos finais do século XVII.

O fim do saca-rolhas? >> Victor Jorge

>> DR

A Corticeira Amorim, maior empresa mundial de produtos de cortiça, e a O-I, maior fabricante de recipientes de vidro do mundo, lançaram um inovador packaging de vinho de cortiça e vidro. Poderá ser este o fim do saca-rolhas?

D

á pelo nome de “HELIX” e é o novo conceito de packaging para vinho de cortiça e vidro apresentado, na maior feira de vinhos do mundo – Vinexpo –, pela Corticeira Amorim e pela O-I (Owens-Illinois). Concebido para o segmento de vinhos de consumo rápido, este novo conceito é fruto de uma parceria de quatro anos entre as duas líderes mundiais dos respectivos sectores e representou um investimento de perto de 5 milhões EUR. O seu desenvolvimento teve por base as credenciais de inovação e know-how destas duas grandes multinacionais do mercado do vinho, ambas com uma experiência de mais de um século de actividade. O novo conceito combina uma rolha de cortiça ergonomicamente desenvolvida e uma garrafa de vidro com uma rosca interior no gargalo, dando origem a uma sofisticada solução de elevada performance técnica, dispensando, assim, o habitual saca-rolhas, existindo a possibilidade de introduzir novamente a rolha de cortiça para desfrutar do vinho numa altura posterior. “HELIX” agrega assim todos os benefícios da cortiça e do vidro – qualidade, sustentabilidade e imagem premium – a que se juntam agora as mais-valias de uma abertura simples e uma fácil reinserção da rolha. Acresce ainda o facto de ser um sistema que pode ser facilmente implementado nas caves, sendo apenas necessário um pequeno ajuste nas linhas de engarrafamento. António Amorim, presidente e CEO da

Corticeira Amorim, destaca que “HELIX vai ao encontro da crescente exigência de sustentabilidade e de qualidade por parte dos consumidores, respondendo simultaneamente às necessidades da indústria vinícola, que, cada vez mais, faz uma gestão criteriosa do valor das suas marcas”. Já Eric Bouts, presidente da O-I Europa, refere que “o futuro da inovação passa pelo estabelecimento de parcerias”, acrescentando que “’HELIX’ é um exemplo concreto do que pode ser alcançado quando se juntam os líderes mundiais de embalagem de vidro e de cortiça, satisfazendo tanto os consumidores como a fileira do vinho”.

O lançamento de “HELIX” foi precedido por testes exaustivos, conduzidos pela Corticeira Amorim e pela O-I, que evidenciaram que este novo packaging assegura a qualidade do vinho, mantendo a consistência de sabor, aroma e cor. O processo de desenvolvimento foi ainda suportado por estudos de mercado em França, Reino Unido, EUA e China, que revelaram uma grande aceitação do consumidor ao “HELIX” quando utilizado para vinhos de consumo rápido. Os consumidores evidenciaram ainda com agrado o facto de esta solução preservar a sonoridade característica associada à abertura de uma garrafa de vinho.

Inseparáveis por natureza Quando Dom Pierre Pérignon resolveu trocar por cortiça as rolhas de madeira que se usavam em meados do século XVII, provocou uma reviravolta sem precedentes na indústria do vinho. O monge francês, que viria a ficar famoso pelo seu champanhe, procurava uma alternativa às rolhas de então, envoltas em cânhamo embebido em azeite, pouco vedantes, duvidosas na preservação do vinho e sempre prontas a saltar. A solução encontrada foi a cortiça. Milhares de anos antes, já os egípcios tinham usado a cortiça e

depois os gregos e os romanos, como testemunham as ânforas descobertas em Pompeia. Mas foi o forte impulso de Dom Pérignon que abriu caminho para a utilização da cortiça associada ao crescimento rápido da indústria do vinho. No século seguinte, em Portugal, que hoje é o centro das indústrias da cortiça e do vinho do Porto, foi permitido pela primeira vez o envelhecimento do vinho em garrafas de vidro cilíndricas. Assim, foi o desenvolvimento simultâneo das rolhas de cortiça e das garrafas de vinho que tornou possível a indústria vinícola moderna.

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tecnologia

/wi-GO

Utilização do wi-GO O wi-GO é único e pode ser utilizado em aeroportos, centros comerciais, hospitais, lojas, nas casas das pessoas e até mesmo em ambientes de espaço aberto, assim como na indústria que necessite de uma solução para transporte de objectos.

Mobilidade nas compras Nascido de uma necessidade pessoal, o projecto wi-GO da IS2you pretende ser um facilitador de mobilidade para quem está “preso” a uma cadeira de rodas e quer ir fazer as suas compras

>> Victor Jorge

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ara quem está “preso” a uma cadeira de rodas, a vida não é fácil, todos sabemos. Para quem está nesta situação e quer viver uma vida independente, a tarefa torna-se difícil, dadas as imensas barreiras existentes no dia-a-dia, quer seja na rua, em casa, cafés, restaurantes, centros comerciais e, claro, em locais de compra como super e hipermercados. A viver numa cadeira de rodas, Luís de Matos, CEO da IS2you, meteu mãos à obra e na sua tese de licenciatura, resultante de uma necessidade pessoal e de um trabalho de investigação académico, inventou e desenvolveu o wi-GO, um dispositivo autónomo que está a ser desenvolvido para seguir uma determinada pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, para onde quer que esta se desloque, permitindo assim transportar objectos de forma autónoma, dinâmica e segura, evitando obstáculos e perigos. “O wi-GO utiliza as mais recentes e avançadas tecnologias de reconhecimento de imagem através do sensor Kinect, permitindo assim seguir a pessoa certa e reconhecer o meio envolvente”, revela Luís de Matos à revista Distribuição em Expansão. Além disso, explica o responsável, “possui também um tablet que torna o wi-GO num carrinho de compras inteligente e nos diz, por exemplo, as melhores rotas a seguir dentro do supermercado, as promoções, etc.”. No caso concreto do retalho, o wi-GO será um carrinho de compras que visa facilitar a mobilidade das pessoas com deficiência ou não, precisando estas apenas de colocar as compras dentro do carrinho sem ter de despender esforço físico. Luís de Matos acrescenta ainda a possibilidade de o wi-GO ser aplicado nos repositores de stock para que os funcionários não tenham de empurrar carros pesados.

Em conversações com uma cadeia de supermercados portuguesa para fazer um teste-piloto, Luís de Matos admite que “este é, acima de tudo, um projecto internacional”, acrescentando que “o wi-GO é único no mundo, logo poderá ser aplicado em qualquer ponto do mundo”. Mas se o consumidor/cliente é beneficiado com esta inovação, do lado do retalhista que vantagens existem na introdução do wi-GO? Luís de Matos é peremptório: “Para os retalhistas, o wi-GO é um produto que os diferencia dos seus concorrentes. É um produto que facilita a mobilidade das pessoas dentro dos seus espaços, para além de ser um carrinho de compras inteligente que poderá dar um conjunto de informações importantes através do

seu tablet.” Encarado como uma solução low cost que pretende concorrer com os carrinhos de compras e scooters actuais, a empresa responsável pelo projecto “pretende substituí-los e assim não limitar as pessoas já com dificuldades em ir as compras”. Assim, a loja apenas precisa de contactar a IS2you, e esta trata do processo todo, contando para o efeito com uma equipa completa neste momento. Recente no mercado, as ambições são, também elas, a curto prazo, confidenciando Luís de Matos: “Dentro de um ano, queremos ter pelo menos um wi-GO em cada supermercado português e um piloto a decorrer fora de Portugal.” Ou seja, querem estar já a facturar..

Os prémios O wi-GO já venceu vários prémios a nível internacional. Os mais recentes foram o Imagine Cup Internacional, promovido pela Microsoft, onde o projecto ficou 3.º lugar a nível mundial, competindo contra mais de 70 países, e aquele que foi promovido pela Altran

Internacional, onde o wi-GO ficou em 1.º lugar, competindo contra países europeus. “Este género de prémios serve, acima de tudo, para dar a conhecer o projecto e conseguirmos assim parceiros internacionais”, conclui Luís de Matos.

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leituras

/livros

Direito Comercial Africano – OHADA

O Autores: Salvatore Mancuso Editora: Almedina Língua: Português Págs.: 640 Ano: 2012 Preço: 30,00 EUR (3757 Kz)

trabalho de Salvatore Mancuso revela a sua paixão por África e pelo estudo do seu direito, que o levou não só a recolher o testemunho da tradição italiana de estudos jus-africanos, mas também a colocá-la, enquanto docente da Universidade de Macau, sobre uma das mais interessantes “novas fronteiras” da globalização: as crescentes relações entre a China e África, cujo encontro entre as duas culturas jurídicas também constitui uma nova fronteira do direito em geral e da comparação em especial. Professor Doutor Marco Guadagni. Eis por que, a nosso ver, haverá que encontrar no quadro da OHADA um ponto de equilíbrio entre a desejável unidade e a irreprimível diversidade dos direitos dos seus Estados-membros: importa, é certo, eliminar entraves desnecessários à circulação de pessoas e bens e ao investimento estrangeiro, bem como promover a certeza do direito e a segurança nas relações jurídicas plurilocalizadas; mas sem que isso leve os sistemas jurídicos nacionais a perderem a sua individualidade própria e a descaracterizarem-se. Este livro de Salvatore Mancuso, em que os Actos Uniformes da OHADA são correctamente situados no contexto da problemática do pluralismo jurídico em África, e a que não falta uma interessante reflexão sobre o papel do direito consuetudinário na regulação dos contratos neste continente, constitui sem dúvida um importante contributo para a realização daqueles desideratos. Professor Doutor Dário Moura Vicente.

Gestão do Tempo

Autores: Polly Bird Editora: Actual Editora Língua: Português Págs.: 199 Ano: 2013 Preço: 15,00 EUR (1879 Kz)

G

estão do Tempo mostra-lhe como pode simplificar a sua vida quando gere melhor o seu tempo. As dicas e os conselhos deste livro ajudam-no a reduzir o stress, a atingir os seus objectivos, a melhorar o seu desempenho no local de trabalho e a ter mais tempo para si. Oferece-lhe sugestões práticas para tomar decisões, delegar, organizar formação para a sua equipa, planear o seu tempo, reduzir papelada… e aprender a dizer não!

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novidades

Conheça os mais recentes lançamentos de produtos nestas páginas da Distribuição em Expansão

Nova gama de iogurtes com fruta A Longa Vida, joint-venture entre a Nestlé e a Lactalis, lançou novos iogurtes com fruta. Constituída por diversas variedades – fruta cortada, polpa de fruta, bicompartimentado de fruta e aroma de fruta –, a gama oferece ainda uma linha para quem se preocupa com a saúde. A gama light, disponível nas variedades fruta cortada e aroma de fruta, contém 0% de matéria gorda e 0% de açúcares adicionados. Com este lançamento, a marca pretende “instalar-se num território muito apreciado pelos consumidores (iogurte e o mundo da fruta), assim como diferenciar-se da concorrência”, explica a Longa Vida.

Luso de Fruta lança novos formatos A marca Luso de Fruta decidiu alargar a sua oferta, com o lançamento de dois novos formatos, a lata 33 cl e a garrafa de 2 litros. A lata de Luso de Fruta é ideal para o consumo fora de casa, por exemplo, numa esplanada ou na praia, e está disponível nas variantes de Frutos Vermelhos e de Limão. A garrafa de 2 litros de Luso de Fruta foi desenvolvida a pensar especialmente para o consumo familiar e para os momentos das refeições, estando disponível nas variantes de Frutos Vermelhos, de Laranja e de Limão. Luso de Fruta é uma bebida refrescante que combina água mineral natural de Luso com sumo de fruta natural. Com 100% de ingredientes de origem natural, sem corantes, sem conservantes e sem adição de açúcar/edulcorantes, Luso de Fruta é alternativa saudável aos refrigerantes. Luso de Fruta conta já com uma gama composta pelos formatos 1 l e 33 cl em garrafa, nas variedades Frutos Vermelhos, Limão, Laranja, Maçã e Maracujá.

Novas barras de cereais Cookies & Cream da Fitness A Fitness lançou as barras de cereais Fitness Cookies & Cream, com pedaços de biscoitos de cacau e chocolate branco. As novas barras de cereais da marca da Nestlé têm 93 calorias. A marca já tem no mercado as barras de cereais Fitness Clássico, Chocolate, Morango, Chocolate & Avelãs, Tiramisu e Chocolate Branco.

Saladas especiais com Milaneza A Milaneza acaba de lançar uma gama especial para saladas com duas novas massas: Búzios Integrais e Laços Bicolor. Os Búzios Integrais são “ricos em fibra, pelo que ajudam a regular o trânsito intestinal, e fornecem uma maior sensação de saciedade, sempre com todo o sabor da massa”, indica a marca. Já os Laços Bicolor “têm legumes adicionados, abóbora e beterraba, e são visualmente muito apelativos.”

Um novo Vértice Rosé As caves transmontanas lançaram uma nova colheita do espumante Vértice Rosé. Com aroma frutado, com toques de framboesa, morango e cereja, é indicado para acompanhar refeições rápidas e leves, como saladas, peixes grelhados ou marisco. Nascido em plena Região Demarcada do Douro e seguindo o método clássico de produção de espumantes naturais, o néctar distribuído pela Heritage Wines é elaborado com uvas de castas tradicionais do Douro – Touriga Franca e Malvasia Fina – e passa por um estágio de nove meses em garrafa.

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VIP

Very Important ProfEssional Barómetro dos Notáveis

Um painel de profissionais dará, mensalmente, a sua opinião sobre questões da actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão. Trabalhadas, a posteriori, estatisticamente, ficará a saber o que os profissionais convidados pensam sobre determinado assunto, mas nunca de forma individual, mas em grupo

1. Agostinho Kapaia, Presidente do grupo Opaia 2. A guinaldo Jaime, Jurista 3. Albano Lussati, Vice-presidente da UNACA, Confederação das Associações e Cooperativas de Camponeses de Angola 4. Estevão Daniel, Administrador da Refriango 5. Filipe Lemos, Presidente Executivo da LIDE Angola (Grupo de Líderes Empresariais) 6. Galvão Branco, Consultor empresarial da GB Consultores Reunidos 7. Gomes Cardoso, Presidente do Codex Angola, Comité Nacional para o Código Alimentar Angola 8. J orge Baptista, Presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA) 9. Jorge Coelho Pinto, Director da Jotil 10. José António Rousseau, Docente, Consultor e especialista em Distribuição Moderna

11. J osé Macedo, Director-geral da Lactiangol 12. José Severino, Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) 13. Judith Correia, Administradora da FaciCredit 14. Luís Reis, Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) 15. Luís Sambo, Jurista, Projecto Executivo para a Reforma Tributária 16. Manuel Monteiro, Director da FertiAngola 17. Manuel Victoriano Sumbula, Administrador da Coca-Cola 18. Matos Cardoso, CEO da Feira Internacional de Luanda (FIL) 19. Paulo de Carvalho, Director-geral da ScoreDistribuição 20. Paulo Trindade, CEO da Abacus, Consultora Imobiliária 21. Pedro Miguel Silva, Senior Manager da Deloitte Angola

22. R aúl Mateus, Sócio-administrador da Pomobel 23. Regina Santos, Pesquisadora do CEIC, Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola 24. Renato Azevedo, Presidente-executivo da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN) 25. R icardo Gerigk, Delegado do Escritório da Economia Alemão em Angola 26. Rui Catalo, Administrador da Casa dos Frescos 27. Rui Malaquias, Docente e economista 28. Rui Miguel Nabeiro, Administrador da Delta-Cafés 29. Rui Santos, Presidente da Sistec 30. Victor Kavinokeka Paulo, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria (Huambo)

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1.

A Score Distribuição inaugurou a sua primeira loja, Deskontão, no passado dia 27 de Junho.

2.

A opção da primeira loja da Score Distribuição recaiu no formato misto, retalho e cash & carry. Em sua opinião, este formato vem dar resposta aos desafios do mercado?

a) Era uma abertura há muito aguardada

a) Sim b) Só o tempo dirá

b) Trata-se de uma abertura que peca por tardia

c) Não

c) Será mais um player que vem reforçar a oferta no sector

d) Seria preferível um formato único de supermercado

d) É, simplesmente, um reflexo do desenvolvimento do sector

3.

Os investimentos públicos para o quinquénio 2013-2017 estão avaliados em 25 mil milhões Kz (cerca de 259,6 milhões USD). Os sectores considerados prioritários são: alimentação, agro-indústria, indústria, geologia, minas e petróleo. Concorda com estas opções?

4.

4 – O Executivo anunciou, através do Ministério das Pescas, um subprograma para o desenvolvimento da aquicultura.

a) Sim

a) É um programa fundamental para o abastecimento do mercado angolano

b) Não c) Sim, desde que o foco principal dos investimentos recaia na agro-indústria e na indústria

b) Só assim se conseguirá reduzir a dependência das importações c) É um programa importante, mas que, paralelamente, deveria ter em conta o desenvolvimento de uma frota pesqueira nacional

d) Os investimentos deveriam impulsionar o surgimento de pequenas e médias empresas

d) Trata-se de um mero subprograma que deverá ter financiamento reduzido e, assim, sem qualquer impacto

5.

Os ministérios das Finanças e do Comércio assinaram um protocolo que alarga o mercado das análises laboratoriais, quebrando-se, assim, a situação de quase monopólio da Bromangol.

6.

As empresas do sector da produção, a serem privatizadas pelo Executivo, devem manter a sua actividade como até aqui?

a) Esta situação é benéfica para todos os players do mercado

a) Sim b) Só se forem rentáveis

b) Esta será uma situação que contribuirá para a diminuição dos custos inerentes às análises c) Quanto mais concorrência existir, melhor d) Tudo dependerá da tabela de preços resultante do protocolo assinado com os dois ministérios

c) É uma análise que os novos donos devem fazer, sabendo-se que o Executivo não pode exigir essa manutenção d) Se essa actividade for de interesse nacional, nomeadamente na redução da importação de produtos, sim

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afechar!

Walmart deverá entrar no Peru

Segundo as últimas notícas, o maior retalhista mundial – a norte-americana Walmart – está a apontar baterias para mais um mercado. Desta feita, a escolha parece recair no Peru, indicando fonte não identificada do grupo à Reuters que o retalhista já terá enviado uma equipa de gestão para o país, com o objectivo de iniciar a operação até ao final do presente ano. As informações indicam que o grupo norte-americano pôs de parte a aquisição de lojas, dando preferência à expansão orgânica. Certo é que a Walmart já possui terreno para a primeira loja na capital, Lima, resultado da compra há anos da chilena Distribucion y Servicios (DyS). De referir que o mercado de retalho peruano está bastante fragmentado. A Walmart opera mais de 3000 lojas do México à Argentina.

Tesco abre ginásios Que o universo do retalho está em constante mutação e adaptação, não há dúvida. Prova disso é a mais recente decisão da maior cadeia de retalho do Reino Unido em dedicar espaço nas suas lojas maiores a ginásios. Assim, caberá à Xcercise4Less ocupar 2965 m2 de espaço nas lojas com mais de 11 000 m2. Da parte da Tesco, esta decisão é justificada com o facto de tornar os espaços “um destino ainda melhor para os clientes”.

China cumpre ameaça contra vinhos europeus A China comunicou, a partir de dia 1 de Julho, o início das investigações anti-dumping e antisubsídio contra os vinhos europeus, dando, assim, começo a um prazo de 20 dias para o registo das empresas exprotadoras para o país, podendo evitar, dessa maneira, a imposição de taxas mais elevadas. Para cumprir as novas normas chinesas, as empresas deverão enviar formulários preenchidos ao Bureau of Fair Trade for Imports and Exports (BOFT) e Bureau of Industry Injury (IBII) do Ministério do Comércio da China. Além disso, as empresas deverão contar com um representante legal em território chinês ao qual deve outorgar poderes de representação.

Dona da Zara recupera Lefties

Análise 3D dos alimentos Uma das maiores cadeias de moda do mundo, Inditex (dona de marcas como Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius ou Oysho), decidiu relançar a sua cadeia de desconto Lefties, de modo a poder competir directamente com marcas como a Primark ou H&M. Fontes sectoriais espanholas referem que a Inditex está a trabalhar na base de um novo conceito, com entidade própria, admitindo mesmo que a nova estratégia poderia passar pela adopção de um novo nome. De referir que a cadeia Lefties conta com colecções próprias de mulher, homem e criança.

Um grupo de investigadores da Escola de Agronomia da Universidade de Madrid desenvolveu um protótipo que gera uma imagem tridimensional dos alimentos, especialmente frutas e legumes, de modo a conhecer o seu estado e as propriedades antes de serem colocados à venda. Os investigadores usaram técnicas de imagem de ressonância magnética e ressonância magnética nuclear, através das quais conseguem ver as características microestruturais do alimento, de acordo com o site da universidade. Margarita Ruiz Altisent, pesquisadora, explica que é uma questão de “grande interesse económico”, dados os níveis de exportação de frutas e legumes em Espanha e porque, até agora, não havia nenhuma maneira de visualizar o interior do alimento. O objectivo do grupo de investigadores é agora criar um protótipo de ressonância magnética nuclear num tamanho e preço que possibilitem o desenvolvimento de um laboratório de ensaio e amostragem de alimentos online, localizado na própria unidade de produção.

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