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reparacaoautomotiva.com.br
EDIÇÃO 105 Junho de 2017 EDITORA
A REVISTA QUE MUDA COM O REPARADOR MODERNO
O DIFÍCIL É CONSERTAR
BRASÍLIA Depois de enfrentar uma das maiores crises da história, a reposição automotiva mostrou a sua força na Automec. Mas a crise política parece não ter solução, e tudo muda a cada dia. O que podemos esperar do segundo semestre?
REVISÕES DE FÉRIAS Uma ótima oportunidade para fidelizar e faturar
DEFEITOS COMPLICADOS BUSCA DA QUALIDADE Alguns modelos seminovos estão dando muito trabalho
Como usar as certificações para ampliar os negócios
EXEMPLO MARANHENSE Meio século de oficina com a mesma força e entusiasmo
E MUITO MAIS: LANÇAMENTOS - TENDÊNCIAS - NEGÓCIOS - DICAS - HISTÓRIAS - INOVAÇÕES
SUMÁRIO
EDIÇÃO 105 JUNHO 2017
reparacaoautomotiva.com.br reparacaoautomotivaoficial
16
04 ENTREVISTA
Proximidade com as oficinas
06 GESTÃO
Revisão preventiva de férias
08 NEGÓCIOS
Vantagens das maquininhas
10 PERFIL
Certificação como diferencial
12 PREVISÕES
Como terminaremos o ano?
16 FALSIFICAÇÃO
Uma praga que se alastra
18 MOTOR
Sincronizando a Captiva
20 TRANSMISSÃO
O câmbio manual resiste
26
28
30
22 SUSPENSÃO
Defeito bem complicado
24 FREIOS
Reparos no Honda Civic
26 ELETRÔNICA
Os dilemas do start-stop
28 HISTÓRIA
Como foi a criação da CVT
30 FUTURO
Movidos com quase tudo
32 MESTRES
Otimismo e perseverança
Diretores Carlos Alberto de Oliveira carlos@znews.com.br Flávio Guerra guerra@znews.com.br REDAÇÃO Coordenador Editorial Douglas Cavallari (MTB 28.890) Editor-Chefe Silvio Rocha (MTB 30.375) Redatores Karin Fuchs Simone Kühl Revisor Geuid Dib Jardim ARTE Designers Ezequiel Leão Jheimisson Sampaio Marcos Bravo COMERCIAL Consultores de Vendas Richard Faria richard@znews.com.br Nilson Nardi nilson@znews.com.br MARKETING E CIRCULAÇÃO Coordenadora Tatiane Sara Lopez tatiane@znews.com.br Consultor de Negócios Jeison Lima jeison@znews.com.br
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AGRADECIMENTO Na produção da nossa capa contamos com a colaboração de: Rui Pacheco Bastos (dono da Brasília) Marcelo Carloviche (Garagem 95) Luiz Antonio de Oliveira (Autotoki Service)
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ANUNCIARAM nesta edição
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A revista Reparação Automotiva é uma publicação da ZNews Editora e Marketing, de circulação dirigida aos profissionais do segmento automotivo para contribuir com o desenvolvimento do setor.
Corteco 07 Dana 14/36 Dayco 21 Fras-Le 27 FTE 31 Graxinha Cash 23 Hipper Freios 09 King Tony 15
Meca Brazil 19 Motorcraft 02/35 Motrio 34 Radnaq 33 Ranalle 25 Raven 29 Urba e Brosol 11
ENTREVISTA
NGK
INOVAR E CAPACITAR COMPROMISSOS QUE FAZEM A DIFERENÇA
por Silvio Rocha | foto Divulgação
Presente no mercado de reposição brasileiro há mais de meio século, a NGK é conhecida pela qualidade dos produtos e suporte técnico que oferece aos reparadores. Em entrevista exclusiva, a empresa revela os seus planos para o futuro e os investimentos para levar as melhores soluções às oficinas de todo o país
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linhada às tendências automotivas, a NGK tem investido na tecnologia das velas especiais de platina e irídio e também direcionado seus esforços no desenvolvimento de novas tecnologias para o mercado de aftermarket, com a linha G-Power, que é um produto exclusivo para esse segmento. Essa vela tem ponta de platina e, como principal diferencial, o fato de permitir que modelos de veículos mais antigos igualmente sejam beneficiados com a tecnologia das velas especiais a um ótimo custo-benefício. 04 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Outro ponto importante para a empresa, conforme explica Marcos Mosso, chefe de Marketing da NGK do Brasil, é o relacionamento com o reparador; em seus 57 anos de história já foram efetuadas mais de sete mil palestras técnicas e 350 mil profissionais foram capacitados. Além disto, seu site (www. ngkntk.com.br/automotivo) oferece a oportunidade da realização de cursos online com certificado. E a empresa não para por aí, mais investimentos voltados à capacitação serão feitos em 2017. Reparação Automotiva - Quais as novidades preparadas para o reparador? Marcos Mosso - Lançamos recentemente, na Automec 2017, uma ampliação da nossa linha de bobinas de ignição com nove novos tipos de componentes que contemplam importantes veículos da frota, como o Chevrolet Ônix, o Volkswagen Up, Hyundai HB20, Toyota Corolla, Honda Civic, Peugeot 206, entre outros, antecipando uma demanda do mercado. Porém, continuamos a trabalhar de forma constante para a ampliação de nosso portfólio, sempre de olho nas demandas do segmento como forma de atender cada vez melhor os nossos clientes. RA - Fale a respeito dos treinamentos realizados pela NGK. MM - A NGK realiza treinamentos presenciais em todo o País. São mais de trezentas palestras técnicas anualmente no Brasil e mais trezentas na América do Sul. Acreditamos que investir no reparador é investir em nossos produtos e serviços, uma vez que ele é quem vai levar toda a nossa capacidade tecnológica até o dono do carro. Em 57 anos de história já são mais de sete mil palestras técnicas e 350 mil profissionais capacitados.
RA - Ainda no quesito capacitação, fale mais sobre a importância do site da empresa, que oferece cursos com entrega de certificado. MM - A NGK é uma marca que está muito próxima do reparador, ouvindo as suas principais necessidades e buscando atendê-lo com excelência. A ideia de investir em treinamentos online surgiu desse contato. Sabemos que, hoje, o reparador automotivo está sempre em busca de capacitação e novos conhecimentos. Acreditamos ser nosso papel como fabricante fornecer conteúdos de qualidade para esse público. O sucesso dessa ferramenta no site é tanto que, em dois anos, já registramos mais de 25 mil pessoas certificadas. RA - Destaque as ações feitas para estreitar o relacionamento com este público. MM - Além dos treinamentos presenciais em todo o Brasil, o reparador automotivo também tem a possibilidade de ir até a nossa fábrica em Mogi das Cruzes para conhecer de perto nossas instalações, sistema de produção e tecnologia. Para se ter uma ideia, temos anualmente uma média de 2 mil pessoas visitando a fábrica. Esse tipo de iniciativa se dá porque faz parte do DNA da NGK estar sempre perto de seu público para entender as suas principais necessidades e oferecer as melhores soluções para o mercado automotivo. RA - Como é o processo de garantia dos produtos NGK? MM - Em caso de necessidade de troca, o cliente pode recorrer ao canal onde a compra foi feita ou, ainda, acionar o serviço de atendimento ao cliente NGK pelo telefone 0800-197-112. Depois disso, o produto é encaminhado para
a análise da empresa para que seja feita a perícia. É bom lembrar que a NGK é reconhecida no mercado de reposição por sempre oferecer produtos da mais alta qualidade, assim como se manter sempre próxima ao reparador para atender às suas principais demandas. RA - Como foi o primeiro semestre para a NGK do Brasil? MM - O primeiro semestre foi muito positivo. Investimos na ampliação da nossa linha de bobinas, que teve uma resposta muito positiva do mercado. Dessa forma, consolidamos ainda mais a NGK como uma marca especialista em ignição, sempre atenta às demandas do setor e que leva sempre toda a sua qualidade, já reconhecida pelo segmento, aos seus clientes. RA - Como a empresa enxerga o atual cenário e quais são as expectativas para o segundo semestre? MM - O mercado de reposição brasileiro passou por grandes avanços nos últimos anos e segue com muito espaço para crescer. Acreditamos que ainda há demanda por capacitação dos reparadores e pela introdução de tecnologias inovadoras, antes destinadas somente ao mercado original, como nós fizemos com a linha de velas G-Power, lançada recentemente no país. Como uma empresa que investe no aftermarket, a NGK acredita muito no crescimento desse setor. Prova disso são os nossos constantes lançamentos e o forte posicionamento da nossa marca. Também vamos continuar investindo na capacitação dos profissionais com mais palestras técnicas, visitas à fábrica, treinamentos online e novos produtos que atendam às demandas dos nossos clientes. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 05
GESTÃO
FÉRIAS por Karin Fuchs | foto Divulgação
REVISÃO PREVENTIVA UMA PRÁTICA EM QUE TODOS GANHAM
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Serviços garantem a tranquilidade dos clientes e geram negócios para os empresários da reparação
início das férias escolares é um momento ideal para ampliar o movimento da oficina. “Uma oportunidade que poucos exploram é que alguns serviços básicos podem ser feitos na rede independente, mesmo que o veículo esteja na garantia”, afirma José Carlos Alquati, consultor especialista em reposição automotiva. Entre eles, estão a troca do óleo, verificação dos pneus e alinhamento, revisão elétrica, higienização interna, checagem do arrefecimento e ar-condicionado. “A chamada para a revisão deve ter um apelo menos técnico e mais sentimental, voltado à saúde e à segurança”, sugere José Carlos. 06 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
MEIOS - Alquati comenta que muitas oficinas têm páginas no Facebook, e as redes sociais podem ser um ótimo canal de vendas. “É fundamental estimular os clientes, apresentando os trabalhos realizados e o atendimento diferenciado”, afirma, acrescentando que “os aplicativos para celular também podem ser usados com grande sucesso”. O especialista sugere algumas frases, como: “‘Prepare-se! Dê segurança à sua família’ ou ‘Se está pensando em viajar, não deixe de revisar os itens de segurança do seu carro’. Outra dica é divulgar seus serviços pela região, distribuindo fôlderes em empresas e lojas”.
VIABILIDADE - Outros pontos relevantes que o consultor menciona é oferecer um custo de revisão atrativo e criar parcerias para financiar os serviços aos clientes. “Em Porto Alegre (RS), por exemplo, o banco do estado oferece esta facilidade aos seus clientes. Reparadores de outros estados podem buscar parcerias para poder parcelar os seus serviços”, conclui. O presidente do Núcleo Estadual de Automecânicas de Santa Catarina, Roberto Turatti, o “Billy”, diz que a manutenção preventiva é sempre incentivada entre as oficinas do grupo. “Nas férias procuramos intensificar as ações com os clientes”, destaca.
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NEGÓCIOS
PAGAMENTOS por Karin Fuchs | foto Divulgação
MÁQUINAS DE CARTÕES COMODIDADE E SEGURANÇA NAS OFICINAS Equipamentos unem praticidade, conveniência e uma maior eficiência na administração do fluxo de caixa
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oje, os cartões de crédito e débito representam em torno de 28% do consumo das famílias no Brasil. São vários os benefícios para o estabelecimento comercial ou prestador de serviços que aceita esta modalidade de pagamento, como eliminar o risco de não receber e a maior eficiência na administração do seu caixa. “Também fica reduzida a movimentação de dinheiro e cheques, diminuindo os riscos com assaltos, falsificações e outros problemas”, recorda Ricardo Vieira, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito. Outra vantagem é que a aceitação de cartões aumenta a possibilidade de consumo. “Diretamente relacionada à quantidade de crédito fornecido pelos emissores de cartão aos seus clientes”, esclarece. 08 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
O que inclui o parcelamento, que pode ser concedido pela loja ou prestador de serviço mediante uma negociação prévia com as empresas de cartão. “O banco emissor também pode oferecer um parcelamento ao cliente”, acrescenta. EQUIPAMENTOS - Segundo o executivo, “as empresas adquirentes, responsáveis pelo credenciamento dos estabelecimentos que aceitam cartões, investem constantemente em inovação para atender diferentes segmentos, desde grandes redes de varejo até microempresas e prestadores de serviços”. Há no mercado diversas opções de equipamentos de aceitação de cartões, que possuem características diferentes entre si, como banda larga, GPRS, mobile, com custos igualmente distintos.
Para conhecer todos os detalhes dos modelos disponíveis e fazer a melhor escolha, o empresário deve entrar em contato com as empresas do setor e verificar cada um dos produtos e soluções, ficando bem atento para as despesas envolvidas, prazo de pagamento, serviço de manutenção do equipamento, entre outros pontos importantes. TAXAS - Em relação ao custo, Ricardo Vieira revela que o dado levantado pela Abecs é o da taxa média de desconto, que é cobrada dos estabelecimentos comerciais a cada transação realizada. “Com base no segundo semestre de 2016, a taxa média para transações com cartão de crédito é de 2,55%. No caso do cartão de débito, a taxa média é bem mais interessante, na ordem de 1,51%”, conclui.
PERFIL
CERTIFICAÇÃO por Simone Kühl | fotos Divulgação
DUDA AUTO CENTER A BUSCA DA EXCELÊNCIA NA REPARAÇÃO
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Para garantir um atendimento de qualidade a todos os clientes, oficina pretende certificar suas três unidades até o meio do ano
á mais de dez anos no segmento automotivo, a oficina Duda Auto Center, localizada em Diadema (SP), encontrou no processo de certificação do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva) a ferramenta ideal para garantir a qualidade na prestação dos serviços em manutenção e reparação de sistemas de freio, suspensão, arrefecimento, exaustão, injeção eletrônica e ar-condicionado. O primeiro passo para a certificação foi o mapeamento dos processos-chaves, realizado por uma empresa de consultoria especializada na área de gestão de qualidade e meio ambiente (a Solaris Ambiental), em que foi analisada a necessidade de treinamentos, seguidos da elaboração de procedimentos operacionais e a implantação de uma pesquisa de satisfação, entre outras atividades. 10 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Com expectativa de fidelizar os clientes e aumentar o faturamento, a oficina, que também é credenciada pela Porto Seguro, já deu início à certificação das duas outras unidades: uma localizada na Vila Humaitá, no município de Santo André, e outra instalada no bairro de Piraporinha, também em Diadema, que receberá a equipe de auditores durante o mês de junho. Alexandre Henrique Duda, proprietário da oficina, conta que, com essa conquista, os funcionários possuem agora total consciência da importância do bom atendimento e da avaliação dos veículos. “Nossa expectativa é estar com as três unidades certificadas ainda no primeiro semestre de 2017 e aumentar a loja de Diadema, que já está ficando sobrecarregada diante da demanda”, revela.
CERTIFICAÇÃO - De acordo com Sérgio Fabiano, gerente de Serviços Automotivos do IQA, para obter a certificação, a empresa deve passar pela avaliação de auditor especializado, que analisa diversos setores da oficina, como: infraestrutura e layout, processo de gestão e fluxos de trabalho, gestão e controle de ações de segurança no trabalho, gestão financeira e disponibilidade de sistema informatizado, entre dezenas de outros itens. Desta forma, são avaliados todos os pontos necessários e críticos, que precisam ser controlados para a gestão de um negócio duradouro, saudável financeiramente, que respeite seus funcionários e tenha alta qualidade no atendimento. No processo de certificação, os três pilares para o sucesso são: procedimentos, ferramentais e pessoas.
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CAPA
PERSPECTIVAS por Karin Fuchs | fotos Divulgação
O QUE NOS ESPERA? DIRIGENTES AVALIAM O CENÁRIO NACIONAL
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Apesar do momento político, as perspectivas são positivas para o segundo semestre, período que costuma ser mais aquecido
ueda nas vendas de veículos novos e a necessidade de manutenção dos usados têm sido, na opinião de Antonio Fiola, presidente nacional do Sindirepa, fatores que estão impulsionado a reparação automotiva em todo o país. Ele estima que, no primeiro quadrimestre do ano, o movimento tenha sido semelhante ao mesmo período de 2016. “Em torno de 10,5% de aumento no número de passagens”, especifica, acrescentando que “somente o mês de abril foi mais difícil devido à redução dos dias úteis em razão dos feriados”. 12 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
BRASIL - Presidente do Sindirepa fluminense, Celso Mattos diz que “em 2016 as oficinas tiveram uma queda de 30% nos reparos efetuados (seguradora ou particular). Mas nesse primeiro quadrimestre já avançamos, o que demonstra que o empresário está confiante nas medidas econômicas e nas reformas encaminhadas ao Congresso, mesmo com os últimos acontecimentos”. “Nós começamos 2017 com uma expectativa bastante otimista, o que frustrou um pouco, pois o mercado manteve os números de 2016. Mas eu diria que os primeiros meses do ano foram estáveis. Porém, com
recuos em alguns segmentos, como para quem trabalha com funilaria e pintura, onde geralmente o cliente pode esperar um pouco mais para fazer o reparo”, diz Pedro Paulo Medeiros de Moraes, presidente do Sindirepa de Pernambuco. No Rio Grande do Sul, o presidente do Sindirepa, Enio Guido Raupp, comenta que, diante da atual situação de muitos setores da economia, a reparação automotiva vai bem. “Principalmente para as oficinas que são organizadas e junto aos seus clientes estimulam a manutenção preventiva. Assim, elas estão conseguindo manter a sua empresa”.
Para Wilson Bill, presidente do Sindirepa paranaense, o mercado continua muito instável. “Há uma demanda reprimida há tempos pela instabilidade política e econômica. Mas, com a falta de poder aquisitivo dos clientes e o grande endividamento, a inadimplência está cada mês maior por causa do desemprego e da perda da renda familiar. É preciso ter muito cuidado”, avalia. OPORTUNIDADES - “A maior oportunidade para o setor é que muitos clientes deixaram de comprar veículos novos, como faziam anteriormente, a cada um, dois ou três anos. Eles não estão trocando seus carros e, automaticamente, isso gera demanda para a reparação”, relata Moraes. “A frota nacional também está crescendo e isso gera uma forte demanda. Até porque há muitos carros com idade acima de 5 até 15 anos, justamente a faixa que frequenta as oficinas independentes. Dos nossos 42,8 milhões de veículos, 44% estão nessa faixa”, ilustra Fiola.
Já Mattos diz que “as oportunidades apresentadas foram o melhor aproveitamento de produtos, a criação de nichos de trabalho, até então deixado de lado por alguns empresários, sem dizer a união do setor, que pode avançar em qualidade de gestão administrativa”.
Bill pondera que as oportunidades são poucas. “A concorrência está predatória, e a informalidade, aumentando. Sem recursos, muitos clientes estão buscando esses profissionais informais. Para piorar, as peças de reposição estão com sérios problemas de qualidade”.
Wilson Bill, presidente do Sindirepa-PR
Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP
Celso Mattos, presidente do Sindirepa-RJ
As oficinas de funilaria e pintura ainda aguardam dias melhores
REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |
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CAPA
PERSPECTIVAS
Pedro Paulo, presidente do Sindirepa-PE
Enio Raupp, presidente do Sindirepa-RS
Airton Tenório, proprietário da Para Recife
Segundo ele, “com a enxurrada de peças importadas da China, que até grandes marcas estão embalando, a reparação está amargando o prejuízo do retrabalho”, lamenta.
De acordo com o dirigente, “a tendência, caso a reforma trabalhista seja aprovada e as negociações com as seguradoras encerradas de forma positiva, é podermos enxergar um 2018 com grande aumento da geração de emprego”, prevê. Para Bill, a esperança é sempre de um semestre melhor. “Porém, com prudência e cautela. Para contrair uma dívida só o faça se tiver certeza de que poderá pagar, pois tenho constatado que muitas empresas do segmento estão com sérias dificuldades para pagar as despesas mensais”, orienta. Ele defende que a Inspeção Veicular seria o grande salto para o setor. “Se ela fosse implementada, mais de 50% da frota seria reprovada. No Paraná já estávamos tratando do assunto com a Secretaria
do Meio Ambiente, mas tivemos de abortar o projeto do nosso Plano de Controle de Poluição Veicular porque ela foi abandonada na cidade de São Paulo e isso acabou desestimulando os outros locais”.
PERSPECTIVAS - Na opinião de Fiola, as perspectivas são positivas para o segundo semestre. “Esse período costuma ser mais aquecido. O momento político complica um pouco, mas estamos otimistas.” Para Celso Mattos, a saída da crise será lenta, muito em função da reforma trabalhista, das futuras negociações das seguradoras com o setor e do cenário econômico. “O empresário passou a acompanhar com mais profundidade o mercado econômico, sabendo a hora de enxugar ou expandir o seu quadro de funcionários”, analisa.
14 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
OFICINAS - Airton Tenório, proprietário da oficina Para Recife, localizada em Pernambuco, conta que, de uma maneira geral, o setor vem passando por dificuldades. “Para nós, que também atendemos seguradoras, o número de veículos ainda está bom”, comenta. Tenório acredita que o setor voltará a crescer quando o Brasil der sinais claros de recuperação e as pessoas se sintam seguras. “Com a retomada da economia, teremos um grande número de seminovos precisando de reparos”, prevê.
ESPECIAL
PIRATARIA por Karin Fuchs | fotos William Zotesso
PEÇAS FALSIFICADAS CADA VEZ MAIS PRESENTES NA REPOSIÇÃO Combater a ilegalidade é um trabalho complicado, e o problema está atingindo volumes alarmantes
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nualmente, nosso país perde algo em torno de R$ 130 bilhões com o contrabando e a falsificação. Depois dos cigarros, as autopeças ficam em segundo lugar na preferência dos criminosos, somando um prejuízo de cerca de R$ 3 bilhões. As perdas se referem ao faturamento das empresas do setor e à arrecadação tributária. O levantamento é da Associação Brasileira do Combate à Falsificação. “Para chegarmos a esses valores astronômicos, avaliamos os números de cada setor da economia e os 16 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
dados divulgados por consultorias renomadas, como, por exemplo, a Nielsen”, explica o diretor da entidade, Rodolpho Ramazzini. No segmento de autopeças, rolamentos, lâmpadas, anéis, velas, cabos de ignição e até para-brisas estão entre os itens mais falsificados e contrabandeados. “Eu estimo que em torno de 30% do mercado brasileiro esteja dominado pelas peças falsificadas e contrabandeadas. O volume é muito alto e o prejuízo é absurdo, por serem produtos com alto valor agregado”, ressalta.
ORIGEM - Outra estimativa feita pelo diretor da ABCF é sobre a origem dos componentes. “A maior parte, cerca de 60%, entra no país pelo Paraguai ou vem direto da China. O restante das peças falsificadas é fabricado ou finalizado dentro do Brasil”, especifica. Para ele, o maior problema está no mercado de reposição. “Muitas vezes, o dono do veículo não consegue avaliar se a peça é copiada, mas o profissional do setor geralmente sabe. Um item falso custa cerca de 30% menos”, esclarece o diretor.
CRISE - Na opinião de Ramazzini, a crise também colaborou para o aumento da criminalidade. “O setor regrediu muito nos últimos anos, tanto no faturamento quanto na produção, pois as alíquotas de impostos só aumentaram, e o país entrou em uma longa crise econômica. Isso prejudicou as montadoras e as empresas que atuam na reposição. Então, muitos se sentiram atraídos pelo lucro fácil”. Outro motivo ele atribui ao descontrole das fronteiras do país. “O Brasil tem 16 mil quilômetros de fronteira com os países vizinhos e hoje temos apenas 24 postos de fiscalização para cuidar de toda essa área. Nos portos do Pará até o Rio Grande do Sul, não chega a três mil o número de agentes da Receita Federal para fazerem o desembaraço de contêineres”, menciona. “Além disso, de Guaíra, no norte do Paraná, até Mundo Novo, no Mato Grosso do Sul, são 400 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai, por onde passam as carretas de cigarros, de autopeças, etc., sem fiscalização”, complementa. ROTAS - Enquanto as peças contrabandeadas chegam pelos portos, provenientes principalmente da China, prontas ou a serem finalizadas no Paraguai, o terceiro meio é por contêineres com guias subfaturadas. Nesse caso, explica Rodolpho Ramazzini: “Elas seguem para o Paraná, para a região de Londrina e Maringá, que é o maior polo de falsificação de autopeças do Brasil, onde elas são gravadas, as embalagens são feitas e as peças despachadas para o resto do país”, informa. Outro caminho para a entrada desses produtos é pelo Canal do Panamá, que foi privatizado para uma empresa chinesa.
Rodolpho Ramazzini, diretor da ABCF
COMBATE - Com mais de 40 anos de atuação, a ABCF congrega cerca de oitenta indústrias nacionais e multinacionais de vários setores, visando combater a falsificação, o contrabando, a fraude e a concorrência desleal. Tem escritórios em São Paulo, Paraguai, Argentina, Bolívia, Chile e, em breve, na República Dominicana. Todos contam com equipes de advogados e investigadores. Segundo Ramazzini, “o principal problema do setor de autopeças para combater a ilegalidade é que somente algumas empresas se deram conta do tamanho do problema e passaram a trabalhar em conjunto com a nossa entidade”. Para finalizar, o diretor alerta que os criminosos sabem muito bem quais são as empresas que se previnem e combatem realmente o problema. “Se uma marca não enfrenta a falsificação, os bandidos vão sempre copiar as suas peças. E o investimento para esse combate é mínimo se comparado ao enorme prejuízo causado”, conclui. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |
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NA OFICINA
MOTOR
CHEVROLET CAPTIVA
por Simone Kühl e Wanderlei Castro fotos ZNews
COMO AJUSTAR O SINCRONISMO DO MOTOR V6
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uiz Antonio de Oliveira, reparador da Autotoki Service, uma oficina multimarcas localizada na capital paulista, explica o passo a passo para realizar o ajuste do sincronismo dos motores V6 3.0 e 3.6 utilizados nos modelos Chevrolet Captiva entre 2008 e 2013. Na avaliação do profissional, os cabeçotes do motor usado na produção da dica técnica sofreram um aquecimento devido ao vazamento de água. “O cliente circulou com o veículo até ferver e acabou queimando as juntas dos cabeçotes. Foi necessário fazer uma desmontagem completa, a retífica das duas peças e depois acertar todo o sincronismo do motor”, explica. Para realizar o trabalho, Luiz Antonio usou o kit de ferramentas Raven 131014, criado sob medida para a regulagem destes motores.
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COM A CORRENTE no cabeçote, na parte frontal do motor, veja os dois pontos pequenos e o gomo marcado. Nas Captivas com motores V6 a própria corrente do comando possui essas identificações. Inicie o sincronismo da parte frontal do motor. Esse gomo marcado fica num furo na polia de apoio, localizada no comando de balanceamento, e os outros dois pontos nos eixos de comando. Coloque a corrente com cuidado para ela não pular mais de um ponto e, para facilitar o processo, comece sempre pelos dois pontos dos eixos do comando.
3 O PROFISSIONAL RECOMENDA que se faça o teste no esticador. Para isto, retorne o esticador da corrente rodando-o com o auxílio de uma chave de fenda. Ele tem uma trava de segurança, mas com a pressão do óleo e da corrente é possível destravá-lo e esticar a corrente. Se estiver tudo certo, coloque-o na posição de encaixe. 18 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
PARA INICIAR O procedimento, tenha o manual sempre em mãos. Coloque a ferramenta num dos cabeçotes do motor, a peça que fica voltada para o lado do radiador, para que se possa iniciar o sincronismo. Use uma chave 19 e não force a parte frontal do comando. Com a chave no comando interno, coloque a ferramenta no fundo dele para travá-lo.
5 4 COMO MOSTRA A imagem, o ponto exato dos dois comandos é nas duas bolinhas, o comando L. Embaixo é possível ver a identificação do gomo marcado por dentro do furo.
ANTES DE COLOCAR a corrente do virabrequim de volta, solte o tensionador que está na parte inferior do motor, assim é mais fácil na hora de encaixar a corrente. Coloque o guia da corrente na parte superior e pegue a segunda corrente, que também possui as mesmas três marcações.
6 CONFORME O PRIMEIRO passo, faça a montagem da corrente no cabeçote da parte frontal do motor, no lado do radiador, utilizando como referência o ponto do comando que já está travado. Seguindo as marcações, regule o comando de balanceamento na posição da marca e o terceiro ficará ajustado. Depois de terminar essa parte do trabalho, coloque os dois esticadores, entrando assim no ponto do sincronismo.
7 APÓS A MONTAGEM da primeira e da segunda correntes, faça o mesmo na terceira. Retire os guias da corrente que vai ser colocada para não criar dificuldade na hora da montagem. Lembrando que a ferramenta está no comando, retire-a e pegue uma chave 19 para dar um quarto de volta no sentido horário para poder colocar a corrente no ponto. Utilize as referências indicadas no manual para fixar a polia inferior do motor.
9 AO OBSERVAR O sincronismo do motor, é possível ver o R e o L nas quatro polias. Na Captiva o cabeçote do lado do radiador é marcado pelo ponto L. No lado do motor voltado para o painel corta-fogo o ponto de sincronismo é marcado pelo R. Coloque o sincronismo nesse ponto que irá bater embaixo na marcação da polia com o gomo pintado em amarelo.
10 APÓS SEGUIR TODOS os procedimentos anteriores, coloque as guias e confirme as marcações da corrente. O motor estará em perfeito sincronismo.
8 APÓS USAR AS ferramentas de apoio no cabeçote frontal, aquele voltado para o lado do radiador do veículo, utilize esse mesmo tipo de ferramenta para fazer o sincronismo do cabeçote da parte traseira do motor. Com o auxílio dessas ferramentas é possível ter o encaixe perfeito. O próximo passo é fazer a conferência de toda essa parte do sincronismo conforme está detalhado no manual técnico que acompanha o kit de ferramentas.
NA OFICINA
TRANSMISSÃO
por Silvio Rocha | foto Divulgação
CÂMBIO MANUAL VANTAGENS E DESVANTAGENS A escolha do tipo ideal de transmissão ainda é um fator de dúvida entre os consumidores
uem vive nas grandes cidades quase que diariamente convive com os engarrafamentos. Muitos motoristas, cansados desse problema e buscando um maior conforto, passaram a optar pelos veículos com câmbio automático. Mas a escolha entre a transmissão manual e a automática ainda é um fator de dúvida entre os consumidores. É verdade que há quem prefira o câmbio manual por sentir uma maior segurança ao dirigir e por controlar a troca de marchas de acordo com o seu estilo de dirigir. Por outro lado, isso exige o controle contínuo da embreagem, o que não ocorre no câmbio automático, já que ele define a mudança de marchas e controla a variação da embreagem. 20 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Em comparação ao câmbio automático, Antonio Simão Domene, da oficina Auto Check-Up, da capital paulista, diz que “a manutenção do câmbio manual é mais barata, e as chances de deixar você na mão são pequenas, sem falar que também economiza combustível. Em compensação, por causa do trânsito, você a todo momento precisa trocar de marchas”. De acordo com Antonio, “quando o câmbio automático apresenta um defeito, por mais simples que seja, se você não tiver conhecimento e os equipamentos certos para fazer um teste de bancada, é melhor nem mexer”, afirma. Rivaldo Inácio da Silva, reparador do centro automotivo Car Service, de Natal (RN), concorda com o colega.
“O reparo do câmbio manual é mais barato e de menor complexidade. Eu, por exemplo, ainda não trabalho com câmbio automático”, comenta Rivaldo. DIFERENÇAS - Por apresentar um funcionamento contínuo, nos câmbios automáticos não ocorrem os famosos “trancos”, como acontece nas caixas manuais quando é feita uma troca de marcha errada. O câmbio manual, apesar de ter uma manutenção bem mais barata, pode ter a sua durabilidade reduzida de acordo com a perícia do motorista. O uso incorreto das marchas pode aumentar o consumo de combustível, reduzir a durabilidade da embreagem, quebrar as engrenagens e até danificar o motor.
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NA OFICINA
SUSPENSÃO por Silvio Rocha | foto Divulgação
NOVA GERAÇÃO DO X1 PROBLEMA CRÔNICO DE SUSPENSÃO
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Fácil de ouvir, mas difícil de detectar. Reparador conta como conseguiu diagnosticar e solucionar os estalos no veículo
pesar de ser um sonho de consumo para muitos brasileiros, a nova geração do BMW X1 está “tirando o sono” dos reparadores por causa dos estalos no seu sistema de suspensão. Alberto Trivellato, da Suspentécnica, oficina localizada na cidade de São Paulo, conta que atendeu uns quatro casos de veículos seminovos que apresentavam o mesmo defeito. “Os clientes relatavam que, no momento em que passavam por uma lombada ou valeta, situação que exige muito da suspensão do veículo, era ouvido um estalo muito forte na parte de baixo. A princípio, quando realizamos o teste, achamos que o barulho era do quadro da suspensão. Mas, na verdade, os ruídos vinham das buchas posteriores das bandejas da suspensão dianteira”, recorda o especialista.
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O reparador explica que essas buchas possuem uma composição diferente da maioria dos carros, pois são metade de nylon e metade de borracha em uma bucha com capa de metal. “Essa bucha é parecida com a da Mercedes-Benz, mas não é a mesma e não existe uma solução simples para esse trabalho”. Por isso ele já avisa: “A manutenção corretiva é cara, a peça chega a custar mais de R$ 2.000,00, pois a montadora não vende as buchas separadas da bandeja, mas somente a bandeja completa”. DIAGNÓSTICO - Para chegar à solução, Trivellato fez um teste dinâmico com o veículo em condições que exigissem um grande esforço da suspensão e chegou a pensar em realizar outros procedimentos para tentar resolver o problema, como
soltar o quadro de suspensão e reapertar, examinar se havia algum ponto de solda errado e examinar todo o painel dianteiro. Só depois de muitos estudos que foi possível identificar a falha com segurança. O primeiro caso, de acordo com o reparador, veio de um cliente que já havia levado à concessionária o veículo com 8 mil quilômetros por duas vezes. “Na primeira vez, a autorizada disse que precisava retorquear a suspensão. Na segunda, retirou os amortecedores, examinou as molas e afirmou ter resolvido o problema. Após isso, ao persistir o barulho, o cliente desistiu de procurar a rede autorizada e chegou até nós. No começo tivemos toda essa dificuldade, mas hoje prontamente conseguimos identificar o problema quando esse modelo de veículo chega na nossa oficina”, completa Trivellato.
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NA OFICINA
FREIOS
HONDA CIVIC 2008
por Edson Roberto de Ávila fotos Divulgação
CUIDADOS NA MANUTENÇÃO DOS FREIOS
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urante um dia de trabalho na oficina, Edson Roberto de Ávila, da Mingau Automobilística, de Suzano (SP), conta que “um veículo havia chegado com a reclamação de barulho no sistema de suspensão. Após uma prévia avaliação, foi detectado o responsável pelo barulho e sanado o defeito”. Edson explica que “para fazer uma avaliação técnica precisa, o melhor é retirar as rodas para verificar a presença de folgas nos componentes que formam todo o sistema de suspensão do veículo”. No momento em que foi efetuada essa desmontagem, o reparador notou uma certa dificuldade na remoção das porcas. O carro (um Honda Civic 2008) estava rodando com vários prisioneiros danificados e uma peça quebrada. SURPRESA - Também foi constatado que o sistema de frenagem estava completamente comprometido. “O fluido hidráulico do sistema de frenagem tem uma grande facilidade para absorver a umidade do ar. Quando está muito saturado, como nesse caso que atendemos, o veículo perde a capacidade de parar com eficiência, principalmente em situações de uso intenso, como numa serra”, explica Edson. O especialista também alerta que, com o passar do tempo, esse acúmulo de água no fluido acaba criando problemas de corrosão em todos os componentes hidráulicos do sistema. No Civic do cliente a manutenção chegou em boa hora e foi possível aproveitar as peças. 24 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
O HONDA CIVIC tem um furo “estratégico” para se efetuar a remoção dos prisioneiros defeituosos. Na maioria dos veículos essa facilidade não existe. Geralmente, é preciso retirar os cubos e também fazer a substituição dos rolamentos das rodas.
2 1 UMA DAS PRIMEIRAS medidas foi substituir os prisioneiros. Observem que as roscas estão comprometidas, inclusive um está quebrado. A causa desse problema é conhecida: o uso inadequado das ferramentas pneumáticas para fazer o aperto das rodas.
3 APÓS A DESMONTAGEM, notamos que todos os discos e pastilhas estavam em péssimo estado. A solução foi realizar uma troca completa. No caso dos discos, quando não estão empenados e com uma espessura adequada, é possível fazer apenas uma retífica. Mas o reparador precisa selecionar muito bem o profissional que realizará esse serviço. Em caso de falha, o prejuízo sempre fica com a oficina.
A QUALIDADE DE uma reparação automotiva está diretamente ligada com a limpeza. No caso do sistema de freios, existem ótimos produtos biodegradáveis para fazer esse serviço com rapidez e sem danificar as peças. Além dos componentes metálicos, é importante retirar e limpar o reservatório do fluido. Por último, com uma escova de aço, remova toda a ferrugem presente nos cubos de rodas.
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5 ABRA OS SANGRADORES e instale um reservatório para a captação do fluido que está sendo removido. Depois, descarte-o corretamente. Para retornar os pistões das pinças, use sempre a ferramenta certa para cada veículo. Nunca force as peças ou tente fazer o trabalho sem conhecer bem o sistema. Por último, compre peças de qualidade e faça a montagem conforme as recomendações da fábrica.
NA OFICINA
ELÉTRICA por Silvio Rocha | foto Divulgação
SISTEMA START/STOP UMA NOVIDADE QUE AJUDA OU ATRAPALHA?
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Criada para reduzir o consumo do combustível e as emissões de poluentes, a tecnologia ainda gera muitas dúvidas entre os motoristas e reparadores
enis Marum, consultor automotivo do portal de notícias G1, conta que, segundo relatos de consultores técnicos de concessionárias, o Start/Stop, sistema que desliga o carro cada vez que você para no sinal, é campeão de rejeição. Uns motoristas têm a impressão de que a sua utilização reduzirá a vida útil da bateria, outros de que danificará o motor de partida, enquanto boa parte se incomoda com as partidas frequentes. É bem verdade que quando se dá a partida no carro ocorre um pico de consumo de energia elétrica. Pensando nisso, as montadoras instalaram uma bateria auxiliar, com a função de alimentar outros módulos eletrônicos, como sistemas de som, controle de tração, ABS,
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airbags, etc. A bateria principal foi redimensionada com uma capacidade maior para absorver todas as solicitações do dia a dia. Se o gerenciamento eletrônico detectar que a bateria está com pouca carga, ele inibirá a ação do Start/ Stop, impedindo que o motor desligue. A única perda real é o ar-condicionado, que para de funcionar momentaneamente, apenas continuando a ventilação no interior do veículo. Além da bateria, o motor de partida também sofreu mudanças, ficou mais robusto e silencioso. Para se ter uma ideia, alguns proprietários chegam até a solicitar que o sistema seja totalmente desabilitado, porque não querem nem ter o trabalho de acionar o botão que o liga e desliga. É importante
destacar que o conjunto foi muito bem projetado, existe um módulo eletrônico que comanda tudo e vários sensores. Seu objetivo é diminuir o consumo de combustível e as emissões de poluentes, principalmente nas grandes cidades. INVENÇÃO - Conta a história que a primeira aparição do Start/ Stop ocorreu em meados da década de 1970, na época em que a crise do petróleo abalou o mundo com o aumento do preço do barril em mais de 300% em poucas semanas. No entanto, o primeiro carro colocado à venda com o sistema foi o Citroën C3 Start/Stop, lançado em 2004 na Europa com um grande sucesso. O conjunto instalado no modelo foi desenvolvido pela Valeo.
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HISTÓRIA
TRANSMISSÃO por Silvio Rocha | foto Divulgação
CÂMBIO CVT COMBINAÇÕES INFINITAS
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Criado há mais de cinquenta anos, o sistema demorou para se firmar, mas hoje equipa centenas de modelos
o Brasil, a tecnologia CVT é quase uma novidade. Tirando as antigas mobiletes e as scooters importadas a partir da década de 1990, ainda são poucos os carros equipados com esse sistema baseado em duas polias variáveis. Segundo os historiadores, um dos primeiros inventores a pensar numa transmissão que fosse continuamente variável foi Leonardo da Vinci, por volta de 1490. Na indústria automobilística, o primeiro a aplicar a novidade foi o norte-americano Milton Reeves, em 1896. Apesar de pouco conhecido, esse pioneiro registrou mais de cem patentes ao longo de sua vida. 28 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Em 1958, a DAF (que também fabricava carros nessa época, além de caminhões) deu um grande passo para popularizar o câmbio CVT com o sistema Variomatic. Mas, a exemplo das scooters atuais, a marca holandesa utilizava correias de borracha. Isso limitava a aplicação da transmissão e exigia uma manutenção frequente. ATUALIZADO - Depois de ficar esquecido por muitos anos, o sistema CVT reapareceu no ano de 1987 em grande estilo, no lançamento do Subaru Justy. A transmissão tinha uma inovadora correia metálica e o seu controle era eletrônico.
A transmissão continuamente variável passou a equipar um carro fabricado no Brasil apenas em 2003, com o lançamento do Honda Fit. Atualmente, são oferecidos ao redor do mundo cerca de 200 modelos de carros com esse tipo de câmbio. Além do popular sistema CVT com duas polias e uma correia, outras variáveis também foram criadas, como os conjuntos que usam discos, cones ou planetárias. Por pouco, a tecnologia não esteve presente até na Fórmula 1. Entre 1991 e 1993, a Williams investiu pesado na novidade e fez uma série de testes surpreendentes. Mas a FIA acabou proibindo o novo câmbio.
FUTURO
COMBUSTÍVEIS por Silvio Rocha | foto Divulgação
DEZENAS DE OPÇÕES ALÉM DAS FONTES ATUAIS DE ENERGIA
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Em poucos anos, será possível usar uma série de novas tecnologias para mover um veículo, desde ar até esgoto
iante de todos os problemas ambientais e políticos causados pelo petróleo, um dos maiores desafios do nosso século será descobrir novos combustíveis e fontes de energia eficientes e renováveis. Apesar de muitos darem como certa a extinção dos motores atuais, uma solução diversificada pode ser mais viável. De acordo com o uso, teremos certas opções. ELETRICIDADE - O motor elétrico movimentou uma grande parte dos veículos do século XIX e voltará a ser muito usado pelos carros do futuro. As baterias, que sempre foram o seu maior problema, estão evoluindo rapidamente e, em poucos anos, devem ter a autonomia e o preço que todos esperam. 30 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
ETANOL - Bem conhecido dos brasileiros, o combustível está conquistando o mundo. Além de ser usado sem problemas nos motores atuais, pode ser aplicado diretamente nas células a combustível, apontadas como “o motor do futuro”. BIOCOMBUSTÍVEIS - Além do etanol, metanol e biodiesel, novos biocombustíveis estão sendo criados a partir de fontes animais e vegetais, como os derivados de algas. HIDROGÊNIO - Como pode ser extraído da água e, após o uso nos veículos, volta a ser vapor, é sempre considerado o melhor dos combustíveis. A exemplo do etanol, pode ser queimado nos motores atuais ou usado nas células a combustível.
AR - De tempos em tempos, surge na imprensa um carro movido a ar. A ideia é realmente interessante e faz sentido. O problema é a energia gasta pelos compressores, além da autonomia bem reduzida. NITROGÊNIO - Assim como o hidrogênio, é um elemento quase inesgotável. Um motor a nitrogênio é bem parecido com uma máquina a vapor ou uma unidade Stirling. A diferença de temperatura faz o gás se expandir e mover os pistões. SINTÉTICOS - Muito usados na II Guerra Mundial, os combustíveis sintéticos estão voltando com força total. Em laboratório, é possível fabricar gasolina e diesel a partir de várias fontes, inclusive esgoto.
MESTRES DA REPARAÇÃO
ELIAS CARVALHO por Simone Kühl | fotos Edy Souza
TRABALHO E OTIMISMO A RECEITA DE SUCESSO HÁ MAIS DE 50 ANOS
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Exemplo de superação, o reparador ingressou jovem no setor, montou sua oficina e ajudou a fundar o Sindirepa do estado
os 73 anos de idade e mais ativo do que nunca, Elias Carvalho faz questão de ser o primeiro a chegar e o último a sair da Mecânica Santa Luzia, localizada em São Luís (MA). Para ele, o trabalho é sua grande paixão, seu hobby e sua terapia. “Pretendo continuar na ativa até quando Deus permitir, ainda tenho muita vontade e disposição para trabalhar”, ressalta. Carvalho conta que começou a trabalhar ainda criança, com 10 anos de idade. “Eu morava no interior, era de família pobre e precisava de uma profissão. Passei de 32 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
serralheiro a soldador, mas por ser prejudicial aos olhos e não existir quase nenhuma proteção naquela época, eu saí e fui ser aprendiz em uma oficina mecânica”, relembra. Após se apaixonar pela profissão, o reparador buscou se capacitar, fez vários cursos em escolas técnicas e no Senai da capital. Carvalho revela que, entre todos os serviços, a montagem de motores é o seu predileto. “Encaro esse trabalho como uma cirurgia de coração. Preciso estar focado e não posso me distrair em nenhum momento. É gratificante, amo fazer motores”, destaca.
DESAFIOS - Com a chegada das novas gerações de veículos, a tecnologia está sempre mudando. Por isso, acompanhar as tendências do setor e estar atento aos lançamentos de ferramentas são dois grandes desafios na visão do reparador. Para o pioneiro, é fundamental acompanhar essas inovações e investir sempre no aprimoramento técnico. “É preciso se atualizar constantemente, buscar por novos treinamentos e cursos. Se eu não fizesse isso, hoje estaria superado. Os veículos mudaram muito desde quando eu comecei, mas eu conheço cada novidade”, garante.
EXEMPLO - Em seus 53 anos de profissão, o reparador destaca a abertura do seu próprio negócio como o ponto alto da sua história. “É gratificante ver o resultado de todos esses anos. Com muita luta e dedicação, consegui levantar essa oficina. Hoje trabalho com a minha filha e quatro colaboradores”. Além disso, a presença que o sindicato tem hoje no estado faz muita diferença para os reparadores, e Carvalho se orgulha por ter feito parte da sua fundação. Nas palavras do presidente regional do Sindirepa, Antonio Rosa, o pioneiro é um jovem de espírito e um excelente companheiro. “Ele não perde nenhum treinamento, curso, viagem técnica ou feira do setor. Faz questão de conversar com todos os clientes e fazer reparos nos veículos até hoje”, completa.
A história do reparador é uma inspiração para a família e os colaboradores da oficina
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Chicão Após a saída do exército, onde tive experiência com mecânica, verifiquei uma carência de profissionais qualificados em 4x4 diesel e, com a importante ajuda do meu pai, resolvi abraçar o desafio de abrir a oficina, hoje com 17 anos de história. Conheci a marca Spicer através de fornecedores e logo percebi que ela é superior em qualidade em relação às outras do segmento. A satisfação do meu cliente é minha maior motivação, e a Spicer é uma marca robusta, que me garante total confiança.
Mecânica Speed Autos Fortaleza | CE
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