A Sombra de Dália - Degustação

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Copyright © 2018 EDITORA CAPPIA Todos os direitos reservados. Criado no Brasil. Capa: Carol Cappia Revisão: Mari Sales e Carol Cappia Diagramação Digital: Mari Sales Esta é uma obra de ficção. Seu intuito é entreter as pessoas. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência. Esta obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. Todos os direitos reservados. São proibidos o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte dessa obra, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da autora. Criado no Brasil. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei n°. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.


Sumário A Sombra de Dália Mari Sales Editora Selída Sumário Sinopse Prólogo Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 Capítulo 6 Capítulo 7 Capítulo 8


Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Epílogo Um ano depois Sobre a Autora Sobre a Editora Selída


Sinopse Ajudar a mãe na lanchonete Sabores da Margarida é a última coisa que Dália pensaria em fazer depois de concluir o ensino médio. Porém, depois de três anos nessa rotina, ela apenas aceitou seu destino de seguir os passos da mãe, que tanto ama e admira. Em uma madrugada, a mãe de Dália fica doente e ela precisa assumir a lanchonete sozinha. Focada apenas em trabalhar por duas, um cachorro abandonado aparece para lhe fazer companhia e desmistificar tudo o que sua mãe falou sobre ter um amigo peludo. Sombra, como ela o apelida, acaba mudando conceitos e trazendo muito mais do que uma amizade incondicional.


Prólogo Tudo o que conquistei na minha vida foi com muita luta e muita solidão. Sempre tive que seguir os passos da minha mãe, que muito nova, engravidou, foi expulsa de casa e se viu responsável por duas crianças. Pai? Qual a definição da palavra pai? Com espírito empreendedor, Margarida sempre foi dona do seu próprio negócio. Começou com a venda de doces caseiros, depois com a venda de pizzas e por fim, salgados. Minha mãe sempre teve ajuda de uma prima da minha avó, que a acolheu e lhe deu um teto onde morar. Antes que toda a família se perdoasse depois que nasci, meus avós faleceram. Não sei muito da vida deles e nunca procurei saber. Pouco tempo depois, a prima da minha avó também se foi, deixando minha mãe com a difícil tarefa de se virar sozinha nessa vida, com uma criança a tira colo. Hoje compreendo e imagino os sentimentos que deve ter sentido: desespero, angústia e rancor. Também senti tudo isso enquanto crescia, mas diferente da minha mãe, me libertei de tudo o que não me agregava de forma positiva. Estudei em colégio público a minha vida inteira e quando estava no ensino médio, sonhava em fazer faculdade de arquitetura. Gostava de desenhar, da magia das construções e composição de ambiente. Parecia palpável a mudança de vida. Tudo isso se tornou um sonho longínquo, quando a funcionária que minha mãe empregava na lanchonete pediu demissão e a colocou na justiça, pedindo direitos trabalhistas e danos morais. Pelo visto, esse foi o gatilho que transformou minha mãe na pessoa mais crítica e correta da face da Terra. Sem condições de contratar uma pessoa para ajudá-la, saí do ensino médio direto para a lanchonete. Minha mãe não confiava em mais ninguém a


não ser em mim. Ela não cansava de dizer que eu era a única a não a decepcionar, nunca a abandonar. Larguei todos os meus sonhos e segui os da minha mãe, com medo de vê-la definhar em sua angústia. Apesar da amargura que via cada dia mais habitar seu coração e suas atitudes, eu não queria fazer parte das estatísticas de decepção da vida dela. Bem, eu tentei não desapontar minha mãe, mas foi impossível continuar me anulando e fazendo suas vontades. Precisava ter minha vida, ser feliz, sonhar e ter vida social. Depois de três anos dedicada a minha progenitora e sua lanchonete, descobri o amor e com ele, minha vontade de cortar o cordão umbilical que nunca imaginei que ainda estava conectado a mim desde que nasci. Amava minha mãe o suficiente para fazê-la sofrer, com a intenção de mostrar o meu lado da história. E é com essas lembranças que observo o responsável pela vontade de contrariar a minha mãe pela primeira vez. Ele era meu companheiro, meu apoio e meu suporte. E estava deitado na cama, aos meus pés. Essa não era a minha casa, muito menos a minha cama, mas por um tempo se tornaria o meu lar, já que busquei por isso, sem ter medo de fazer o meu melhor amigo feliz. Fecho meus olhos e recordo tudo o que passei para chegar até aqui.


Capítulo 1 Seguir até o ponto de ônibus sem a companhia da minha mãe era como me sentir nua. De segunda a sábado, há três anos, seguíamos de madrugada para a lanchonete que nos provia comida e um lar com seus proventos. Nossa condição financeira era uma das piores e faça chuva ou faça sol, acordávamos as quatro da manhã, para as cinco e meia estarmos na lanchonete e as seis abri-la, com os salgados e cafés mais gostosos do Terminal Rodoviário São Pedro. Porém, exclusivamente hoje, minha mãe estava de cama, com febre e dor no corpo. Poucas horas antes de sair de casa, a arrastei até o posto de saúde mais perto em um táxi e lá, ela foi diagnosticada com dengue. Isso queria dizer que ela deveria ficar, no mínimo, três dias de cama. Claro, ela se achava bem o suficiente para continuar com a mesma rotina de sempre, mas depois que tomou os remédios e a aconcheguei em nossa cama, nada a faria se levantar. Então, tomando cuidado para não a despertar, me aprontei e fui trabalhar, sozinha.


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