Distribuição em Expansão 7

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>>Setembro >>ano I >>Director: António Pedro

>>Director Executivo: Victor Jorge >>Periodicidade: Mensal >>Propriedade: Score Media

2013

>>Preço capa: 700 Kz

07 Comércio

Tudo sobre o novo alvará Os gigantes internacionais que querem entrar no País

Qual, como, onde e quando

Um festival de três dias

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Vinhos

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Produção Nacional

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Saiba quem são

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• Escola Superior Agro-alimentar • A opinião dos VIP •N ovidades do mercado

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+

E ainda…

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editorial Quando a onda leva um camarão acordado

O

ME se a onda arrastar a Sonae, o retalhista português de peso e prestígio que tem adiado a entrada no mercado angolano? Em 2010, anunciou a sua entrada. Em 2011, reforçou o anúncio. Em 2012, repetiu a proeza do anúncio. Chegada a 2013, “assegurou” que em 2015 será de vez, com um de quatro hipermercados em Luanda. Entretanto, a maior cadeia de retalho alimentar do mundo – a Walmart –, detentora de milhares de hipermercados e supermercados espalhados pelo mundo, acaba de anunciar a estratégia de expansão de seus negócios para Angola, Moçambique e Quénia, até 2016. A Walmart não detalhou se a entrada ao mercado angolano será por aquisição de marcas já existentes, por parceria ou por franchising, mas já se começa a questionar qual a configuração que o mercado vai adquirir com a presença deste player. Independentemente de qual for o modelo de entrada da Walmart, o assunto é um sério aviso ao board do Grupo Sonae, que mesmo com o apoio da mulher mais rica de África, a empresária Isabel dos Santos, através da empresa Condis, continua a protelar a entrada num mercado que todo o investidor calculista e metódico diz ser interessante e apetecível. Se, por um lado, o anúncio feito em Portugal em Março último pelo presidente-executivo da Sonae, Paulo Azevedo, segundo o qual se estima que em 2014 possa abrir o seu primeiro hipermercado em Angola, terá deixado os players nacionais preocupados face à capacidade de penetração e consolidação de marcas da Sonae, por outro lado, o player português deixa de ser encarado como o “leão” cuja aparição amedronta o mercado. E agora, o que vai acontecer com o anúncio do Walmart? A Sonae vai abandonar a sua estratégia de anúncio de entrada em Angola, já que de 2010 para cá até parece terem passado “600 anos”? No primeiro número desta revista, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, assegurou que Angola está aberta para os grandes players da distribuição moderna, garantindo apoio institucional para investidores estrangeiros deste sector, desde que cumpram as leis do País. Em linguagem corrente, a entrada do Walmart no País será bem-vinda e vai merecer apoio do Governo, porque vai proporcionar postos de trabalho para angolanos, vai contribuir nos impostos e fazer crescer o mercado.

António PedrO, Director

A Sonae não deixaria de ter apoio institucional caso entrasse no País, mas Paulo Azevedo havia afirmado ao Diário Económico de 13 de Março passado: “Confiamos que será possível abrir um hipermercado em 2014 (...), mas arrisco-me a não ter razão mais uma vez.” Em 2011, a Walmart adquiriu 51% do Massamart por 1,8 mil milhões USD como porta de entrada para o resto do continente africano, cuja classe média cresce, anualmente, para cinco milhões de consumidores, e é o alvo de multinacionais do retalho visando aumentar os seus rendimentos, uma vez que nos países desenvolvidos não há muito para se inventar. Embora não se saiba que modelo de retalho a Walmart aplicaria em Angola, reforçando esta tese, a verdade é que na África do Sul, através da Massamart, apostou forte em lojas alimentares e bebidas para clientes de baixa renda, nas regiões do KwaZulu-Natal e do Cabo Oriental, onde tem tido sucesso. Ora, actualmente o País regista um défice de 50 mil lojas do tipo que a Walmart apostou nas regiões sul-africanas citadas e, atendendo ao plano do Governo angolano de construção de 11 mil lojas de proximidade através de parceiros privados, não se descarta que a Walmart encontre neste projecto institucional uma oportunidade de abertura e expansão de lojas, localmente. Se na África do Sul a Walmart já se constitui num concorrente feroz aos restantes players da distribuição moderna, embora não se possa comparar de igual para igual com a Shoprite, apesar de ambos se terem tornado os gigantes do mercado, é caso para dizer que a Sonae tem muitas lições a retirar da expansão definitiva para Angola do líder mundial do retalho alimentar. É bom lembrar que, se a Sonae leva na carteira de investimentos para o País a construção de quatro hipermercados em Luanda, o gigante mundial tem como estratégia abrir hipermercados e espalhar-se também pelos bairros com lojas de proximidade e dar-lhes perfil bastante moderno, semelhante ao que existe de bom nos EUA, mas adaptado à realidade local. Quando não se aproveita oportunidades de um mercado que tem muito espaço para crescer, com uma “estratégia” de anúncios consecutivos de entrada, não precisa um camarão dormir para ser levado pela onda.

ficha técnica Director António Pedro • Director Executivo Victor Jorge • Directora geral de revistas Nilza Rodrigues Conselho de Gerência Alexandre Mealha Colaboram neste número André Samuel, Caco Ferraz e José António Rousseau Fotografia Edson Chagas (Subeditor), César Magalhães, Lídia Onde Projecto Gráfico Rui Sampaio • Impressão Printer • Distribuidora VASPE, SA • Direcção Comercial Tânia Vasconcelos, Carina Amuedo, Cátia Amado Direcção Administrativa e Financeira Renato Moreira (Director), Garcia José, Herlander Tomás, Katila Denise, Rosa Ngola, Stanislau Pataca Contactos 244 222 322 665 / 244 222 322 654 / 244 222 322 674 • Fax: 244 222 443 453 • Rua Damião de Góis, n.º 81 – Bairro de Alvalade, Luanda – Angola Contactos E-mail distribuicaoemexpansao@scoremedia.co.ao Representação em Portugal Estratégia Media • Direcção-Geral Nilza Rodrigues • Departamento Administrativo Amélia Saavedra • Contactos +351 927747062 Registo MCS-520/B2009

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índice #

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Quiz/Dixit

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Distribuição

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Produção

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vinhos

06-08 Maior rapidez, segurança e simplicidade na obtenção do alvará comercial 10 Walmart em Angola nos próximos três anos 12 Spar em Angola dentro de seis meses 14-15 Sonae adia novamente entrada do Continente em Angola 16 Luanda volta a ser a mais cara 18-19 Custo de vida em Luanda desacelera em dois meses 20 ADN da Distribuição 22-27 Produção nacional: qual, como, onde e quando? 28 Ensino puxa agro-indústria ao currículo académico

06

14

22

30-32 Entrevista a Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE Festival

34

LOGÍSTICA

34 Ministério inaugura 1.ª fase do CLOD 36 Mais segurança nas portas Hörmann

38 TECNOLOGIA

38 Uma gestão mobile da loja

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Leituras

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Novidades de produto

40 Lei da Arbitragem Voluntária Comentada 40 Desta Vez É Diferente – Oito séculos de loucura financeira

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VIP A FECHAR

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1

Foi lançado recentemente o novo alvará comercial. Em quantos dias é possível obtê-lo? a) 2 a 6 dias b) 5 a 10 dias c) 3 a 8 dias d) 4 a 10 dias

DIXIT

quiz 2

Segundo as contas do Ministério do Comércio, quantos licenciamentos (alvarás comerciais + licenças de comércio) foram emitidos em 2012? a) 62 398 b) 78 457 c) 74 042 d) 81 082

3

Qual o valor prometido pelo Governo no âmbito do programa Angola Investe até 2015? a) 200 000 milhões Kz b) 100 000 milhões Kz c) 90 000 milhões Kz d) 150 000 milhões Kz

4

“Temos consciência de que, nesses momentos de grande entusiasmo, a vontade de criar empresas fala mais alto, mas mantêlas no mercado e de uma forma viável constitui o exercício mais difícil.” Justino Pinto de Andrade, economista e docente, in Expansão, 16 de Agosto de 2013

“Angola já foi um grande produtor de açúcar. É preciso relançar a cultura da cana-deaçúcar.” Carlos Mathias, director-geral da Biocom, in Semanário Económico, 15 de Agosto de 2013

“Não basta o primeiro indicador, que é o rendimento per capita, ser muito elevado, é necessário também melhorarmos o capital humano e a competitividade económica.” José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), in Semanário Económico, 1 de Agosto de 2013

“Se formos fazer as contas, a produção interna de água, sumos, cervejas e gasosas já é suficiente para satisfazer a procura. Ninguém está aqui a defender uma proibição das importações. O que estamos a dizer é muito simples: quer estar em Angola, então deve ser obrigado a investir no País.” Philippe Frederic, administrador-delegado do grupo Castel em Angola, in Novo Jornal, 23 de Agosto de 2013

“Nós não queremos que os nossos comerciantes fiquem na precariedade. Não queremos um estabelecimento comercial onde o armazém tem cama e fogão atrás do balcão.” Henrique Barbosa, director nacional do Comércio,

Quantas lojas pretende a Massmart – braço do maior retalhista mundial, Walmart, em África – abrir na África Subsariana no prazo de três anos? a) 90 b) 110 c) 70 d) 125

in Novo Jornal, 23 de Agosto de 2013

“Se Luanda continua a ser a cidade onde as coisas custam mais que nas outras cidades, o mercado irá escolher evidentemente o sulafricano.” Laurinda Hoygaard, in Expansão, 16 de Agosto de 2013

“Já imaginámos o que será todo o aparato da Zona Económica Especial paralisar porque os produtos importados estarão a um nível de concorrência agressiva? Será que nos julgamos preparados para enfrentar a República da África do Sul?” Fernando Solinho, empresário do sector saleiro, in Expansão, 2 de Agosto de 2013

Respostas: 1 c); 2 c); 3 d); 4 a)

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distribuição

/alvará comercial

Maior rapidez, segurança e simplicidade na obtenção do alvará comercial Mais simples, mais rápido, mais seguro e mais barato. Estes são os predicados por trás do novo alvará comercial. De acordo com o Executivo, a espera poderá ser de apenas três dias

>> Victor Jorge

>> Tom Carlos

H

á muito que a questão dos alvarás comerciais, em vigor desde o ano 2000, era um assunto importante a resolver na economia angolana, mais precisamente, no sector do comércio. Com uma economia em franca expansão e um sector, como se referiu na apresentação, em “revolução e que está a mudar de rosto”, o Ministério do Comércio (MINCO) avançou com a renovação do procedimento de obtenção do alvará comercial, admitindo a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, que “desta forma será possível aumentar e melhorar a oferta de serviços, de modo a corresponder ao saudável crescimento da economia angolana e contribuir para o alcance do progresso e bem-estar do povo”. Certo é que o alvará comercial está em vigor, em Angola, desde 2000, sendo esta a sua terceira geração. Segundo contas do MINCO, até ao exercício de 2012, foram emitidos 61 116 alvarás e 12 926 licen-

ças de comércio precário, totalizando, assim, 74 042 licenciamentos, revelando a ministra responsável pela pasta do Co-

mércio que de Janeiro a Junho de 2013 existiu um incremento de 3172 estabelecimentos licenciados e 4431 do comércio

Passos para a obtenção do alvará comercial 1 – Procure um dos pontos de apoio do MINCO (Ministério do Comércio) e leve os seguintes documentos: • Certidão comercial; • Fotocópia do BI dos sócios-gerentes; • DAR – Comprovativo do pagamento das taxas e emolumentos do licenciamento. Em seguida, aguarde a mensagem de correio electrónico com as credenciais para aceder ao site do MINCO. 2 – De posse das credenciais, aceda ao site: alvara.minco.

gov.ao, preencha o pedido de adesão, submeta a documentação necessária e aguarde confirmação no e-mail. Se preferir, volte ao site e acompanhe o andamento do processo. 3 – Receba a equipa de vistoria na sua empresa. Os membros são os representantes do MINCO e, se estiver tudo correcto, proceder-se-á a um parecer favorável. Após a aprovação, receberá no seu correio electrónico uma credencial para levantamento do kit do alvará. Leve

este comprovativo ao Centro de Apoio ao Empreendedorismo Comercial (CAEC) que deu início ao processo, ou administrações locais, e receba o kit do alvará contendo: a nova cédula do alvará comercial, o certificado do cadastro comercial e outras brochuras informativas. Renovação do alvará Para renovar, siga os mesmos passos. Apenas se lembre de levar também o certificado e o auto de vistoria anteriores.

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Walmart em Angola nos próximos três anos

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Spar em Angola dentro de seis meses

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Sonae adia novamente entrada do Continente em Angola

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Luanda volta a ser a mais cara

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Custo de vida em Luanda desacelera em dois meses

Postos de atendimento • Guichet Único de Empresas • Direcções Provinciais do Comércio ou de Actividades Económicas – DPAE • Comissão Administrativa de Luanda – CAML • Nosso Centro • SIAC • Ministério do Comércio • Estações de correio • Centros de Apoio ao Empreendedorismo Comercial – CAEC

precário. Nas palavras de Rosa Pacavira, “considerando as novas exigências, decorrentes do desenvolvimento da economia nacional e controlo actualizado da actividade comercial, e perseguindo os objectivos macrointersectoriais no processo de simplificação, facilitação e desburocratização da actividade económica, tornou-se necessária uma revisão do processo de licenciamento da actividade comercial”. Além disso, esta revisão do sector do comércio veio, segundo a responsável, “impor novas regras”, como a proibição cumulativa de comércio misto (comércio por groso e a retalho no mesmo estabelecimento comercial) e a proibição de

armazéns dentro da zona urbana, forçando, assim, ao reordenamento e especialização das unidades comerciais e de prestação de serviços mercantis.

Mais segurança Rosa Pacavira admitiu mesmo, durante o discurso de abertura do lançamento do novo alvará comercial, que “existe ainda o problema do uso abusivo e por vezes fraudulento do alvará comercial, pois actualmente o alvará é ‘atribuído’ à sociedade comercial em questão, averbando-se, no mesmo, estabelecimentos ou filiais fictícias, no verso, sem qualquer vínculo às referidas sociedades”. Ora, como foi explicado pelos técnicos

presentes neste lançamento, este problema será resolvido com um novo alvará mais seguro, com especificidades visíveis e invisíveis que tornarão a falsificação do documento “quase” impossível. Esta aposta na segurança tem por base combater, também, empresas que exercem tipos de actividade comercial que já não são permitidos por lei (comércio

misto) e estabelecimentos de venda ao público que não reúnem as condições exigidas por lei. Adicionalmente, pretende travar-se o uso abusivo da licença de comércio precário por parte das “cantinas”, e a falsificação de cédulas de alvarás devido às fracas ou quase inexistentes medidas de segurança física das mesmas.

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distribuição /alvará comercial A nova cédula do alvará comercial é mais moderna, fácil de ser percebida e com dispositivos de segurança que evitam falsificações. Entre estes estão: • Letra M no canto superior esquerdo • Letra C no canto superior direito • Papel com marca de água • Holograma de segurança • Código de barras QR • Imagem do pensador no canto inferior esquerdo • Mapa de Angola no canto inferior direito

Novos valor a pagar pelo alvará comercial Dimensão do estabelecimento

Comércio de mercadorias

Área por superfície de venda em m²

Custo por actividade de 5 anos

Grande

> = 2000

350 000

Média A

1.000 - 1.999

200 000

Média B

500 - 999

75 000

Média C

200 - 499

35 000

Pequena

até 199

15 000

Grande

> = 2000

250 000

Ambulante, feirante, mercado

Prestação de serviços mercantis e comércio de representação

1 000

Média A

1.000 - 1.999

150 000

Média B

500 - 999

50 000

Média C

200 - 499

30 000

Pequena

até 199

10 000

Ambulante, feirante, mercado Fonte: Ministério do Comércio

Tecnologia ao serviço da legalidade As medidas de segurança incluem, assim, código de barras QR, permitindo a consulta por qualquer dispositivo móvel moderno, tendo sido referido na apresentação que, desta forma, qualquer cidadão poderá verificar a legalidade do estabelecimento comercial, devendo participar às autoridades qualquer infracção. Mas o novo alvará comercial vai mais além de um simples documento que legaliza as unidades comerciais. O Executivo pretende, através deste novo modelo, criar um cadastro único e centralizado, permitir a depuração dos problemas

da rede comercial, gerir as vistorias, inspecções e fiscalizações com um cadastro do infractor, sendo possível também a realização de relatórios actualizados em tempo real, com abrangência nacional e uma integração com as bases de dados de registo de contribuintes e registo comercial. A comunicação foi um factor que não foi deixado ao acaso com este novo alvará

comercial, sendo agora possível um canal bidireccional de comunicação entre o Ministério e a sociedade comercial que solicita o documento. Para tal, foi criado um portal na Internet, permitindo ainda ao requerente a obtenção de outras informações. Coloca-se a questão então de como proceder caso o requerente não possua Internet. Pois, nesses casos, o requerente deverá dirigir-se às instalações que o MINCO disponibiliza (ver caixa). Para melhor interacção com o requerente, o sistema dispõe ainda de notificações por SMS e e-mails, permitindo a notificação a todo o momento da evolução do processo de licenciamento, não sendo necessária a deslocação ao MINCO. Com a validade do alvará a ser de cinco anos, o MINCO refere que existem condi-

O Ministério do Comércio tem a tarefa de regular, licenciar e fiscalizar o exercício da actividade comercial em Angola

1.º CAEC Antes do lançamento do novo alvará comercial, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, inaugurou a primeira loja de prestação de serviços de licenciamento dos novos alvarás comerciais do Ministério do Comércio de Angola, localizada no centro comercial Nosso Centro Gamek, no Morro do Bento, ex-rotunda do Gamek, em Luanda. Trata-se do 1.º Centro de Apoio ao Empreendedorismo Comercial (CAEC) que irá emitir os novos alvarás comerciais. De referir que este empreendimento de dois pisos foi erguido sobre uma área de 38 000 m2, disponibilizando 27 serviços públicos, 26 privados e 38 comerciais a somar a um terminal

rodoviário interprovincial e dois parques de estacionamento. O investimento avaliado em cerca de 90 milhões USD (cerca de 8,6 mil milhões Kz) foi da responsabilidade do extinto Programa de Reestruturação do Sistema Logístico e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (PRESILD), que deteve 94,5% do capital, pertencendo o restante ao Governo da Província de Luanda. Durante o acto de inauguração do 1.º CAEC, foi, igualmente, apresentada a Plataforma Digital do Sistema Integrado de Licenciamento das Actividades Comerciais (SILAC).

ções para a coexistência da cédula antiga do alvará com a nova até à sua completa renovação. Certo é que cada empresário terá de assumir pessoalmente o seu processo, pretendendo o Executivo, desta maneira, acabar com a figura do intermediário, evitando as fraudes. Destaque, também, para o facto de cada estabelecimento comercial, inserido num grupo com mais unidades, ter de ter obrigatoriamente o seu próprio alvará individual, não sendo mais possível um alvará conjunto, referindo os técnicos que cada alvará é personalizado a cada loja, não existindo a possibilidade de reproduzi-lo. Destaque, finalmente, para o facto de as equipas de vistoria serem constituídas maioritariamente por jovens recentemente integrados no mercado de trabalho, contribuindo, desta forma, o Executivo para o emprego nacional.

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distribuição /Walmart O maior retalhista do mundo está a preparar a sua expansão no continente africano. E nos planos está uma entrada no mercado angolano, previsivelmente, até 2016

Walmart em Angola nos próximos três anos >> Victor Jorge

>> DR

O

s rumores não são de hoje e iniciaram-se, mais ou menos, a partir da entrada do maior retalhista mundial na África do Sul. Na realidade, quando a Walmart entrou no mercado sul-africano, com a compra da operação da Massmart, em 2011, por 51% das acções por um valor de 2,4 mil milhões USD (cerca de 230 mil milhões Kz), uma mais que possível expansão para os restantes mercados africanos é uma inevitabilidade. A confirmação veio agora pela voz de Grant Pattison, CEO da Massmart, que ao The Wall Street Journal afirmou que, “nos próximos três a cinco anos, a Massmart irá abrir mais lojas no restante continente africano”. Para já, parece certo que as intenções passam pela abertura de 90 novas lojas em toda a África Subsariana no prazo de três anos, surgindo, entre os países para os quais a Massmart tem as baterias apontadas, Angola e Nigéria. As informações que chegam revelam que, até ao final do ano, a Massmart irá abrir uma loja alimentar na África Ocidental com o objectivo de expandir a operação para a África Oriental. Além disso, a intenção parece ser também juntar mais marcas das lojas Walmart de outras partes do mundo à operação africana, incluindo uma linha de vestuário proveniente do Reino Unido. Desde a entrada da Walmart na África do Sul que a expansão da Massmart tem sido fraca, apontando-se os consumidores sul-africanos sobreendividados como principal razão. Contudo, esse facto não tem sido impeditivo para o maior grupo retalhista do mundo adquirir direitos de propriedade para novas lojas nos mais diversos países. Pattison admitiu, contudo, que o consumidor na África do Sul irá manter-se sob pressão, revelando, no entanto, que, a longo prazo, o grupo irá

tornar-se cada vez maior no continente. De resto, o CEO da Massmart confirmou que a companhia tem estado em discussões com retalhistas no Quénia relativamente a possíveis joint-ventures, não avançando quaisquer informações adicionais, especulando-se que o possível parceiro poderá ser a cadeia Naivas. “É no espaço do retalho alimentar que procuramos uma aquisição”, avançou Pattison, revelando um porta-voz da Walmart à Reuters que “a companhia há muito que está interessada no Quénia”. “O interesse da Massmart em investir no Quénia é bem conhecido, e temos tido encontros com vários players importantes no mercado, criando relações”, disse Megan Murphy, manager para os assuntos corporativos internacionais, em comunicado. Contudo, no mesmo documento, a responsável refere que “não comentamos

aquisições, especulações ou rumores”. Certo é que as análises efectuadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que, até 2018, cinco das economias com maior crescimento do mundo estarão localizadas na África Subsariana e sete em África. As projecções do FMI antecipam ainda que a economia na África Subsariana crescerá 5,3% este ano e que cerca de 60 milhões de lares em toda a África terão um rendimento superior a 3000 USD por ano, número que deverá aumentar para 100 milhões até 2015. Mas a Walmart não está sozinha nesta busca por novos e mercados rentáveis. Outras companhias norte-americanas, chinesas e indianas colocaram nos seus orçamentos milhares de milhões de dólares destinados ao continente africano, com os investimentos a irem desde os mercados de consumo emergentes a

infra-estruturas, que, segundo as expectativas e análises, apontam para fortes crescimentos na região. De resto, os números do maior retalhista do mundo impressionam: obteve vendas superiores a 440 mil milhões USD em 2012, emprega mais de 2,2 milhões de pessoas, tem mais de 200 milhões de passagens nas suas caixas por semana e opera actualmente com 69 diferentes insígnias no total de 27 países. Na África Subsariana, a Massmart opera já em 12 países, com 359 lojas. No segundo trimestre de 2013, a Walmart registou vendas de 116,2 mil milhões USD (+2,4%), enquanto, no acumulado do ano, a facturação ascende a 229,6 mil milhões USD (+1,7%). No campo internacional, a Walmart obteve vendas de 32,9 mil milhões USD (+2,9%) e 65,9 mil milhões USD, respectivamente.

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distribuição /Spar

Spar em Luanda dentro de seis meses >> Victor Jorge

A

ngola está definitivamente nos radares dos grandes players da distribuição moderna mundial, e a justificar tal situação está, além do anunciado interesse do maior retalhista mundial – a norte-americana Walmart –, o anúncio da entrada da sul-africana Spar em território angolano. Em declarações à Bloomberg, Mark Godfrey, director financeiro do Spar Group, revelou que a companhia está a trabalhar com um parceiro angolano para abrir a primeira loja na capital (Luanda) nos próximos seis meses. “A Spar providenciará apoio logístico e ao nível dos produtos”, disse Godfrey, avançando ainda: “Esta foi uma decisão tomada há algum tempo. Para expandir o nosso modelo de negócio em África, necessitaríamos de experiência local, senão seria uma completa perda de tempo”, não revelando o director financeiro do retalhista alimentar o nome do parceiro angolano. À medida que o sector do retalho alimentar se torna cada vez mais competitivo em solo sul-africano, os grupos estão a ex-

>> DR

pandir para o restante continente africano. Exemplo disso é a Shoprite, maior retalhista sul-africano, que abriu a primeira loja em Angola em 2003, possuindo 153 pontos de venda fora da África do Sul em 16 países africanos. Outro exemplo é a já referenciada Walmart, através do seu “braço” sul-africano Massmart, que possui 44 lojas no continente. Neste caso, houve já uma clara declaração de intenções pelo CEO da companhia, Grant Pattison, ao revelar que a Massmart pretende mudar o seu foco da África do Sul para outros países em território africano, reconhecendo que os consumidores estão a “lutar” para conseguir pagar as dívidas, à medida que o desemprego começa a alastrar no país, além de a inflação em crescendo estar a “comer” as margens de lucro. Da Europa, os franceses do Carrefour também já iniciaram uma parceria com a CFAO, um player importante no sector em África, para operar em oito países africanos (Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gana, Nigéria, República Democrática do Congo e Senegal),

Depois da Walmart, outro grande player parece ter garantido a entrada no mercado angolano. Desta feita, trata-se da sul-africana Spar, que já terá um parceiro nacional para arrancar com a operação tendo o chairman da CFAO, Alain Viry, admitido que o objectivo do grupo para os próximos três anos passa pelo desenvolvimento de vários centros comerciais em África, bem como tornar-se no líder do retalho nestas regiões de África com vendas superiores a 1,4 mil milhões USD. Em relação à Spar, trata-se de um operador que, no período de seis meses terminado em Março de 2013, tinha alcançado um volume de vendas de 23,9 mil milhões ZAR (rands sul-africanos), correspondente a uma subida de 9,6% face aos mesmos seis meses do ano anterior. Para a analista de retalho da SBG Securities, em Joanesburgo, Kirsty Laschinger, “há uma clara alteração na estratégia da Spar relativamente a África nos últimos 18 meses, face ao crescimento da sua presença no continente”. A responsável pela análise ao mercado do retalho da SBG admitiu ainda que “Angola é uma geo-

grafia difícil com um visível aumento da concorrência, mas é uma economia grande e, se alguém pretende crescer na África Ocidental, terá de marcar presença nestes grandes países”. Com a economia sul-africana em decrescendo, o próprio ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordgan, admitiu recentemente que o crescimento deverá rondar os 2%, em 2013, os analistas referem que, com o fornecimento da maioria dos produtos à venda nas lojas em Angola a ter origem na África do Sul, alguns dos produtos serão produzidos localmente, cabendo ao parceiro angolano decidir a velocidade de abertura dos pontos de venda. De referir que a Spar está presente também na Suazilândia, na Namíbia, em Moçambique e no Botsuana, detendo ainda 35% da Spar Zimbabué, operação que está a expandir-se para a Zâmbia.

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distribuição /Sonae + JM Os dois maiores grupos portugueses a actuar no sector do retalho registaram subidas nas vendas durante o primeiro semestre de 2013. Se no caso da Jerónimo Martins a evolução foi na casa dos dois dígitos, já a concorrente Sonae ficou-se por um número mais modesto. Certo é que a entrada do Continente em Angola foi “empurrada” para 2015

Sonae adia novamente entrada do Continente em Angola

>> Victor Jorge

J

erónimo Martins (JM) e Sonae apresentaram recentemente as contas relativamente aos primeiros seis meses de 2013, verificando-se que ambas registaram incrementos na facturação face ao mesmo período de 2012. Se do lado da Jerónimo Martins o destaque vai para a “Joaninha”, do lado da Sonae o realce vai para firmeza da abertura das lojas Continente em Angola no ano 2015, significando um novo adiamento do início da operação do grupo liderado por Paulo Azevedo. No caso do maior retalhista português, a grande responsável pela subida na casa dos dois dígitos foi a operação polaca da Biedronka, cadeia que viu as vendas crescerem 17,9% face aos primeiros seis meses de 2012. Na realidade, a operação da “Joaninha” é o grande alicerce da operação da Jeró-

>> DR

nimo Martins – grupo que detém uma parceria técnica com a Score Distribuição que recentemente inaugurou a sua primeira loja, Deskontão – verificando-se que é responsável por mais de 65% do total da facturação do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos. As vendas da JM aumentaram, globalmente, 12,6%, para 5,643 mil milhões EUR (mais de 7,5 mil milhões USD), no primeiro semestre de 2013. Do lado polaco vieram 3,693 mil milhões EUR (cerca de 5 mil milhões USD), enquanto a operação portuguesa, em luta com a persistente crise de consumo que se verifica no país, cresceu 3,7%, para 1,516 mil milhões EUR (pouco mais de 2 mil milhões USD), com a operação cash & carry do Recheio a manter-se estagnada nos 375 milhões EUR. Para o CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, “o crescimento num

ambiente macroeconómico desfavorável reflecte a forte execução” da estratégia do grupo, bem como a “força competitiva” dos seus modelos de negócio. Para o restante ano de 2013, os responsáveis da JM indicam que, “tanto na Polónia como em Portugal, o ambiente macroeconómico permanece cheio de desafios, e a envolvente competitiva continua intensa”. No entanto, a JM acredita que o desempenho nos primeiros seis meses do ano, que resultou em crescimentos acima dos mercados com consequente reforço das posições competitivas, “confirma a capacidade de todas as áreas de negócio de entregar um desempenho forte em tempos difíceis”. Assim, a JM espera que a Biedronka registe um crescimento like-for-like acima do mercado, enquanto em Portugal o Pingo Doce “mantém como prioridade aumentar a quota de mercado enquanto avança

com um programa de racionalização de custos”. Quanto à operação colombiana da Ara, a JM afirma que a insígnia acabou o semestre com 14 lojas, tendo registado a abertura de nove lojas no segundo trimestre. Neste caso, o retalhista português afirma que “a equipa continua a desenvolver o relacionamento comercial com os fornecedores, a conhecer e entender os seus consumidores e a testar o modelo de negócio no mercado”, concluindo que “a resposta dos consumidores tem sido muito entusiasta, e os resultados iniciais apoiam a nossa perspectiva positiva sobre a oportunidade de negócio”. Para o exercício de 2013, a JM espera inaugurar 290 lojas e dois centros de distribuição na Polónia e, em Portugal, um novo centro de distribuição deve ser concluído até ao final do ano. Já na Colômbia, o grupo mantém a expec-

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Parque de lojas Jerónimo Martins

Mais um adiamento

Fonte: Jerónimo Martins

Do lado do maior concorrente da Jerónimo Martins, as vendas também cresceram, mas a um ritmo menor. Embora o volume de negócios global do grupo não tivesse sofrido alteração, a operação de retalho alimentar (Sonae MC) registou um aumento de 3% nos primeiros seis meses

análise “uma representatividade de mais de 31% nas categorias de Fast Moving Consumer Goods (FMCG)”. Paulo Azevedo, CEO da Sonae, destaca no comunicado que acompanha a apresentação dos resultados do grupo que

totalizando 518 milhões EUR. O grupo justifica esta performance com o “impacto da evolução macroeconómica nas vendas no mercado ibérico ao longo dos últimos trimestres”. Responsável por 20% da facturação glo-

O grupo destaca ainda que as vendas em lojas franquiadas representam praticamente 20% do total das vendas, realçando ainda o acordo assinado para exportação da marca Berg para Israel e Egipto. O maior destaque à margem da apresentação dos resultados do primeiro semestre de 2013 foi, contudo, o assumir de novo adiamento da chegada do Continente a Angola. Sucessivamente adiada desde a assinatura do acordo com a Condia, detida maioritariamente pela empresária Isabel dos Santos, em Abril de 2011, Luís Reis, chief corporate centre officer da Sonae, admitiu que a entrada do Continente em Angola só deverá acontecer em 2015. Numa conversa telefónica com analistas, o n.º 2 da Sonae referiu estar muito optimista quanto a abrir em 2015, indo assim ao encontro do que Paulo Azevedo já tinha afirmado em ocasiões anteriores: “Vamos ter sempre muito cuidado e arriscar muito pouco. Confiamos que será possível abrir em 2014, mas preferimos que seja em 2015 e bem , do que em 2014 e com uma operação com menor performance.” Na realidade, a questão-chave parece estar na performance, ou melhor, como

de 2013 face a período homólogo de 2012. Responsável por 61% do volume de negócios global gerado pelo grupo liderado por Paulo Azevedo, a facturação da Sonae MC atingiu os 1,584 mil milhões EUR (cerca de 2,1 mil milhões USD). O retalhista destaca o portfólio de marcas próprias Continente que “continuam a ter uma grande aceitação por parte dos clientes”, tendo alcançado no período em

estes resultam numa “rentabilidade operacional superior e uma maior geração de cash flow, reforçando novamente a estrutura de capital, apesar da redução dos níveis de consumo”. Na operação de retalho especializado (onde se incluem as insígnias Worten, Sport Zone, MO e Zippy) os resultados foram negativos, reduzindo-se em 8% face aos primeiros seis meses de 2012,

bal do grupo Sonae, os responsáveis destacam o aumento das vendas no mercado internacional, representando já cerca de 29% da facturação da Sonae SR, responsabilizando os novos acordos da marca Zippy na Turquia e Arábia Saudita para este reforço.

atingi-la de forma sustentada, já que para Luís Reis “é importante definir um modelo muito claro e detalhado com o nosso parceiro, para termos a certeza de que entramos com a abordagem certa”, concluindo que “até agora ainda não foi possível encontrar essa abordagem”.

Número de lojas

2012

Aberturas 2T 2013

Encerrmentos

1S 2013

1S 2012

Biedronka

2125

22

40

3

2184

1941

Pingo Doce

372

1

0

0

373

371

41

0

0

0

41

41

Recheio

1T 2013

Parque de lojas

Área de venda (m2) Número de lojas

2012

Aberturas

Parque de lojas

Encerrmentos

1T 2013

2T 2013 26 009

-3 675

1S 2013

1S 2012

1 346 154

1 159 369

Biedronka

1 301 006

15 463

Pingo Doce

452 588

1 183

0

-404

454 175

451 337

Recheio

129 295

0

0

0

129 295

128 670

Fonte: Jerónimo Martins

tativa de terminar o ano com mais 30-40 lojas no mercado. De referir ainda que o programa de investimento da Jerónimo Martins para 2013 ascende a 600-700 milhões EUR, dos quais 70% serão investidos na Biedronka e cerca de 100 milhões EUR na Colômbia.

Vendas Jerónimo Martins – 1.º Semetre 2013 Milhões EUR

2013

% Total

2012

% Total

Biedronka

3 693

65,4

3 133

62,5

Pingo Doce

1 516

26,9

1 462

29,2

Recheio

375

6,6

375

7,5

Ser. Makt, Repr. E Rest.

37

0,7

40

0,8

22

0,4

1

0

Outros

5643

Total

5011

Volume de negócios Sonae

1T 2013

440

439

442

Retalho especializado

537

526

523

Número de lojas

Gestão de investimento

2T 2013

74

74

72

1 051

1 039

1 037

2

Número de lojas

2012

1T 2013

2T 2013

-2

15

Retalho alimentar

554

555

558

50

1

2

Retalho especializado

415

409

407

-80

-73

9

0

Gestão de investimento

62

62

60

2 531

2 540

0

1 032

1 027

1 026

1S 2012

1S 2013

Var. (%)

% Total

1 535

1 584

3

61

Sonae SR

560

518

-8

20

Sonae RP

60

62

4

Sonaecom

407

399

Gestão Investimentos

49

Ajustamentos

Fonte: Sonae

2012

Retalho alimentar

Total

Milhões EUR

Sonae MC

Total

Parque de lojas Sonae

Área de venda (‘000 m²)

Total Fonte: Sonae

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distribuição /Cidade mais cara

Luanda volta a ser a mais cara

O mais recente estudo da Mercer coloca Luanda como a cidade mais cara do mundo, depois de, em 2012, ter descido para o 2.º lugar. A renda dos imóveis é um dos factores que mais contribuem para esta realidade

>> Victor Jorge

C

omer um hambúrguer ou beber uma Coca-Cola em Luanda, capital de Angola, é dispendioso. Ou, melhor, muito dispendioso. Tal como comprar um par de calças de ganga ou um simples litro de leite. Mas onde Luanda se destaca realmente, fazendo com que a cidade volte a liderar o Cost of Living Survey 2013 da consultora Mercer, é no preço das casas (ver quadro). Depois de, em 2011, liderar o ranking e ter deixado a liderança entregue à capital japonesa (Tóquio) em 2012, Luanda regressa ao primeiro lugar, que tem como base os preços praticados na cidade norte-americana de Nova Iorque. De acordo com Marder Barb, senior partner da Mercer e global mobility practice leader da consultora, “os acontecimentos mundiais recentes, incluindo convulsões

>> DR

económicas e políticas, que resultaram em flutuações cambiais, inflação de custos de bens e serviços e volatilidade nos preços do alojamento, impactaram estas cidades, tornando-as caras”. E adianta mesmo que, “apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo de África, Angola é um país relativamente pobre e dispendioso para expatriados, já que as mercadorias importadas podem ser caras. Além disso, encontrar casas em locais seguros e que vão ao encontro dos padrões de vida dos estrangeiros pode ser difícil e muito caro”. Mas não se pense que esta realidade é um exclusivo de Angola e Luanda. “Um recente estudo de mobilidade global da Mercer mostra que todos os diferentes tipos de missões internacionais estão em ascensão. Dado o número crescente de viajantes de negócios e expatriados de longo prazo, as

empresas mantêm um olhar atento em relação ao custo de vida para expatriados em diferentes cidades do mundo”, revelando Barb que “as organizações precisam de avaliar o impacto das flutuações cambiais, inflação e instabilidade política ao enviar

os seus funcionários em missões para o exterior, garantindo, contudo, que oferecem e facilitam o necessário para obter os resultados de negócios através da oferta de pacotes de compensação justos e competitivos”.

As cidades mais caras do mundo Cidade

País

2013

2012

Luanda

Angola

1

2

2011 1

Moscovo

Rússia

2

4

4

Tóquio

Japão

3

1

2

N'Djamena

Chade

4

8

3

Singapura

Singapura

5

7

8

Hong Kong

Hong Kong

6

9

9

Genebra

Suíça

7

5

5

Zurique

Suíça

8

6

7

Berna

Suíça

9

14

16

Sydney

Austrália

10

11

14

Fonte: Mercer

Comparação do custo de vida (em USD) Cidade

Luanda

Moscovo

Tóquio

N'Djamena

Singapura

Hong Kong

Genebra

Zurique

Berna

Aluguer de luxo de apartamento com 2 quartos desmobilado (por mês)

6 500,00

4 600,00

4 513,34

n.d.

3 794,94

7 091,69

4 349,74

3 914,77

2 686,51

2 551,42

Aluguer de luxo de vivenda com 3 quartos desmobilada (por mês)

15 000,00

8 000,00

7 199,86

2 244,62

7 266,91

13 538,68

7 068,33

5 980,89

n.d.

5 163,64

Sydney

Bilhete de cinema para estreia de filme internacional – 1.ª fila

10,42

11,60

19,34

n.d.

9,28

11,60

18,48

20,66

18,95

19,62

Par de calças de ganga

204,41

169,31

135,40

n.d.

129,11

115,92

141,26

141,26

138,00

113,55

1 edição de jornal diário internacional

5,42

9,95

5,37

6,94

3,63

3,87

4,35

4,35

4,35

6,20

1 chávena de café, incluindo serviço

3,88

8,29

6,98

3,06

4,84

5,67

6,52

5,98

4,68

5,16

20,06*

6,47

7,31

25,51*

5,61

3,54

12,51

12,51

12,51

9,20

Refeição de hambúrguer fast food 1 litro de gasolina , sem chumbo, 95 octanas

0,63

1,04

1,74

0,98

1,76

2,23

2,02

2,02

2,02

1,51

1 litro de leite gordo pasteurizado

3,18

7,59

3,05

2,75

2,62

3,12

1,74

1,74

1,74

2,67

1 litro de refrigerante

2,14

1,77

1,92

1,63

1,13

1,02

1,60

1,60

1,60

2,15

Fonte: Mercer; * Em Luanda e N’Djamena, esta categoria foi substituída por uma refeição composta por uma sandes e um refrigerante, dada a inexistência de restaurantes fast food

Mais caro

Mais barato

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distribuição /IPC/IPG A inflação na capital do País desacelerou para 0,52% em Julho face a Junho, mas representa uma diferença de 0,35 pontos percentuais ante a taxa registada em Maio passado, com oito dos 12 grupos que compõem o cabaz do índice a apresentar redução na taxa de variação

Custo de vida na capital desacelera em dois meses >> Caco Ferraz

>> DR

A

inflação ao consumidor na cidade de Luanda, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), recuou para 0,52% em Julho em relação ao mês anterior, uma desaceleração a ter em conta se comparada com a taxa de 0,87% registada em Maio último. A análise da revista Distribuição em Expansão resulta da comparação de indicadores do IPC, fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos, principalmente, aos meses de Maio e Julho.

Na avaliação desta revista, os consumidores da cidade capital gastaram menos dinheiro nas oito classes de despesas que se seguem, de um total de 12, designadamente, alimentação, bebidas alcoólicas, vestuário, habitação, saúde, lazer, hotéis e bens e serviços. No mesmo sentido, os grupos acima citados registaram redução conforme se segue: “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas, de 0,93% para 0,64%”, “Bebidas Alcoólicas e Tabaco, de 0,61% para 0,45%”, “Vestuário e Calçado, de 0,91% para 73%”, “Habitação, Água, Electricidade e Com-

Preços médios de alguns produtos seleccionados Produtos seleccionados Arroz corrente

Grupo Alimentação

Variação (%) Julho

0,93

0,64

Bebidas Alcoólicas

0,61

0,45

Vestuário

0,91

0,73

Habitação

1,29

0,16

Saúde

0,80

0,36

Lazer

1,39

0,41

Hotéis

1,06

0,43

Bens e serviços

0,89

0,49

Índice Geral

0,87

0,52

Fonte: INE/IPC Julho 2013

Preço Kz (Julho)

(*)

292,63

286,99

1635,12

1525,17

Peixe cachucho

(**)

2354,68

2252,91

Peixe carapau

(**)

2669,15

2499,96

Lata de 2270 gr

3136,94

3136,24

1 Litro

685,23

675,90

Leite em pó

Variação (%) Maio

Preço Kz (Maio)

Monte médio

Carne seca de vaca

Variações

Unidade de medida

Óleo de palma Óleo de soja

1 Litro

442,54

441,61

Jimboa

1 Atado

133,43

133,20

Tomate

(**)

869,87

858,72

Feijão amarelo

(*)

657,29

655,40

Açúcar branco

Lata de 900 g

274,20

266,28

Garrafa de 75 cl

1394,62

1388,11

Garrafa de 310 ml

103,36

103,24

Vinho tinto Cerveja branca

Fonte: INE/IPC Julho 2013 Nota: São preços médios de cerca de 20 mercados e 100 lojas e estabelecimentos em toda a província de Luanda Legenda: * = UM nos mercados é lata e nas lojas é 1 kg ** = UM nos mercados é pedaço ou monte e nas lojas é kg

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Grossistas sobem preços de produtos nacionais

Preços médios de alguns produtos importados com maior variação

Preços médios dos produtos nacionais com maior variação Produto

Unidade de medida

Preço médio

Variação (%)

Calças

Um par

4.445

14,32

Caixa de plástico (grade)

Unidade

1.200

13,562

Sabão em barra

Produto Vinho tinto Sardinha Motorizada Toalha de mesa

Cx. 25 barras 1 kg cada

4.015

12,15

Saco de 10 kg

1.725

9,64

Unidade

4.988

8,69

Guardanapos de mesa

Cx. de 62 embalagens

7.780

7,47

Chapa de lusalite

Unidade (1,80 por 1,09)

3.344

7

Unidade

13.836

6,46

Um (médio)

16.488

6,38

5 metros

3.500

6,06

Óleo para motor Toalha

Cebola Colchão de espuma

Bicicleta Cabrito vivo Madeira contraplacada Corvina Bolacha de água e sal Leite fresco de vaca

kg

601

6,02

Cx. de 24 pacotes

1.799

6,02

Um litro

204

5,89

Monte médio de 5 a 7

252

5,84

Tubo preto PVC

6 metros (60 x 40 x1,5)

2.391

5,83

Farinha de milho

Saco 50 kg

4.436

5,64

Cx. de 12 litros

2.368

5,49

50 kg

12.736

4,94

Cerveja nacional

Grade de 24 unidades

1.711

Maçã

Monte médio de 3 a 4

417

Limão

Aguardente Milho

Colchão de molas

9,7

Bomba de ar (de pé)

Unidade

3.335

9,52

Liquidificador

Unidade

5.636

8,67

Rolamento cubo

Unidade

4.689

7,75

Champô

Frasco de 250 ml

1.447

7,71

Gasosa

Grade de 24 unid. 330 ml cada

1.724

7,17

Limão Tábua de engomar Macaco hidráulico Fruta em calda

3.661

7,1

3.263

5,51

15 kg

445

4,85

Unidade (48×15)

4.942

4,17

Unidade

6.800

4,14

Caixa de 24 unid. 400 g cada

3.731

3,66

2,71

m3

484

2,69

4,08

Vela iluminante

Cx. de 62 embalag. 6 unid. cada

3.071

2,53

Alimentação de crianças (farinha láctea)

Cx. de 12 Pacotes de 500 g cada

5.563

2,45

Laranja

Monte médio de 5 a 7

308

2,67

Oxigénio

m3

419

2,66

Caixa de 100 postiços

11.452

2,45

kg

175

1,87

Unidade

1.136

1,83

Verniz para madeira

3 litros

4.614

1,82

Cadeira de plástico

Unidade

1.449

1,77

Unidade de 350 litros

45.802

1,67

Saco de 25 kg

5.260

1,65

Unidade

21.348

1,63

Gin

Caixa de 12 litros

2.985

1,53

Gado bovino

Cabeça (média)

63.153

1,44

50 kg

5.708

1,44

kg

445

1,05

Uma perna

2.156

1,01

Cacusso

kg

656

0,9

Manga

Monte médio de 3 a 4

271

0,81

Gasosa nacional

Grade de 24 unidades

1.274

0,73

Caixão funerário

Unidade

71.330

0,7

Colher de mesa

Unidade

460

0,69

Janela de madeira

Unidade de (80 x 80)

8.928

0,55

Panela de alumínio

Unidade de 5 litros

2.698

0,45

Unidade

56

0,4

CD gravado

Bidon de 5 litros Unidade 150×250 mm

Oxigénio

2,72

Fonte: INE/IPG Julho 2013

10,49

1.662

4,48

2,78

Tijolito

3.217

Um frasco

2,86

1.137

Carne de cabrito

Um volume de 20 maços

722

1.100

Cachucho

Cigarro Verniz

2.330

Unidade (0,4 x 840 x 3)

Arroz corrente

10,88

Unidade

Embalagem de 6 unidades

Beliche

12

3.450

Embalagem de 10 unid.

3,13

Café torrado

91.828

Caderno

15.456

Arca

Unidade Unidade de 78 78 cm

Boneca

Unidade

CD gravado

13,21

3,12

3,29

Sardinha

13,45

5.738

3,33

327

Cabelo postiço

8.394

547

Unidade média

Chapa de zinco

Cx. de 12 unid. 750 ml cada Cx. de 50 latas de 125 g cada

1.327

3,31

Insecticida

Variação (%)

Unidade

16.145

Cama de metal

Preço médio

Estojo de 6 unidades

Unidade

Abacaxi

Unidade de medida

Marcador

Fonte: INE/IPG Julho 2013

bustível, de 1,29% para 0,16%”, “Saúde, de 0,80% para 0,36%”, “Lazer, Recreação e Cultura, de 1,39% para 0,41%”, “Hotéis, Cafés e Restaurantes, de 1,06% para 0,43%” e “Bens e Serviços Diversos, de 0,89% para 0,49%”. Entre as oito classes de despesas que influenciaram na desaceleração do índice, o movimento mais expressivo foi observado na classe “Bens e Serviços Diversos”, comparativamente às demais, cuja taxa passou de 0,89% para 0,49% ao perfazer uma diferença de 0,4 pontos percentuais de Maio para Julho. Entretanto, os grupos mobiliário (de 0,82% para 0,85%) e transportes (de 0,30% para 0,44%) apresentaram aceleração, mas insuficiente para contrapor o peso dos oito grupos que mexeram com o índice geral de preços. No entanto, as classes de despesas comunicações e educação mantiveram indicadores nulos nos respectivos meses. O INE calcula mensalmente a variação de preços para o consumidor na província de Luanda, mas o índice não revela quantos salários mínimos ganham as pessoas que considera para a avaliação. A inflação na rede grossista da cidade de Luanda, medida pelo Índice de Preços Grossistas (IPG), avançou para 0,52% em Julho, ante a taxa de 0,41% registada em Junho. Nos quadros ilustrados, constam

os preços médios de produtos nacionais e importados que observaram maior variação de preços. Em Julho do presente ano, os preços dos produtos nacionais aumentaram em 0,82%, comparados com os de Junho, segundo o INE, onde a categoria Pesca foi a que maior aumento de preços registou, com 1,50%. Os produtos que tiveram maior variação de preços neste grupo foram a corvina (6,02%), a sardinha (1,87%), o cachucho (1,05%) e o cacusso (0,90%). No mesmo sentido, os preços dos produtos importados tiveram um aumento de 0,49%, em Julho, influenciado, basicamente, pela variação de preços verificada na categoria Agricultura, produção animal, caça e silvicultura, com 0,50%. Os produtos que mais aumentaram de preço foram: limão (4,85%), maçã (2,12%), laranja (1,07%), milho em grão (0,81%), cebola (0,59%), repolho (0,56%), cenouras (0,50%), feijão castanho (0,35%) e ovos (0,33%), entre os principais. Segundo o INE, a inflação global de Julho passado foi de 0,56%, sobre o qual a contribuição dos produtos importados teve maior participação, com 0,39 pontos percentuais, cerca de 69%, enquanto a contribuição dos produtos nacionais foi de 0,17 pontos percentuais, o que corresponde a 31% do valor da inflação global. #19

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ADN da Distribuição

5.º Gene

LOCALIZAÇÃO (2.ª parte)

U

ma das conclusões mais interessantes de um estudo efectuado sobre as práticas de localização de retalhistas ingleses, apresentado por McGoldrick, é a de que a maior parte das técnicas sofisticadas existentes acaba por não ser usada pelos retalhistas, tendo estes preferido usar listas dos factores de localização (checklists) que consideram mais adequados e práticos para avaliar o potencial comercial de novas áreas comerciais. Sem pretender invalidar a utilidade deste método prático, considero, no entanto, que a checklist deve ser apenas um ponto de partida de um processo de avaliação de uma localização, e nunca um fim em si mesmo, uma vez que, embora fornecendo as perguntas, raramente dá as respostas. Sendo a geodemografia o estudo das características da população de uma determinada região, logo dos seus consumidores, o conhecimento das suas variáveis será fundamental para seleccionar os segmentos do mercado-alvo que os distribuidores pretendem atingir. A primeira dessas variáveis é constituída pela zona de influência, ou seja, toda a área geograficamente delimitada que contenha potenciais consumidores de bens e serviços, reportada a um ponto de venda ou a um conjunto de pontos de venda. A sua delimitação implica uma relação espaço-tempo que ainda a subdivide em zonas de influência primária, secundária e terciária. A zona primária inclui 50% a 80% dos potenciais consumidores do ponto de venda e fica compreendida por uma linha isócrona que circunscreva uma distância máxima de 10 minutos em trajecto automóvel dentro dos limites de velocidade previstos na lei. É a zona envolvente mais próxima da loja, a que possui a mais elevada densidade populacional e compreende uma percentagem adicional de 15% a 20% de potenciais clientes mais dispersos e situados a uma distância compreendida entre 10 e 20 minutos em percurso automóvel, enquanto a zona terciária inclui os restantes clientes potenciais e estende-se por uma área de percurso automóvel compreendida entre 20 e 30 minutos. Existem diversos métodos de delimitação destas zonas, nomeadamente o designado por Lei de Reilly ou Teoria da Atracção do Retalho ou do Ponto de Indiferença, sendo este último considerado o ponto geográfico situado entre duas localidades face ao qual seja indiferente para os consumidores deslocarem-se às lojas de uma ou de outra localidade para se abastecerem. Esta teoria, baseada num modelo gravitacional (e também chamada, por isso, Lei de Gravitação do Comércio Retalhista), deve o seu nome a William I. Reilly e foi posteriormente desenvolvida por Paul Converse. É a seguinte a sua formulação: «Em condições normais, o comércio situado em duas localidades atrai os consumidores na razão directa das respectivas populações e na razão inversa do quadrado das distâncias.» Um outro método conhecido é a Lei de Huff, ou Teoria da Atracção do Consumidor, que assenta nas variáveis de sortido, tempo de deslocação e tipos de produtos mais procurados pelos consumidores. Foi desenvolvido em 1962 por David L. Huff e funda-se no princípio de que a probabilidade de escolher uma certa loja é igual ao valor de utilidade dessa loja em relação à soma total das utilidades de outras lojas possivelmente consideradas pelos consumidores. Após a delimitação da zona de influência, é necessário identificar

e conhecer o potencial de mercado dessa zona, ou seja, o seu volume total de vendas e de consumo; para o conhecer, devem ser efectuados estudos de mercado, que vão avaliar o potencial de vendas das novas lojas a localizar nessa zona de influência, determinando a procura que nesse mercado poderão suscitar os bens e serviços que comercializam junto dos consumidores nela residentes. Este mercado teórico ou potencial pode respeitar a determinados bens específicos ou a um conjunto variado de bens e serviços, consoante o ponto de venda em apreço seja especializado ou generalista. Para calcular o valor do mercado potencial dessa zona comercial, é fundamental determinar o número de possíveis consumidores que nela residem ou trabalham e o valor gasto por esses consumidores na aquisição de um produto concreto, numa linha de produtos ou num determinado cabaz de produtos. Mas, como há (e muita) concorrência, sempre que mais do que uma loja compete no mesmo mercado ou segmento de mercado, o valor desse mercado potencial terá de ser dividido pelas outras lojas que, na mesma zona de influência, comercializam igual produto. Daí que o estudo de mercado deva também abranger o estudo da concorrência levantando e analisando as características comerciais de todos os estabelecimentos similares situados na zona de influência (ou fora dela, mas com suficiente capacidade de atracção) de modo a conhecer com o maior rigor possível, por um lado, a quota de mercado, ou seja, a relação entre o mercado da loja e o mercado real dos produtos (e que pode ser medida e expressa em quantidade ou em volume de vendas) e, por outro, a quota de mercado disponível, ou seja, a parte da clientela potencial total que cada loja retém, ou pode vir a reter, como sua clientela real. Para o conseguir, há que atender ao nível e à actividade comercial de cada loja, à distância a que se encontram umas das outras, às respectivas superfícies de exposição e venda, assim como à imagem que cada uma possui perante a clientela, em função da apreciação que esta faz dos factores de atracção oferecidos. O estudo da concorrência deverá ainda fornecer resultados que permitam aferir o limiar de saturação, ou seja, o nível de implantações dos pontos de venda a partir do qual toda e qualquer nova implantação implicará a curto ou médio prazo, mantendo-se as mesmas condições concorrenciais, a cessação de actividade de um ou mais concorrentes. Para o determinar, dever-se-á dividir o volume de negócios médio por metro quadrado do conjunto total de pontos de venda pelo valor do mercado potencial da zona de influência (consumo/habitante vezes total/habitantes) e multiplicar o valor obtido pela superfície total de pontos de venda existentes. Existe, porém, o fenómeno do outshopping, que actua como um elemento crítico desvirtuador da análise do mercado potencial e que ocorre sempre que os potenciais consumidores duma zona de influência se deslocam para lojas situadas fora dessa zona para efectuar as suas compras, por considerarem que aí são mais bem servidos em termos de sortido, qualidade ou preço. O outshopping afecta sobretudo as lojas de comércio tradicional e os seus efeitos negativos só poderão ser reduzidos ou eliminados se

José António Rousseau, Docente, consultor e especialista em Distribuição Moderna www.rousseau.com.pt

este tipo de comércio souber minimizar a importância do preço diferenciando-se por meio de uma aposta firme na qualidade do sortido e dos serviços. Por fim, a localização do ponto de venda pode ser excelente sob todos os pontos de vista, mas os seus custos, sendo excessivos, podem inviabilizar a sua rentabilidade. Entre esses custos, contam-se, nomeadamente, o custo do terreno ou, se o imóvel já existir, o do valor da renda, do trespasse ou da compra; os custos do projecto e da construção, que inclui eventuais demolições, terraplenagens, obras de construção civil (como criação de parques de estacionamento e acessos rodoviários); as despesas com indemnizações ou contrapartidas a outras entidades, tais como autarquias locais e associações desportivas, sociais ou culturais. Naturalmente que, nos últimos anos, com a evolução tecnológica que permitiu desmaterializar a loja física, a questão da localização perdeu alguma da sua importância, mas continuamos a assistir hoje às grandes marcas internacionais, como a Zara e muitas outras, a só abrirem as suas lojas em localizações privilegiadas fazendo do factor localização o eixo principal da sua estratégia de expansão.

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produção

/Produção nacional

A questão da produção nacional em Angola está, novamente, na ordem do dia, com vários sectores a estar na linha da frente. A dependência das importações é vista como um handicap para a economia do País e deverá ser alvo de uma revisão profunda de modo a dar primazia ao “Produzido em Angola”

Produção nacional: qual, como, onde e quando? >> Victor Jorge

A

introdução da Pauta Aduaneira, novas taxas e obrigatoriedade de análises laboratoriais têm por finalidade impulsionar a

>> DR

produção nacional angolana. Embora se saiba que esta não nasça nem esteja disponível de um dia para o outro, são várias as opiniões que admitem que o processo

tem de começar rapidamente. A revista Distribuição em Expansão foi ouvir cinco opiniões de quem está no terreno e lida com esta problemática diariamente.

1 Que políticas/medidas/incentivos se devem tomar para impulsionar a produção nacional de bens alimentares em Angola? 2 Existindo várias lacunas na produção nacional de bens alimentares em Angola, identifique três que deveriam ser as prioritárias numa primeira fase. Qual a razão da sua escolha? 3 Quais os produtos em que deveriam recair as prioridades da produção nacional em Angola e quais terão maior sucesso? Identifique três, por favor. 4 Este processo deve seguir a máxima de que o Estado deve incentivar e o privado desenvolver e agir? Que papel podem e devem ter os grupos de distribuição/retalho neste processo?

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Ensino puxa agro-indústria ao currículo académico

1

Para impulsionar a produção local de bens alimentares no País, em primeiro lugar devemos assegurar a oferta de infraestruturas básicas de apoio à produção e ao escoamento, nomeadamente água, energia, estradas e telecomunicações; em segundo lugar devemos garantir crédito adequado para os produtores, juntamente com programas de formação, e em terceiro lugar assegurar o escoamento da produção, devendo ser o Estado o primeiro a comprar nos nacionais e manter algum proteccionismo aduaneiro.

2

a) Os consumidores (famílias) devem ser educados a preferir consumir a produção nacional; b) Os grandes consumidores públicos (forças armadas, polícia, hospitais, escolas, cadeias, etc., devem direccionar as suas compras prioritariamente para os

produtores nacionais; c) As grandes superfícies comerciais devem firmar acordos de fornecimento com os produtores nacionais ou associações de produtores nacionais para garantir o escoamento da produção.

3

Certamente os produtos essenciais e de consumo massivo com grande peso nas nossas importações. Refiro-me aos alimentos, ao vestuário e calçado e aos materiais de construção.

4

Os retalhistas e grossistas devem ser o garante para o escoamento da produção nacional, devem priorizar as compras nacionais, firmar acordos de fornecimento com os produtores, praticando margens comerciais justas.

Licínio Contreiras

consultor do ministro da Economia e líder do programa “Feito em Angola”

Impacto projectado das mudanças climáticas na produção agrícola.

Mudança na produtividade agrícola entre 2003 e 2080 Sem informação

Fonte: Cline W., 2007, Global Warming and Agriculture

1 Manuel Pinheiro director-geral da Martal

Pensamos que deve existir uma política de incentivo ao camponês com a distribuição racional e tecnicamente estudada de sementes e plantas a preço zero mediante um contrato, para que na colheita os mesmos tenham de entregar, no sector que controla, o mesmo peso, ou outro a estudar, do produto recebido. Assim começamos a criar hábito de se fazer mais agricultura.

2

Acreditamos que os cereais teriam todas as vantagens em terem grandes incentivos. Pela razão de depender dos cereais o nosso grande salto na produção de animais para consumo, pecuária, produzindo ração animal em quantidade suficiente para

o nosso consumo e não dependermos da importação.

3 4

Milho, soja, amendoim e arroz.

O Estado deve obrigar as suas direcções de compras, Exército, Interior, etc., a dar todo o apoio ao distribuidor de produtos nacionais mediante contratos em quantidades e datas a entregar, criando dificuldades ao produto importado. O sector privado da distribuição tem todas as vantagens em vender o produto mais fresco e com menos quebras. #23

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distribuição /Produção nacional

1

Judite Correia

administradora executiva da FacilCred

As políticas, as medidas e os incentivos que se devem tomar para impulsionar a produção nacional de bens alimentares em Angola são diversos e de capital importância, para que o País volte a ser, como já foi, auto-suficiente neste domínio. Sumariamente, destacam-se as políticas de logísticas de armazenamento, conservação e transporte; a formação profissional nas áreas de agronomia e pecuária; a posse da terra; o acesso ao crédito; políticas fiscais de protecção à produção nacional; políticas de substituição de importações; seguros de colheitas; políticas de fileira para os diferentes sectores de actividade agro-pecuária, como a avicultura, suinicultura, pecuárias, fruticulturas, legumes e cereais. Em primeiro lugar, uma vez que se trata de bens, na sua maioria, perecíveis, haverá que criar uma adequada rede de escoamento, conservação e distribuição. Caso contrário, e como de resto já se tem verificado, os bens agrícolas estragam-se, e deitam-se fora quantidades enormes de alimentos fundamentais para a população angolana. Assim, a primeira política a implementar, seria relativa à respectiva logística de armazenamento e de transporte. Em paralelo, deverá ser implementado um adequado programa de formação profissional neste domínio e de valorização desta actividade, quer económica, quer socialmente. De resto, antigamente já existiam boas escolas de agronomia e pecuária, que há que recriar e desenvolver outras. Devem também ser desenvolvidas políticas ao nível da posse da terra, facilitando o seu acesso a agricultores capazes e empresários que sejam competentes e queiram desenvolver programas de produção agrícola sustentados, necessários ao País e que apresentem capacidades de gestão técnica. O acesso ao crédito, quer ao crédito clássico da banca comercial, quer ao microcrédito, é fundamental para o desenvolvimento da economia nacional em geral e do sector primário em especial. O caso concreto do microcrédito é uma janela de oportunidades para que aqueles que normalmente não teriam acesso ao crédito tradicional da banca possam ter uma chance para mudar a vida. Os seus requisitos são mínimos e a celeridade e simplicidade são adequadas a este público-alvo. De resto, as experiências de outros países, como Bangladeche, são um bom exemplo disso. Deverão existir mesmo incentivos governamentais no domínio do crédito para o desenvolvimento destes sectores, quer em termos de taxas de juros, quer de períodos de carência, que poderão ser de dois a três anos, e de prolongamento de prazos de pagamento, que poderão ser de sete a dez anos, por forma a dar tempo para o arranque e desenvolvimento destes projectos de agro-pecuária. Mas tudo com um controlo adequado. Devem ser criadas políticas fiscais proteccionistas, de modo a incentivar a produção nacional, quer ao nível dos vários impostos e

1

Criar políticas de compras e vendas de produtos nacionais, abrindo ao produtor um importante canal de comercialização; aumentar a tarifa de exportação de produtos nacionais com qualidade. Formação técnica sobre o manuseamento das tecnologias de produção agropecuária. Mobilização dos técnicos e líderes das Associações e Cooperativas com vista à diversificação das culturas. Selecionar as Associações/Cooperativas com índice elevado de produção, de modo a beneficiarem de insumos, inputs, máquinas de produção e transformação de produtos agrícolas.

2

Cultivo da produção de cana-de-açúcar para satisfazer as necessidades do consumo nacional; produção de alimentos agropecuária que permitirá elevar o nível e a qualidade de vida da

taxas existentes, quer no âmbito da para-fiscalidade, ou seja, no âmbito da segurança social. De igual modo, devem ser criadas barreiras aduaneiras, pelo menos numa primeira fase, à semelhança do que muitos países fizeram, para dar tempo para a produção nacional se desenvolver e implantar, enraizando o slogan: “O que é angolano é bom!”. Só dessa forma se poderá prosseguir, paulatinamente, com uma política de substituição de importações, para que se passe a produzir internamente, nesta terra riquíssima de potencialidades, aquilo que hoje em dia se importa. E, numa fase seguinte, haverá que passar mesmo a exportar os nossos excedentes, para que a riqueza em cima da terra passe a contribuir para as mesmas e não apenas a riqueza debaixo da terra. Também, simultaneamente, se deverá criar uma forte indústria alimentar e pecuária que promova também o adequado escoamento destes produtos. Por último, o Estado deverá criar, em parceria com as seguradoras, um sistema de “seguro de colheitas”, que tenda a minimizar o risco da produção agrícola, já que estamos na presença de uma actividade a céu aberto.

2/3

Dentro das várias lacunas que existem actualmente na produção de bens alimentares em Angola, os que consideramos prioritários numa primeira fase são o arroz, o milho, a soja, a mandioca e a batata. O arroz, por ser um alimento muito completo e de fácil produção em Angola. O milho/soja, devido a constituírem a base para a produção da ração nacional, pois sem rações não se pode competir com a importação, nomeadamente, de carne de frango e porco.

4

O Estado pode e deve criar as condições de base, com as referidas políticas, medidas e incentivos, nomeadamente ao nível do crédito, da fiscalidade, da posse da terra, etc., mas deverá deixar à iniciativa privada a tarefa da produção agro-pecuária em Angola. O seu papel deverá se supletivo. De realçar ainda que os grupos de distribuição e de retalho deverão ter um papel muito importante na logística da comercialização da produção agro-pecuária, e simultaneamente devem ser criados mecanismos que impeçam situações de oligopólio. Isto porque, se existirem apenas dois ou três grupos que controlem uma grande percentagem da distribuição e até da produção, tal facto acabará por ser prejudicial à sã concorrência do mercado e irá sempre prejudicar a parte mais fraca: o agricultor. Mas, com as fabulosas potencialidades que Angola tem neste domínio, será possível uma estratégia win-win, em que todos ganhem.

população; produção de cultivo de cereais (milho e arroz). A razão da escolha é por fazerem parte dos produtos essências da cesta básica.

3

As prioridades da produção nacional devem recair na diversificação da produção agrícola para satisfazer as necessidades alimentares da população. Terão maior sucesso a produção de feijão, milho e mandioca.

4

Na nossa óptica, como representante legal dos camponeses angolanos, defendemos que deve haver uma conjugação de esforços para o desenvolvimento do processo agrícola. O papel dos grupos de distribuição deve recair nos retalhistas para que o processo seja mais abrangente.

Albano da Silva Lussati

Vice-Presidente da União Nacional das Associações de Camponeses Angolanos (UNACA)

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1

Penso que uma das principais políticas é o incentivo à produção nacional, sem esquecer que se deve potenciar o sector primário a começar a extrair o que tem de bom na terra. Angola tem solo fértil e mar abundante. O acesso ao crédito bonificado e o acompanhamento dos projectos financiados devem ser uma realidade.

2

Primeiro, os projectos devem ser bem escolhidos, e os fornecedores também. Depois, preparar recursos humanos capazes de

garantir a qualidade da produção.

3

Processamento alimentar de produtos agrícolas nacionais, processamento de pescado, processamento e transformação de frutas em polpa e sumos.

4

Devem promover e fomentar o surgimento de empresas nacionais ou internacionais a produzirem localmente estes serviços.

Jorge Batista

presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA)

1

Começando com a base. Para produzir em Angola, temos de ser muito corajosos, não existem infra-estruturas capazes de permitir ser competitivo. Custo de energia, água e segurança são o maior obstáculo em termos de operacionalidade. Não havendo matérias-primas das mais simples, como caixas para colocar o produto (matéria-prima importada). O sistema burocrático também não facilita muito, há muitas dificuldades criadas para poderem vender facilidades.

2 Rui Catalo

director-geral da Casa dos Frescos

a) Agroalimentar. Com o clima e quantidade de água que este País tem, devíamos estar a exportar, e não a importar. Para isto tem de haver incentivos para criar postos de trabalho e colocar este País a produzir novamente. b) Agropecuária. Não é fácil, mas há uma potencialidade enorme. Temos de fazer parcerias com países que possam formar e cooperar com os empresários, tipo Botsuana, que é o nosso vizinho. c) Pescas. Há uma falta enorme de peixe, e temos o mar ao nosso lado. Incentivos para a pesca e com distribuição nacional.

1

A primeira medida seria, sem dúvida, melhorar as condições de investimento e produção em Angola, por exemplo, através da redução dos direitos sobre matérias-primas ou produtos intermédios. Por outro lado, se o modelo de exportação para Angola fosse menos rentável para os produtores internacionais, através do aumento das taxas aduaneiras, por exemplo, poderíamos evoluir de um modelo de grandes importadores para um tecido de indústrias locais mais fortes.

2

Em primeiro lugar, a Formação: ainda não existem quadros suficientes para as necessidades do país. Em segundo lugar, a Investigação: é fundamental saber quais as condições de produção ao nível de solos, pragas e como as controlar quimica e ou naturalmente, infestantes e o seu controlo. Em terceiro lugar, a Informação: meios de informação directos ao agricultor de como e

3

Sem dúvida, neste momento, é a cerveja que tem a maior fatia da produção nacional, mas, na minha opinião, as águas, os sumos e os refrigerantes têm um potencial enorme. Devem convidar outros fabricantes mundiais para se instalarem em Angola para haver concorrência e ser melhor para o consumidor final. Frutas e legumes podem, também, ser uma boa oportunidade.

4

Se o Estado criar condições e procurar soluções junto de investidores que queiram trabalhar para melhorar este País, pode ser uma alternativa. Arranjar mão-de-obra qualificada é muito difícil, e conseguir legalizar pessoal que vem de fora para formar é, além de muito caro, muito difícil. Ainda não entenderam que normalmente um “expatriado” vem dar emprego a muitos nacionais. Se fosse mais fácil trabalhar, a distribuição investia mais e em mais sectores, mas somos o segmento mais punido. Temos uma quantidade de inspecções, e há regras diferentes para cada. O informal pode fazer tudo e mais alguma coisa, e a desculpa “é cultural”.

quando deve actuar nos casos referidos anteriormente.

3

As prioridades deveriam recair em carne, vegetais, frutas e farinhas (milho ,trigo etc.). Angola tem condições excelentes para a produção destes bens: terra disponível, sazonalidade e água, três condições fundamentais e que bem potenciadas podem posicionar Angola como um grande player mundial na produção agrícola.

4

Sim, sem dúvida. Os grupos de distribuição/retalho devem exigir, antes de mais, qualidade. Devem também colocar à disposição dos agricultores toda a informação possível (fichas técnicas, relatórios de recepção, condições de transporte exigidas, etc.) de modo a que estes possam elevar os padrões de fornecimento dos artigos que produzem.

Vasco Câmara director da Nuviagro

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distribuição /Produção nacional

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produção /Escola Agro-alimentar

Ensino puxa agro-indústria ao currículo académico Desde 2008 que Luanda e Paris acordaram a construção da Escola Superior Agro-Alimentar de Malanje, mas apenas no fim de 2012 começou a fase prática da empreitada. O objectivo é de apostar-se no ensino da transformação de produtos agrícolas em industrializados

>> Caco Ferraz

O

empreendimento é dos poucos em Angola que vão permitir a formação de quadros especializados capazes de transformar produtos agrícolas em industriais. As aulas arrancam em 2014, após a conclusão das obras, e o objectivo é tornar alunos capazes na gestão de técnicas agro-alimentares que servem de suporte ao desenvolvimento da indústria transformadora nacional. Agrónomos angolanos como Hilário Salupula e Armando Valente emprestaram durante anos a fio o seu conhecimento na cooperação do ensino superior técnico, entre Angola e França, e merecem de França a condecoração da Ordem das Palmas Académicas, a mais alta distinção no domínio académico, criada pelo imperador Napoleão I (1808), e instituída para honrar os membros da comunidade académica francesa e estrangeira. O desejo de ambos foi sempre o de ver alunos formados na escola de Malanje a dominarem técnicas de transformação de tomate para massa de tomate, de frutas para compotas, saladas de frutas enlatadas, sumos, e outros produtos de carácter agro-alimentar industrializados.

>> DR

Os quadros a serem formados poderão contribuir nas áreas de produção, processamento, conservação e transformação de produtos agro-pecuários em industrializados, no caso de manteiga, leite, iogurte, fiambres. “Sentir-me-ei feliz quando as aulas arrancarem na escola de Malanje e vir que os alunos angolanos já são capazes de transformar tomate em ketchup e assim deixarmos de notar a degradação deste produto nos campo, e reduzirmos a importação do próprio ketchup”, dizia Armando Valente quando recebia a condecoração do governo francês, pelo seu empenho para a formação de especialistas em agronomia em França. O projecto da escola agro-alimentar de Malanje, que em Agosto passado recebeu

a visita do vice-presidente da República, Manuel Vicente, para constatar a execução da empreitada, visa o ensino da investigação científica agrária. Na prática, os governos de Luanda e de Paris acordaram levar para Malanje a tecnologia existente no Centro Internacional de Estudos Superiores em Ciências Agronómicas (SupAgro), sediado na província francesa de Montpellier, considerada a capital da investigação agrária da Europa. A França garantiu em 2010, por intermédio do Instituto das Regiões Quentes (IRC) Montpellier SupAgro, que a escola de Malanje será um instituto de referência, porque vai contar com tecnologia moderna do melhor que existe no mundo em pesquisa agro-alimentar.

Dinheiros públicos para construção da Escola Superior Agro-Alimentar de Malanje Dono da obra

Verba (milhões Kz)

Fonte

Empreiteiro

Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia

350

OGE/2011

Não definido

Ministério do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia

300

OGE/2012

Não definido

Ministério do Ensino Superior

1.061,1

OGE/2013

Sinohydro

Fonte: Abacus em associação com Savills

A Escola Superior Agro-Alimentar de Malanje é um investimento avaliado, inicialmente, em 5,61 milhões EUR (8,3 milhões USD), repartidos em 43,47% para a França e o maior volume de encargo financeiro para Angola. A verba financiada por Paris esteve disponível desde a assinatura do acordo, em 2008. Entretanto, a julgar pelos indicadores do Programa de Investimentos Públicos 2013, a construção da Escola Superior Agro-Alimentar de Malanje tem uma verba de 1,06 mil milhões Kz (11,05 milhões USD), mais que o dobro do valor inicialmente aprovado entre Angola e França.

Perfil da escola agro-alimentar A escola superior, afecta à Universidade Lueji A’Nkonde, vai dispor de dez salas de aula, oito laboratórios, auditório, refeitório, entre vários compartimentos, num espaço de certa de 1000 hectares (equivalente a mil campos de futebol), cujo quadro docente começou a ser formado, há mais de dois anos, na Faculdade de Ciências Agrárias da Chianga, na província Huambo, e em Montpellier, França.

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vinhos

/Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE Festival

Trata-se da primeira edição, mas os seus organizadores prometem e têm como objectivo que não se limite a este evento. Para já, a promessa é de dar a conhecer vinhos de grande qualidade através de provas comentadas com conhecidas figuras do mundo vínico, harmonizações, show cookings, wine sessions e jantares vínicos. Tudo em três dias

“Crescimento do consumo de vinho de qualidade em Angola será intensificado e reforçado” >> Victor Jorge

O

objectivo é ambicioso, mas, nas palavras dos organizadores do Angola WINE Festival, José Oliveira e Miguel Pinho, “alcançável”. Durante três dias, o Complexo Hoteleiro de Endiama (CHE) será o palco

Miguel Pinho

escolhido para dar a provar os melhores vinhos do mundo… e não só. Distribuição em Expansão: Estão a organizar o Angola WINE Festival para os dias 24, 25 e 26 de Outubro de 2013. Qual a razão e os objectivos deste evento? Miguel Pinho e José Oliveira: A razão principal foi criar em Angola um evento que permitisse responder ao intenso movimento de sofisticação que o mercado de vinhos vem demonstrando. Efectivamente, os nossos objectivos passam pela criação de um evento que permita, quer a profissionais, quer a consumidores interessados, um contacto de qualidade com as marcas

>> DR

disponíveis e outras que queiram entrar no mercado. Por outro lado ainda, o evento tem como objectivo destacado a criação de uma forte cultura vínica junto público angolano, permitindo aí também um crescimento qualitativo do mercado. Por fim, e tendo em conta a força económica de Angola no contexto africano e até mundial, o Angola WINE Festival, tendo uma forte vertente internacional, pretende assumir-se como um evento vínico de referência e de visita obrigatória para profissionais de vários países da região. Quais as características que destacam este evento dos outros já realizados em Angola? Desde logo ressalta o facto de este evento se prolongar por três dias num ambiente de qualidade e sofisticação, permitindo a profissionais um contacto de qualidade e mais prolongado com as várias marcas. Permite, desde logo, um trabalho comercial por parte das várias empresas presentes mais efectivo e com melhores resultados. Por outro lado ainda, o facto de envolvermos empresas angolanas de referência como patrocinadores permite alcançar um público mais alargado que enriquecerá de forma inequívoca a visitação nos vários dias do evento. Por fim, destacamos o conjunto de actividades que se realizarão ao longo dos três dias do evento, envolvendo enólogos e chefes de cozinha de referência, trazendo para a ribalta da cidade de Luanda, e de Angola em geral, o vinho e a alta-gastronomia.

Provar em e com todos os sentidos Na comunicação do evento, revelam que

este privilegiará uma componente de forte interactividade com os visitantes. O que vai acontecer nesses três dias de evento? O programa oficial do Angola WINE Festival será o exemplo máximo dessa interactividade: provas comentadas com conhecidas figuras do mundo vínico, permitindo a uma audiência mais particular desvendar segredos e sabores das principais marcas de vinho; harmonizações em que a combinação de vinhos e comida é levada a um expoente máximo pela mão de conhecidos chefes de cozinha e enólogos perante audiências interessadas; show cookings onde chefes de renome, ao vivo, executarão criações gastronómicas; wine sessions que permitirão ao público interessado conviver de perto com personalidades do mundo vínico, em conversas informais, e conhecer um pouco mais temas vínicos; jantares vínicos que permitirão ultrapassar as fronteiras físicas do evento e prolongar o seu espírito em alguns dos melhores restaurantes de Luanda, além de uma wine party que irá igualmente ter como protagonista o vinho. Todos estes pontos altos de comunicação terão como pano de fundo o Angola WINE Festival e reforçarão a interactividade aproximando as diferentes marcas presentes através da experiência sensorial dos mesmos por parte dos visitantes do evento. Como caracterizariam o actual mercado de vinhos em Angola? É um mercado em franca expansão? Angola é sem dúvida um mercado em forte expansão. Evidentemente a força económica que a economia angolana projecta tem permitido, às diferentes marcas, ganhos

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de mercado relevantes. Além da região da grande Luanda, outras províncias começam a justificar a criação de bases logísticas por parte de importadores e distribuidores, além do aparecimento crescente de inúmeras superfícies comerciais. Toda esta oferta permite responder à forte procura de vinhos por parte de profissionais e particulares, ao mesmo tempo que acentua o forte potencial de crescimento que este mercado específico continua a revelar. O facto de Angola ser um país que tem vindo a demonstrar um crescimento sustentado beneficia o mercado do vinho e o respectivo consumo? Claramente. Em Angola, assiste-se ao reforço do peso da classe média na sociedade, facto que tem contribuído evidentemente para uma progressão sustentada e consolidada do produto vinho e das diferentes marcas presentes no mercado. O potencial presente no mercado é ainda muito, factor que irá certamente contribuir para uma aposta crescente das diferentes marcas em ganhar posições de mercado ainda por preencher. Que tipologia de vinhos se consome actualmente em Angola?

catéis, vinhos de outras origens fora de Portugal). Um dos objectivos do Angola WINE Festival é também contribuir para a diversificação do mercado, aumentando a riqueza da sua oferta e, em simultâneo, permitir um contacto de qualidade com alguns produtos que ainda se encontram por descobrir.

José Oliveira

Em Angola actualmente o consumo do vinho centra-se em grande parte nos produtos mais básicos e nos produtos premium. Aqui também reside uma das principais potencialidades deste mercado, demonstrando que ainda existem grandes oportunidades para as empresas produtoras de vinho que detenham produtos destinados ao segmento médio de mercado.

Estes vinhos têm o seu consumo porque são os que estão disponíveis no mercado, ou sentem que existem vinhos que os consumidores angolanos gostariam de ter disponíveis no mercado, mas que são impossíveis de encontrar? Acreditamos que o consumidor angolano tem interesse em encontrar e conhecer outras marcas e até outros produtos existentes na oferta actual dos produtores presentes no mercado (por exemplo, vinhos brancos ou rosés, vinho verde, vinho do Porto ou mos-

No Angola WINE Festival irão estar presentes vinhos de todo o mundo. Contudo, existe uma apetência pelos vinhos portugueses. Em vossa opinião, os produtores de vinho portugueses têm conseguido capitalizar essa vantagem? Felizmente as empresas portuguesas têm conseguido alcançar resultados positivos em várias frentes, acentuando a importância que o mercado angolano tem em termos globais para o sector vinícola luso. Neste momento, sendo Portugal o país que mais vinho vende em Angola, é importante que as estratégias das empresas sejam reforçadas no sentido de criar ligações cada vez mais sólidas com o consumidor, contribuindo para a manutenção dessa posição de dianteira no mercado. O Angola WINE Festival vem precisamente reforçar essas estratégias, possibilitando às empresas uma exposição ao mercado mais longa e uma base de contacto de grande qualidade.

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distribuição /Miguel Pinho e José Oliveira, organizadores do Angola WINE Festival Numa recente entrevista à revista Distribuição em Expansão, o presidente da ViniPortugal, Jorge Monteiro, afirmava que “é importante que o consumo de vinhos em Angola dê lugar a vinhos de maior qualidade”. O que se deve fazer para consegui-lo? O movimento de crescimento no consumo de vinho de qualidade tem aumentado mais intensamente nos últimos anos. Na verdade, as vendas de vinho a granel têm diminuído em contraponto com o aumento dos vinhos engarrafados, facto que só por si revela a evolução positiva em termos de qualidade. Naturalmente que este efeito terá mais impacto e força no consumo, se, através de iniciativas como o Angola WINE Festival, se conseguir criar bases sólidas de conhecimento vínico através de experiências sensoriais acessíveis ao público. Acreditamos que, com um painel de consumidores cada vez mais esclarecido, o crescimento do consumo de vinho de qualidade será intensificado e reforçado. Bebe-se vinho de qualidade em Angola? Sim, em Angola bebe-se vinho de qualidade. Até pelos números de vendas conhecidos de marcas premium não só de Portugal mas também de outros países, facto que tem sido reforçado pelo próprio consumidor angolano, que se mostra cada vez mais exigente e conhecedor. Sabemos, no entanto, que a base ainda é reduzida face ao potencial existente, por isso acreditamos que, ao iniciar este tipo de conceito de eventos no mercado, estaremos também aí a contribuir de certa forma para o alargamento do conhecimento acessível ao público consumidor de vinhos em Angola.

Distribuição vs Horeca Que importância tem o canal Horeca na divulgação do vinho em Angola? Tem efectivamente muita importância, os restaurantes, e a restauração em geral, são os prescritores por excelência dos vinhos. São os profissionais que claramente têm peso na decisão do consumidor e, como é óbvio, têm um papel fundamental na sua venda, pois acabam por estar presentes no momento em que cada um de nós faz a escolha de um vinho e, no caso de dúvida, é a eles que o consumidor recorre para fazer ou reforçar a sua escolha. O Angola WINE Festival também aí pretende tornar-se um aliado de restaurantes e da oferta hoteleira em geral, proporcionando um espaço de contacto privilegiado com marcas e produtores, aproximando estas duas vertentes fundamentais do sector, valorizando por essa via o evento igualmente. Uma velha questão está sempre relacionada com o serviço do vinho na restauração. Essa é, também, uma questão coloca-

Expositores/Marcas de vinho confirmadas Portugal Enoport Aliança Bacalhoa Quinta das Bageiras Quinta do Noval Quinta do Pinto Quinta do Zambujeiro Tiago Cabaço Boas Quintas Quinta da Bica Quinta dos Roques Quinta dos Maias Quinta do Monte D’Oiro Quinta da Lagoalva Valle Pradinhos Lusovini Esporão Adega Mayor Ideal Drinks Vinhos Douro Superior Agrimota Adega de Borba José Maria da Fonseca Enoforum Ervideira Monte da Ravasqueira Sogevinus Quinta do Zimbro Duplo PR e Douro Family Estates Companhia das Quintas Quinta do Crasto

Quinta Vale D. Maria Niepoort, Wine & Soul Poeira Herdade do Mouchão Herdade da Malhadinha Cortes de Cima Herdade dos Grous João Portugal Ramos Domingos Alves de Sousa Symington Ramos Pinto Adega Cooperativa de Monção Quinta de Chocapalha Quinta da Pellada Murganheira Quinta da Pacheca Herdade Monte da Ribeira Quinta da Castainça Pecado Capital Vinhos Adega Mãe Herdade do Perdigão Monte da Penha Horta Osório Vinhos Companhia dos Vinhos do Douro

Chile Concha Y Toro

África do Sul Douglas Green Bellingha

da em Angola? O serviço é fundamental, muitas vezes o sucesso de um vinho pode ser ditado por detalhes tão simples como um copo ou a temperatura. Para não falar já em decantação ou técnicas de guarda dos vinhos, a importância de pequenos detalhes associados ao serviço é enorme, daí também que o Angola WINE Festival se proponha a ocupar um lugar de destaque no enriquecimento profissional de escanções e dos profissionais do sector. Todas as actividades que serão desenvolvidas ao longo dos três dias pela organização do Angola WINE Festival, além da forma como as marcas e os seus produtos estarão acessíveis aos visitantes, serão a forte demonstração de que a qualidade de serviço associada ao vinho é fundamental para o sucesso do sector em geral. É importante mostrar essa ligação entre o vinho e a gastronomia? A ligação entre estes dois elementos é essencial. A riqueza na sua plenitude de um vinho ou de uma criação gastronómica, muitas vezes, é apenas revelada quando um e outro coincidem na ocasião. Além de todo o trabalho de descoberta de sabores que importa fazer ao nível dos vinhos, importa também valorizar a riquíssima gastronomia angolana, que poderá ser ainda mais potenciada com a combinação associada a determinados tipos de vinho. Que importância tem a distribuição moderna na comercialização de vinho em Angola, sabendo-se que são, cada vez mais, as lojas pertencentes a grupos de

França Loius Roederer

Espanha Berberana Marques de la Concordia Marques de Monistrol Marques de Griñon e Lagunilla

Itália Lavis Cesarini Sforza Poggio Morino Villa Caffagio Canalleto

Alemanha Moreno Gmbh Importadores/Distribuidores confirmados • 5 Sentidos • DCG • Stories of Wines • Angonabeiro • Esporão Angola • Stories of Wines • Intramuros • Lusovini • Vinoteca

retalho organizados? A criação de superfícies comerciais que permitam aceder ao produto de forma rápida é fundamental e muito importante. O produto vinho, como todos os produtos de raiz orgânica, beneficiará indubitavelmente com a disponibilização através de redes de distribuição que coloquem esse produto de forma organizada no mercado e, em simultâneo, que o disponibilizem através de locais adequados para o seu armazenamento e venda. O consumidor sairá beneficiado, ao mesmo tempo que os vinhos sairão também vencedores desta nova realidade. O mercado do vinho em Angola está demasiadamente limitado à capital? O mercado dos vinhos tem o seu grande volume concentrado em Luanda, no entanto, nos últimos dois anos, as cidades capitais das províncias começam a revelar sinais de grande crescimento no consumo de vinhos, e elas próprias a contrariar essa tendência. Cidades como Benguela ou Lobito são bem o exemplo do crescimento das províncias em Angola e, desde há algum tempo, têm assistido à abertura de modernas superfícies comerciais, além de bases logísticas de empresas distribuidoras de vinho e bebidas, facto que revela importância da cobertura geográfica eficaz também nas províncias. Destinam o vosso evento, para além do consumidor final da classe A e B, com idades compreendidas entre os 25 e 49 anos, a profissionais da hotelaria, restauração, grossistas e retalhistas. Deste últi-

mo grupo, qual é que tem mais peso na venda de vinho em Angola? O mercado angolano do vinho deu, nos últimos anos, passos sólidos em direcção a uma aproximação aos padrões de distribuição internacionais. É todavia muito importante para o negócio a existência no circuito de venda de uma entidade que assegure a entrada do produto no mercado e a sua colocação nos diferentes pontos de venda através de uma eficaz rede de distribuição/ contactos. Neste momento, as empresas distribuidoras/grossistas têm o maior peso na venda do produto, contudo, o aparecimento de cada vez mais superfícies comerciais está a equilibrar mais esta relação. Não podemos deixar de referir, no entanto, que toda a cadeia de entidades que compõem o processo de venda do produto vinho tem muita importância para o produto. Sem consumidores informados e esclarecidos, sem uma restauração ou hotelaria de qualidade, nunca teremos uma venda de produto suficientemente forte. Por esse facto, o Angola WINE Festival pretende atingir todos estes estratos de mercado de forma a contribuir também aí para o crescimento do sector. No final dos três dias, que resultados esperam do evento? O objectivo principal de qualquer empresa é conseguir a plena satisfação dos seus clientes. Naturalmente, aí, bebemos da doutrina empresarial comum, no entanto, o nosso objectivo vai muito para além dessa meta. Pretendemos desde logo confirmar a importância e a oportunidade do Angola WINE Festival para o negócio do vinho em Angola, não só junto das marcas e dos seus importadores, como também de grossistas e retalhistas, além de toda a oferta de restauração e hotelaria. Temos também como grande objectivo a valorização da marca de cada um dos nossos patrocinadores, fundamentais nesta equação. Por fim, e não de menos importância, gostaríamos que os consumidores angolanos também concluíssem da mais-valia que o Angola WINE Festival pode ter na sua formação vínica. Esta é uma primeira edição, ou uma edição única? Esta será a primeira de várias edições. Os nossos objectivos são altos, são ambiciosos, mas são claramente alcançáveis. Neste momento, os resultados são francamente positivos e revelam a grande receptividade de todos os agentes económicos envolvidos em relação ao Angola WINE Festival. Estamos certos de que, com o trabalho profissional e de qualidade que queremos introduzir no mercado, o Angola WINE Festival se afirmará como um evento de referência em Angola e projectará a sua imagem além-fronteiras.

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logística

/CLOD

CLOD em números • Superfície total = 234 ha. • Mercado abastecefor, grossista = Nova fase: 28.906 m2 • Mercado de frutas e verduras = 61.000 Ton/Ano • Mercado de tubérculos = 61.000 Ton/Ano • Mercado de carnes = 27.000 Ton/Ano Nave frigorífica = 91.200 Ton/Ano • Mercado de peixes = 20.000 Ton/Ano Nave frigorífica = 45.600 Ton/Ano • Fábrica de gelo = 6.000 Ton/ Ano • Pórtico de entrada-Parques de estacionamento para 336 veículos • Comercialização de 312.800 Ton/Ano • Instalação de 116 empresas • 740 postos de trabalho directos e 2.000 indirectos • Prazo de execução = 30 meses

Pretende-se dotar o local de infra-estruturas constituídas por plataformas comerciais, mercados abastecedores, entrepostos e empresas de distribuição e logística para apoio aos produtores, distribuidores e outros comerciantes grossistas

Ministério inaugura 1.ª fase do CLOD >> André Samuel

>> Lídia Onde

O

Ministério do Comércio apresentou, recentemente, a conclusão da primeira fase do Centro Logístico e de Distribuição (CLOD) situado no km 28 do município de Viana, em Luanda. A infra-estrutura para o comércio grossista, com capacidade de exposição, venda e conservação de carne, peixe, frutas, verduras e produtos secos, ocupa uma área de 3070 m2, segundo referenciou a ministra do Comércio, Rosa Pacavira. A Distribuição em Expansão constatou in loco que a estrutura ora referida comporta quatro naves com 104 postos de venda, 16 câmaras frigoríficas, sendo oito de congelação e oito de refrigeração. Rosa Pacavira informou que pretende dotar-se o local de infra-estruturas constituídas por plataformas comerciais, mercados abastecedores, entrepostos e empresas de distribuição e logística para apoio aos produtores, distribuidores e outros comerciantes grossistas. Referiu ainda que o CLOD tem como objectivo, entre outros, organizar o comércio em todo o território nacional, por forma a ampliar a oferta de produtos essenciais à população. “O CLOD representa o pólo de concentração e de distribuição de produtos a grosso e com múltiplas funções que integra o mercado abastecedor e as infra-estruturas comerciais e industriais de apoio à produção interna”, explicou. Neste âmbito, a ministra considerou estarem lançadas as sementes para o fomento das relações de parceria entre os entes públicos e os privados na condição de intervenientes no processo de aprovisionamento e comercialização de bens. Em retrospectiva, explicou que o CLOD surge na razão dos novos desafios que o sector comercial enfrentava, sobretudo no que se refere ao fomento da produção e do comércio rural, ao escoamento dos produtos do campo para os centros

urbanos e à criação de instrumentos jurídicos necessários à constituição da reserva estratégica do Estado de produtos básicos de amplo consumo nacional da cesta básica. A primeira fase teve a duração de 12 meses e alberga desde já as vendedoras do Mercado do 30. Na ocasião, a ministra estendeu o convite a todos os interessados a colaborarem com os objectivos traçados.

Segunda fase já em curso Durante o acto presenciado por membros do Executivo, empresários grossistas do sector público e do privado, a ministra procedeu à assinatura do auto de consignação da empreitada para a execução da segunda e terceira fases da construção do CLOD, que terá como duração o período de 30 meses. Os valores a serem aplicados no projecto foram concedidos, através de uma linha de crédito, pelo governo espanhol. A acção enquadrou-se no programa do ministério, enquanto ente regulador, de reorganização da actividade comercial grossista exercida na capital, através da

tomada de medidas jurídico-administrativas que coíbam o exercício da actividade dentro da zona urbana. Neste ínterim, Rosa Pacavira anunciou que, com o início da segunda fase, se materializa o processo de reorganização da rede comercial grossista. Revelou que as inovações tecnológicas e competitivas originadas pelo surgimento das grandes superfícies comerciais e de influentes grupos de distribuição provocaram uma evolução na estrutura comercial, obrigando a que o ministério passasse a exercer com maior eficácia o seu papel regulador da actividade. “A venda de produtos alimentares e de outros bens de consumo e serviços mercantis contentorizados está legalmente proibida”, garantiu. “Na sequência, a venda de produtos frescos, como carne, peixe, frutas, ovos e derivados lácteos, deverá ser feita por talhos, peixarias e quitandas como garantia da segurança alimentar e do urbanismo comercial.” Além da província de Luanda, existem também estudos para implementação de CLOD na província do Huambo e em outras localidades produtoras.

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logística /Hörmann

Mais segurança nas portas Hörmann Em resposta às necessidades do consumidor e tendo a segurança como factor decisivo, a marca líder mundial em portas e automatismos acaba de colocar à disposição uma nova série de portas seccionais industriais no mercado angolano

>> Victor Jorge

>> DR

A

Hörmann Portugal acaba de colocar à disposição dos mercados português, angolano e moçambicano uma nova série de portas seccionais industriais, com porta integrada, a qual apresenta mecanismo de fecho inovador que garante uma maior segurança ao sector industrial. Esta porta integrada, além de facilitar o dia-a-dia do consumidor, possibilitando uma passagem mais cómoda, contém um sistema de fecho com vários pinos e está dotada de novas tecnologias que asseguram um mecanismo de trancamento mais eficaz. O director-geral da empresa, Henrique Lehrfeld, admite que estas portas vêm responder às actuais exigências dos respectivos mercados. “Estamos sempre preocupados em responder às necessidades do consumidor, e é certo que a segurança é factor decisivo na escolha do produto, em particular em países como Angola e Moçambique, onde a insegurança é uma constante. Paralelamente, e com base na actual conjuntura económica, oferecemos produtos diversificados, para todos os bolsos, nunca descurando a qualidade pela qual somos reconhecidos”, afirma o responsável. Tendo vindo a ser distinguida com vários prémios no que respeita ao design de produto, a Hörmann inova agora ao disponibilizar diversas possibilidades de design e uma imagem actual e arrojada para portas industriais. “Uma simples porta industrial é muitas vezes o cartão-de-visita para armazéns ou lojas de empresas e instituições. Desta forma, procuramos que estas portas se

distingam com uma imagem actual, fugindo à tradicional porta industrial que remete para a frieza e para o impessoal”, explica Henrique Lehrfeld. Henrique Lehrfeld acrescenta que estas portas integradas contêm dobradiças ocultas, e de fácil substituição, uma característica estética que remete para a uniformidade da porta seccional industrial. Estas portas industriais apresentam, também, um novo sistema para evitar a condensação nos painéis. O responsável recorda ainda o visor Duratec, que garante a transparência da porta, aportando-lhe um cariz estético diversificado e clean, agora disponível em várias cores.

Refira-se que as portas seccionais industriais são indicadas para stands de automóvel, quartéis de bombeiros, pavilhões

industriais, oficinas, entre outros. De referir que foi em 2008 que a filial portuguesa da Hörmann entrou em Angola, dando os seus passos enquanto primeira filial do grupo a actuar num mercado que não o seu de origem. Já em finais de 2012, a Hörmann Portugal avançou com a operação em Moçambique. Entre os seus clientes constam empresas de construção de armazéns e parques industriais, bem como empresas ligadas aos sectores logístico, automóvel e alimentar, como é o caso de Construsan, Martifer, Mercedes, BMW, Peugeot, Sofarimex, Lidl, Dia, Raposeira, Dancake, Modis, Sonae Distribuição, IKEA e Algarve Motor Park, entre outras.

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tecnologia

/MRS

Uma gestão mobile da loja A Tlantic, especialista no desenvolvimento de software, lançou no mercado de retalho a mais recente versão do Tlantic Mobile Retail Suite (MRS) In-Store. Através desta nova solução é possível gerir qualquer loja através de um smartphone ou tablet

>> Victor Jorge

>> DR

D

á pelo nome de MRS In-Store, e a mais recente versão (3.1) coloca, literalmente, a gestão de uma loja na palma da mão, ou seja, num simples smartphone ou tablet. Esta ferramenta móvel combina todas as fontes de informação relevantes, dos POS aos ERP, contemplando a versão 3.1 upgrades nalgumas das funcionalidades, como o aumento da usabilidade e possibilidades de integração da contagem de artigos, bem como o aumento das funções de gestão da aplicação de backoffice. “Um exemplo das evoluções desta nova versão é o aumento da performance da aplicação no colector, o que permite ampliar a gama de aparelhos compatíveis e aumentar a preservação de investimento de clientes que possuam equipamentos mais antigos”, explicou Paulo Magalhães, CEO da Tlantic, à Distribuição em Ex-

pansão. O responsável pela empresa adiantou ainda que esta opção se deve ao facto de o mundo do retalho ser muito dinâmico e de “a adequação a novas realidades de mercado, a necessidade de redução de custos e a pressão por resultados serem

factores fundamentais para quem quer continuar competitivo e alinhado com as necessidades dos clientes, cada vez mais ágeis”. O MRS In-Store permite fazer a gestão de qualquer loja através de smartphones ou tablets, sem a necessidade de deslocação física até um escritório. A cobertura de cerca de uma dezena de processos de loja – desde reposição, preços, stocks, quebras, até todo o tipo de auditorias, gestão de tarefas, informações aos clientes – liberta os colaboradores para uma maior proximidade aos clientes. De referir que o MRS In-Store já foi adoptado pelo grupo Pão de Açúcar (Brasil), pelas lojas Game e Dion Wired, do grupo Massdiscounters (África do Sul), e pela Sonae (Portugal), desenvolvendo a Tlantic software para organizações de retalho em todo o mundo.

Detalhe Impressão de etiquetas Funcionalidades – Interacção com impressoras móveis permitindo a impressão instantânea, no chão da loja e através de uma rede wi-fi, de etiquetas de gôndola, etiquetas de desconto e etiquetas de reserva. Benefícios para a loja – Aumento da produtividade e satisfação dos colaboradores da loja; redução de erros e de desperdícios de recursos; flexibilidade na configuração e no ajuste de processos. Operações dos colaboradores das lojas – Auditoria; impressão de etiquetas de desconto; actualização de preços; optimização dos esforços comerciais. Proposta de valor – Maior precisão, rapidez e economia; satisfação dos clientes. Gestão de actividades Funcionalidades – Dados em tempo real para a melhoria da gestão de actividades; controlo de lista de tarefas (“to do” e “check list”); actividades por funcionários. Benefício para a loja – Aumento da produtividade; aumento na motivação dos colaboradores da loja; maior satisfação; maior senso de organização e cumprimento das tarefas; fa-

cilidade na execução de actividades interfuncionais. Operações dos colaboradores das lojas – Ampla variedade de actividades operacionais designadas aos colaboradores, por secção e por produto; execução e controlo de listas de actividades (“to do” e “check list”). Proposta de valor – Garante mais tempo para o atendimento de clientes; promoções mais dinâmicas e eficientes; execução efectiva de cada actividade na loja; acesso a informações relevantes onde e quando se precisa. Gestão de stocks Funcionalidades – Recepção de produtos; busca de stock; contagem e ajuste de stock; disposição de produtos; auditoria de rupturas; inventário; reabastecimento das lojas; retorno e transferência de stock; reservas; controlo da validade dos produtos. Benefício para a loja – Optimização do stock permanente; menor redução e faltas no stock; redução de perdas de itens vencidos e precisão no controlo das datas de validade; redução dos problemas de auditoria. Operações dos colaboradores das lojas – Recepção de produtos; contagem de stock; disposição e reposição de produ-

tos; controlo da validade dos produtos; reservas; transferências. Proposta de valor – Satisfação dos clientes; redução de problemas relativos a faltas no stock; optimização da rotatividade dos produtos; maior precisão; controlo menos invasivo. Gestão comercial e preços Funcionalidades – Auditoria de preço; descontos; auditoria do espaço promocional; “papa-fila”; montagem, registo e auditoria de planograma. Benefício para a loja – Fim da divergência de preços; melhoria na organização do espaço promocional; optimização da gestão e da utilização do espaço físico; promoções mais eficientes e dinâmicas. Operações dos colaboradores das lojas – Auditoria de preços; descontos em produtos; configuração e auditoria de planograma. Proposta de valor – Satisfação dos clientes; satisfação dos fornecedores; aumento das vendas; melhoria na disposição dos produtos; melhores resultados dos esforços promocionais.

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leituras

/livros

Lei da Arbitragem Voluntária Comentada

N

os dias que correm, a arbitragem voluntária vem cada vez mais afirmando-se como uma alternativa credível e eficaz, face aos tribunais judiciais, para a resolução de litígios, tendo particular relevância quando estão em causa contendas de carácter comercial, em muitos casos oriundas de contratos internacionais. Face ao crescimento económico do país, o mundo interroga-se se o Estado angolano é amigo da arbitragem. Importa referir que Angola tem, desde 2003, uma lei inteiramente dedicada à arbitragem voluntária, a Lei n.º 16/03, de 25 de Julho. Foram ainda aprovados pelo Governo o Decreto n.º 4/06, de 27 de Fevereiro, que define o regime de outorga das autorizações administrativas para a criação de Centros de Arbitragem, e a Resolução n.º 34/06, de 15 de Maio, reafirmando o engajamento do Governo na arbitragem como meio de solução de litígios disponíveis. Por conseguinte, pode-se afirmar que o País está claramente apostado em se tornar num Estado amigo da arbitragem. Os próximos passos hão-de ser, por um lado, a ratificação, por Angola, das principais convenções internacionais em material da arbitragem e, por outro lado, a criação de condições para que um maior número de arbitragens tenha lugar em Angola, só assim sendo possível “testar” a bondade da lei angolana de arbitragem voluntária. O aumento da confiança do empresariado angolano, dos investidores estrangeiros, e das instituições públicas e cidadãos na arbitragem voluntária passa também pelo desenvolvimento da arbitragem institucionalizada, através da criação em Angola de centros de arbitragem, cuja credibilidade, independência, imparcialidade e competência os erijam como referências internacionais.

Autores: Lino Diamvutu, Manuel Gonçalves, Sofia Vale Editora: Almedina Língua: Português Págs.: 264 Ano: 2013 Preço: 18,00 EUR (2300 Kz)

Desta Vez É Diferente – Oito séculos de loucura financeira

C Autores: Carmen Reinhart, Kenneth Rogoff, com prefácio de Vítor Gaspar Editora: Actual Editora Língua: Português Págs.: 550 Ano: 2013 Preço: 19,80 EUR (2533 Kz)

om base numa vasta quantidade de informação compilada numa imensa base de dados (os dados abrangem a África, a Ásia, a Europa, a América Latina, a América do Norte e a Oceânia, cobrem 66 países ao todo e incluem ainda dados específicos para muitos outros), os autores puderam analisar, de uma forma mais ampla e de longa duração, os diversos episódios de vários tipos de crises financeiras. Estas incluem incumprimentos soberanos (quando um governo não pode satisfazer os compromissos de pagamento a que está obrigado pelas suas dívidas externa ou interna, ou ambas); as crises bancárias, como as que o mundo viveu em catadupa no final da primeira década deste milénio, quando uma nação descobre que grande parte da banca se tornou insolvente, depois de perdas pesadas em investimentos, de pânicos bancários, ou ambos; e, por fim, as crises de taxa de câmbio, como as que assolaram a Ásia, a Europa e a América Latina nos anos 90. Nesta análise quantitativa emerge um padrão. Nas palavras dos autores: “Já aqui estivemos antes. Por muito diferente que pareça sempre o último furor ou crise financeira, há normalmente semelhanças notórias com a experiência passada de outros países e da história. Reconhecer estas analogias e precedentes é um passo essencial para aperfeiçoar o sistema financeiro global, quer reduzindo o risco de crises futuras, quer lidando melhor com as catástrofes, quando elas acontecem.”

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novidades

Conheça os mais recentes lançamentos de produtos nestas páginas da Distribuição em Expansão

Nova receita de Yoco Suissinhos A Nestlé lançou recentemente uma nova receita de Yoco Suissinhos, revelando a marca suíça que estes iogurtes são “feitos a partir de fruta e leite e são uma importante fonte de cálcio”. A nova fórmula é agora enriquecida com vitamina D, um nutriente essencial para o desenvolvimento normal dos ossos.

Pescanova lança novo Seafood Mix A Pescanova apresentou ao mercado o novo Seafood Mix em embalagens de 350 g. O novo produto é uma mistura de produtos do mar, composta por miolo de camarão, lula e polvo pequeno. De acordo com a Pescanova, o Seafood Mix tem baixo teor de gorduras, é uma mistura para todo o tipo de receitas e garante uma alimentação equilibrada, com produtos da melhor qualidade. O novo produto da Pescanova foi criado a pensar sobretudo nos consumidores modernos, com pouco tempo disponível para a cozinha, mas com um elevado grau de exigência no que respeita à qualidade e ao sabor dos alimentos.

TriNa Sem TriNa Sem é a novidade TriNa, uma versão do sumo de laranja sem corantes, sem conservantes, sem aromas artificiais e sem açúcares adicionados. A marca refere que TriNa Sem mantém a mesma percentagem de sumo de laranja do original, mas tem menos 86% de calorias. O novo TriNa Sem está disponível em embalagens PET de 1,5 l e em latas de 33 cl.

Planta de quilo

O sabor da manteiga Planta está a partir de agora disponível numa embalagem de 1 kg, admitindo a marca que a nova embalagem oferece uma poupança imediata de 19%, relativamente à embalagem de 250 gramas.

Smart TV by LG A Smart TV da LG oferece à sala de estar a qualidade necessária para assistir ao melhor do desporto ao vivo e a grandes noites de cinema a 3 dimensões. Com características multidimensionais, fotografias vibrantes e um poder de som claro e nítido, a Smart TV vem ainda equipada com o Magic Remote, um conveniente e avançado comando de televisão. O cartão Premium Content, que selecciona e classifica os conteúdos mais populares no seu país, permite apreciar o melhor entretenimento esteja onde estiver. A Smart TV da LG permite a conexão a outros dispositivos com facilidade, possibilitando a partilha de conteúdos digitais, tornando-se possível carregar a bateria do smartphone através do cabo MHL.

O primeiro café biológico português em cápsula A Torrié lançou um café biológico em cápsulas. Com este novo produto, a Torrié amplia assim a sua oferta de cafés para consumo doméstico, tornando-se na primeira marca portuguesa a produzir um café biológico em cápsula. De acordo com a marca, o mercado europeu de alimentos biológicos atinge os 20% milhões EUR anualmente, representando uma quota estimada em 1,5% de todo o mercado alimentar, com taxas anuais de crescimento que rondam os 10%. “De creme claro com elevada persistência, o Torrié Biológico revela aromas de caramelo e chocolate preto com notas florais. Na boca, é um café elegante com corpo mediano e acidez elevada. Tem um final de boca complexo e prolongado”, diz a marca em comunicado. O Torrié Biológico em cápsula junta-se assim às variedades Expresso, Descafeinado, Angola, Brasil, Colômbia e Energy.

Nova gama de tónicas Schweppes A Schweppes lançou a gama Tónicas Original Premium Mixer, nas variedades Tónica Premium Original, Tónica Premium Pimenta Rosa e Tónica Premium Gengibre & Cardamomo. As novas tónicas Schweppes, apresentadas numa garrafa que recupera o espírito original do fundador, Jacob Schwepp, aliam, de acordo com a marca, “a qualidade reconhecida da tónica Schweppes a subtis aromas botânicos que realçam o melhor de cada variedade de gin.” “A Tónica Premium Original realça os aromas cítricos, combinando na perfeição com os mais diversos gins. Ideal para combinar com bebidas premium destiladas e com um toque de irreverência; a nova Tónica Schweppes Pimenta Rosa distingue-se pelos aromas de pimenta que deixam um final de boca ligeiramente amargo e pelas bolhas. A Tónica Gengibre & Cardomomo proporciona uma degustação única, criando um ambiente fresco e agradável ao paladar”, adianta a marca pertencente agora ao universo Mondelez International. #42

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Very Important ProfEssional Barómetro dos Notáveis

Um painel de profissionais dará, mensalmente, a sua opinião sobre questões da actualidade colocadas pela redacção da Distribuição em Expansão. Trabalhadas, a posteriori, estatisticamente, ficará a saber o que os profissionais convidados pensam sobre determinado assunto, mas nunca de forma individual, mas em grupo

1. Agostinho Kapaia, Presidente do grupo Opaia 2. Aguinaldo Jaime, Jurista 3. Albano Lussati, Vice-presidente da UNACA, Confederação das Associações e Cooperativas de Camponeses de Angola 4. Estevão Daniel, Administrador da Refriango 5. Filipe Lemos, Presidente Executivo da LIDE Angola (Grupo de Líderes Empresariais) 6. Galvão Branco, Consultor empresarial da GB Consultores Reunidos 7. Gomes Cardoso, Presidente do Codex Angola, Comité Nacional para o Código Alimentar Angola 8. J orge Baptista, Presidente da Associação dos Empreendedores de Angola (AEA) 9. Jorge Coelho Pinto, Director da Jotil 10. José António Rousseau, Docente, Consultor e especialista em Distribuição Moderna

11. José Macedo, Director-geral da Lactiangol 12. José Severino, Presidente da Associação Industrial de Angola (AIA) 13. Judith Correia, Administradora da FaciCredit 14. Luís Reis, Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) 15. Luís Sambo, Jurista, Projecto Executivo para a Reforma Tributária 16. Luíz de Mattos, Director-geral da Alimenta Angola 17. Manuel Monteiro, Director da FertiAngola 18. Manuel Victoriano Sumbula, Administrador da CocaCola 19. Matos Cardoso, CEO da Feira Internacional de Luanda (FIL) 20. Manuel Lopes, Directora-geral da MAXI 21. Paulo de Carvalho, Director-geral da ScoreDistribuição 22. Paulo Trindade, CEO da Abacus, Consultora

Imobiliária 23. Pedro Miguel Silva, Senior Manager da Deloitte Angola 24. Raúl Mateus, Sócio-administrador da Pomobel 25. R egina Santos, Pesquisadora do CEIC, Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola 26. Renato Azevedo, Presidente-executivo da Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (AEBRAN) 27. Ricardo Gerigk, Delegado do Escritório da Economia Alemão em Angola 28. Rui Catalo, Administrador da Casa dos Frescos 29. Rui Malaquias, Docente e economista 30. R ui Miguel Nabeiro, Administrador da Delta-Cafés 31. Rui Santos, Presidente da Sistec 32. Victor Kavinokeka Paulo, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria (Huambo)

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1.

Segundo o estudo Observatório da Competitividade Empresarial em Angola, do Instituto de Fomento Empresarial, estima-se que o mercado nacional tem capacidade para instalação de 250 000 unidades comerciais.

2.

Luanda foi, novamente, considerada a cidade mais cara do mundo. Quais os factores que, em sua opinião, mais contribuem para esta realidade?

a) Este número é claramente superior ao que o mercado necessita e tem capacidade para absorver

a) Preço dos imóveis (venda/ compra e aluguer) b) Preços dos produtos de grande consumo

b) Dependerá sempre dos formatos e conceitos a adoptar e respectiva dimensão das unidades

c) Preços na restauração e hotelaria

c) Angola não tem capacidade de instalação para 250 000 unidades comerciais

d) Preço dos serviços

d) Justificado este número, só demonstra o potencial de crescimento do País e do sector

3.

Citada pela agência Angop, a ministra do Comércio, Rosa Pacavira, adiantou que a adesão à Zona de Livre Comércio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) será feita até 2015.

4.

Os responsáveis da Sonae admitiram novo adiamento na entrada do Continente em Angola.

a) Esse facto só revela que o grupo português ainda não possui modelo de negócio para o País

a) Este adiamento é prejudicial para Angola b) Até os “acertos” apontados pela ministra serem feitos, Angola não deve aderir

b) O adiamento da entrada do Continente em Angola só beneficia os operadores que já estão no País e os que pretendem entrar brevemente em Angola

c) Este adiamento beneficia Angola

c) É acertado por parte da Sonae adiar a entrada em Angola se ainda não possui o modelo definitivo para o seu negócio

d) Angola devia ter estado presente desde o início (Agosto de 2007) na Zona de Livre Comércio

5.

Segundo o responsável máximo da Massmart, braço da Walmart (maior retalhista mundial), a entrada em Angola deverá acontecer dentro de um prazo de três anos.

d) Com estes sucessivos adiamentos, talvez a Sonae não encontre o modelo de negócio para entrar em Angola

6.

Em sua opinião, como acontecerá a entrada da Walmart em Angola?

a) Essa entrada era mais do que esperada, dado o potencial de crescimento da economia angolana e pouca oferta existente no mercado retalhista b) Essa potencial entrada irá fazer com que os actuais operadores tentem sustentar o seu negócio o mais rapidamente possível, de modo a terem uma operação segura aquando da entrada da Walmart

a) Directa com insígnia própria b) Aquisição de player existente c) Joint-venture com um operador local d) Regime de franchising

c) Este anúncio poderá fazer outros operadores, que têm vindo a adiar a sua entrada, repensar a sua estratégia para o mercado angolano d) Não acredito que a Walmart entre em Angola dentro do prazo anunciado

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afechar! Super Bock sem álcool chega às Arábias A política de exportação da Unicer continua, com os primeiros contentores com meio milhão de litros de Super Bock sem Álcool 0,0% a chegarem recentemente à Arábia Saudita para serem comercializados em várias insígnias do canal alimentar. Com rotulagem em árabe, a cerveja sem álcool Super Bock será disponibilizada na referência original e nos novos sabores maçã, limão e romã, que foram desenvolvidos especificamente para este mercado. Uma das novidades é a comercialização em garrafa de 33 cl com o sistema de abertura fácil, um conceito da Unicer que chega agora, pela primeira vez, a este país do Médio Oriente. Para entrar na Arábia Saudita, a empresa até há pouco tempo liderada pelo actual ministro da Economia, António Pires de Lima, estabeleceu uma parceria local com a Al Fayha, segunda maior empresa produtora e distribuidora de águas e refrigerantes do país, com quem a Unicer estabeleceu contacto, pela primeira vez, na Feira do Dubai, em 2012. O objectivo da Unicer é vender 2 milhões de litros neste mercado, no primeiro ano, e 10 milhões de litros por ano, dentro de uma década.

SABMiller expande-se em África A cervejeira SABMiller inaugurou recentemente uma nova destilaria no Uganda, que representa um investimento de 90 milhões USD (cerca de 8,6 mil milhões Kz). A unidade, localizada na cidade de Mbarara, é a segunda neste país e será gerida pela Nile Breweries Limited (NBL), a filial da SABMiller no Uganda, tendo a construção da unidade começado em Fevereiro de 2012. A nova destilaria da SABMiller tem uma capacidade para 3,6 milhões de hectolitros e posiciona-se para melhor aproveitar o potencial dos mercados africanos. A nova fábrica irá produzir para as marcas Nile Special, Club Pilsener, Eagle Extra, Eagle Lager e Extra Strong Brew.

Moçambique na mira da Imperial A Imperial apontou baterias a Moçambique com o objectivo ambicioso de, a curto prazo, tornar as suas marcas líderes de mercado naquele país africano. Marcando presença na 49.ª edição da Feira Agro-Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique (FACIM), no distrito de Marracuene, a 30 quilómetros da capital, Maputo, o maior produtor português de chocolates, além de reforçar o negócio que já mantém no país, a empresa apresentou já as suas novidades para o próximo Natal. Em conjunto com o maior importador e distribuidor de produtos alimentares, a Tropigália, o seu parceiro local, a Imperial definiu Moçambique como mercado estratégico. Recorde-se que a África Austral, que integra Moçambique, é o mercado que detém o maior peso nas exportações da Imperial.

Carlsberg traz Radler para continente africano A terceira maior cervejeira do mundo (atrás da AnheuserBusch InBev e SABMiller) continua a sua expansão internacional, tendo fechado o primeiro trimestre de 2013 com presença em 24 mercados. A nova aposta da companhia holandesa, que tem uma produção de cerca de 159 milhões de hectolitros anuais e uma quota mundial a rondar os 8,8%, é na Radler, tendo iniciado a exportação da cerveja com sabor a limão durante o mês de Agosto para a República Democrática do Congo.

China abre bolsa para África Numa recente apresentação durante o Fórum de Investimento China-Quénia, o presidente do China Development Bank (CDB), Zheng Zhije, indicou que a instituição já investiu perto de 2,4 mil milhões USD em infra-estruturas e projectos comerciais em mais de 30 países africanos. De acordo com o responsável, os actuais projectos poderão trazer uns adicionais 10 mil milhões USD para território africano. Além disso, o CDB tem empréstimos na ordem dos 18,9 mil milhões USD em África. Segundo dados oficiais das Nações Unidas, o segundo maior investidor estrangeiro do mundo em África colocou perto de 20 mil milhões USD até ao final de 2012, valor que foi acrescentado em 3 mil milhões em 2013. As contas dos analistas indicam, contudo, que este valor deverá ser mais alto, com as contas a suporem um investimento de 30 mil milhões USD por ano nos últimos cinco anos. Certo é que a China se tornou o parceiro comercial principal de África em 2009, com o valor a ascender a 198,5 mil milhões USD, em 2012, e presumivelmente a totalizar 380 mil milhões USD, em 2015.

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