World Fashion 142

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Ano XVIII | R$30,00 Edição 142 - mai/jun/jul 2013

VITRINE

Vamos desmistificar?

ACONTECE MUNDO

na Europa, o inverno 2014 dialoga com a realidade

A empresa cria clientes, a marca cria fãs

Pontos de venda contam incríveis histórias




Hora de mudanças!

mai/jun/jul 13

A

moda, como a vida, muda; e vice-versa. Os últimos acontecimentos que movimentaram a cena do País acenam com a possibilidade das necessárias mudanças, tão requisitadas por todos os níveis da sociedade. Não é de hoje que as lideranças do setor Têxtil e de Confecção – a saber, a Abit, os vários sindicatos do setor pelo Brasil e, por meio deles, as Frentes Parlamentares criadas – estão em diálogo com as esferas governamentais propondo medidas que permitam a volta do crescimento ao setor. Em meados de junho, um encontro em Brasília reuniu a Frente Parlamentar Mista José Alencar para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção, presidida pelo deputado Henrique Fontana (PT/RS), e a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional, presidida pelo deputado Newton Lima (PT/SP). O encontro surpreendentemente contou com a presença de 300 empresários das diferentes regiões do País. Movidos ou não pelas mobilizações ocorridas nas ruas, a verdade é que a causa do setor, pela primeira vez, reuniu um grupo tão representativo, de vozes tão uníssonas. Ali foram tratados de temas referentes a problemas que roubam a competitividade da indústria da moda brasileira e a proposta de um Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC) para resgate do setor. Como sempre, os representantes do setor pediram ao governo atenção maior em relação às “salvaguardas” para a produção de vestuário. A discussão, nesse sentido, continua aberta e vai dando seus passos, enquanto há iniciativas – e muitas – no âmbito individual para otimizar resultados. As feiras continuam pelo território e vão abrindo frentes de negócios no âmbito interno. E a Revista WORLD FASHION, como não poderia deixar de ser, acompanha toda essa evolução dos fatos, como vem fazendo ao longo de 18 anos de atuante presença no mercado brasileiro. A publicação, que nunca se esquivou de falar sobre os rumos da política do setor e sobre a influência dessas decisões sobre a conjuntura setorial, tornou-se sem dúvida uma referência para empresários e outros profissionais do competitivo mercado de moda, como mostram os vários depoimentos publicados nessa edição. A chegada das coleções aos showrooms de pronta-entrega está na pauta da edição, com a escolha de elementos chaves que brilharam nas passarelas das recentes semanas de moda nacionais, tanto no que se refere à roupa como aos acessórios. Trazemos também informações vindas dos desfiles europeus para o inverno 2014, sob o olhar exigente da nossa colaboradora Marina Sprogis. E mais: a parceria com o STYLESIGHT, que a partir desta edição estará presente em nossas páginas de tendências. Compomos assim a edição que abre uma nova etapa da Revista WORLD FASHION que, ao completar 18 anos, ingressa na maioridade – com conhecimento de causa. Eleni Kronka

06 + MOVIMENTO

Os novos rumos

34 +EVENTOS

O segundo

da Alta Costura

semestre confirma o calendário de

08 + VITRINE

lançamentos da coleção INVERNO 2014

A desmistificação de uma vitrine

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+BALCÃO

Enverede-se pelos

Freeway: Qualidade

caminhos de reflexão

e moda no mercado

sobre a “nova moda”

de grande difusão

12 15 19

35 +BAZAR

+COMPORTAMENTO

36 +GESTÃO

A empresa cria clientes... A marca

A força dos Tweens

cria fãs!!!

+FOCO World Fashion 18 anos

38 +SEU NEGÕCIO

“Pibinho” também

+DOSSIE VERÃO 2014 WORLD FASHION traz nessa edição highlights da temporada

em 2013?

40 +ONLINE

O mito do “faça você mesmo” paira sobre o

29 +ACONTECE MUNDO Mix de formas

valorizam acessórios

30 +TENDÊNCIA

A moda dialoga com a realidade

32 +ACONTECE BRASIL

marketing na Internet

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+MERCADO Será que acabou o dinamismo da nossa Economia?

42 +SUA LOJA

Pontos de venda

O desenvolvimento

contam incríveis

passa pela inovação têxti

histórias

www.worldfashion.com.br Diretor: Luiz Cezar Pimentel | Publisher: Yuko Suzuki yuko@worldfashion.com.br Editora: Eleni Kronka eleni@worldfashion.com.br | Colunistas: Antonio Gondim; Arnaldo Rabelo; Carlos Ferreirinha; Edson D’Aguano; Marcelo Prado; Noemi Saga e Paulo Delegá | Colaboraram nesta edição: Henriete Mirrione, Lu Catoíra, Marina Sprogis, Otávio Pereira Lima, Titita Motta Gestão da marca: Céu Branding | Projeto Gráfico e Design: Guilherme Watanabe (Céu Branding) Jornalista Responsável Eleni Kronka – MTB 12.882 | Publicidade Vera Lopes vera@worldfashion.com.br, Eduardo Pimentel eduardo@worldfashion.com.br World Fashion + Varejo WORLD FASHION + VAREJO é uma publicação da World Fashion Editora e Eventos Ltda. Fone: (11) 5535-7709 e (43) 3343-1925. A World Fashion Editora e Eventos Ltda, não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos de seus colunistas. É terminantemente proibida qualquer forma de reprodução do conteúdo – textos, fotos, ilustrações – desta publicação sem a prévia e devida autorização dos editores. Nenhuma pessoa está autorizada a retirar qualquer tipo de material em nome do WORLD FASHION+ VAREJO. Em caso de necessidade, o portador deverá ter em mãos carta assinada pelo editor.o portador deverá ter em mãos carta assinada pelo diretor ou publisher.

Fotógrafo: Osvaldo F. Look da capa: Colcci

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Material impresso na Gráfica Idealiza. www.idealizagraf.com.br



Fundador presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, especializada nas ferramentas de gestão e inovação do negócio do luxo

Angola e Portugal.

www.mcfconsultoria.com.br

os novos rumos dA AltA costurA A renovação faz parte de um processo que nunca deixou de existir no cobiçado território da alta costura, principalmente quando boatos sobre sua extinção se fazem ouvir com colaboração de Roberto Jurgielewicz

E

m um processo cíclico, o constante debate sobre a possível extinção versus o sucesso da alta-costura gera opiniões diferentes em contextos distintos. As previsões apocalípticas que afirmam o fim do haute couture se iniciam toda vez que este segmento sofre alguma movimentação de mercado, como por exemplo, em 2004, quando Ungaro e Versace deixaram de fazer parte do calendário de apresentações – a casa de moda italiana voltou a desfilar sua coleção de alta-costura, a Atelier Versace, em julho de 2012. Protegido legalmente, o termo “alta costura” é uma marca registrada que só pode ser utilizada pelos estilistas que integram o Chambre Syndicale de la Haute Couture (Câmara Sindical de Alta Costura), entidade criada em 1968. Os membros fixos e convidados devem ter um ateliê em Paris responsável por produzir toda coleção, respeitando as regras que são impostas pela Instituição, como número mínimo de fun-

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cionários, apresentar pelo menos 35 modelos para o dia e para a noite por coleção e ter uma loja no Triangle d’Or – o Triângulo de Ouro, formado pela Avenue Montaigne, Avenue Georges V e Avenue Champs Elysées, em Paris. Além disso, avaliam anualmente cada casa de criação revisando a lista dos que devem fazer parte do seleto grupo. O grupo já contou com mais de 100 integrantes, mas, atualmente, apenas 12 marcas podem valer-se do selo concebido pela Câmara, e a grande diferença é que boa parte das casas não são mais originalmente francesas. Valentino foi o primeiro estrangeiro, em 1989, a levar a sua elegância para as passarelas de Paris. Depois dele, Giorgio Armani e nomes como o do libanês Ellie Saab e do italiano Giambattista Valli contribuíram para o ressurgimento dessa instituição francesa que havia sido soterrada pelo prêt-à-porter. Um processo de reconhecimento de talentos globais. A alta costura oferece uma moda ra-

ra, única e feita à mão. A primazia na qualidade, a diferenciação e a atemporalidade das peças faz com que sejam relacionadas muito mais com obras de arte do que apenas com roupas que possuam um alto valor e que sigam determinadas tendências. Os profissionais envolvidos são meticulosos artesãos que precisam ser “apaixonados” pelo que fazem, pois, como já dizia Coco Chanel: “nesta pro�issão, quem não for apaixonado pelo o que faz não realiza coisas belas”. Apesar dos atuais problemas econômicos, a alta costura passa por um período de revivalismo, à medida que a sociedade resgata princípios, tradições e principalmente os mercados emergentes passam a defender valores centrais focados em autenticidade e herança. O desenvolvimento econômico das nações do Oriente Médio e de países como Brasil, Rússia, China e Índia, contribui para o renascimento desse modo de produção. Um artigo publicado recentemente no WWD

apresenta números positivos e uma atitude otimista em relação à perspectiva de crescimento. Cita o aumento do número de clientes asiáticos, o retorno das clientes americanas após a retração vista durante o auge da recessão, além do sucesso do formato mais intimista que algumas maisons adotaram. As atuais coleções são símbolos de novos tempos. Já se foi a época em que os vestidos eram feitos com metros e metros de tecido, agora o preciosismo está na manufatura, no corte, nas técnicas e na escolha dos materiais usados. As roupas aparentam ser mais simples, mas com o mesmo símbolo de exclusividade de outros tempos. É possível afirmar que o haute couture nunca substituirá o prêt-à-porter, mas é ele quem estimula as vendas e traz uma imagem de sonho e poder às grifes. Não existe vanguarda sem tradição, a alta costura é o sonho que existe na moda, onde os designers podem ser artistas. A alta costura é feita de sonhos.

Ilustração: Divulgação

Foto: Divulgação

e premium, com atuação no Brasil, na América Latina, em



A desmistificação de uma vitrine A vitrine, funcional e criativa, é um dos mais eficazes instrumentos que a marca tem de acertar na comunicação com o seu tão almejado consumidor final

Fotos: Arquivo pessoal

por Otávio Pereira Lima

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C

omo detectar problemas em uma vitrine? Qual o filtro a ser realizado para entender o que acontece na mente do consumidor final? Há níveis de agressividade a serem explorados para atrair a atenção de um cliente? Como observar as ações do meu concorrente? Perguntas como estas são formuladas no imaginário dos lojistas e nem sempre se apresentam as melhores soluções e respostas. O ponto inicial a se observar é o imaginário dos consumidores, que muitas vezes é colocado de lado em razão de interesses da equipe comercial ou da parte gestora dos produtos de uma empresa. Na realidade, o equilíbrio entre esses elementos seria um bom começo para estruturar o mais importante canal de comunicação: a vitrine.

Gucci: destaque para

o grande atrativo

a composição de cores

Uma vitrine bem desenvolvida consegue atrair até 20% dos transeuntes que possuem o estilo de vida almejado e desenvolvido pela empresa. Por isso, é importante que o vitrinista ou o gestor da loja, ao desenvolver a vitrine, pare e observe o índice de atratividade. Se ao passar pela vitrine o consumidor-potencial não para e contempla os produtos, é hora de alterá-la imediatamente. Tal pesquisa deverá levar em conta a imagem que as pessoas expressam por meio das roupas que utilizam e objetos que carregam. Não há como uma marca agradar a todos. Se isso acontecer, cuidado: a premissa mercadológica em gestão de marcas é a de que quanto mais bem direcionadas forem suas ações ao segmento de público-alvo, maior a lucratividade. Direcionamento é tudo! Mas, se esses 20% destes clientes observadores (que podemos chamar de enunciatários) pararem, observarem, porém menos da metade não entre, sinal de que há problemas de compreensão da comunicação, normalmente atrelado à qualidade do produto ou ao preço. Há momentos em que o vitrinista desenvolve uma vitrine com uma

Essa é a vitrine na sua versão mais popular e comercial, proposta pela Strawberry.

e para os contrastes.

acuidade estética muito chique, porém os preços estão abaixo da expectativa do cliente, ou o inverso. Isso pode gerar frustração no consumidor final e esta pode ser uma das razões pela qual aquele observador – e cliente-potencial – desiste da compra.

o Foco

Vale a pena indicar um norte para a sua empresa: quanto maior a quantidade de produtos, imagens e informações visuais em uma vitrine, menor o valor percebido pelo consumidor final em relação à experiência de compra. Há exceções, como o caso da vitrine acima, direcionado ao mercado de luxo em moda.

v de vitrine e de vendaS

Vitrine Bergdorf na 5ª Avenida: a composição da cena é fudamental para a compreensão dos consumidores e observadores.

Por último, se metade destes clientes que entraram não pedirem pelo produto da vitrine, há problemas na coordenação dos produtos, ou seja, às vezes o cliente gosta do que vê, mas não se projeta na imagem como um todo. Para detectar este problema, basta observar e escutar o que esse observador diz sobre a vitrine, suas percepções e conclusões. Há a necessidade de impactar o cliente com inovações em composições. Porém, se a estrutura comercial possibilitar duas propostas, uma de leitura mais fácil e uma com a leitura mais elaborada, sem dúvida a eficácia será muito maior. Outro aspecto que merece ser destacado é o cuidado com a poluição visual na vitrine. Em épocas em que o tempo é um fator crucial para todos e é tratado como artigo de luxo, há que se entender o imaginário de um consumidor final e detectar o nível de stress a que é submetido todos os dias. Vale lembrar que a vitrine da loja nunca deverá ser tratada como um “estoque” aparente. Em suma, uma vitrine bem desenvolvida e atrelada aos movimentos de moda e à identidade de marca auxiliará na retenção de clientes e no processo de encantamento que é desenvolvido no imaginário do consumidor final. Observe! Escute! Reflita!

Otávio Pereira Lima é pesquisador, consultor da área de Visual Merchandising e docente da Universidade Anhembi Morumbi.

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O fechamento com zíper ou

Jânio Machado Silva:

velcro é marca

atenção ao mercado

registrada

interno e latino-americano

do conceito Easywear da

Foto: Jânio Machado, Divulgação

Freeway

quAlidAde e modA no mercAdo de grAnde difusão A Freeway, empresa calçadista de Franca, aposta em moda e tecnologia para novas conquistas no mercado calçadista com produtos de preço médio por Eleni Kronka

T

rabalhar com tecnologia de ponta no segmento de calçados masculinos já é algo muito atrativo, quando se trata de buscar novidades dentro desse setor. Melhor ainda quando a inovação tecnológica é idealizada, desenvolvida e aplicada dentro do nicho de produtos voltados ao mercado de grande difusão e de preços mais acessíveis. Aí a fórmula fica completa. Este é, sem dúvida, o diferencial da política adotada pela Calçados Freeway, empresa sediada em Franca e criada em 1989 por Jânio Machado Silva, que faz questão de frisar o interesse pela inovação quando se trata do perfil da empresa. O empresário, médico ortopedista por formação, assinala que esse sempre foi o propósito da companhia desde a sua criação. “A Freeway é totalmente vertizalizada, o que garante o controle da operação, desde a produção do couro até a logística da distribuição”. Desde a unidade de produção em Franca (SP), onde emprega 315 funcio-

nários, até a filial da fábrica em Jacobina (outros 340), no interior da Bahia, a Freeway tem o domínio da qualidade, associada à informação de moda presente em todas as linhas e coleções.

eaSYWear

A Freeway realiza um intenso trabalho dentro e fora de seus domínios; isto é, ouve o mercado e participa de ações externas (como feiras nacionais e internacionais), levando para o seu núcleo de criação e desenvolvimento as informações captadas. A partir dessa postura, a empresa criou e lançou o conceito Easywear para seus calçados. O empresário destaca o conceito “flex.i.lev” (flexível, inteligente e leve), lançado como proposta para 2013. Trata-se do sistema de fechamento do sapato por meio de velcro ou zíper estrategicamente colocados nas peças. Os sapatos podem até levar cordões e cadarços, mas esses têm função estética. Como assinala Jânio Machado, a Freeway “acabou com a complicação das amarrações”.

O empresário comenta que o solado, com apenas 185 gramas, é ultraleve e com desenho articulado, o que oferece grande flexibilidade e conforto no caminhar. Para evitar o atrito com os pés, a costura foi projetada para ficar do lado externo do sapato, contornando o cabedal, sobre o solado, “o que deu estilo e personalidade ao produto”. Já os furos da palmilha e as passagens de ar “permitem o controle da temperatura e da umidade. Isso somado à �lexibilidade, leveza e maciez completa o total conforto do produto”, diz o fabricante. Além disso “todo o design permite o estímulo da circulação, deixando a articulação dos pés em forma”, assegura, a partir de sua formação médica. Tudo isso sem contar o acabamento especial dado ao couro nobuck wax, isto é, couro encerado que garante firmeza e intensidade de cor, resistência e acabamento perfeito. Atenta à comunicação por meio de diferentes canais, a empresa criou um vídeo para levar ao público o conceito. A sinergia entre conceito, produto e a própria mensagem foi tal que o filme (de 16 segundos), criado pela Sanfona Filmes, de Uberlândia, foi um dos indicados para o Prêmio Profissionais do Ano® da Rede Globo.

negócio Familiar

Couro nobuck wax garante maciez, fixação de cor e durabilidade ao produto

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Desde o início, a Freeway atua em torno de um núcleo familiar, em que estão os irmãos Jânio e Wayner Machado, este proprietário do Curtume Tropical. A sociedade entre os empresários e a

parceria entre as respectivas empresas é o que garante, por exemplo, que a Freeway tenha fornecimento garantido de couro e de qualidade. O investimento na produção do couro, desde 2007, tem sido de R$ 20 milhões, o que assegura o fornecimento da matéria-prima. O Curtume Tropical apresenta portfólio com cerca de 200 produtos, sendo que 30% deles destinam-se à linha de produção da Freeway. Isso possibilitou à empresa apresentar em 2012 um crescimento 5% maior em relação a 2011, com um faturamento da ordem de R$ 92 milhões. “A meta para 2013 é chegar aos R$ 100 milhões com a venda de 1,8 milhão de pares de calçados”, anuncia Jânio Machado. O empresário afirma que o mercado interno continuará sendo a força de vendas da companhia. Ele atribui à crise internacional e ao câmbio do real até há pouco tempo valorizado em relação ao dólar o motivo pela redução de 30% nas exportações. Já a atual valorização do dólar gera, segundo ele, boas perspectivas de retomada de antigos patamares de vendas ao mercado externo. Segundo Jânio Machado, as exportações da Freeway devem representar de 15% a 20% do faturamento de 2013, com especial atenção do mercado latino-americano. Países como Bolívia, Cuba, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Arábia Saudita e Emirados Árabes já são clientes internacionais da empresa.

perSpectivaS

Ainda na área internacional, a Freeway acaba de fechar vendas com a rede colombiana Spring Step, composta por 270 lojas. A venda inicial será para 20 lojas, segundo informa o gerente de Exportação da Freeway, André Ferreira. A Colômbia é um mercado reconhecidamente fechado no setor calçadista, por ser autossuficiente no fornecimento do produto e ter um consumidor fortemente influenciado pelo gosto americano. Ainda assim, Ferreira avalia que há grande potencial para expandir a presença da marca Freeway não apenas dentro da rede Spring Step como junto de outros varejistas de calçados. “A Colômbia é uma vitrine muito importante para nós dentro da América do Sul”, avalia. Já estão programados apoio de comunicação da marca nos pontos-de-venda, suporte para montagem das vitrines e treinamento das equipes de vendas sobre os diferenciais dos produtos. Além do contrato com a rede colombiana, outros contratos estão em fase adiantada de negociação, o que permitirá encerrar 2013 com alta de 20%.



Foto: Gui Benites

por Arnaldo Rabelo

Consultor em marketing infantil e licenciamento de marcas.

Foto: Dreamstime

www.rabeloeassociados.com.br

A forçA dos tWeens Os chamados tweens já opinam, têm poder decisor de compras e deverão representar, em cinco anos, um contingente de 38 milhões de novos consumidores informados e antenados

M

uitas marcas de produtos infantis buscam atender a crianças de todas as idades, de bebês a pré-adolescentes. Cedo ou tarde percebem que o apelo da marca não funciona igualmente em todas as fases. A criança muda muito na medida em que passa a uma nova fase de seu desenvolvimento. Essas mudanças afetam não só suas habilidades e conhecimentos, mas seus valores, necessidades e desejos. As necessidades das crianças de 0 a 2 anos de idade, por exemplo, estão relacionadas à sua forte ligação com a mãe e à percepção do mundo que a rodeia através de seus sentidos. Já as crianças de 3 a 7 anos começam a ser influenciadas por fatores sócio-culturais e têm como pontos mais característicos sua grande imaginação e busca de compreensão

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do mundo. Suas necessidades estão relacionadas à busca de maior autonomia em relação à mãe e conquista intuitiva de algum tipo de poder e controle para sua vida, muitas vezes exercitado através da figura de heróis e personagens fortes e poderosos. Mas uma grande mudança – ou ruptura – começa a acontecer por volta dos 8 ou 9 anos. A criança começa a compreender melhor as regras e os papéis sociais e conquista muito mais autonomia. Para assegurar sua posição de criança ‘crescida’, rejeita tudo que é característico de sua fase anterior, inclusive marcas muito infantis. Sua referência agora são os adolescentes. Ela negocia as compras de seus produtos, chegando até a ser decisora da aquisição de muitos deles. Aqui começam os problemas das marcas infantis. Os americanos até inventaram uma

palavra para nomear essa criança que está entre a fase caracteristicamente infantil e a adolescência: tween. A palavra vem de uma junção de between (entre) e teen (adolescente). Os tweens de hoje são uma geração verdadeiramente conectada: já nasceram na era da internet. Movimentam quase 2 trilhões de dólares no mundo. Os das classes AB teclam habilmente em seus laptops, jogam nos tablets, falam com os amigos pelo Facebook e escutam a música que baixaram da internet em seus celulares. Uma pesquisa do Cartoon Network mostrou que 74% dessas crianças jogam games online e 72% navegam na internet quase todos os dias. A maioria faz várias coisas ao mesmo tempo: lição de casa com internet, bate-papo com música, e-mail com TV. Aliás, 90% delas ainda gostam muito de assistir televisão, mas a

internet tem crescido na preferência. Mesmo que o seu produto seja para jovens ou adultos, é bom não esquecer os tweens. Uma pesquisa da Millward Brown mostra que cerca de 80% dos produtos dos adultos têm nesse grupo fortes influenciadores de consumo. Além disso, em cinco anos eles serão o grupo com maior poder de compras. Estamos falando de 38 milhões de pessoas. Mas a maneira de se comunicar com eles mudou muito. Com esse público não cabe monólogo. Criar canais bidirecionais de comunicação, estabelecer diálogos e dar recursos para que se expressem são a melhor forma de se relacionar com eles. Apesar de dominarem a tecnologia, valorizam a segurança e a família. Se você acha complicados os recursos dos tweens, fale com seu filho de 9 anos. Ele poderá lhe dar uma aula...



Inspirado na obra de Daniele Buetti, com sua devida autorização. Foto : G. Defaix

São Paulo - 10-11 Julho 2013 - Expo Center Norte - premierevision-saopaulo.com Paris - 17-19 Setembro 2013 - Parc d’Expositions Paris-Nord Villepinte - premierevision.com N E W

Y O R K

_

S Ã O

P A U L O

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P A R I S

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M O S C O W

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S H A N G H A I


“Tanti, tantissimi auguri World Fashion, que sempre fez e ainda faz parte de minha vida profissional e pessoal!!! Um grandíssimo abraço”, costanza

“A World Fashion, com seu papel de retratar, noticiar, avaliar e refletir sobre o caminho de desenvolvimento da moda nacional, está em sintonia com a missão da ABEST de promover o design autoral brasileiro. Em minha opinião, o trabalho da revista é essencial para unir e informar a cadeia produtiva e o varejo de roupas, calçados e acessórios. Esses 18 anos da World Fashion traduzem conquistas para a moda brasileira que garantem a evolução e profissionalização do setor como um todo.”

pascolato, editora de moda

Fotos: Divulgação

valdemar iodice, presidente da aBeSt (associação Brasileira de estilistas).

aguinaldo diniz Filho presidente da aBit (associação Brasileira de indústria têxtil e de confecção)

“A World Fashion foi um marco e é uma referência no jornalismo de moda no Brasil. O editores criaram um veículo segmentado que abordava com extremo profissionalismo os negócios de moda, capaz de falar com a indústria e o varejo. Assim como o setor têxtil e de confecção enfrenta diariamente grandes desafios, a World Fashion também tem sido uma guerreira no mercado editorial.”

A revista World Fashion surgiu a partir do desejo de três grandes empreendedoras – Maria Helena Castilho, Yuko Suzuki e Teresa Cristina Pricoli – de tornar a informação de moda acessível a todos os que fazem da moda um grande campo de trabalho e de difusão da cultura. Ao completar 18 anos, a publicação renova sua proposta de atender ao mercado com o mesmo cuidado e minucioso trabalho de interpretar os fatos e oferecer novos direcionamentos aos que constróem a história contemporânea da moda e da indústria da criação no Brasil por Henriete Mirrione

“Só é possível construir uma indústria sólida quando temos uma imprensa atuante, trabalhando com qualidade e ética, e sempre atenta às movimentações do setor. A World Fashion é um exemplo disso. Parabéns à publicação pelos 18 anos.”

rafael cervone, diretor executivo do texbrasil (programa de exportação da indústria da moda Brasileira), desenvolvido pela abit em parceria com a apex-Brasil. “Parabéns a toda equipe World Fashion pelos 18 anos de trabalho e compromisso com a moda brasileira. Em nome de todos os estilistas que já passaram pela Casa de Criadores, e também dos que fazem parte do line up atual, agradeço especialmente pela atenção dedicada ao evento. Foram muitas capas e páginas apresentando nossos novos estilistas e servindo como uma importante plataforma de divulgação para o desenvolvimento destes a cada temporada.”

andré hidalgo, empresário, idealizador e responsável pela casa de criadores.

alfredo emílio Bonduki, presidente do Sindtêxtil-Sp

“A World Fashion ocupa um espaço importante na comunicação de moda. Ela faz a interface entre parcela importante da indústria e do varejo. A saudosa Maria Helena Castilho fez uma revista que hoje, completando 18 anos, ainda é referência nos negócios e para o mundo têxtil.”

paulo Borges, empresário, organizador e idealizador do São paulo Fashion Week

“A World Fashion faz parte da minha história no mercado de moda, seja pelas capas incríveis em que mostrou meu trabalho logo após os desfiles, ou pelas matérias extremamente construtivas abordando mercado, fusões, tendências e muito mais, servindo de referência para este nosso mercado, ainda tão novo e em construção.”

amir Slama, designer e empresário

Foto: Paulo Reis

“Desde que foi criada, a World Fashion cumpre heroicamente o desafio de registrar com seriedade o dinâmico mundo da moda brasileira, buscando sempre uma visão mais profunda, a informação mais detalhada e um ângulo que escape da mesmice. Parabéns pelo dever sempre bem cumprido.”

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“A World Fashion é um ícone editorial de nosso setor, pois nestes 18 anos retratou com muita seriedade e profissionalismo as dificuldades, avanços e conquistas de nossa indústria brasileira de moda. Pode ser considerada até um patrimônio de nosso segmento. Foi através desta publicação que as parcerias entre indústria, varejo, designers e inspirações foram muitas vezes fortalecidas. Que venham outras décadas de aniversário!”

“Fico sempre muito feliz de ver o sucesso dos amigos, e quando Yuko Suzuki, que criou essa bela revista junto com a inesquecível Maria Helena Castilho, com tanta garra e dedicação, sobrevive neste mercado tão competitivo com tanta bravura e determinação, só posso dizer: parabéns pelo

ana Flôres, diretora da new Stage evento, promotora do Salão moda Brasil.

belo trabalho que você e sua equipe têm conseguido realizar e proporcionar para nós leitores e seguidores de sua publicação. Que esta data marque mais uma nova fase, de muito sucesso. E obrigada pelo apoio de sempre.”

júlio viana, empresário e promotor da Fenim Feiras de negócios.

“Parabéns World Fashion pelo belíssimo trabalho realizado ao longo destes 18 anos, sempre incentivando a moda brasileira em páginas e páginas da revista.”

“Lembro-me como se fosse hoje… Maria Helena, Yuko e eu, em Belo Horizonte, tomando café na Casa Bonomi. Maria Helena se foi, Yuko permanece com toda experiência e conhecimento do que é ser editora de uma revista como World Fashion. Sensibilidade, profissionalismo e simplicidade fazem parte dessa marca, e é o que mais prezo em vocês. Vocês falam da moda como ofício, o que faz do World Fashion uma publicação diferenciada!”

mary arantes, designer e empresária

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Foto: Edson Pelence

lino villaventura, estilista

“Num país onde o mercado editorial está cada vez mais comprometido em virtude a internet e das tecnologias, ter um veiculo segmentado que comemora 18 anos é sem duvida prova de competência e confiança conquistada no mercado. Parabéns equipe World Fashion pela seriedade com que sempre atuou no mercado de moda brasileira, por ter sempre nos fortalecido e expandido nossas fronteiras por meio de suas páginas, sempre tão aguardadas. Lindo trabalho!”

indhira pêra, diretora da new Stage evento, promotora do Salão moda Brasil.


“Lembro-me com orgulho do primeiro desfile em que fui capa com um vestido de veludo marrom. Essa edição, que guardo com muito carinho, está no meu portifolio até hoje e me ajudou muito a buscar patrocínio. Acredito que a atuação da World Fashion ajudou a estabelecer um padrão de jornalismo segmentado, voltado para a cadeia têxtil. A divulgação do trabalho de designers por meio das capas deu o impulso que todo novo empresário precisa para se sentir confiante e capaz.”

“A INVISTA parabeniza a revista World Fashion pelos seus 18 anos! São quase duas décadas trazendo informação de valor para toda a cadeia têxtil e apresentando para o mercado as principais tendências da indústria da moda. Desejamos vida longa e muitas novas e interessantes edições a serem publicadas!”

Samuel cirnansck, estilista

“Tenho um grande carinho pela World Fashion, um veículo que acompanha a minha trajetória desde o início — afinal, começamos quase juntos — e que se mostrou sempre aberto e interessado na minha leitura de moda como vetor cultural. Parabéns a toda equipe! Sejam bem-vindos à maioridade.”

ronaldo Fraga, estilista.

lilian pacce, jornalista.

Foto: Fernanda Nasser

“A World Fashion teve um papel muito importante no cenário recente da moda porque acompanhou de perto a profissionalização do setor nos últimos 20 anos.”

Foto: Aurea Calcavecchia

andrea martins, diretora de marketing da inviSta.

www. . org.br

A casa da

indústria

da moda brasileira 17


caf茅 bule no

fashion denim

29 a 31 Outubro/2013 Serra Park Gramado - RS 9h - 19h

INVERNO

2014

Evento dirigido a Jeans, Complementos e Acess贸rios 18


ellus

animale

Verão 2014 é palco requintado As coleções do Verão 2014, lançadas pelas marcas formadoras de opinião durante as semanas de moda do país, chegam muito em breve às vitrinas nacionais. E prometem encher os olhos e aguçar o desejo dos consumidores, passando antes pelo olhar bem treinado dos varejistas que cada vez mais atuam como elo de ligação e de informação com o público. A WORLD FASHION traz nesta edição highlights da temporada, que prima pela feminilidade e refinamento dos lançamentos forum

Por Eleni Kronka

Fotos: Osvaldo F.

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acqua studio

tufi duek ellus

uma

o branco traz a sofisticação

O branco é a cor que impera no cenário do verão 2014. Não importa o estilo, nem o segmento ao qual a marca se destina: a cor que simboliza paz e pureza é também o link da moda da estação com o desejo de sofisticação. Para isso, são escolhidos materiais de aspecto nobre e toque, em geral, suave. Assim as peças ganham fluidez, seja nos vestidos longos ou de comprimento médio, seja nas calças levemente afuniladas e nas pantalonas. O branco está nas criações dos ateliês antenados com a moda, bem como nas marcas de grande difusão. Está na roupa de festa e nos modelitos da balada. Tudo isso para receber a estação mais longa, mais colorida e iluminada dos trópicos, e para sinalizar que também através da roupa podemos exteriorizar o desejo de ver e viver dias melhores ao nosso redor.

lino villaventura

cori

forum ronaldo fraga

rodrigo rosner

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lino villaventura bianca marques ALEXANDRe HERCHCOVITCH

cori

com o toque metalizado adriana degreas

Das passarelas internacionais chegou o recado de que o Verão 2014 vem com efeitos metalizados, iridescentes, perolados e com efeito especial de brilho nas superfícies. De certa forma, é uma interpretação do luxo, sob o viés contemporâneo, coma intenção de democratizar a informação de moda, por meio de materiais de aspecto nobre e bastante tecnológico. O efeito metalizado pode estar em tecidos fluidos, como também nos mais encorpados, por meio do qual são trabalhados os muitos volumes que dão formas às roupas da estação. Da cartela de cores fazem parte, logicamente, o prata e o dourado, mas há espaço também para novas harmonias, calcadas nas variações de rosa, uva, verdes e azuis. O efeito metalizado, que cai tão bem na moda festa, enriquecendo a roupa para noite ou para ocasiões mais formais, está presente também no dia-a-dia, possibilitando combinações de materiais de diferentes texturas – do mais opaco até o tecido com efeito de leve transparência.

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adriana degreas

Equilíbrio e geometria

coven andrea marques

A temporada de verão 2014 reedita os clássicos sempre requisitados da moda, feitos de listras e outros padrões geométricos. As listras são sinônimo, em geral, de equilíbrio e elegância, enquanto que as demais formas geométricas, emprestadas dos grafismos que povoam a arte, surgem para dar um tom mais racional à criação em moda. E como a Bauhaus (escola alemã do início do século XX que se tornou epicentro e ícone de transformações no mundo das artes, da arquitetura e do design) está em alta, vem dali a inspiração que pede contraste de cores e trabalho de formas e volumes na peças. Assim, a silhueta passa por nova releitura, ganhando ares contemporâneos.

cori

Têca por helô rocha tufi duek

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triton

cavalera água de coco COCA COLA CLOTHING

cantão

Todas as cores da estação iódice

Todas as estampas são muito bem vindas ao verão 2014! Para espantar qualquer sombra de crise e ameaça de mau humor, elas vêm muito coloridas e, de preferência, promovem uma mistura de padrões. É hora dos geométricos, dos étnicos, dos psicodélicos, abstrados e figurativos que buscam inspiração nos motivos da natureza. As cores são todas e muitas na mesma padronagem, indo das mais vivas e intensas às tonalidades às vezes um pouco fechadas e profundas. A ideia é estabelecer um jogo de contrastes, para que ninguém possa dizer que a moda é sempre a mesma. Em matéria de combinação de padrões, a liberdade de escolha e de associações é muito grande. Há espaço para motivos delicados e arabescos, como para estampas exuberantes de folhagens, flores e frutas coloridas. O fundo do mar também é referência, assim como a fauna, numa permanente recriação da proposta animal print.

osklen maria filó neon têca

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coleção autoral O mundo fashion já se habituou a olhar em direção ao Nordeste brasileiro de onde, mais do que confirmações sobre tendências, surgem vozes e novos nomes que mexem com a criação que se faz por aqui Por Eleni Kronka

S

e há alguma nova marca no mercado nacional de moda, essa marca é Dragão Fashion. Inspirado na figura mitológica do Dragão do Mar que povoa o imaginário dos cearenses, o nome da Semana de Moda que se realiza em Fortaleza hoje significa a reunião de nomes que ultrapassam as fronteiras locais e, mais do que mostrar símbolos e ícones

da região, os reinterpreta para projetá -los na cena da moda contemporânea. Cada um dos mais de 30 desfiles de cada temporada tem algo importante para contar – desde Mark Greiner, Weider Silvério, Ronaldo Silvestre, Jadson Raniere e Ivanildo Nunes, até o consagrado Lino Villaventura, passando pela baiana Márcia Ganem e tantos outros. Não se pode esquecer

os jovens talentos egressos dos cursos de moda, que fazem do Dragão Fashion palco para suas novas propostas e discursos na moda. A World Fashion compareceu a mais uma edição do Dragão Fashion – esta realizada de 13 a 18 de abril, no Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar, para mostrar o verão 2014. Os desfiles, realizados bem depois do SPFW e Fashion

Rio, não ocorrem tarde, nem fora de hora, pois as marcas e seus criadores que ali se apresentam apenas tangenciam as chamadas “tendências” de moda em suas coleções, pois estão mais preocupados com um trabalho e uma reflexão autoral do que com a reprodução de fórmulas acertadas. É assim que o Dragão conquista e confirma seu papel no oceano da criação.

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Fotos: Divulgação

bárbara bela

vivaz

Fatima Scotfield

Moda festa made in Minas Conhecida pela qualidade, a moda mineira dá uma guinada para atender ao mercado que pede roupas mais elaboradas, em franca ascensão Por Titita Motta, de Belo Horizonte

O

segmento de moda festa tem se tornado uma vertente significativa entre as confecções de moda de Minas Gerais nos últimos anos. Razão para isso e voz corrente entre os estilistas e empresários da área está na propalada vocação da região para os trabalhos artesanais e bordados. Porém a consumidora destes vestidos de luxo, em versões prêt-à-porter, demi-couture e ateliê, encontra-se em grande parte fora das fronteiras de Minas: difundiu-se por todo o país, vestindo modelos, atrizes, misses e noivas, ou ainda no exterior. Uma das mais tradicionais grifes do segmento é a Bárbara Bela, lançada nos anos 70 por Helen Carvalho, exímia criadora de bordados e patchworks de rendas. Hoje a empresa é gerida pela segunda geração da família, liderada por Georgiana Mascarenhas, filha da fundadora. Em Belo Horizonte estão a confecção e uma loja própria com toda a coleção prêt-à-porter. Desde setembro de 2012, a marca abriu loja exclusiva em São Paulo, na Rua Peixoto Gomide, nos Jardins.

Segundo Georgiana, a Bárbara Bela teve suas coleções comercializadas no exterior nos últimos 12 anos através show-room parisiense. “Paramos com a exportação para focar no mercado interno, mas vamos retomá-la para o mercado asiático na coleção do inverno 2014”, afirma. A coleção verão 2014 tem como tema o Jardim Secreto e foi lançada em maio de 2013 para o atacado em show-room paulista que reúne várias marcas mineiras do segmento.

Segmentação

A Vivaz, fundada pela estilista Elizabeth Faria em 1998, é mais uma grife que se destaca no cenário de moda festa, desfila suas coleções no Minas Trend Preview, está presente em duas lojas próprias em Belo Horizonte, em 200 lojas multimarcas brasileiras e ainda em pontos de venda da Europa e Oriente Médio. As luxuosas criações da marca são oferecidas em prêt-à-porter, tendo o bordado, as transparências e as rendas como elementos constantes. O

verão 2014 da marca traz a tendência prata em bordados espelhados sobre silhuetas diáfanas. Já Patrícia Nascimento está no mercado desde 1991 atendendo em sistema de atelier clientes para roupas feitas sob medida. Desde 2006 mantém loja da marca em Belo Horizonte e tornou-se especialista em demi-couture. Suas criações luxuosas e sensuais redesenham o corpo feminino especialmente em tule de seda, rendas, sedas puras e musselines. Entre suas clientes famosas estão Juliana Paes, Luciana Gimenez, a cantora country Paula Fernandes e Sophie Charlotte. No exterior está presente em Sandton, na África do Sul, e em Sidney, Austrália. A mais recente entre essas grifes é a Fátima Scotfield, há dois anos no mercado de moda festa com seu próprio nome. Ela aposta nos tecidos nobres como renda, organza, crepe georgette, chiffon, malha de fio natural e bordados, privilegiando modelagem anatômica. O inverno 2013 da marca teve como tema a ilusão, traduzida em transparências e estampas exclusivas.

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Qual a cara do seu

sapato?

“Escolho a partir do meu gosto e do conforto da peça. Posso gastar 30 ou 2 mil dólares num par de sapatos ou sandálias. Em Nova York, como se anda muito a pé, no calor o jeito é assumir as rasteirinhas – prefiro as do tipo “romano’, com tiras e até brilhos –, ou tênis. No inverno, as botas de cano alto têm estilo e protegem do frio. Amo o modelo à la Kate Middeton, de bico mais arredondado. Gosto de dividir sapatos com minhas filhas, de 20 e 21 anos. Já foi o tempo, quando trabalhava no carnaval, das sandálias de plataformas altas. Agora é conforto aliado à moda”.

Nana Gouvêa – atriz, mora em Nova York

“Sou uma ‘bolsamaníaca’, mais do que uma ‘sapatomaníaca’. Mas tenho minhas preferências: nada de baixinhos, pois saltos médios dão mais conforto. Gosto de modelos divertidos, na cor ou na forma. Sapato, pra mim, é investimento, por isso, trato deles com carinho. Tenho até um sapateiro em Ipanema que recicla os couros. Chega uma hora que assumimos um estilo, para além da moda. Confesso que às vezes uso um Converse. Mas não troco por nada os clássicos de salto anabela”.

Eloisa Simão, empresária e produtora de eventos

“Entre todos, tenho predileção pelos bicolores, com detalhes e enfeites. Adoro sandálias, principalmente os modelos trançados e com salto alto para a noite. Como tenho 1,76 m, prefiro saltos de 3 centímetros. E não gosto de plataforma. Aliás, não acho bonito para os pés. Tênis, só para a ginástica ou com jeans, em momentos muito descontraídos. Botas de cano alto e rasas são ótimas, mas para as viagens no inverno.

Lívia Moraes,

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Constança Whitaker –figurinista e produtora de moda

Francisca Bastos, joalheira “Não tenho preferência por estilo, modelo ou marca. Amei um modelo do Christian Loutoutin, que não comprei, por ser caro e desconfortável. Fiquei feliz mesmo foi com a aquisição da Melissa por Vivienne Westwood. Como sou alta, prefiro saltos rasinhos no dia-a-dia. À noite, os saltos não passam de 8 centímetros. Ah: evito plataforma e salto agulha. Adoro botas, principalmente as de montaria. Quanto aos tênis, tenho uns 20 pares: para correr, para a academia, para passear, para caminhar... Como sou difícil de me desfazer das minhas aquisições, cuido trocando solas, cadarços e reidratando o couro”.

Alexia Dechamps, atriz

“Meu complexo de baixinha (1,66m) me faz escolher sapatos de saltos, com até 15 centímetros de plataforma. Bicos arredondados e confortáveis é o que prevalece nos meus três armários de calçados. Sou maníaca, confesso, e todos modelos de sapatos viram meus ‘amores’, o que torna difícil na hora de se desfazer de algum... Compro o que gosto e, de vez em quando, vou atrás de um Chanel, como mimo especial.”

“Dificilmente uso salto. No dia-a-dia agitado, vou de sapatilha de couro bem macio. Mas nada de básico... tem que ser diferente! A moda contribui para minhas escolhas: estampados, coloridos, com recortes e apliques. Gosto de modelos do tipo oxford, topsider e espadrilles com solado de corda. Para eventos formais, prefiro sapatos do tipo Chanel de salto “sabrina” e sandálias de salto grosso – nada de salto fino, pois não sei andar em cima de ‘palitos’... Se faltar no produto informação de moda ou qualidade, entra em cena meu lado produtora e figurinista, o que dará o toque final à composição”.

“Só uso tênis. Para dizer que não tenho sapatos, comprei um modelo na última viagem à Itália, mas a resistência em usar é enorme! Os tênis são das marcas AllStar (descontraídos) e DSquared, mais sociais. Fui apaixonado pelo Puma assinado pelo estilista japonês Murakami, mas a linha descontinuou. Gosto de modelos diferentes, feitos de lona e couro. Calço 43 e quando comprei um amarelo, tinha que ter cuidado na produção das roupas, para que as pessoas não tivessem que tomar Rivotril!”

Carlos Tufvesson, estilista e Coordenador Especial da Diversidade sexual da Prefeitura do Rio de Janeiro e do Conselho Municipal de Moda do Rio

“Eu que adorava saltos altos, delirei com as sandálias com tiras bordadas da Luli Bevilaqua! Mudei meu gosto e optei pelo conforto. Enlouqueci com as espadrilles de uma loja no Marais, em Paris, e trouxe seis pares! Blocos de cor, listras e adereços. Aqui prefiro as sapatilhas da Constança Basto, mas também me rendo ao conforto de um Usaflex bronze, como sapato para a noite. Confesso que invisto em calçados e bolsas para valorizar o visual.”

Ana Maria Ramalho – annaramalho. com.br e Colunista do JB on line Foto: Beti Niemeyer

Fotos: Divulgação

Por Lu Catoira

Acessórios indispensáveis para quem curte moda, o sapatos podem se tornar irresistíveis objetos de desejo. A World Fashion + Varejo fez uma enquete com personagens de diferentes áreas no Rio de Janeiro, para captar a percepção que têm sobre este acessório. O resultado mostra que, na escolha, o conforto é indispensável, associado ao design



Fotos: Divulgação

A 10ª edição do Salão Moda Brasil, realizada entre os dias 16 e 18 de junho no Expo Center Norte (SP), agradou a expositores e lojistas com foco no fechamento de novos negócios. No total, o evento recebeu 21 mil visitantes de todos os estados brasileiros, que conferiram de perto lançamentos em moda íntima, praia e fitness, disponíveis em 320 estandes, desfiles de moda e exposição temática Beachwear Show Made in Brazil. Maior evento do gênero da América Latina, o Salão Moda Brasil reúne fabricantes de grande e médio porte que potencializam no evento abertura de novos mercados e fechamento de pedidos, que abastecerão as vitrines de Primavera/ Verão 2014. É o caso da Del Rio, que durante o evento abriu novos pontos de vendas no Mato Grosso, Belo Horizonte e interior de São Paulo, além de registrar crescimento de 40% a 50% em vendas. “Esta edição foi muito positiva para nossa marca”, declara Luciana Jacomi, diretora comercial da Del Rio. As empresas Delfa, Tecnoblu e Zanotti, fabricantes de bojos, etiquetas e fitas elásticas, respectivamente, também abriram novos mercados, utilizando a oportunidade do evento também para fidelizar clientes já em relacionamento por meio de palestras e workshops realizados dentro dos estandes. “Apresentamos ao mercado 21 lançamentos de fitas elásticas e o feedback comercial foi instantâneo, fechamos negócios a curto prazo com possibilidades de fechamentos também a médio prazo”, contou o coordenador de marketing da Zanotti, Jonathan Zibetti.

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Bom para a indústria, que registra geração de negócios equivalentes a até três meses de produção durante o Salão Moda Brasil, melhor ainda para o varejo, que trouxe lojistas entusiasmados com as oportunidade do evento, já que muitos fabricantes ofereciam condições especiais de negociação para abastecimento das vitrines de fim de ano. “Com este inverno incerto, aproveitei o Salão Moda Brasil para fechar pedidos de moda praia para minha loja no Litoral Norte, onde pretendo oferecer as novidades aos clientes a partir de setembro”, conta Carolina Ferreira, proprietária da Ferrez Beachwear. A Fashion Store, de Santa Catarina, também visitou o Salão Moda Brasil pela primeira vez e gostou do que viu. A compradora da loja, Viviane Abdouli, apostou na aquisição de lingeries de luxo para sua butique catarinense. “As peças com cristais e pingentes em ouro cravejados certamente agradarão minhas clientes. No Salão, consegui ótimas parcerias comerciais e condições de pagamento para este nicho de mercado”, revelou Viviane. Participaram da 10ª edição do Salão Moda Brasil as marcas Calvin Klein, Darling, Del Rio, Valiseire, Hope, Trifil, Scala, Fruit de La Passion, Mash, Malwee, Cuecas Jog, Lupo, Valfrance, Plié, Body for Sure, Any Any, Marcyn, Alessa, La Playa, Verde Limão, Lichia, R. do Sol, Delfa, R. do Sol, Alto Giro, Un.I Lingerie entre outras. O Patrocínio Gold é da Amni/Rhodia, Patrocínio Silver da Affinitti Berlan, Delfa e Rosset - que estão patrocinando o Salão desde sua primeira edição.


Mix de formas valorizam acessórios

chloé

chloé

dior

O Inverno 2014, apresentado recentemente em desfiles europeus, abre espaço ao clássico, desde que venham com detalhes inovadores no design Pesquisa e fotos: Marina Sprogis, de Paris

chloé dior

Edição e texto: Eleni Kronka

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s acessórios, principalmente os sapatos, também dão um show de passarela. Assim como as roupas, eles têm papel importante nas coleções das marcas formadoras de opinião: são essas marcas, aliás, que dizem o que irá para as ruas, passando antes pelas vitrines antenadas do varejo especializado. A proposta aqui é o inverno 2014, lançado no início do ano em Nova York, Paris, Londres e Milão. Em todas as semanas de moda, fica evidente a proposta dos criadores de valorizar o design, que evidencia tanto formas retas e geométricas (para o cabedal, solado e os detalhes das peças) como os formatos mais orgânicos, com biqueiras arredondadas e saltos que seguem a mesma proposta. Como a intenção foi mostrar o inverno, as botas ganham destaque, desde as as versões de cano baixo até as propostas mais ousadas, com cano alto e trabalhado. Um pouco de plataforma também faz bem para a estação. Junte-se a isso os materiais com as texturas mais variadas, mesclando tons invernais, dos cinzas aos marrons, passando, claro, pelos metalizados, que estão com tudo na temporada. O toque colorido está principalmente nas clutches, trabalhadas nas cores, formas e texturas dos materiais. O inverno 2014 não dispensa os saltos com formatos inovadores e muitas tiras para detalhar os modelos, apontando esses detalhes, ao lado das ferragens delicadas ou bem trabalhadas, como elementos fortes da estação.

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louis vuitton rochas

dries

rochas

Marina Sprogis é fotógrafa sediada em Paris, criadora do site Be My Style (www.bemystyle.com)

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A modA diAlogA com A reAlidAde Menos ostentação e mais simplicidade é a tônica da estação, segundo desfiles realizados há pouco, mostrando que a moda se sensibiliza com a instabilidade política e econômica que paira no momento Por Camila Toledo | Fotos: Divulgação

hide slimane O Inverno 2014 entendeu a crise do mundo. Respeita a crise na Grécia, na Espanha, o atentado de Boston. O mundo não está para luxos exacerbados e ostentações. Talvez, justamente por isso, Hide Slimane criou uma coleção tão simplista em termos de entendimento para reposicionar Saint Laurent no mundo. “Pra quê complicar se eu posso dar o básico repaginado?”, talvez tenha pensado Hide com sua coleção jovem e grunge. Tinha vestidos de boneca, cardigãs relaxados, coturnos, couro em peças rock&roll e camisas de flanela xadrez. E imaginem quanto orgulho ele terá de ver sua coleção copiada exaustivamente pelas marcas fast fashion e espalhada por vitrines do mundo todo! É… Vai ser como um sinal de recreio, com todos aqueles jovens cheios de uma nova rebeldia saudável e musical do grunge invadindo sua praia.

riccardo tisci para givenchy Trilhando o mesmo caminho sem ostentações, Riccardo Tisci para Givenchy resolveu criar uma coleção mais folk sem perder a urbanidade. Colocou o Bambi da Disney em um moletom e deixou ciganas mais descoladas e modernas com maxivestidos combinados com jaquetas de couro desconstruídas. O visual que vai do pop ao luxo criado por Tisci pode ser visto tanto pelos campos de festivais de música como Coachella e Glastonbury como num tapete vermelho.

lanvin Já Lanvin, Valentino e Dolce & Gabbana integram o coro por um mundo com mais fantasia. Lanvin com roupas de espírito despreocupado, mas elegante, e acessórios cheios de sentimento como “legal”, “feliz”, “amor” mas um “ajuda” no meio de tudo isso, mostrando que algo errado existe no ar. Insetos nas estampas e nos broches ajudam a criar o clima de magia.

valentino O desfile de Valentino, apesar do aspecto um pouco austero da coleção, em vários momentos lembrava o fascínio sombrio de conto de fadas. Uma Chapeuzinho Vermelho veio à mente nos tons de vermelho, capas com capuz e look ingênuo. Ou ainda Rapuzel com suas tranças e vestidos longos de estilo medieval. Até noviças rebeldes poderiam ser confundidas ali.

Marni

Mary Katrantzou

Prada

marni, mary katrantzou e prada E o clima de fantasia e mistério continua com Marni, Mary Katrantzou e Prada. Mulheres sensuais em silhuetas ampulheta caminahm misteriosamente por ruas escuras cheias de neblina…

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isabel marant, organic by john patrick, céline e proenza schouler No meio dessa passeata por um mundo melhor, Isabel Marant, Organic by John Patrick, Céline e Proenza Schouler gritavam por paz e silêncio. Suas coleções deliciosamente confortáveis e aconchegante trouxeram cores suaves, tecidos delicados ao toque e peças muito desejáveis.

Organic

Céline AF02_ANWFVarejo_Curvas_Nomina0613 (1).pdf

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7/2/13

9:39 AM

marc jacobs e louis vuitton E, ao fim do dia, nada mais merecido que ir descansar, cheia de glamour, em belas camisolas de seda que saíram da cabeça de Marc Jacobs tanto para sua marca homônima como para a Louis Vuitton.

Peter Pilotto

House of Holland

tom ford, miu miu, house of holland e peter pilotto Talvez, no final de tudo isso a gente possa comemorar com um baile de Carnaval, cheio de excentricidade e alegria como no desfile brilhante de Tom Ford. Miu Miu também resolveu entrar na brincadeira e trazer ousadia e liberdade para sua coleção assim como House of Holland e Peter Pilotto. Pop Art, desenho animado, histórias em quadrinho, grafite coloridos inusitados são as fontes de referência para toda essa alegria contagiante. Tecidos tecnológicos como o neoprene ou com memória ajudam a criar novas formas. Camila Toledo é especialista em Tendências do Stylesight no Brasil.

Louis Vuitton

Marc Jacobs


Especialistas internacionais reuniramse em Fortaleza para o 1º Seminário

Foto: Divulgação

Internacional de Inovação Têxtil.

o desenvolvimento pAssA pelA inovAção têxtil Fortaleza reuniu, em maio, executivos e pesquisadores nacionais e internacionais para tratar do atual quadro da indústria têxtil global Por Yuko Suzuki

O

auditório da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) foi palco, no dia 22 de maio último, para o 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, evento realizado em parceria com Sebrae e Senai e que contou com apoio do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral do Estado do Ceará (Sinditêxtil), tendo à frente o presidente da entidade, Germano Maia, idealizador do projeto. O encontro contou com a participação dos especialistas Yongjiang Shi (de Cambridge, Reino Unido), referência internacional na área de internacionalização da produção de indústrias; do professor e doutor Mário de Araújo (Portugal), graduado em engenharia têxtil pela Universidade de Manchester; Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da

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Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), e de Leah Jorgensen do WGSN, de Londres, que abordou as macro tendências de moda para o Inverno 2015.

o modelo chinêS

Nascido na China, o Dr. Yongjiang SHI é referência internacional na área de internacionalização da produção de indústrias. Faz parte do corpo docente do Instituto de Produção da Universidade de Cambridge, onde ministra aulas teóricas em diferentes sistemas industriais, produção internacional e redes de abastecimento, gestão de operações e supervisão dos projetos industriais. Entre outras atividades, também está envolvido com pesquisas na área de produção global e redes de abastecimento, sistemas industriais e evolução e desenvolvimento colaborativo de relacionamento e gestão em indústrias emergentes.

Há 19 anos na Inglaterra, o pesquisador assinala que a China vem recebendo, desde 1992, investimentos internacionais que geraram as exportações. Segundo Shin, o controle estatal no país no campo da produção passou de 75% para 25%. O desenvolvimento deu-se principalmente na região costeira, ficando o restante do país, aquém do desenvolvimento social e cultural. A China, como assinala Yongjiang SHI, conta com seu próprio modelo de fast fashion semelhante à Zara. Trata-se da rede Meters Bonwe, com 1000 lojas outlets na China com faturamento de US$ 250 milhões em 2003, empregando 20.000 trabalhadores e hoje com 3.000 franqueados. Shin prevê que nos próximos 30 anos a China ainda terá potencial de desenvolvimento nacional com ênfase aos recursos humanos, cada vez mais importante pela quantidade de mão de obra. No entanto, nota-se que algumas produções já estão se deslocando para os países vizinhos, segundo ele.

o mundo e oS BricS

Para o engenheiro têxtil Mário de Araújo, formado pela Universidade de Manchester e especialista em Marketing e Gestão Estratégica e PhD em Ciência de Fibras pela Universidade de Strathclyde, o cenário mundial da moda é balizado por novos e incontestáveis parâmetros. “Com a abolição do sistema de quotas, em 2005, o comércio internacional de têxteis e vestuário mundial sofreu alterações profundas”, comenta. Araújo destaca que, há décadas, europeus e norte-americanos têm deslocado a produção para regiões de baixo custo, resultando em perda de emprego e aumento das importações. “Neste mesmo período sur-

giram empresas com marcas globais, distribuidores e varejistas com marcas próprias substituindo aos dos fabricantes/produtores que dominavam o mercado”, diz o especialista, que hoje atua como perito da Comissão Europeia em Bruxelas (Esco-Textan). Em contrapartida, as empresas passaram a enfrentar como desafios as seguintes necessidades: oferecer competência técnica; encontrar empresas confiáveis quanto ao cumprimento de prazos e, por fim, apresentar preços competitivos. Desde então, houve uma reorganização de empresas, que aprimoraram seus modelos de negócios. Este é o caso da H&M, antes voltada ao varejo multimarcas, mas que hoje possui sua marca, com coleções próprias. A Gant, sueca e global, não tem produção nem varejo próprio, está em crescimento e é cotada na bolsa de Estocolmo desde 2006. O conhecido grupo espanhol Inditex, por sua vez, tornou-se um dos gigantes da distribuição de moda no mundo, detendo as marcas Zara, Pull&Bear, Massimo, Dutti, Bershka, Stradivaus, Oysho, Zara Home e Kiddy’s. Mário Araújo destaca números muito atrativos referentes ao Grupo Inditex, que, em 2012, registrou aumento de 16% em suas vendas. Além disso, mais de 10 mil novos empregos, totalizando 120,3 mil empregados. Os investimentos foram da ordem de 1,4 bilhões de euros, sobretudo em logística, para um faturamente o de 2,3 bilhões de euros, o que corresponde ao aumento de 22% sobre 2011. Outros números sobre o grupo Inditex: 6 009 lojas no final de 2012, isso é, 482 a mais do que no ano anterior. A rede de lojas online continua em expansão,


A D MO

O economista e administrador de em-

os brasileiros são muito conscientes em questões ambientais e de sustentabilidade; no que se refere à indústria têxtil e vestuário a qualidade dos produtos e a organização das empresas é geralmente muito boa; existem excelentes estilistas, mas falta inovação em termos de tecnologia e materiais. No caso do varejo, os números apresentados pela Abit são: Os segmentos dos varejos que mais vendem os vestuários são: lojas independentes (43,7%), lojas de departamento especializados (27,5%), redes de pequenas lojas (14,7%), hipermercados (7,1%) e lojas de departamento não especializados (7%). O segmento me mais importa produtos é o masculino, com 25,1%, seguido pela linha bebe (23,2%), adulto feminino (18,8%), infanto juvenil feminino (15,7%) e infanto juvenil masculino (14,1%), restando 3,1% para os outros artigos. Segundo Fernando Pimentel, estimativa de crescimento das importações do varejo brasileiro, para 2013, é de 22% sobre 2012.

presas Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), trouxe a público no 1º Seminário Internacional de Inovação Têxtil, questões referentes à indústria nacional. Segundo ele, o setor, muito abrangente, apresenta um parque industrial cujos ativos são da ordem de R$ 80 bilhões, formado por mais de 30 mil empresas em atividade, gerando 8 milhões de empregos diretos e indiretos, com faturamento anual em torno de R$ 105 bilhões. No segmento de indústrias da transformação, o têxtil representa 6,8% do PIB, gerando 16,5% de empregos. A produção nacional de têxteis e de vestuário está em 5º e 4º lugar, respectivamente.

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O “case” Brasil

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ser explorados por uma oligarquia de novos ricos recentemente formados”. Mário de Araújo comenta que a África do Sul ”também é um país cheio de contradições e ainda em recuperação da era do apartaide. A instabilidade é evidente apesar de possuir recursos naturais”. O Brasil, segundo ele, é um país “democrático e tolerante, mas também muito protecionista e burocrático”. Ele comenta que o país “é muito rico em recursos naturais e em franco progresso; a emergência da classe C é notória, mas o fácil acesso ao crédito para o consumo pode vir a trazer os mesmos problemas que hoje sofrem a União Europeia, os EUA, entre outros”. Ele assinala a importância dos investimentos em infraestrutura, educação, pesquisa, saúde, julgando que “essa parece ser a intenção da presente Administração”. Araújo também destaca que, em geral, “os brasileiros são muito conscientes em questões ambientais e de sustentabilidade; no que se refere à indústria têxtil e vestuário a qualidade dos produtos e a organização das empresas é geralmente muito boa; existem excelentes estilistas, mas falta inovação em termos de tecnologia e materiais”. Finalmente, o pesquisador português afirma: “Considero o Brasil o mais sustentável dos BRICS, com enorme potencialidade de crescimento sustentável”.

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chegando a 23 mercados, e a administração do grupo propôs na Assembleia Geral aumento de 22%, no dividendo, ou seja, 2,20 euros por ação. O especialista português expôs em sua apresentação no seminário, em Fortaleza, um interessante quadro referente ao grupo dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e ao qual já está sendo incluída a África do Sul. Apesar de falar muito no dinamismo desses países, para Araújo, a maior parte das novas ideias continua vindo dos EUA, no que se refere às empresas de Tecnologia da Informação, como a Microsoft, Apple, Google e o Facebook. A pobreza, segundo Araújo, é elemento crucial quando se trata das condições de crescimento dos países do BRIC´s. “A China não é um país democrático e está cheia de contradições, com um comunismo de mercado que não parece muito sustentável. A revolução cultural destruiu em parte a alma do país e uma cultura milenar”, afirma. Já a Índia, na visão dele, “é um país democrático, mas tem um enorme problema de direitos humanos relacionados com as classes sociais (castas) e o sexismo. É uma cultura muito espiritual e menos materialista”, comenta. A Rússia, por sua vez, “é um país cheio de contradições, pois tem ciência, mas aplicada à indústria de armamentos e ao espaço, em detrimento do bem estar dos cidadãos. O paíse conta com muitos recursos naturais a

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feiras de moda

O segundo semestre confirma o calendário de lançamentos da coleção INVERNO 2014

Foto: Edson Pelence

Em Julho, as feiras Première Vision São Paulo e o Inspiramais apresentam as matérias primas, que estarão nas coleções de vestuários, bolsas, calçados e acessórios. Acontecem também eventos, show room, atacados de pronta-entrega, para atender necessidades dos pequenos e médios lojistas, a divulgação das datas e locais, vocês encontram em nosso site.

evento

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06/08/13

maquintex

ceará

20/08/13

23/08/13

IHRSA-Fitness Brasil

são paulo

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07/09/13

pret-à-porter nordeste

ceará

24/09/13

26/09/13

minas trend preview

minas gerais

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encontro da moda

são paulo

08/10/13

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fitness brasil norte-nordeste

bahia

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fashion rio

rio de janeiro

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spfw

são paulo

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01/11/13

café no bule inverno

rio grande do sul

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salão bossa nova de moda e negócios

rio de janeiro

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fit 0/16

são paulo

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PRODUTOS PARA CALÇADOS

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a nova moda

Não perca a oportunidade de dialogar com autores e pensadores da contemporaneidade para enveredar pelos caminhos de reflexão sobre a “nova moda”

Fotos: Divulgação

O palco, a roupa e o público

Não há ainda um levantamento brasileiro preciso de quantos trabalhos acadêmicos ou publicações tratam exclusivamente do tema traje de cena. Ou figurino, como se costuma utilizar de forma mais generalizada. Um levantamento informal, no entanto, revela que este é um bom momento para as pesquisas nessa área tão híbrida, já que resulta da mistura de muitos elementos. Essa é a proposta dos organizadores Fausto Viana e Rosane Muniz para o livro “Diário de Pesquisadores – Traje de Cena”, lançado pela Estação das Letras e Cores. O traje de cena, importante elo de comunicação entre performer e receptor, traz em si os elementos da antropologia, da etnologia, das artes plásticas e cênicas, da moda, da arquitetura, do design e de muitas outras. Todas essas abordagens podem ser alvo de estudos, e muitas realmente têm sido. Os trabalhos sobre traje de cena no teatro, televisão, cinema, circo, dança, ópera, performance, além das suas relações com a moda, se expandem no país. Aqui, nesse Diário de Pesquisadores, 25 artigos marcam um flagrante das pesquisas que possuem como foco de interesses o que se tem discutido nas universidades.

João Braga relata um século de moda em novo livro

Autor de vários livros, como História da Moda no Brasil - influências às autorreferências (Pyxis, 2012), História da Moda – Uma Narrativa (Anhembi Morumbi, 2004), Reflexões Sobre a Moda (Anhembi Morumbi, 4 volumes), o historiador e pesquisador João Braga faz mais um importante lançamento para incrementar o acervo de quem escolheu a moda um campo de estudo. Trata-se de Um Século de Moda, lançado pela Editora D’Livros, que chegou às livrarias no dia 20 de maio, com texto de apresentação de Gloria Kalil. Em mais esse trabalho, Braga, que é professor de História da Moda, História da Arte, História da Joalheria, Estética e Cultura de Moda na FAAP, na Faculdade Santa Marcelina e na Casa do Saber, contextualiza as mudanças e o desenvolvimento ocorridos entre os anos 1901 e 2000 no Brasil e no mundo, registrando curiosidades, fatos culturais e históricos da moda.

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Foto: Arquivo pessoal

por Edson D’Aguano

Diretor presidente da Consultive Holding.

www.consultive.com.br

A empresA criA clientes... A mArcA criA fãs!!!

R

Ilustração: Divulgação

eza a lenda que o mundo em que vivemos é uma verdadeira selva de signos, de símbolos, de logos e tipos diversos, de “trocentas” procedências, origens e afins. Mundo este dominado por centenas de milhares de pequenas (a maioria), médias e grandes empresas (a minoria), que literalmente espalham suas marcas (marcas???) por todos os cantos e lados desse nosso mundo: pelas ruas, pelos céus, dentro e fora das nossas vidas; dentro e fora de nós mesmos.... Nos alimentos que comemos, nas roupas que vestimos, nos calçados que calçamos, nas casas que moramos, nos remédios que tomamos, nos automóveis que pilotamos, nos equipamentos eletrônicos e/ou domésticos que vivemos, coisa e tal. Reza a lenda ainda, a mais não ser, que o universo institucional das “benditas” marcas é mais profundo do que muitas vezes se imagina. A verdade, verdadeira mesma, é que o consumidor final não faz a mínima ideia sobre o que está “por trás” de uma marca. Do insight à produção. Da ponta do lápis (ou computador) até o ponto-de-venda. Da vitrine até o guarda-roupa. O consumidor final não possui a menor noção dos milhões

gastos e/ou investidos, necessários que são, para construção de uma marca (marca) independente, ainda da complexidade e assertividade obrigatória na inteligência do gestor de mercado.

mudança... a única certeza...

O Brand World é um universo megalômano para poucos competentes, quiçá poucos corajosos. A construção de uma marca (que é marca) exige, aos olhos do fabricante, profissionalismo e racionalidade travestida de “vamo-que-vamo” e emoção aos olhos do consumidor. Pois bem... Acontece que nesse nosso mundo globalizado rotulado de brand equity, de megafusões e aquisições em que muitas marcas se tornam banais, recheadas de telas de mídia no lugar onde deveriam ter valores, é espetacular poder entender a humanidade que se expressa em formas e imagens das “tais marcas”. Marcas essas tão humanas que as pessoas são capazes de “curtí-las”, amá-las, idolatrá-las e venerá-las até o talo numa “vibe” enlouquecida travestida de experiência de uso e se transformando, como por encanto, em formas e conteúdos oníricos de cores, letras e sentimentos mil do tipo emoções, paixões e até ilusões. Meu Deus!!! O segredo de uma marca (que é

marca) não é apenas a sua criação ou sua simbologia ou a sua logotipia, ou o seu slogan... Mais, muito mais do que isso, é o “dircurso” que o designer faz na sua comunicação ao associar um produto e/ou um serviço. Não é o desenho em si da marca que pede possagem; é a competência de galvanizar os valores de uma empresa aos anseios do consumidor alvo é que vale o jogo. O placar não contabiliza os gols e sim o DNA e a identidade do “time” (marca) que entrou em campo.

e o GOODWILL? vai Bem oBrigado?

Quanto vale o “goodwill” (conceito do bom futuro) de uma empresa? Muito se fala do valor da marca, CocaCola, Nike, Apple, Itau, Nestle, Prada, Chanel, Louis Vuitton, Dolce & Gabbana, Gucci, Rolex, Sony, Cartier, Adidas, etc. Há quem diga que é coisa de bilhões de dólares. Certamente a marca que é marca tem mais valor que todas as máquinas, fábricas, imóveis, veículos, estoques e/ou qualquer outro ativo patrimonial. O conceito de valor de uma marca (marca) é composto do nome, do logotipo, de uma cor ou mais, de uma arquitetura gráfica de um produto competente, de uma

comercialização qualitativa e de uma comunicação coerente (PCC) entre a Preposição e a Percepção de uma linguagem específica que impregna todos os atos e momentos em que a marca atinge o seu consumidor alvo. A estratégia para se construir e eternizar uma marca com um alto nível de impacto e recall deve ter um todo, um pacote completo que todos recebem por igual, os mesmos impactos, as mesmas mensagens pois só assim é possível construir um sólido core-business que alimenta uma marca. O curioso é que uma coisa tão velha, tão antiga, como é a construção de uma marca, de repente parece que foi a grande descoberta, a grande novidade, como se ninguém tivesse prestado atenção antes nesse fenômeno. Ocorreu que nos últimos 30 (trinta) anos deu-se pouca importância a esse conceito de marca, isso porque os empresários em geral, os gestores, designers, publicitários e outros setores envolvidos no desenvolvimento de Produtos, na Comercialização e na Comunicação, ficaram prestando mais, muito mais atenção nos fenômenos dos novos comportamentos de compra e uso, no marketing direto, nas redes sociais, no advento da tecnologia da informação e na velocidade da globalização, e em todos esses processos responsáveis que são pela mudança do lifestyle. Todos esses elementos tão novos e poderosos, tão caros e tão difíceis de manipular ocuparam a cabeça dos profissionais por aproximadamente 2 (duas) décadas, muitas vezes até esquecendo o tal conceito de negócio, abordando em segundo ou terceiro plano todo o seu patrimônio visual.

em tempo...

O produto é algo que é feito em máquinas nas fábricas. A marca é algo que é feito na alma do consumidor. O produto pode ser copiado pelo concorrente. A marca não. É única. O produto pode ficar ultrapassado rapidamente. A marca é efêmera. O produto passa. A marca fica. O produto tem ciclo “de” vida. A marca tem o ciclo “da vida”.

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“pibinho” tAmbém em 2013? O cenário econômico não para de mudar e, por tabela, o panorama de negócios da moda exige ajustes permanentes e agilidade notável para que as empresas do ramo mantenham lucratividade e saúde financeira

A

caba de ser divulgada a prévia do PIB brasileiro, da ordem de 0,6% no primeiro trimestre de 2013. O governo previa um índice perto de 1% que respaldaria o discurso oficial de crescimento de 3,5% a 4,5% no ano. Pelo jeito isso não vai acontecer. Se chegarmos a 3%, estaremos no lucro... De quebra, o dólar sofreu uma valorização, passando de um patamar inferior a R$ 2,00 para R$ 2,15. Esses movimentos de mercado atingem o business da moda em dois vetores distintos: A subida do dólar pode dar um refresco à indústria nacional, mas encarece os insumos importados. Já o desaquecimento da economia é má notícia para todos –

comércio, indústria e importação. Na iminência de um “pibinho” também em 2013, é hora de por as barbas de molho e tomar atitudes práticas para garantir o leite das crianças, tais como: a) Ter uma atitude realista em relação às vendas nas novas coleções – Desde 2011, a maior parte dos clientes não tem batido as metas de venda. No passado, eles estavam acostumados a crescer mais que a economia e por isso mesmo, demoram a cair na real. O excesso de otimismo gera altos estoques de coleções anteriores que, ou são liquidados a preço de banana ou apodrecem nas prateleiras, devorando o lucro do negócio;

Foto: Arquivo pessoal

por Antônio Gondim

Antônio Gondim é sócio da Êxito Consultores, consultores tributários da industria da moda.

www.exitoonline.com.br

b) Aproveitar as oportunidades tributárias surgidas no último ano – Recentemente, o business foi beneficiado com algumas medidas como a desoneração da folha de pagamento na indústria e depois no varejo, redução do ICMS dos importados para 4%, aumento do limite do regime do lucro presumido (para 2014), redução do ICMS para 7%, nas operações B2B em São Paulo, dentre outras. Por incrível que pareça, muitas empresas ainda não implementaram esses benefícios ou o fizeram parcialmente, perdendo assim uma oportunidade para dar uma turbinada nos lucros; c) Aproveitar o processo de formalização para adotar outras estratégias de planejamento tributário – Nos últimos anos, temos participado de uma forte tendência à formalização do

setor que, se levada a cabo sem um planejamento tributário adequado, reduz drasticamente a lucratividade do negócio. Paradoxalmente, o business da moda é um dos mais prolíficos para a adoção de estratégias de economia tributária, embora a maior parte dos empresários ainda não tenha atentado para essa necessidade. Em resumo, a máxima de que a única coisa certa na economia é a mudança está cada vez mais presente. Antes, cuidar do nosso próprio quintal era garantia de bons negócios. Agora, temos que estar vigilantes e entender o que se passa em toda a vizinhança, que por sinal muda o tempo todo! Os tributos, que correspondem a quase 35% do faturamento, devem ser gerenciados para reduzir o seu impacto nos negócios, contribuindo para um melhor resultado.

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por Paulo Delegá

No mundo virtual, a concorrência mora ao lado: sites e redes sociais estão, em tese, ao alcance de todos no mercado. Ganha a disputa quem fundamentar a diferenciação no profissionalismo

É

muito fácil para qualquer pessoa, ou empresa, publicar seus textos, fotos e vídeos na Internet. Pode-se ter um site de baixo custo ou uma página, de graça, em uma rede social e publicar o conteúdo que se quiser, a partir do escritório, de casa, ou até da rua, via celular ou tablet. Essa facilidade levou algumas empresas a considerar que o marketing

na Internet poderia ser uma atividade “faça você mesmo”, uma bricolagem digital. O dono da pequena empresa ou o executivo da grande, ou uma pessoa designada no departamento de marketing poderia cuidar do marketing digital da companhia. Bastaria usar uma das ferramentas facilmente encontráveis na Internet e publicar material de divulgação.

Paulo Delegá é diretor da Vendere, agência

Foto: Arquivo pessoal

o mito do “fAçA você mesmo” pAirA sobre o mArKeting nA internet

digital de criação e desenvolvimento de sites e marketing na Internet.

www.vendere.com.br

Outras empresas até contratam uma agência para criar um site, por ser atividade mais especializada, mas uma vez o site no ar, elas mesmas se encarregam de atualizá-lo. Compram um site “atualizável”, com CMS (Content Management System) que permite a alguém da própria empresa dona do site publicar e editar o conteúdo. Digitaliza-se a foto de um catalógo, dá-se um “copiar e colar” de um texto e pronto: site atualizado! Acontece que essa mesma facilidade de publicação gerou uma crescente “superpopulação”: há mais de 3 milhões de domínios (nomes de sites) “.br” e mais de 27 milhões de páginas no Facebook, só no Brasil. No mundo, no Youtube, a cada minuto são acrescentadas 72 horas de novos vídeos (imagine o acumulado disso...). Com milhões e milhões de outros gritando a mensagem deles, é difícil alguém prestar atenção na sua mensagem. Além disso, na Internet a distância entre seu show-room e o show-room

do seu concorrente é só um clique do mouse. No mundo real seu cliente teria que pegar o carro, atravessar o trânsito da cidade, achar lugar para estacionar... no digital, em menos de um segundo, ele vai de um fornecedor a outro. Entendemos e respeitamos a opção de algumas empresas pelo site préfabricado, “semi-pronto” ou “escolha seu site no menu”, para redução do investimento inicial ou a opção pela atualização permanente do conteúdo pela própria empresa, para se evitar o pagamento de mensalidades. Só que não há como obrigar todos os concorrentes a também fazer a opção de baixo custo, nem como impedir o cliente de comparar sites. Na prática, o marketing na Internet é uma guerra feroz pela atenção do internauta. Você decide se luta essa guerra com “armas” que sua empresa mesmo faz, ou se contrata a melhor agência especializada que puder pagar. Seus concorrentes também fazem essa escolha. O mercado decide quem ganha.


por Marcelo V. Prado

Foto: Arquivo pessoal

Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial

www.iemi.com.br

será que AcAbou o dinAmismo dA nossA economiA? Foto: Dreamstime

A conquista de um bom espaço no ponto de venda e no bolso dos exigentes consumidores passa necessariamente pelo alcance de um elevado grau de organização da estrutura, algo que deve ser intensamente trabalhado nos próximos 5 e 10 anos

H

á poucos anos, a conceituada revista norte americana The Economist, publicou uma matéria de grande repercussão, enaltecendo o dinamismo da economia brasileira em meio à crise internacional. A capa apresentava uma imagem alusiva ao Cristo Redentor do Rio de Janeiro, decolando como se fosse um foguete rumo ao Céu. Pois no ano passado, quando ficou claro que o crescimento do país iria ser pífio em 2012, a mesma revista fez duras críticas à gestão econômica do Brasil, chegando inclusive a pedir a saída do ministro Guido Mantega, o que gerou toda a devida indignação do Governo Brasileiro e, em especial, da Presidência da República. Agora a revista volta a afirmar que a nossa economia se encontra em um atoleiro, a caminho da estagnação e da inflação (o que os economistas chamam de “estagflação”) e ironicamente lança um novo lema: “fica Mantega”. Acredita o repórter que ao pedir a saída do Ministro no ano passado, acabou ajudando a mantê-lo no

cargo e, agora, com o pedido de “fica Mantega”, pode ser que ele caia (sic). Ironias à parte, sem dúvida a imprensa, em geral, tende a ser passional em suas matérias e manchetes, reagindo com certa dose de exagero a determinadas situações. Nossa economia

cresceu muito a partir do final de 2009, turbinada pela disputa presidencial de 2010, o que foi traduzido pela imprensa do país e do exterior, quase como um “novo milagre” brasileiro. O PIBinho de 2012 e a lenta reação da economia, neste início de ano, supõe que novamente o crescimento será baixo, dado o fraco nível dos investimentos, em especial no segmento industrial e de infraestrutura. Bom para o setor de moda que o consumo das famílias venha apresentando maior crescimento nestes primeiros meses, beneficiado pelo aumento dos salários, do emprego e da melhoria na distribuição de renda. Ainda assim, não acredito que seja o suficiente para estimular uma grande expansão das indústrias de moda no país. Mesmo o aumento da taxa cambial nos últimos meses, que sempre gera um incentivo ao aumento das vendas dos produtos nacionais, frente aos importados, deverá ter efeito reduzido no fomento do setor. Afinal, o aumento do dólar pressiona todos os custos de produção dos artigos nacionais, eliminando parte da vantagem esperada, e o que é pior, juntamente com o aumento da inflação interna, subtrai parte do poder de compra dos nossos consumidores, desaquecendo o mercado na ponta.

indicadoreS econÔmicoS do veStuário

No setor do vestuário, as vendas do comércio varejista avançaram em março. Em volumes físicos a alta foi de 26% e, em valores de venda, de 25,6%. No acumulado do ano, de janeiro a março de 2013, houve alta de 9% nas receitas e de 4% nos volumes. A produção nacional destes artigos, em número de peças

Enfim, voltamos ao nosso mundinho, aquele com o qual nos acostumamos na última década: mercado sobreofertado, muita concorrência de preço nos produtos básicos, muita inovação a preços competitivos nos produtos importados, o tradicional canal multimarca pressionado pela expansão das grandes redes de departamento e dos shoppings centers, representantes infiéis, trabalhando com diferentes pastas e comissões que chegam a 10% das vendas... ou seja, nada de muito novo. Por isso, estou convencido de que para que uma marca possa crescer de forma sustentável no mercado de moda do Brasil, no momento em que a economia de hoje não apresenta dinamismo suficiente para impulsionar a demanda a um ritmo em que haja espaço para todos, a tendência é caminharmos para uma consolidação do segmento, na produção e no varejo, com um aumento expressivo da participação de mercado dos grandes players. Afinal, o grau de concorrência que deveremos alcançar entre os próximos cinco e dez anos será tal que, sem um elevado grau de organização e estrutura, será difícil conquistar espaço no ponto de venda e no bolso dos consumidores, cada vez mais endinheirados e exigentes.

confeccionadas, avançou 27,3% em março com relação ao mês de fevereiro. No primeiro trimestre de 2013, apresentou redução de 7,1% sobre o mesmo período de 2012. As importações brasileiras de roupas, por sua vez, cresceram 15,5% em março e acumularam alta de 2,6% no ano. Já as exportações cresceram 8,9% no mês, ante um recuo de 5,1% no ano.

deSempenho veStuário

variação no mêS 1

variação anualizada 2

vendaS no varejo (r$)

25,9%

9,0%

vendaS no varejo (peçaS)

26%

4,0%

produção induStrial (peçaS)

27,3%

-7,1%

importaçÕeS (uS$)

15,5%

2,6%

exportaçÕeS (uS$)

8.9%

-5,1%

Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) mar. 2013 / fev. 2013 (2) janeiro-março 2013 / janeiro-março 2012

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Diretora de Criação da Nomina Design, Foto: Arquivo pessoal

escritório especializado em projetos completos de loja e identidade de marca no varejo.

www.nominadesign.com.br

Pontos de venda contam incríveis histórias Como transmitir em um espaço físico – a loja - a rica história de uma marca que foi construída como num conto de fadas?

P

or trás da etiqueta norte-americana de jeans Raleigh existe uma fascinante história de construção de marca, cujo produto é trabalhado até o extremo da produção artesanal.

Era uma vez...

Em 2007, um casal de estudantes da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, adquiriu duas máquinas de costura e começou a produzir peças de jeans, artesanalmente, em seu pequeno apartamento. Em pouco tempo, em 2009, Sarah e Victor Lytvinenko já estavam fazendo sua primeira entrega para a Barneys, em Nova York. Conhecida pela tradição na produção de denim, a Carolina do Norte foi e é grande aliada da Raleigh para alcançar a melhor qualidade de cada jeans, tanto em matéria-prima quanto na mão-de-obra especializada com métodos tradicionais de fabricação. Victor e Sarah aprenderam com trabalhadores de antigas fábricas da região a operar e consertar as máquinas de costura vintage para manter o trabalho artesanal. Esta filosofia faz parte do DNA da marca e está presente desde a seleção do denim (produzido em fábricas norte -americanas de tradição) ao jeans acabado (numerados e assinados pela dupla). Os detalhes destes processos se revelam nas peças que assim se tornam únicas.

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“Sabor contemporâneo”

O denim é tecido em teares antigos que deixam marcas de “imperfeições”, não usuais nos tecidos industrializados em grandes escalas. A textura do tecido é comparada por Victor de forma muito sutil e sofisticada, ao “5º sabor na gastronomia”, que não é doce, nem salgado, nem azedo e nem amargo: o Umami. Este sabor foi identificado e nomeado pelo cientista da Universidade Imperial de Tóquio, Kikunae Ikeda, e pode ser traduzido como gosto saboroso que vem da junção de duas palavras do japonês: Umai = saboroso + Mi = gosto (avisei que era uma rica história e não poderiam faltar alguns detalhes como este...). Os principais símbolos presentes na filosofia da Raleigh, de maneira metafórica ou simbólica, aparecem na primeira loja da marca inaugurada em 2012, em Nova York.

Artesanal e tradição

A paixão pelo que fazem, e da forma como fazem, e as suas origens inspiraram a empresa OMA, responsável pelo projeto da loja, a criar um sistema bastante flexível para expor produtos na loja o que permite a equipe da Raleigh interagir na atmosfera da loja e mudar a maneira e o momento que desejarem. O sistema remete à crinolina, um ícone da moda feminina no período da Guerra Civil Americana (1861-1865), que tinha formato de gaiola com estrutura vazada, usada como anágua e que dava volume às saias. O período marcante na história americana deixou como herança muitos costumes/tradições, em especial para os su-

listas. Quem não se lembra de Scarlett O’hara com seus vestidos nas cenas do clássico filme: E o vento levou... Na loja, as armações de tubos de aço montadas como um esqueleto a dividem em três partes: a vitrine, as coleções e uma sala de estar com provadores e uma máquina de costura. Pela simplicidade da estrutura, cada ambiente se transforma à medida em que são trocados os objetos decorativos, isto é, as peças de jeans e as instalações, pois podem ser facilmente pendurados e novamente arranjados, dependendo da função que se quer dar ao ambiente: seja showroom, seja um evento ou simplesmente uma loja.

Imagens de sonhos…

Os arquitetos criaram a sala de estar de estilo abstrato, no formato de gaiola, como uma criolina invertida. Desta maneira, o ambiente se transforma completamente e o merchandising pode ser o mais variado possível: trançando o jeans pelas grades, expondo os modelos em caixas penduradas como num mercado, ou ainda pendurando peças em cabos como uma exposição de arte. A partir daí vem o verde com plantas, bem como os diversos esquemas de iluminação... Uma parte que não passa desapercebida na loja é uma textura incrível que se forma a partir da combinação de centenas de… aviõezinhos de papel! Este símbolo também está presente no teto do estúdio da Raleigh. O casal reuniu amigos e familiares e todos dobraram e penduraram os aviões nas estruturas sequenciais do teto. “Nossa filosofia de negócio fundamenta-se no modelo em que nós mesmos fazemos o máximo que podemos. Amamos a aventura e a nostalgia associada à imagem dos aviões”, diz Sarah Lytvinenko.

Curiosidades e hospitalidade sulista

A loja Raleigh, de 90 m2, é como um Cabinet de Curiosidades, isso é, traz um conceito de varejo híbrido, no qual o produto principal convive com outras peças de curadoria. O casal coleta peças antigas, objetos, mobiliário e tapetes que fazem parte de seu habitat e espalham essa coletânea pela loja. O clima da hospitalidade sulista é reforçado pelo o layout da loja, pelo qual todos os ambientes convergem para a sala de estar no gênero abstrato, onde reina uma antiga máquina de costura Union Special 43200G, de 1921. É nela que os clientes têm os ajustes de bainha feitos por uma profissional. Tudo isto traz um clima familiar, de simplicidade e de conforto, fazendo com que os visitantes sintam-se à vontade.

Sustentabilidade

Vivendo numa região com muitas riquezas naturais, parques para conservação da natureza (reparem na arara da loja!), e um cluster na produção de jeans, tudo leva ao desenvolvimento da moda através da utilização de recursos locais e naturais, como o uso do algodão orgânico, produzido localmente. Fabricar um jeans dentro deste processo exige muito mais trabalho do que o sistema industrial de uma unidade de produção convencional. Mas para os Lytvinenko: “Vale a pena!” A excelência do produto é resultado dessa história de paixão e amor que é a essência dessa marca e que se torna pretexto para conhecer e inspirar-se nessa loja, onde ser denso ou minimalista, cheio ou vazado só depende do desejo e das mãos de Sarah e Victor. Esta história continua.



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