World Fashion 144

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Ano XVIII | R$30,00 Edição 144 - nov-dez 2013 / jan 2014

VITRINE

O poder de encantar o consumidor

ACONTECE BRASIL

Hora de fazer as melhores escolhas

+FOCO

Formadores de opinião recordam êxito da revista nesses 18 anos

TENDÊNCIAS

O jeans contemporâneo dos anos 1990

Jeans que move o mercado brasileiro

Olheiros do jeans revelam o que vem por aí

Como avaliar produtos licenciados


Ninguém vai mais querer usar outra peça de roupa Chegou Emana® Denim, a mais nova descoberta da Rhodia que une a tecnologia inovadora do Emana®, com o tradicional e versátil Denim. O resultado é um jeans inteligente, altamente funcional, que combina moda, conforto e praticidade ao dia-a-dia da mulher moderna.

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É o Jeans!

nov-dez 13/jan 14

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e alguém tinha alguma dúvida de que o jeans move o mercado de moda made in Brazil, essa nuvem acaba de se dissipar. A boa notícia está nas páginas dessa Edição Especial do Jeans, e tem por base o Estudo do Mercado Potencial de Jeanswear no Brasil, realizado pelo IEMI, que mostra que o segmento tem crescido acima da média nos últimos anos e – melhor ainda – continua em curva ascendente. Tudo isso apesar da variação cambial, da entrada de artigos estrangeiros e da falta de uma política de incentivo para a indústria têxtil brasileira. A capa desse Especial traz a imagem que sintetiza o dinamismo do setor. A foto, captada na passarela de Alexandre Herchcovitch, no Fashion Rio, mostra o look confeccionado em denim da brasileiríssima Canatiba que, graças ao fio Emana, da Rhodia, tem poder de estimular a microcirculação sanguínea e, para o público feminino – tão ávido por novidades – produzir o sonhado efeito anticelulite. O chamado Beauty Denim e seu efeito cosmético são prova de que a indústria aceita o desafio de renovar-se pela via da pesquisa, do marketing e da tecnologia. WORLD FASHION + Varejo traz também os lançamentos das marcas mundiais mostrados na Bread & Butter Berlim e no Denim By Première Vision, de Paris. Fala sobre as interpretações que as ruas europeias e nova-iorquinas dão ao jeans contemporâneo, e revela aos varejistas propostas inovadoras para fazer do jeanswear, na vitrina, objeto de desejo aos olhos do consumidor. E se desafio é parte integrante do setor, é com ele que a nova Diretoria da Abit se depara nesse início de ano. Rafael Cervone Netto assume a presidência da entidade para o triênio 2014/16, tendo como vice-presidentes os empresários Ricardo Steinbruch (Vicunha), Vicente Donini (Marisol) e Francisco Ferraroli (Rhodia). Engenheiro Têxtil, 1º Vice-Presidente do CIESP, Presidente Emérito do Sinditêxtil-SP, Membro do Conselho da Abit e Diretor Executivo do Texbrasil, Cervone afirma que assume a entidade com o empenho de “defender, inovar e incrementar ainda mais o nosso setor têxtil e de confecção”. WORLD FASHION + Varejo, como todos os profissionais que encabeçam esse cenário, sente-se comprometido diante do momento atual e dispõese a trazer a todos, para que o setor têxtil e de confecção atinja com eficiência as suas melhores metas, o que de melhor pode oferecer: a informação. Eleni Kronka

Um Feliz 2014 aos amigos, clientes e a todos

06 + MOVIMENTO

Um novo momento. Novas oportunidades.

08 + VITRINE

O encantado mercado do jeans

10

O jeans contemporâneo dos anos 1990

40 +gestão

Quem se surpreende com o futuro é porque está preso

+BALCÃO

no passado...

Tem fast fashion no Quadrilátero do Luxo

12 16

38 +tendências

42 +comportamento Como avaliar

+foco

produtos licenciados

World Fashion 18 anos

+dossiejeanswear

43 +mercado

Jeanswear supera ileso

Os novos caminhos

estagnação da indústria

do vintage

do Vestuário no Brasil

32 +acontece brasil

Minas Trend: um inverno bem esportivo

34 +acontece brasil

SPFW: hora de fazer as melhores escolhas

36 +por dentro

Confecções peruanas

da cadeia têxtil! São os votos da Diretoria

descobrem o mercado

e Equipe do WORLD FASHION + Varejo

brasileiro

44 +online

O celular pode atrair ou espantar clientes. Você decide.

45 +seu negócio

Fomalizar prestadores de serviço pode ser bom negócio

46 +sua loja

Os Surrealistas

www.worldfashion.com.br Diretor: Luiz Cezar Pimentel | Publisher: Yuko Suzuki yuko@worldfashion.com.br Editora: Eleni Kronka eleni@worldfashion.com.br | Colunistas: Antonio Gondim, Arnaldo Rabelo, Carlos Ferreirinha, Edson D’Aguano, Marcelo Prado, Noemi Saga e Paulo Delegá | Colaboraram nesta edição: Fernanda Calfat, Henriete Mirrione, Marcela Leone, Marina Sprogis, Otávio Pereira Lima Gestão da marca: Céu Branding | Projeto Gráfico e Design: Guilherme Watanabe Jornalista Responsável Eleni Kronka – MTB 12.882 | Publicidade Vera Lopes vera@worldfashion.com.br, Eduardo Pimentel eduardo@worldfashion.com.br | Ligia Ferrari ligia@worldfashion.com.br World Fashion + Varejo WORLD FASHION + VAREJO é uma publicação da World Fashion Editora e Eventos Ltda. Fone: (11) 5535-7709 e (43) 3343-1925. A World Fashion Editora e Eventos Ltda, não se responsabiliza pelas opiniões emitidas nos artigos de seus colunistas. É terminantemente proibida qualquer forma de reprodução do conteúdo – textos, fotos, ilustrações – desta publicação sem a prévia e devida autorização dos editores. Nenhuma pessoa está autorizada a retirar qualquer tipo de material em nome do WORLD FASHION+ VAREJO. Em caso de necessidade, o portador deverá ter em mãos carta assinada pelo editor. Crédito da foto capa: look de Alexandre Herchcovitch por Márcio Madeira/Divulgação

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Fundador presidente da MCF Consultoria & Conhecimento, especializada nas ferramentas de gestão e inovação do negócio do luxo Foto: Divulgação

e premium, com atuação no Brasil, na América Latina, em Angola e Portugal.

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um nOVO mOmentO, nOVas OPOrtunidades Definitivamente o mercado brasileiro passa por uma profunda transformação do gerenciamento de oportunidades do segmento do Luxo

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ão estamos somente vivenciando uma necessária descentralização do consumo, mas também o gerenciamento direto das marcas e grupos que, durante anos, negligenciaram o Brasil como prioridade de gestão e investimento direto. E isso será fator decisivo para o futuro do mercado brasileiro. Esses dois fatores transformarão todo o cenário, gerando oportunidade que poderá, pela primeira vez, garantir e sustentar o futuro da atividade no mercado nacional. A excessiva centralização do consumo na cidade de São Paulo inibiu, durante muitos anos, o interesse das marcas em investir em nosso

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mercado porque, acima de tudo, não enxergavam com clareza a geração de novas bases de consumidores. O Brasil agora já não é mais somente São Paulo. E isso é de longe uma excelente notícia. Estamos agora falando de oportunidade de consumo de luxo em diversos lugares do Brasil e em regiões nas quais jamais a aquisição de produtos de luxo teve expressão. A cidade e o estado do Rio de Janeiro retornaram ao cenário de consumo brasileiro e novas oportunidades para o segmento surgiram como consequência. Regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste não somente ingressaram em consumo, como estão apresentando excep-

cionais taxas de crescimento, expansão e vendas de produtos de luxo, como carros, bebidas, moda, beleza.

oPoRtunIDADeS

Ao lado dessas novas oportunidades, temos também o fato de que as marcas e alguns grupos poderosos de luxo tomaram a decisão de investir diretamente no mercado brasileiro, alterando, assim, a prioridade – o que acarretará, a médio e longo prazo, uma mudança significativa no desenvolvimento de oportunidades. É importante destacar o fato de que as operações de luxo no Brasil eram praticamente oportunidades geradas por investidores locais. O

investimento local acelerava a chegada de algumas operações e encurtava o longo tempo a que o país sempre esteve sujeito quando se tratava de marcas de luxo atuando localmente. Por um lado, graças a esses investidores locais, houve a chance de acessar, no mercado doméstico, marcas de prestígio internacional. Essa sempre foi a ”foto” do nosso mercado. Com o crescimento da economia brasileira, das novas oportunidades que surgiram e que surgem, aliado ao fato de que o brasileiro vem se tornando consumidor global, as marcas e grupos de luxo vêm, de forma muito acelerada, tomando decisões de investir no mercado direta-

mente. E isso é excelente. Novos tempos. E, nesses novos tempos, o investimento e o gerenciamento direto aceleram, e muito, as oportunidades. Assim, não mais que de repente, algumas marcas de grupos que atuavam no Brasil, por meio de investidores como Versace, Ferragamo e Armani, por exemplo, compraram as operações de volta e investem rapidamente para acelerar a expansão. Prada, Gucci, marcas do poderoso grupo Richemont, como Piaget, Van Cleef & Arpels e Vaucheron, chegam ao Brasil com suas primeiras lojas ou aceleram, como é o caso de Cartier. Definitivamente, novos tempos e novas oportunidades.

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O encantado mercado do jeans 8

O produto de moda mais usado e admirado exige dos fabricantes muito investimento em tecnologia; assim como pede, do varejista, criatividade, sensibilidade e extrema atenção na hora de ser exposto no ambiente de venda nov e dez 13/jan 14


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esenvolver estratégias comerciais e de comunicação no ponto de venda para o segmento jeanswear é um dos maiores desafios no mercado de moda. Artigo que está presente em 100% dos guarda-roupas da população, o jeans agrada todas as faixas etárias, todos os credos e gêneros, o que favorece sua revenda. Porém, necessita atenção especial e riqueza no tratamento dos detalhes, para, assim, gerar valor percebido pelo consumidor final. Seu histórico está associado aos uniformes de mineradores, mas hoje transcende para as diferentes camadas sociais e variadas ocasiões de uso. Portanto, há que se entender a identidade da marca e o perfil do público-alvo que transita pela praça em que a loja existe.

equipamentos que compõem a loja e como apresentam esse produto. Para diferenciar o produto da concorrência e gerar o encantamento do consumidor final, é preciso trabalhar, por meio do marketing sensorial, o desejo de aquisição da peça no momento da visita à loja. Ao observar a vitrine inferior da Uniqlo, em Nova York, por exemplo, percebe-se a composição de looks que visam a renovação da linguagem do produto jeans. Ali não há como não tratá-lo como produto básico para o dia a dia. Trata-se de um momento perigoso, pois se o cliente entender que o jeans é uma peça de reposição para o guarda-roupa, poderá desistir da compra mesmo antes de entrar na loja, lembrando que possui mais alguns exemplares desse produto em sua casa. Logo, a composição de cores e um cenário que remeta à identidade da marca (nesse caso, com apelo à tecnologia) são ótimos argumentos de comunicação e de vendas.

MARKetIng SenSoRIAL e DeSeJo De CoMPRA

dos produtos no interior da loja.

Quando uma loja for especializada em oferecer um produto com preço mais agressivo e sua proposta for gerar impulso de consumo, o ideal é que apresente sua profundidade e gere acesso rápido e prático. Nota-se, na imagem a seguir, a comunicação interna desenvolvida e as especificidades de cada item, facilitando o processo decisório na escolha que mais se ajustar ao perfil do cliente visitante.

Fotos: Divulgação, Shutterstock

Para a área de visual merchandising, o desafio se constitui na reflexão sobre materiais e

Urban Outfitter, em NYC: Foco na organização

Outro aspecto a ser observado é a forma de exposição do jeans no campo de vendas. Traçar um estilo de vida, para gerar a compra conjugada desse produto com outros itens, é uma estratégia do visual merchandising que auxilia no aumento de peças adquiridas por operação comercial, conforme o exemplo a seguir.

GAP, em Miami: Manequins oferecem ao consumidor informação de tamanho e caimento das peças.

GAP, em Miami: Orientação por meio da comunicação visual e para Uniqlo em NYC: Vitrine interativa que remete à

a organização da profundidade de

tecnologia, núcleo essencial da marca.

estoque dos modelos de calças.

Outro aspecto a ser considerado é a seleção do manequim correto para a rápida identificação do cliente com a marca oferecida e com o produto. Compreender os anseios estéticos corporais de cada público-alvo, portanto, auxilia o cliente em sua compra: ressaltar o comprimento das pernas, alinhar o bumbum, destacar a cintura...

MIX

Outro aspecto importante na composição de uma vitrine, visando a comercialização, é a estratégia na composição do mix de artigos. Sabe-se que nem todas as classificações de produtos possuem a mesma profundidade e variedade. Produtos que apresentam grandes diferenciais e transmitem a inovação da coleção devem receber maior destaque, seja pela cor, seja pelos detalhes da peça. Percebe-se, na imagem da vitrine da Tommy Hilfiger, a linha de raciocínio do vitrinista em expor looks com ar contemporâneo, com dobras inusitadas para gerar a sensação de freshness no público almejado.

Express Jeans, em Miami: Grafismo, adesivagem divertida e muita cor dinamizam comunicação entre a marca e o público. Tommy Hilfiger, em NYC: Destaque para sarjas coloridas, forma de renovar a linguagem do jeans, sem chocar consumidor.

Para um mercado em que as diferenças são primordiais e devem ser ressaltadas, aos olhos de quem visita a loja, em todos os momentos cabe ao profissional, que cuida da exposição dos produtos, buscar constantemente a inovação e o elemento surpresa para seduzir o consumidor final.

Otávio Pereira Lima é pesquisador, consultor da área de Visual Merchandising e docente da Universidade Anhembi Morumbi.

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A região da Oscar Freire, em São Paulo, tem agora a presença de um peso pesado da moda de grande difusão, que chega para trazer tendências a preço acessível ao consumidor ávido por informação

Por Eleni Kronka

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m agosto, foi feito o anúncio – via Instagram – e, em novembro, já estavam abertas as portas do mais novo endereço do quadrilátero do luxo, em São Paulo. Em vez de uma marca ou rede internacional, aportou, na cobiçada esquina da Oscar Freire com Haddock Lobo, um dos nomes mais “familiares” para o consumidor nacional. Com 1.600 m2 de área total e 1.200 m2 de espaço de venda, muito bem distribuídos em três andares, projetados dentro do que há de mais contemporâneo em matéria de interior de lojas, “estreou”, no coração da cena fashion paulistana, a 201ª loja da rede Riachuelo. Trata-se da loja conceito da rede, que tem pela frente uma série de novas inaugurações agendadas. Na noite da festa de inauguração, o CEO da Guararapes Confecções e Riachuelo, Flávio Rocha, recebia convidados e imprensa, enfatizando que a novíssima loja chegava ao reduto do luxo para “derrubar barreiras entre a moda e o consumidor” e para realmente produzir uma democratização no consumo. “Não estamos aqui para lançar produtos premium na Riachuelo, mas para viabilizar o acesso de todos à informação de moda”.

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InVeStIMento

Assim, a loja conceito Riachuelo chega com 15 mil itens à disposição de um público que é, no mínimo, mais exigente. “Fizemos uma adequação dos itens para atender o perfil desse consumidor”, afirma Flávio Rocha, lembrando que a Riachuelo é uma rede que oferece anualmente ao mercado cerca de 35 mil artigos. Para concretizar o projeto de levar a bandeira Riachuelo ao reduto do luxo, o empresário investiu cerca de R$ 6 milhões nas novas instalações, incluindo a montagem e o abastecimento do ponto de venda, que é o mais caro da rede. Flávio Rocha destaca que 85% de tudo o que é vendido pela rede é produzido pela Guararapes Confecções. O primeiro andar da loja conceito é dedicado à moda jovem feminina, incluindo o chamado Fashion Five – projeto que reúne, no momento, dez nomes que assinam linhas próprias. São eles: Adriana Degreas, Camila Coutinho, Cláudia Leitte, Dudu Bertholini, Fernanda Motta, Helô Rocha, Matheus Mazzafera, Raphael Falci, Robert Forrest e Thássia Naves. O segundo andar oferece as linhas de feminino adulto e moda masculina,

CuRVA ASCenDente

“Os preços são os da Riachuelo”, frisa o empresário, que, durante 2013, acompanhou de perto a abertura de 43 lojas por todo o Brasil. O plano de expansão não para por aí. Até 2016, a rede deverá contar com 330 lojas espalhadas por todo o país. A abertura da loja conceito nos Jardins é parte desse plano de metas e um pou-

co mais. “Vimos que havia uma brecha nessa região nobre de São Paulo”, observa, deixando claro que, juntamente com a abertura desse ponto de venda, está um reposicionamento de marca. E as “brechas” continuam sendo prospectadas, o que resultará, por exemplo, na abertura da “Riachuelo Mulher”, no Shopping Eldorado, também em São Paulo. Com a mesma ousadia empregada na inauguração da loja da Oscar Freire, Flávio Rocha já programa a abertura de um ponto de venda também na Haddock Lobo, só que na esquina com a Avenida Paulista. No decorrer de 2012, o grupo Guararapes direcionou suas ações em busca do objetivo de expandir a operação de varejo e intensificar o desenvolvimento de seu modelo integrado, a fim de sincronizar melhor o tempo entre a concepção do produto e a entrega nas lojas. Por isso, a companhia vem investindo fortemente em abertura de lojas, remodelações, pesquisa, criação, desenvolvimento de moda, logística, tecnologia da informação, modernização de seu parque fabril e dos centros de distribuição. Presente em todas as regiões do país, a Riachuelo intensificou o ritmo de expansão no decorrer dos últimos anos. Enquanto no período de 2005 a 2009, foram abertas entre 8 e 10 lojas ao ano; nos últimos quatro anos, a companhia acelerou o ritmo de aberturas. Em 2010, 2011 e 2012 foram, respectivamente, 16, 22 e 24 inaugurações ao ano, totalizando 169 lojas e 413,5 mil m² de área de vendas ao final de 2012.

Fotos: Divulgação

tem Fast FasHiOn nO QuadrilÁterO dO luXO

enquanto o terceiro andar traz lingerie, moda praia e esportiva, além de área social, com bar e varanda. Na loja, algumas peças ganham status de must have, ao serem expostas logo na entrada, bem ao alcance dos olhos de quem entra… E de quem passa pela rua. O projeto da loja inclui elevador central com design arrojado e escada de vidro, vazada. As vitrines são logicamente amplas, abertas tanto para a Haddock Lobo, quanto para a Oscar Freire. A porta de entrada e a pequena rampa de acesso conduzem o visitante – e inevitável comprador – por corredores até os corners de lançamentos do momento, já que a Riachuelo jamais perderá o seu DNA de fast fashion. Cartão de visita da Riachuelo, a unidade dos Jardins receberá, periodicamente, intervenções artísticas em sua fachada, com curadoria da galerista Nara Roesler. O painel de abertura, por exemplo, foi assinado pelo artista plástico Rodolpho Parigi que, subvertendo as linhas retas da fachada, idealizou um painel multicolorido com uma ondulação quase orgânica.

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“Fazendo uma busca na memória, há 18 anos, com a World Fashion, nasciam os fios de náilon texturizados da Rhodia. Planejávamos nossa microfibra, sonhávamos com o lançamento de AMNI. Desde o berço, a história de vocês entrelaçou-se com a nossa história e, juntos, realizamos muitas coisas. Vocês, colocando luz sobre as tendências e mostrando a evolução de nossos mercados. Nós, procurando enxergar por essas conexões e sinais do varejo e dos consumidores, o futuro de nossos fios. Parabéns, World Fashion! Parabéns a essa equipe valente, criativa, briguenta, visionária, mas, sobretudo, competente em nos informar para que tenhamos uma compreensão melhor dos desafios de cada dia. Longa vida para vocês, agora que chegaram à maioridade. O Brasil e a indústria têxtil precisam e contam com vocês.” Francisco

“Enfim, chegamos aos 18 anos. Digo isso porque, muitas vezes, a história da World Fashion, publicação que acompanho desde a 1ª edição, se confunde com a minha e me traz lembranças incríveis, que envolvem, além da relação profissional, uma grande amizade e um carinho com o veículo e sua equipe. Lembro-me da saudosa e querida Maria Helena Castilho, que, sabendo da minha paixão por cães, atendia meus telefonemas com um ‘au-au’, e da guerreira Yuko Suzuki, entusiasmada com um novo desafio: um veículo profissional com a cadeia têxtil e confeccionista como foco. Passados 18 anos, percebo que o espírito inicial foi mantido, sem perder a coragem de inovar e procurar novos públicos. É assim que se faz uma história.” Ivo Chicuta,

assessor de imprensa

Fotos: Divulgação

Ferraroli, presidente Rhodia Fibras

Diante do vaivém da moda e para além do sobe e desce do mercado, a Revista WORLD FASHION Varejo realiza, a todo momento, seu propósito de informar e contribuir para a condução dos negócios que movimentam a grande engrenagem da indústria e da criação Por Henriete Mirrione

“Tenho um carinho especial pela World Fashion, que considero uma publicação pioneira, que divulga de forma abrangente os acontecimentos da indústria de moda. Feliz aniversário!”

“Uma revista que acompanha a moda brasileira desde sempre e é comprometida com a pesquisa e a apuração da informação: é assim a World Fashion. Nela, já li matérias maravilhosas e muito esclarecedoras, e parabenizo o profissionalismo de todos os colaboradores que lá atuam. É o tipo de revista gostosa, que a gente termina de ler e já espera o próximo número. Que venham outras primaveras!” Vera Masi,

diretora da Bijoias

Reinaldo Lourenço, estilista

“Uma revista séria, comprometida, com informações precisas e bem apuradas. Esse tem sido o perfil da World Fashion em seus 18 anos de existência. Seu comprometimento com a boa apuração e com a abordagem de todas as nuances do mercado, desde tendências até negócios, é um grande serviço ao segmento da moda no Brasil. Isso faz de vocês um veículo de ponta, produzido por jornalistas especializados, que detêm profundo conhecimento da área.” Raquel Va-

lente, coordenadora do departamento de moda da Faculdade Santa Marcelina – FASM

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“A World Fashion foi sempre uma grande companheira ao longo desses 18 anos. E, como leitora assídua, fui sempre atraída pelo valor de sua linha editorial e conteúdo, priorizando assuntos de suma importância para meu conhecimento e crescimento profissional, elencado por jornalistas e profissionais extremamente capacitados. A World Fashion sempre foi uma expressão de credibilidade e compromisso com o novo! Parabéns, querida World Fashion, continue sempre ao nosso lado!” Aissa

Basile, consultora de moda nov e dez 13/jan 14


behype.com.br


“World Fashion é, para mim, a melhor memória do Calendário Oficial da Moda Brasileira. Ler a revista, mais que imperativo, significava adicionar o tempero do conhecimento ao corre-corre do evento. Desde sua primeira edição, Maria Helena Castilho, Yuko Suzuki e Eleni Kronka davam o tom de seriedade necessário ao crescimento da moda brasileira, liderando a imprensa presente em direção ao aprofundamento e à análise dos acontecimentos. Tudo o que realmente importava espelhava-se democraticamente nas páginas da revista e não era admissível caminhar pelos corredores da Fundação Bienal sem um exemplar na mão. Mais do que Prada, Louis Vuitton, Gucci, Balenciaga ou Marc Jacobs, World Fashion Daily tornou-se um clássico dos fashionistas: para sempre pauta e presence.” Carol garcia, doutora

“Parabéns, World Fashion, pelos 18 anos de conteúdo analítico, sério e dinâmico!”

gloria Coelho, estilista

em comunicação e semiótica e chief culture officer da agência nAu.

“Parabéns à World Fashion pelo excelente trabalho que vem realizando durante esses 18 anos, nos quais comunicou, de forma primorosa, informações relevantes para o mercado de moda.” Serpui

Marie, designer de acessórios

“A World Fashion é um dos símbolos do determinismo que impera no setor têxtil no Brasil e, superando todas as dificuldades que o setor vem atravessando ao longo desses 18 anos, continua com foco e talento, cumprindo um relevante papel na divulgação dos diversos elos da cadeia. Com muito carinho, parabenizo este veículo que faz parte de minha trajetória profissional. Muitos anos de sucesso a toda brilhante equipe World Fashion!”

Maria José orione, do planejamento e marketing da Capricórnio

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“Sempre me lembrarei de quando, entrando na SPFW, a primeira coisa que fazia era dar uma olhada no número da WF, com as fotos dos desfiles do dia anterior. Muitos anos depois... Permanecer na comunicação no mundo da moda é simplesmente desafiador e se destacar como referência é mais difícil ainda. A WF sobrevive à chegada da mídia eletrônica, do Facebook e do Instagram, com posts a cada 5 minutos. Em frente a uma tempestade de informações, algumas

publicações acabam sendo um referencial organizado, uma delas é a World Fashion, que, no decorrer dos anos, sempre se manteve com acertado foco no nicho da Moda/Indústria. Continuo lendo com interesse os artigos, percebendo a evolução das grifes, das problemáticas de assuntos polêmicos e acompanhando a trajetória da indústria. Tudo isso me envolve. Há 18 anos a World Fashion faz parte do meu mundo.”

Angelo Frigerio, coordenador de prod. corporativo, Rosset têxtil

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VIPREVIEW VERÃO 15 20 A 23 DE JANEIRO SHOWROOM VICUNHA SÃO PAULO |

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Os novos caminhos do

As edições de verão 2014 da Bread & Butter Berlim e de verão 2015 da Denim by Première Vision (Paris) proporcionaram, ao percorrer todos os caminhos do jeanswear, uma verdadeira volta ao mundo, baseada na reedição do vintage Pesquisa: Sueli Pereira | Edição de texto: Eleni Kronka | Fotos: Acervo WF

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Dossiê Jeans

O

jeanswear se reinventa – ora mais, ora menos – a cada edição das feiras internacionais. Sinal dos tempos e das evoluções e retrocessos da economia mundial, os eventos dedicados ao setor estão bem mais focados nas possibilidades de comercialização. A tecnologia surge como importante elemento de desenvolvimento das coleções, no que se refere à composição dos fios, à estrutura e ao acabamento do denim. A Bread & Butter Berlim, precursora do segmento, traz, no mix de expositores, propostas muito próximas das tendências comerciais de cada temporada, bem como reúne, no chamado espaço Lock, as marcas que se mantêm fiéis ao “espírito” do denim, como é o caso da holandesa Denham.

De casa nova

A Denim by Première Vision, realiza-

da até o momento em Paris, estará em novo endereço na próxima edição. Em 2014, a partir de acordo firmado entre Première Vision S.A., organizador do salão Denim by Première Vision, e Fira Barcelona, gestor do parque de exposições Montjuïc, a feira passa a ocorrer em Barcelona, Espanha. Segundo a organização, a nova destinação do Halle Freyssinet, de Paris – o pavilhão se tornará uma incubadora de empresas startups –, contribuiu para a mudança. “Barcelona é uma cidade jovem, estimulante e cosmopolita, além de capital cultural, com valores inspiradores e criativos em termos de arte, moda e estilo de vida”. Essa é uma feira totalmente dedicada ao denim, que reúne os maiores produtores mundiais de tecidos para o setor. Pequena e focada, a Denim by Première Vision mostra, com clareza, as propostas dos fabricantes, daqueles que estão pensando o denim em sua essência.

Lounge da Kuychi mostra o trabalho de

[1]

[2]

desenvolvimento em lavanderia, com foco na sustentabilidade: redução de água, de produtos químicos e simplificação de processos

[3]

Ao lado: Na Hudson, aspecto splash e muitas cores jogadas sobre a superfície do denim, lembrando o trabalho do artista plástico Jackson Pollock. Acima: A 75 Faubourgh reforça a tendência [4]

da padronagem que mistura vários motivos para obter efeitos visuais. Abaixo: Lounge da G-Star: a grife marcou presença, mas não apresentou sua coleção na feira, preferindo expor as novidades em showroom externo

[1] As “quebraduras” vêm com desbotes bem localizados em versão vintage, com puídos. [2] Cor e denim: combinação ideal da estação, sob o efeito do sobretingimento, da aplicação de pigmento localizado ou no avesso, ou ainda trazendo trama colorida, com destaque para a púrpura. [3] Importância dos maxitops e maxicamisas, compostos com os bottons menores. [4] Os étnicos continuam em alta, apresentando-se na forma de detalhes localizados em tops e bottons.

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[1] Deep in Blue é o tema que enfatiza a diversificação de azuis (esverdeados, avermelhados) e das tonalidades de desbote. [2] A

Fotos: Divulgação

Dossiê Jeans [2]

tecnologia permitiu que o denim se apropriasse das características da malha, como flexibilidade, maleabilidade e conforto, tornando o produto final mais próximo do street, do fashion e do esportivo. [3] O ambiente do fórum da feira mostra a importância das tonalidades do índigo e do branco para o verão 2015 [1]

Denim by

Première Vision revela a tecnologia por trás dos tecidos

A

edição de verão 2015 da Denim by Première Vision, a última realizada em Paris, mostrou que a tecnologia é a força que move o desenvolvimento de novos artigos no mercado jeanswear. Inovações nos acabamentos dos tecidos e intervenções na estrutura das construções são itens importantes, que levam à maleabilidade e ao conforto do produto final. Em maio próximo, a feira estará em Barcelona, usufruindo da cultura local para compor o ambiente da mostra.

[3]

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Dossiê Jeans

Especialistas e antenados, os profissionais estão onde as novidades acontecem e correm para torná-las realidade no mercado. Por isso, sigam os passos deles para fugir do “excesso de informação” e poder caçar o denim feito, realmente, com qualidade

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Marlene Fernandes e Iolanda

Por Marcela Leone ersatilidade, jovialidade e até certa transgressão – essas são algumas das características que atraem os amantes do denim. Mas, com tanta disponibilidade de informação na internet, onde buscar referências de qualidade sobre o segmento jeanswear? A Revista WORLD FASHION +VAREJO entrevistou quatro profissionais de peso que, além de respirarem índigo, trabalham com isso em diferentes áreas: comunicação, estilo e lavanderia. Revelamos aqui alguns dos hotspots desses olheiros do jeans! Marlene Fernandes e Iolanda Wutzl são as empresárias por trás do Guia Jeanswear (www.guiajeanswear.com.br), bureau virtual especializado em jeans. Elas acabaram de chegar de Kojima, onde visitaram o Festival do Denim. “Elegemos o Japão por acharmos que tudo está muito globalizado e parecido nos outros países. Fomos desbravar o jeans purista e ele realmente existe em Kojima”, afirma Iolanda. O diferencial da cidade está na valorização dos processos artesanais, desde a fabricação de fios e tecidos até o produto final, fazendo com que uma peça possa custar até R$ 1.500,00. A marca Kapital, por exemplo, produz no máximo 10 calças jeans a cada 15 dias, tudo em maquinário antigo. É esse o segredo japonês, presente também, por exemplo, no grupo JapanBlue, detentor da marca Momotaro e que faz lavanderia para marcas asiáticas famosas, como a Edwin. “É a valorização da história e da experiência dos funcionários. Eles amam o que fazem e estão lá por isso. Os homens por trás das máquinas já têm mais idade e, por isso, na visão deles, têm mais sabedoria”, revelou.

Fotos: Divulgação

Jeans Wutzl entre

Lavanderias (Anel) e diretor do Grupo GB, especializada no segmento de lavanderia. A empresa, inclusive, está de olho no ambiente “macro”, como feiras especializadas (B&BB, Magic e Denim by Première Vision), até o streetstyle de cidades como Los Angeles, Nova York, Milão, Amsterdã, Londres e Istambul. Por aqui, visitam Rio de Janeiro, São Paulo, Caruaru, Recife e Vitória, entre outras. Fora a ação que o grupo batizou de Banho de Loja: “Toda semana eles visitam shoppings de diferentes classes – A, B, C e D”, comenta o executivo.

os executivos da Momotaro Jeans

Jeans da Kapital

InFoRMAção nA ReDe

Já a estilista Thaísa Peralta, da Billabong, acredita no poder da internet como uma das grandes ferramentas de pesquisa jeanswear. “Acompanho diariamente Pinterest e Instagram. Conforme libero a coleção que já está aprovada, alimento em pastas outras que preciso fazer: as cores que o Hemisfério Norte está começando a usar, os novos fits em festivais de música; e quando chega momento da nova coleção, confirmo esses inputs com WGSN, revistas, pesquisas de rua e sempre pergunto à minha equipe comercial e vendas as suas necessidades”. Thaís, há 10 anos no mercado e com passagem por M. Officer, Opera Rock, C&A e atualmente desenvolvendo denim para a Billabong, prevê uma “era

Quimono em jeans da Momotaro

do jeans mais maduro, com ar sério e limpo”. Tendência que já está acontecendo, diz ela, destacando o trabalho da stylist (e agora estilista) Rachel Zoe: “Ela apresentou, durante a semana de moda de NY, o denim de forma bruta, sem muitos processos de lavanderia”.

nA LAVAndEriA

“A última tendência no jeans foi lançada na feira Bread & Butter Berlim (B&BB) de janeiro e já está revolucionando o mercado. Na prática, o denim passou a ter um visual que nunca teve antes, com estampas a laser, silk ou sublimação”, afirmou Marco Britto, presidente do setor jeanswear da Associação Nacional de Empresas de

20

À esquerda e acima: looks de Rachel Zoe. À direita: as diversas possibilidades de acabamentos da GB Lavanderias, sobre um único modelo.

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Dossiê Jeans Onda azul nas ruas de

NYC Tradicional combinação t-shirt

Fit perfeito e aspecto descarregado

e jeans, com calça em índigo

dado pela lavagem desse modelo

blue e corte tradicional

com cintura mais baixa

The Big Apple é literalmente atraente em todos os sentidos: para quem busca informação, moda e investimento, apostando todas as fichas naquilo que é up-to-date para compor um estilo Pesquisa e fotos: Fernanda Calfat Texto e Edição: Eleni Kroka

A

s ruas de Nova York são um verdadeiro catálogo – de moda, de marcas e, principalmente, de imagens – a oferecer diretrizes para lá de interessantes aos que vivem da criação. Profissionais que orbitam no campo do jeanswear encontram, nas vias de Manhattan, vitrines que vão alimentar

seus negócios por pelo menos uma temporada. Isso para não falar dos consumidores, que transitam pela geografia da ilha, e levam sobre seus corpos os looks mais incríveis, nascidos da informação de moda que paira no ar, somada a um olhar muito pessoal, o que faz da cena urbana local o laboratório ideal de criação.

Vitrines da estação

As grandes marcas do jeanswear fazem uma varredura pelas ruas e resgatam o estilo que tem a ver com o DNA dos respectivos públicos-alvo. Veja aqui flashs propostos por Armani, Diesel, GAP, Forever 21, Express, Ralph Lauren e Sacks.

E porque estamos em Nova York,

A calça skinny veste a nova-

é possível inovar a partir da blusa

iorquina com conforto, sem

feminina tradicional em índigo claro

o intuito de evidenciar curvas

A Sacks mostra que a loja de

Ralph Lauren aposta no jeans como

departamento pode ser sim porta-

símbolo de estilo de vida e apresenta

voz de estilo, trazendo modelos sob

a linha de peças em que o conforto

efeitos especiais de matérias-primas

aparece como principal atributo Os jeans da Forever 21, colocados no centro da loja, colocam ao alcance dos olhos as propostas da marca: efeitos de desbote, lavagens e estampas

Depois da calça, a bermuda – esta com

A calça azul descarregada e

efeito especial de lavagem – é um dos

desgastada tem modelagem reta

itens mais vendidos, aqui e lá fora

e muito confortável

22

A fotógrafa Fernanda Calfat está radicada em Nova York, onde realiza cobertura fotográfica permanente de desfiles e eventos relacionados à moda. fernanda@fernandacalfat.com.br | www.fernandacalfat.com.br | www.fernandacalfat.blogspot.com

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Dossiê Jeans

O denim na sua melhor e mais

De Milão vem essa

A skinny circula pelas ruas

O jeans vai com tudo e compõe

feminino interpretação: skinny

proposta despojada do jeans

da moda compondo também

todos os looks, inclusive com a

confortável e blusa em tecido leve

com desbote localizado

looks mais femininos

padronagem de oncinha

moda O jeans desfila pelas ruas da

Pesquisa e fotos: Marina Sprogis Texto e Edição: Eleni Kronka

A

Short em índigo de azul intenso

o aterrissar em uma das capitais europeias da moda, siga a direção indicada pelos fashionistas para chegar à fonte de inspiração da temporada. A moda que transita pelas ruas do continente mostra que, em matéria de jeanswear, qualidade é requisito indispensável, somado à modelagem elaborada, ao fit perfeito e às mil possibilidades dos acabamentos. Entre eles, destaque para as lavagens ecológicas e para o uso do laser, que invade o território da estamparia para provar que a tecnologia é hoje a grande aliada da criatividade.

O jeans ajustado masculino compõe look com alfaiataria

com detalhes de desgastes

A camisa de denim, ampla e de forma

Na cena londrina, versão

A modelagem lembra a versão

A modelagem tradicional

geométrica, compõe visual feminino e

boyfriend em azul descarregado,

engineering, valorizada pelos

ganha novos ares com

contemporâneo

com jaqueta perfecto

acabamentos a laser e bigodes

o desgaste localizado

Marina Sprogis é fotógrafa sediada em Paris, criadora do site Be My Style (www.bemystyle.com)

24

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apresenta

Lindsey Wixson


Fotos: Divulgação

Dossiê Jeans Jorge Bunchicoff: meta de consolidar atendimento ao mercado brasileiro, europeu e norteamericano

Lavanderia segue padrões internacionais

of the art Projetada segundo os mais modernos padrões de layout e engenharia de produção, confecção instalada no Uruguai está de olho no mundo e no potencial brasileiro para consumo do jeans Por Eleni Kronka

C

om 22 mil m2 de área e localizada na cidade de San Lorenzo, próxima à capital Assunção, no Paraguai, a Blue Design segue um modelo ideal de funcionamento de confecção integrada. Trata-se de uma empresa verticalizada do ramo de confecção, que percorre as etapas de construção da roupa até o acabamento na lavanderia. Ou melhor, o serviço oferecido parte da própria criação das linhas, pois a empresa, focada no Private Label, possibilita que o cliente, com sua equipe de criação, elabore as peças in loco. O responsável pela concretização do conceito da Blue Design é o proprietário, o empresário argentino Jorge Bunchicoff, que tem em mente uma meta bem determinada: “Aumentar a presença no mercado brasileiro e crescer em atuação nos Estados Unidos e na Europa”, oferecendo os serviços às principais marcas de cada região. A Blue Design existe há 17 anos, mas a novíssima planta, “inteligente” e climatizada, foi inaugurada em agosto de 2013 seguindo altas exigências do mercado mundial no âmbito da eficiência ecológica. Com 500 funcionários, a empresa, com toda a expertise direcionada à área do jeans, é capaz de dar acabamento ao denim

sem utilizar água no processo. “Sabese que, pelo sistema convencional, cada peça em jeans utiliza 100 litros de água no acabamento”, comenta Bunchicoff, acrescentando que são altos os investimentos da Blue Design para chegar ao jeans 100% ecológico. “Isso acontece porque trabalhamos também para a Europa, onde são grandes as exigências sob esse aspecto”. O empresário lembra que essa é a lógica que começa a vigorar no mercado do jeans: “Produzir o jeans sem água é a meta das grandes marcas mundiais”.

Eficiência

Bunchicoff frisa que a sustentabilidade da produção é aspecto primordial dentro do plano estratégico da empresa. “Contamos com três plantas para tratamento de efluentes, que tratam desde dejeto orgânico, transformado em adubo, até resíduos da própria produção do jeans na lavanderia”. Nesse campo, hoje a lavanderia da Blue Design tem capacidade para reciclar 45% da água usada na produção. “Na segunda etapa, poderemos reciclar até 80% dessa água”, assegura. Os jeans tidos como 100% ecológicos já fazem parte do portfólio de serviços oferecidos pela empresa e custam 20% a mais do que os fabricados pelo sistema convencional, considerando que a base de preços da Blue Design vai de 12 dólares a 24 dólares por peça acabada. Pelo sistema de acordo do Mercosul, esses artigos têm imposto zero de importação, incidindo sobre a mercadoria os 35% de ICMS, além do frete. A escolha do Paraguai para a instalação da fábrica deve-se, segundo o presidente da companhia, à política de incentivo governamental à produção, bem como à localização geográfica estratégica no Mercosul.

Fornecedores

Artigos em jeans passam por 65 etapas de controle

26

O empresário assinala que esses padrões de eficiência foram estabelecidos para que a Blue Design pudesse atender à demanda internacional. E, dando continuidade a essa proposta, também as matérias-primas usadas na produção dos jeans

buscam corresponder a essa exigência. “Para isso, pelo menos 30% do denim que utilizamos vêm de grandes tecelagens brasileiras, como Vicunha, Tavex e Canatiba, assim como artigos procedentes da Turquia e Itália. São os tecidos usados por marcas como Diesel, G-Star e Replay, com alta tecnologia e atributos especiais”. Assim, a empresa, que atende marcas como Ellus, VR e Calvin Klein, também trabalha para a Zara Cone Sul, exportando para Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. A Blue Design tem capacidade para produzir 200 mil calças jeans mensalmente. Certificada com o selo norteamericano Leed, referente à Eficiência Energética e Design Sustentável, a fábrica, que tem a etapa de corte, por exemplo, toda automatizada, permite que estilistas e profissionais de desenvolvimento de produto passem tempo necessário para que um modelo, “por mais complexo que seja”, tenha a peçapiloto finalizada. “A criação não se dá só no papel: é preciso que o profissional acompanhe o seu desenvolvimento no laboratório para acabamento a laser, por exemplo”, enfatiza Bunchicoff, completando que os clientes são recebidos semanalmente na confecção. Na lavanderia recém-instalada, todas as máquinas são italianas, ecológicas, de baixo consumo e automatizadas. “Recebemos profissionais estrangeiros permanentemente para atualização de nossos técnicos, que também viajam para estágios no exterior”. Para atender às exigências do mercado e às complexidades da moda em termos de acabamento, a Blue Design mantém uma equipe diversificada. “Contamos com especialistas da Espanha, do Brasil e, claro, os locais”, diz Bunchicoff, lembrando que o engenheiro brasileiro Ricardo Pires, que trabalhou por mais de 20 anos na Levi´s, na Califórnia, é o responsável pelo planejamento da estrutura da Blue Design. “A Levi´s, com seu alto padrão de exigência na produção em jeans, está na base de idealização da Blue Design. Nos próximos cinco anos, a empresa pretende atender às marcas brasileiras e consolidar sua carteira de clientes nos competitivos mercados da Europa e Estados Unidos”, revela, completando que a empresa, que tem consultoria para as áreas de estratégia e comunicação da Consultive Branding, quer se apresentar como opção de fornecedor de alta qualidade em jeans, ao alcance das marcas formadoras de opinião.

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Santanense

Tavex

Cedro

tecnológico Novo denim é mais

que nunca

Quer saber quais são as principais novidades das indústrias nacionais para o verão 2015? A WORLD FASHION Varejo conta pra você. Rígido, elastizado ou de aspecto cosmético – o jeans está com tudo na próxima temporada! Por Marcela Leone

A

s tecelagens apresentam seus lançamentos para o verão 2014/15. De acordo com os desfiles internacionais, o denim será um dos principais artigos das estações – aparecendo mais uma vez em diversos pesos e lavagens. Na Cedro Têxtil, o destaque da temporada é a linha Top Denim, que a empresa apresentou em seu estande na Denim by Première Vision, realizado em novembro último, em Paris. Com pesos entre 10 e 11 oz, os produtos têm como principal característica a versatilidade da tonalidade acastanhada que, dependendo da lavagem, revela o aspecto vintage, índigo ou o black blue.

28

Estão previstos mais 13 novos artigos para a estação. Já a linha Top Coated (colors) ganhou 8 novos tecidos de acabamento resinado. Batizados de Westen, eles são elastizados e possuem pesos entre 7 e 8 oz. O diferencial está principalmente na combinação de diferentes cores para o fundo. Também presente na Denim by PV, a Santanense mostrou novos artigos super strech para a linha Extreme Power, com dois fios distintos na trama: um desenvolvido internamente com algodão, T400 e elastano; e outro de poliéster com elastano de alta permormance. Ao todo são cinco novos tecidos que integram a gama de produtos, com 7,8

a 9,5 oz, diferentes construções e até 63% de poder de alongamento.

ConFoRto & CoSMÉtICo

O principal lançamento da Canatiba é a linha Beauty Denim, que possui na composição fios Emana (Rhodia/ Solvay), poliamida e cristais biotivos que absorvem o calor da pele e devolvem em forma de raios infravermelhos, o que estimula a circulação e o metabolismo celular, melhorando o aspecto da pele. A empresa apresenta também a Duo Core – Duo almas, coleção que contém uma nova geração de tecidos elastizados de alta perfomance e alta recuperação do strech.

Esses denims contam com a tecnologia Lycra® DualFX, com uma combinação única de duas fibras elásticas. Os tecidos com diferentes acabamentos, como leather, lustroso e rubber, também estarão em evidência. A Tavex propõe lançamentos dentro de 4 conceitos: Denim Couture, com artigos de alta qualidade e requinte; Runway, que une conforto e sofistificação; Absolute Fit, com índigo de mais de 50% de elasticidade, e Denim Therapy Svelt, tecido exclusivo com propriedades cosméticas que visam melhorar a aparência da celulite. A empresa traz ainda a linha Fitness Denim, com tecidos de flexibilidade e

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Dossiê Jeans Shorts Santana

Canatiba

Textiles e jeans Vicunha

A tecnologia é o elemento chave das coleções de denim que chegam ao mercado nacional. Por meio dela o jeans surge sob novos efeitos de cores,

Covolan

brilho, desgaste e padronagens

resistência, além de novos artigos na gama de produtos da Tri-Blend Technology, Jeather Denim e Dualtex.

eFeItoS eSPeCIAIS

Entre as principais novidades em índigo, a Vicunha traz a linha Athletic Denim, com artigos que têm toque e conforto do moletom, e o visual característico do denim – e ainda permitem trabalho em lavanderia. A indústria também lança a coleção Latitude Zero, com tecidos em tons de azul e diferentes porcentagens de elastano, dos médios ao power strech. Já na gama Transforming Denim, graças à nova tecnologia, o jeans é capaz de revelar diferentes cores a partir do grau de desgaste químico dos processos de lavagem. O brim também é pauta, com a nova linha Cher, que traz tecidos com efeito glossy e aspecto encerado. Na Capricórnio, há sete novos artigos na linha Platinum, com pesos que vão de 8,0 a 10 oz. Quatro deles possuem a cor azul intenso: Atlas (100% algodão, sarja 3X1, 8,0 oz); Parcas (100% algodão, sarja 3x1, 9,0 oz); Circe (97% algodão e 3% elastano, sarja 3x1, 8,0 oz) e Perseu (73% algodão, 25% poliéster e 2% elastano, sarja 3x1, 9,5 oz). Já na tonalidade ice dye destaca-se o Moorea, com 68% de algodão, 30% de poliéster ,2% de elastano, construção sarja 3X2 e peso de 10 oz.

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VeRDe-AMAReLo

A Santana Textiles, por sua vez, elegeu a Copa do Mundo como tema para a coleção, composta pela linha Loco Serious Denim, em que os tecidos têm nomes de estádios do mundo nos quais a seleção brasileira já foi campeã. Os produtos foram desenvolvidos a partir de dois tecidos-base, um rígido e um elastizado, que dão origem aos demais produtos, como o Chile 62, com tons de verde, amarelo e azul revelados no avesso. Ainda nas cores da seleção canarinho, o Rose Bowl 94 possui os tons verde, amarelo e azul na combinação de tramas. Existem ainda opções de tramas amarela (Yokohama 02) e verde/amarela (Maraca 14). Para a temporada, a Covolan destaca os tecidos em construção cetim, agora com opção de tingimentos diferenciados, como o Delavê (em tom délavé), Satin (na cor carbono), Black, Azul e Vermelho (os dois últimos com trama tinta na cor preta). Eles possuem 3% de elastano e fazem parte da linha Ultra Strech Denim. Nos estampados, a novidade é a padronagem de marca d’água, que só é revelada com efeitos localizados, como o used. A empresa ressalta ainda os tecidos 100% algodão, como os novos Motive e Freedom, da coleção Prime, que priorizam a merceirização, e os artigos Lanuse e Lavini, para peças com aspecto mais detonado.

29


Dossiê Jeans

no topo

Pesquisa mostra jeans

A voz do consumidor

do mercado

O segmento apresenta índice de crescimento acima da média do mercado de moda, com perspectiva de continuar a se manter em ascensão Por Eleni Kroka Fotos: Fernanda Calfat

A

boa notícia da indústria da confecção brasileira vem do segmento do jeans, que supera a onda dos importados, a falta de uma política favorável ao têxtil e nada contra a corrente, apresentando números que superam, e muito, a média nacional. Habituado a realizar levantamentos sobre os diversos setores da indústria e do varejo de moda, o IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial) acaba de publicar o “Estudo do Mercado Potencial de Jeanswear no Brasil”, que revela dados positivos sobre o jeanswear. A pesquisa mostra que, de 2008 a 2012, a produção de jeanswear no Brasil apresentou forte crescimento em volumes de peças confeccionadas – um ritmo superior a 6% ao ano –, o que gerou expansão acumulada de 27% no período. Segundo o diretor do IEMI, Marcelo V. Prado, os dados mostram que “esse crescimento superou a expansão da produção de vestuário em geral no país, que registrou, no mesmo período, expansão acumulada de 4,1% em peças, ou 1% ao ano”. O potencial brasileiro da indústria do jeans confirma-se com os números registrados, por exemplo, quanto ao volume de produção correspondente a 2012, quando foram produzidas 349,8 milhões de peças, representando um crescimento de 27%, quando comparado a 2008, conforme demonstra o levantamento realizado pelo IEMI. Marcelo Prado assinala que o jeans sempre fez parte dos estudos realizados pelo IEMI e, dada a potencialidade desse segmento da indústria, surgiu o interesse em realizar uma pesquisa específica. “Nunca havíamos desenvolvido um estudo que analisasse de forma isolada esse produto. Ao longo dos últimos anos, viemos separando tudo o que é confeccionado em tecidos índigo (jeanswear) do restante dos artigos do vestuário e, com isso, conseguimos uma análise profunda e individual do mercado de jeanswear no Brasil, um produto que nunca sai de moda e é sempre muito procurado”, explica o empresário.

A indústria

Outros números do setor são bastante representativos, conforme mostra a recente pesquisa. Aqueles que dizem respeito ao fator empregabilidade, por exemplo. O segmento de jeanswear

30

conta com 6,2 mil empresas produtoras, que representam 22,4% do total das confecções de vestuário em geral. Essas empresas empregam 319,5 mil trabalhadores, ou seja, 26,3% do pessoal ocupado na indústria do vestuário. Sua maior concentração ocorre no Sudeste, mas possui também forte representação no Sul e Nordeste do país, com destaque para os estados do Paraná, Pernambuco e Ceará. Essa força de trabalho está empregada em empresas instaladas nas cinco regiões do país, com destaque para o Sudeste, onde há 2.648 empresas, seguido pelo Nordeste, com 1.241 companhias, e o Sul, com 1.222. O Centro-Oeste conta com 1.074 empresas, enquanto a região Norte conta com apenas 6. Ao todo, são 6.192 companhias nesse setor.

Prognóstico

O ano de 2013 deve se encerrar com estimativa de crescimento de 3,5% na produção nacional de artigos de jeans, enquanto que para o vestuário, em geral, a perspectiva de aumento na produção é de queda de 0,8%. Com isso, a participação desse produto no mix geral do segmento de vestuário subiu de 4,7%, das peças confeccionadas, para 6%. Ainda segundo o IEMI, em 2014, as expectativas são de que esse produto continue a elevar a sua participação dentro da produção da indústria nacional. Quando analisado em valores, o jeanswear vem apresentando resultados igualmente superiores aos exibidos pela indústria do vestuário em geral. Em termos de valores, a produção brasileira chegava ao equivalente a R$ 3,9 bi, passando para R$ 7,06 em 2012, o que representa um aumento de 30,9%. Já o ano de 2013 encerrouse com a estimativa final de R$ 7,9 bilhões em negócios, o que corresponde a um crescimento de 12,6%. Já a estimativa para o mercado de vestuário como um todo, no mesmo período, era de R$ 92,4 bilhões, ou 4% apenas acima do montante registrado em 2012 na área de negócios. Sobre as perspectivas relacionadas ao mercado externo, Marcelo Prado assinala que “o Brasil ainda é muito competitivo na fabricação de produtos originais e diferenciados de médio e alto valor agregado, mas não tem como competir lá fora, oferecendo cópias de produtos europeus e americanos a preços baixos. Essa estratégia hoje é privilégio dos asiáticos”.

O consumidor faz do jeans a peça essencial do guarda-roupa diário, seja para o trabalho, seja para os momentos de lazer

O segmento jeanswear, que sempre foi representativo para compor os dados da indústria nacional de têxtil e de confecção, tornou-se finalmente alvo de pesquisas representantivas. Além do “Estudo do Mercado Potencial de Jeanswear no Brasil”, realizado pelo IEMI, foi também a base do levantamento realizado este ano pela Invista, fabricante do elastano Lycra®. A “Pesquisa de Hábitos de Consumo de Jeanswear”, conduzida pelo Ibope Inteligência para a marca Lycra®, durante o período de novembro a dezembro de 2012, traz uma amostragem de 1.000 entrevistados, procedentes das dez principais capitais brasileiras: Recife, Salvador, Goiânia, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Os consumidores são das classes ABC, com predominância BC, que é o perfil representativo da população como público-alvo, sendo ouvidos homens (47%) e mulheres (53%). A faixa etária vai de 18 a 50 anos, com a idade média de 33 anos, dos quais 72% são ativos. O jeans, segundo a pesquisa, é termo que está diretamente relacionado a calça jeans para 46% dos entrevistados. Para 17% deles, jeans é sinônimo de conforto, seguido pela ideia de praticidade (10%). E não é à toa que esse é o item campeão de vendas entre os brasileiros: 46% das pessoas ouvidas afirmam vesti-lo diariamente, enquanto outros 23% o vestem de quatro a seis vezes por semana. Além da frequência de uso, a pesquisa Ibope/Invista também verificou que os entrevistados vestem jeans para trabalhar (15%), para lazer (27%) ou ainda para ambas as ocasiões (58%), ou seja, sempre! O item “conforto”, lembrado pela maioria dos entrevistados, está também associado à presença do elastano na composição da peça. Nesse quesito, 75% das pessoas ouvidas afirmam que conhecem a marca Lycra®. E 54% afirmam que costumam usar jeans com stretch, enquanto 45% dizem que não, e apenas 1% a desconhece. As marcas mais lembradas, entre os entrevistados da pesquisa, são, em ordem alfabética: Biotipo, Black Jeans, C&A, Carmin, CK, Colcci, Diesel, Ellus, Forum, Hering, Lee, Levis, M. Officer, Marisa, Morena Rosa, Opção, Pernambucanas, Renner, Riachuelo, Sawary, TNG, Zoomp. (E.K.)

nov e dez 13/jan 14



Fotos: Divulgação

Apartamento 03

Amis Esdras

Fabiana Milazzo

Áurea Prates

um inVernO Bem esPOrtiVO

E.Store Paula Bahia

Gig

Por Eleni Kroka

O

inverno 2014, segundo as marcas mineiras que se apresentaram na edição do Minas Trend, realizada em outubro, no Minas Centro, vem sob a forte influência da moda esportiva. E não é só força de expressão. As peças que marcam presença na academia são também a grande referência para a temporada em termos de prêt-à-porter. A modelagem ampla dos blusões e pantalonas empresta todo esse aconchego aos conjuntos da estação. Tudo com a precisão na escolha de matérias-primas, em perfeita sintonia com acabamentos – o que inclui bordados, aplicações de pedras e cristais ou ainda matelassês. Os geométricos também desfilam pela cena de inverno, valorizados, sobretudo, pelo binômio preto e branco. As estampas, igualmente, são itens importantes, mesclando grafismos, inspirações da natureza e op art. Assim, o inverno fica leve, graças à escolha dos materiais, tornando a estação aliada do conforto e da tecnologia.

Jardin

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John John

Lucas Magalhães

Llas

nov e dez 13/jan 14


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Pedro Lourenço

Lino Villaventura

Ronaldo Fraga

Samuel Cirnansk

Reinaldo Lourenço

a HOra de FaZer as escOlHas

Por Eleni Kroka Fotos: Osvaldo F.

O

inverno 2014 transitou pelas passarelas do SPFW e já está na pronta-entrega das marcas, pronto para embarcar para as vitrines. Os desfiles da temporada sinalizam que essa é uma estação de apostas no preto e branco pontuado de cores mais quentes. Em nome do conforto, as matérias-primas resultam em tecidos e malhas aconchegantes, com bases de algodão, lãs e, claro, das fibras inteligentes que, pelo menos há duas décadas, entraram em cheio no processo produtivo e da criação. O diferencial das peças está nas aplicações, ora de franjas, ora de bordados, feitos de pérolas, pedras e cristais coloridos e reluzentes. O couro está em todas as propostas, dando forma a peças estruturadas – como casacos, coletes e paletós –, mas está também em incríveis saias fluidas e pregueadas. É também a pele ultramacia, bem como os tecidos hight tech, que dão forma a coletes, a vestidos e aos macacões que se tornaram peças-chave da temporada.

Amapo

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Colcci

Gloria Coelho

O desfile performace de Fause Haten mobilizou o publico e provocou reflexão sobre a moda

João Pimenta

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nov e dez 13/jan 14


Inspirado na obra de Daniele Buetti, com sua devida autorização. Foto: G. Defaix

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cOnFecÇÕes Peruanas descOBrem O mercadO BrasileirO

Layout da feira,

Empresas do Peru buscam intensificar

instalada no JK Iguatemi,

relacionamento comercial com o Brasil nas áreas têxtil e de confecção

entre público e expositor

Por Eleni Kronka

A

primeira edição do Peru Moda Brasil, realizada em novembro passado, com organização da Consultive Branding, revelou o interesse do mercado brasileiro nos produtos de empresas têxteis e de confecção do país vizinho. Quem afirma é o diretor geral do Escritório Comercial do Peru no Brasil, Antonio Castillo, diante da possibilidade de aumentar o fluxo de produtos para o mercado local. O encontro, realizado com visão comercial e estilo – já que a mostra ocupou a área de eventos do JK Iguatemi, em São Paulo –, reuniu cerca de 300 empresas, sendo 180 de grande porte AF02_ANWFVarejo_Curvas_Nomina061Page 1 21/6/2013 21:55:52 e 100 representantes das áreas têxtil e

de confecção. “Os expositores fecharam, na ocasião, negócios da ordem de 30 milhões de dólares, o que é um excelente resultado para a primeira edição”, afirma Antonio Castillo.

CoMPetItIVIDADe

Do 1º Peru Moda Brasil participaram 25 confecções que exportam habitualmente e atendem marcas internacionais, tais como Calvin Klein, Armani Exchange, Lacoste, entre outras. “Já estamos preparando a próxima edição, programada para a segunda quinzena de novembro de 2014, quando deveremos reunir 40 participantes, inclusive tecelagens que trabalham com algodão pima e com alpaca”, afirma o executivo. A es-

colha desse período, segundo Castillo, tem a ver com o momento em que a indústria peruana inicia a temporada de pedidos para a estação. Trabalhar com o mercado brasileiro representa, sem dúvida, um desafio para a indústria peruana. Primeiro, pelo potencial da indústria local. “O mercado brasileiro de confecção é bastante competitivo, com empresas que trabalham em vários segmentos”, observa, acrescentando que, “além disso, é um mercado com prazos curtos de entrega e bastante voltado à pronta-entrega”. Diante desse cenário, o executivo comenta que “a indústria peruana está pronta para competir”. Se, por um lado, o fast fashion mar-

ca a dinâmica da produção da moda aqui; por outro, o Peru encontrará, como vantagem, a ausência de impostos na exportação para cá. “Há acordos bilaterais que tornam nossos produtos também competitivos”.

CALenDáRIo

Além do 2º Peru Moda Brasil, em novembro, o departamento comercial do Peru no Brasil confirma a participação de empresas peruanas nas feiras Prêt-à-Porter (12 a 15 de janeiro de 2014), em São Paulo (SP), e Fenim (21 a 24 de janeiro de 2014), em Gramado (RS). “Em cada uma dessas feiras, o Peru estará representado por 15 empresas”, finaliza Antonio Castillo.

Foto: WF Varejo

facilitou interação



A estética do grunge e do minimalismo, somada ao impacto das supermodels, está de volta com uma irreverência que perde espaço para a elegância proposta para a temporada Por Camila Toledo

MInIMALISMo

O retorno de Jil Sander para sua marca homônima e novos designers, como Alexander Wang e Phoebe Philo, para Céline, contribuíram muito para esse retorno à moda minimalista de hoje. Em seu último desfile do verão 2014, Wang mostrou peças de recortes a laser que traziam suas iniciais, uma referência à logomania da década de 90. A influência dessa década continua a ganhar impulso em desfiles e na moda de rua, com designers trabalhando outros temas populares, como o grunge e o minimalismo de forma supersofisticada. Veremos muitos vestidos estilo camisola, blusas curtinhas, tops, camisas de flanela e camisetas com estampas gráficas.

Klein nos anos 1990

década, defendida por designers icônicos de ambos os lados do Atlântico, de Jil Sander a Calvin Klein.

eStÉtICA gRunge

Da forte influência grunge, com sua atitude subversiva e forte, volta uma silhueta mais solta, relaxadamente chique. Estão de volta os coletes, calças de corte mais largo, os patches, lavagens desbotadas/ desgastadas e rasgos. Um dos hits da passarela e também das ruas é o jeans boyfriend. Acompanhando o movimento dos anos 90, transposto para a atualidade, esse modelo ganha uma estética de luxo grunge. Vem extremamente destruído e com a silhueta desleixada do boyfriend, infundindo o estilo tomboy com um tom agressivo. Tem aspecto áspero, inacabado e com a barra levemente afunilada para dar um toque mais feminino. Uma grande ideia que surge para esse modelo vem de Londres, do desfile de Ashish Gupta para o verão 2014. Na superfície do jeans, junto aos rasgos, vem uma camada de lantejoulas aplicadas, dando um brilho e luxo inesperado.

Do caminho unissex vêm os casaquetos jeans e o macacão estilo jardineira. O famoso macacão jeans ganhou algumas releituras nas mãos de Herchcovitch e Olivier Rousteing, para Balmain, nas coleções de verão 2014/15. Porém, quando olhamos a moda de rua, o que caiu mesmo no gosto popular foram os modelos mais tradicionais. Barbara Bui

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U

Kate Moss, para Calvin

Fotos: Divulgação

O jeans cOntemPOrÂneO dOs anOs 1990

ma forte inspiração jovem dos anos 1990 surge para influenciar todo o mercado de jeans em 2014. Um ponto forte, em relação às silhuetas da década, é a androginia, característica muito presente na chamada Geração Z. O olhar meio perdido, cinicamente apelidado de “heroína chic” pela mídia, ofereceu uma alternativa estética intrigante, adequada à simplicidade e, às vezes, à moda unissex da época, que foi diretamente na contramão da onda das supermodels do videoclipe Freedom, de George Michael. A ascensão meteórica de Kate Moss, no início dos anos 90, consolidou seu status de garota propaganda desse movimento. Seu sucesso mudou para sempre os ideais do corpo da indústria, que ganharia impulso ao longo da

DKNY

Alexandre Herchcovitch

Ashish Gupta

Balmain

De qualquer forma, podemos esperar novas peças em jeans e novos tratamentos para 2014. Shortinhos e minissaias perdem força para uma moda mais elegante. O jeans deixa de ser um básico para se tornar peçachave do look mais descolado do novo ano que entra.

Topshop Unique

Versace

nov e dez 13/jan 14


+jeans dos anos 90

confira o que estรก sendo usado nas ruas pelo mundo

nov e dez 13/jan 14

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Foto: Arquivo pessoal

por Edson D'Aguano

Diretor presidente da Consultive Holding.

www.consultive.com.br

Quem se surPreende cOm O FuturO É POrQue estÁ PresO nO PassadO.. aja cOnsciente.. seja Persistente O futuro, já em andamento, exige dos gestores posturas firmes e atitudes assertivas, o que supõe autoavaliação e mudança de paradigmas para tornar real e possível o que ainda não existe

R

eza a lenda que, no nosso mundinho fashion, o objetivo dos gestores de plantão não é especular sobre o que talvez ocorra no novo ano que está nascendo, mas tentar imaginar o que de fato é possível fazer acontecer no futuro, que já faz parte do presente. As perguntas que não querem calar são, cá entre nós... A próposito do futuro que já bate à porta, você, gestor de nova geração, tem a visão penetrante e desobstruída dos executivos revolucionários na busca dos resultados de valor para a sua empresa? Você sabe o que virá a seguir no seu mercado-alvo? Para você e sua empresa, o cenário do novo ano é algo positivamente palpável, realisticamente otimizante, inevitável mesmo e tridimensionalmente impactante? Sua gestão está “amarrada” no Produto, na Comercialização e na Comunicação (PCC)? Você se sente capaz de ver, de realmente enxergar uma oportunidade desconcertante de inovação no conceito do seu negócio e na trilha da resultabilidade? Você possui audácia suficiente para uma mudança na mesmice do seu Produto, na obviedade da sua Comercialização e, especialmente, no mais do mesmo da sua Comunicação? Alguma coisa tão inovadora no PCC da sua marca que seja impossível dar-lhe as costas? Você é a voz da oportunidade sedutora na sua empresa? Tem certeza disso? Você é campeão do não convencional? Você lavra o solo duro e crestado da ignorância mórbida e dos dogmas empoeirados do passado, fazendo germinar rebentos de audácia e inovação junto de seus pares? Você é uma fonte de diversidade estratégica? Sua equipe é aval inconteste disso? Ela acha você o máximo dos máximos? Sei não! O fato é que, na era revolucionária da mudança em que já estamos, é preciso ser capaz de imaginar alternativas diferenciadas, revolucionárias de verdade mesmo, para o status quo de sua empresa, na busca do resultado de valor. A bem da verdade, a lenda reza e atesta que... “Os poucos

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imaginosos serão relegados às hostes entulhadas de batucadores de teclado do passado. Muitos seres rotulados de executivos que são, ainda que vivos, não lograrão escapar das garras cadavéricas dos seus míopes e teimosos precedentes que foram. Inúmeros outros gestores (gestores?) não estarão ainda totalmente envolvidos pelo futuro, blindados que estão pelo embotamento habitual (a soberba explica). Comprometidos, então, nem pensar. Multidões deles não conseguirão distinguir o significado entre o legado e o destino! Show de bola, pois não? Filosofias à parte... Você é um deles? Você está certo disso? Você quer converter-se em um mutante revolucionário? A questão é: você está atento? Você está ligado na esquisitice do seu mercado, provisionando mudanças para o futuro? Olhe ao seu redor, se ainda conseguir enxergar. Aja consciente... Seja persistente, observe as marcas entrances que se tornaram campeãs em inovação de conceitos de negócio. É só “ver” com olhos de humildade, para “crer” que algo antimesmice está acontecendo com o lifestyle das pessoas como um todo. O nosso mercado mudou. O nosso cliente mudou. O mindset (maneira de pensar e agir) mudou. Você mudou? Mesmo? Assim, agindo especialmente nas estepes do nosso Brasil-Sertão, e menos no Brasil-Litoral, você “verá” que as inovações infratoras de regras e criadoras de riquezas não derivam, necessariamente, do planejamento corporativo. Tampouco refletem o pensamento comedido das divisões organizacionais destinadas, quem diria, à exploração de novos empreendimentos. Também não surgem visões mirabolantes pró-assertividade no céu azul das releituras rotineiras dos falsos novos produtos das falsas novas coleções, dos verdadeiros novos clientes e das mentirosas novas mídias quase sempre inócuas que são. Penso que, cada vez mais, os insights inovadores não são frutos do triunfo da grande “sacada” dos executivos-mor (por maior que seja a sua importância para a eliminação das

restrições empíricas à criatividade), mas da vitória da contestação que pula por cima das restrições mentais dos jurássicos de plantão. O “idiota-sábio”, que formula novas questões e então as responde com partes do já existente é, em geral (quem diria), o criador do inédito, persistente e até piegas que é. Eis porque a mudança revolucionária é inovação conceitual, revolucionária mesmo, até o talo. Emana da mente e da alma dos descrentes e dos descontentes; dos sonhadores e dos insolentes e, especialmente, dos tais críticos e “do contra” que são. E não dos teóricos que dizem saber tudo, mas que não sabem nada, tidos e havidos como cientistas da gestão executiva, travestidos de conselheiros do novo mundo. Meu Deus!

PenSe DIFeRente... APoSte no IneXIStente!

Em tempo... Mudar é possível! Seja vidrado em novidade. A essência da

estratégia é a variedade na quebra da mesmice. Mas não existe variedade, em estratégia alguma, sem diversidade na maneira como você pode ENXERGAR o mundo que está dentro do seu mercado-alvo. Será que você olha, vê e enxerga de maneira diferente? Será que você possui ideias conflitantes pró-futuro, com os padrões eternos da mesmice do passado? O fato é que não existe futuro sem mudança. E, se assim não for, não é mudança, é enganança. Cara... Você deve se tornar um vidrado em novidade. Descubra as descontinuidades. Acabe com elas, pelo amor ou pela dor. O mantra do hoje, que já é amanhã, aponta para o Dever/ Saber, para daí Saber/Fazer, para só daí Fazer/Fazer, para então estrategicamente Fazer/Ganhar (Dinheiro para Ser Feliz). Mudar é possível sim. Pense diferente... Aposte no inexistente. A mudança, irmã gêmea univitelina do futuro (um belo casal), não é invisível aos olhos. Quem viver, verá!

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Feira da Moda

2 014 / 2 015

De 13 a 15 de Maio - 2014 Serra Park - Gramado/RS 9h - 19h

www.ciadasfeiras.com.br - (51) 3083-0101


Foto: Gui Benites

por Arnaldo Rabelo

Consultor em marketing infantil e licenciamento de marcas.

Foto: Divulgação

www.rabeloeassociados.com.br

cOmO aValiar PrOdutOs licenciadOs Vários fatores compõem a “química” que resulta no êxito da marca no ponto de venda. Por isso, é bom ficar atento para eleger aquela que alavancará os negócios

N

a metade de 2013, ocorreu, em Las Vegas, a Licensing International Expo, a mais importante feira mundial sobre licenciamento de marcas e personagens. O licenciamento é o processo pelo qual as empresas podem contratar por um determinado período a autorização de uso de uma marca, celebridade, arte ou personagem em seus produtos. É em função do licenciamento que vemos camisetas com estampas dos Beatles ou calçados com o Homem Aranha, por exemplo. A feira deixou evidente a grande variedade de conteúdos disponíveis para licenciamento. As empresas que pretendem vender produtos licenciados têm a árdua tarefa de escolher os mais adequados. Muitas têm dúvidas sobre quais critérios utilizar na análise e nem sempre fazem escolhas que resultam em sucesso no ponto de venda. As redes de varejo estão entre as empresas que mais

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têm utilizado esse recurso para alavancar suas vendas. As lojas menores devem avaliar quais marcas ou personagens têm mais apelo para definir suas compras de fornecedores que licenciam.

InFLuênCIA

A avaliação de marcas não pode ser feita com base apenas em sua exposição. É claro que marcas muito famosas impactam um grande público. Mas, assim como há produtos de massa e produtos de nicho (um segmento menor do mercado), há marcas de massa e de nicho. Precisamos ver o que é adequado a cada empresa. O que influencia vendas futuras em uma marca ou personagem é basicamente: •

seu reconhecimento pelo público (nome, desenho, símbolos, histórias...);

a relevância dos conceitos associados a ela

(significados ligados à marca, seus valores e princípios, o quanto são diferenciados e valorizados pelo público). Ligados aos itens anteriores, consideramos muito importantes também o quanto a marca é associada à qualidade e o nível de lealdade que o público tem em relação a ela. No caso de personagens ou conteúdos de entretenimento, devemos considerar que o período em que eles fazem sucesso pode variar. Temos os personagens “clássicos”, que fazem sucesso há décadas e não cairão no esquecimento (como o Mickey). E temos também personagens “da moda”, mais ligados a ações promocionais ou lançamentos passageiros, como os associados a um filme (Transformers, por exemplo). A empresa deve escolher o que é mais adequado à utilização que fará dele e ao momento em que poderá colocar os produtos em sua loja.

FoCo

Um dos pontos mais críticos na escolha de personagens para licenciamento é a adequação. Devemos verificar se são adequados: •

os conceitos do personagem à categoria de produtos; o público do personagem ao público da loja (faixa etária, gênero, classe social, estilo e outros aspectos comportamentais).

Assim como nenhuma empresa tende a ter sucesso oferecendo todo tipo de produto a todos os públicos, uma marca ou personagem licenciados tendem a ser indicados a apenas algumas categorias de produtos e alguns públicos (não todos). A necessidade de foco é um dos pontos mais negligenciados pelos administradores de marcas e personagens. Outros pontos que também devem ser considerados são:

quais empresas já licenciam a marca;

que casos de sucesso de vendas existem com a utilização da marca;

nível de apoio que o licenciador (proprietário dos direitos sobre a marca) dá aos licenciados e ao varejo (o uso de materiais de ponto de venda e corners temáticos pode aumentar muito a venda nas lojas).

Se a escolha é feita de forma adequada e os produtos são bem desenvolvidos, a marca agrega valor por meio das novas associações que gera, criando maior atratividade dos produtos ao seu público. Hoje, o licenciamento de marcas e personagens no Brasil gera mais de R$ 12 bilhões em vendas no varejo e tem enorme potencial de crescimento.

nov e dez 13/jan 14


por Marcelo V. Prado

Foto: Arquivo pessoal

Marcelo V. Prado é sócio-diretor do IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial

www.iemi.com.br

jeansWear suPera, ilesO, estaGnaÇÃO da indÚstria dO VestuÁriO nO Brasil

Foto: SLoja Forever 21 NYC fotografa Fernanda Calfat

Segmento destoa dos demais no complexo cenário da indústria de vestuário nacional, registra crescimento e sinaliza que o ritmo se manterá em alta

A

indústria do vestuário no Brasil, depois de crescer por sete anos seguidos, durante o período de 2004 a 2010, viu seu desempenho esmaecer diante dos efeitos da crise internacional sobre o dólar americano. Embora nunca tenha sido uma indústria com exportações significativas, diante da extensão da produção local, a valorização do real foi determinante no estimulo às importações de roupas por parte dos grandes varejistas nacionais e, mais recentemente, pelas grandes marcas brasileiras em busca da complementação do seu mix de produtos. Dentro desse processo, após bater seu recorde de produção em 2010, com 6,4 bilhões de roupas confeccionadas, e alcançar a 4ª posição como o maior produtor do planeta, o maior fora da Ásia, o setor de vestuário no Brasil vem enfrentando uma queda em seus volumes de produção. A perda acumulada no período, já incluindo as estimativas para 2013, deverá chegar próxima a 4,5% em volume, o suficiente para ceder sua posição para a Turquia, que assume, este ano, a condição de 4º maior produtor mundial.

nov e dez 13/jan 14

É dentro desse cenário que observamos o segmento de jeanswear destoando dos demais do vestuário, mantendo um ritmo de crescimento superior a 6% ao ano, desde 2008.

CReSCIMento

Peça-chave em qualquer guarda-roupa, seja por meio de camisas, saias, calças ou bermudas, o jeans foi também o segmento que mais cresceu dentre todos os artigos de vestuário produzidos no país, nos últimos anos. Há muito que sua importância tem sido destaque no cenário da moda brasileira, seja por envolver 6,2 mil empresas produtoras – 22% do total das confecções de vestuário do país

–, seja por empregar 320 mil trabalhadores, nada menos que 26% do pessoal ocupado pelo setor. Em 2012, foram produzidas 349,8 milhões de peças, utilizando o tecido índigo em sua confecção, com destaque para as calças femininas, além de jaquetas, bermudas e camisas. Para 2013, as estimativas para a produção de jeanswear são de crescimento de 3,5%, enquanto que, para o vestuário em geral, é de apenas 0,1%. Com isso, a participação desse produto no mix geral do segmento de vestuário deverá continuar a subir, alcançando algo próximo a 6% do total das peças produzidas, ou quase 9% das receitas geradas por essa indústria no país, em 2013. Para o próximo ano (2014), as expectativas continuam positivas e esperase que esse produto continue a elevar sua participação dentro da produção brasileira de vestuário em geral. É preciso considerar, entretanto, que, apesar do bom desempenho da produção nacional de jeanswear, as importações do produto avançaram bastante nos últimos anos, favorecidas pela forte valorização do real diante do dólar americano, o que sempre afeta a competitividade dos produtos industrializados no país, frente aos importados. Mesmo assim, a participação do jeanswear importado não deverá alcançar mais que 6% do volume total consumido do produto no país em 2013, preservando, aos produtores e marcas nacionais, o pleno domínio do mercado interno.

Tendo como matéria-prima básica o algodão, que é uma commodity com preços internacionalmente equivalentes, e contando com algumas das mais bem estruturadas e eficientes indústrias de tecelagem de índigo do mundo, a indústria de jeanswear do Brasil conta com recursos suficientes para se desenvolver, inovar e se diferenciar dos artigos básicos e baratos que chegam da Ásia. Sem dúvida, esse é um dos nichos do vestuário nacional que tem maior potencial para se desenvolver e ditar moda no Brasil e no exterior. Um excelente 2014 a todos!

InDICADoReS eConÔMICoS

Voltando ao vestuário, as vendas do comércio varejista recuaram no mês de agosto, ante um crescimento, no mês anterior, de 3,0%. Em volumes físicos, a queda foi de 4,5% e, em valores de venda, de -4,2%. No acumulado do ano, de janeiro a agosto de 2013, houve alta de 8,8% nas receitas e de apenas 3,5% nos volumes. A produção nacional desses artigos, em número de peças confeccionadas, avançou no mês de agosto, com forte alta de 12,2%, comparada ao mês de julho. No ano, ainda apresenta redução de -1,7%, em 2013, sobre o montante produzido em 2012. As importações brasileiras de roupas, por sua vez, cresceram nesse mês, alta de 21,9%, comparada ao mês de julho, acumulando +8,0% no ano. Já as exportações obtiveram forte alta de 33,7% no mês, porém, no ano, acumularam queda de 2,8%.

DeSeMPenHo VeStuáRIo

VARIAção no MêS 1

VARIAção AnuALIzADA 2

VenDAS no VAReJo (R$)

-4,2%

8,8%

VenDAS no VAReJo (PeçAS)

-4,5%

3,5%

PRoDução InDuStRIAL (PeçAS)

12,2%

-1,7%

IMPoRtAçÕeS (uS$)

21,9%

8,0%

eXPoRtAçÕeS (uS$)

33,7%

-2,8%

Fontes: IEMI / IBGE / SECEX (1) agosto 2013 / julho 2013 (2) janeiro-agosto 2013 / janeiro-agosto 2012

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por Paulo Delegá

Paulo Delegá é diretor Foto: Arquivo pessoal

da Vendere, agência digital de criação e desenvolvimento de sites e marketing na Internet.

www.vendere.com.br

O celular POde atrair Ou esPantar clientes. VOcÊ decide O sucesso do celular é inquestionável, mas seu marketing pode não estar tirando todo proveito disso…

T

odo mundo já viu cenas parecidas: no restaurante, o marido no BlackBerry; a esposa e a filha adolescente, cada uma no seu iPhone, e o pequenino assistindo um desenho animado no iPad. E, no jantar a dois, então, no que poderia ser um momento afetivo, ele, ela, ou ambos, navegando nos seu celulares...

Enquanto ser humano, você pode até se perguntar para onde caminha uma humanidade na qual as pessoas preferem navegar no Facebook do que conversar realmente umas com as outras. Mas, enquanto estrategista de marketing, dá para reconhecer a enorme oportunidade que isso representa. Olhe à sua volta: no ônibus, na rua,

no shopping center, no trabalho, até no elevador, naquele tempinho que demora entre os andares. As pessoas estão hipnotizadas com os seus celulares. Não seria interessante se pelo menos uma pequena fração dessa atenção fosse para seu marketing?

oPoRtunIDADe & CRISe

Então, primeiro, as boas notícias: a imprensa divulgou dados que apontam o Brasil como o quarto país do mundo em número de smartphones – telefones celulares inteligentes, que podem acessar a internet –, que chegam a cerca de 70 milhões. É provável que boa parte do público-alvo de seu marketing navegue na internet pelo celular. Agora, as más notícias: muitos sites não funcionam direito em celulares e tablets. Têm aqueles que simplesmente travam e existem os que até funcionam, mas que são difíceis ou desagradáveis de navegar pelo celular. Demoram uma eternidade para carregar as páginas, têm imagens que são difíceis de enxergar na telinha, têm botão minúsculo que, ao tentar

clicar com o dedo, você acaba clicando em outra coisa, e por aí vai. E tudo o que você não precisa, bem na hora em que está tentando construir sua marca ou vender seus produtos, é que a pessoa ache difícil navegar no seu site. Parte do problema vem do fato de que o crescimento do uso de celulares inteligentes e tablets é algo muito recente e os sites foram projetados antes disso. A outra parte, pior, do problema é que muitas das empresas que desenvolvem sites também não tiveram tempo ou capacidade empresarial de se adaptar à mudança – que não é trivial tecnicamente. Há sites novos, ou até em desenvolvimento hoje, que também não funcionam direito em celular. Que fazer? Acesse o site de sua própria empresa com um iPhone e, depois, com um celular Android (como a linha Galaxy, da Sansung), que são os dois sistemas de celular inteligente mais usados. Dê uma boa navegada por diferentes páginas. Ficou esquisito, travou, é meio difícil de achar ou de ver as coisas? Pode estar na hora de você trocar de site. E de agência digital.


por Antônio Gondim

Foto: Arquivo pessoal

Antônio Gondim é sócio da Êxito Consultores, consultores tributários da industria da moda.

www.exitoonline.com.br

FOrmaliZar PrestadOres de serViÇO POde ser BOm neGÓciO A adesão aos modelos existentes – e simplificados – de formalização de empresas pode representar ganho para o microempreendedor, para o contratante e também para o Governo

A

contratação de costureiras, bordadeiras e outros profissionais que atuam como pessoas físicas normalmente conduz o contratante a uma das duas situações: a. custo de contratação altíssimo, com tributação superior a 100% do preço do serviço, ou

b. contratação informal desses profissionais, com riscos cada vez maiores. Existe ainda uma terceira via, que vem sendo adotada lentamente pelas empresas do setor, que diz respeito à adesão aos programas de institucionalização de fornecedores, constituída por: a. sensibilização dos fornecedores, do

tipo pessoa física, para o processo de formalização, demonstrando as vantagens que terão – conta bancária, comprovação de renda, acesso a crédito, etc.; b. disponibilização de profissional contábil (de preferência, externo) para providenciar a abertura das empresas e cumprimento de obrigações legais desses prestadores; c. repasse dos impostos ao preço dos serviços – uma costureira ou bordadeira, enquadrada no modelo Microempreendedor Individual (MEI), tem o custo tributário de apenas R$ 40,00 por mês, facilmente absorvido pelo contratante. Se for optante do modelo Simples, dificilmente terá uma carga tributária maior que 6%.

SeM BuRoCRACIA

A modalidade mais adequada de regularização desses profissionais se dá pela adesão ao MEI, que é efetuada, em segundos, no próprio site (www.portaldoempreendedor.gov.br). Nada de burocracia, contrato social, Junta Comer-

cial, nada disso! Tudo muito rápido. O fornecedor aderente pagará uma taxa de R$ 40,00 por mês e não precisará ter contabilidade (só um livro-caixa). Essa regra vale para faturamento anual de até R$ 60 mil. Se passar desse valor, o microempreendedor passa a recolher pelas alíquotas do Simples. Se o contratante for optante do lucro real, os pagamentos que efetuar ao fornecedor, inscrito no MEI, gerarão créditos de PIS e Cofins de 9,25% do valor pago. Esse crédito é suficiente para cobrir o custo tributário da formalização e ainda sobrar algum. Cada empresa pode criar seu próprio programa de adesão. Vai precisar de paciência para convencer os fornecedores, contratar um contador externo para apoiar a institucionalização e assumir os ônus tributários do processo. No fim, todos saem ganhando: os prestadores de serviço, que terão acesso à cidadania plena; os contratantes, com a redução do risco e custo fiscal, e o Governo, que melhora a qualidade de vida desse segmento, além de obter algum ganho tributário.


Diretora de Criação da Nomina Design, Foto: Arquivo pessoal

escritório especializado em projetos completos de loja e identidade de marca no varejo.

www.nominadesign.com.br

Os Surrealistas Projetos de interiores tornam-se referência no universo do varejo ao estabelecer diálogos com os clássicos dos movimentos artísticos

D

os territórios do subconsciente e do sonho surgem imagens e acontecimentos inimagináveis no plano real. Mas alguns ambientes de lojas nos levam a experimentar essas dimensões. São visões de um mundo de fantasia: surreais.

“...EXIGINDO ROCKS, ANIMAIS, METAIS....” VELOSO, Caetano

A Barneys de Nova Iorque homenageou os 60 anos da marca francesa Chloé com vitrines tematizadas por suas peças clássicas. O resultado veio do trabalho conjunto da equipe da Barneys com o cabeleireiro Bob Recine. Na vitrine, com um manequim vestindo o Violin Dress de 1983, um arranjo de instrumentos musicais “crescia” de sua cabeça e se espalhava pelo ambiente, como se ocorresse a materialização de um repentino estrondo de um concerto musical. As tranças dos manequins, vestidos com o modelo Braids (tranças, em inglês), formavam um rodamoinho de seis

metros de cabelos e cordas torcidas pelo teto da vitrine. Esse emaranhado parecia flutuar como nuvens, tentando romper o espaço e alcançar o céu.

“TODO OVO QUE EU CHOCO, ME TOCO, DE NOVO...” BUARQUE, Chico

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“POR TRÁS DESTA LENTE TAMBÉM BATE UM CORAÇÃO...” VIANNA, Hebert. Na óptica Kirk Originals, na Conduit Street, em Londres, os olhos nos olham e literalmente piscam através dos grandes móbiles digitais suspensos na vitrine.

Fotos: Divulgação

No teto, um olho grego estilizado. Dele escorre uma lágrima em forma de um ovo dourado, que, por sua vez, “choca” um par de pernas negras. Abaixo, uma galinha gigante em azul Yves Klein. Isso tudo pode parecer descrição de uma obra de René Magritte ou Salvador Dalí, mas é a loja Kokoo, em Chipre. A galinha é um grande display de acessórios. Na parede, centenas de cabos de guarda-chuvas funcionam como expositores. Na óptica Kirk Originals, na Conduit Street, em Londres, os olhos nos olham e, literalmente, piscam através dos grandes móbiles digitais suspensos na vitrine. Saindo do lugar comum, o interior da loja tem paredes escuras e repletas de centenas de pares de olhos em chapas brancas que parecem saltar das paredes. Os “olhos”, na verdade, funcionam como displays para os óculos. Como nas obras surrealistas, os olhos parecem não pertencer a um ser humano real e sim a uma mutação para um tipo de inseto de pernas finas e longas. Os clientes podem interagir reclinando e reposicionando os “insetos”. Será que Freud explica?

nov e dez 13/jan 14



top

www.cedro.com.br

DENIM & COLOURS CEDRO

#TOPDENIMCEDRO A linha de tecidos TOP DENIM & COLOURS CEDRO destaca-se por apresentar estruturas, tingimentos e acabamentos diferenciados e inovadores. São produtos versáteis, com alto valor de moda, melhor toque e brilho, efeitos variados e amplas possibilidades para beneficiamento em lavanderia.

Um tecido TOP para coleções TOP.


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