zen kids
EDIÇÃO 4 | JANEIRO 2016 | MENSAL
(IN)FERTILIDADE
HIPERATIVIDADE E DÉFICE DE ATENÇÃO
AS RESPOSTAS DA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
CARACTERÍSTICAS E FORMAS DE LIDAR COM CRIANÇAS HIPERATIVAS SEGUNDO UMA VISÃO HOLÍSTICA
FAMÍLIA| EDUCAÇÃO | BEM-ESTAR
EDUCAÇÃO E RESPEITO REFLETIR SOBRE O RESPEITO NA EDUCAÇÃO
Nr. 4 Janeiro de 2016
DIRECTORA E EDITORA Sara Morgado revista@zen-kids.org DIRECÇÃO COMERCIAL comercial@zen-kids.org COLABORADORES Rute Calhau, Vânia Cardoso, Diana Banha, Célia Negrão, Marisa Menezes, Lara Barbosa IMAGENS Pixabay, Photl PERIODICIDADE Mensal
SUBSCRIÇÕES revista@zen-kids.org projetozenkids@gmail.com www.zen-kids.org Rua das Camélias nº2 2710-632 Sintra
ZEN KIDS
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CONTEÚDO NÚMERO 4
NESTA EDIÇÃO Editorial
7
Agenda
9
Educação e Respeito
10
Preparados para o frio
14
Mãe aos 40
Défice de atenção, Hiperatividade e I mpulsividade
26
Pais felizes, filhos felizes
34
Ideias práticas para famílias mais felizes O papel da mãe na felicidade
39
Letras do Coração
48
Quartos de criança
54
Relaxamento para Crianças
59
43
18
(In)Fertilidade: que respostas de acordo com a Medicina Tradicional Chinesa 22
EDITORIAL
Sara Morgado EDITORA Se novo ano significa novos começos, estamos na altura certa para repensar o que queremos. Como pais, como pessoas, como profissionais! Tentando sempre, construir o melhor, de nós mesmos e da vida. Não é isso que sempre buscamos? Depois do período de festas e de pausas é altura de voltar ao diaadia e aos afazeres, a um quotidiano mais comum e que nos incita também a pausar e voltar à realidade. E por tal fica a reflexão, comum, nesta altura: o que queremos para nós neste novo ano que começa? E para a nossa família? O que queremos mudar e transformar, que ideias queremos que tomem forma? Na verdade, como queremos viver a nossa vida? Sabemos que nem tudo depende de nós visto que a vida colocanos experiências pela frente as quais não controlamos, mas podemos escolher a forma como lidamos com elas e ser mais proativos naquilo que fazemos da nossa vida. Incitoo a fazer esta reflexão e escrever até, todas as ideias que surjam. E incitoo a começar este ano com uma energia renovada, com novas intenções e abertura para o que este ano lhe trouxer, sob a forma de lugares, pessoas, acontecimentos. A cada ano que passa desenhase mais um capítulo da nossa história, interligandose um caminho que constrói aquilo que será a nossa vida, enquanto ela durar. Esta é a sua vida. A sua história. O seu percurso. E por isso, faça dele algo bonito e porque não, grandioso!
Sara
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AGENDA
JANEIRO 16
10 - CARMENCITA 50 minutos Bilhete: 5€ Reservas: 938 018 777 | 966 046 448
09 a 31 - JANEIRO NA QUINTA PEDAGÓGICA 09 Jan: 11h - O Ciclo do Pão 23 Jan: 11h - A Vida na Quinta 23 Jan: 15h - Da tosquia à Cor da Lã Atividades Gratuitas. Consulte estas e outras atividades 17 - LABORATÓRIO Pavilhão do Conhecimento - Centro de Ciência Viva M/3 anos 15h30, 17h15 19 a 24- TUDO NO MUNDO COMEÇOU COM UM SIM - Espetáculo / jogo de música e dança M/6 anos | 19, 22 Jan: 11h, 23, 24 Jan: 11h30 / 40 minutos 3,50€ (semana) / 6€ (fins de semana) | Centro Cultural de Belém 31 - ATELIER PAIS E FILHOS DE MODELAÇÃO EM BARRO 5-12 anos | 16h-17h Espaço 62 Rua Conceição da Glória, nº 62 Lisboa
EDUCAÇÃO E
RESPEITO
Ao longo da minha vida, fui observando familiares e amigos a assumirem o papel de pais e percebendo como cada um geria esse novo papel na sua vida. Uns de uma forma mais formal, outros de formas mais rígidas e cheios de regras, outros mais
próprias e seguirem aquilo em que acreditam,
exigentes, uns ainda mais permissivos, outros
em seguirem os seus sonhos. Pareceme que o
com grande ligeireza, uns com grande
ideal na educação é conseguir uma ligação em
permissividade e outros que encaram este
que é dada à criança toda a possibilidade de
papel, se me é permitido dizêlo, com algum
experienciar o ambiente que a rodeia, de lhe dar
“dramatismo”.
espaço para descobrir o mundo que a envolve,
Sempre acreditei que, quando se decide ter
de lhe permitir expressar os seus sentimentos e
filhos, a grande dificuldade é ser assertivo na
emoções, de lhe demonstrar Amor e carinho, de
sua educação, no exemplo que se dá e na
lhe dar elogios, de lhe ensinar que a vida é para
transmissão de valores e princípios.
ser vivida, de lhe explicar que a liberdade é um bem essencial, mas que o respeito pelo outro e
Todos nós, adultos, fomos ouvindo histórias de
pelo seu espaço são a base de uma vida em
como se educava “antigamente”, com grande
harmonia consigo e com todos os que a
exigência, pouca liberdade e por vezes até, com
rodeiam. Acredito que a educação é um bem
alguma violência. Hoje, por outro lado, assisto
maior, é o melhor que podemos oferecer aos
por vezes a posturas completamente opostas,
nossos filhos, é a melhor herança que lhes
em que tudo é permitido às crianças, tornando
podemos deixar. Como em qualquer relação, a
se estas arrogantes, prepotentes, exigentes,
relação pai/mãefilho deve basearse no Amor,
mas acima de tudo sem a noção de respeito
na Verdade, no Respeito e na Liberdade. O
pelo outro. Como em tudo na vida, o correto é
facto de os filhos serem o grande foco de
sem dúvida o caminho do meio.
atenção dos pais, por todo o Amor que se
Sou completamente contra qualquer tipo de
estabelece entre ambos, não deve fazer com
violência, pelo que me custa aceitar que se
que os pais sintam que estes são de tal forma
eduque com base no medo, na culpa e com
pertença sua que têm o direito de decidir o
regras demasiado rígidas. Acredito que o fruto
caminho que os filhos devem escolher, quando
deste tipo de educação são crianças
acreditamos que o Amor se faz de Liberdade,
extremamente inseguras e incapazes de sentir
sabemos que os filhos têm o direito de escolher
qualquer tipo de liberdade para serem elas
o sentido das suas vidas.
Quantos de nós em algum momento da nossa vida desejamos seguir um determinado sentido, mas veio a “voz da razão” dos nossos pais que nos disse: “não te metas nisso”, “ganha mas é juízo”, “não te metas em aventuras”... e muitas outras afirmações que serviram apenas para nos impedir de “voar” no sentido dos nossos sonhos e daquilo em que acreditávamos. São estas afirmações que nos fazem viver com medo e com culpa, não arriscamos fazer o que acreditamos porque temos medo de falhar, não saímos da nossa zona de conforto porque temos medo do desconhecido, não dizemos “não” porque temos medo de que o outro deixe de gostar de nós... não assumimos a “nossa verdade”! Então e se enfrentarmos o medo? Estará a culpa à nossa espera? Claro que não! A culpa é um fantasma que se usa quando se quer controlar o outro! E tentar controlar o outro é uma grande falta de respeito por ele! Porque acredito que o mundo pode ser cada vez melhor e porque as crianças são o “amanhã”, acredito que vale a pena educar com base nestes princípios da nãoviolência, do Amor, da Liberdade mas acima de tudo do Respeito pelo outro e por si mesmo.
Célia Negrão Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria celia.negrao@gmail.com
PREPARADOS PARA O
FRIO
Cada estação do ano possui a sua beleza própria e única. O tempo de frio é também uma altura propícia a ambientes aconchegantes, lareiras acesas e casacos quentes reconfortantes. É um tempo de maior recolhimento. Na altura do ano em que estamos, é necessário ter atitudes específicas para resguardarnos e combater o frio.
Beba chás e bebidas quentes Existe uma grande variedade de chás que pode tomar para vários fins: efeitos calmantes, desintoxicantes, energizantes, entre outros. Mas para além das suas propriedades para o nosso organismo o chá é também uma forma de aquecer o nosso corpo. Assim como outras bebidas, que poderá utilizar mediante as suas preferências.
Vejamos algumas delas:
Alongamentos Os alongamentos também estimulam a circulação do sangue do nosso corpo, pelo que começar o dia por fazer alguns alongamentos, inclusive o simples espreguiçar do acordar ainda na cama vai ajudálo a começar o dia com outra energia.
Escolha os tecidos mais quentes Em vez de vestir muitas peças de roupa, o que acaba por dificultar os seus movimentos e tornar o seu corpo pesado, prefira tecidos quentes que protegam melhor a pele do frio como o algodão, a lã e a caxemira. Mexase mais Se faz qualquer espécie de exercício físico, com certeza já percebeu que ao terminar, ou mesmo durante, o corpo aqueceu. Tal devese ao aumento da circulação de sangue no corpo, que provoca o aquecimento, mas também uma maior sensação de bemestar no corpo. Sendo assim, dentro de casa ou fora dela procure manterse ativo. Faça uma caminhada à volta de casa ou alguns minutos de exercício dentro. Deixe o sol entrar em casa durante o dia Caso esteja sol durante o dia, não perca a oportunidade de abrir cortinas e deixar a luz e o calor do sol entrar em casa. Esta é uma forma natural de a aquecer, não necessitando de ligar os aquecedores. Pelo contrário, à noite, tudo deve estar fechado, incluindo estores, janelas e cortinas, por forma a manter o calor dentro de casa.
Prepare as camas Lençóis frios não são confortáveis nesta altura, pelo que substitua os mesmos por outros adequados a esta estação do ano. Utilize também os sacos de água quente como forma de preparar a cama para a sua utilização, tornandoa significativamente mais quente e confortável. Automassagem Para além de ser uma forma de se mimar e cuidar de si, a automassagem, tal como outras dicas atrás enunciadas, também aumenta a circulação de sangue no corpo, aquecendoo. Por outro lado, é uma óptima forma de começar ou terminar bem o dia.
Alimentos para o frio . Citrinos, ricos em vitamina C, ajudam o corpo a ganhar resistências contra gripes e constipações . Sopas , dependendo da sua constituição, aportam vários nutrientes ao organismo e consumidas quentes, são também uma óptima forma de aquecer . Oleaginosas, nozes, avelãs, amêndoas, entre outros , são boas fontes de calorias e nutrientes como vitaminas e minerais.
IDEIA DO MÊS
Novas Metas
O
início de um novo ano é a altura ideal para refletir sobre o ano que passou e a partir daí estabelecer novos horizontes e caminhos desejados. É uma altura de renascimento e
de iniciar um novo ciclo pelo que, juntamente com as crianças, estabeleça novas metas individuais e familiares. Ajude as crianças a fazerem este processo de reflexão e motiveas.
MĂŁe aos 40
experiĂŞncias da maternidade
Muitas vezes por opção, outras porque ainda esperamos o parceiro ideal, outras ainda porque o trabalho é tão exigente e queremos tanto ter sucesso que o momento nunca é o ideal, outras porque…..e….porque…… Mas a pressão está lá e o tic-tac do relógio biológico não pára. Todos fazem questão de nos lembrar que enquanto mulheres o prazo está a esgotar-se, questionando: “então quando é que tem bebés”, “olha que com a tua idade, depois para o primeiro filho é complicado” entre outras frases célebres. Mas são as crianças que escolhem os pais, e só nesse momento se dá o milagre da vida e uma criança é concebida. Cada momento é uma descoberta. O corpo começa a mudar, a barriga cresce e os primeiros movimentos daquela sementinha dão os seus sinais dentro de nós. É todo um mundo de emoções para a mãe e para o pai…..que embora de fora, também para ele é um mundo desconhecido.. Nove meses são vividos com alguma ansiedade à espera do momento alto deste percurso a três, alguns enjoos, alguns desejos, alguma irritação sem qualquer explicação,
(são as hormonas), as idas ao obstetra para ver o nosso rebento no monitor “Sr. Doutor, está tudo bem?” “o meu bebé é perfeitinho”, “tem a certeza que está tudo bem?” “contou os dedinhos” “já está sentado(a)?”, etc….. Todas as dúvidas existem neste momento, também aqui o ser humano não foge ao medo do desconhecido. Apesar do processo se repetir há milhares de anos. Sem consciência, o amor àquele ser vai crescendo. É um pedacinho de ambas as partes que ali está, é de facto a união de dois seres humanos e a garantia da sua continuidade. É o ciclo da vida. É o amor a renovar-se.
Chega a hora e o frenesim começa. Será que está tudo pronto? Após uma longa espera e tudo pensado, há sempre algo que não foi colocado na mala, há sempre alguma coisa que nos esquecemos….Mas lá vamos nós, entre contracções ou águas rebentadas…. “agora sim o carrocel começa a girar”. Na turbulência da sala de partos, após algumas horas entre contracções, gemidos, e incertezas….a dilatação mostra-se insuficiente para que o bebé venha a este mundo. Bloco é o destino…..e tudo começa num bailado de ferramentas e pessoas vestidas de verde. Ouvimos a nossa bebé, mas com a anestesia, pouca força temos para falar. Ainda assim, é uma emoção imensa perceber que a partir deste momento, jamais vamos amar tão intensamente alguém, como aquela amostra de gente. O coração invade-se de uma catadupa de sentimentos; é como se uma avalanche passasse por nós e sem qualquer aviso as lágrimas correm pela face.
Mas na certeza que será um marco para nós e levando-nos a amarmos ainda mais (se é que é possível), este é apenas um susto e vai passar. Talvez seja o primeiro de alguns que fazem parte desta viagem de ser pais. A idade faz diferença, mas pela experiência e calma que conseguimos ter em momentos difíceis, por outro lado, também nos dá uma consciência que aos 20 nem sabemos que existe. Ser mãe aos 40 aos 30 ou aos 20 é apenas……..uma bênção!
Mas…..algo se passa, levam a nossa bebé, não compreendo, o que será que se passa. O coração aperta e olho para o meu parceiro/marido na esperança de ter uma resposta. Até que mais tarde percebo que a minha menina, tem um problema e teve de ir para um serviço hospitalar específico para ser tratada. O que era alegria, torna-se agora numa agonia sem tamanho. Passam na minha cabeça mil pensamentos: “será que a culpa é minha, não deveria ter esperado até agora para a ter, é Deus a castigar-me, porquê, porquê…porquê?”. Entretanto todos os que estão próximos ligam e são prestáveis, mas neste momento o mundo à nossa volta deixou de existir…é apenas aquela cama de hospital, onde a nossa bebé está deitada, entubada a lutar pela vida. Ainda nem 24horas tem e já é uma guerreira.
Por| Diana Banha
janeiro
NOVO ANO, UM NOVO CICLO QUE SE INICIA, NOVAS METAS E DESAFIOS
MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
IN)FERTILIDADE
(
que respostas de acordo com a medicina tradicional chinesa?
Clinicamente, a fertilidade é definida como "a capacidade de produzir vida". Pelo facto de, não só em Portugal como na Europa, a taxa de natalidade e o número de nascimentos ter vindo a diminuir drasticamente nos últimos anos, a infertilidade assume-se como uma preocupação cada vez maior na sociedade atual. Neste sentido, importa compreender as várias causas da infertilidade e adotar técnicas que visem promover a fertilidade, pois os conceitos de fertilidade e de infertilidade estão interligados, não sendo possível abordar um conceito sem referir o outro.
Assim, torna-se mais fácil compreender que é apenas quando a energia de cada um é saudável e que circula no corpo de forma equilibrada, que é possível uma gravidez. Especificamente, a base energética do nosso corpo está sediada no Rim (a medicina chinesa considera, os dois Rins que possuímos como um todo). Esta energia, pelas suas características e pela importância que desempenha no organismo humano, é a única que não pode ser reposta ao longo da vida, pois é considerada vital ou ancestral. O Rim é o órgão que está diretamente ligado aos órgãos reprodutores, sendo que quando há um desgaste excessivo da energia do rim toda a componente reprodutora fica comprometida.
Causas da infertilidade A infertilidade, ao contrário do que se pensa, também pode ter origem no homem e não apenas na mulher. Em ambos os sexos é importante que as células e órgãos reprodutores se encontrem saudáveis e a funcionar de forma equilibrada, para que seja possível a conceção de uma nova vida. Entre as principais causas da infertilidade citamse (i) o stress; (ii) os maus hábitos alimentares; (iii) a falta de exercício físico regular; (iv) mal formações nas estruturas anexas e nos órgãos diretamente relacionadas com a reprodução (feminina ou masculina); (v) obesidade ou magreza excessiva; (vi) uso indevido ou prolongado de medicação, entre outras. No entanto, segundo a medicina chinesa, embora as causas anteriores sejam relevantes, não são as mais importantes. Para a medicina chinesa, é importante que o organismo se encontre energeticamente são nas diversas etapas da vida. De uma forma geral, a conceção de um filho corresponde à junção de duas células (do homem e da mulher) que carregam a energia e as características intrínsecas de cada um.
Como atua a medicina chinesa? A medicina chinesa é o conjunto de diversas áreas, como a acupuntura, a fitoterapia, a massagem tuina e a dietética chinesa sendo que, normalmente, no tratamento da infertilidade é usada não só a acupuntura, como também a fitoterapia e a dietética chinesa. De acordo com a medicina chinesa, o tratamento da infertilidade baseia-se no fortalecimento e no consequente equilíbrio da energia do rim, o que pode ser conseguido não só através da acupuntura, como através da fitoterapia. Estes tratamentos, costumam ser efetuados ao casal em conjunto e não apenas ao homem ou à mulher.
O objetivo dos tratamentos de acupuntura é reestabelecer o equilíbrio energético para que, posteriormente, as células reprodutoras tenham mais vigor, a energia circule de forma mais equilibrada, o útero da mulher esteja melhor preparado e as células reprodutoras masculinas se tornem mais ágeis trazendo consigo uma energia mais saudável e forte. Para além dos tratamentos de acupuntura, é frequente a prescrição de fitoterapia (medicação natural efetuada, maioritariamente, à base de plantas). A prescrição das fórmulas é realizada com base nas características individuais de cada pessoa e na sintomatologia que apresentam. A fitoterapia tem como função fortalecer o organismo energeticamente, ajudar a promover uma rápida circulação energética, harmonizar emoções, combater o excesso de ruminação de ideias, de preocupação e de frustração que acabam por se tornar uma das características principais de quem deseja engravidar há muito tempo e não consegue. A dietética é a área da medicina chinesa que faz o aconselhamento dos alimentos que se devem evitar ou preferir. Quando se pretende engravidar há alguns alimentos que se devem evitar, por ambos os sexos, como o excesso de consumo de café (evitar beber mais que 2 cafés por dia), bebidas alcoólicas e alimentos superprocessados, como bolos e biscoitos.
A importância da componente psicológica No entanto, além da importância que os tratamentos de medicina chinesa têm na promoção da fertilidade feminina e masculina, considera-se que é igualmente indispensável alterar alguns hábitos, não só alimentares, como de sono e de convívio com os outros. Tendo em consideração que o organismo humano é o resultado de muitos aspetos, é importante que durante o período de tempo em que o casal tenta ter um filho, não esteja obcecado com a ideia e tente manter um equilíbrio saudável entre as várias esferas que constituem a sua vida: trabalho, vida amorosa, amigos e família. A medicina chinesa privilegia aspetos como o pensamento positivo, uma maior capacidade de resistir à frustração, determinação, resiliência e a não ruminação de ideias. É importante que o ser humano tenha em todas as etapas da vida uma atitude positiva face aos problemas e adversidades e, a etapa de conceber um filho, é mais uma etapa da vida que deve ser encarada com otimismo.
Conselhos: - Ambos os membros do casal devem realizar exames de rotina, em especial antes de tentar engravidar; - Manter sempre um estilo de vida saudável e equilibrado: boa alimentação, prática de exercício físico regular, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, bem como situações de stress e a toma excessiva de medicamentos; - Procurar dormir o número de horas suficientes (que será sempre superior a 7), de modo a acordar bem disposto e com a sensação de o sono ter sido reparador; - Manter o equilíbrio entre trabalho, família, relação conjugal e amigos, não descurando amigos e restante família em detrimento do conjugue/ namorado; - Procurar ter uma atitude positiva face ao problema, conservando a coragem diante do fracasso e do desapontamento. .
Marisa Menezes marisaflmenezes@gmail.com Consultórios Médicos da Casal Ribeiro (Saldanha)
Lara Barbosa larabarbosamtc@gmail.com Health Club Infante de Sagres (Belém)
Défice de Atenção
Hiperatividade impulsividade
O défice de atenção corresponde a períodos de atenção escassos ou breves e uma impulsividade exagerada para a idade. Este défice pode associarse ou não à hiperatividade. Embora seja mais comum nas crianças, pode também afetar os adultos. Este problema afeta cerca de 5% a 10% das crianças em idade escolar e é 10 vezes mais frequente em rapazes do que em raparigas. As primeiras manifestações costumam surgir antes dos 4 anos e quase sempre antes dos 7. O défice de atenção caracterizase pelo mau funcionamento ou subdesenvolvimento de algumas partes do cérebro: lobos frontais, corpo caloso, gânglios da base, cerebelo, sistema dopaminérgico (falta de recaptação de dopamina), sistema noradrenérgico (falta de recaptação de noradrenalina). Mas também pela falta de atividade elétrica, menor circulação sanguínea no cérebro e má gestão da glucose. O açúcar está presente na nossa alimentação e é necessária uma boa gestão da ingestão do mesmo para que não se torne excessiva e prejudicial. A ingestão excessiva de açúcar pode deixar as crianças irritadas e dispersivas.
Além de provocar uma grande concentração de insulina no sangue, também aumenta a quantidade de adrenalina; esta hormona, em excesso, pode provocar ansiedade, excitação e dificuldade de concentração. Estes fatores fazem com que haja uma má comunicação entre os neurónios, o que leva ao mau funcionamento cognitivo. Associase frequentemente a comportamentos de oposição, défices cognitivos (dislexia, dispraxia, alterações da linguagem), dificuldade de aprendizagem e perda de autoconfiança. Resulta da interação complexa de fatores genéticos (álcool e tabaco na gravidez, prematuridade, baixo peso ao nascimento, infeções do sistema nervoso central, traumatismos cranianos graves), de risco biológico (distúrbio nos circuitos neuronais dopaminérgicos que controlam a autorregulação e automonitorização) e do meio envolvente (exposição a metais pesados – ex.: chumbo, mercúrio – stress familiar, outras situações traumatizantes ou que provoquem ansiedade na criança). O défice de atenção, isolado ou associado a hiperatividade, gera problemas em casa, na escola, no trabalho e nas relações interpessoais, pelo que o seu reconhecimento e abordagem são fundamentais.
Os sintomas mais frequentes a este distúrbio são: Não dar atenção aos detalhes ou cometer erros por falta de atenção; Dificuldade em se concentrar durante tarefas/jogos; Parecer não escutar; Não seguir instruções e não terminar tarefas; Dificuldade em organizar tarefas e atividades; Evitar ou não gostar de iniciar tarefas que requeiram atenção; Perder facilmente o material e esquecer compromissos; Distrairse facilmente com estímulos irrelevantes; Esquecerse com facilidade das atividades quotidianas Sintomas associados à hiperatividade: Movimentar permanentemente mãos e pés, quando sentado; Não se manter sentado quando deve; Correr ou saltar de forma excessiva, em situações inapropriadas: Dificuldade em se envolver em atividades de grupo em silêncio; Parecer “ligado a um motor”; Falar em excesso. Sintomas de impulsividade (agir sem pensar/ter uma ação sem medir as consequências): Responde a perguntas antes de serem completadas; Tem dificuldade em esperar a sua vez: Frequentemente interrompe ou intrometese com os outros (interrompe conversas ou jogos); Age sem pensar; Muito impaciente: Sentese desconfortável a realizar ações devagar e monótonas; Dificuldade a resistir a tentações ou oportunidades.
O tratamento passa principalmente pela componente psicossocial, que engloba não só a criança como os seus educadores. É necessária a modificação da rotina diária, incutindo atividades extracurriculares que vão darlhe a sensação de libertação de stress e de sentimento de sucesso. Na terapia comportamental os pais e educadores podem optar por um sistema de compromissos e créditos, para que a criança consiga manterse incentivada. É importante referenciar que não é uma questão de subornar a criança. Não é de todo isso que é pretendido. Mas com a capacidade de incentivar a criança a longo prazo, os pais e educadores terão automaticamente mais sucesso e a criança também. Serão todos beneficiados. É importante para a criança a interação social, sendo assim bastante positivo inscrevêla em atividades de grupo. É importante desenvolver uma rotina estável em casa. Para diminuir a confusão e a quantidade de estímulos diários, defina horários específicos para comer e dormir. Experimente atribuir uma tarefa pequena e rápida e insistir delicadamente para que seja concluída. Em seguida, não deixe de agradecer e elogiar quando a tarefa tiver sido concluída. Na alimentação, é necessário reduzir o consumo de açúcar (doces, refrigerantes,…). É importante salientar que é normal haver ingestão de açúcar em alguns alimentos, mas alimentos esses mais saudáveis (ex.: fruta), onde o açúcar que irá ser absorvido é nutritivo ao organismo e vai estimular o cérebro. Quando em excesso por ingestão de guloseimas, o organismo manifesta se de uma forma negativa, podendo desencadear diversas patologias, nomeadamente sendo esse um dos fatores do défice de atenção. Deve introduzir alimentos ricos em ácidos essenciais, cálcio, fósforo, Vit C, E e B (principalmente B1, B3, B6 e B12).
Algumas plantas (tratamento fitoterápico*): sálvia, alecrim, tília, matricária recutita (camomila), escutelária, aveia brava, verbena officinalis (cidreira), valeriana officinalis, passiflora incarnata, ginseng siberiano, humulus lupulus (lúpulo), botago officinalis (borragem), lavandula officinalis (alfazema). Homeopatia*: argentum nitricum 9ch (criança magra, excitada, ansiosa e sempre apressada), calcarea phosphorica 9ch (criança endiabrada, geralmente do sexo masculino; inquieta, tímida, medrosa, mas que adora correr riscos e fazer asneiras; criança com tendência a gases abdominais), chamomilla 9ch (inquieto, acalma se logo assim que é chamado à atenção; esta criança pode tornarse tão hiperativa que fica exausta e começa a chorar), kali bromatum 9ch (para crianças inquietas que estão a fazer constantemente movimentos com as mãos; se não tiver nada nas mãos, estala os dedos). Florais de Bach: Larch – vai aumentar a auto confiança da criança, trazendo para fora o seu potencial, que por receio de ser pior que os outros, acaba por não expor as suas capacidades; Clematis – ideal para as crianças que parece que estão sempre no mundo da lua, sonolentas ou com dificuldade em concentrarem se nos estudos.
Numa visão holística, associase as crianças com défice de atenção às crianças índigo e crianças cristal. De uma forma geral, as crianças índigo são crianças com espírito guerreiro, quebrando regras e estruturando novas maneiras de ver e viver a vida, abrindo assim caminho para os guerreiros pacíficos, as crianças cristal. Estas, são crianças mais harmoniosas e com capacidades telepáticas, que irradiam paz e de uma grande fragilidade emocional. *Não deixe de consultar um profissional devidamente qualificado. Lembrese que este é um aconselhamento geral. Cada caso é um caso.
Rute Calhau Naturopata e Terapeuta Holística naturalmentezen.jimdo.com rutecalhautherapies.blogspot.pt/ rutecalhau.therapies@gmail.com
BUDHA EDEN LUGARES PARA VISITAR EM FAMÍLIA
Santiago de Compostela
NOMADIC
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A cerca de 240km do Porto, Santiago de Compostela apresentase como um mundo a descobrir. A descobrir as suas ruas estreitas e características de casas de pedra e passeios de xisto. A descobrir os seus monumentos, sobretudo a bela Catedral, mas não só. A descobrir os belos parques que circundam toda a cidade. A descobrir aconchegantes cafés e restaurantes por toda a cidade. A descobrir caminhantes que chegam ao fim do seu percurso. A Catedral, situada no centro da cidade velha, exprime o carácter e é a jóia desta cidade. Monumento cuja construção se iniciou em 1075 e que sofreu alterações de vários estilos arquitectónicos ao longo do tempo, é o principal destino do Caminho de Santiago, tendo sido a cidade velha de Santiago de Compostela (onde se situa a Catedral) declarada Património Mundial da Unesco em 1985. Mais especificamente, na famosa Praza do Obradoiro, onde encontramos também o Paço do Raxoi (em frente), sede do governo da Galiza, e o Hospital dos Reis Católicas, tornandoa assim ainda mais bela. Como monumentos principais temos ainda a Universidade, o Mosteiro de Santa Maria do Conxo, entre outros, tornando esta mistura de ruas pitorescas e monumentos sumptuosos de uma beleza única. Na Praza Abastos, um mercado da cidade, a vida da gastronomia e dos produtos locais toma vida e forma, tornandose um ponto interessante também a visitar. Os parques que circundam a cidade e de fácil acesso, sobretudo o parque Alameda, onde o Paseo de la Herradura é uma referência para os seus habitantes, possibilitam que o contacto com a Natureza esteja a cerca de 10 minutos a pé do centro da cidade, assumindose como um foco de qualidade de vida na mesma.
Pais felizes, filhos felizes A FELICIDADE E A VIDA FAMILIAR
O tema da felicidade tem sido largamente abordado nos últimos anos através de livros, artigos, workshops, entre outros. No entanto, será que estamos mais felizes? O que procuramos na verdade? A felicidade? Ou que o prazer da felicidade preencha um qualquer vazio? Neste especial de Janeiro vamos refletir sobre algumas ideias e ferramentas relacionadas com este tema.
A felicidade e o ser humano O ser humano desde há longos séculos se preocupa com esta questão. Numa perspectiva humanista, os filósofos buscam já respostas para uma espécie de oásis na mente humana, visto como a felicidade. No entanto, ainda hoje procuramos essa grande resposta, ou vivemos na procura de encontrar "A" felicidade. Se procurarmos uma definição para o termo felicidade, no dicionário de língua portuguesa encontramos : 1.estado de quem é feliz; contentamento; bem estar 2.acontecimento feliz; bom êxito 3.boa fortuna; sorte; ventura O que já nos ajuda um pouco no entendimento do conceito. Felicidade pode então ser (numa perspectiva de origem no interior) um estado de quem é feliz, uma espécie de contentamento ou um bemestar. Por outro lado e mais relacionado com acontecimentos externos, poderá ser um acontecimento feliz, um bom êxito, ou até uma boa fortuna, sorte, ventura. Assim, avançamos para uma das primeiras linhas a sublinhar sobre a felicidade: É um enquadramento entre estados internos e situações externas que surgem e que podem intensificar a felicidade.
Sublinhase assim o facto de que os acontecimentos externos apenas são vividos internamente como felizes se o estado interior da pessoa o permitir, ou seja, se existir abertura ou relativo equilíbrio, para que tal seja percepcionado pela mente como positivo. Caso contrário, podemos viver as situações mais ambicionadas por todos nós, e ainda assim não as sentir como tal, se algum sofrimento interior o dificultar. Por outro lado, a felicidade é um termo subjetivo, visto que aquilo que é para nós felicidade, pode não o ser para qualquer outra pessoa. Desta forma, a felicidade não existe como um constructo exterior a nós, absoluto e definido. É sim uma ideia construída internamente, consciente ou não, sobre vários factores que, existindo, podem provocar felicidade e que varia de pessoa para pessoa. Até aqui, podemos desde já tirar uma conclusão: a grande fatia da felicidade não é exterior: o estado interno é mais preponderante do que os acontecimentos felizes, quando partimos de uma definição do conceito quando tentamos definir de pessoa para pessoa o que é a felicidade na prática, não chegamos a qualquer conclusão porque diferimos nas respostas entre todos.
"A felicidade não é algo que sucede, nem parece depender dos acontecimentos externos, mas mais de como os interpretamos (...) as pessoas que sabem controlar a sua experiência interna são capazes de determinar a qualidade das suas vidas." (Mihaly Csikszentmihaly)
Na sequência desta frase, percebemos ainda: temos um papel ativo na possibilidade de construção da nossa felicidade. A forma como olhamos para aquilo que vivemos pode tornarmos mais felizes. Podemos fazer com que um acontecimento doloroso e negativo seja interpretado como positivo e capaz de contribuir para a nossa evolução, amadurecimento e crescimento, e até, capaz de nos trazer melhores experiências. Isto não significa negar ou desvalorizar as nossas emoções negativas, tentando minorálas ou "abafálas". As emoções : TODAS, são para ser exprimidas, vividas e processadas interiormente. Significa sim que a mente pode encontrar um sentido para esse sofrimento que seja auxiliador e não destruidor da pessoa. Aqui não posso deixar de falar de Viktor Frankl. Famoso psiquiatra que viveu nos campos de concentração nazis e cujo percurso e mente muito admiro, permitiunos ter hoje uma forte contribuição na psicoterapia : a sua logoterapia.
A logoterapia, abordagem psicoterapêutica desenvolvida por Frankl transmitenos que o ser humano busca sentidos, vários para as suas vivências. São os sentidos que encontra, que lhe permitem transformarse ou destruirse através de uma vivência externa. Nos campos de concentração, entre outras percepções que teve, Frankl percebeu que os que melhor sobreviviam psicologicamente a situações externas tão perturbadoras, eram os que possuíam um qualquer sentido para a sua vida ali ou fora dali, como por exemplo: reencontrar um familiar, ser um auxilio a alguém dentro do campo, entre outros.
Mais uma vez, percebemos que a força está no interior, e não no exterior. Não são as situações que vivemos, mas sim, a forma como as interpretamos ou o sentido que buscamos para elas. Um outro ponto a acrescentar é que, a “felicidade”, ou o bemestar, cresce ou diminui dependendo daquilo a que damos atenção. Vou darvos um exemplo : o próprio ato de escrever sobre a felicidade ou falar sobre estes temas ajudanos a integrar ou desenvolver em nós a felicidade. Porque manternos em contacto com o processo, com a forma como o podemos desenvolver em nós, com ideias e palavras mais positivas, sentese. Desta forma, podemos e devemos ler sobre temas que coloquem o foco no nosso bemestar ou que o explorem, procurando proporcionarnos momentos e experiências que sabemos nos trazem prazer e felicidade, e procurando identificar com frequência o que de bom existe no nosso diaa dia. E todos sabemos que tudo aquilo em que colocamos a nossa atenção cresce! A felicidade, sendo um estado, não pode estar no futuro, nem no passado. Com isto precisamos "desmistificar" a ideia de que a felicidade é algo que se alcança. Ela não se alcança, ela sentese no presente. Mais uma vez, não dependendo das circunstâncias, mas sobretudo da forma como eu sinto e interpreto essas mesmas circunstancias que estou a viver. Desta forma, não persiga a felicidade, numa busca incessante, que não se alcança.
A felicidade poderá ser mais um estado de paz interior, de uma certa leveza, em relação à vida e ao que ela nos traz.
Ideias práticas para famílias mais felizes 1 Vivam no presente E para viverem no presente significa que quando estão juntos, estão mesmo juntos. Que quando estão a ter uma refeição, estão mesmo a ter uma refeição e que quando estão a conversar estão mesmo a conversar. E o que acontece muitas vezes hoje em dia é que o horário da televisão é o horário da refeição e que o horário da conversa é o horário de mil e um outros afazeres. Procurem centrarse e viver, com total atenção, o que estão a fazer naquele momento. 2 Estabeleçam relações nutridoras e dediquem tempo aos que amam Por mais que, por vezes, nos esqueçamos disso: não somos uma ilha. Ou seja, precisamos de sair do nosso território e construir uma ponte para os outros, que nos rodeiam. Isso significa que todos nós precisamos de desenvolver relações, que não pela sua quantidade, mas pela sua qualidade, são nutridoras e auxiliadoras do nosso bemestar. 3 Desenvolvam ou promovam um sentimento de gratidão com a vida A gratidão praticase e desenvolvese e é um ato tão simples como diariamente ou frequentemente, identificar o que esse dia vos trouxe de bom. Não precisa ser algo de grandioso. Pode ser tudo e todos os pequenos grandes nadas que fazem parte da nossa vida e que fazem dela uma experiência plena de vivências e contactos com os outros e com o mundo.
A gratidão é algo que pode ser desenvolvido e praticado em família, já que, inclusive hoje em dia, uma das coisas que mais encontramos, pela rapidez e facilidade com que nos chegam as coisas é a dificuldade de adultos e crianças apreciarem o que têm ao seu alcance. 4 Façam atividades que vos tragam prazer e bemestar todas as semanas Tal depende sobretudo de uma questão de organização e gestão de tempo e não tanto da existência do tempo, em si. No entanto, não podemos deixar de fazer aquilo que nos faz feliz e que como já desenvolvemos neste artigo difere de pessoa para pessoa. Pode significar estar ao pé do mar, escrever, preparar uma boa refeição, ou qualquer outra atividade, mas procurem individualmente e em família ter momentos que nos preencham o interior de forma positiva. 5 Perguntese : o que esta situação me pode trazer de bom? Em que me pode ajudar a crescer e evoluir? Tudo tem uma boa interpretação ou uma má interpretação. Isso depende de si. No entanto, é sempre uma pergunta que se pode colocar e que ajudará toda a família com certeza a viver as várias situações que o caminho lhes trouxer, de outra forma.
6 Elogiemse e valorizemse Uma relação constrói muita da nossa história de vida. Aquilo que nos transmitem desde cedo sobre quem somos ou como nos vêem ajuda nos a acreditar ou desacreditar nas nossas potencialidades. Desta forma, a família tem um forte papel naquilo em que nos tornamos e naquilo que conseguimos na nossa vida. Para além disso, o elogio e a valorização aumentam também os afectos e a troca intrínseca a qualquer relação. 7 Meditem Já há algum tempo que a meditação integrada de forma relativamente frequente no nosso dia adia dá provas científicas de ser um dos pontos mais importantes para o nosso bemestar. Para meditar, podemos tão simplesmente, sentarnos, fechar os olhos e centrarnos na respiração. Mas tal ajudanos de forma quase imediata a pausar e voltarmos ao presente.
8 Dê valor às “pequenas” coisas Aquilo que verdadeiramente importa e conta nas nossas vidas, não mudou. São pequenas, grandes coisas. São os gestos de cada dia, os pequenos momentos e as pequenas belezas. Estar atento a elas, permite nos desenvolver a apreciação do mundo que nos rodeia.
Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
FERNANDO PESSOA
O papel da mãe na felicidade Partindo da noção base que a felicidade é um bemestar interior frequente que nos permite viver em relativo equilíbrio, sabemos também que o início das nossas vidas assume uma importância fulcral para esse mesmo equilíbrio. Nesse início de vida, a relação mais marcante de todas é a relação com a nossa mãe, sendo essa a primeira relação que estabelecemos com um outro ser humano e do qual dependemos na totalidade para sobreviver, até fisicamente. Desta forma, a mãe parece ser uma das bases fundamentais ao nosso bemestar interior, facto esse, que bem ou mal sucedido desenha algo na nossa estrutura psicológica. Em psicologia, de forma muito frequente, vemos e lemos muitos técnicos aprofundar o papel fulcral que a mãe tem no nosso desenvolvimento emocional. Apesar de, parecer por vezes, que tal incute uma excessiva responsabilidade a este lado parental, a verdade é que encontramos na forma como estabelecemos essa precoce relação com as nossas mães, muitas das respostas ao nosso funcionamento e ao funcionamento que os nossos filhos vão desenvolver. Quando o bebé nasce, esta etapa surge posterior a um contacto intrauterino inigualável, em que a fusão entre a mãe e o bebé é fisicamente perceptível. Depois de nascer, o bebé procura recuperar este estado anterior de fusão com a mãe, através da qual também procura alimento, segurança e proteção.
Desta forma, o papel da mãe nesta etapa da vida do bebé é o de fornecer este “colo emocional”, que ajudará a criança a desenvolver a confiança necessária para, em etapas posteriores, explorar e conhecer o mundo que a rodeia, nas suas variadas formas. Quando, de alguma forma, a mãe por situações diversas, apresenta uma constante e intensa dificuldade em fornecer este suporte físico e afectivo ao bebé é provável que tal venha a trazer dificuldades acrescidas ao seu saudável desenvolvimento emocional. E não só. Segundos algumas abordagens, algumas perturbações cognitivas e de desenvolvimento podem também ter origem (entre outros possíveis factores) em baixo investimento e estimulação afectiva da mãe em relação ao bebé e viceversa, o que origina um consequente desinvestimento da criança no mundo que a rodeia, e atrasa por tal a aprendizagem. Todos nós sabemos que o primeiro contacto com alguma pessoa ou vivência provocanos uma primeira noção, e que essa noção fica gravada no nosso consciente ou inconsciente, ditando futuras interacções. Por exemplo : se tivermos uma má impressão de um local, não voltamos a ele. No caso dessa primeira relação estabelecida pelo bebé, é formada na criança também uma primeira noção do que é a relação interpessoal e qual a dinâmica que pode estabelecer dentro dela, criandose assim uma espécie de modelo para o futuro.
Importa também relembrar que a mente da criança está em desenvolvimento, num percurso que vai desde a quase exclusiva vivência de sensações até um momento em que já é capaz de refletir, deduzir e compreender. Desta forma, muito do que acontece na vida criança nem sempre é compreendido, mas apenas sentido, pelo que se torna essencial a ajuda dos adultos na capacidade de compreensão de diversas situações que a criança vai viver e que não vai compreender o porquê das mesmas. Sendo assim, o papel da mãe no desenvolvimento do bemestar e da felicidade da criança é forte e deve ser levado com muito dedicação por quem decide ter um filho. É de suma importância que a mãe esteja totalmente disponível para o bebé, física e emocionalmente. É também importante que a mãe exprima afecto a este com frequência, através de gestos, de sorrisos, de algumas palavras e sobretudo de toque. É importante que a mãe transmita ao bebé a disponibilidade para o proteger e oferecer segurança, sendo que, durante algum tempo o bebé não terá a capacidade de gerir interiormente as suas emoções e procurará a mãe para o fazer por ela. E é também de suma importância que a mãe se sinta segura, capaz, e uma boa mãe, apesar de todas as inseguranças que por vezes surjam, visto que essa segurança e equilíbrio vão ajudar o bebé a sentirse também seguro e não ansioso. Ao longo do desenvolvimento da criança até à vida adulta, a mãe terá sempre um papel único e insubstituível, como aliás, também pode ser o do pai, mas a contribuição mais fulcral para o desenvolvimento daquele ser será sem dúvida a relação na infância precoce que estabelece com a primeira.
Quando “normalmente” ocorrida, a relação mãe bebé saudável auxilia a pessoa a desenvolver capacidades afectivas e de posicionamento perante as situações vivenciais positiva, o que influenciará fortemente a capacidade de aquele ser desenvolver aquilo que chamamos de felicidade. Quando tal foi fortemente abalado haverá sempre a necessidade de substituir um qualquer vazio que , na verdade, não é substituível. Isto porque cada pessoa tem um lugar único e irrepetível na nossa vida, e o lugar do pai e da mãe fará sempre parte da nossa história e da pessoa que somos. A mãe é um ser de representação nutridora para nós. É essa representação que nos auxilia a desenvolver o carinho e o afecto pelos outros ao longo da nossa vida, apesar de, podermos sempre, escolher têlos.
Sara Morgado Terapeuta, Formadora, Criadora do Projeto ZEN KIDS www.zenkids.org
A felicidade é um estado interior de leveza, de paz, que não se alcança, mas que se constrói com a vida
O Canto do
LEITOR
Porque ler é o melhor remédio!
ANTOINE DE SAINT EXUPÉRY
MANUEL PINTO COELHO
O clássico livro "O Principezinho" voltou e convidanos a redescobrir e aprender através das suas palavras
Dicas para ter mais saúde, e fortalecer o organismo para um melhor processo de envelhecimento do mesmo
J.K. ROWLING, JIM KAY
IRVIN D. YALOM
A colecção Harry Potter foi uma das que atingiu maior sucesso de todo o sempre. Agora chega nos o livro Harry Potter e a Pedra Filosofal ilustrado, para descobrir
O famoso psiquiatra e autor de "Quando Nietzch Chorou", traz nos mais uma obra para descobrir, mergulhando no mundo da psicoterapia
LETRAS
RUBRICA Mensal
DO CORAÇÃO
Papagaio de papel
De ganhar e perder,
Brinca com as mãos, podes agarrar,
De avançar e ceder,
Brinca com os braços, podes abraçar,
De dar e receber.
Brinca com o sorriso, com os sons, podes comunicar.
Simplesmente brincar, sem sentido nem propósito.
Brinca com as pernas, podes caminhar.
Simplesmente porque existes menino,
Brincar, brincar…
E isso é acordar.
Uma experiência salubre.
Constróis a aventura, deliciaste com o efeito
Enche de alegria o crescimento,
No fim do dia, correm com o vento
Brincar, salpica o chão dos dias de cor.
Tu e o teu papagaio de papel!
A memória se enche de conquista. Os passos tornamse seguros e confiantes. Ainda que balances, sabes que és capaz. És tu menino que descobres, O mundo em teu redor. Fortalecemse os laços contigo, com o mundo, Esse mundo se torna cada vez maior. São conquistas intermináveis Por| Vânia Cardoso
para os mais pequenos LOVELY
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PERA DOCE
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BORBOLETA
hora de dormir Contos
Era uma vez o Eu, o Tu e o Ele que moravam na mesma rua, numa pequena cidade. Cada um deles vivia numa linda casinha, muito confortável, com vista para o mar. Os três tinham uma boa vida pois nada lhes faltava: tinham boa comida, muitos brinquedos e uma caminha muito fofinha onde todas as noites se aconchegavam e sonhavam lindos sonhos.
Depois de muita conversa, gargalhadas e brincadeiras, o Eu, o Tu e o Ele descobriram finalmente aquilo que lhes faltava… Eles precisavam de amigos! Precisavam de outros com quem pudessem partilhar os seus afetos, as suas conversas e brincadeiras. A partir daí, o Eu, o Tu e o Ele, passaram a ser Nós, um grupo de amigos muito unidos e feliz!
Mesmo não tendo nada de mau nas suas vidas, o Eu, o Tu e o Ele sentiam que algo lhes faltava, mas não conseguiam descobrir o quê. Numa linda manhã de sol, cada um deles saiu da sua casinha para dar um passeio, e coincidiu de se encontrarem, os três, à beira mar. Por um instante, ficaram a olhar uns para os outros espantados, pois nunca se tinham visto antes. Então os três, curiosos em saber quem era cada um deles, começaram a falar todos ao mesmo tempo, perguntando uns aos outros, quem eram, onde viviam e quais eram as suas brincadeiras favoritas. Autoria: Tânia Santos
QUARTOS PARA CRIANÇAS
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Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade de aprender! jEAN PIAGET
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Imagina um grande sorriso no teu coração, senteo a crescer para todo o teu corpo. Um sorriso na boca, um sorriso na ponta do nariz, Um sorriso nos olhos, Um sorriso nas mãos, Um sorriso nos pés, Um sorriso em todo o teu corpo. Como te sentes? Agora começa por inspirar profundamente e de seguida deitar o ar para fora, lentamente. (3 ciclos de respiração)
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