CAPÍTULO 2 Poison
Depois de três longos dias, do fundo da minha jaula úmida e fria como uma boceta vitruviana, escutei a grande nave dos traficantes de escravos pousar. Três dias sem água e sem comida. O que aqueles guardas de merdas estavam pensando? Eu tenho meus direitos! Duvidava que eles tivessem o registrado como prisioneiro,
mesmo.
Esse
tipo
costuma
vender
os
criminosos apreendidos para caçadores de recompensa para obterem o resgate. A jaula em que estava não pertencia a estação aduaneira. Ele estava em uma nave particular,
provavelmente
a
de
um
dos
oficiais,
estacionada nos fundos da estação. Sem iluminação ou calefação, na nave menor a acústica o favorecia. As finas paredes de metal deixam os sons de fora entrarem. Pelo menos para minha audição privilegiada. Meus sentidos ficavam muito mais aguçados com a fome. O som de uma grande nave era inconfundível. Chegou a hora que tanto esperava.