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EDIÇÃO 124 Janeiro de 2019
TODO CUIDADO
EURO REPAR
Rede acelera crescimento pelo Brasil e pretende licenciar 1,2 mil reparadores em cinco anos
MOTOR TFSI
Defeito crônico dos propulsores Volkswagen e Audi; nos retentores de cabeçote e anéis de pistão
HORA DA VIRADA
É o momento de o empresário saber se o seu negócio vai bem a partir de indicadores de avaliação
O empresário da reparação sabe o quanto pesa no bolso manter a sua empresa bem equipada com ferramentas e equipamentos. Muitas vezes, isso passa despercebido. No entanto, há oficinas que têm áreas específicas a fim de manter esses bens preciosos.
MÓDULO TCM
O teste de voltagem entre as carcaças do TCM e do carro pode indicar se houve alguma tensão
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AssistĂŞncia TĂŠcnica, Garantia
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SUMÁRIO
EDIÇÃO 124 JANEIRO 2019
12
04. ENTREVISTA
Euro Repar Car Service Brasil acelera crescimento no País
08. NOTAS
Conheça as principais informações que movimentaram o setor
10. GESTÃO
Com a renovação, é possível saber a saúde do seu negócio
12. NEGÓCIOS
Clientes satisfeitos querem ter uma experiência diferenciada
14. ARTIGO
Todo empresário sabe a importância de um bom planejamento
16. CAPA
Cuidados essenciais com o uso de ferramentas e equipamentos
26. MOTOR
12
08
32
Defeito crônico do motor TFSI da família Volkswagen e Audi
28. TRANSMISSÃO
Falha do módulo TCM? Saiba por meio de teste de queda de voltagem
32. ELÉTRICA
Uma grande polêmica: limpeza de bicos injetores funciona?
DIRETORIA Diretor Comercial Edio Ferreira Nelson edio.nelson@ibreditora.com.br Diretor de Marketing Flavio Guerra Conselheiro Consultivo Carlos de Oliveira REDAÇÃO Editor-Chefe Silvio Rocha (MTB 30.375) redacao@ibreditora.com.br Redatora Karin Fuchs Letícia Rocha ARTE Designer Marcos Bravo criacao1@ibreditora.com.br COMERCIAL Consultores de Vendas Richard Faria comercial3@ibreditora.com.br Wanderley Klinger comercial1@ibreditora.com.br MARKETING E CIRCULAÇÃO Coordenadora Tatiane Sara Lopez marketing@ibreditora.com.br Atendimento ao Leitor Mônica Macedo marketing1@ibreditora.com.br DEPTO AUDIOVISUAL PRODUTORA
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ENTREVISTA
EURO REPAR
REDE MUNDIAL, DNA BRASILEIRO
EURO REPAR CAR SERVICE BRASIL ACELERA CRESCIMENTO NO BRASIL E PRETENDE LICENCIAR 1,2 MIL REPARADORES EM CINCO ANOS por Silvio Rocha e Robson Breviglieri | fotos Divulgação
Eduardo Grassiotto, presidente da Euro Repar no Brasil
A rede de oficinas Euro Repar Car Service Brasil acelera seu crescimento no Brasil com objetivo de licenciar 1,2 mil reparadores em cinco anos, 300 deles apenas em 2019, que somariam um total já licenciado de 400 oficinas. Para tanto, prepara-se para expandir a passos largos pelo País (além da matriz e da filial de Cuiabá que está operando) com a abertura de 20 filiais no decorrer do ano. O presidente da Euro Repar no Brasil, Eduardo Grassiotto, avalia que as principais vantagens oferecidas pela rede, além da estruturação para oficinas, é a consultoria técnica de gestão e a gestão de compras de autopeças em grupo. Grassiotto avalia que o rápido crescimento no Brasil foi possível graças ao licenciamento das pessoas corretas para compor a rede. “Nossos licenciados têm exatamente o DNA que precisamos para construir o DNA da Euro Repar”. Ao lado do responsável pelo desenvolvimento de Rede & Marketing, Maurício Borsari, ele concedeu entrevista exclusiva à revista Reparação Automotiva, onde conta detalhes dessa expansão de licenciados e filiais. Confira! 04 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Reparação Automotiva – Em primeiro lugar, conte mais sobre a história da Euro Repar no mundo, seu crescimento e o balanço de um ano de Brasil. Eduardo Grassiotto – A chegada da Euro Repar aqui no Brasil é fruto de uma dinâmica de negócios nova lá da Europa. É a diversificação dos negócios do grupo S/A, que vai além de vender carro, financiá-lo e atender o que entra dentro da rede de concessionários vendendo peças, pegamos um negócio que existia na Europa já há 20 anos, que era a Euro Repar Car Service e transformou em um negócio realmente dinâmico. É uma business unity separada dos outros negócios que o grupo tem na Europa, que se consolidou primeiramente por lá com 4.000 oficinas, e partimos para a transformação desse negócio em uma multinacional realmente. Passamos por essa internacionalização e os primeiros países a receberem a presença da Euro Repar foram Brasil e China, e logo em seguida Argentina, Chile, México, Índia, Rússia, Marrocos, Turquia e hoje são 23 países. O plano no Brasil é chegar a 1.200 oficinas em cinco anos.
Desembarcamos no País há dois anos e meio, aproximadamente, primeiro para analisar o mercado. Esse procedimento é uma dinâmica nova que surgiu na matriz, que é muito diferente do que tem sido feito até agora. Geralmente o pessoal traz uma licença enlatada para colocar aqui no Brasil, na China, na Argentina. Mas nós fizemos um caminho inverso quando tomamos a decisão de vir para o Brasil e, a partir dessa decisão, começamos a analisar o que fazer para entrar nesse setor. Essa foi a diferença e, até talvez por isso, conseguimos esse nível de adesão logo no primeiro ano, realmente a primeira vez que vimos acontecer dentro do País, com uma velocidade atípica e completamente nova. Depois dessa decisão, passou um ano estudando o que fazer e construindo a forma de trabalhar no País, e aí já trouxemos alguns parceiros, que nos ajudaram a desenhar e a funcionar corretamente. Faz parte da licença da Euro Repar a Doutor-IE, a Ultracar, a SUN, a relação com o CDI do Sindirepa, e esses parceiros nos ajudaram a construir uma licença adequada ao País. Na última etapa, nomeamos uma empresa para fazer o teste da licença, a Carbo Freio, que foi nossa oficina-piloto. Trouxemos dentro
ENTREVISTA
EURO REPAR
desse pacote o que tinha de melhor e adaptado ao mercado para equipar as oficinas. A partir de setembro, as atividades de nomeação começaram e já atingimos 100 licenciados. É a primeira vez que falamos disso. RA – Quais os serviços e contrapartidas oferecidas ao empresário e ao setor? Maurício Borsari – Tudo que colocamos dentro de uma oficina é pensado para ser corretamente valorizado e percebido. Não colocamos nada que é excessivamente teórico e que a pessoa não vai enxergar o valor da contrapartida. Nessa primeira fase, para compor a rede, temos um modelo de contrato standard bem flexível, mas com detalhes que não abrimos mão, como por exemplo a qualidade e a prestação de serviços. Na Europa, a prestação de serviços com qualidade a preços justos é um mote e é isso que estamos trazendo. A primeira coisa é identificar as oficinas que têm esse perfil, depois classificamos em tamanho, por ordem de passagem e faturamento, e focamos em um nicho, para fazer a cobertura. Algumas oficinas são referências. Dentro da rede de São Paulo todas são referências, mas tem oficinas que chegam a atender 240 carros por mês e outras como o grupo Shida, com 51 anos de tradição no mesmo lugar, sempre atendendo com qualidade, mas que atende 100 veículos por mês, no entanto, atende menos carros, mas tem um ticket médio maior. Então, em primeiro lugar buscamos esse perfil para nos relacionar. Outra coisa importante destacar é que a nossa relação não é uma franquia, é uma licença. No aspecto do relacionamento, ele é mais leve, confortável para ambos os lados, para quem entra e para quem gere o grupo, quer dizer, tanto na alegria quanto na tristeza. Se qualquer uma das partes se sentir desconfortável pode pedir para
sair sem nenhum tipo de trauma para ambos os lados. RA – A licença é feita por tempo indeterminado? EG – É uma licença aberta. Temos uma assinatura de contrato, com relação de direitos e deveres baseados em bom senso, com itens palpáveis e impalpáveis. A primeira coisa é a característica de pertencer a uma rede, que é impalpável. A oficina recebe a identidade visual, o cliente percebe, mas não sabe o quanto isso reverte em benefício, é difícil mensurar. E tudo o que está por trás de pertencer a uma unidade visual. A partir da hora que está identificado ele vai para o site, daí para os mecanismos de busca, vai ter um facebook animando o negócio, campanha de rádio e tudo aquilo que acompanha o fato de pertencer a uma marca. Essa é a parte mais impalpável, que todo mundo quer, mas ninguém enxerga muito o quanto isso reverte em dinheiro no bolso e é um pouquinho do que ajuda esse pessoal a se diferenciar de quem não tem. Esse tem sido um movimento natural, que está acontecendo em diferentes mercados. Na Europa e nos Estados Unidos, todos os segmentos estão em rede. Aqui no Brasil, diferentes setores estão virando rede, supermercados, farmácias, óticas, postos de gasolina, lavanderias, a até padarias também estão em rede. RA – E quanto aos benefícios palpáveis? EG – O primeiro benefício palpável que as oficinas percebem é a disponibilidade do scanner de diagnóstico. Temos uma parceria com a SUN e também temos um banco que financia em nome da Euro Repar, não financia em nome da empresa, a taxa de juros baixa, algo que ninguém consegue negociar sozinho porque se
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reparacaoautomotiva.com.br a oficina for negociar sozinha entra numa classificação de taxa estratosférica. A partir daí a empresa já tem acesso a um scanner diagnóstico de altíssimo nível porque os PDL são os melhores scanners do mercado, por um preço que cabe no bolso através da nossa assinatura. Depois, a oficina recebe alguns suportes de informática, entre eles um sistema de gestão do nosso parceiro, a Ultracar, mas recebe pelo preço negociado através da Euro Repar, que não conseguiria se fosse adquirir diretamente. Outro benefício é o acesso ao Doutor-IE, que engloba mais de 25.000 manuais técnicos desenvolvidos e organizados por ano, montadora, veículo, motor e assunto específico) também pelo preço negociado pela Euro Repar. Aliás, a empresa só tem acesso a esse preço se estiver com a Euro Repar. Recebe igualmente acesso ao CDI (Centro de Documentação e Informações técnicas para reparadores) do Sindirepa, produtos financeiros com o banco, treinamentos e um catálogo eletrônico de peças, onde é possível localizar peças e colocar num carrinho como se fosse em qualquer marketplace disponível online. Tudo isso agrega vários facilitadores para o trabalho da oficina e, mais que isso, agrega uma relação transparente e duradoura necessária para o negócio funcionar corretamente. Digo que quando a empresa vai comprar peça ela está num ponto de fragilidade, não sabe se o comprador está sendo correto, não sabe se o fornecedor de peça está sendo correto, mas o catálogo eletrônico não mente. As peças estão todas configuradas, com preços competitivos no mercado, a oficina acessa o catálogo e elimina qualquer risco e pode colocar posteriormente no markup e gerir o negócio de forma muito mais natural.
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06 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
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RAVEN INAUGURA SUA LOJA CONCEITO No último dia 7/12, o Grupo Raven inaugurou oficialmente sua mais recente unidade de negócio, a Raven Store; uma loja conceito, localizada na capital paulista, no bairro de Santo Amaro. Um amplo ambiente destinado aos profissionais da reparação e aos apaixonados por ferramentas, onde é possível encontrar a linha completa de produtos Raven, King Tony, M7 e Scangrip, os lançamentos e as mais diversas soluções em ferramentas especiais, manuais, pneumáticas e de diagnóstico eletrônico.
1º FÓRUM DE DEBATES AUTOMOTIVOS DE CARATINGA (MG) Em 8/01, na cidade de Caratinga (MG), foi realizado o 1º Fórum de Debates Automotivos da Região, uma organização da Jucão Baterias, que teve como tema principal Diagnóstico Avançado. Segundo Leandro Marco, da L’Marc Assessoria Técnica e também colunista desta revista, “à ocasião, falamos da visão de mercado, do posicionamento do profissional da reparação, como ele vê o hoje e o amanhã em sua profissão; falamos de estar atento às novas tecnologias, de se manter informado e se preparar, ter as ferramentas corretas, o domínio técnico necessário”, disse. A iniciativa teve o apoio da Revista Reparação Automotiva, MTE-Thomson, Motor Forte Transdutores e Raven Ferramentas.
TAKAO DESTACA PORTFÓLIO COMPLETO E ENTREGA PARA TODO O TERRITÓRIO NACIONAL A TAKAO, uma das maiores empresas de peças para reposição do País, continua seu esforço para ganhar a confiança do aplicador, por meio de serviços diferenciados que atendem a toda cadeia da reparação. Prova disso é o investimento que tem feito em variedade de portfólio e a disponibilidade dessas peças em estoque. Hoje, são mais de 17 mil itens disponíveis, abrangendo motores de veículos nacionais e importados, seguindo as especificações das montadoras e estando certificadas pelo Inmetro. 08 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
GESTÃO
TURNAROUND
por Karin Fuchs | fotos Divulgação
FLÁVIO ÍTAVO, um dos maiores especialistas em Turnaround
RENOVAÇÃO NA OFICINA
A HORA DE SABER SE O SEU NEGÓCIO NÃO VAI BEM Para especialista, indicadores têm que ser muito bem definidos e que esse é um processo que se aplica a empresas de todos os portes
O
processo de recuperação ou renovação corporativa, denominado de turnaround, se aplica a empresas de todos os portes e segmentos. Este processo se dá quando problemas são identificados ou quando elas estão em crise, abrangendo estratégias que visam uma mudança de rumo que recoloque a empresa no eixo e permita voltar a crescer.
Segundo ele, “muitas empresas têm dificuldade em perceber que estão vivenciando uma crise e não se atentam aos vários sinais que a organização vem dando há algum tempo. Em muitos casos, a empresa acaba se enquadrando em um contexto muito mais grave do que imagina, ao ponto de não haver mais possibilidades de correção”.
Outra diferença, explica ele, é que problemas são revertidos em um período de tempo com ações adotadas, porém, quando ações são adotadas e a questão não é solucionada, isto mostra que a oficina está passando por uma crise e que o empresário perdeu o controle. “Por isso, é fundamental ter regras de acompanhamento dos indicadores”.
Especialista no tema, Flávio Ítavo orienta os empresários da reparação que o primeiro passo é ter indicadores muito bem definidos. “Em uma oficina, os indicadores devem conter o seu faturamento mês a mês, os seus recebimentos e a sua margem, descontados os gastos (custos fixos e com fornecedores). É preciso acompanhar o quanto se está recebendo pela média de reparos”.
PROBLEMA E CRISE – Em especial, nas oficinas mecânicas, o especialista comenta que há uma diferença entre problema e crise. “Problemas têm toda hora na oficina, como o concorrente ao lado que reduz preço, ganha seu cliente e o faturamento cai. Porém, se ela está perdendo faturamento durante três meses sem ninguém na vizinhança estar avançando, isso é sinônimo de crise”.
E também ter um acompanhamento dos novos clientes que entram mensalmente na oficina. “Se por um prazo a oficina não atraiu novos clientes, algo está errado. Pode ser no preço, na fachada que não está atraente, ou na sua comunicação, por exemplo”. Mais um ponto de alerta para ser avaliado.
10 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
CAUSA – E quando se consegue
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dança tem que ser rápida, tem que ter uma data limite. “Invariavelmente, os empresários no Brasil são otimistas e sempre acham que sairão da crise, até porque já passaram por situações similares, mas se não conseguir recolocar o controle da empresa, esta é a hora de chamar um especialista para ajudá-lo. É preciso ter esta grandeza e humildade”. Segundo ele, para as pequenas empresas este prazo é curto, caso contrário, os problemas se agravam demais. “O maior indício é quando não se consegue mais pagar os fornecedores e/ou o segundo aluguel do imóvel. E quando chega ao ponto de os empresários não conseguirem mais conversar com seus fornecedores, bancos, clientes e funcionários, não há mais o que fazer, de um determinado ponto ele não consegue mais se recuperar”. RESISTÊNCIA – De sua experiência, Ítavo cita três motivos principais que levam o empresário a não perceber que a sua empresa não vai bem: ele não sabe porque não estabeleceu métricas; não tem dados de seus clientes, “a maioria não gosta de fornecê-los e o dono da oficina tem que ser muito habilidoso para consegui-los, ao contrário das concessionárias que já têm estas informações”, compara. O terceiro é que ele precisa se organizar muito internamente, o que leva tempo, e não consegue enxergar muito o resultado. E sem informações é inviável tomar decisões. “Boa parte dos empresários da reparação não tem informações. Eu conheço umas dez oficinas que não têm um sistema de RD (sistema de relacionamento com o cliente)”, destaca Ítavo. E ele compara oficinas mecânicas com cabelei-
reiros. “Ambos têm o mesmo porte de faturamento, porém, os cabeleireiros conhecem muito bem o seu cliente, quando foi a última vez que ele foi ao salão, o seu tíquete médio e quando voltará. Um salão só entra em crise se não quiser olhar para os números”.
EMPRESA SAUDÁVEL De toda a sua experiência em concessionária, Odair Sapucaia Batista (Ney), junto ao seu sócio, não apenas administra toda a parte de gestão de sua oficina, a Opcar, em São Paulo (SP), como são também os dois que realizam todos os serviços. “A minha oficina é de pequeno porte, prefiro trabalhar assim. As empresas maiores têm que ter um administrativo, diferente de nós”, afirma. E desde o início das atividades da Opcar, em 2005, ele diz que nunca passaram por uma crise. O segredo, diz ele, está na gestão. “Não fazemos estoque de peças e insumos, como óleo. Após a ordem de serviço aprovada pelo cliente, fazemos a solicitação junto aos fornecedores e sempre realizamos o pagamento quinzenalmente”. O objetivo é manter o controle mensal. Controle que também é feito de todos os custos. “Durante o mês, nós separamos todos os valores das contas, o restante é o nosso lucro, e mantemos sempre uma reserva para o próximo mês. O segredo é manter o fluxo e as contas controladas, o que para nós não é uma dificuldade, pois quando uma empresa é maior, invariavelmente, os custos são maiores”.
NEGÓCIOS
ATENDIMENTO AO CLIENTE
por Karin Fuchs | fotos Divulgação
JAQUES GRINBERG, consultor de empresas e palestrante especializado em Coaching de Vendas
CLIENTES 100% SATISFEITOS QUEREM TER UMA EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA Segundo consultor de vendas, os clientes buscam, na verdade, ser surpreendidos nas oficinas mecânicas e centros automotivos
C
ada vez mais, os clientes querem e buscam uma experiência de compra diferente, eles querem ser surpreendidos. Especificamente nas oficinas mecânicas, o consultor de empresas e palestrante especializado em Coaching de Vendas, Jaques Grinberg, orienta que é preciso ter mecânicos capacitados para explicarem para os clientes o que está acontecendo com o veículo deles, da mesma forma que um médico explica uma doença ou dor. “De forma clara e com detalhes para depois explicar as soluções (conserto), até porque, cada vez mais, os clientes estão sem tempo e não conhecem de automóveis. Outra dica simples que poucos fazem é receber os clientes como recebemos convidados em
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nossa casa, com vontade e carinho. Oferecer um café, água gelada e uma poltrona confortável”. E para uma boa gestão de clientes o especialista orienta o empresário da reparação ter um sistema de CRM (Gestão de Relacionamento com Clientes). “Através da informatização com um CRM é possível potencializar os resultados da empresa com satisfação e fidelização de clientes”. DICA - Cadastre todos os clientes no sistema, com data de aniversário, e-mail, WhatsApp e todas as outras informações de atendimento e serviços. “Com estas informações é possível parabenizar os clientes aniversariantes com mensagens de WhatsApp ou uma ligação, lembrar o cliente que ele
trocou o óleo há seis meses e que já deve estar na hora de uma nova troca, para ele verificar a quilometragem, etc. Demonstrar preocupação junto aos clientes, esse é o caminho da fidelização para aumentar o lucro da empresa”. MEIOS - Grinberg indica dois sistemas de CRM que na versão básica são gratuitos, o Agendor e o Bitrix24. “Ambos podem ser acessados através do site ou aplicativo para smartphone. Outros sistemas com custo baixo e por usuário são recomendados, como por exemplo o Pipedrive”. E no caso de dúvida, “de como usar e qual o melhor sistema para a sua empresa, busque o apoio de profissionais e consultores capacitados. Muitos oferecem uma consultoria gratuita na primeira fase de implantação”.
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reparacaoautomotiva.com.br EXPERIÊNCIA – Para os empresários da reparação transformarem a sua empresa em uma organização direcionada pela experiência, Grinberg diz que é preciso ter um planejamento de marketing adequado com foco na experiência do cliente. “Mas o primeiro passo é o empresário buscar conhecimento através de palestras, treinamentos e livros para conhecer e descobrir o que as empresas estão fazendo, quais são as novidades, etc.”. Segundo ele, faça uma pesquisa de perfil dos seus clientes, cada perfil de cliente quer uma experiência de compra diferente, não existe nada genérico e padrão. “Por exemplo, existem cursos de imersão em vendas de apenas um dia, um intensivão que pode ajudar os empresários a entenderem e alcançarem seus objetivos. Mas nada disso será alcançado se o empresário não entender e acreditar na importância da experiência de compra para os clientes”.
CRÍTICAS - Transforme críticas em melhorias nos serviços prestados. “Antigamente, clientes que reclamavam eram considerados clientes chatos, empresários com perfil moderno sabem que os que reclamam são os que gostam da empresa e querem que ela melhore, busque melhorias. Funcionários e empresários devem transformar críticas negativas em críticas construtivas”.
agradecendo sugestões de melhoria.
A seguir, ele lista quais são os passos para administrar, entender e aceitar críticas construtivas (ou negativas):
1 - Ter um serviço diferenciado e não oferecer um atendimento gourmet correspondente ao padrão dos serviços. Os clientes buscam relacionamento - atendimento gourmet - e não apenas a qualidade no serviço.
1 - Ouvir a reclamação dos clientes com atenção e, se possível, anotar para não esquecer. 2 - Avaliar com calma e cabeça “fria” a reclamação do cliente, se é pertinente e o que precisa ser feito para melhorar.
Experimente! Seus clientes ficarão satisfeitos e fidelizados e a sua empresa irá aumentar os resultados com a implantação das melhorias. EVITE – E sobre os erros comuns cometidos pelos empresários em relação ao atendimento ao cliente, Grinberg menciona:
2 - Ter e manter profissionais não qualificados. 3 - Falta de controle e registro em CRM dos serviços dos clientes.
3 - Dar feedback para o cliente por telefone ou WhatsApp, inclusive
4 - Falta de foco e planejamento estratégico para a empresa.
para saber se está tudo em ordem com o seu veículo e com relação ao nosso atendimento, se ele tem alguma sugestão ou reclamação”.
o índice de fidelização na oficina supera a marca de 80%. E que também para garantir um conserto bem feito e certeiro, eles buscam informações dos clientes, como por exemplo, sobre barulhos e ruídos no seu veículo. “Obtemos o máximo de informações para o melhor diagnóstico, para poder fazer uma boa reparação para o seu veículo”.
PROXIMIDADE Na Super G, oficina da capital paulista, o primeiro passo é um atendimento focado no cliente, somado a uma equipe especializada em reparação. “Nós sempre damos uma grande atenção ao cliente. Após ele se tornar nosso cliente, nós fazemos o pós-venda, primeiramente, em uma média de 15 a 30 dias, depois em um prazo de três meses e outro de seis meses”, revela o sócio-proprietário da oficina, Daniel Kawashina. A divisão de prazos do pós-venda tem uma explicação. “Na primeira delas, nós ligamos para o cliente
No 3º mês, explica Kawashina, “se o conserto envolveu a parte de undercar, pedimos para ele retornar à oficina para fazermos uma revisão do que fizemos e averiguarmos se está tudo ok. E depois de seis meses, mandamos um e-mail perguntando sobre o seu veículo e dizendo que, se ele precisar de algo, nós estamos à disposição”. Com esta metodologia, ele diz que
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ARTIGO
PLANEJAMENTO
COMECE O ANO COM O PÉ DIREITO! Para sermos eficientes neste novo ano, precisamos iniciar com o “pé direito”, além do otimismo, devemos fazer um bom planejamento.
por RODIMAR MARCHIORI Diretor da Marchiori Consultoria
E
Foto Divulgação
ntão, 2019 já chegou e é hora de recomeçar com força total, mais entusiasmo, renovar os sonhos, os objetivos e trabalhar para um futuro melhor.
14 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
O ano de 2018 foi desafiador para muitos empresários da reparação automotiva, um ano que exigiu muito mais do que capacidade técnica da equipe, foi preciso trabalhar estratégias de gestão para conseguir extrair o melhor resultado de um mercado inseguro e sem muitas expectativas, além de lutar com uma concorrência despreparada e afoba-
da, tentando conquistar clientes com a bandeira de melhor preço, para poder pagar suas contas e sair do cheque especial no banco. Se você sobreviveu a esse mercado, mesmo que com “alguns arranhões”, parabéns, pois para alguns foi o fim de um sonho de ser empresário e amargam um início de ano repensando o que irão fazer de sua vida profissional. Para 2019, faça o dever de casa bem feito. Você é empresário! Então haja como tal, tire o uniforme de técnico e vista o de empresário,
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reparacaoautomotiva.com.br pois será necessário pensar como tal, gostando ou não. Costumo dizer em minhas consultorias e palestras que o empresário da reparação automotiva não tem que gostar de gestão e sim conhecer e praticar, as decisões mais importantes da sua oficina são de sua responsabilidade, por isso não delegue para seus funcionários, uma vez que se sua empresa falir, você irá perder seu sonho e seus funcionários irão apenas perder o emprego. Todo empresário sabe, ou pelo menos deveria saber, a importância de um bom planejamento. Sua empresa, assim como um motor de um automóvel, pode melhorar a eficiência de desempenho, mas precisa de alguns ajustes. SEGUEM ALGUMAS DICAS: ü Inicie o ano avaliando e mantendo o que foi positivo em
2018, elimine o que lhe causou prejuízo, stress e impediu o crescimento de sua empresa, ou pelo menos defina datas para essas mudanças. Falamos de processos internos, funcionários, serviços, parcerias, comportamentos e atitudes de toda a sua equipe, incluindo você. ü Faça análise do custo de sua empresa, se você já tem, apenas revise, atualize as informações para este novo cenário prevendo investimento, caso seja necessário. ü Faça simulações de cenários projetando faturamentos e custos para avaliar o quanto sobrará de lucro em cada situação, depois escolha o cenário desejado e apresente para sua equipe os objetivos e metas, e o que deverá ser feito para alcançá-los.
ü Planejamento do fluxo de caixa, faça previsões de pagamentos mensais de acordo com o seu custo e pagamentos a fornecedores de peças e recebimento das vendas para avaliar como projeta o caixa mensalmente, se fecha positivo ou negativo, caso feche negativo, repense seu crediário com seus clientes e/ou renegocie com seus fornecedores melhores prazos. Formalize tudo o que você planejou e que será objetivo para 2019, defina datas para realizar cada ação, responsável pela ação e todos os meses avalie a eficiência de realização. Não se preocupe em estruturar o planejamento perfeito, apenas iniciei mesmo que em um pedaço de papel sem conceitos de administração, apenas inicie, pois o melhor planejamento é aquele que funciona.
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FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS por Karin Fuchs | fotos Divulgação
CUIDADOS ESSENCIAIS
COM O USO DE FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS A importância de cuidar bem para sempre ter, principalmente com muita prudência e atenção antes, durante e após a utilização
T
odo empresário da reparação sabe o quanto pesa no bolso manter a sua oficina bem equipada com ferramentas e equipamentos. Mas, muitas vezes, alguns cuidados passam despercebidos por quem utiliza esses bens preciosos, gerando não apenas prejuízos, mas, principalmente, serviços mal realizados que acarretam na segurança do condutor e de quem está no veículo.
NA PRÁTICA - Na Mecânica do Gato, localizada em São Paulo (SP), há aproximadamente dez anos, Emerson Giordane da Silva é quem cuida de toda a parte de ferramentas e equipamentos, quando foi adotado um departamento próprio para esta finalidade. Inclusive, é ele quem orienta os mecânicos sobre o uso correto de ferramentas especiais e de alguns equipamentos.
Algumas oficinas adotaram como metodologia de trabalho responsabilizar os seus funcionários pelas ferramentas e equipamentos. Em algumas delas, as ferramentas são dos próprios funcionários e, em outras, quando há quebras sem ser por desgaste, a reposição sai do bolso do próprio reparador.
No dia a dia, ele conta que na parte da manhã é ele quem entrega as ferramentas chamadas de especiais, tais como manômetros e as chaves para a troca de filtros de óleo, conforme o serviço a ser realizado. “Nós temos uma chapinha e uma planilha com o nome e o número
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de cada mecânico, de forma que temos total controle com quem está cada ferramenta”, informa. Ao final do serviço, elas devem ser entregues corretamente limpas. Em caso de dano ou perda, Emerson comenta que se for por desgaste, a reposição é feita pela oficina, mas se for por perda ou esquecimento em algum veículo, o custo sai do salário do funcionário. “Eu estou nesta função há uns dez anos e é mínima a perda de ferramentas. A equipe passou a ser mais cuidadosa desde que foi instituído esse departamento, antes havia um certo desleixo, agora, cada um cuidando, elas se mantêm praticamente novas”.
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reparacaoautomotiva.com.br O mesmo procedimento vale para os equipamentos. E ele se surpreende ao saber que não são todas as oficinas que têm este controle. “E isso quem nos conta são os mecânicos que vêm de outras oficinas. É preciso ter muito cuidado, pois principalmente se não tiver a ferramenta, não é possível fazer o conserto do carro”. E na Mecânica do Gato, cada mecânico tem sua própria caixa de ferramenta, as que não são denominadas de especiais. “E eu mesmo faço a conferência de cada uma destas caixas, a cada seis meses, para que eles sempre tenham em ordem todas as ferramentas. E observo que a partir das que eles mais utilizam, eles acabam adquirindo outras”, conclui. POR SETORES - No Centro Automotivo Mary Rei, em Salvador (BA), o gerente Anderson dos Santos Contreiras informa que os cuidados com os equipamentos é dividido por setores. “O alinhador cuida do equipamento de alinhamento e balanceamento, o borracheiro da máquina de montar pneus, e assim por diante. Cada equipamento tem um responsável, e isso inclui tudo, desde a lim-
peza, manuseio até a conservação. Assim, fica fácil cobrá-los”.
mecânico. Porém, se for por desgaste, quem arca com a despesa é a oficina”.
Já as ferramentas são do próprio mecânico. “Desta forma, ele tem mais cuidado do que se fossem da empresa”. Na prática, ou o mecânico leva as suas ferramentas ao ser contratado ou ela as financia e desconta do seu salário. “E se ele sair da empresa, as ferramentas são dele”, acrescenta.
Já as ferramentas de uso comum ficam em um armário e cada uma delas que for retirada é substituída por um voucher com o nome do reparador. “Quando comecei não era assim, com o tempo fomos nos adequando e achamos que este é o melhor jeito para ter o controle”.
Nesta dinâmica, Contreiras revela que é muito difícil uma ferramenta ou um equipamento quebrar. “E se isso ocorrer, eu vou descobrir quem foi o responsável, investigar para descobrir as causas para repassar o custo ou, dependendo do dano, apenas uma conversa para que isso não ocorra novamente”, diz ele, acrescentando que está na empresa há onze anos.
Na parte de limpeza, cada um responde pela sua caixa de ferramentas e o mesmo vale para as de uso em comum. Na de equipamentos não há uma divisão específica, pouco antes do final do expediente, quem já terminou seu serviço cuida disso, de forma que há um revezamento constante para esta finalidade. “Quem acaba o serviço antes do horário, realiza a verificação dos equipamentos, esvazia a água do compressor, lava as bacias de óleo, por exemplo”.
REVEZAMENTO - Na Serv Car Auto Mecânica, localizada Embu (SP), Sergio Marques de Deus explica como é a logística do uso de ferramentas e equipamentos. “Nós temos caixas de ferramentas de uso individual, cada um toma conta da sua, e se alguma delas quebrar, o custo é do
Desta forma, ele diz que não há problemas com isso. “Raramente as ferramentas quebram, as trocas que realizamos são por desgaste. Uma hora ou outra acontece uma perda, mas isso não é recorrente”.
DICAS DE FABRICANTES PARA A CORRETA MANUTENÇÃO DAS FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS NAS OFICINAS MECÂNICAS
RECOMENDAÇÕES - Basicamente, do ponto de vista de cuidados com as ferramentas do dia a dia, nós recomendamos para a nossa rede, que faz parte inclusive dos treinamentos de gestão de oficinas, é que cada mecânico tenha o seu carrinho de
ferramentas, com organizadores para elas e trancado com chaves. O importante é que cada ferramenta esteja disposta na gaveta de forma que visualmente o mecânico ou o proprietário da oficina em tempo real possa verificar o que tenha ou o que está faltando.
realização de reparos, vai poder diminuir o tempo de limpeza e organização no final do expediente, pois ao longo do dia ele vai utilizando e recolocando a ferramenta no lugar certo. Para o proprietário da empresa é um investimento inicial, porém, o retorno que ele tem com isso no longo prazo é muito bom.
Para o mecânico isso traz uma série de benefícios, ele vai reduzir o tempo de
LIMPEZA - São raros os casos de ferramentas que requerem algum pro-
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FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS
duto químico para serem limpas. Um pano, de preferência o lavável e não o descartável, por uma questão ambiental, normalmente, já é o suficiente. Há ferramentas especiais mais propensas a alguma contaminação maior e podem requerer a necessidade de um desengraxante ou um produto químico para limpá-las. Exemplo: ferramentas para a substituição de homocinéticas têm muito contato com graxa grafitada e isso impregna. A limpeza delas deve ser feita logo após o término de sua utilização e não no final do dia. RESPONSABILIDADE – Entendemos que é de responsabilidade do mecânico se ele perdeu ou quebrou alguma ferramenta por uso inadequado, assim, ele deve repô-la. A responsabilidade do proprietário é no caso de um desgaste natural. E a principal responsabilidade do mecânico é aplicar corretamente e com segurança a utilização das ferramentas na execução dos reparos. EQUIPAMENTOS - É um tema mais crítico, pois dependendo da situação, o prejuízo para a empresa pode ser
CUIDADOS - Oficina eficiente é oficina organizada, manter a organização dela é de grande importância para cumprir eficientemente com suas atividades diárias de manutenção e atendimento. Sabendo disso, a King Tony oferece soluções diversas para a organização e para o transporte de ferramentas, com sua linha de móveis. 18 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
altíssimo. Entendemos que o fator número um para a longevidade de utilização e baixo custo da manutenção do equipamento é ter o técnico treinado, reciclado e capacitado pelo fabricante, seja qual for o equipamento. Tem que ter a orientação do fabricante para a utilização correta do equipamento. Exemplo: por mais que pareça simples, no caso do elevador, se não souber elevar os diferentes tipos de veículos, além de danificar o equipamento, é risco de morte. MANUTENÇÃO PREVENTIVA - Não somente ter um plano de manutenção preventiva dos equipamentos, mas executar este plano. Dando o exemplo do próprio elevador, por mais que seja um entendimento do mercado que ao ser instalado ele irá trabalhar até o fim, ele tem que passar por manutenção e isso precisa ser feito por uma empresa especializada. A nossa recomendação é que a oficina tenha um provedor de serviços homologado pelo fabricante ou por algum órgão creditado, como o INMETRO, para que ele possa fazer uma manutenção preventiva de acordo com as recomendações de cada fabricante.
Carrinhos porta-ferramentas, armários, gabinetes e jogos em estojos condicionam melhor as ferramentas; facilitam sua localização durante um serviço e sua ausência após o término do mesmo; mantêm o local de trabalho organizado e evitam perdas e quebras desnecessárias. LIMPEZA - O ideal é que a ferramenta seja limpa com um pano seco e macio logo após o término do serviço. Isso evita o acúmulo de resíduos corrosivos ou de umidade, que podem desgastar a camada protetora de cromo ou de fosfato e gerar oxidação e ferrugem
ATENÇÃO - Cuidados com as instalações elétricas e pneumáticas da oficina. Refiro-me à instalação elétrica, ao aterramento e à tubulação e ao compressor para a parte pneumática. O equipamento pode estar com a manutenção preventiva em dia, o operador pode utilizá-lo corretamente, porém, se houver um ar contaminado com muita umidade de água isto pode danificar o equipamento. E se houver muita oscilação de tensão na parte elétrica, o equipamento pode queimar. Se ele não estiver ligado com um aterramento adequado, se o equipamento for sensível, como uma desmontadora de pneu computadorizada, vários componentes do equipamento podem ser danificados.
com o passar do tempo. Algumas ferramentas, como alicates, alicates de pressão, saca filtros, etc, que possuem juntas e articulações, devem ser também lubrificados regularmente, após seu uso e limpeza. O mesmo se aplica a chaves de impacto pneumáticas, que sempre devem ser lubrificadas após o uso, para evitar desgaste de seus mecanismos internos. Para ferramentas manuais, se recomenda também a aplicação de óleos anticorrosivos a cada seis meses após a limpeza. Isto já seria uma espécie de manutenção preven-
tiva contra oxidação e ferrugem.
ou serviço de manutenção;
ARMAZENAMENTO - Manter as ferramentas em estações e trabalho é um passo importante para sua organização e acondicionamento. Para isto, tanto carrinhos porta-ferramentas, como armários e gabinetes são boas opções.
• É interessante optar por jogos de ferramentas que sejam acondicionadas em estojos, para melhor compartilhar o espaço de gavetas dos carrinhos, e bancadas, evitando assim a bagunça de ferramental, perdas e danos desnecessários;
• Em uma estação de trabalho é possível colocar um armário ou um gabinete com painel e portas para acondicionar as ferramentas mais utilizadas de acordo com seu tipo e função, organizadas por modelo ou medidas;
• É recomendável também o uso de gabinetes, baús, armários e carrinhos que possuam chaves e fechaduras, principalmente aquelas com numeração de série. Isto dá maior controle do uso das ferramentas em cada lugar, auxiliando no controle de inventário na abertura e no fechamento da oficina.
• Carrinhos e baús porta-ferramentas podem servir também como apoio às estações de trabalho. Nestes é possível guardar ferramentas relacionadas às atividades específicas de cada setor
ERROS - A redução da vida útil de uma ferramenta está associada, normalmente, ao mau uso da mesma. Isto
ocorre por vezes pela falta de conhecimento em relação à maneira correta de se utilizar de uma ferramenta, como a aplicação de torque excessivo ou como o uso inadequado de medidas de encaixe ou de barras extensoras. Estes problemas são facilmente corrigidos com orientação clara e de fácil acesso, por parte dos fornecedores. Entretanto, o mau uso decorre também do próprio dia a dia de uma oficina. Às vezes, a necessidade de se terminar um serviço rápido se sobrepõe ao uso correto de uma ferramenta.
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Disto se gera o improviso, como se utilizar de um alicate no lugar de um martelo ou de uma chave biela no lugar de uma chave de impacto. Estes procedimentos são inadequados e reduzem em muito a vida útil de uma ferramenta, pela distorção de sua função de aplicação. A falta de acondicionamento adequado é também outro ponto. Jogar ferramentas no chão ou arremessá-las em uma bancada ou caixa de ferra-
A qualidade dos serviços prestados depende não somente da mão de obra qualificada e treinada, como também do ambiente e, principalmente, das ferramentas empregadas. LIMPEZA: As ferramentas mais simples que não possuem mecanismos e articulações como as chaves fixas, estrela, combinada, os soquetes, podem ser limpas com um pano e o uso de desengraxante. Cuidado com chaves que tenham cabos “plásticos” para não usar produtos que possam agredir o polímero. As ferramentas com mecanismos (catracas) ou articuladas (alicates, extratores, e saca-polia) devem eventualmente ser lubrificadas de preferência ao uso de micro óleo. Para ferramentas com o acabamento superficial oxidado é recomendado a lubrificação como uma proteção extra contra a oxidação (ferrugem). No caso dos torquímetros, além da limpeza e o cuidado com o acondicio20 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
mentas gera fadigas não previstas ao material e podem reduzir sua vida útil. O ideal é sempre se utilizar de ferramentas de boa qualidade, mas aplicá-las de maneira correta e armazená-las em um local seguro. QUEBRA - As quebras se associam a dois fatores, materiais de baixa qualidade e à aplicação errada de uma ferramenta. As de baixa qualidade têm forja e tratamento térmico inadequado, durante seu
processo de fabricação. Isto gera um material extremamente poroso e pouco maleável, sem resistência e de fácil fissura. Na King Tony se preza a alta durabilidade das ferramentas. Por este motivo, ela se tornou especialista no tratamento térmico e na forja de suas ferramentas. Já o mau uso se vincula, principalmente, à aplicação inadequada e o mau acondicionamento e manuseio das ferramentas.
namento, não recomendamos a lubrificação, pois pode influir na precisão do equipamento. Recomenda-se também uma aferição periódica do instrumento. A Gedore conta com um laboratório certificado para a prestação deste serviço. GUARDÁ-LAS: Os acondicionamentos mais indicados são em caixas, em carrinhos ou painéis. As caixas ou carrinhos devem ser compostas de ferramentas universais e podendo ter configurações próprias para cada tipo de serviço (mecânico, eletricista, funileiro, instalador de acessórios, etc.). As ferramentas especiais ou de uso específico recomendamos o acondicionamento em painéis, para a fácil visualização. E como são empregadas em situações específicas, não existe a necessidade de cada funcionário ter uma em sua caixa. Tanto na linha de painéis e armários como as caixas e carrinhos, nós temos como fornecer com berços em EVA para melhor proteção e organização dos itens. DANOS: Um dos fatores que mais causam danos nas ferramentas é o uso incorreto da ferramenta, elas são
fabricadas conforme normas e aptas a desenvolver o serviço para o qual foram desenvolvidas, entretanto, é comum vermos o emprego inadequado de ferramentas como o uso de prolongadores (“caninhos”), ou o emprego de chaves de fenda como alavancas ou formões. Nos casos de ferramentas isoladas, é preciso acondicioná-las individualmente para que não sofram choques ou quedas que possam produzir fissuras nos cabos perdendo sua eficácia e comprometendo a segurança. Torquímetros e equipamentos de medição igualmente não devem sofrer quedas ou batidas, pois isso irá afetar a sua precisão. É recomendável a aferição no prazo estipulado pelo fabricante.
para não roletar a cabeça do parafuso, espanar, ou causar algum dano na montagem ou desmontagem.
FERRAMENTAS: Primeiramente, é preciso utilizar a ferramenta adequada para cada etapa do trabalho, para o que ela foi predestinada, desenvolvida para a operação, seja na fixação, na montagem ou desmontagem. Nunca utilizar, por exemplo, uma chave de fenda como uma talhadeira. O mesmo vale para martelos, há vários tipos e cada um deles é destinado para uma aplicação. Na parte de montagem e desmontagem, cada chave de fenda ou Philips é condizente para um tipo de parafuso e não pode ser utilizada de maneira equivocada, tanto para não comprometer a durabilidade da ferramenta como para fazer o serviço adequado,
MEDIDAS: Na parte de chaves há dois tipos de medidas: a imperial, em polegadas, e a milimétrica com medidas que atendem mais o segmento de veículos europeus. No Brasil, nós temos uma mescla de automóveis que vêm dos Estados Unidos e usam muito a medida em polegadas e outra parte, a milimétrica, aplicada em veículos alemães e asiáticos, por exemplo. O importante é que para cada fixação, montagem ou desmontagem, há uma ferramenta adequada para a execução do serviço. DANO MAIOR: O pior de tudo com o uso inadequado de uma ferramenta é danificar um componente do automóvel. Para cada serviço de montagem e desmontagem existem com-
ponentes mecânicos que correm o risco de ocasionar acidentes e risco à vida humana. Tem que ser muito bem estudado e seguida a regra de especificações técnicas de cada fabricante, nos torques indicados pela montadora para cada segmento. LIMPEZA E ARMAZENAMENTO: A Snap-on sempre traz soluções inovadoras, a nossa linha de ferramentas tem um cromado brilhante, de forma que após a sua utilização basta apenas limpá-las com uma flanela para remover óleo e graxa, por exemplo. Não é preciso utilizar solvente para manter a integridade delas, e nós temos armários apropriados para guardar as ferramentas. EQUIPAMENTOS: Nós temos vários tipos de equipamentos, uma linha completa para todo o tipo de oficina. E após a utilização de cada um deles é preciso
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verificar direito o seu estado. Na parte de rampa, por exemplo, sempre mantê-la engraxada, conservar sempre as mangueiras, as conexões em bom estado, para que não tenha vazamento para garantir a eficiência do equipamento. Para toda a linha de ar comprimido, sempre verificar as ligações elétricas, visualizar se não há nenhum comprometimento dos canais por onde passa a tubulação de cabos, como por exemplo, um rompimento. É preciso garantir que os equipamentos estejam
CUIDADOS: As ferramentas para reparação automotiva representam parte essencial do negócio. Para isso, utilizar os instrumentos certos é tão importante quanto cuidar para que permaneçam em ótimo estado. Uma dica essencial é utilizar as ferramentas apenas para a sua aplicação, sem improvisar o uso. Uma chave de aperto, por exemplo, não pode ser usada como uma alavanca, uma chave de fenda não pode ser usada como talhadeira, isso pode danificar a ferramenta.
funcionando em perfeitas condições para que não haja nenhum acidente no campo de trabalho. ERROS: Os mais frequentes estão no uso inadequado das ferramentas. No caso de equipamentos, a exemplo de um scanner, o maior problema está na queda do mesmo, apesar de ele ter proteções, dependendo da forma que é utilizado pode ocasionar um problema sério. E os cabos também têm que ser sempre monitorados para o equipamento funcionar corretamente.
ficações próprias, como necessidade de lubrificantes, afiação e limpeza periódica. Respeitando essas características, a vida útil da ferramenta aumenta. Exemplo: nas superfícies de aço, como cabeças de martelos, alicates e chaves de aperto, faça a limpeza com um pano seco depois do uso e aplique lubrificantes, isso inibirá o aparecimento de pontos de oxidação (ferrugem).
Além disso, é importante cuidar para não alterar as características originais. Nada de usar canos prolongadores em chaves de aperto, pois as ferramentas são desenvolvidas e testadas para o uso com o seu tamanho original, mudar suas características compromete a estrutura e a segurança do operador.
ARMAZENAMENTO: Além das ferramentas, o profissional e empresário da reparação precisa de um espaço adequado para guardar seus instrumentos de trabalho. Manter a oficina sempre organizada ajuda a melhorar sua produtividade e até mesmo reduz custos. As ferramentas precisam ser mantidas em local limpo, seco e longe de temperaturas excessivas, que podem influenciar no desempenho do equipamento. Após o uso, não as deixe expostas ao sol ou à chuva. Guarde-as em bancadas, armários, carros ou caixas específicas, retirando-as das exposições diretas ao clima por grandes períodos de tempo.
LIMPEZA: Cada produto tem especi-
Os organizadores modulares da Tra-
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montina PRO permitem mobiliar oficinas mecânicas e industriais de forma personalizada. São diversas opções de móveis, divididos em armários, painéis, bancadas, estantes e carros de ferramentas. E é possível personalizar a cor dos organizadores modulares, escolher as ferramentas, gravar o nome da pessoa ou setor em cada peça e ainda posicionar cada ferramenta em EVAs específicos com dupla camada de cor, para gerar mais agilidade no ambiente de trabalho. ERROS: Improvisar no uso e não respeitar a especificação de aplicação, alterar as características originais dos produtos, falta de limpeza, afiação e lubrificação apropriada, e descuido no armazenamento.
ou óleo multiuso. Os equipamentos utilizados para lixamento costumam acumular grande quantidade de poeira/resíduos, que necessitam ser removidos diariamente.
CUIDADOS: O primeiro cuidado é realizar treinamentos constantes orientando sobre a forma correta de utilização, manutenção e armazenagem das ferramentas e equipamentos.
ARMAZENAMENTO: A indicação é sempre ter algum tipo de armário para ferramentas e equipamentos. Assim, eles ficarão bem protegidos da umidade e da sujeira, além de manter a organização e ainda facilitar a conferência ao final de cada dia.
LIMPEZA: As ferramentas manuais fabricadas em aço devem ser constantemente limpas e lubrificadas com vaselina líquida/aerossol ou óleo multiuso. As elétricas e pneumáticas precisam ser limpas externamente e as partes móveis também devem ser lubrificadas com vaselina
ERROS: Um dos principais erros é utilizar as ferramentas para fins em que elas não foram projetadas. Uma chave de fenda manuseada como espátula ou alavanca, uma lixa que deve ser utilizada com água e está sendo utilizada a seco, ou vice versa, uma politriz usada como esmerilhadeira ou lixadeira.
E, ainda, segurar ou transportar as ferramentas elétricas pelo cordão elétrico, ou desconectar o plug da tomada puxando pelo cordão elétrico, e a utilização de um compressor subdimensionado para a quantidade de ferramentas pneumáticas que a oficina possui, forçando o compressor a trabalhar direto para dar conta de todas as ferramentas causando desgaste e até sua queima.
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DICAS - É importante ler o manual do produto para cuidar do equipamento em todos os sentidos. Desde a voltagem de uso, a forma de conectar, a forma de trabalhar com os cabos, o dia a dia de uso dos cabos e guardá-los da forma correta. É aconselhável também conectar e encaixar os cabos com cuidado e ter cuidado ao conectar o equipamento no veículo. Evitar queda, calor, que o equipamento fique muito exposto ao calor . LIMPEZA - É sempre bom trabalhar com produtos neutros. Evitar produtos abrasivos e evitar os que possam riscar o equipamento. Usar de preferência um pano limpo e sempre cuidar
SCANNERS: O maior cuidado é com os cabos e conectores, uma vez que são itens de uso contínuo e que, por possuírem fios, o uso indevido gera rompimento, ocasionando mau contato ou falta de comunicação entre o scanner e o veículo. MÁQUINAS DE TESTE DE INJETORES DIESEL: Instruímos os clientes a realizar a limpeza dos injetores antes de colocar no equipamento e sempre realizar a manutenção periódica, de modo a manter o equipamento em perfeitas condições de uso quanto à limpeza e troca de óleo. ANALISADORES DE GASES: Requerem uma calibração periódica, que é uma exigência do INMETRO. ALINHADORES DE DIREÇÃO E DEMAIS 24 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
principalmente com a tela principal do produto. Na hora de manusear o equipamento, dê preferência por estar com a mão bem limpa durante o seu uso. ARMAZENAMENTO - É preciso dar atenção na forma com que se guarda os cabos. Às vezes, o equipamento é guardado com o cabo conectado, enrolado. Guardar os cabos em forma de oito faz com que ele dure mais. Outro fator é o ambiente. O equipamento não deve ser guardado em ambiente úmido ou onde o sol fica batendo.
equipamento e é apoiado no corpo faz com que o mesmo dê uma volta seca, gerando uma tensão desnecessária no cabo. E na hora de colocar o aparelho no conector de diagnóstico do carro, é necessário ter o cuidado, ter uma atenção para não o forçar. Outros erros muito frequentes têm sido não usar alguns equipamentos, como estabilizador de tensão, isso é importante porque muitas vezes a rede elétrica tem bastante variação. E também não consultar o manual.
ERROS - Os mais frequentes são: apertar o botão com muita força, não ter o devido cuidado e acabar batendo a tela do equipamento. Existe também a força demais nos cabos durante o uso, por apoiar o equipamento de forma incorreta. E o cabo que sai do
É preciso entender do equipamento, entender do software que está por trás do produto também. O equipamento não consegue ter uma vida útil devido ao pessoal não entender como utilizar de forma correta, isso é muito importante e fundamental.
PRODUTOS DA LINHA UNDERCAR: Orientamos sempre aos nossos clientes quanto à manutenção preventiva, uma vez que são equipamentos que utilizam tecnologias de sensores ou câmeras de alta resolução e que a falta de calibração pode gerar danos nos veículos que passarem por manutenção.
re excessiva contaminação no equipamento, danificando e havendo necessidade de manutenção.
REDUÇÃO DA VIDA ÚTIL: Os erros mais comuns são não seguir as orientações descritas no manual do fabricante, gerando ações que causam danos de várias formas. Prender os cabos na porta do veículo, forçar os conectores sem necessidade, são os erros mais comuns. No caso dos analisadores de gases, o erro mais comum é utilizar o equipamento em veículos que estão totalmente desregulados ou com extrema emissão de fumaça, ou seja, queimando óleo. Ao inserir a sonda no escapamento, nestes casos, ocor-
Para as máquinas diesel, o erro mais comum é não realizar a manutenção periódica de troca de óleo e filtro, assim como não limpar os injetores antes colocar na bancada. Estes erros podem gerar leituras erradas e danos em determinados componentes do equipamento. QUEBRAS/MANUTENÇÃO: Os motivos mais frequentes são a falta de manutenção preventiva, não seguir as instruções do manual, o armazenamento incorreto e uso indevido, que geram danos e reduzem a vida útil dos equipamentos.
NA OFICINA
MOTOR
DEFEITO CRÔNICO DO MOTOR TFSI DA FAMÍLIA VOLKSWAGEN E AUDI; NOS RETENTORES DE CABEÇOTE E ANÉIS DE PISTÃO
H
oje nós vamos falar sobre o defeito crônico do motor TFSI, da família Volkswagen e Audi. Quem conta para gente é o experiente profissional da reparação, Bruno Rodrigo Costa, proprietário da Oficina Juca Bala Racing, situada na zona norte da capital paulista. “Esse veículo chegou para nós com o cliente reclamando de alto consumo de óleo. Vamos detalhar para vocês o procedimento que realizamos”.
por Silvio Rocha e Wanderlei Castro | fotos Divulgação
além da marcha lenta do carro ficar quadrada, ele puxa o óleo também do motor, fazendo baixar.
PASSO 3: Dando sequência à desmontagem do motor da Q5, retiramos o coletor de admissão, pode ver a peça aqui.
Vamos mostrar esse componente muito reconhecido pelos reparadores e mecânicos. Os bicos injetores,
Como nós comentamos na parte anterior, a respeito da membrana do respiro do motor, vocês podem visualizar que ela está em perfeitas condições. PROCEDIMENTO PASSO 1: No diagnóstico a ser feito, tiramos as velas e visualmente deu para perceber que tem queima tanto marcada na vela quanto no cilindro, na cabeça do pistão.
PASSO 2: Outro diagnóstico, também, foi desmontar a tampa da membrana do respiro do motor. Essa membrana costuma rasgar direto – quando ela dá defeito, 26 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
injeção direta, que também nós temos o corpo de borboleta da aceleração dele, temos, também, o sensor de pressão de alta do sistema de injeção direta e todos os outros componentes, como a bomba de vácuo.
Esse item, também, quando danificado, geralmente, rompe nas laterais, porque o trabalho dele é parecido com o de um pulmão no motor. Como ele fica flexionando, tende sempre a cortar nas laterais da própria membrana. Esse aqui está em perfeitas condições. Quando tem um rasgo, ela também faz baixar o óleo do motor.
PASSO 4: Continuando, nós estamos com um sistema de distribuição de corrente toda aberta e nós temos os comandos do cabeçote.
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youtube.com/reparacaoautomotiva Essa polia trabalha com pressão de óleo, temos os guias das correntes, a
própria corrente, o esticador da corrente do sincronismo do motor, a engrenagem do virabrequim, engrenagem da bomba de óleo, os eixos balanceadores, o eixo que toca da correia à bomba d’água e o esticador da corrente dos eixos balanceadores.
Como todas as peças mecânicas que um veículo tem, o sistema de corrente, esticador, também apresentam desgaste. Então, a dica que nós vamos deixar pro amigo reparador e pro mecânico: quando for fazer a substituição de engrenagens, de correntes, esticadores, apoiadores de corrente, se atentar na hora da montagem da polia do motor para a engrenagem do virabrequim. Você vai ver que a falha do dente dela, às vezes, pode confundir se montar encavalado, não vai dar o aperto suficiente no parafuso e pode gerar um baita de um prejuízo.
Terminamos de retirar o cabeçote do motor da Q5. E como vocês podem ver, tem bastante indício de vazamento pelo retentor de válvula do próprio cabeçote.
PASSO 5: Nós vamos mandar a peça para a retífica que, além da troca de anéis, vai fazer o cabeçote e deixar o serviço 100%. Aqui, como nós já podemos ver o motor sem o cabeçote, os pistões dele, como tínhamos visto no diagnóstico antes de desmontar, estão bem marejados de óleo. E agora tivemos a confirmação.
PASSO 6: O que nós faremos agora nesse motor aqui? Vamos aferir a medição que está nos cilindros e, se ele passar da margem de segurança, nós vamos manter a medida original que é standard, fazer a troca de anéis e montar. Após todo o serviço que fizemos no carro, retífica do cabeçote, a retífica da sede de válvulas, trocamos os retentores de válvulas, tiramos o bloco do motor para trocar os anéis de pistão. OBSERVAÇÃO: Depois das limpezas de corpo de borboleta e bico de injeção direta, e troca de velas, agora nós vamos fazer o ajuste eletrônico da injeção via scanner.
PARCEIRO Bruno Rodrigo Costa, proprietário da oficina Juca Bala Racing
PASSO 7: Com o carro em funcionamento, após toda a incisão mecânica, estamos nesse momento fazendo a parte eletrônica, todo reset nos parâmetros auto adaptativos e vamos analisar todos os dados no banco de dados que o scanner oferece para nós, para analisar como ficou o conjunto mecânico com conjunto eletrônico após todo o procedimento e reset também.
Aqui nós temos vários dados, assim como, exemplo, sonda de oxigênio, sensor de oxigênio, temperatura de ar, dados de rotação de motor, fluxo de massa de ar, temperatura de fluido (a preparação do combustível em longo prazo), sistema de alta pressão do combustível, temperatura do combustível, ativação da ventoinha, temperatura do óleo do motor em trabalho, temperatura do ar de admissão e temperatura do fluido do arrefecimento, etc. E todos os dados indicam agora, depois de toda programação e o reset no sistema, que o veículo está 100%. Toda incisão mecânica e eletrônica ficou aprovada na Audi Q5.
DEFEITO CRÔNICO: É importante frisar que acontece por conta dos retentores do cabeçote que dão vazamento e o anel do pistão, uma vez que a canaleta dos pistões é bem fininha e ela tende a carbonizar e, por consequência, travar os anéis, ocasionando o alto consumo de óleo. REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 27
NA OFICINA
TRANSMISSÃO
A FALHA É DO MÓDULO TCM?
por Silvio Rocha | fotos Divulgação
TESTE DE QUEDA DE VOLTAGEM ENTRE AS CARCAÇAS DO TCM E DO VEÍCULO INDICARÁ SE HOUVE ALGUMA TENSÃO, QUANDO RECOMENDA-SE APLICAR UM MASSA TEMPORÁRIO E VERIFICAR SE A TRANSMISSÃO VOLTA AO NORMAL
E
xistem ocasiões durante o processo de diagnóstico, quando o técnico deve decidir se a causa do mau funcionamento é provocada ou não pelo módulo de controle da transmissão (TCM). Não é um problema muito grande no momento em que o custo do módulo está em torno de R$400 ou R$500, porém é uma decisão preocupante quando falamos de um módulo cujo custo está acima de R$5.000! De maneira similar, no momento em que o reparo é de um veículo mais antigo, o preço do módulo pode não ser tão alto, porém o custo total do serviço pode superar o valor do veículo inteiro! Recentemente, um técnico conhecido nosso teve de escolher entre remover a transmissão ou substituir o TCM. Ele estava reparando uma Chevrolet Blazer automática ano/modelo 2000 com motor 4.3 litros V6 equipada com transmissão 4L60-E, que tinha sido reformada por ele mesmo e com menos de 6.000 quilômetros de uso. O veículo chegou na oficina juntamente a uma reclamação de demora na mudança 2-3 e patinação em outras marchas durante condições de aceleração leve ou média. O fluido foi inspecionado e estava no nível e limpo. Um código de falha P0758 referente ao circuito do solenoide de mudança 2-3 foi encontrado na memória do módulo. Ele anotou a falha, apagou a mesma e ela não retornou durante todo o período de diagnóstico. 28 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
“Ao dirigir o veículo,” ele disse, “parecia que a mudança 2-3 entrava atrasada, e quando eu acelerava o mesmo rapidamente, parecia que ele não engatava a 3ª marcha e ia direto para a 4ª marcha, com uma leve flutuação. Honestamente, eu pensei que esta transmissão havia queimado as embreagens da 3ª e 4ª marchas”.
atenção era quando o solenoide era desligado. O osciloscópio mostrava uma rampa bem lenta até a tensão da bateria e no momento em que a voltagem chegava a 12V (completamente desligado), a transmissão realizava a mudança. (figura 1) FIGURA1
Ao invés de remover a transmissão imediatamente, o técnico decidiu instalar um multímetro no circuito do solenoide 2-3 para verificar sua integridade, visto que existia um código de falha referente a ele atribuído originalmente. Ele foi capaz de confirmar que não havia curto circuito à massa e nem à alimentação e a resistência do solenoide estava dentro das especificações. Neste ponto, ele parou e perguntou a si mesmo: “O que devo fazer agora?” Ele decidiu arriscar e começou a monitorar a operação do solenoide de mudança 2-3 com auxílio de um osciloscópio, o qual o módulo da transmissão controla através do chaveamento do lado negativo do solenoide. O técnico percebeu que o fio de alimentação positiva estava OK pois o mesmo fio alimentava outros solenoides e eles estavam funcionando perfeitamente. Após várias verificações, viu que tudo estava OK deste lado devido aos décimos de volts comandados ao solenoide no momento em que o TCM queria acioná-lo. Mas o que chamou sua
Após ele perceber isto, foi capaz de determinar que o solenoide de mudança 2-3 não desligava bastante rápido para realizar a mudança 2-3. O solenoide de mudança 1-2 deve estar desligado em segunda marcha, enquanto o solenoide 2-3 deve estar ligado. Tudo que o módulo precisa fazer para realizar a mudança para 3ª marcha é desligar o solenoide 2-3. No caso de o TCM não liberar o massa rápido o suficiente, a transmissão permanece em 2ª marcha. Assim que a velocidade aumentava, o solenoide de mudança 1-2 é ligado para realizar a mudança 3-4. O solenoide de mudança 2-3 deve continuar desligado.
REPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 29
NA OFICINA
TRANSMISSÃO
Como havia demora para desligar a massa, o solenoide de mudança 2-3 continuava ainda energizado por mais um tempo. Isto significava que a transmissão na realidade ficava em 1ª marcha. A velocidade em que isto acontecia era tão rápida para o engate da 1ª marcha que a roda livre girava em falso causando queda da transmissão em neutro. Ao notar isto, o técnico decidiu substituir o TCM (cerca de R$2.500), o que tornava o custo aceitável. O veículo a partir desta substituição executou as trocas perfeitamente e não houve necessidade de remover novamente a transmissão. O gráfico da figura 1 foi capturado pelo técnico durante uma tentativa de troca de marcha 2-3 para este artigo. A área entre os marcadores 1 e 2 mostra a liberação lenta do aterramento quando o solenoide era desligado. Esta área deveria ter uma rampa muito mais cortada e vertical de maneira similar à rampa de alimentação no momento em que o solenoide era novamente energizado. Durante os anos finais de evolução da transmissão 4L60-E, o código P0717 que se referia à ausência ou sinal baixo do sensor de entrada de rotação da transmissão (ISS) era causado por um módulo de transmissão (TCM) defeituoso (figura 2). A conexão interna de aterramento do módulo para o ISS do conector do módulo à placa de circuitos soltou sua ligação (figura 3). Não faz muito tempo, recebemos várias fotos juntamente à explicação de diferentes tipos de falhas com que os técnicos lidam em várias ocasiões. Elas têm a ver com o mesmo tipo de módulo TCM (figuras 4 e 5) que é utilizado em vários veículos Chevrolet (figura 6). Ambos os tipos de veículos são equipados com transmissões 4T40-E ou 4T45-E. (figura 2) O veículo dá entrada na oficina em emergência na 2ª marcha. 30 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
FIGURA 2
FIGURA 6
FIGURA 3
FIGURA 7
FIGURA 4
FIGURA 5
Quando o scanner é utilizado para resgatar os códigos de falha armazenados, não há comunicação com o TCM (figura 7). Ao inspecionar a alimentação negativa e positiva do TCM, vários técnicos descobriram problemas inusitados. Um dos técnicos decidiu realizar um teste de queda de voltagem da carcaça do TCM à massa e observou a leitura de 10,29 Volts. (figura 8). Não havia indicação de qualquer fio ou ligação que o aterramento era fornecido à carcaça do módulo através dos parafusos de fixação do módulo ao chassi do veículo. Apesar de sabermos que nenhum módulo é aterrado ao chassis do veículo desta maneira, este TCM é montado em uma luva plástica e não é aparafusado em nada metálico (figuras 9 e 10, tiradas de um Cobalt). Assim, observar 10,29 Volts da carcaça do TCM à massa parece indicar um aterramento deficiente.
Para este TCM, existe um fio de alimentação à massa do terminal 49 que vai a um prisioneiro fixado na transmissão, chamado
FIGURA 10
FIGURA 8
CONSULTOR
Carlos Napoletano Neto Diretor Técnico Aptta Brasil www.apttabrasil.com
FIGURA 11
Uma boa idéia seria inspecionar o caminho real da massa do módulo antes de condenar o computador. E, dependendo do preço do módulo, deve-se subtituí-lo ao invés de deixar o fio massa na torre do amortecedor.
FIGURA 9
O próximo passo tomado pelo técnico foi ligar um fio massa por fora da carcaça à torre do amortecedor para ver o que poderia acontecer (figuras 11 e 12). Uma vez que o massa estava ligado, o scanner foi capaz de se comunicar com a transmissão e a mesma realizou as mudanças da maneira correta, sem nenhum problema. Um novo TCM foi instalado e o veículo voltou às ruas.
de massa G105. Se este massa falhar, esta pode ser a explicação do porquê esta alta tensão era observada quando se media a queda de tensão entre a carcaça do TCM e a carcaça do veículo.
culo destes em sua oficina, eles realizam um teste de queda de voltagem entre a carcaça do TCM e a carcaça do veículo. Se for observada alguma tensão, eles aplicam um massa temporário e verificam se a transmissão volta a executar seu trabalho perfeitamente. Caso isto aconteça, é uma confirmação que o TCM está defeituoso e necessita ser substituído. Mas devemos lembrar que se o aterramento G105, onde o TCM recebe aterramento, estiver defeituoso, isto resultará no mesmo sintoma.
FIGURA 12
Podemos conjecturar que o que aconteceu a esta TCM foi a quebra interna do fio de aterramento, de maneira similar ao aterramento do ISS na transmissão 4L60-E mencionada anteriormente. Mas o que sabemos é que sempre que os técnicos recebem um veíREPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 31
NA OFICINA
ELÉTRICA
SISTEMA DE INJEÇÃO DE COMBUSTÍVEL
Observe que os canais de admissão do cabeçote possuem marcas das juntas de vedações do coletor, estas devem ser substituídas ANÁLISE VISUAL DOS INJETORES
por Silvio Rocha | fotos Divulgação
É NECESSÁRIO FAZER A LIMPEZA DOS BICOS INJETORES? Uma grande polêmica: Limpeza de Bicos Injetores funciona? Sempre nos vemos às voltas deste assunto no dia a dia da oficina. Diante da grande informação veiculada nas mídias e redes sociais, temos informações corretas e informações errôneas. Para este artigo, separamos 3 veículos para realizarmos os testes: Renault Sandero 1.0 16v Flex com 127.000km; Renault Clio 1.0 16v Flex com 86.000 km; Renault Duster 1.6 16v Flex com 77.000km. Todos os veículos possuem uma utilização diária equivalente e quilometragem rodada, tipo de combustível, que neste caso o Etanol é consumido nos últimos 10.000km.
a) Não prometa exageros de melhoria de consumo, uma vez que o consumo está ligado à forma de condução, tipo de veículo e trajeto percorrido; b) Não remova os bicos com motor quente, utilize um ventilador ou exaustor sobre o motor por 40 minutos, a remoção quente pode afetar o alojamento dos bicos, principalmente em coletores de alumínio, ovalizando e causando entrada falsa de ar; c) As guarnições, orings, vedações como juntas, etc, se faz necessária a substituição, d) Realize um diagnóstico prévio, pois talvez este veículo não necessite retirar os injetores, ou o fez recentemente (a limpeza de injetores deve acontecer a cada 20.000km ou 1 ano, o que ocorrer primeiro).
Carvão de carbonização fechando as saídas dos bicos injetores
ANÁLISE DE FUNCIONAMENTO NA MÁQUINA DE LIMPEZA
INICIANDO O TRABALHO: DESMONTAGEM
ATENCÃO Limpeza recomendada é aquela em que se retira os injetores do veículo! Motivo pelo qual retiramos os bicos injetores para realizar limpeza nos veículos citados: Sandero, alteração no consumo e retomada de aceleração do veículo; Clio, falha de aceleração notória, conhecida popularmente como “engasgando”, Duster, falha na queima em fase fria e aumento de consumo. CAUTELA É preciso atenção quando se realiza a retirada de bicos injetores, e que serviços você está oferecendo ao cliente. 32 | REPARAÇÃO AUTOMOTIVA
Clio e Sandero necessitam a retirada do coletor de admissão
FUNÇÕES DA MÁQUINA: a) Teste de estanqueidade, vedação dos bicos com pressão aplicada; b) Teste do leque, spray do bico, c) Circuito elétrico do bico, resistência e curto, d) Auto teste.
NA OFICINA
ELÉTRICA
Observe a diferença entre o volume injetado pelos bicos
tos, se necessário repetir, aguarde 15 minutos de intervalo, para evitar danos ao circuito elétrico dos injetores .
CONSULTOR
Leandro Marco L´Marc Assessoria Técnica A L’Marc Assessoria Técnica Automotiva é uma empresa que presta atendimento às oficinas no Triângulo Mineiro, fornecendo auxílio técnico em Reparação Automotiva. Busque formação Técnica na rede SENAI mais próxima de sua cidade e bom trabalho!
Observe que no fundo há resíduos de carvão de combustão
Ressaltando que a máquina quando está com os bicos instalados às buretas milimetradas, estará na função de testes e não limpeza. A limpeza ocorre é na banheira ultrassônica.
REPETINDO A ANÁLISE APÓS A LIMPEZA NO ULTRASSOM
ATENCÃO Antes de colocarmos os bicos injetores na máquina, realizamos uma limpeza externa com pincel e solvente (querosene), para evitar a contaminação prematura dos produtos da máquina.
A Flauta (Rail) dos bicos é presa por estes 3 parafusos ao coletor de admissão
Após a montagem, ligue o veículo, resete os parâmetros via scanner e realize um percurso com o proprietário ou motorista que utilize o veículo constantemente, para obter o feedback, como exemplo se percebeu melhoria na aceleração, retomadas, etc. AQUI REALIZAMOS UMA ANÁLISE TAMBÉM COM SCANNER E OSCILOSCÓPIO RAVEN 3
Bicos com volumes equalizados MONTAGEM Processo inverso à desmontagem
Aqui acontece a limpeza propriamente dita, não exceda a 15 minuREPARAÇÃO AUTOMOTIVA | 33
NA OFICINA
ELÉTRICA EQUIPAMENTO UTILIZADO PARA CORRETA MANUTENÇÃO:
Sinal dos injetores 1, 2 e 3 iguais FEEDBACK DOS MOTORISTAS: Sandero – melhoria nas retomadas e autonomia no consumo; Clio- aceleração corrigida e melhoria no consumo de combustível, Duster – melhoria de funcionamento em fase fria, e autonomia no consumo, veículo que apresentou melhor resultado, devido ser o que estava com maior diferença entre os injetores, saltando de 4,7km/l para 7,5km/l circuito urbano.
Scanner e Osciloscópio Raven 3 Produtos Querosene e detergente de limão para máquina de limpeza de injetores.
Máquina de limpeza Planatc LB3000
Até a próxima, esperamos que 2019 seja um ano repleto de realizações e muita Reparação Automotiva!
ÉDANA? ENTÃO
MANDA