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CI - Cosmetic Ingredients ® Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos Edição 36
Diretor Geral Maurício Gaspari Pupo mauricio@innedita.com Editor Chefe Maurício Gaspari Pupo mauricio@innedita.com Redatores Claudia Meirelles Jelena Cvijic redacao@innedita.com
Índice
Projeto Gráfico Thiago Gimenez Mota thiago@innedita.com Editoração José Messias de Oliveira Diretor Comercial Neto Montagnini neto@innedita.com Marketing Hugo Campos marketing2@innedita.com
06
Papel dos Radicais Livres no Envelhecimento Cutâneo
10
Ciência verdadeiramente eficaz para comprovar o efeito anticelulite
14
Texturas, Pele e Hábitos
15
Nutricosméticos
16
Protetores Solares em Cosméticos
20
Simplificação da Diretiva Europeia
22
Produtos Etoxilados: Mitos e Verdades
28
Carotenoides em Nutricosméticos
33
Lipex® Omega
40
Centella Asiatica GTM
44
Eventos
46
Liporeductyl®
47
Pó de Madrepérola da Polinésia
48
Linha Nanossomas Amazon
50
Instabronze®
53
Pó Esfoliante Tamanu
54
Activespheres Vit C PMg
Revisão Camila Dalla Costa Anúncios marketing@innedita.com Assinaturas vendas1@innedita.com Website www.innedita.com Tiragem 2.000 exemplares
Assinatura 6 (Seis) exemplares anuais. Brasil R$ 150,00 Exterior US$ 100,00 80,00
Av. Francisco Glicério, 2.331 - Jd. Guanabara - Mezanino CEP 13013-101- Campinas - SP - Brasil Fone/Fax: +55 19 3736.6870 www.innedita.com
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IN FOCO
Papel dos Radicais Livres no Envelhecimento Cutâneo Uma Revisão e Update Baseado em Evidências extrínseco eles são formados por fatores exógenos, tais como exposição UV, poluição ambiental e uso de cigarros e álcool.2,3,4 A ‘teoria de envelhecimento causado por radicais livres’ foi proposta em 1956 por Harman et al. e, atualmente, é uma das mais aceitas.2
Radicais Livres: Moléculas ‘Chave’ no Envelhecimento
Legenda. Formação de radicais livres.
A expectativa de vida aumenta constantemente em países desenvolvidos, porém o mistério do processo de envelhecimento continua só parcialmente resolvido. Os avanços da medicina aumentaram significativamente a expectativa de vida: é esperado que nos próximos 50 anos um terço de todas as mulheres do planeta esteja na menopausa. O envelhecimento cutâneo é particularmente importante, pois embora haja aumento de doenças e desabilidade nessa faixa etária, o envelhecimento da pele causa maior impacto social. O ‘relógio biológico’ afeta todos os órgãos, mas os sinais de envelhecimento são visíveis na pele. O conceituado dermatologista norte-americano, Dr Nicolas Perricone, considera a pele flácida e enrugada uma doença que pode ser tratada, e não apenas um resultado inevitável do envelhecimento.1,2
Envelhecimento Cutâneo Intrínseco e Extrínseco O processo de envelhecimento da pele é muito complexo, envolvendo vários mecanismos genéticos, ambientais e hormonais. Podem ser definidos dois tipos desse processo: intrínseco ou cronológico e extrínseco ou ambiental. Os radicais livres têm um papel central em ambos os tipos de envelhecimento. Enquanto no envelhecimento cronológico os radicais livres são formados naturalmente durante processos metabólicos, no 6 | Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos
Os radicais livres são moléculas ou átomos, altamente reativas, que contêm um ou mais elétrons não-pareados, ou seja, ‘sem par’ nos orbitais externos, tornando essa substância altamente reativa.2,6 O oxigênio é um dos mais importantes geradores de radicais livres (RL) dentro do nosso organismo. Essas moléculas são normalmente produzidas pelas mitocôndrias, mas também podem ser produzidos após uma situação de estresse externo. Na prática, toda molécula para ser estável precisa de elétrons pareados na sua órbita externa, quando esse fenômeno não acontece, ocorre a formação de radicais livres.6,7 Tabela 1 - Fontes endógenas e exógenas de radicais livres Endógenas
Exógenas
Respiração aeróbica
Ozônio
Inflamações
Radiações gama e UV
Peroxissomos
Medicamentos, conservantes e estabilizantes
Enzimas do citocromo P450 Dieta e fumo
Os radicais livres são interceptados pela ação de agentes antioxidantes, sistemas enzimáticos endógenos ou quando dois radicais livres se encontram pelo mecanismo de oxirredução.Quando um radical livre ‘rouba’ um elétron de outro elemento, este passa por sua vez a agir também como um radical livre, podendo se constituir assim uma autêntica reação em cadeia.6,7 Um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos do departamento de Dermatologia e Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Michigan, confirmou que a fragmentação de colágeno I, causada pela ação das metaloproteinases, promove estresse oxidativo, tanto na cultura de fibroblastos, quanto na pele envelhecida.11
IN FOCO Tabela 2 - Radicais livres, sistemas enzimáticos que os neutralizam e co-fatores Radicais livres
Sistemas enzimáticos que os neutralizam
Singlete Superóxido Peróxido de hidrogênio
-
Superóxido dismutase (SOD)
Manganês (citosol)Zinco e cobre
CatalaseGlutationa peroxidase
Ferro livre,selênio, cisteína, riboflavina
Radical hidroxila Peróxidos lipídicos
Co-fatores
-
-
-
Glutationa peroxidase
Selênio, cisteína, riboflavina
A ação dos RLs pode promover lesão de várias estruturas celulares, tais como DNA, proteínas e membranas celulares, causando inflamação ou algum outro tipo de reação que possa levar ao envelhecimento cutâneo.2
• O peróxido de hidrogênio hidrogênio, isoladamente, é praticamente inócuo, porém pode se difundir facilmente através das membranas celulares, por exemplo, interagindo com metais de transição, gerando o radical HO•.12 • A forma mais deletéria do oxigênio ao organismo é o oxigênio singleto (1O2) (1O2), pois é a causa ou o intermediário da toxicidade fotoinduzida do O2 em organismos vivos. Em meio aquoso, sua meia-vida é muito pequena e em meio orgânico é maior. Os compostos naturais mais reativos frente ao oxigênio singleto são os carotenoides, devido às múltiplas insaturações conjugadas.12 • O radical ânion superóxido (O2•–) participa de certos processos químicos importantes no contexto biológico. Sua atuação como oxidante direto é irrelevante. Tem importância para as células de defesa e sem ele o organismo está desprotegido contra infecções causadas por vírus, bactérias e fungos. Em alguns casos, age como antioxidante.12
Legenda. Ataque celular pelos radicais livres e lesão da membrana celular.
Tipos de Radicais Livres Os radicais livres são classificados como ROS (espécies reativas de oxigênio) e RNS (espécies reativas de nitrogênio). Os ROS podem ser radicalares (apresentam um elétron nãopareado em seu último orbital: hidroxila (HO•), superóxido (O2•-), peroxila (ROO•) e alcoxila (RO•)) e não-radicalares (não apresentam um elétron desemparelhado: oxigênio singleto, peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso). Os RNS são: óxido nítrico (NO•), óxido nitroso (N2O3), ácido nitroso (HNO2), nitritos (NO2-), nitratos (NO3-) e peroxinitritos (ONOO-).5,6,7,12 ROS
RNS
Radicalares
Não-radicalares
Hidroxila
Oxigênio singleto
• O radical óxido nítrico (NO•) não é suficientemente reativo para atacar o DNA diretamente, mas pode reagir com o radical ânion superóxido, gerando peroxinitrito.12
Estresse Oxidativo: Como Surge? EEm condições normais, existe uma situação de equilíbrio dentro do nosso organismo onde a produção de radicais livres não ultrapassa a capacidade antioxidante do sistema enzimático endógeno e exógeno. As enzimas antioxidantes (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase) junto a moléculas antioxidantes não-enzimáticas (vitaminas C e E, glutationa e ubiquinona) reduzem ou neutralizam os radicais livres.2,6,7
Óxido Nítrico Óxido Nitroso
Ânion Superóxido
Peróxido de hidrogênio
Ácido Nitroso Nitratos
Peroxila
Ácido Hipocloroso
Nitritos
Alcoxila
Peroxinitritos
• O radical hidroxila (HO•) é o mais deletério ao organismo. Devido a sua meia-vida muito curta, dificilmente pode ser sequestrado in vivo. Para neutralizar esse radical livre, é necessário ministrar uma alta concentração de antioxidante para que este alcance o local onde o radical HO• está presente. Existem duas maneiras de controlar a presença desse radical: inibir sua formação ou reparar os danos causados por ele. O ataque intensivo e frequente do radical hidroxila pode originar mutações no DNA.12
Legenda. Neutralização de radial livre por um antioxidante. Em condições normais, a produção de RL (radicais livres) e a AO (defesa antioxidante) estão em equilíbrio.
Quando esse fenômeno de equilíbrio existe, considera-se que existe homeostasia ou um nível de estresse oxidativo. Quando se perde o equilíbrio, ou seja, quando existe um aumento da Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos | 7
IN FOCO formação dos radicais livres que superam 2 a 5% estabelecido pela homeostasia, poderá chegar o momento em que o sistema antioxidante endógeno se sinta insuficiente para poder inibir a sua produção, assim como não poderá existir uma potencialização de sua atividade antioxidante através da alimentação e, neste momento, haverá um desequilíbrio do estresse oxidativo.6,7
Legenda. No estresse oxidativo, a produção de radicais livres é tão grande que a defesa antioxidante torna-se insuficiente. Não há equilíbrio.
Radicais Livres e Estresse Oxidativo Vs. Pele O estresse oxidativo intra e extracelular, iniciado pelos ROS, pronuncia o envelhecimento cutâneo, caracterizado pela presença de rugas e pigmentação alterada.4 Um estudo realizado por pesquisadores franceses confirmou que o peróxido de hidrogênio induziu maior modulação de expressão de genes em fibroblastos, comparado com UVA, promovendo aumento de transcrição em 19,5% vs. 4%, prospectivamente.9 O estresse oxidativo pode promover lesão das moléculas biológicas, incluindo lipídeos, proteínas e DNA, particularmente o DNA mitocondrial. As mutações do DNA mitocondrial estão correlacionadas com envelhecimento, estando essas alterações amplamente presentes na pele fotoenvelhecida.10 A teoria de envelhecimento causado pelos radicais livres postula que esse processo é uma consequência do metabolismo aeróbico que promove a produção de ROS que oxidam constituintes celulares, proporcionando, com o tempo, acúmulo das lesões celulares oxidativas, alterando funções celulares levando ao envelhecimento. Entretanto, na pele, além das alterações celulares, há mudanças na matriz extracelular dérmica.11
Antioxidantes: Defesa Contra os RL Antioxidantes: Defesa Contra os RL De acordo com Halliwell: “Antioxidante é qualquer substância que, quando presente em baixa concentração comparada a do substrato oxidável, regenera o substrato ou previne significativamente a oxidação do mesmo”. Os antioxidantes endógenos (produzidos pelo corpo) são enzimas ou proteínas ligadas ao ferro (transferrina e ferritina), ácido di-idrolipoico e CoQH2. Os provenientes da dieta são: alfatocoferol (vitamina-E), betacaroteno (próvitaminaA), ácido ascórbico (vitamina-C), e compostos fenólicos, em que se destacam os flavonoides e poliflavonoides.1,12 Para proteger a pele, o tratamento preventivo padrão é o uso de fotoprotetores que devem promover a proteção UVA e UVB (1,4). Estudos científicos também confirmaram os benefícios de uso de antioxidantes tópicos, tais como vitaminas C e E, assim como ácido alfalipoico e CoQ10, idebenona, polifenóis, resveratrol e silimarina, entre outros, no tratamento de rugas e hiperpigmentações faciais.2,4
Referências Bibliográficas 1
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Prof. Maurício Gaspari Pupo Legenda. Radicais livres atacam estruturas celulares epidérmicas e dérmicas, além da matriz extracelular.
No envelhecimento também há decréscimo das concentrações plasmáticas de antioxidantes, como a glutationa, e um aumento dos marcadores do dano oxidativo, como os produtos de peroxidação lipídica.3 8 | Revista de Cosmetologia e Ingredientes Cosméticos
Diretor da IPUPO Consultoria em Desenvolvimento Cosmético e Coordenador da Pós-Graduação e MBA em Cosmetologia do IPUPO em parceria com a Unicastelo. Editor Chefe da CI Cosmetic Ingredients Magazine.
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TESTES DE EFICÁCIA
Testes de Eficácia para Efeito Anticelulite Estudo de Macrorelevo, Ultrassonografia, Cutometria e Fluxometria a Laser Apesar da impropriedade do ponto de vista médico, o termo celulite, sem dúvida, é hoje consagrado pelo uso no universo da beleza e estética.
e diminuição da elasticidade da pele. A termografia de contato mostra sinais termográficos de desordem circulatória.
Muitos nomes têm sido propostos no decorrer dos anos como paniculite, lipoesclerose, lipoedema, mesenquimatose, paniculopatia, paniculopatia edemato fibro esclerótica, dentre outros. Uma vez que o processo atinge também o plano dérmico e, nem sempre, evolui para esclerose final, o termo mais adequado parece ser Dermato Paniculopatia Fibro Edematosa (D.P.F.E.), apesar de utilizarmos de modo informal o termo celulite. A afecção acomete 95% das mulheres e localiza-se em zonas muito específicas, predominando na face medial e posterior de coxas e região glútea. É frequentemente associada à lipodistrofia ou obesidade. A gênese do processo se inicia com um desequilíbrio hídrico, consequente da polimerização de mucopolissacarídeos, interrupção ou prejuízo da difusão celular e alteração da microcirculação. Vários fatores contribuem isoladamente ou em conjunto para a instalação ou agravamento do quadro, como: genéticos, raça, gênero, hormonais, emocionais, hábitos alimentares, hábitos tóxicos, sedentarismo, hábitos posturais, alterações posturais e ortopédicas, compressão interna (por vestuário apertado), gravidez, patologias de base, infecções subclínicas e certos medicamentos. A estase venosa decorrente de um ou mais desses fatores produz aumento da permeabilidade capilar, com consequente evasão de líquidos e proteínas de alto peso molecular para o tecido conjuntivo intersticial. Como consequência, ocorre sobrecarga do sistema linfático e formação do edema. O processo pode evoluir para fibrose devido à intensa estimulação fibroblástica que, por sua vez, perpetua a estase venosa formando o circulo vicioso da celulite. Esse processo pode ser classificado em estágios que vão de 1 (um) a 4 (quatro), sendo:
Estágio 1: Fase da Congestão Decorrente da estase venocapilar e edema intersticial. Clinicamente ocorre aumento da pastosidade, plicabilidade cutânea
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Figura 1: Fase da congestão. (Fonte: Revista USP)
Estágio 2: Fase de Exsudação Ocorre quando o edema passa a comprimir as fibras conjuntivas. Clinicamente, evidencia-se palidez cutânea, aumento da pastosidade e plicabilidade, diminuição da elasticidade da pele. O pinch test é negativo. O paciente pode referir discreta parestesia local. A termografia de contato evidencia distermia zonal, hipotermia e formação de ‘lagos venosos’.
Figura 2: Fase de exsudação – (a) em repouso (b) após contração glútea (Fonte: JEADV (2000) 14, 251-262)
Estágio 3: Fase de Reorganização Fibrosa Ocorre formação de micronódulos devido ao processo inflamatório na derme, dando o aspecto de ‘casca de laranja’. O pinch test é positivo. A termografia de contato mostra áreas hipertérmicas de limites nítidos e o aparecimento de micronódulos.
TESTES DE EFICÁCIA As metodologias apresentadas a seguir foram especificamente direcionadas para mensurar a eficácia de produtos cosméticos anticelulite. Estudos mostraram a eficácia de produto cosmético com ação anticelulite contendo retinol, cafeína e ruscogenine quando comparado ao tratamento placebo.1,2,6,7,8,9,10 e11
Macrorelevo da Pele – Profilometria de imagem digital em coxas comprimidas Figura 3: Fase de reorganização fibrosa – (a) em repouso (b) após contração glútea (Fonte: JEADV (2000) 14, 251-262)
Estágio 4: Fase de Cicatrização ou Esclerose Fase de difícil reversão. Há comprometimento severo do aporte sanguíneo com prejuízo na nutrição celular do tecido conjuntivo. Há formação de fibras colágenas espessas, caracterizando o processo esclerótico. O pinch test é positivo. A termografia de contato mostra áreas hipotérmicas de grande extensão, macronódulos e áreas lipoescleróticas, além de grande alteração no fluxo microcirculatório.
A técnica consiste em adquirir fotografias macroscópicas da área externa lateral das coxas. Para acentuar os desníveis da superfície da pele causados pela celulite, um controle localizado de pressão é aplicado às coxas através de uma compressão padronizada de 200g/cm2. Uma incidência de luz é usada para acentuar o relevo e a ondulação da pele. Então, todas as imagens são adquiridas através do uso de uma câmera digital de alta resolução (tipo CCD-RGB). Por fim, as fotografias são tratadas em software de análise de imagens (Visiolog 5.00NOESIS) para análise do macrorelevo da superfície da pele. O parâmetro Rz (rugosidade) do software é usado para descrever em detalhes o relevo cutâneo.
Estrutura da Derme e Hipoderme – Imagem de Ultrassom
Figura 4: Fase de cicatrização ou esclerose – (a) em repouso (b) após contração glútea (Fonte: JEADV (2000) 14, 251-262)
O equipamento utilizado foi uma imagem de sonar Esaote Company (Modelo AU4 AU5) fornecido com uma sonda de alta frequência de 20 MHz com baixa penetração (19 mm no máximo), destinadas à aparência da pele, em especial às camadas da derme e hipoderme. As imagens foram tomadas na face lateral externa das coxas com o auxílio de um sensor tridimensional que exibe as mesmas em tempo real.3
Características Mecânicas da Pele – Cutometria As medidas são realizadas com o equipamento Cutometer® MPA580 ( Courage&Khazaka - Figura 6) sob condições ambientais da sala de teste muito bem controladas (22+/2oC,umidade relativa 50+/-10%) e logo depois de um período de acondicionamento dos voluntários de 20 minutos. O princípio de funcionamento do equipamento baseia-se em medidas das propriedades mecânicas (firmeza e elasticidade) da pele através de uma leve sucção controlada.4 Figura 5: Escala representativa de diferentes graus de celulite em coxa comprimida (esquerda: ausência de celulite, direita: celulite severa). Fonte: Rawlings, 2006.
O primeiro passo no tratamento da celulite deve ser a estimulação da microcirculação e remoção do acúmulo de fluídos, diminuindo o edema intersticial e melhorando a atividade dos fibroblastos, com consequente aumento da lipólise e melhora da oxigenação e nutrição do tecido adiposo. Diversos métodos podem ser usados com essa finalidade, como drenagem linfática manual ou mecânica, aplicação tópica de cosméticos, mesoterapia, carboxterapia, ultrassom, corrente excitomotora, radiofrequência e uso de fitoterápicos via oral, além das orientações sobre hábitos e condições de vida.
Figura 6: Cutometer® MPA 580 (Courage&Khazaka). Fonte: Ecolyzer - 2010.
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TESTES DE EFICÁCIA No equipamento, a instantânea deformação (pressão negativa de 500mbar) é mantida por 3 (três) segundos e seguida também de 3 (três) segundos de tempo de relaxamento. Dessa forma, conseguimos quantificar inúmeros parâmetros da pele antes e após o uso de produto anticelulite. Exemplos:
• Uf: Máxima extensão da pele (deformação total); • Ue: Elasticidade (Ue representa a deformação instatânea da pele imediatamente depois da aplicação da tensão. Este parâmetro reflete as propriedades elásticas da pele); • Uv:
e medir imagens em tempo real da microcirculação, sem a utilização de corantes fluorescentes ou de transiluminação.
Conclusão A associação dos três ingredientes ativos testados foi significativamente eficaz diminuindo o efeito ‘casca de laranja’ da pele quando comparado ao tratamento placebo, ambos com dois meses e meio de uso em 46 (quarenta e seis) mulheres. A microcirculação da pele, cuja disfunção está envolvida na fisiopatologia da celulite, também foi significativa e duradoura, apresentando-se melhor pelo produto ativo em comparação com o placebo. A combinação dos diferentes métodos permitiu a medida dos parâmetros de pele, que mudam de acordo com a aparência da celulite, comprovando uma atividade realmente eficaz para a produto ativo.
Viscoelasticidade, plasticidade ou extensibilidade da pele; • Ur: Retração imediata;
Fluxometria: perfusão da pele com o uso de Laser Doppler ou OPS (Ortogonal Polarized Spectral) Laser Doppler - O fluxo sanguíneo cutâneo foi determinado para cada coxa com fluxometria por laser Doppler (LISCA PIM II). As medições foram realizadas de acordo com o Grupo de Padronização da Sociedade Europeia de Dermatite de Contato. O ensaio foi conduzido sob condições ambientais controladas (22 +/ -2°C, UR 50 +/-10%) após 20 minutos de descanso prévio. A perfusão da pele foi calculada a partir do valor médio dos pixels da imagem (área do quadrado de 6cm x 6cm). A homogeneidade da microcirculação da pele foi estimada pelo desvio padrão calculado a partir do conjunto de imagens do laser Doppler.5 OPS - Groner et al desenvolveu um instrumento portátil, com base na técnica de polarização óptica ortogonal de imagem espectral (OPS), permitindo fácil acesso a uma variedade de leitos vasculares em pacientes. OPS é uma técnica de medição não invasiva que permite observar e registrar a microcirculação da pele. Além disso, muitos outros parâmetros podem ser analisados para avaliar o grau de edema intersticial que é importante na celulite. O mais importante nessa avaliação: os parâmetros funcionais da densidade capilar (FDC), que aumenta em proporção a redução do edema intersticial, a medição do diâmetro da papila dérmica (DPD), o que diminui quando o edema do interstício diminui, e também a medida do diâmetro capilar (DC), que também aumenta com a diminuição do edema no interstício.10 Por meio do uso de dispositivos OPS, com lentes especiais, nós podemos criar uma fonte de luz virtual que penetra dentro de um milímetro o tecido. Quando a luz é absorvida pela hemoglobina (Hb), uma imagem das estruturas iluminadas Hb de transporte em contraste negativo é criado. Este sistema patenteado‘virtual tecnologia de iluminação’ nos permite visualizar
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Prof.
Cassiano Carlos Escudeiro
Diretor Científico do Grupo ECOLYZER Divisão de Estudos Cosméticos (Eficácia e Segurança) e Professor do MBA em Cosmetologia do IPUPO.
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QUÍMICA E COSMÉTICA
Texturas, Pele e Hábitos Muito mais por traz da Celulite Qual é a mulher que já não pensou ou pensa na estética das suas curvas? Afinal, muito mais do que a curva em si, parte da beleza também está em sua textura. Muito se oferece na área cosmética para contribuir com essa textura e estética das curvas femininas, porém, o que muitas não sabem é que não há um único padrão para medir a eficiência das tecnologias aplicadas para este fim. O que significa é que muitas vezes temos alguns rótulos que apresentam números de melhora acima de 80%, porém não necessariamente são números objetivos e sim provenientes de testes subjetivos e de apreciação. Resumindo, com certeza se fossem medidas objetivas, não teríamos estes números tão otimistas. Para outros, além de uma questão sensorial e de apreciabilidade, deve-se determinar de forma objetiva a diferença no relevo inicial e no relevo pós-tratamento, o que com certeza é possível, mas também requer cuidados na escolha do tipo de celulite a ser avaliado, ou seja, para este tipo de medição com imagens digitalizadas via software, só se pode ver benefícios mais diferenciados de tecnologias que se baseiem não apenas em hidratação quando aplicado em voluntários com grau 1 ou 2, se ao invés de aplicar em grau 1 ou 2 forem utilizados voluntários grau 3 e 4, um ótimo hidratante também trará benefícios, mascarando ainda a celulite. O empenho pode ser maior ainda para realmente descobrir se o benefício promovido está sendo atingido, e as técnicas para tanto vão ficando ainda mais sofisticados, podendo-se até utilizar a de Power Dopper para medir a qualidade e a velocidade da circulação na derme. Mas o foco deste artigo é a discussão da química orgânica por trás das tecnologias aplicadas para o tratamento da famosa celulite. Podemos assim destacar o que chamam de mecanismo de ação de alguns ativos. Segue a seguir a discussão e os exemplos de alguns, sob o ponto de vista de uma química:
1- Ação lipolítica Descrita como a quebra dos triglicérides (contidos nos adipócitos) em glicóis e ácidos graxos, atribuida como, por exemplo, à cafeína. Teríamos dois pontos relevantes para o sucesso deste mecanismo: o primeiro em relação ao acesso do ativo até a ca-
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Texturas, Pele e Hábitos Muito mais por trás da Celulite mada da hipoderme, ou seja, teria que atingir os triglicérides que formam os adipócitos(células de gordura) que estão na hipoderme, sendo assim, teria atingido antes a derme, onde temos a microcirculação. Desta forma, não poderia ser considerado um ativo ‘cosmético’ que, por definição, é de ação superficial. Chegamos em um ponto para reflexão entre eficácia, segurança e comprovação científica. O que nos faz pensar sobre certas afirmações de que ao injetar tensoativos, teríamos esta ação. No ponto de vista químico, não quer dizer que a simples presença de tensoativos iria desenvolver sua função emulsificante, outros fatores como sua solubilidade no meio, o ponto de fusão do meio, a energia necessária para o início do processo de formação das micelas, etc, também devem ser considerados.s Outro ponto menos complexo é a especificação do tensoativo, porém ainda mais preocupante e de risco é que o mesmo deveria cumprir os requisitos para uso injetável, e não é o que temos obviamente no tensoativo cosmético cujo uso e aplicação estão longe de serem para uso injetável.
2. Ação de radicais livres Desequílibrio nas reações de oxirredução pela presença de radicais livres. Neste caso, um dos radicais mais reativos que poderiam contribuir para este processo é o radical OH-. Este radical também pode estar associado com processos inflamatórios, por exemplo, que é uma linha de pesquisa da celulite hoje. Este radical também pode derivar de nossa alimentação ou hábitos, como por exemplo consumo de bebidas alcóolicas e de açúcar. Desta forma, uma abordagem multidisciplinar seria uma solução mais ampla para o dilema estético. Fica aqui, portanto, uma reflexão quanto a melhoria da qualidade e texturas da silhueta feminina. Dra. Alexandra Bazito Agarelli Bacharel em Química Industrial, especialista em desenvolvimento de produtos cósmeticos. Atua há mais de 20 anos no mercado. Atualmente, é responsável pela Criar Pesquisas e Projetos Laboratoriais Ltda.
QUÍMICA E COSMÉTICA
Nutricosméticos Muitas Promessas e Poucas Definições na sua Regulamentação deveria ser criada uma nova categoria exclusiva para os Nutricosméticos Muitas Promessas e Poucas Definições na sua Regulamentação nutricosméticos, já que eles parecem não se encaixar perfeitamente em nenhuma outra definição? A grande dúvida que domina o meio científico atualmente é: o que vai determinar a classificação desses produtos como alimentos, cosméticos ou medicamentos: o seu claim de marketing (ou seja, o que eles prometem de benefícios aos consumidores), os ingredientes contidos em suas formulações e suas concentrações ou simplesmente o fato de eles serem apresentados na forma de bebidas, barras de cereal, comprimidos ou em cápsulas? As promessas de cabelos, pele e unhas tratadas seriam claims de saúde ou de beleza?
Estima-se que o mercado mundial para nutricosméticos – produtos de uso oral concebidos para trazer benefícios à pele, unhas e cabelos - já atinja a cifra de US$ 2 bilhões. No Brasil, esses produtos ainda estão emergindo, sendo sua presença muito mais marcante em países da Europa e nos Estados Unidos. No entanto, essa cifra tão chamativa não consegue esconder o fato de que a legislação para nutricosméticos, mesmo em países europeus tão tradicionais no desenvolvimentode cosméticos de ponta, ainda se encontra em uma grande faixa cinzenta, sendo ainda pouco consistente e muito confusa. Apesar de seu visível crescimento nos últimos anos, esse ainda é um mercado bastante jovem, daí a falta de definições no que diz respeito à sua regulamentação. Alimentos, suplementos e bebidas para a beleza não estão no mercado há muito tempo. Cientistas no mundo todo estudam seus mecanismos de ação e potencial, porém, sendo este um assunto ainda bastante novo, as agências reguladoras estão trabalhando para definir e classificar produtos e tecnologias. A grande dificuldade se inicia na classificação de tais produtos: seriam eles medicamentos, cosméticos, alimentos ou
Essas são as complexas questões que as agências reguladoras têm estudado para garantir que tais produtos estejam respaldados pela ciência, evitando erros em suas classificações. Enquanto o assunto ainda não estiver resolvido, a indústria e as agências reguladoras têm trabalhado em análises caso-a-caso; nos Estados Unidos, por exemplo, os casos são submetidos à aprovação do FDA (Food and Drug Administration) e da Federal Trade Comission (FTC), além da análise paralela desenvolvida pela Health Canada. Tais agências têm lutado principalmente contra pequenos players, lançando produtos no mercado com dizeres de rótulos abusivos, tais como “produto clareador da pele” ou “produto bronzeador da pele”. As empresas mais sérias no mercado – como a grande fusão entre Nestlé e e L’Oréal para a criação do famoso Innéov – são mais cautelosas, o que pode ser demonstrado pelo discreto lançamento no mercado desses produtos, não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil e em muitos outros países. Fonte: Cosmetics Design-Europe
P rof rancine LLaurindo aurindo rof.. FFrancine Diretora Comercial da empresa de consultoria Sensiva Soluções em Bem-Estar, Coordenadora e Professora do MBA em Marketing Cosmético do IPUPO.
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LEGISLAÇÃO
Protetores Solares em Cosméticos MS Lança Proposta de Projeto de Resolução para Fotoprotetores no Brasil e Mercosul O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União a Portaria n° 2.466, de 31 de agosto de 2010, sobre protetores solares em cosméticos.
Gabinete do Ministro Portaria Nº 2.466, de 31 de Agosto de 2010 Torna pública a proposta de Projeto de Resolução “Regulamento Técnico MERCOSUL Sobre Protetores Solares em Cosméticos” (Revogação da Res. GMC nº 26/02)”. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e
Art. 4º Findo o prazo estabelecido no artigo 2º desta Portaria, a Coordenação Nacional do SGT nº 11 “Saúde”/ MERCOSUL, por intermédio do NAINT - Núcleo de Assessoramento em Assuntos Internacionais/ANVISA, articular-se-á com os órgãos e entidades que fornecerem sugestões, para que indiquem representantes para discussões referentes ao assunto, visando à consolidação do texto final. JOSÉ GOMES TEMPORÃO
ANEXO MERCOSUL/XXXIV SGT nº 11/P. RES. nº 01/10 REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL SOBRE
Considerando que entre as funções definidas para os produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, se encontram as de proteger a pele e mantê-la em bom estado (Res. GMC nº 110/94);
PRO TET ORES SOLARES EM COSMÉTICOS (REV OPROTET TETORES (REVO GAÇÃO DA RES. GMC Nº 26/02)
Que existem estudos que demonstram os efeitos negativos da incidência da radiação solar sobre a pele e que o envelhecimento prematuro da pele é favorecido por esta radiação;
TENDO EM VISTA: O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto e a Resoluções nº 110/94, 38/98, 26/02 e 56/02 do Grupo Mercado Comum.
Que é necessário estabelecer critérios para classificação do grau de proteção solar - Fator de Proteção Solar (FPS); os métodos analíticos para determinação do FPS e da proteção à radiação UVA, para resistência à água e os requisitos de rotulagem para produtos de proteção solar; e Considerando o estabelecido no Projeto de Resolução nº 01/10 da XXXIV Reunião Ordinária do SGT nº 11 “Saúde”/ MERCOSUL, realizada em Buenos Aires, Argentina, entre os dias 26 e 30 de abril 2010, resolve: Art. 1º Publicar a proposta de Projeto de Resolução “Regulamento Técnico MERCOSUL sobre Protetores Solares em Cosméticos”, (Revogação da Res. GMC Nº 26/02), que consta como anexo. Art. 2º Declarar aberto, a contar da data de publicação desta Portaria, o prazo de 60 (sessenta) dias para que sejam apresentadas críticas e sugestões relativas ao texto. Art. 3º Informar que as sugestões deverão ser encaminhadas, por escrito, para os seguintes endereços: Ministério da Saúde/ Gabinete do Ministro - Coordenação Nacional do SGT nº 11 “Saúde”/ MERCOSUL, Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício Sede, 4º andar, sala 445, CEP. 70058-900, Brasília-DF;
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Considerando:
Que entre as funções definidas para os produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, se encontram as de proteger a pele e mantê-la em bom estado (Res. GMC nº 110/94). Que existem estudos que demonstram os efeitos negativos da incidência da radiação solar sobre a pele e que o envelhecimento prematuro da pele é favorecido por esta radiação. Que é necessário estabelecer critérios para classificação do grau de proteção solar - Fator de Proteção Solar (FPS); os métodos analíticos para determinação do FPS e da proteção à radiação UVA, para resistência à água e os requisitos de rotulagem para produtos de proteção solar. O GRUPO MERCADO COMUM resolve: Art. 1º Aprovar o “Regulamento Técnico MERCOSUL sobre Protetores Solares em Cosméticos”, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução. Art. 2º Os requisitos estabelecidos no Anexo serão de cumprimento obrigatório para as empresas fabricantes e importadoras de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes a partir de 31 de outubro de 2011.