Reparação Automotiva - 111

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EDIÇÃO 111 Dezembro de 2017

MERCADO E REPARADORES EM CONSTANTE BUSCA PELA

EVOLUÇÃO Desde o advento da injeção eletrônica os veículos têm atravessado uma evolução tecnológica sem precedentes, que passa obrigatoriamente pelo domínio do scanner. E muito mais ainda está por vir com os híbridos e autônomos.

ENCONTRO ESTADUAL

Realizado em Cuiabá (MT), evento em sua 8ª edição debateu as novas tendências do segmento

OFICINA SR MOTORS

Referência em atendimento, produção de vídeos e cursos com oficinas da região

SISTEMA DE FREIO

Avaliação e substituição de pastilhas, discos e lonas traseiras do Fiat Punto 2008

AMOR À PROFISSÃO

Com 70 anos e três oficinas, Laércio Favorato conta sua trajetória vitoriosa no mercado

E MUITO MAIS: LANÇAMENTOS - TENDÊNCIAS - NEGÓCIOS - DICAS - HISTÓRIAS - INOVAÇÕES



SUMÁRIO

EDIÇÃO 111 DEZEMBRO 2017

08

4. ENTREVISTA

KYB apresenta novo programa de relacionamento e ações no mercado

8. GESTÃO

Saiba como reduzir custos, mas mantendo a qualidade dos serviços

12. NEGÓCIOS

Os aspectos para um atendimento eficiente e a satisfação do cliente

14. EVENTO

8º Encontro de Cuiabá (MT) debateu as novas tendências de mercado

18. PERFIL

De Jundiaí (SP), SR Motors se destaca pela produção de vídeos

20. CAPA

Tecnologia nos veículos requer aperfeiçoamento dos reparadores

04

42 44

34. FREIOS

Troca dos componentes do sistema de freio do Fiat Punto 2008

38. MOTOR

Falhas nos motores ciclo Otto: elementos para se chegar ao diagnóstico

40. TRANSMISSÃO

Nível do fluido da ZF 9hp: procedimento de verificação e troca

42. ELÉTRICA

Osciloscópio automotivo: saiba utilizá-lo para um correto diagnóstico

44. SEMINÁRIO

Evento na cidade de Recife (PE) discutiu o futuro da manutenção

Na foto de capa, nosso agradecimento especial ao reparador Gerson Luiz da Silva, há 30 anos na profissão, e ao Romário Baldini, dono da oficina, localizada na Vila Mariana (SP) DIRETORIA Diretor Comercial Edio Ferreira Nelson REDAÇÃO Editor-Chefe Silvio Rocha (MTB 30.375) Redatores Karin Fuchs Simone Kühl ARTE Designers Jheimisson Sampaio Marcos Bravo COMERCIAL Consultores de Vendas Richard Faria richard@znews.com.br Adalberto Franco Wanderley Klinger MARKETING E CIRCULAÇÃO Coordenadora Tatiane Sara Lopez tatiane@znews.com.br Consultor de Negócios Jeison Lima jeison@znews.com.br Envie releases com os lançamentos de sua empresa ou notícias que mereçam ser divulgadas: jornalismo@znews.com.br

Anuncie na revista Reparação Automotiva ou em nosso site. Comunique-se com o setor automotivo e aumente o poder de sua marca: comercial@znews.com.br APOIO E PARCERIA

FALE COM A GENTE Nosso Endereço Rua Acarapé, 245 04139-090 - São Paulo - SP (11) 5677-7773 Receba a Reparação Automotiva, cadastre-se e mantenha-se atualizado sobre as últimas novidades e informações do setor automotivo. ADMINISTRATIVO Coordenadora Financeira Luciene Alves administrativo@znews.com.br Atendimento ao Leitor contato@znews.com.br Mônica Macedo marketing1@ibreditora.com.br Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

MÍDIA DADOS 2017

48. MESTRES

Especialista em câmbio automático e há 56 anos no setor de reparação

A revista Reparação Automotiva é uma publicação da ZNews Editora e Marketing, de circulação dirigida aos profissionais do segmento automotivo para contribuir com o desenvolvimento do setor.

Nós, do Grupo IBR, desejamos a todos um Feliz Natal e um 2018 repleto de boas notícias!

50. INDICADORES

Números de novembro divulgados das principais entidades do segmento

Aplic Resolit...15 Caoa .............17 Corteco .........23 Dana .............07 Delphi............27 Fremax..........25 Fortec ...........06 FTE ...............45 Graxinha........37 HipperFreios..05 IAB ...............28

IBR Editora........51 King Tony .........21 Mann................29 NGK..................02 Radnaq.............30 Ranalle .............31 Raven ..............47 Sampel.............11 Urba e Brosol ...09 TRW .................52 Viemar..............10


ENTREVISTA

KYB

REPARADOR INFORMADO por Silvio Rocha | foto Divulgação

KYB MOSTRA NOVO PROGRAMA DE AÇÕES NO MERCADO Além de ser referência mundial em inovação e otimização de aplicações, a KYB tem como premissa básica a qualidade total de seus produtos. A companhia também investe em estudos de melhoria de seus desenvolvimentos e processos para trazer soluções aos reparadores.

Com base nisso, Gélcia Batistel, coordenadora de Marketing da KYB, revela algumas das ações para esse público, como o programa de relacionamento TOMODACHI, exclusivo para oficinas e centros automotivos, que tem como principal objetivo fortalecer a relação e fomentar os elos da cadeia. Reparação Automotiva: Com as novas tendências do mercado e as inovações nos veículos, fale a respeito das principais soluções e tecnologias para o reparador. Gélcia Batistel: A KYB é uma empresa reconhecida mundialmente por suas inovações tecnológicas e por ser pioneira em diversos campos da tecnologia hidráulica. A KYB está sempre atenta às tendências e necessidades do setor e busca atender às necessidades de seus clientes. 04 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

RA: Diante de tantas novidades, o que a KYB tem feito para manter o reparador atualizado e treinado? GB: A KYB tem um programa de treinamento para clientes que visa manter os reparadores atualizados sobre as tecnologias aplicadas em seus produtos, bem como dicas de instalação e informações relevantes a respeito do sistema de suspensão dos veículos, para facilitar o dia a dia dos aplicadores. RA: E quais os programas e ações de relacionamento com este público? GB: A KYB lançou recentemente o TOMODACHI, que é um programa de relacionamento exclusivo para oficinas e centros automotivos. Este programa ainda está em fase de projeto-piloto, com alguns parceiros que foram selecionados estrategicamente. O

objetivo do programa é fortalecer a relação entre a empresa, distribuidores, autopeças e reparadores, alcançando o crescimento para todos. TOMODACHI em japonês significa amigo, e criar relacionamentos duradouros é o principal objetivo da KYB. RA: Discorra sobre a importância do site da empresa para a divulgação de notícias e dicas técnicas. GB: A KYB do Brasil acredita na importância das redes sociais e do site para a divulgação de informações técnicas e novidades. Desta forma, investe em várias ações no Facebook, Youtube e Blog, com vídeos a respeito das dicas de montagem, esclarecimentos de dúvidas sobre produtos, assim como informações do Grupo e as diversas áreas onde a KYB emprega seus produtos.



ENTREVISTA

KYB

RA: Como é o processo de garantia dos produtos? GB: O processo de garantia da KYB é diferenciado por sua agilidade no tempo de resposta. Com consultores treinados para dar suporte imediato aos seus clientes, a empresa oferece diversos meios de comunicação para análise dos produtos e facilita a solução para os reparadores. Além disso, a KYB oferece treinamento em sua fábrica para os distribuidores, com o objetivo de prepará-los para realizar a análise preliminar das solicitações de garantia e desta maneira agilizar a resposta aos aplicadores. RA: De que maneira a empresa enxerga o atual cenário brasileiro no quesito oportunidades e desafios? GB: A KYB vê grandes oportunidades de crescimento no mercado

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local e acredita estar preparada para enfrentar os desafios que ainda são impostos pela situação econômica e política do País. No entanto os indicadores apontam que o setor está reagindo positivamente e as empresas que estão atentas às oportunidades terão maior chance de crescimento. RA: Como foi 2017 para a KYB e quais as expectativas para o fechamento deste ano e o início de 2018? GB: 2017 foi muito positivo para a KYB do Brasil. O ano fiscal da companhia encerra em março/2018, pois segue o calendário japonês, mas considerando a previsão de vendas de janeiro a dezembro de 2017 as expectativas já foram superadas. A tendência é que o próximo ano seja tão positivo quanto este. A empresa espera trazer algumas novida-

des para 2018 que irão ajudar no aumento dos resultados. Ainda não podemos divulgar quais são os investimentos que a KYB está preparando para o próximo ano, mas podemos garantir que as ações trarão resultado para toda a cadeia de negócios. A empresa deseja a todos os clientes reparadores um excelente final de ano e que 2018 traga muita prosperidade e excelentes negócios.

KYB DO BRASIL

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GESTÃO

QUALIDADE por Karin Fuchs | fotos Divulgação

REDUZA CUSTOS NA OFICINA MANTENDO A QUALIDADE DAS ATIVIDADES DIÁRIAS

E estimule a equipe a ser mais produtiva nos serviços que são prestados aos clientes

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ndependentemente do caixa da oficina, reduzir custos é sempre bem-vindo para que se possa direcionar recursos para investir em ações produtivas e de crescimento, como capacitação e modernização. E, principalmente, para não ficar no vermelho. Para isso, algumas medidas podem ser adotadas sem que elas afetem a qualidade dos serviços, mantendo o bom desempenho da produção. E quem dá as dicas é Bernardo Jaber (foto), gerente de Marketing da Xerpa, plataforma online de Recursos Humanos.

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HORAS EXTRAS - “Antigamente, víamos uma pessoa trabalhando até tarde e tínhamos um pensamento de que ela era extremamente produtiva e trabalhadora. Hoje, essa visão é bem diferente. A produtividade não está mais ligada ao número de horas trabalhadas e sim aos resultados entregues”. A questão é: como medir o resultado em oficinas? “Acredito que ter um tempo máximo de entrega do carro de volta ao dono é uma ótima forma de começar a entender onde pode estar o problema e a necessidade de mais horas extras”.

QUALIDADE DE VIDA - Menos horas extras = mais tempo fazendo outras atividades = mais qualidade de vida. “Existem diversos estudos mostrando a importância de se realizar várias atividades além do trabalho para não apenas desestressar, mas para entender que o trabalho é parte do dia e não o dia inteiro”. Segundo ele, “passar mais tempo com a família, amigos e estudar são possíveis formas de usar o tempo



GESTÃO

QUALIDADE

da hora extra, ajudando o colaborador a estar feliz no dia a dia de trabalho. Além de fornecer ferramentas necessárias e de boa qualidade, que ajudam a manter o tempo de horas extras menor”. MAIS EFICIÊNCIA – “Medidores de produtividade e contabilizadores de horas proporcionam uma maior eficiência nas empresas. Como por exemplo, medindo quanto tempo foi gasto para fazer uma tarefa específica no automóvel. Em quanto tempo ela foi entregue, qual tarefa demorou mais tempo, etc.” Ele cita que a Xerpa oferece uma solução para a parte burocrática. “Com ela, nós temos casos de

empresas que reduziram o tempo de admissão de cinco horas para quinze minutos”. DIGITALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS – “São vários benefícios que podem ser citados com a digitalização. Podemos falar da sustentabilidade (por não usar papéis), acesso às informações com agilidade, redução de perda de documentos e redução de despesas (tinta, papel, etc.) são alguns deles”. PAGAMENTOS E NEGOCIAÇÕES – “Eu daria duas dicas principais. A primeira delas é manter um fluxo de caixa sempre saudável, conhecer e controlar os gastos do estabelecimento, fidelizando os clientes, afinal

VIEMAR 10 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

de contas, manter um cliente é mais barato que adquirir um”. “A segunda dica é modernizar para facilitar as questões burocráticas que envolvem. Tecnologias de departamento pessoal, pagamento de contas, etc., são ótimas maneiras de estar sempre em dia com os pagamentos minimizando as chances de receber multas e processos”. Além disso, a tecnologia oferece várias alternativas para tornar a empresa mais eficiente e reduzir custos. Os softwares de gestão, por exemplo, podem ajudá-lo a coordenar melhor o departamento pessoal, férias, licenças, admissões, avaliação de competências e folha de pagamento.



NEGÓCIOS

ATENDIMENTO por Simone Kühl | fotos Divulgação

O BOM ATENDIMENTO PARA O SUCESSO NAS VENDAS

E

Conheça os aspectos que podem ser decisivos para garantir um atendimento eficiente e a satisfação do cliente

m um mundo globalizado, marcado pela forte concorrência e o livre mercado, as empresas recorrem à criatividade como forma de atrair a preferência dos clientes. De acordo com José Paulo Albanez, coordenador Estadual do Segmento da Reparação Automotiva do Sebrae-SP, a mudança no cenário da oficina tem atraído cada vez mais os clientes.

de solo, funcionários uniformizados e limpos, material a ser reciclado ou descartado em local apropriado, utilização da luz natural, reaproveitamento de água da chuva, entre outras ações, são condições essenciais, para receber bem o cliente, cada vez mais exigente e preocupado com os aspectos ambientais. Outro ponto de atenção é que as mulheres estão frequentando mais este ambiente”, comenta.

“O chão claro, quadro de ferramentas em ordem, sinalização

Neste sentido, aproveitando este período de mudanças favorá-

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veis no ambiente de trabalho e com maior presença feminina, torna-se fundamental uma padronização no atendimento, onde haja maior transparência e explicação clara e objetiva dos serviços que serão executados e as peças que serão trocadas, desmistificando o conceito de “empurrar” peças e serviços desnecessários, que comprometem a categoria como um todo. “É preciso trabalhar de forma a conquistar a confiança do cliente e consequente fidelização. É neces-


SAIBA MAIS SOBRE GESTÃO DE OFICINAS EM

reparacaoautomotiva.com.br sário incluir também neste atendimento diferenciado o público da terceira idade, que cada vez mais está utilizando os serviços das oficinas mecânicas. É importante entender que quando o cliente leva o carro para conserto não é um serviço que gera prazer, nem satisfação para o consumidor, mais uma razão para procurar se diferenciar e oferecer uma surpresa positiva no atendimento”, ressalta. AMBIENTE – O local precisa ser agradável, composto por uma decoração leve, iluminação e climatização adequadas; assim que o cliente entrar no estabelecimento, os atendentes devem esboçar um sorriso, demonstrar cortesia e se colocar à disposição para auxiliá-lo; os profissionais precisam dominar as informações sobre os serviços; eles devem ouvir as necessidades e opiniões dos clientes; as opções de pagamento oferecidas podem cativar o cliente e, independentemente do valor deixado na oficina, após efetuar o pagamento, o atendente deve conduzir o cliente até a saída e agradecer a sua visita. Com o bom atendimento há grande chance de o consumidor indicar o estabelecimento para parentes, amigos e conhecidos. SURPREENDA O CLIENTE – Tenha um serviço nota 10, não prometa o que não pode cumprir, pois o objetivo deve ser sempre ultrapassar as expectativas dos clientes; conheça o atendimento e os serviços prestados pelos concorrentes, pois se deve, no mínimo, superá-los; crie o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) e preocupe-se com o Código de Defesa do Consumidor; simplifique o sistema de concessão de crédito, os serviços

de consulta a cheques, juntamente com a verificação de referências comerciais, muitas vezes bastam, e dê atenção à identidade visual (pinturas, letreiros, placas, pisos, balcões, uniformes e outros detalhes que levam o público a formar a imagem de sua oficina). CONQUISTE NOVOS – Todos sabem o quanto é importante manter os clientes, mas também devem ser estabelecidas metas de conquista de novos. Para que esse objetivo seja alcançado com sucesso, essas metas devem ser claras e objetivas: quantos novos clientes deverão ser conquistados e quais ferramentas poderão ser usadas para isso. Além disso, é importante também avaliar a forma como os profissionais contatam os clientes por meio de características específicas da empresa e criar instrumentos de acompanhamento para controlar

esses contatos. Para isto, estabeleça uma ficha de controle em que deverão constar os dados básicos do cliente (nome, telefone, endereço e sexo) e avalie constantemente a efetividade desses contatos. Por meio de estatísticas, é possível verificar quantos dos clientes contatados realmente foram à oficina. Reúna-se com a equipe e avalie o porquê do sucesso ou do fracasso da ação. O setor da reparação automotiva tem um fator muito positivo de indicações por meio dos clientes: a chamada propaganda boca a boca, por ser considerada um serviço de confiança, portanto, quando bem executado, será um referencial para ser divulgado nas relações pessoais e familiares. No entanto, é preciso estar atento também aos meios digitais e redes sociais para divulgação da empresa e conquista de novos clientes.

José Paulo Albanez, coordenador Estadual do Segmento da Reparação Automotiva do Sebrae-SP

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ENCONTRO

CUIABÁ por Simone Kühl | fotos Divulgação

8º ENCONTRO ESTADUAL

DO SETOR AUTOMOTIVO MOVIMENTA A CAPITAL CUIABÁ Evento debateu as novas tendências de mercado, como os motores híbridos, e ainda discutiu novas formas de gestão para gerar uma equipe mais eficiente

N

os dias 24 e 25 de novembro foi realizada a 8ª edição do Encontro Estadual do Setor Automotivo, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá (MT). Segundo Bruno Giovanni Batista Nunes de Brito, do Sebrae Cuiabá, órgão organizador do evento, o encontro é de extrema importância para o segmento, pois traz informações de grande relevância para o profissional, como novas tendências de mercado, tecnologia, manutenção e gestão. Nesta edição estavam presentes cerca de 40 empresários de Cuiabá, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Florianópolis. “Tivemos como di-

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ferencial técnico este ano assuntos aliados à sustentabilidade e novas tendências de mercado, onde realizamos uma palestra sobre híbridos, fizemos um painel de gestão e mencionamos novas estratégias para tornar a equipe mais eficiente”. Para a organização do evento, a expectativa foi atendida, sem dúvida. “A cada ano buscamos fazer o encontro de uma maneira diferente e, em conversa com os empresários, percebemos que eles absorveram bem as informações e abraçaram a causa. Conseguimos ainda unir os profissionais e trabalhar o associativismo”, completa Brito.

CONTEÚDO – Os convidados puderam contar com as palestras: “Trajetória de Sucesso”, de André Azevedo, piloto referência no esporte off road nacional e diretor da Brasil Dakar Competições; “Panoramas do segmento automotivo, de Jeison Lima, da Revista Reparação Automotiva; “Motores Híbridos”, de Pedro Luiz Scopino, coordenador do Grupo de Oficinas Especializadas, vice-presidente do Sindirepa e colaborador do Autoesporte (Rede Globo); “Estratégias digitais para sua empresa decolar na internet, de Filipe Costa, consultor do Núcleo Digital do Sebrae/MT nas áreas de finanças, marketing e negócios digitais; e o Painel “Modelos de re-



ENCONTRO

CUIABÁ

muneração da equipe técnica e os impactos nos resultados da empresa | Relação de valores homem/hora”, conduzido por Rodimar Marchiori (Núcleo Estadual de Automecânicas de SC). CONVIDADOS – Na opinião de Eduardo Colzani, do Sindirepa-SC e do NEA/ARVESC, o setor precisa desse tipo de evento para que haja desenvolvimento e mais conhecimento a respeito da indústria automotiva. “Por isso é importante que os mecânicos participem e se atualizem sobre as tendências de mercado. As palestras mostraram como está o segmento e mais a respeito dos veículos híbridos e elétricos que estão nas ruas e a importância da especialização”, pontua. Já Thiago Aparecido Dotta, da Medicar, de Cascavel (PR) e do Grupo CNA (Central de Negócios Automotivos), destacou que o evento promoveu um encontro de líderes que estão preocupados com o futuro do setor. “Foi um momento de debates, projetos para 2018 e discussão da evolução técnica dos carros. Nós, empresários, temos que inovar e mudar nossa maneira de trabalhar”, ressalta. Para Marcos Paulo Scalvim, da EletroMarcos Centro Automotivo, de Tijucas (SC), o encontro foi de grande aprendizado. “Todas as palestras discutiram assuntos pertinentes ao nosso dia a dia e mostraram as tendências de crescimento do nosso setor. Acredito piamente que, com a realização destes encontros, o nosso segmento irá cada vez mais amadurecer profissionalmente, pois vejo ainda muitos proprietários de mecânicas se preocupando só com a parte técnica e esquecendo que, além de mecâni-

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cos, são gestores de suas empresas. E durante o encontro pude visitar algumas oficinas e trocar informações com os proprietários, onde tive a certeza que com o espírito do associativismo podemos superar todos os obstáculos”, garante. Rodimar Marchiori, consultor do NEA, também emenda a importância do evento para unir as empresas. “Esse encontro do Sebrae mobilizou os empresários no sentido de melhorar mais suas oficinas com o foco na evolução. Como palestrante pude ver a necessidade de trocar experiências e do aprendizado que podemos ter como nossos colegas de mercado. A participação de representantes de outros estados nos deu uma amplitude ainda maior, onde mostrou que as empresas não estão sozinhas”, conclui.

Luiz Carlos Savani e Thiago Dotta, Núcleo de Oficinas de Cascavel/PR

Rodimar (Arvesc) entre Bruno e Rafael (Sebrae)

Pedro Luiz Scopino falou sobre a tecnologia dos motores híbridos

Os Núcleos de Oficinas de Cuiabá participaram da oitava edição do Encontro Estadual



PERFIL

SR MOTORS por Simone Kühl | fotos Divulgação

OFICINA 100% CONECTADA

SR MOTORS É REFERÊNCIA DE SUCESSO NA REPARAÇÃO

Mecânico e empresário, reparador conta mais sobre o trabalho de atendimento ao cliente, produção de vídeos e treinamentos com o Grupo de Oficinas da região undada no dia 24 de novembro de 2004, a oficina SR Motors é hoje referência na cidade de Jundiaí e tudo começou através do aprendizado e experiência que Sérgio Ricardo Ferreira dos Santos adquiriu na oficina do Sr. Laércio Favorato, na seção Mestres da Reparação desta edição (pág. 48). “No meu último emprego, onde trabalhei com o Sr. Laércio, tive a oportunidade de cuidar de 11 mecânicos e com essa responsabilidade me senti preparado para enfrentar 18 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

novos desafios. Com isso, iniciei meu próprio negócio em casa, atendia os clientes depois do meu expediente na oficina e aos finais de semana. Porém, chegou uma hora que os serviços começaram a se acumular e eu resolvi sair da oficina e abrir oficialmente a SR Motors”, conta. MUDANÇA – Para o reparador, essa mudança de mecânico a empresário foi muito difícil. “Adotar uma postura e agir como um empresário foi muito desafiador e essa questão é um dos principais assuntos que

comentamos no Grupo. Eu tive que aprender a ter uma mentalidade de gestor e isso não foi fácil. Quando começamos, passamos por muitas dificuldades, pois não controlávamos o capital de giro, ticket médio e passagem de veículos”, relembra. E apenas no ano de 2012 que houve uma mudança definitiva no modelo de gestão da empresa. “A partir desse momento comecei a agir como empresário e fiz grandes transformações por aqui, criei um departamento financeiro, comer-


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youtube.com/reparacaoautomotiva cial e operacional. Essa mudança foi muito dolorosa para mim, pois tive que demitir funcionários antigos que não se adaptavam. Mas a partir daí começamos a crescer como empresa”, pontua. ATENDIMENTO – Com uma média de 120 veículos ao mês, a oficina atende nacionais e importados. “Como temos uma carteira de clientes bem antiga, trabalhamos muito a manutenção preventiva e a corretiva é mais procurada por clientes novos, que representam 20% do nosso faturamento”, explica. Santos comenta que muitos clientes acham que a oficina é uma franquia devido ao seu nível de organização, ponto este que é dos diferenciais do modelo de gestão. “Adotamos ainda um serviço diferenciado no atendimento ao cliente, onde temos uma pessoa responsável por isso, ela recepciona o cliente, acompanha o serviço com o consultor técnico e faz um pós-venda depois de sete dias. E depois de seis meses isso nos ajuda a identificar nossos acertos e erros”. Além disto, essa preocupação com o cliente faz a oficina ganhar credibilidade. “Esse relacionamento é fundamental para garantirmos bons resultados, acredito que todas as oficinas que aplicarem esse serviço conseguirão se sobressair no mercado, no entanto é preciso ter em mente que esse trabalho deve ser pensado em longo prazo e ter paciência para ver os resultados”, avisa. VÍDEOS – No início de 2017, o reparador decidiu investir na produção de vídeos com dicas técnicas para os consumidores. “Participei de muitas palestras e congressos que falavam sobre a importância de

explorar o Google e Facebook, por isso decidi criar uma página no Facebook (@srmotorsoficial) e postar três vídeos por semana”, diz. Com o sucesso dos vídeos, a página começou a ganhar muitos seguidores e grande repercussão. “Um dos clientes da oficina é uma produtora de vídeos, fiz um contrato para a produção desses conteúdos, depois de seis meses agora vou renovar o acordo. Esses vídeos ainda têm despertado o interesse de muitas fábricas, por exemplo, já temos parceria com a NGK e a MTE para a produção de dicas”, revela. “A cidade de Jundiaí tem quase 500 mil habitantes e segundo pesquisa que realizamos já conseguimos atingir 20% da população com os nossos vídeos. E isso tem revertido em negócios para oficina, temos clientes novos que nos procuram por causa dos vídeos e viramos referência, um ponto de confiança para os consumidores”, completa. GRUPO – Formado por empresários da região, o Grupo de Oficinas de Jundiaí tem como principal propósito trocar experiências e capacitar os profissionais. “Após deixar a presidência da associação de reparador em Jundiaí, muitas pessoas se aproximaram de mim e com isso

inicialmente criamos um grupo no WhatsApp para tirar dúvidas e trocar informações, a partir daí percebemos a necessidade de ter um Grupo formado para mostrar aos participantes que juntos podemos ajudar um ao outro”, ressalta. Através desse Grupo, o reparador realiza treinamentos mensais com os profissionais da região. “Eu também fui presidente do SENAI e isso me ajudou a criar uma boa rede de contatos, por isso tenho mais facilidade na organização de treinamentos e capacitação da mão de obra”. PERSPECTIVAS – Diante do atual cenário econômico no País, Santos comemora os resultados da oficina neste ano. “Trabalhamos em cima de um crescimento de 7% e já estamos conseguindo atingir 10%, isso para nós é uma grande vitória”. O reparador adianta que em 2018 será inaugurada uma filial na cidade, o espaço irá agregar serviços de undercar, que antes eram terceirizados pela oficina. “O lugar que temos hoje é de 120 mil m² e não abriga muitos equipamentos e o novo espaço que procuramos terá acima de 500 mil m² e conseguirá realizar mais serviços. Iremos expandir o quadro da equipe e gerar mais empregos e capacitação de mão de obra”, finaliza. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 19


CAPA

EVOLUÇÃO

por Karin Fuchs | fotos Divulgação

MERCADO E REPARADORES

AO LONGO DOS ANOS PASSAM POR CONSTANTE EVOLUÇÃO Tecnologia cada vez mais presente nos veículos não assusta os empresários do setor. O que falta é informação

D

esde o advento da injeção eletrônica os veículos têm passado por uma evolução tecnológica sem precedentes, e muito mais está por vir com os híbridos e os autônomos, que em um futuro breve chegarão às oficinas. Para os empresários do setor, o maior desafio continua sendo o

acesso às informações, mas a novidades não assustam. Alexandre Santos Muller (foto), coordenador de Atividades Técnicas da Escola SENAI Conde José Vicente Azevedo, localizada no Ipiranga, em São Paulo (SP), avalia que “as principais evoluções/inovações tecnológicas foram desenvolvidas visando resolver as preocupações com eficiência energética, relacionadas ao conjunto motriz do veículo, e nas

questões relacionadas à conectividade, segurança e conforto do usuário do automóvel”. Segundo ele, “é crescente a incorporação de motores de combustão cada vez mais eficazes equipados com sistemas de injeção direta de combustível, sistemas start/stop, conceito Downsizing aplicados nos motores, transmissões automáticas e automatizadas e sistemas híbridos de propulsão”.



CAPA

EVOLUÇÃO

APRIMORAMENTO E a principal mudança foi a necessidade de aprimoramento nas técnicas e equipamentos de diagnóstico em que a inter-relação entre os sistemas ganha uma maior importância. “Embora os sistemas tenham ganhado maior complexidade, com conhecimento e as ferramentas adequadas a etapa de diagnóstico se tornou mais assertiva”, pondera Muller. Muller prevê que a reparabilidade em um futuro breve deve se tornar mais complexa em função dos incrementos tecnológicos que exigirão mais conhecimento e habilidade por parte do reparador. “E o SENAI/SP tem investido na atualização tecnológica da escola em conjunto com as empresas parceiras, tanto na questão dos recursos didáticos, infraestrutura bem como na atualização dos instrutores”. Atualmente na escola, as principais demandas estão relacionadas aos sistemas de veículos equipados com injeção direta de combustível, transmissões automáticas e automatizadas e de conforto e conveniência. “E o setor vem demostrando cada vez mais interesse em buscar aper-

Auto Mecânica Curitiba (PR) 22 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Servcar, de São Paulo (SP)

feiçoamento por meio de cursos, palestras, seminários e feiras, a fim de acompanhar as constantes evoluções tecnológicas”, conclui Muller.

O QUE MUDOU Confira a seguir, o que mais mudou nos últimos anos em termos de tecnologia veicular e como as oficinas independentes e os centros automotivos estão se preparando para atender as novas demandas, na avaliação de quem está na linha de frente da reparação automotiva, de Norte a Sul do País. “O que melhorou muito foi a parte de eletrônica. Há muita tecnologia para a gente trabalhar e

gerenciar melhor o carro, como melhorou a dirigibilidade para o dono do veículo. A vinda dos carros mais conectados pode ser um negócio bom ou não para nós, dependendo se teremos acesso à informação”, diz Sergio Marques de Deus, da Servcar, de São Paulo (SP). Segundo ele, “a mudança que sentimos bastante foi dos veículos carburados para os de injeção eletrônica. De lá para cá, foi preciso nos adaptarmos às novas tecnologias e os equipamentos nos ajudam bastante. As oficinas têm que ter equipamentos de ponta para fazerem os diagnósticos”. APERFEIÇOAMENTO - Marques comenta que há muita carência de cursos e treinamentos. “Se para nós que estamos em São Paulo existe essa deficiência, imagina para quem está em regiões mais distantes. E não apenas por parte dos fabricantes de autopeças, mas as montadoras deveriam ter uma linha direta com a gente, pois somos nós que respondemos por grande parte da reparabilidade”. Aldo Ivo de Castro, da Auto Mecânica Curitiba, localizada em Curitiba (PR), também faz uma avaliação similar. “A injeção ele-


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CAPA

EVOLUÇÃO

prevê que “nos softwares o mecânico nunca conseguirá mexer. A função dele será sempre a de fazer a análise, o diagnóstico, sabendo como funciona o sistema. E cada vez mais utilizando equipamentos, o que já é indispensável há muito tempo”.

Valência Centro Automotivo, de Porto Alegre (RS)

trônica foi a principal inovação nos últimos anos, nós tivemos que fazer cursos para nos atualizarmos e ter equipamentos adequados para trabalharmos. E, para isso, as empresas parceiras nos fornecem bastante informações”. Por outro lado, ele lamenta que “dificilmente as fábricas oferecem treinamentos, pois acham que as oficinas independentes são concorrentes das concessionárias. Assim, somos nós que temos que ir atrás das informações”.

ACOMPANHAMENTO Paulo Gilmar Boff, da Valência Centro Automotivo, em Porto Alegre (RS), conta que “foi a partir do

sistema de injeção eletrônica que os veículos foram evoluindo tecnologicamente até os dias atuais com o sistema de injeção direta. Tudo isso exigiu bastante preparo, conhecimento técnico do reparador e, quem não conseguiu acompanhar, ficou para trás”. De acordo com ele, há iniciativas de treinamentos que têm ajudado bastante. “Como a Volkswagen que oferece cursos na concessionária, um vídeo-aula direto da fábrica. E todo o treinamento do próprio fabricante é bem-vindo, pois se tivermos o conhecimento do funcionamento, fica fácil de fazer o reparo”. E sobre o veículo do futuro, ele

Gol GTI, primeiro carro com injeção eletrônica no Brasil

24 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

MEIO AMBIENTE - No relacionamento com as concessionárias, Werique Farias da Silva, da Centro Oeste Peças e Serviços, localizada em Brasília (DF), diz que houve uma melhora significativa. “Elas melhoraram o canal de informações sobre peças, mas a parte de treinamento deixa a desejar. Quando um novo veículo é lançado deveria haver um programa de divulgação de seus componentes e novidades, sobre o que precisaremos nos especializar para trabalhar nele”. Em sua opinião, a principal evolução veicular foi a preocupação com o meio ambiente. “Foram feitos vários ajustes nos veículos para diminuir os impactos das emissões de gases. E o segundo ponto foi a busca constante por economia e eficiência. Nós, como reparadores, estamos meio perdidos, a tecnologia está cada vez mais presente nos veículos e o acesso às informações das montadoras e das fábricas ainda é uma dificuldade”.

Motor Toyota Prius, veículo híbrido com tecnologia de ponta



CAPA

EVOLUÇÃO

VERTENTES Na Mecânica Moura Imports, em Goiânia (GO), Walter Moura Júnior, fala sobre duas vertentes quando o assunto é evolução veicular: funilaria e pintura, e mecânica. “A tendência dos veículos é ter estrutura de alumínio, em muitos já presente no capô e nos para-lamas. A recuperação dessas peças é totalmente diferente das de lata, os funileiros são treinados e preparados para trabalhar com o convencional, nós estamos tendo que reaprender a fazer a reparação”. Na parte de mecânica, diz ele: “não dá mais para ter uma oficina convencional se não houver alguém treinado e com um scanner. Às vezes é necessário reprogramar o carro por causa de uma simples desmontagem. Além disso, os veículos elétricos e autônomos já são uma realidade e isso também vai mudar muito a reparabilidade”, prevê. No Nordeste, André Luiz Reis, da Oficina Autenticar, localizada em Recife (PE), comenta que o que mais evoluiu nos veículos foi a parte de eletrônica, a injeção eletrônica e os novos equipamentos que foram necessários nas oficinas. “Os equipamentos ajudam bastante e nós procuramos bastante informações pela internet”. Oficina O Damião, de Fortaleza (CE)

26 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Mecânica Moura Imports, de Goiânia (GO)

Segundo ele, “em comparação com anos anteriores, há poucos treinamentos. E o que mais precisamos é de treinamentos em relação aos sistemas eletrônicos”. Situação similar apresentada por Tiago Pereira de Melo, da Oficina O Damião, em Fortaleza (CE). “Às vezes, uma distribuidora promove juntamente com a fábrica alguns treinamentos. Porém, geralmente, eles são muito mais voltados a produtos, quando o que precisamos é de treinamentos sobre o contexto da tecnologia dos carros”, afirma.

MUDANÇA Do ponto de vista da evolução, Melo destaca também o sistema de injeção eletrônica e a tecnologia cada vez mais embarcada nos veículos. “E para nos atualizarmos, fazemos treinamentos e principalmente os equipamentos são fundamentais para se ter um

diagnóstico preciso. Acredito que com o tempo nós teremos mais acesso às informações”, prevê. Questionado sobre os veículos cada vez mais conectados, ele comenta que isso não assusta. “É o mesmo que antigamente, quando lançaram a injeção eletrônica e todo mundo ficou apreensivo. No decorrer do tempo, as informações foram chegando e as oficinas foram se adaptando”.

ACESSO Para o empresário Ataliba Raimundo Batista da Silva, da Ataliba Mecânica Técnica, de Manaus (AM), as fábricas deveriam ficar mais atentas às necessidades das oficinas. “Hoje o desafio é ter acesso às informações. Diretamente das indústrias há uma carência muito grande, e o que temos é a internet e a mídia especializadas”. Segundo ele, “a cada dia os veículos têm mais tecnologia, a comunicação é feita pela rede CAN (sistema de transmissão de dados em rede entre os módulos de controles veiculares), e a tendência é acompanharmos tudo isso, até por fazermos parte da rede Bosch. Os carros elétricos e híbridos são uma coisa para nos preocuparmos, vai demorar um pouco para chegarem às oficinas, mas eles já são uma realidade”.



CAPA

EVOLUÇÃO Em Belém (PA), Janaína Valente, da Oficina Tamandaré, avalia que os veículos mais conectados mudarão toda a reparabilidade. “Nós temos muita carência de treinamentos. A internet é uma ferramenta que ajuda muito, mas nem sempre encontramos as informações que queremos”.

Ataliba Mecânica Técnica, de Manaus (AM)

Para ela, não há dúvidas que os veículos evoluíram bastante nos últimos anos. “Tanto que para fazermos um diagnóstico o painel de instrumentos do carro tem “n” indicações sobre o que é preciso saber. É necessário ter um scanner para que o diagnóstico seja feito e as oficinas precisam se atualizar em relação a isso. Antes, uma limpeza no carburador regulava o carro. Hoje, quem não tiver conhecimento e equipamento não consegue trabalhar”.



CAPA

EVOLUÇÃO

INTERNAMENTE - E não apenas a parte de tecnologia requereu mudanças nas oficinas mecânicas, elas tiveram também que se adaptar às novas demandas dos consumidores e cuidar da parte da gestão. O que para Silvana Figueiredo, da Só Freios, localizada em Botucatu (SP), ainda há um longo caminho a ser percorrido. E isso ela analisa em quatro pilares: FORMALIZAÇÃO - “Nem todas as oficinas têm a mão de obra formalizada. Aqui na minha região, por exemplo, ainda é um dos pilares que precisa ser trabalhado”. QUALIFICAÇÃO - “As fábricas deveriam mudar o modelo de treinamento para um formato mais prático,

Silvana Figueiredo, da Só Freios

mais efetivo, com uma nova dinâmica para ter mais atratividade para o reparador. O modelo tradicional tem atraído cada vez menos esse público. E elas podem fazer isso em parceria com oficinas ou com o Senai, por exemplo”. “A maior demanda por treinamentos é da parte técnica, mas gestão é mui-

to importante para o setor da reparação. A empresa não pode ficar sem gestão de pessoas, sem a área financeira e a de marketing”. MEDICINA DE SEGURANÇA DO TRABALHO “Há oficinas que já têm o IQA, enquanto outras não têm nenhum tipo de orienta-


SAIBA MAIS SOBRE TECNOLOGIAS EM

reparacaoautomotiva.com.br ção. E muitas vezes é exatamente por falta de orientação que elas não sabem por onde começar. O que nós queremos é fazer um projeto nesse sentido, para levar informações mais práticas e diretas para o reparador sobre medicina de segurança do trabalho”. DESCARTE DE RESÍDUO – “É lei o descarte correto de resíduo e quem não cumpri-la está sujeito a penas. Ter um passivo ambiental no seu terreno é um problema e se isso causar problema no terreno do vizinho é mais grave ainda. A medicina de segurança do trabalho tem uma grande importância, pois a evasão de mão de obra no setor é exatamente pelas condições insalubres de trabalho”.

Só Freios, de Botucatu (SP)


20 DE DEZEMBRO “Os donos de oficinas de hoje já foram mecânicos no passado. É uma atividade movida por paixão. Mas é preciso estar atualizado e ter dedicação para acompanhar as novas tecnologias. A profissão de mecânico traz desafios todos os dias, pois as mudanças constantes nos veículos refletem diretamente na execução dos serviços. Conhecimento e atualização são fundamentais para atender a demanda da frota de veículos cada vez mais diversificada. Quem está preparado consegue crescer e aproveitar as oportunidades. O Brasil possui 123 mil oficinas para atender 42,9 milhões de veículos, com idade média de 9 anos e 4 meses, e que vão precisar de manutenção para continuar rodando”.

Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional e Sindirepa/SP

“É necessário reconhecer quem sempre está pronto a ajudar com seu conhecimento e profissionalismo e quem trabalha muito para obter o melhor resultado, com muita perseverança e sede de cada vez mais aprender, e ainda é um apaixonado pelo que faz. Vamos brindar o Dia do Mecânico em todo o Brasil”.

André Fontes, presidente Sindirepa/PA

“A manutenção automotiva é fundamental hoje em todas as áreas da mecânica e o profissional precisar estar bem capacitado para exercer a carreira, ele deve se preparar tecnicamente e se especializar. Parabéns a esse grande profissional que nunca para de adquirir conhecimento e que está sempre em busca de novas formas de aperfeiçoar sua técnica e trazer para o cliente o melhor custo-benefício”. John Ralph Reis, presidente do Sindirepa-Campos Gerais/PR

“Um profissional que zela pela qualidade de vida das pessoas e das famílias, através da dedicação, conforto, segurança e bem-estar. Todas as homenagens são poucas para descrever as qualidades e méritos de um profissional que agrega ao conhecimento a vontade de prestar um serviço de qualidade. Nossa homenagem vai para você, que cuida com carinho das máquinas que levam os clientes aos lugares mais diversos, seja para o trabalho ou passeio. Parabéns para todos os mecânicos do País afora”. Antonio Rosa, presidente do Sindirepa/MA

Uma homenagem da Revista Reparação Automotiva e de


DIA DO MECÂNICO “Sem dúvida nenhuma, podemos afirmar que o mecânico é a ‘ferramenta’ mais importante da nossa oficina, principalmente se estamos falando de um profissional dedicado, capacitado e que tem consciência da importância do seu papel no negócio. Bons profissionais precisam ter razão para continuar em nossas empresas e para que possamos reter esses verdadeiros tesouros em nosso quadro, precisamos deixar evidente o quanto são importantes para o nosso negócio. Desta forma deixaremos claro que esta relação entre uma boa oficina e um quadro de excelentes mecânicos é uma equação onde todos saem ganhando: o mecânico, a oficina e o cliente”.

Pedro Paulo Medeiros de Moraes, presidente do Sindirepa/PE

“Profissionais da Reparação Automotiva, parabéns pelo seu dia e por mais um ano difícil e de árduas batalhas. Podemos nos considerar vencedores por estar chegando ao final de um ano que foi cheio de incertezas e dúvidas políticas. Pode vir toda a tecnologia, porém sempre vai ter uma roda com rolamentos para trocar ou lubrificar, um freio, uma suspensão ou molejo para ser reparado. O mecânico sempre será necessário”.

Wilson Bill, presidente do Sindirepa/PR

“Em primeiro lugar, quero agradecer o empenho da Revista Reparação Automotiva em nos dar valor, o que enriquece cada vez mais a classe mecânica. Como representante do setor há mais de 35 anos, vejo a importância do trabalho ter continuidade e o esforço das oficinas em se qualificar para desenvolver um trabalho ainda melhor. Quero parabenizar a todos os reparadores do Brasil inteiro e em especial aos profissionais da nossa região de Rondônia e dizer que o Sindirepa está aqui para ajudar sempre que necessário”.

Edson Vander Cordeiro, presidente do Sindirepa/RO

“Gostaria de parabenizar a todos os mecânicos do Brasil, eles são essenciais para a manutenção da nossa frota nacional e sempre realizar seus serviços com muita qualidade, o que facilita o trânsito, gera menos poluição e uma vida melhor para todos. Deixo aqui o meu muito obrigado por esses profissionais e parabéns!”.

Carlos Ramon de Melo, presidente do Sindirepa/MG

Sindirepas dos Estados da Federação


NA OFICINA

FREIOS

BARBA, CABELO E BIGODE TROCA COMPLETA DO SISTEMA DE FREIO

colaboraram Fras-le e Fremax* por Simone Kühl | fotos Divulgação

Neste procedimento, substituição de pastilhas, discos e lonas traseiras do freio do Fiat Punto 2008 1.4 ELX Flex

TROCA DAS PASTILHAS DE FREIO

TROCA DOS DISCOS DE FREIO

1) RETIRE AS RODAS do veículo para o acesso visual ao sistema de freio, em seguida faça o diagnóstico do sistema. Com a roda dianteira removida foi possível enxergar que a quantidade de material de atrito da pastilha está próxima do fim, existindo assim a necessidade de troca do componente.

2) REMOVA A MOLA do cavalete

da pinça de freio e depois, com o auxílio de uma chave de fenda e de um frasco coletor, abra o sangrador para efetuar o retorno da pinça de freio. Após fazer o retorno da pinça, feche o sangrador para evitar vazamentos.

Obs.: Esse procedimento é importante para evitar que o fluido velho e sujo retorne ao reservatório e não danifique o cilindro mestre.

3) FEITO ISTO,

com a chave Allen de 7 milímetros, faça a desmontagem dos dois parafusos que fixam a pinça no cavalete. Com a pinça desmontada, analise também os pinos deslizantes, eles devem estar limpos para evitar travamentos e desgastes prematuros da pastilha.

Obs.: Não deixe a pinça pendurada para que o flexível não seja forçado e se rompa, causando um acidente.

34 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

1) PARA INICIAR ESSE

procedimento, com as rodas já removidas, meça a espessura do disco com o paquímetro. Foi observado no veículo o desgaste acentuado do disco. Neste caso, a espessura mínima do disco é de 20 milímetros. Obs.: O ideal é utilizar um paquímetro com ponta nesta verificação para desconsiderar a rebarba do disco.

4) COM UMA CHAVE de 9 milímetros, remova o cavalete. Com o cavalete desmontado, observe a integridade do componente e das roscas, se não há trincas ou desgaste onde as pastilhas são apoiadas.


TROCA DOS DISCOS DE FREIO

2) COM A PINÇA já removida, retire o cavalete com o auxílio da chave de 12 mm, após remova os guias e o disco. Obs.: Para facilitar o procedimento de remoção do disco é necessário que se dê algumas batidas no componente.

3) AO REMOVER O cubo, foram observadas uma grande oxidação e algumas impurezas no mesmo. Para a aplicação do disco novo é preciso fazer a limpeza do cubo. A limpeza deve ser feita com o auxílio de uma escova ou lixa.

4) FEITA A LIMPEZA, faça as medições com a ajuda do relógio reparador. Foi verificada que a tolerância do cubo é de 5 centésimos e o veículo apresentava 2 centésimos de empenamento do cubo. Obs.: É importante realizar a medição o mais distante do centro possível, pois é onde terá a maior variação.

6) INICIE O PROCESSO de

5) FAÇA A MONTAGEM dos discos novos. Feito isto, verifique qual a medida e qual o empenamento do componente. Para isso, faça a circunferência e gire 360º. Foi encontrado um empenamento de 4 centésimos, que está dentro da tolerância do produto.

verificação e montagem do sistema traseiro com um auxílio de uma chave de 12 mm. Foi observado um desgaste excessivo no componente. Faça também a limpeza nos tambores traseiros, da mesma forma como foi o procedimento nos discos dianteiros.

7) APÓS, REALIZE A

verificação da tolerância do cubo. Para finalizar o procedimento, realize a montagem do tambor. Obs.: A tolerância é a mesma utilizada do sistema dianteiro.

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

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NA OFICINA

FREIOS

TROCA DAS PASTILHAS DE FREIO (PARTE 2)

3) APÓS A FIXAÇÃO da pinça, monte a mola. Caso esse componente esteja sem pressão, ele poderá causar ruídos ao sistema de freio. 1) FEITA A SUBSTITUIÇÃO dos

discos, comece a montagem dos demais componentes do sistema de freio, devidamente limpos e inspecionados.

2) INSTALE AS NOVAS PASTILHAS. Observe o encaixe correto da mola da pastilha em relação ao pistão. Em seguida, insira a pastilha externa. Verifique se as pastilhas não estão travadas no cavalete, elas devem ficar de forma livre. Termine de montar o cavalete com o auxílio de uma chave Allen 7 para apertar a pinça.

TROCA DAS LONAS TRASEIRAS 3) ANTES DE COLOCAR as novas lonas, faça uma limpeza e inspeção em todos os componentes do sistema de freio.

Obs.: A lubrificação do apoio do patim no espelho é necessária para se evitar ruídos. A lubrificação do sistema de freio deve ser feita com uma graxa especial que não derreta com a temperatura.

1) PARA INICIAR ESSE

procedimento, solte os parafusos para a retirada do tambor e manutenção dos componentes internos. Pode-se notar que as lonas estão bem gastas, havendo a necessidade da troca. Obs.: O sistema traseiro é diferente do dianteiro, é um sistema a tambor e lona.

2) EM SEGUIDA, com uma chave de fenda e um alicate, desmonte as lonas e as molas que seguram o patim. Remova os pinos de ancoragem das lonas de freio. Faça a remoção do cabo de freio de estacionamento com o auxílio de um alicate.

4) INSTALE O cabo de freio de estacionamento e coloque a alavanca, após insira o pino de travamento e o conjunto de retenção. Feito isto, introduza as molas de retenção inferior e volte o conjunto para o lugar, de maneira a facilitar a montagem e instalação dos demais componentes do regulador. 5) FAÇA O AJUSTE do sistema na catraca de

regulagem com o auxílio de uma chave de fenda.

Obs.: Importante verificar se o freio de estacionamento não está com o cabo solto, para não causar problemas de pré-regulagem e enforcamento das lonas de freio. 36 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

6) APÓS, MONTE O tambor e sinta como

ficou o peso da regulagem. Verifique se o contato entre a lona e o tambor não está causando o travamento e se as rodas estão livres. Caso esteja pesado, solte um pouco até ficar no peso ideal, para isto, volte a regulagem e verifique o assentamento. Finalizada a montagem e regulagem do sistema de freio traseiro, inicie a substituição do fluido de freio traseiro.

Obs.: Importante ser feito a cada 10 mil quilômetros ou uma vez por ano. Como observado anteriormente, o fluido está bem sujo e o correto é obedecer a sequência da roda mais distante para a mais próxima do cilindro mestre.

*Nosso agradecimento aos consultores técnicos, Ricardo Crespo, da Fras-le, e Henrique Antonio Modolo, da Fremax


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NA OFICINA

MOTOR

CICLO OTTO

FALHAS NOS MOTORES por Silvio Rocha | fotos Divulgação

Confira os elementos que devem ser investigados no diagnóstico Os motores de ciclo Otto injetados frequentemente apresentam falhas relacionadas com o enriquecimento da mistura. Um diagnóstico dos componentes, potenciais causadores desta deficiência, certamente indicará as medidas a serem tomadas para eliminar o mau funcionamento.

3. SENSOR DE TEMPERATURA DEFEITUOSO OU MAU CONTATO NAS SUAS CONEXÕES: O tempo de injeção pode aumentar drasticamente por uma falha de contato ou tolerância inadequada na resistência do componente, porém leve em conta também as deficiências do sistema de arrefecimento.

38 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

DIAGNÓSTICO: MOTOR AFOGANDO, MISTURA RICA E EXCESSO DE CONSUMO. A SEGUIR UMA LISTA DOS ELEMENTOS QUE DEVEM SER INVESTIGADOS.

1. MEDIDOR DE MASSA DE AR, MAP OU MEDIDOR DE FLUXO DE AR COM DEFEITO: Afetados pela carbonização, óleo proveniente do blow by, poeira ou danos no componente, afeta a medição da carga do motor e, consequentemente, a mistura ar/combustível.

2. SONDA LAMBDA DEFEITUOSA: Lembre-se que o sinal da sonda é influenciado por outras falhas, como: entrada falsa de ar no coletor de escape ou admissão, mau contato nos conectores, aquecimento de sonda e condição geral do sistema e motor. Portanto, faça uma avaliação geral antes de substituir a sonda.

4. PRESSÃO DE COMBUSTÍVEL ALTA: A pressão alta geralmente é causada pelo entupimento da mangueira de retorno ou regulador defeituoso, desajustado, aplicação errada.

5. FUGA DE COMBUSTÍVEL NO REGULADOR DE PRESSÃO: Retire a mangueira da câmara de vácuo do regulador. Não pode haver vestígio de combustível ali.


colaborou Aparecido Oliveira aparecidooliveira.blogspot.com.br

6. VÁLVULA DE INJEÇÃO GOTEJANDO: Tire o tubo distribuidor sem desmontar os injetores. Com o sistema de combustível pressurizado, observe a estanqueidade dos injetores por cerca de um minuto. Caso haja falha, faça a manutenção das válvulas com um equipamento de ultrassom. Se persistir o defeito, substitua a válvula.

7. VÁLVULA DE INJEÇÃO INCORRETA, MAIOR VAZÃO: Confira a aplicação e teste a vazão da válvula com um equipamento apropriado. 9 . FALHA DE IGNIÇÃO: Vela, bobina e cabo de ignição defeituosos também provocam adaptação irregular da mistura. O funcionamento do motor com mistura rica tende a carbonizar e acentuar a formação de fuligens nas velas. Portanto, seja cauteloso por outros elementos, como: baixa combustão, ponto de ignição inadequado, sistema de arrefecimento e outros aqui citados.

12. QUALIDADE DE COMBUSTÍVEL: Teste o combustível e, se necessário, esgote, tanque e reabasteça com combustível normalizado.

10. DEFEITO DO MOTOR: Um exame das velas e do vácuo no coletor dará uma impressão geral sobre as condições de funcionamento do motor, porém não deixe de verificar a compressão e vazamento de cilindro, correia dentada e sistema de arrefecimento do motor. 11. MAU CONTATO DAS CONEXÕES MASSA DA UNIDADE DE COMANDO: Esta falha é bastante comum e pode alterar o acionamento do injetor, a carga da bobina de ignição, sinal da sonda lambda, etc. Revise e teste todas as conexões à massa. Limpe as superfícies de contato e reaperte os parafusos.

13. VERIFIQUE TAMBÉM A TENSÃO DE ALIMENTAÇÃO DA UNIDADE DE COMANDO E DOS SENSORES: Tensão baixa provoca distorções nos sinais e no funcionamento dos atuadores.

8. ENTRADA FALSA DE AR NO COLETOR: Isto provoca uma adaptação distorcendo a relação da mistura. Verifique as mangueiras, conexões e demais componentes ligados ao coletor, como: válvulas do canister, EGR, da partida a frio, etc.

ATENÇÃO

E o mais importante de tudo: Todas as vezes que ocorrerem defeitos como estes o combustível não queimado acumula no óleo do cárter e se vaporiza ao aquecer o motor. Aspirados através da mangueira de respiro, conhecida como blow by, em excesso enriquece a mistura e faz o motor falhar. Neste caso é conveniente desconectar a mangueira do blow by no coletor (não se esqueça de colocar um tampão no orifício deixado no coletor) durante o diagnóstico e após eliminar a falha troque o óleo do motor.

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

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NA OFICINA

TRANSMISSÃO

NÍVEL DO FLUIDO DA ZF 9HP por Silvio Rocha | fotos Divulgação

PROCEDIMENTO DE VERIFICAÇÃO E TROCA

colaborou Everton Luchtenberg Instrutor da Touver Treinamentos

Entenda como deve ser a substituição do fluido da transmissão ZF9HP48 e a necessidade de uso de uma ferramenta especial

P

ara entendermos a forma correta de medir o nível do fluido do câmbio ZF9HP, é preciso, antes de tudo, compreender um pouco melhor este câmbio e sua história. A ZF desenvolveu a primeira transmissão automática de nove velocidades para veículos com tração dianteira. Embora tenha sido construída em junho de 2011, não fez sua estreia até meados de 2013. Esta nova transmissão proporciona tempos de mudança extremamente curtos e mudanças excepcionalmente suaves. Os controles eletrônicos selecionam a engrenagem certa para as condições de condução, eliminando o desvio desnecessário e deslocamento constante usando mais de 40 mapas de mudança.

IMAGEM 2

40 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

A transmissão automática de nove velocidades também pode ter uma bomba de óleo adicional para o stop-start, uma vez que reiniciar, apenas um elemento de mudança de fricção que precisa ser fechado, os tempos de resposta são muito rápidos. A ZF de nove velocidades automática foi concebida de modo que uma caixa de transferência adicional pode ser conectada para todas as rodas motrizes. O câmbio 9HP48 possui uma tração integral que pode ser desacoplada. Ela aciona a movimentação do eixo traseiro apenas quando necessário e economiza 5% menos combustível em comparação com a tração integral permanente. SIGNIFICADO – O nome ZF 9HP48 tem como definição 9 (Nove

velocidades de marcha para a frente), 48 (480 Nm capacidade de torque 354 lbs ft) e HP (Hydraulic planetary - Planetário Hidráulico). REPARAÇÃO - Na manutenção preventiva desse modelo de transmissão, nos deparamos com a necessidade da vareta de nível do


fluido para realizar o nível corretamente, porém essa vareta não vem junto na transmissão, ela é uma ferramenta à parte e de muito fácil fabricação (Imagem 1). É difícil conseguir acompanhar todas as diferentes transmissões e diferentes formas de verificar os níveis de fluidos. Um dia você pode encontrar-se diante de uma transmissão de nove velocidades na sua loja e a próxima coisa que você perceberá é que não possui a ferramenta necessária para verificar o nível de fluido. FERRAMENTA – Por isso, vou ensinar como fabricar facilmente a ferramenta para realizar esse serviço. Faça um pino respeitando as medidas da figura (Imagem 2), tendo 140mm na haste de medição e 175mm de

comprimento total, com uma cabeça de 16mm e o pino de 8mm, e material de aço ou alumínio. PROCEDIMENTO - Após a fabricação da ferramenta, inicie o procedimento de nível removendo o bujão Allen 6mm (Imagem 3). Instale a Vareta de nível (1) no orifício (2) – Imagem 4. Uma vez que você conhece a temperatura da transmissão, consulte o gráfico (Imagem 5) para o nível adequado, medido em milímetros.

IMAGEM 3

Verifique o nível de fluido com o motor em funcionamento e a transmissão no Park, digamos que a temperatura de transmissão é de 60° e o gráfico diz que, a essa temperatura, você deve estar na faixa de 16 mm a 23 mm, se a leitura estiver em 20mm, o nível está correto. IMAGEM 1 IMAGEM 4

GRÁFICO DE NÍVEL (IMAGEM 5)

REPARAÇÃO AUTOMOTIVA |

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NA OFICINA

ELÉTRICA colaborou Leandro Marco Instrutor Senai Uberaba / MG

OSCILOSCÓPIO AUTOMOTIVO

O FUTURO JÁ CHEGOU!

por Silvio Rocha | fotos Divulgação

Aprenda as funcionalidades deste equipamento e saiba como utilizá-lo para um correto diagnóstico

H

á mais ou menos sete anos, um grande amigo, Paulo Jovino, chegou apresentando algumas imagens de um diagnóstico de motor com uma ferramenta que até pouco tempo era destinada aos técnicos em eletrônica, em reparos de TV, som, aparelhos industriais, etc.

OSCILOSCÓPIO – É um instrumento de medições de sinais elétricos e eletrônicos, onde analisamos em dois eixos X e Y a relação de tempo e intensidade deste sinal. Cada componente a ser analisado tem uma forma de onda, um parâmetro a ser ajustado para uma análise perfeita.

Então, através de um grupo de amigos que se comunicavam através de Skype, MSN e, por fim, um fórum de debates, postávamos dúvidas, ajudávamos uns aos outros. Hoje com o WhatsApp a comunicação é mais rápida e este grupo continua difundindo o avanço da tecnologia automotiva e como solucionar os problemas. Esse grupo tem mais de 100 participantes espalhados por este País de Norte a Sul. Mas, a que esta história nos remete? Nos leva a ver que o futuro já chegou! Os carros atuais chegam com muita eletrônica embarcada e novos recursos, e a cada dia mais é preciso o reparador automotivo estar atento não só mais à caixa de ferramentas, um multímetro, caneta de polaridade e um scanner, mas hoje é preciso conhecer e saber interpretar os sinais elétricos emitidos por sensores, atuadores e ferramentas de diagnóstico. 42 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

O que utilizamos é o novo Raven 3, um Scanner com Osciloscópio de 3 canais integrado, onde podemos medir três componentes que sua relação de funcionamento seja necessária para um diagnóstico correto. Exemplo: Para um teste de sincronismo utilizaremos dois canais analisando o sensor de fase e o sensor de rotação, que se encontram em perfeito sincronismo. Como a imagem abaixo indica, realizamos a análise do sincronismo de um motor diesel IVECO Cursor 9. Neste teste o funcionamento está perfeito.

Apresento aqui alguns dos recursos que se tem na utilização do Osciloscópio, mas são infinitos os testes e diagnósticos que podemos realizar. Mas antes de darmos sequência precisamos esclarecer o porquê de sua aplicação nos veículos atuais. Porque temos veículos com a empregabilidade altíssima de eletrônica embarcada. Hoje o carro conversa entre seus módulos de controle, os sinais de transmissão são gerenciados conforme o toque no acelerador, o pisar do freio, todas as unidades ligadas entre si, um sistema de rede de comunicações, conhecido como REDE CAN BUS. DIAGNÓSTICO - O diagnóstico do veículo hoje é como o diagnóstico médico, trabalha-se sobre imagens, buscando enxergar aquilo que está oculto ao sistema convencional de se realizar um reparo. Um dos sistemas que se faz necessária a aplicação do osciloscópio é o sistema de ignição.


O que muitas vezes foi simples reparar, trocando-se um jogo de velas, cabos e ignição, uma tampa de distribuidor, etc. Hoje sua interferência nos sistemas eletrônicos pode causar uma falha não só de funcionamento, mas também de outros sistemas, como: freios ABS, sistema de transmissão, sistemas de navegação, etc. Um sistema de ignição tem sua forma de onda, uma relação de tempo e tensão que deve estar em ordem. Nas imagens abaixo temos gráficos de funcionamento do sistema de ignição:

1. CONTROLE – Armazenamento de energia: Durante o fornecimento de corrente à bobina, é armazenada energia no campo magnético. Com a alimentação ligada, a bobina é carregada (o circuito primário está fechado, o circuito secundário está aberto). Num ponto de ignição especificado, a corrente é interrompida.

2. CORRENTE PRIMÁRIA – Acima vemos a tensão induzida: Cada alteração de corrente numa indutância (bobina) induz (cria) uma tensão. É acumulada alta tensão secundária.

3. TENSÃO SECUNDÁRIA – Alta tensão: Como acontece num transformador, a tensão alcançável é proporcional à relação de enrolamento primário/secundário. A formação de faísca ocorre quando a tensão da ignição tiver sido atingida (“breakthrough”).

4. CORRENTE SECUNDÁRIA – Faísca de ignição: Após a formação de faíscas na vela de ignição, a energia acumulada é descarregada no canal de faísca (o circuito primário está aberto, o circuito secundário está fechado). E sem osciloscópio não há como enxergar estes sinais, que se apresentam em formas de ondas. Mas, para conseguir enxergar estes sinais é preciso saber ajustar os controles do osciloscópio. Vamos ver o que ajustamos: A. TRIGGER – O Trigger é para se medir o disparo, início e fim de uma onda, onde o reparador define o que deseja observar do sinal medido.

B. TEMPO - O reparador analisa o tempo de um sinal para verificar se o resultado encontrado está dentro dos parâmetros estabelecidos para aquele componente. Exemplo: Quando analisamos a imagem de sincronismo do Motor IVECO. O sinal na parte superior é de rotação onde contamos a volta da roda fônica de 60 dentes -2 da falha e o sinal inferior é a fase, também transmitida por uma fônica com espaçamentos

diferentes marcando a fase de cada cilindro, conforme a rotação do eixo virabrequim.

C. ACOPLAMENTO – Deve se ter atenção ao que se mede, pois temos acoplamentos CC-Corrente contínua e AC- Corrente Alternada, a seleção errada pode danificar o equipamento, bem como apresentar um diagnóstico errado.

D. ESCALA – Com relação à escala, nós ajustamos a base de tempo, que devemos dar atenção, pois em uma base fora do parâmetro apresentamos um diagnóstico falho. Aqui deixamos apenas uma introdução do que está chegando como novidade para o reparador automotivo. Os avanços são imensos e a cada dia o reparador precisa entender que o aperfeiçoamento e a busca de conhecimento se fazem tão urgentes quanto à compra de equipamentos novos e modernos. Para um diagnóstico preciso, é necessário ter conhecimento técnico, equipamentos de ponta como o Raven 3, e biblioteca técnica para a correta manutenção.

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SEMINÁRIO

PERNAMBUCO por Simone Kühl | fotos Divulgação

ELETRIFICAÇÃO VEICULAR O FUTURO DA MANUTENÇÃO AUTOMOTIVA

Entre os temas do Seminário estavam as inovações tecnológicas, seus reflexos na sociedade e os impactos no setor romovido pelo Sebrae Pernambuco, em parceria com o Senac, Sincopeças-Pe, Sindirepa-Pe e a Alpha Consultoria, o Seminário “Eletrificação Veicular – O Futuro da Manutenção Automotiva”, foi realizado no dia 23 de novembro, no auditório do Sebrae, em Recife (PE). O evento abordou o surgimento dos veículos elétricos e sua ascensão e queda, os principais aspectos que estão influenciando a retomada dos automóveis elétricos e híbridos no contexto mundial e nacional, as oportunidades de negócio com esses carros e as principais dificuldades na manutenção e reparo dessas máquinas.

44 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA

Ao todo, 124 pessoas participaram do evento, entre empresários, profissionais do setor automotivo e técnicos. A palestra foi realizada pelo consultor especializado em inovação automotiva, Alexandre Costa (foto), com a participação dos consultores Antonio Junior e Afrânio Junior, e a presença especial dos debatedores, o jornalista Edilson Vieira e o engenheiro mecânico João Cysneiros. ORGANIZAÇÃO – De acordo com a gestora do Sebrae-PE, Sybelly Figueira, a missão da entidade sempre foi estimular a inovação entre os micro e pequenos empresários. “E o tema da Eletrificação Veicular atinge diretamente o setor de autopeças

que terá que se modernizar a fim de acompanhar o desenvolvimento tecnológico dos novos veículos. O objetivo do seminário foi justamente poder apresentar um cenário para os próximos anos com relação à manutenção de veículos e poder discutir o impacto dessas inovações com os empresários”, comenta. Para a organização, o objetivo de apresentar a inovação da eletrificação veicular e seus impactos para o setor automotivo foi atingido. “Isso mostra que o Sebrae está alinhado com as inovações,


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SEMINÁRIO

PERNAMBUCO

podendo contribuir cada vez mais com os micro e pequenos empresários do mercado de autopeças. Faremos também no mês de dezembro duas ações que abordam os seguintes temas: “Oficina Digital Sebrae - O segmento automotivo conectado”, com participação de startups de outros estados e “Tendências do segmento automotivo 2018”, onde abordaremos os temas de liderança, gestão de indicadores e tecnologia automotiva”, adianta. FENÔMENO MUNDIAL – Para o palestrante Alexandre, da ALPHA Consultoria, a eletrificação veicular é um fenômeno mundial, impulsionado nos últimos anos pelo desenvolvimento de baterias mais modernas que permitem menor tempo de recarga e garantem maior autonomia. Além disso, a desconfiança do consumidor, devido aos recentes escândalos de emissões envolvendo montadoras em todo o mundo, também favoreceu o mercado de híbridos e elétricos. “E o Brasil não ficará isolado nesse contexto. O crescimento de mais de 4.000% nos últimos anos na venda de veículos híbridos no País mostra que a eletrificação fará parte de nosso cotidiano”, pontua. Para ele, a eletrificação é uma inovação disruptiva e isso trará para o setor de reparação automotiva novos

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desafios. O primeiro, pela complexidade tecnológica, que exigirá por parte do reparador um elevado nível de investimento em conhecimento e novos equipamentos. O segundo, pelo risco de acidente provocado pela alta tensão que move os veículos eletrificados, obrigando o técnico a cumprir à risca rigorosos procedimentos de segurança. E, em terceiro, e talvez o mais impactante para o negócio de reparação automotiva, é o número bastante reduzido de componentes que necessitam de reparo e manutenção nesses tipos de veículos. DISCUSSÃO – Entre os temas debatidos, o consultor destaca as mudanças nas maneiras de deslocamento, qualidade do ar e na forma como os automóveis são reparados. “Por isso buscamos agregar ainda mais conhecimento ao evento com a apresentação dos dados da frota de veículos híbridos e elétricos, no Brasil, Nordeste e Pernambuco, apresentados pelo consultor Afrânio Junior, e as novidades que circulam na web sobre essa temática, com o consultor Antônio Junior, ambos da ALPHA Consultoria”, explica. “Além disso, a participação do jornalista Edilson Vieira e do engenheiro mecânico, João Cysneiros, foram fundamentais para aprofundar ainda mais o debate

sobre essas novas tecnologias e seus reflexos na sociedade. E pudemos aproximar mais a tecnologia do público. A parceria firmada entre o Sebrae, Alpha Consultoria e a Concessionária Toyolex permitiu a exposição de dois veículos híbridos, sendo um Toyota Prius e um Lexus CT200h para que os participantes pudessem conhecer de perto as inovações tecnológicas presentes nesses automóveis”, ressalta REPERCUSSÃO – Segundo Pedro Paulo Medeiros de Moraes, presidente do Sindirepa-PE, o evento foi muito bem avaliado pelos reparadores. “Embora seja uma realidade um pouco distante, esse tema foi desmistificado e os profissionais puderam conhecer de perto a evolução dessa tecnologia através dos modelos de veículos expostos e as oportunidades futuras de negócios que foram apresentadas”, destaca. Para o presidente do Sindirepa, a introdução desse veículo ainda é pequena, porém crescente. “Sabemos que essa tendência veio para ficar e em torno de cinco e dez anos a demanda será maior. O evento teve caráter informativo e educativo e a abordagem utilizada foi excelente. Essa parceria com o Sebrae na disseminação de informações para o setor é muito importante para nós”, conclui.



MESTRES DA REPARAÇÃO

FAVORATO por Simone Kühl | fotos Divulgação

ESPECIALISTA EM CÂMBIO

56 ANOS DE TRABALHO COM TRANSMISSÃO AUTOMÁTICA Com 70 anos e três oficinas, Laércio Favorato conta sua trajetória no setor e os principais desafios e oportunidades da profissão

P

ara Laércio Favorato, é necessário mais do que amar a profissão, é preciso ter também o dom da mecânica e dedicação para buscar se especializar cada vez mais. “Hoje tenho 70 anos e não quero e nem pretendo parar um dia, eu adoro o que faço e vou continuar trabalhando”, destaca. No setor há 56 anos, o profis48

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sional conta que começou sua carreira bem cedo em uma retífica, aos 13, na cidade de Jundiaí (SP), adquirindo assim conhecimento na parte do motor, após três anos foi trabalhar com um amigo em uma mecânica especializada em câmbio automático, onde tomou gosto por esse sistema. E então, em 1968, quando havia se casado, recebeu uma proposta para trabalhar no Guarujá (SP).

“Nesse momento comecei a andar com as minhas próprias pernas e como eu não conhecia ninguém na cidade, trabalhava de finais de semana e feriados, além disso, como minha oficina era perto de um posto de gasolina, muitas pessoas iam pedir informação e acabavam realizando serviços nela. Eu não tinha horário de trabalho, pois como muitas pessoas iam de férias para a cida-


SAIBA MAIS SOBRE OS MESTRES DE OFICINAS EM

reparacaoautomotiva.com.br de, tinha que socorrer turistas em todas as horas e até de madrugada, mas isso era muito prazeroso. Eu sempre gostei de trabalhar e poder ajudar. Contudo, minha esposa não se adaptou à cidade e voltamos para Jundiaí”, recorda. Após, em 1970, o reparador começou a trabalhar em uma concessionária Chevrolet. “Nesse período que trabalhei na concessionária, pude realizar vários cursos e ir me especializando cada vez mais, era um funcionário exemplar. No entanto, houve uma grande queda nos serviços e muitos funcionários foram demitidos e eu estava entre eles. A partir daí decidi que era a hora de ter minha própria oficina”, ressalta. OFICINA – Em 1982, Laércio montou sua própria oficina em Jundiaí. “Hoje tenho três oficinas, onde meus filhos administram dois estabelecimentos de mecânica em geral e eu administro a oficina especializada em câmbio automático. As empresas são familiares e independentes e isso tem dado muito certo”, explica. PAIXÃO – O reparador conta que desde os oito anos a paixão por mecânica estava em seu coração. “Eu adorava ver e mexer nos carros, desde pequeno sempre acompanhei de perto os serviços e descobri que tinha o dom para mecânica. E logo aos 13 anos, mesmo sem poder ser registrado, já quis trabalhar nessa área. Minha vida é automóvel”. DESAFIOS – Para ele, os desafios vão sempre fazer parte da vida, pois a cada ano novas tecnologias e modelos de carros passam a exis-

Com um time capacitado, oficina é referência em câmbio automático

tir. “Para isso, é preciso buscar sempre por cursos e treinamentos para atualização e especialização. Temos que estar atentos às novidades do mercado”, reforça. LAZER – Para fugir da rotina do dia a dia, que muitas vezes pode ser estressante, o profissional revela que faz caminhadas, frequenta clubes e viaja para o campo. “Sempre gostei de lugares mais sossegados e quando eu fico em contato com a natureza me sinto mais tranquilo e relaxado”, completa.

Com 70 anos, Laércio não pensa em se aposentar

DICA DE MESTRE Muitas vezes, quando o consumidor compra o carro automático na concessionária, o vendedor não é especializado e, por isso, não consegue passar as instruções certas. Tenho ouvido muitos dizerem que não existe troca de óleo no veículo automático, mas existe sim, é preciso realizar essa troca a cada 50 mil quilômetros, quando essa manutenção não é feita consequentemente acaba se perdendo o câmbio mais cedo. Por isso, é preciso alertar os clientes sobre a necessidade de levar seu veículo a reparadores especializados

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INDICADORES

ENTIDADES por Redação | foto Divulgação

NÚMEROS DO SETOR ENTIDADES DIVULGAM RESULTADOS

ANFAVEA - As 73,1 mil unidades exportadas em novembro colocam este mês como o melhor da história em exportações. O número ficou acima em 28,8% sobre as 56,7 mil unidades de novembro de 2016 e em 18,7% ante as 61,6 mil de outubro. O acumulado do ano atingiu 700,1 mil unidades, alta de 53,3% em relação as 457,4 mil do ano passado. O resultado tem contribuído para o bom desempenho da produção também: os 249,1 mil autoveículos produzidos em novembro superaram em 15,2% as 216,3 mil unidades do mesmo mês de 2016 e representam estabilidade contra outubro deste ano. Na soma dos onze meses já transcorridos este ano a produção registra 2,50 milhões de unidades, alta de 27,1% ante as 1,96 milhão do ano passado. O licenciamento no acumulado também segue em alta, de 9,8%, ao se comparar as 2,03 milhões de unidades em 2017 contra as 1,85 milhão de 2016. Só no mês de novembro foram 204,2 mil unidades comercializadas, acréscimo de 14,6% a respeito das 178,2 mil de novem-

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bro de 2016 e de 0,7% em relação as 202,9 mil unidades de outubro.

representaram 17,4% em novembro, e 14,8% no acumulado do ano.

FENABRAVE - As transações de veículos usados em novembro se mantiveram estáveis, somando 1.152.953 unidades, apenas 0,5% superiores na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram negociadas 1.146.726 unidades. Na comparação com os 1.190.531 veículos usados vendidos em outubro, o volume de novembro aponta queda de 3,1%. No acumulado de janeiro a novembro, o mercado de usados manteve a tendência de crescimento constante. As 12.862.426 unidades transacionadas representam avanço de 7,4% ante as 11.972.615 unidades de iguais meses de 2016. Considerando apenas os segmentos de automóveis e comerciais leves, as transações, em novembro, somaram 876.111 unidades, alta de 1,2% na comparação com o mesmo mês de 2016. Do total das vendas de automóveis e comerciais leves, os usados, com até 3 anos de fabricação,

ABEIFA – As 17 marcas filiadas à entidade anotaram de janeiro a novembro baixa de 18,7% ante igual período de 2016, quando foram vendidas 32.516 unidades. No comparativo mensal, novembro de 2017 ainda registra queda de 1,4% em relação a igual período de 2016. Foram comercializadas 2.614 unidades contra 2.650 licenciamentos em novembro do ano passado. O desempenho de vendas no mês de novembro, porém, significou ligeira alta de 0,1%, comparado ao mês imediatamente anterior. Foram 2.614 unidades contra 2.612 unidades em outubro último. Felizmente, as vendas mensais se estabilizaram, mas sobre uma base muito fraca. Por isso, a menos de 30 dias do fim do Inovar-Auto, é um alento para o setor de veículos importados vislumbrar a possibilidade de retomar suas vendas, sem os 30% do IPI e sem a cota-limite de 4.800 unidades/ano.


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