Revista Abigraf 316

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Jorge Maldonado: informação qualificada e objetiva são ativos fundamentais para adaptação às mudanças do mercado

Entrevista: presidente da CBL destaca importância das bienais, livrarias físicas e influenciadores no incentivo ao hábito da leitura

O fotógrafo Chico Audi se vale dos recursos da inteligência artificial de forma prática para criar imagens belas e realistas

REVISTA ISSN 0103•572X ARTE & INDÚSTRIA GRÁFICA • ANO XLVIII • JAN/MAR 2023 • Nº 315
ARTE & INDÚSTRIA GRÁFICA • ANO XLVIII • ABR/JUN 2023 • Nº 316

A Abigraf segue com seu propósito de ser um espaço inclusivo e democrático, onde todas as vozes possam ser ouvidas.

ssumir uma entidade como a Abigraf é sempre um desafio. Hoje, enquanto estou sentado para escrever a vocês este primeiro editorial como presidente da associação, rememoro o peso dessa responsabilidade incomparável com qualquer outra que eu possa ter tido nos postos que já ocupei em associações e entidades representativas.

Presidir a Abigraf é ter a ciência de que se deve ter (e manter) um projeto consistente que atenda, de maneira uniforme, um grande e diversificado mercado. Nesse quesito, a palavra que me vem à cabeça é inclusão. Ninguém, nenhuma empresa, de modo algum, deve se sentir à parte de nossa associação. Acreditamos na democracia, na liberdade de expressão, e, como uma entidade que representa o segmento de comunicação impressa em vários setores, temos o dever de defender essa bandeira e o espaço democrático, acima de tudo, com exemplos.

Um segundo ponto bastante importante, e que ratifica a responsabilidade de presidir esta enorme associação, é fomentar a inovação. Há três anos o mundo via-se diante da necessidade de se reinventar para sobreviver devido às novas demandas criadas pela pandemia. Infelizmente, nem todas as empresas sobreviveram àqueles tempos, mas seguimos adiante, mostrando nossa força por meio da capacidade de inovar. É algo que está no DNA do brasileiro, e, como entidade, a Abigraf deve carregar a bandeira da inovação, viabilizando acesso às novas informações, atualizações e democratizando o conhecimento.

Por fim, penso também em tudo o que já foi feito pela associação até hoje. Há mais de cinco décadas, muitos e muitos profissionais, em diferentes cargos, construíram a base, ergueram os alicerces e colocaram os tijolos deste grande projeto, que, hoje, é a Abigraf. Não é apenas uma história, mas, sim, um legado, que, penso, deve ser valorizado e preservado. Agora, quando cabe a mim presidir a associação, quero olhar para os rumos trilhados pelos meus colegas e companheiros, de modo a não somente aprender, como também manter o que vem sendo feito de bom ao longo desta história riquíssima, como, por exemplo, abrir cada vez mais espaço para que gráficas de diferentes Estados se vejam representadas, e para que as Abigraf’s Regionais tenham cada vez mais voz e força.

Somos um país diverso, rico, diferente em suas culturas regionais, mas iguais no amor que temos pela indústria gráfica. E assim deve ser também a Abigraf: unida, ainda que plural, sem esquecer de ninguém, sem deixar ninguém para trás. Porque, juntos, somos mais fortes.

www.juliao@graficapontual.com.br

Julião Flaves Gaúna
EDITORIAL
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)
É tempo de inovar, incluir e, também, manter o rumo certo
QUANDO PENSO EM DESAFIOS, O PRIMEIRO DELES É SEGUIR TRABALHANDO PARA QUE A ABIGRAF SEJA CADA VEZ MAIS INCLUSIVA , QUE NÃO DEIXE NENHUMA EMPRESA PARA TRÁS

REVISTA ABIGRAF

ISSN 0103-572X

Publicação trimestral

Órgão oficial do empresariado gráfico, editado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica/Regional do Estado de São Paulo, com autorização da Abigraf Nacional Rua do Paraíso, 529 (Paraíso)

04103-000 São Paulo SP

Tel. (11) 3232-4500 Fax (11) 3232-4550

E-mail: abigraf@abigraf.org.br

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Presidente da Abigraf Nacional: Julião Flaves Gaúna

Presidente da Abigraf Regional SP: João Scortecci

Gerente Geral: Wagner J. Silva

Conselho Editorial: Fábio Gabriel, João Scortecci, Plinio Gramani Filho, Rogério Camilo, Tânia Galluzzi e Wagner Silva

Elaboração: Gramani Editora Eireli

Administração, Redação e Publicidade: Tel. (11) 3887.1515

E-mail: editoracg@gmail.com

Editor: Plinio Gramani Filho

Redação: Tânia Galluzzi (MTb 26897) e Evanildo da Silveira

Colaboradores: Assunta Napolitano Camilo, Bruno Mortara, Edenilson Santos, Hamilton Terni Costa, João Scortecci, Jorge Maldonado e Roberto Nogueira Ferreira

Edição de Arte: Cesar Mangiacavalli

Editoração Eletrônica e Fechamento de Arquivos: Studio52

Papel fornecido pela Blendpaper: Capa – Markatto

Opalina Telado Bianco 180 g/m². Miolo – Markatto Edition 105 g/m²

BLENDPAPER

Enobrecimento da Capa: Green Packing (verniz UV e aplicação de hot stamping com fitas da MP do Brasil/ K Laser)

Impressão e acabamento: Lis Gráfica e Editora

Acesse: www.abigraf.org.br/revista-abigraf

Apoio Institucional

Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica

PATRÍCIA AMATO. A artista da capa

Patrícia Amato é artista plástica autodidata e começou a pintar em meio a uma depressão aos 30 anos de idade.

Trabalhou no mundo corporativo por mais de 25 anos e em 2014 teve uma crise de saúde que a fez repensar tudo. Com isso, passou a dedicar-se profissionalmente às artes em tempo integral.

Sua pesquisa é bastante centrada no meio ambiente. Pega sua câmera e sai fotografando queimadas, desmatamentos, flores, reservas, parques e seu próprio jardim. A partir daí, faz suas obras com formas inspiradas nos closes de suas fotos. Hoje, é uma artista reconhecida, selecionada e premiada em vários salões de Arte. Já expôs inúmeras vezes no Brasil e uma vez na França e na Alemanha. Tem obras espalhadas em todo o País, expôs em museus do interior de São Paulo e integra o Grupo Diálogos em Papel.

Patrícia deseja que sua arte toque a alma de quem a observa e inspire o observador a preservar o nosso planeta, ter hábitos de sustentabilidade e usar bem o livre arbítrio.

Diversificação e convergência de mercados

Em seu artigo, o consultor Hamilton Terni Costa comenta pesquisa feita nos Estados Unidos e discute os rumos que estão sendo tomados pela indústria gráfica à luz dos movimentos no mercado americano.

Conhece a ti mesmo

Jorge Maldonado, presidente da Afeigraf, fala da informação qualificada e objetiva como um dos ativos mais importantes para que as empresas possam se adaptar rapidamente as mudanças do mercado.

Abigraf Nacional empossa nova diretoria

FUNDADA EM 1965

Membro fundador da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf)

O empresário Julião Flaves Gaúna, da Gráfica Pontual, de Mato Grosso do Sul, assume a presidência, tornando-se o primeiro líder setorial de fora de São Paulo a comandar a entidade nacional.

Desabrochar do Livre Arbítrio, acrílica sobre tela, 70 × 70 cm, 2022
16 36 32 4 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

O mercado livreiro e seus números

A Revista Abigraf conversa com Sevani de Matos Oliveira, presidente da Câmara Brasileira do Livro em sua primeira gestão. A líder setorial comenta os resultados do setor e das iniciativas adotadas pela entidade.

4º Prêmio Paulista de Excelência Gráfica

Na noite de 23 de junho, realizou-se na Escola Senai Theobaldo De Nigris a festa de entrega do 4 º Prêmio Luiz Metzler. Com a presença de 270 pessoas, foram entregues 33 troféus para 24 gráficas vencedoras.

Interpack assiste ao protagonismo das fibras

A maior feira internacional do setor de embalagens aconteceu no início de maio em Düsseldorf, na Alemanha, e colocou as fibras celulósicas em lugar de destaque, encabeçando as principais inovações.

Apresentação inédita brasileira na Taga

Bruno Mortara, superintendente do ABNT/CB-27, tornou-se o primeiro pesquisador de instituição brasileira a apresentar um trabalho na conferência anual da norte-americana Technical Association of Graphic Arts.

A inteligência artificial e a fotografia

Longe da polêmica, muitos profissionais estão encarando a inteligência artificial de forma prática. Um deles é o fotógrafo Chico Audi, que vem criando imagens realistas incorporando a IA nos seus trabalhos.

CONTEÚDO DESTA EDIÇÃO

Blendpaper apresenta novo papel especial

Companhia amplia oferta de produtos com uma nova linha de papéis texturizados com diversas opções de cores e gramaturas e se prepara para lançar sua primeira família de papéis reciclados.

40 44 Editorial/Julião Flaves Gaúna 3 Rotativa/Noticiário Geral 6 Nova Diretoria Abigraf Nacional 16 Entrevista/Sevani de Matos Oliveira ............18 Papel Imune 20 Prêmio Paulista de Excelência Gráfica 22 Interpack 28 Blendpaper 30 Gestão/Hamilton Terni Costa 32 Afeigraf/Jorge Maldonado 36 Ondas Impressas 38 Conferência Taga/Bruno Mortara 40 Conexão Brasília/Roberto N. Ferreira ......... 42 Fotografia/Chico Audi 44 Memória: Claudio Ferlauto 47 Memória: José Ferrari 48 Raízes/ João Scortecci 49 Mensagem/João Scortecci 50
18
22 28
30 5 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF

Artecola comemora 75 anos

Criada no Rio Grande do Sul, com sede no município de Campo Bom, a Artecola Química S.A. completou 75 anos no dia 5 de maio. Fundada por Francisco Xavier Kunst, a Artecola possui hoje nove plantas

produtivas, instaladas no Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, México e Peru, pelas quais atende um total de 18 países. Seu portfólio é composto pela produção de soluções adesivas e chapas termomoldáveis

sustentáveis para uso industrial, profissional ou doméstico, destinadas a diferentes setores: calçadista, moveleiro, automotivo, embalagem, gráfico, construção civil e agrobusiness. A companhia, na

atual estrutura, conta com três áreas de negócios: Indústria, Comércio e Extrusão, e gera mais de 800 empregos diretos.

“Temos a energia criativa de um jovem negócio e a força transformadora de uma experiente e sustentável companhia. Catalisamos todas essas inspirações para consolidar a visão de que unimos o que junto tem mais valor do que separado. E estamos muito felizes por contarmos com tantos parceiros que nos fortalecem e nos ajudam a projetar muitos outros anos de atividade”, comemora o presidente executivo, Eduardo Kunst. www.artecolaquimica.com.br

Pesquisa revela resultados de vendas de livros em 2022

A pesquisa “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, referente ao ano-base 2022, apontou um crescimento nominal de 3% sobre o ano anterior, nas vendas ao mercado. Realizada em parceria pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Snel, e Câmara Brasileira do Livro, CBL , com apuração da Nielsen DataBook, o levantamento é o mais longevo do setor no Brasil e na América Latina, e foi divulgado no dia 18 de maio, Considerando a variação do IPCA , de 5,79% no período, o resultado indica recuo de 2,8%, menor que em 2021, que foi de 4%.

A pesquisa acompanha o comportamento da produção e das vendas das editoras em quatro subsetores: Obras Gerais, Didáticos, Religiosos e CTP (Científicos, Técnicos e Profissionais).

No faturamento das editoras, os segmentos de livros didáticos, obras gerais e religiosos tiveram

um aumento nominal de 6%, enquanto o de CTP apresentou uma queda de 10%.

Superando pela primeira vez as livrarias físicas, as livrarias exclusivamente virtuais tornaram-se o canal com maior participação no

faturamento das editoras, alcançando 35,2% em 2022. Em obras gerais, também pela primeira vez, as Feiras do Livro/Bienal figuraram entre os cinco primeiros canais na participação do faturamento das editoras.

Já na pesquisa “Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro”, o faturamento com conteúdo digital em 2022 mostrou um crescimento de 35%. Apesar disso, continua representando apenas 6% do mercado editorial brasileiro.

Mercado Governo Total – 23% – 2% – 42% – 6% 3% – 24% VENDAS DO SETOR Nielsen BookData | Produção e Vendas Ano Base 2022 © 2021 Nielsen Consumer LLC. All Rights Reserved. 409 314 188 126 191 218 1.882 3.952 5.834 5.505 4.073 ■ 2021 ■ 2022 ■ Var. % 1.443 Exemplares (em mihões) Faturamento (em R$ mihões) www.snel.org.br/pesquisas www.cbl.org.br/pesquisas-de-mercado ROTATIVA 6 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
www. .com Facas de Guilhotina Tri-Lateral HSS e Aço Carbono parts@sabbry.com @sabbry +55 11 98327-5535 +55 11 2626-4219 Facas de Guilhotina Linear HSS e Aço Ferramenta Facas e Contra Facas de Guilhotina Tri-Lateral HSS e Aço Carbono Representante

Ibema arrecada 160 toneladas de resíduos em Embu das Artes

Instalado no segundo semestre de 2022, o contêiner do projeto Estação Preço de Fábrica Embu, em frente à sede da Ibema em Embu das Artes, na Grande São Paulo, está dando bons resultados. Entre outubro de 2022 e fevereiro de 2023, o contêiner recebeu 4,2 mil entregas. No total, foram cerca de 160 toneladas de materiais coletados, sendo 57,7 toneladas de papelão, 5,7 toneladas de papel branco, 615 quilos de cartolina e 96 toneladas de vidro. “Os resíduos são pesados e comprados por valores justos, similares aos praticados atualmente pelo mercado. Para aqueles que vivem da reciclagem é um ganho de renda significativo”, detalha Patrícia Vieira, compradora sênior na Ibema.

Parceria entre iFood e Klabin lança embalagens sustentáveis

Trata-se de ação desenvolvida pela startup Green Mining em parceria com a Ibema e o Grupo Boticário, que conta com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura de Embu das Artes, do Consórcio Intermunicipal da Região Sudoeste da Grande São Paulo e da Associação Comercial Industrial e Serviços de Embu das Artes.

O papel-cartão, que antes seria descartado de forma incorreta e poluiria o meio ambiente é reutilizado e transformado em novas embalagens. Um exemplo é o papel Ibema Ritagli, que possui 55% de sua mistura composta por fibras recicladas, sendo 35% oriundas de pós-consumo e 20% de material pós-industrial. www.ibema.com.br

Empresa brasileira de tecnologia, o iFood divulgou no início de junho uma pesquisa, conduzida pelo instituto Opinion Box, sobre o comportamento do consumidor em relação às embalagens usadas no delivery e a percepção dos usuários quanto às opções de embalagens mais sustentáveis. O estudo aponta que 76% dos clientes consideram importante ter na embalagem algum selo que comprove a sustentabilidade. Além disso, 54% das pessoas consultadas afirmam priorizar pedidos em restaurantes que tenham embalagens sustentáveis para o envio de comida. As respostas foram obtidas após entrevistas online com 1.112 pessoas, que realizaram ao menos um pedido de comida no delivery nos 30 dias anteriores à coleta dos dados, que

Miruna procura representantes

A Indústria de Máquinas Miruna, com 70 anos de atuação no mercado, procura representantes comerciais para a venda e divulgação da sua linha de máquinas de grampear em todo o território nacional. Os interessados devem ter empresa

de representação comercial ativa e com atuação junto às gráficas de todo o País. Contatar Cristiane pelo telefone (11) 2711- 0844 ou WhatsApp (11) 99124 - 0794. www.miruna.com.br

aconteceu no período entre 8 e 17 de março deste ano.

Quando perguntados sobre o material, 54% acham que as embalagens de papel e/ou compostáveis são as mais sustentáveis, aparecendo também entre o segundo e o terceiro lugares como as preferidas de 41% dos respondentes. Em relação a rejeição, dentro dos 71% que não aceitam algum tipo de embalagem, a que menos gostam é a de alumínio. Já 94% concordam que a vedação é o fator mais importante e a facilidade de descarte também é relevante para 8 em cada 10 consumidores.

Resultante da pesquisa, o iFood iniciou a campanha “Hambúrguer no Papel”, com o lançamento de embalagens sustentáveis em parceria com a Klabin. Segundo a companhia, além de inovadoras, elas são recicláveis e biodegradáveis e têm preços competitivos, minimizando custos e impactos financeiros aos restaurantes parceiros. Cerca de 30 hamburguerias em todo o País receberam as novas embalagens para a primeira fase do projeto.

ROTATIVA
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Brasil tem bom desempenho no prêmio latino-americano

No dia 9 de junho, Buenos Aires foi sede da cerimônia de premiação do XXVII Concurso Latino-Americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris, promovido pela Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf). As gráficas brasileiras tiveram uma participação destacada, trazendo da capital argentina 20 troféus da categoria Gráfica Ouro (1º lugar), 18 certificados de Gráfica Prata (2º lugar) e 4 menções honrosas (3º lugar), o que representou a segunda posição no cômputo geral. Dentre elas, as três com maior premiação foram a FTD, a Leograf e a Plural. O país mais premiado foi o México, com 25 troféus Ouro, 24 certificados Prata e 6 menções honrosas. México e

Brasil foram seguidos por: Paraguai, Chile, Argentina, Venezuela e Bolívia. “Queremos registrar os parabéns a todos os vencedores da premiação, que ajudaram a levar o nome da indústria gráfica brasileira novamente a um lugar de destaque no continente, reforçando a força do nosso segmento”, comemorou Julião Gaúna, presidente da Abigraf Nacional.

Nova pesquisa de salários e benefícios está disponível

Realização do Sindigraf-SP, com apoio da Abigraf-SP, foi anunciado em maio o lançamento da 27ª Pesquisa de Salários e Benefícios na Indústria Gráfica Paulista, elaborada entre os meses de novembro/2022 e março/2023 pela Wiabiliza Soluções Empresariais. O estudo contou com a participação de 58 indústrias gráficas de pequeno, médio e grande porte, representativas dos segmentos que compõem o parque industrial gráfico paulista, envolvendo o total de 11.061 trabalhadores.

Tendo como principais objetivos identificar e analisar as

Editoras brasileiras fazem bons negócios na Argentina

Participação das editoras brasileiras na 47ª Feira Internacional do Livro de Buenos Aires, realizada no período de 27 de abril a 15 de maio, resultou no total de 273,5 mil dólares em negócios fechados e expectativas para os próximos 12 meses. A delegação brasileira foi integrada por empresas apoiadas pelo Brazilian Publishers, projeto de internacionalização de conteúdo editorial brasileiro por meio de uma parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

práticas e tendências de remuneração para o mercado gráfico, a pesquisa fornece informações valiosas para uma adequada avaliação e definição das políticas de gestão de pessoas. Estão contemplados 280 cargos com descrição até o nível de gerência, bem como o levantamento dos salários nominais efetivos, atualizados para o mês de janeiro, observada a data-base de reajuste salarial e os índices acordados por ocasião das Negociações Coletivas de Trabalho 2022, além dos benefícios e outras práticas de recursos humanos.

O material contém: Abordagem; Abrangência do estudo; Estruturação e metodologia; Relação de empresas participantes; Distribuição das empresas por porte e segmento; Gráficos analíticos; Relação e descrição dos cargos pesquisados; Metodologia; Pontos de atenção; Resultados salariais; Medidas estatísticas; Mercado geral por porte e segmentos; Prevalência de benefícios; Prevalência de práticas de RH; Relatório de benefícios e políticas de RH

Informações sobre a aquisição do estudo podem ser obtidas através do e-mail dejur@ abigraf.org.br

Estiveram presentes as editoras Mil Caramiolas, Global, Girassol, Callis, Edusp e a Revista Internacional Destaque Nordeste, coordenadas por Rayanna Pereira, analista de Relações Internacionais da CBL, que representou o Brazilian Publishers no espaço promovido pelo projeto. Um dos grandes destaques da programação brasileira foi Itamar Vieira Júnior, que apresentou seu romance “Torto Arado”. As autoras Prisca Agustoni e Marília Garcia participaram do Festival Internacional de Poesia nos dias 28 e 29 de abril e Bernardo Carvalho marcou presença na Feira de 5 a 8 de maio.

“Os resultados obtidos com a venda de livros e direitos autorais na edição deste ano demonstram a qualidade da literatura brasileira e sua crescente popularidade em outros países”, declarou Sevani Matos, presidente da CBL.

www.cbl.org.br

ROTATIVA
DISTRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS POR PAÍS ● ● ● Total México 25 24 6 55 Brasil 20 18 4 42 Paraguai 5 6 11 Chile 3 1 4 Argentina 2 2 1 5 Venezuela 1 4 1 6 Bolívia 1 1 2 TOTAL 57 56 12 125 ● Ouro ● Prata ● Menção honrosa GRÁFICAS BRASILEIRAS PREMIADAS ● ● ● Total FTD 4 1 5 Leograf 3 3 1 7 Plural 2 3 5 Corgraf 2 2 2 6 Tilibra 2 2 4 P+E 2 1 3 Maistype 2 2 Antilhas 1 1 2 Sutto 1 1 2 Loyola 1 1 Braspor 3 3 Tuicial 1 1 Midiograf 1 1 Total 20 18 4 42 ● Ouro ● Prata ● Menção honrosa
10 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

Embalagem zero defeito

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ˍ

Agfa Offset Solutions agora

é Eco3 e lança

nova chapa

Papirus moderniza fábrica e amplia produção

Dando novos passos no plano de investimento de R$ 30 milhões, iniciado em 2021, a Papirus, nos últimos meses, instalou novos equipamentos e promoveu intervenções em diversas áreas da fábrica, com o objetivo de agregar mais agilidade, eficiência e qualidade aos seus processos.

Uma melhoria significativa em andamento é a construção de duas torres de 600 m² cada uma, para armazenamento de massa e água branca da linha do miolo. Essas torres trarão mais estabilidade em todo o processo de preparação de massa e melhores condições para retirada do refugo (quebra do papel) da máquina, além de permitir um volume de armazenamento maior.

Na área industrial, foi aplicado cerca de R$ 1,5 milhão na aquisição e instalação de uma nova caldeira a

gás natural, que aumenta muito a capacidade de produção de vapor e garante um abastecimento ainda mais seguro e confiável. Além da caldeira de biomassa, principal fonte de energia da fábrica, e da caldeira reserva de gás natural, a empresa dispõe de uma segunda caldeira reserva de gás natural para 15 t/h, alcançando uma capacidade total de 39 t/h de vapor. Entre os novos equipamentos, representando um investimento de cerca de R$ 4 milhões, está a nova embaladeira de bobinas, com a qual a empresa passa a embalar bobinas de até 1,80 metro e até 2.500 kg, que se soma à máquina anterior, com capacidade para bobinas de até 1,50 metro e 1.400 kg. Outra novidade é uma cortadeira sincronizada com melhor qualidade de corte, que agregou um ganho de 8% em produtividade. www.papirus.com

Fiery disponibiliza novas bibliotecas Pantone

Fornecedor de tecnologia de front-end digital (DFE) para impressoras industriais e de produção, o Fiery colocou a partir de maio novas bibliotecas Pantone

Formula Guide V5 (Coated e Uncoated) à disposição dos clientes usuários de impressoras de folhas soltas. A nova versão substitui a V4 e oferece todas as cores anteriores, além de outras 224 novas. A EFI e a Pantone têm uma parceria de longo prazo e mantêm sempre suas bibliotecas de cores atualizadas. “Temos o grande prazer de poder oferecer um conjunto de bibliotecas Pantone atualizadas a todos nossos clientes de maneira gratuita, sendo necessário somente baixar diretamente do nosso site e instalar para o servidor Fiery”, explica Marcelo Tomoyose, Business Development – Fiery Impress e Head Fiery Latin America.

Estão disponíveis para download as seguintes bibliotecas: Pantone Formula Guide V5 (com e sem

verniz); Bibliotecas Pantone Plus V 3 (Coated e Uncoated); Biblioteca Pantone Plus Extended Gamut (Coated); Bibliotecas Pantone Fashion, Home+Interiors; Bibliotecas Pantone Formula Guide (2ª edição) e Biblioteca Pantone GOE

No dia 21 de junho a Eco3, antiga Agfa Offset Solutions, recebeu a imprensa especializada em seu escritório em São Paulo para apresentar formalmente a nova identidade da empresa e falar das novidades para o segmento gráfico.

Em agosto de 2022 a divisão da Agfa voltada às soluções para impressão offset tornou-se independente do grupo Agfa, sendo adquirida por um fundo de investimentos alemão, o Aurelius, em abril deste ano, passando a adotar o nome Eco3 (ecologia, economia e conveniência extra). Fabrizio Valentini, presidente da Eco3 Brasil e América Latina, ressaltou o compromisso da Eco3 com a indústria nacional, salientando os investimentos em novas soluções. Entre elas, a nova chapa Adamas, especialmente desenvolvida para o mercado brasileiro. Produzida na fábrica de Suzano, interior de São Paulo, a Adamas dispensa o uso de químicos em seu processamento, tendo como alvo a impressão comercial e de embalagens. O produto, capaz de rodar 350 mil cópias e 75 mil em UV, está em fase final de testes e deve começar a ser comercializado em meados deste semestre. Ainda neste ano a unidade de Suzano deve começar a produzir também os insumos químicos para a impressão offset rotativa (como soluções de fonte). www.eco3.com

ROTATIVA
12 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

ROLAND 700 Evolution Elite

Desde 2016, a impressora offset plana mais tecnologicamente avançada do mundo.

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Fedrigoni Paper Brasil lança coleção Materica

Composta por papéis e cartões com um toque natural, rústico, porém elegante, a nova coleção Fedrigoni Paper, lançada no Brasil em junho, está disponível no formato 72 × 102 cm, de 120 a 360g/m². Versátil em gramaturas e cores, a linha Materica é voltada para designers e criativos na confecção de projetos para embalagens, materiais gráficos coordenados, capas, encartes, catálogos, etiquetas e brochuras de luxo. São papéis coloridos na massa, compostas por 40% celulose CTMP, 25% de fibra reciclada, 10% de fibras de algodão e

25% de celulose pura, com certificação FSC . Produzidos na Itália, os produtos chegam ao nosso país através da Konita Brasil, master dealer da fabricante italiana no território nacional. A linha de papéis especiais Materica inclui quatorze tonalidades, nas versões Acqua, Ardesia, Clay, Cobalt, Gesso, Pitch, Quartz, Rust, Terra Gialla, Terra Rossa e Verdegris, tanto em papel como em cartão, e já está disponível nas lojas que trabalham com os papéis da Fedrigoni Paper em todo o País.

www.konitabrasil.com.br

Visionfold e Novafold Bobst avançam na era digital

Fiel à visão de incorporar a conectividade e a digitalização em todo o setor, a Bobst aprimorou seus coladores de pastas de médio alcance com a implementação da interface de máquina Sphere. Combinadas com uma ergonomia evoluída, a Visionfold e a Novafold 50/80/110 permitem aos conversores de caixas dobráveis otimizarem o fluxo de trabalho de produção e entre os equipamentos e soluções digitais. De acordo com informações da Bobst, para linhas retas ou caixas com fundo travado e caixas de 4 e 6 cantos em vários materiais e formatos, as dobradeiras-coladeiras Visionfold e Novafold asseguram aos conversores a flexibilidade exigida pelo mercado. O dispositivo Accueject, disponível nas duas linhas de máquinas,

elimina caixas defeituosas na produção e garante que os clientes recebam apenas embalagens em perfeitas condições.

A interface Sphere fornece um único ponto de controle para todas as funções da máquina. Até duas telas de toque coloridas de 15", de alta definição, dão aos operadores a possibilidade de recuperar até 5.000 configurações de trabalho, com grande economia de preparação. Por meio da Sphere, os clientes podem assinar o pacote Bobst Connect Essential, que permite a conexão entre máquinas e dados em uma plataforma abrangente, proporcionando o acesso a dados de desempenho, indicadores de progresso e relatórios, além da assistência remota.

www.bobst.com

Queda na produção física da indústria gráfica em 2022

O Boletim nº 56 da Atividade Industrial, emitido pela Abigraf Nacional, registrou uma redução de 2,7% na produção física da indústria gráfica em 2022, em relação ao ano anterior. O resultado negativo reflete principalmente as incertezas do mercado em razão das eleições presidenciais e, em parte, à elevada base de comparação da retomada das atividades em 2021 (8,1%), após as enormes perdas, em decorrência da pandemia, em

2020 (–17,8%). Desde 2012, a indústria gráfica nacional já perdeu mais da metade da sua produção física industrial. O Boletim destaca que a produção física encerrou o ano passado 13,5% abaixo do nível pré-pandemia, na comparação com o quarto trimestre de 2019. De acordo com os dados da Abigraf, a indústria gráfica brasileira diminuiu 4,3% em 2022, fechando o ano com 15.691 empresas, gerando 154.569 empregos.

ROTATIVA
Sphere, avanço na transição para a conectividade e digitalização
PRODUÇÃO FÍSICA 2021 2022 3º T 22/ 3º T 21 4º T 22/ 4º T 21 4º T 22/ 3º T 22* Indústria Gráfica 8,1% – 2,7% – 2,4% 3,2% 0,9% Atividades de Impressão 23,7% – 4,4% – 11,2% 6,8% 9,7% Embalagem de Papel – 0,2% – 2,0% 4,1% 0,3% – 4,7% Produtos de Papel – 0,3% 2,5% 0,7% 5,9% 1,3% Indústria de Trans formação 4,3% – 0,4% 1,8% 0,7% – 0,8%
*Com ajuste sazonal. Fonte: IBGE (publicado por Abigraf Nacional)
14 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

Julião Flaves Gaúna é o novo presidente da Abigraf Nacional

N o dia 1º de junho, a Associação Brasileira da Indústria Gráfica empossou sua nova diretoria, eleita para o triênio 2023/26.

A solenidade foi realizada no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, MS. A posse do novo presidente, Julião Flaves Gaúna, tem grande significado para a Abigraf Nacional e para o mercado gráfico, pois trata-se do primeiro presidente, nos 57 anos da entidade, estabelecido em outro Estado que não seja São Paulo.

Como uma associação de representação nacional, essa descentralização é um passo importante em direção à construção de um ambiente positivo para a pluralidade de vozes, demandas e estratégias, por parte das Abigraf’s Regionais e do mercado como um todo. “Dessa forma, nos colocamos para fortalecer a entidade e pluralizá-la levando essa oportunidade para outros Estados e outras regiões. A proposta para os próximos anos é fazer com que o setor se fortaleça cada vez mais”, reforçou Julião em seu discurso de posse. Em seguida, destacou que a Abigraf seguirá como um espaço aberto ao diálogo e à convergência de ações, interesses e projetos da indústria gráfica. “Sempre enxerguei uma entidade forte e determinada, com bom diálogo, tanto no meio empresarial quanto no setor público e político do Brasil. E assim será em minha gestão”.

TRAJETÓRIA – Proprietário da Gráfica Pontual, Julião havia ocupado a vice-presidência da Abigraf Nacional na gestão anterior, 2020/23, sob o comando de Sidney Anversa Victor. Atuando na Abigraf desde o início dos anos 2000, ele também é diretor da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul. Foi vice-presidente e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Mato Grosso do Sul, presidente da Abigraf Regional MS, conselheiro do Codecom/Campo Grande (Conselho Municipal do Desenvolvimento Econômico), conselheiro temático de Micro e Pequenas Empresas do Sistema Fiems/ CNI / Compem, entre outros.

LEGADO – Sidney, agora vice-presidente, enfatizou a importância da transição e descentralização

do comando da Abigraf e sempre apostou na abertura para que novas ideias chegassem, com renovação nos quadros da entidade. Somando mais de 25 anos como parte da diretoria da Abigraf e representando a área de embalagem em diversos grupos de trabalho, Sidney destacou algumas das principais realizações à frente da entidade, durante a sua gestão, no período 2020/23: ativação das regionais do Amapá e Pará; criação da Abitec, Divisão de Inovação e Tecnologia Gráfica; a coordenação pela Abigraf do Comitê Brasileiro de Comunicação e Imagem Impressas (CB -27) junto à ABNT; o retorno do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini; a revitalização da sede do Sistema Abigraf, que passou por ampla transformação; a criação da TV Abigraf, um canal aberto ao público que objetiva valorizar a comunicação impressa.

Entre as autoridades presentes à cerimônia de posse estavam o presidente da Conlatingraf – Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica, Héctor Cordero Popoca; o secretário de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, que representou o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; e o deputado estadual Paulo Corrêa, representando o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA GRÁFICA

Triênio 2023/2026

DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente: Julião Flaves Gaúna

(MS) ◆ Vice-Presidente: Sidney

Anversa Victor (SP) ◆ Diretor

Secretário: Roque Noschang (RS)

◆ Diretor Secretário Adjunto: Evandro Rogério Volpato (SC)

◆ Diretor de Relações com o Mercado: Marcos Dybas da Natividade (PR) ◆ Diretor de Relações com o Mercado

Adjunto: Vicente de Paula Aleixo

Dias (MG) ◆ Diretor Financeiro: Carlos Roberto Jacomine da Silva (SP) ◆ Diretor-Financeiro

Adjunto: Fabio Gabriel dos Santos (SP) ◆ Vice-Presidente Região

Nordeste: Josair Santos Bastos

(BA) ◆ Vice-Presidente Região

Sudeste: Cristhine Samorini (ES)

◆ Vice-Presidente Região Sul: Cidnei Luiz Barozzi (SC) ◆ VicePresidente Região Centro-Oeste: Pedro de Sousa Cunha Júnior (GO)

DIRETORES PLENÁRIOS

Abílio de Oliveira Santana (PR), Altair da Graça Cruz (MS), Antônio Eustáquio de Oliveira (DF), Antônio Ivo Daflon dos Santos (RJ), Cleber Guimarães Bastos (BA), Dirceu Cipriani (AC), Elba Maria Valois Coutinho (PE), Ely Jorge Moreira da Silva (RR), Fernando Mayer (SC), Floriano Alves da Silva Junior (AL), Gustavo André Schneider (RS), James Hermes dos Santos (PI), João Batista Alves dos Santos (DF), João Marcelo Azevedo Santos (PA), João Ricardo Scortecci de Paula (SP), José Elenilton Pereira dos Santos (SE), José Mazzarollo (RS), Kaio Phellipe Lima Campos (AP), Lídio Moreira dos Santos (MT), Lorena Scopel Depizzol (ES), Luiz Carlos Dias Oliveira (MG), Marcone Tarradt Rocha (PB), Marcos Antônio do Carmo (GO), Ricardo Cruz Lobato (SP), Roberto José Basto Ferraz (PI), Suely Souza Santos (SE), Valton Moreira Pael Junior (MS)

CONSELHO FISCAL – TITULARES

Carlos Augusto Di Giorgio Sobrinho (RJ), Ricardo Marques Coube (SP), Rodrigo Velloso de Almeida (MG)

CONSELHO FISCAL – SUPLENTES

João Baptista Depizzol Neto (ES), José Carlos Fassarella Meneghetti (RJ), Valdomiro Luiz Paffaro (SP)

16 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023 NOVA DIRETORIA
Membros da nova diretoria exibem seus diplomas de posse

Sevani de Matos Oliveira

É difícil esperar um mercado saudável num país que perdeu

4,6 milhões de leitores

Aentrevistada desta edição é diretora geral na VR Editora. Ela assumiu no início do ano a presidência da Câmara Brasileira do Livro, CBL, com uma pauta voltada à disseminação de uma cultura de paz e de respeito ao contraditório e da adoção de uma nova visão de trabalho que contemple as dificuldades de todos os agentes envolvidos no mercado livreiro. Atendendo à Revista Abigraf, Sevani Matos fala dos resultados recentes do setor e das iniciativas que estão sendo adotadas pela CBL.

No dia 18 de maio a CBL e o Snel divulgaram o resultado da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro referente a 2022 [ver notícia na página 6]. Algum número a surpreendeu?

As pesquisas Produção e Vendas e Conteúdo Digital do Setor Editorial Brasileiro oferecem uma visão da indústria durante o período analisado e permitem acompanhar as mudanças ocorridas no setor. A série histórica dessas pesquisas revela a queda do mercado editorial nos últimos 17 anos, refletindo também a diminuição da base de leitores

ENTREVISTA
Por: Tânia Galluzzi
18 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

no Brasil, conforme indicado pela pesquisa Retratos da Leitura, lançada em 2020. É extremamente difícil esperar um mercado saudável e próspero em um país que perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores. Podemos observar que esse resultado é fruto da falta de políticas públicas e de ações para a promoção da formação de leitores no País. Iniciativas de incentivo à leitura são essenciais tanto para fortalecer o mercado quanto para o crescimento do nosso país.

O peso dos canais digitais já vinha se delineando, mas era de se esperar que eles ultrapassassem as livrarias físicas no balanço final?

Nós temos acompanhado o crescimento dos canais digitais ano após ano e reconhecemos sua importância para o mercado, especialmente considerando que o número de livrarias físicas é inferior ao desejado para um país com a dimensão e diversidade cultural do Brasil. Como resultado, muitos leitores acabam recorrendo aos canais digitais devido a essa dificuldade. No entanto, é sempre relevante ressaltar a importância das livrarias físicas. Trata-se de espaços de convivência, descoberta, exploração e aprendizado, que incentivam o hábito da leitura e fortalecem o acesso à cultura.

As feiras de livros oferecem oportunidades para despertar o interesse e incentivar a leitura, de modo que após esses eventos os leitores se sintam motivados a procurar mais livros e visitar livrarias. São momentos importantes para promover o hábito de leitura, expandir os horizontes literários e estimular o contato direto entre leitores e escritores.

O MERCADO SÓ TEM A GANHAR COM A PARCERIA COM INFLUENCIADORES DIGITAIS QUE DIVULGAM LIVROS E ESTIMULAM A LEITURA. EM MUITOS CASOS, AS RECOMENDAÇÕES DELES

FAZEM COM QUE OBRAS EDITADAS HÁ MAIS TEMPO SEJAM RESGATADAS E VOLTEM ÀS LISTAS DOS MAIS VENDIDOS.

No lançamento da 65ª edição do Prêmio Jabuti a CBL manifestou a intenção em se aproximar dos booktokers. Qual a influência do TikTok e do Instagram na formação de novos leitores? Acreditamos fortemente que o mercado só tem a ganhar com a parceria com esses influenciadores digitais que divulgam livros e estimulam a leitura. Eles têm condições de apresentar livros, autores, editoras e livrarias para um público jovem e em uma linguagem muito apropriada para eles. Em muitos casos, as recomendações desses influenciadores fazem com que obras editadas há mais tempo sejam resgatadas e voltem às listas dos mais vendidos. Portanto, vemos que essa influência é muito benéfica para a expansão da leitura em geral.

A Bienal de 2022 foi excelente e a pesquisa mostrou isso. Mas quando o evento aconteceu havia todo um clima de euforia com o fim da pandemia. Podemos acreditar que as feiras continuarão a figurar entre os cinco primeiros canais no faturamento das editoras?

Sem dúvida, é uma tendência promissora. Estamos acompanhando não apenas a Bienal do Livro de São Paulo, mas também todas as outras feiras de livros, e estamos testemunhando o sucesso tanto em termos de público como de vendas. Esse resultado é o reconhecimento do esforço em apresentar a produção literária nesses ambientes e aproximar o público das obras e dos autores.

Uma novidade do Jabuti deste ano é a viagem à Feira do Livro de Frankfurt como parte do prêmio ao autor do Livro do Ano. Há alguma outra novidade sob o guarda-chuva do projeto Brazilian Publishers visando a internacionalização da literatura brasileira?

A ideia é não apenas premiar o vencedor do Livro do Ano com um prêmio em dinheiro, mas também proporcionar a oportunidade de participar da maior feira internacional de negócios do livro, a Feira do Livro de Frankfurt. O objetivo dessa iniciativa é inserir o autor no contexto dos negócios internacionais e divulgá-lo para o mundo. Essas ações demonstram o compromisso da CBL em promover a literatura brasileira além das fronteiras do País, ampliando o alcance e a visibilidade dos autores nacionais no mercado internacional.

19 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF

Desvio de finalidade do papel imune

No período de 2012 a 2021, configurando crime, 3,15 milhões de toneladas de papel imune destinadas a fins editoriais foram utilizadas indevidamente para produtos comerciais e promocionais.

De acordo com levantamento efetuado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), R$ 3,5 bilhões deixaram de entrar nos cofres públicos em dez anos, no período compreendido entre 2012 e 2021, em decorrência do desvio de finalidade do papel imune. Desse total, a perda na arrecadação de impostos foi de 55% na esfera federal e de 45% para os Estados. À margem da lei, 3,15 milhões de toneladas de papel imune foram desviadas irregularmente para a impressão de produtos comerciais e promocionais.

Instituído pelo Artigo 150 da Constituição Federal, o papel imune é aquele destinado à impressão de livros, jornais e publicações periódicas, que, para impulsionar a cultura e a educação, possui isenção de tributação em relação ao papel de uso comercial. O desvio de finalidade se dá quando esse papel, imune de tributação, é usado para outros fins, o que configura um crime fiscal.

“O desvio de finalidade de papel imune lesa o País de diferentes maneiras. Em primeiro lugar, a perda de arrecadação tira do poder público um montante que poderia ser investido em melhorias para a sociedade. Por outro lado, concorrencialmente torna o mercado desigual, uma vez que quem opera ilegalmente o papel imune trabalha com preços abaixo do mercado porque deixa de recolher os impostos devidos”, comenta José Carlos da Fonseca Jr., diretor executivo da Ibá.

Segundo os números da Ibá, os Estados com maior desvio de papel imune, considerando-se o valor representado, foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Somente nesses

cinco Estados, a perda de arrecadação atingiu a soma de R$ 2,2 bilhões de 2012 a 2021.

COMBATE À FRAUDE

Há anos, a Ibá e outras entidades do setor vêm atuando junto aos governos estaduais para que as secretarias da Fazenda façam a regularização e aprimoramento do Sistema de Registro e Controle das Operações com Papel Imune (Recopi Nacional), que visa a auxiliar no controle das empresas que operam com o papel destinado a esse uso. Em paralelo ao trabalho do Recopi Nacional, a Ibá, desde 2016, vem tratando do problema de desvio de finalidade do papel imune junto à Receita Federal. A partir de 2017, o papel imune foi incluído no Plano Anual de Fiscalização. No final de 2021, a Ibá e a Receita Federal firmaram um convênio de cooperação técnica para a detecção de fraudes fiscais e aprimoramento dos mecanismos de controle e fiscalização. Em 2022, a entidade levou idêntica proposta para a Sefaz-SP e, depois, pleiteou o mesmo junto aos fiscos dos Estados de Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro.

AÇÕES DA ABIGRAF

A exemplo da Ibá, a Abigraf Nacional há décadas atua fortemente, por iniciativa própria e em conjunto com outras associações, no combate ao desvio de finalidade de uso do papel imune. Nesse sentido, tem apresentado repetidos pleitos junto aos governos federal e estaduais solicitando maior rigor na concessão do registro especial para operar com papel imune, bem como maior fiscalização. Paralelamente, tem desenvolvido ações de orientação e conscientização das empresas da sua base de representação, seja através de palestras e elaboração de cartilha, assim como na criação do Selo Papel Legal, desenvolvido a partir de um trabalho em parceria com a Abro, Associação Brasileira das Empresas com Rotativa Offset. O selo foi criado com o propósito de combater o uso indevido do papel imune e atestar que o papel utilizado no processo produtivo está de acordo com a legislação tributária vigente.

Para a Abigraf, uma alternativa viável para desestimular esse tipo de fraude seria reduzir a carga tributária do papel comercial. Assim, a pequena diferença não compensaria a prática do ilícito e, em contrapartida, o governo ganharia com o aumento da base de recolhimento, ou seja, apesar da redução das alíquotas, arrecadaria sobre um número bem maior de transações.

Uma luta muito antiga

Na edição nº 119 do Boletim da Indústria Gráfica, BIG , de agosto de 1960, foi reproduzido o teor de carta assinada por Theobaldo De Nigris, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo; João da Cruz Vicente de Azevedo, presidente do Sindicato da Indústria do Papel no Estado de São Paulo; e Jorge Madi, presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Papel e Papelão de São Paulo, dirigida a Newton de Oliveira Quirino, delegado titular do Setor de Crimes contra a Fazenda – São Paulo.

Dela, extraímos o seguinte trecho: “De acordo com os dispositivos legais que regulam a matéria, esse papel goza de tão grandes vantagens para ser usado exclusivamente para jornais, revistas e livros. Entretanto, verificou-se que, apesar da fiscalização por parte da Alfândega e da Fiban, êste papel vinha sendo usado para fins outros que não os mencionados, como, por exemplo, para embalagens em açougues, padarias, mercados, peças de automóveis, para folhetos de propaganda, programas de cinema, fitas para máquinas de calcular, cadernos, blocos, etc. Êste uso indevido do papel linha d’água vinha propiciando a intermediários inescrupulosos, com sacrifício dos cofres da Nação, lucros ilícitos que cálculos modestos orçam em cerca de três bilhões de cruzeiros anuais.”

Passados mais de 60 anos, como diz o velho ditado, continua “tudo como dantes, no quartel de Abrantes”.

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20 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

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4º Prêmio Paulista de Excelência Gráfica Luiz Metzler

Prêmio Paulista 2023 consagra 24 gráficas

OSenai Theobaldo De Nigris, no bairro da Mooca, recebeu mais uma vez a cerimônia de premiação do Prêmio Paulista de Excelência Gráfica Luiz Metzler. A festa aconteceu na noite de 23 de junho e contou com a presença de 270 pessoas. “O Prêmio Paulista tem como objetivo destacar a qualidade

da produção gráfica de São Paulo, bem como estimular o desenvolvimento desse importante setor. Estamos muito felizes com a adesão das empresas e com a qualidade das peças inscritas”, afirmou João Scortecci, presidente da Abigraf-SP, promotora do concurso. A coordenação técnica continua sob a responsabilidade do Senai.

Participaram da festa 270 pessoas, que celebraram a excelência da indústria gráfica do Estado de São Paulo.

Texto: Tânia Galluzzi
22 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

A quarta edição do certame contou com 212 produtos inscritos por 47 empresas nos nove segmentos contemplados pelo Prêmio Paulista: promocional, editorial, impressos de segurança, comercial, acondicionamento, rótulos e etiquetas, comunicação visual, impressos em rotativa offset e produtos próprios. No ano passado, 55 gráficas concorreram com 239 peças.

Repetindo a dobradinha de 2022, quem conquistou mais troféus foram a Leograf,

com quatro prêmios, e a Braspor, com três. As duas gráficas pertencem ao mesmo grupo e no ano passado também estavam no topo da lista, porém em posições invertidas. Com dois prêmios destacaram-se Ativa Online, Ipsis, Nova Soluções e Tilibra. Ao todo, 24 empresas sagraram-se vitoriosas, recebendo 33 troféus. Os três trabalhos mais bem avaliados em cada categoria serão automaticamente inscritos no Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini.

Antes de serem anunciados os vencedores do 4º Prêmio Paulista, a diretoria da Abigraf aproveitou a ocasião para entregar os troféus às gráficas paulistas vencedoras do Prêmio Theobaldo De Nigris. Treze gráficas brasileiras ganharam 42 prêmios na 27 ª edição do concurso latino-americano: 20 ouros, 18 pratas e quatro menções honrosas (veja página 10)

O 4 º Prêmio Paulista foi um oferecimento da Heidelberg e contou com patrocínio da Blendpaper, Bobst, Eco3, SunChemical, Suzano, Future Print e Afeigraf. Veja nas páginas seguintes os produtos e gráficas premiados.

47 participantes 212 produtos 24 premiados 33
Leograf, com quatro troféus, e Braspor, com três, foram as maiores vencedoras Robô Led foi uma grande atração
23 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF
No início da cerimônia foram entregues troféus aos premiados no Concurso Latino-Americano

GRÁFICAS VENCEDORAS

4 prêmios: Leograf ◆ 3 prêmios: Braspor ◆ 2 prêmios: Ativaonline, Ipsis, Nova Soluções e Tilibra ◆ 1 prêmio: Bignardi, Brogotá, Congraf, D’Print, Escala 7, FTD, Grafilar, Hawaii, Impressione, Log & Print, Macron, Pigma, Plural, Primi, Salinas, Sociedade Bíblica, Sutto e Tiliform

VENCEDORES DO 4º PRÊMIO PAULISTA

DE EXCELÊNCIA GRÁFICA LUIZ METZLER

Gráficas Produto: Caixa Armário 3 Corações

Calendários de Mesa e de Parede Leograf Gráfica e Editora

Produto: Calendário CBF

Publicações Não Contempladas nas Categorias Anteriores

Hawaii Gráfica e Editora

Produto: Livro Capa Dupla

EDITORIAL

Pôsteres e Cartazes Braspor Gráfica e Editora

Produto: Cartazete Premium Becks

Livros em Geral

Grafilar – Lar Anália Franco

Produto: Fábrica Faglia Nostra

Impressos de Segurança

Primi Tecnologia

Produto: Voucher RIR

COMERCIAL

Catálogos e Folhetos

Leograf Gráfica e Editora

Produto: Catálogo Box Mixed Emoções

Livros Infantojuvenis

FTD Educação Gráfica e Logística

Produto: Os Irmãos

Cadernos Escolares Fabricados em Conformidade com a Norma ABNT NBR 15733

Bignardi Indústria e Comércio de Artefatos de Papéis

Produto: Caderno Harry Potter

Displays de Mesa

Ativaonline Editora e Indústria Gráfica

Produto: Display Ativaonline Chocolate

Revistas sem Recursos Gráficos

Especiais

Ipsis Gráfica e Editora

Produto: Revista Elle Vol. 12 – 2023

Cadernos Promocionais e Agendas

Tilibra Produtos de Papelaria

Produto: Agenda Arg Plann Magic

Displays de Chão

Escala 7 Editora Gráfica

Produto: Display Portal BIC

Revistas com Recursos Gráficos

Especiais

Ipsis Gráfica e Editora

Produto: Revista In Miami

Papelarias, Certificados e Diplomas Sutto Artes Gráficas

Produto: Envelope Portal do Papel

RANKING DOS TROFÉUS CONQUISTADOS Empresa 2018 2019 2022 2023 Total 1 Braspor 4 1 4 3 12 2 Leograf 1 1 3 4 9 Plural 1 4 3 1 9 3 Ativaonline 1 2 2 2 7 Tilibra 2 2 1 2 7 4 Escala 7 3 1 1 5 5 Congraf 2 1 1 4 Primi 2 1 1 4 6 Antilhas 1 1 1 3 CBA B+G 3 3 FTD Educação 1 1 1 3 Ipsis 1 2 3 Jandaia/Bignardi 1 1 1 3 Nova Soluções 1 2 3 Pigma 2 1 3 Rami 1 1 1 3 Stilgraf 3 3 Tiliform 1 1 1 3 7 Eskenazi 1 1 2 Hawaii 1 1 2 Indemetal 1 1 2 Santa Inês 1 1 2 Sociedade Bíblica 1 1 2 Vektra 2 2 8 Ápice 1 1 Artprint 1 1 Brasilgráfica 1 1 Brogotá 1 1 Burti 1 1 D'Print 1 1 Futurebrand 1 1 Giankoy 1 1 Gonçalves 1 1 Grafilar 1 1 Impressione 1 1 Jauense 1 1 Lit. Bandeirantes 1 1 Log & Print 1 1 Mack Color 1 1 Macron 1 1 Mundial Paper 1 1 Neoband 1 1 Rosset 1 1 Ogra 1 1 Salinas 1 1 Sutto 1 1 Van Gogh 1 1 PROMOCIONAL Kits Promocionais Nova Soluções
Copa
Mundo
do
IMPRESSOS DE SEGURANÇA
24 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

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VENCEDORES DO 4º PRÊMIO PAULISTA DE EXCELÊNCIA GRÁFICA LUIZ METZLER

Cartões de Mensagens e Convites em Geral

Leograf Gráfica e Editora

Produto: Cartão de Natal Nossa Senhora das Graças

EMBALAGENS

Embalagens Semirrígidas sem Efeitos Gráficos

Ativaonline Editora e Indústria Gráfica

Produto: Press Kit Piracanjuba

Embalagens Sazonais

Nova Soluções Gráficas

Produto: Caixa Armário 3 Corações Copa do Mundo

Etiquetas Braspor Gráfica e Editora

Produto: Gargaleira Jameson

COMUNICAÇÃO VISUAL (SINALIZAÇÃO)

Produtos Promocionais

Log & Print Gráfica, Dados Variáveis e Logística

Produto: Bordo Azul Ed. 111

PRODUTOS PRÓPRIOS

Sacolas

Leograf Gráfica e Editora

Produto: Sacola MPOP Diamond

Sinalização em Grandes Formatos

D’Print Editorial Gráfica

Produto: Painel Senac

Kits Promocionais

Macron Indústria Gráfica

Produto: Calendário Kit 2023

Embalagens Semirrígidas com Efeitos Gráficos

Congraf Embalagens

Produto: CT Kit Reserva 51 Única 700 ml

Embalagens Flexíveis Impressas em Flexografia

Tiliform Indústria Gráfica

Produto: Stand-Up Pouch Euromass – Euronutry

RÓTULOS E ETIQUETAS

Sinalização em Pequenos e Médios Formatos Braspor Gráfica e Editora

Produto: Faixa de Gôndola Kraft Heinz

IMPRESSOS EM ROTATIVA OFFSET

Impressos Promocionais Pigma Gráfica e Editora

Produto: Pigma Calhambeque Brinde

COMISSÃO JULGADORA

Embalagens Semirrígidas com Efeitos Gráficos Especiais

Gráfica e Editora Brogotá

Produto: Embalagem Octalab –Medicamentos Estéticos Injetáveis

Rótulos e Etiquetas em Autoadesivo sem Efeitos Especiais

Impressione Rótulos e Etiquetas

Produto: Dads Cerveja Pilsen 350 ml

Livros

Sociedade Bíblica do Brasil

Produto: Bíblia da Mulher

Jurado e Coordenador da Comissão de Estudos: Bruno Cialone ◆ Jurados e Membros da Comissão de Estudos: André Liberato de Almeida, Enéias Nunes de Sousa e Robson Xavier de Carvalho ◆ Jurados: Ana Cristina Pedrozo Oliveira, André Lam, Bruno Beverari, Bruno Rizzo Ludovici, Carlos Alberto Perazolo, Carlos Navarro Gomes, César Augustus Rio Correa, Diego Aparecido

Nobre, Donizeti de Carvalho Baptista, Ederson Marques de Souza, Edson Justino Leite, Erika Dias Cifuente, Fernando Caparroz de Souza, Igor Andrade de Souza Lima, Jairo Oliveira Alves, Jefferson Zompero, Karin Luisa Moreira

Dutra, Lauro Mirio Ribeiro Junior, Livia Maria Tagliamento, Luilene Lang, Luis Fernando Rocha, Marcelo Aparecido

Embalagens de Micro-Ondulados com e sem Efeitos Especiais

Cartonagem Salinas

Produto: No Barril Kit Cubo Pentágono

Rótulos e Etiquetas em Autoadesivo com Efeitos Especiais

Tilibra Produtos de Papelaria

Produto: Ades Dec Duplo Mel

Trend/Holo

Revistas

Plural Indústria Gráfica

Produto: Revista Piauí Ed. 192

Sartori, Mauro Freitas, Priscila Bueno, Ricardo Morena Hiraishi, Rober Silva de Almeida, Rodolfo Forcinito Pereira, Rodrigo Venturini Soares e Rui Antonio Lanfredi Junior

26 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

MUITOS BENEFÍCIOS PARA TODOS QUE FAZEM A INDÚSTRIA GRÁFICA PAULISTA

CADA VEZ MAIS FORTE.

Ser um associado da ABIGRAF-SP é ser ouvido e representado por quem mais entende do segmento grá co paulista.

É ter representatividade, participar de tomadas de decisões, que criam oportunidades reais de desenvolvimento e inovação para o setor, elo fundamental na cadeia produtiva de comunicação.

São mais de 80 benefícios entre consultorias, descontos, créditos, infraestrutura, treinamentos, assessoria jurídica, Anuário Brasileiro da Indústria Grá ca, entre outros.

Para associar-se, ligue:

(11)3232-4500 ou envie email para: associativismo@abigraf.org.br

Interpack 2023: a revanche das fibras

Maior ponto de encontro da indústria global de embalagens, a Interpack aconteceu de 4 a 10 de maio, em Düsseldorf, na Alemanha. Com o tema “Bem-vindo ao lar”, a feira reuniu 2.807 expositores de 61 países e atraiu 143 mil visitantes, provenientes de 156 diferentes nacionalidades.

Destaque nos últimos anos, as embalagens de fibras celulósicas foram protagonistas de grandes novidades e responsáveis por uma grande mudança de mindset. A Stora Enso desenvolveu inovadora solução de embalagem de proteção. Trata-se da espuma de celulose Papira, produzida sem o uso de solventes, que está passando por avaliações para obter certificações de reciclabilidade e biodegradabilidade. Feita de fibras de polpa de madeira, Papira oferece proteção e amortecimento para embalagens de transporte.

Reconhecendo a importância da rastreabilidade e a crescente demanda por informações adicionais nas embalagens, a Seda adotou abordagem inovadora ao incluir um tab destacado em suas

embalagens promocionais. Esse tab contém um QR Code, que proporciona acesso rápido e fácil aos conteúdos adicionais e promocionais relacionados ao produto. Cada embalagem ou copo de papel individual tem seu número de série.

A Mondi e a Velteko lançaram embalagem de papel produzida com o “Functional Barrier Paper 95/5”, papel barreira reciclável com proteção contra vapor de água, umidade e insetos, adequado para alimentos secos, frescos e congelados. A embalagem foi produzida em máquina de embalagem vertical compacta e de alta velocidade, da Velteko, capaz de produzir até 200 sacos por minuto.

KHS, Mondi e Krones apresentaram alternativas para multipack e agrupamento de embalagens de papel-cartão ou micro-ondulado, que permitem aos fabricantes de bebidas eliminar completamente o uso de filmes termoencolhíveis e reduzir o consumo de plástico. Da mesma forma, a Ulma Packaging, Selovac, Mondini, Sealed

EMBALAGEM
28 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
Assunta Camilo e Edenilson Santos

Air e Bernucci apresentaram tecnologias para bandejas de papel-cartão revestidas na matriz de formação com filme plástico adequado, que garante barreira necessária para a proteção do produto, sempre reduzindo o consumo de plásticos.

Para substituir embalagens de uso único, a Multivac introduziu a inovadora linha de termoformadoras R 245, projetada especificamente para bandejas de papel-cartão. Possui sistema de alimentação que permite o manuseio eficiente das bandejas de papel-cartão pré-montadas. Durante o processo de termoformação, as bandejas são revestidas com um filme plástico adequado, que fornece barreira eficaz para a proteção do produto embalado. Há um sistema para retirar facilmente este filme após o consumo.

A Illig destacou sua nova geração de máquinas de embalagem da série HSU (Hot Seal Unit). Com a máquina de embalagem HSU 650, a empresa estabelece novos padrões para embalagens tipo blister que são produzidas com papel-cartão. Essa linha de máquina faz parte da estratégia de

A série de robôs Delta FlexPacker, da ABB, oferece alta velocidade e precisão no manuseio de produtos e embalagens. Esses robôs são altamente flexíveis e adaptáveis, permitindo a rápida reconfiguração das linhas de embalagem para atender a diferentes necessidades de produção. Isso é especialmente importante em um contexto em que os consumidores exigem embalagens personalizadas e variedade de produtos.

“paperização” da empresa no setor “não alimentar”, contribuindo na transição para materiais à base de papel e celulose.

Diversas soluções para a automação e digitalização das operações de embalagens ganharam destaque na Interpack. Entre elas, estão o manuseio automatizado de pacotes, sistemas de transporte inteligentes, robôs de coleta e AMRs (Robôs Móveis Autônomos). Essas tecnologias permitem maior eficiência, flexibilidade e personalização nas operações de embalagem, atendendo às demandas em constante mudança dos consumidores.

A Garant Maschinen e a Windmöller lançaram a série e.BAG para produção de embalagens de papel destinadas ao segmento de delivery. Uma das principais inovações é a fita de abertura em linha, que torna a abertura da embalagem fácil e conveniente, promovendo uma experiência positiva para o cliente, além de excluir o uso dos tradicionais grampos para fechamento.

Realizada a cada três anos, a Interpack 2023 reforçou a importância dos pilares da sustentabilidade, novas tecnologias e segurança na indústria de embalagens. Esses aspectos são fundamentais para impulsionar a inovação e o desenvolvimento de embalagens melhores para um mundo melhor

A próxima Interpack está marcada para 7 a 13 de maio de 2026.

Assunta Napolitano Camilo é diretora do Instituto de Embalagens, graduada em Engenharia Mecânica e especialista em Administração Industrial, ambas pela USP.

Edenilson Santos é analista de comunicação e marketing do Instituto de Embalagens

29 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF

INDÚSTRIA DE PAPEL

Texto: Evanildo da Silveira

Blendpaper amplia oferta de produtos

Os lançamentos da empresa em 2023 incluem a Signaplus, linha de papéis texturizados com ampla variedade de cores e gramaturas, além de sua primeira família de papéis reciclados.

Depois de renovar a linha Colorplus com a adição da cor Egito no início deste ano, a Blendpaper se prepara para aumentar a oferta de papéis especiais. Ainda neste ano, a fabricante colocará no mercado a Signaplus, linha de papéis texturizados com diversas opções de cores e gramaturas. Serão ao todo, antecipa Bruno Drago, diretor de marketing e comercial, 183 novos itens. Além da Signaplus, também está programada para 2023 a adição de mais um tom na paleta Colorplus.

As novidades seguem a estratégia de renovação constante. “Aprimoramos nossos produtos para frontais de rótulos de bebidas e alimentos, garantindo melhor resistência à umidade e opacidade por meio de uma resina à base de água muito mais alinhada às demandas de ESG”, diz Drago. “Recentemente introduzimos no mercado nossos frontais com elementos de segurança, a fim de evitar a falsificação e garantir a autenticidade de produtos privados”, completa o diretor.

Está nos planos da Blendpaper para 2024 o lançamento de sua primeira linha de papéis reciclados, assim como a aplicação de itens de segurança em papéis coloridos na massa. “Em papéis especiais, pretendemos lançar produtos com barreira à água, óleo e oxigênio, que prometem revolucionar o mercado.” Entre os projetos para o próximo ano está ainda o aumento dos pontos de contato da marca com o mercado, incluindo treinamentos e a exposição dos produtos em conjunto com as regionais da Abigraf.

FOCO NO MERCADO GRÁFICO

A inovação acompanha a trajetória da Fábrica de Salto, no interior de São Paulo, desde sua fundação, há 134 anos. Em 2020, a então detentora da unidade, a Fedrigoni Brasil Papéis, foi comprada pela Jaraguá Capital, passando a se chamar Blendpaper no ano seguinte. Afora os papéis especiais, a planta, que ocupa uma área de 98.000 m², produz papel-moeda (única fabricante na América Latina) e papéis de segurança, linhas que fazem parte da BP Security.

Ciente da importância do mercado gráfico, após a aquisição a empresa decidiu reorganizar suas linhas, procurando expressar os atributos de seus produtos por meio de uma nova identidade visual para as suas marcas, como Colorplus, Markatto e Ultrablack. A fabricante investiu maciçamente na estrutura comercial para estar mais presente e disponível em todo o território nacional por meio da sua rede de distribuição.

Segundo Bruno Drago, a Blendpaper diversificou seus produtos para os segmentos de embalagens e offset, bem como incrementou a família de papéis metalizados, com o Metalplus, e fluorescentes, com a linha Neonplus. “Também criamos um site com foco no consumidor final, a fim de promover uma busca mais prática por produtos e aplicação”, acrescenta. “Em nossas mídias sociais, triplicamos nossos seguidores e aumentamos a frequência de conteúdos sempre priorizando a aplicação de nossos papéis.”

BLENDPAPER www.blendpaper.com.br

Bruno Drago, diretor de marketing e comercial
30 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
As linhas de papéis Blendpaper são produzidas na Fábrica de Salto, fundada há 134 anos

Diversificação e convergência de mercados: afinal, onde está e quem é o cliente

Não é de hoje, e nem é só pelas consequências da pandemia da Covid-19, embora ela tenha agravado as circunstâncias, que muitas gráficas vêm buscando alternativas de mercado para seu desenvolvimento e, mesmo, sobrevivência. Ou, melhor dizendo, se expandindo para outros segmentos além daquele em que habitualmente trabalham.

Não é um fenômeno novo. Ao longo dos tempos, as gráficas sempre foram se adaptando a novos mercados e a novos produtos à medida que a tecnologia avança e, muitas vezes, levadas pelos próprios clientes que necessitavam de novos produtos e recorriam aos seus fornecedores habituais.

A questão é que a contração dos mercados e as consequências danosas da pandemia nas cadeias de suprimento levaram essa condição a um novo patamar. Na realidade se estima em cerca de 30% de gráficas na América Latina que, ou se concentraram ou seja, fundiram-se  , ou fecharam suas portas. Um número significativo.

Para as que permaneceram no mercado, as buscas por alternativas se intensificaram, principalmente no caminho daqueles segmentos que seguiram se expandindo, como no caso das embalagens impressas incluindo rótulos e etiquetas.

Mas, quis trazer aqui uma pesquisa interessante realizada pela NapcoMedia (https://www.napco.com), dos Estados Unidos, através de sua área de pesquisa de mercado em sua publicação Printing Impressions,

que vem acompanhando há alguns anos esse processo a que eles chamam de convergência.

Primeiro, quem é a NapcoMedia? É uma empresa dedicada a publicações, eventos e pesquisas, entre outras coisas, nas áreas de impressão e embalagens, produtos promocionais, marketing e varejo. Hoje, a Napco pertence à Printing United Alliance, a maior associação gráfica norte-americana, que é o resultado da fusão entre a SGIA, a PIA, a NAPL e a Idealliance.

Esse crescimento da Printing United Alliance é interessante. Uma associação, a SGIA, veio crescendo a partir das aplicações de impressão digital e, gradualmente, tomou força a ponto de absorver as outras entidades mais voltadas à chamada gráfica comercial. Os que eram o patinho feio da história se tornaram a associação dominante. Depois, a NapcoMedia foi também incorporada nesse processo.

Explico isso, não só por ter acompanhado de perto todo esse movimento ao trabalhar por muitos anos com a NPES associação dos fornecedores de equipamentos e insumos gráficos que realizava as feiras GraphExpo e Print  , que se transformou na ApTech, Association for Print Technologies. Mas, principalmente, porque a SGIA pregava essa tendência da convergência de mercados supridos pelo setor gráfico.

Para a Napco, a convergência é definida pela expansão de gráficas indo além de seus mercados tradicionais. Com duas visões. Uma, em nível macro, onde os vários segmentos gráficos estão se movendo juntos

GESTÃO
32 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
HAMILTON COSTA

Movimento de diversificação das gráficas no mercado norte-americano

80% das gráficas nos Estados Unidos estão trabalhando ou considerando trabalhar em outros segmentos de mercado

Adaptação do autor a partir do estudo Diversification Patterns in Print: opportunity in adjacent markets, da NapcoResearch, 2021 (https://piworld.tradepub.com/free/w_hp496/)

para formar uma indústria gráfica mais harmoniosa e, diria eu, mais abrangente. Outra, em nível micro, dizem eles: “Vê-se várias gráficas adotando novas soluções para diversificar seu portfólio de aplicações de forma a servir uma variedade maior de necessidades para seus clientes”.

Estamos falando, claro, do mercado norte-americano, onde cada nicho de mercado é mais amplo que os mesmos nichos nos mercados brasileiro ou latino-americano. No nosso país, uma gráfica média ou pequena, de forma geral, sempre procurou fazer de tudo um pouco, ainda que muitas tenham uma especialização em determinado segmento ou produto.

Ainda assim, é interessante ver esse processo de convergência porque aqui também é real, embora nunca o tenhamos medido claramente em nossa região.

Vamos, então, a essa pesquisa.

Um primeiro levantamento da NapcoMedia dessa chamada convergência foi feito no começo de 2018 com o título de Convergence in the Printing Industry: understand growth opportunities and competition (convergência na indústria gráfica: oportunidades de crescimento e competição, em tradução livre). Nesse estudo foram pesquisadas empresas gráficas dos segmentos comercial, embalagens, grande formato, vestuário, industrial e as chamadas gráficas próprias tradução minha para o in-plant , gráficas que estão dentro de uma empresa ou grupos de empresas, um importante mercado lá nos Estados Unidos. Como já foi entre nós a produção própria de livrões e revistas, por exemplo.

A maioria dos respondentes já indicava que buscar expansão dos negócios em outros segmentos de mercado era uma oportunidade, tanto que 33% já o faziam, enquanto outros 39% estavam pesquisando ativamente. E que essa expansão cresceria nos

anos seguintes, incluindo fusões e aquisições para acelerar esse processo.

Com a pandemia, esse processo de diversificação se ampliou. A NapcoMedia então fez uma nova pesquisa, nos mesmos moldes da primeira, no fim de 2021, com o título de Diversification Patterns in Print: opportunities in adjacente markets (Padrão de diversificação na impressão; oportunidades em mercados adjacentes, em tradução livre).

Sob o impacto das mudanças globais, mudanças do consumidor e mudança do comportamento dos compradores de produtos gráficos, entender esse processo ajuda a entender como a indústria está mudando e como as empresas estão se adaptando a essas mudanças.

Nada menos do que 80% das empresas entrevistadas estavam considerando ou fazendo a diversificação em pelo menos um segmento; 66% deles estavam considerando dois ou mais segmentos, enquanto outros 51% pensavam ou já atuavam em três ou mais segmentos.

Preparei o quadro acima baseado na pesquisa, para se ter uma melhor ideia desse movimento. Nele não estão retratadas todas a opções, mas as que considerei mais relevantes. Exclui as gráficas de empresas por não terem aqui a mesma relevância que lá, ou não termos estatísticas apropriados sobre isso.

Para melhor compreensão, vamos entender o que a pesquisa considera como gráfica comercial, para estarmos na mesma sintonia. É um amplo segmento que inclui a impressão de revistas, catálogos, material promocional, formulários, impressos transacionais e outros. Ou seja, inclui boa parte do promocional e editorial, além do que consideramos comercial por aqui.

O segmento que nos Estados Unidos se chama de graphics, se define como gráficas focadas em

Grande Formato/ Sinalização
Rótulos Cartuchos Flexíveis Ondulado Gde. Formato Vestuário Industrial
Comercial/ Editorial/ Transacional 40% 37% 34% 38% 32% 34% 32% 32% 32% 30% 29% 24% 22% 40% 38% 39% 37% 36% 33% 30% 23%
Segmentos alvo Embalagens/ Rótulos Segmentos primários das gráficas 33 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF

impressoras inkjet de grandes formatos, impressão digital e até silk screen. São as de comunicação visual, sinalização, envelopamentos e outras aplicações. Abrange também o mercado de OOH (out of home).

Impressão industrial de vestuário, inclui a produção de material têxtil, roupas, tecidos para decoração, calçados e outros.

Impressão industrial é a impressão utilizada dentro do processo de produção de diferentes indústrias como móveis, tecidos, eletrônicos, cerâmicas e outros. Interessante ver isso aqui, até porque no Brasil algumas das empresas desses mercados começam a terceirizar sua produção buscando impressores para atendê-los. É um dos mercados com maior potencial de crescimento.

No quadro, na coluna da esquerda, estão as gráficas no seu segmento primário de atuação e, nas linhas, a indicação dos outros segmentos onde essas gráficas estão se estabelecendo ou pesquisando para se estabelecer. A soma das bolinhas é mais que 100% pelo que já dissemos, porque há empresas se estabelecendo ou querendo se estabelecer em mais de um segmento.

Como se vê, os mercados de embalagem rótulos, cartuchos, flexíveis e ondulado são os mais procurados, o que parece lógico, vindo de gráficas que não são desse segmento. O interessante é ver também as gráficas de embalagem buscando oportunidade em outros segmentos da mesma área, assim como em mercados como os de graphics, os de vestuário e o industrial. Há uma intensa movimentação e a constatação de que 80% das empresas entrevistadas estão fazendo esse movimento.

A conclusão da pesquisa faz uma apologia ao conceito de convergência ao afirmar que “a convergência continuará a ocorrer nos segmentos de impressão até que haja uma indistinção das linhas entre os diferentes tipos de fornecedores gráficos”. Foi esse conceito, aliás, que fez a Printing United Alliance crescer, ao mostrar que o mercado convergia para uma coisa única, genérica.

A argumentação da pesquisa é a de que, atualmente, o comprador de serviços gráficos pode achar mais conveniente ter fornecedores que atendam suas várias necessidades. Que a contração na indústria gráfica e a busca pelo crescimento dos negócios da gráfica vai continuar a direcionar essa expansão em segmentos adicionais e, por consequência, a convergência. E que a tecnologia continua a evoluir e, mais do que nunca, tornar mais fácil para os impressores criar novos negócios.

Embora concorde do ponto de vista macro, tenho algumas dúvidas sobre essa conclusão. Entender a busca da diversificação pelas empresas, como a pesquisa mostra, me parece interessante do ponto de vista estratégico e, por isso, me pareceu importante trazer

isso à tona. Pode servir de parâmetro e indicar caminhos. Mas, por outro lado, a especialização é a que traz o melhor desempenho, o melhor custo/benefício a melhor produtividade.

Já conheci gráficas pelo mundo com amplas plantas de produção atendendo a diferentes segmentos de mercado, mas vi que as melhores plantas eram aquelas especializadas no seu cliente/mercado alvo. Não tenho dúvidas que a flexibilização de atendimento e de produção é um dos caminhos de sucesso. Mas também não tenho dúvidas que tanto uma coisa como outra devem servir para atender seu cliente/ mercado-alvo bem definidos.

Nesse aspecto, fica a questão: quem é afinal seu cliente? Qual deve ser sua diversificação e sua especialização quando atendemos a esse cliente/mercado?

A identificação do cliente ou de quais dores do cliente atendemos, pode definir e mesmo desenvolver todo um mercado.

Em um artigo no ano passado nesta revista, citei, entre outras, duas empresas que desenvolveram mercados identificando cliente e/ou suas dores. Uma delas foi a Criativando (www.criativando.com.br), que descobriu e focou no seu cliente-alvo arquitetos e decoradores  , formou uma plataforma de atendimento e uma franquia incrível de papéis de parede. E hoje avança com a Criativando Home Design, que se propõe a criar soluções luxuosas e personalizadas em decoração incluindo móveis, quadros, tapetes e complementos.

A outra é a Meta Brasil (www.metabrasil.com. br), que em sua linha editorial apostou na solução das grandes dores das editoras: estoque e distribuição através do seu site UmLivro (https://loja.umlivro.com.br), que atende a consumidores, livrarias, os marketplaces de livros, como Amazon e Magalu, e, claro, as editoras.

Enfim, a diversificação é uma alternativa adequada e importante, especialmente em momento de rápida transformação como a que estamos passando. As gráficas estão buscando alternativas e esse movimento leva ao que se chama de convergência de mercado no sentido de um amplo atendimento da indústria de impressão ao mercado.

Dentro disso, a identificação de clientes/mercados-alvo e o desenvolvimento de soluções e especializações é também um caminho seguro para avançar. Afinal, o cliente é seu mercado, como costumamos dizer.

E então? Por onde vão você e sua empresa? Já definiu, ou está buscando alternativas?

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Podcast Ondas Impressas

34 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

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NOSCE TE IPSUM

Reza a lenda que no templo de Apolo, na Grécia Antiga, havia a inscrição g nothi seauton (γνῶθι σεαυτόν), que em latim seria Nosce te Ipsum e que no português significa “conhece a ti mesmo”. Existem várias controvérsias sobre a autoria dessa frase, mas, considerando o legado da cultura grega à civilização ocidental, a discussão da autoria não é algo relevante.

Conhecer a nós mesmos é sim uma necessidade. Sobretudo pelos momentos complexos que estamos atravessando, desde uma pandemia paralisante, seguida por conflitos bélicos, processos inflacionários, crise de emigração e tantos outros que deixam a perspectiva de presente e futuro ainda mais desafiadora.

Em períodos de tanta incerteza, a filosofia adquire importância ainda maior, uma vez que sua principal função é provocar a reflexão. Isso vai ao encontro do pensamento de um dos seus principais expoentes, Sócrates. O filósofo ateniense dizia que através do conhecimento do “eu” conseguimos encontrar as justificativas para nossas ações no presente e, com isso, a possibilidade de definirmos o nosso futuro.

Aqui entram em cena as três perguntas existenciais que estão enormemente relacionadas ao Nosce te Ipsum: quem sou eu, onde eu estou e para onde eu vou? Quando nos propomos a

verdadeiramente respondê-las, inexoravelmente chegaremos a algumas reflexões e, às vezes, a respostas de grande benefício para as nossas vidas. O mais interessante sobre este assunto é que essas mesmas indagações podem ser aplicadas às empresas. Por exemplo: que tipo de organização nós somos, em que mercado atuamos e para onde vai esse mercado? São questionamentos que hoje, dada a enorme quantidade de mudanças e variáveis, precisam ser feitos constantemente.

Proponho, então, o exercício de buscar respostas para tais questões.

Que tipo de organização é a nossa? Essa resposta tem de ser dada pela diretoria da própria empresa, que periodicamente deve revisar o seu propósito, considerando suas virtudes e defeitos, dentro de mercados com demandas mutantes.

Em qual mercado atuamos? Temos de conhecer profundamente o comportamento do segmento onde estamos inseridos, como ele se comporta e com que rapidez responde às grandes mudanças de hábito de consumo. Essa é uma análise fundamental para toda e qualquer organização, principalmente diante da velocidade das mudanças de humor do consumidor.

Curiosamente, a resposta para a terceira indagação, sobre os rumos do mercado, não é complexa. É clara e objetiva. A dificuldade está em

AFEIGRAF
JORGE MALDONADO
36 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
Ilustração: Freepik/ojosujono96

reunir os elementos necessários para que se enxergue o cenário de forma panorâmica.

Vamos lá! Tudo se inicia com uma explicação geopolítica.

O conflito pela liderança mundial entre os Estados Unidos e a China estabeleceu-se num novo patamar, não mais político e sim industrial. Não estamos numa guerra na frente bélica, ou numa guerra fria. Estamos abertamente numa guerra industrial, na qual a crise sanitária da Covid-19 e a consequente ruptura das cadeias de distribuição provocaram a reflexão de diversos países sobre a falência de um sistema com elos produtivos localizados em diferentes partes do mundo. O fato de a China concentrar a manufatura de máscaras, respiradores e outros elementos médicos, tão necessários numa situação de crise sanitária mundial, fez soar os alarmes. Os Estados Unidos querem agora recuperar o terreno perdido, por isso estão investindo numa ambiciosa reforma industrial da ordem de 2 trilhões de dólares. O assunto é sério, transformando-se em tema de segurança nacional. E a Europa vai pelo mesmo caminho.

O que acontece então com o Brasil? Bom, os números indicam que na década de 1980 a indústria de transformação tinha participação de 35,9% do PIB, índice que caiu para 12,9% em

2022. No cenário atual, está claro que o Brasil tem obrigatoriamente de sair dessa condição e realizar uma drástica reforma industrial. Isso não só olhando para o mercado interno, mas também para liderança regional. Diante dos investimentos e projetos dos grandes blocos mundiais, ficará cada vez mais complexo emplacar os produtos brasileiros lá fora.

Por outra parte, o Brasil está numa posição privilegiada no tema ambiental: 46% de nossa matriz energética está fundamentada em fontes renováveis, número quatro vezes maior do que a média dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Em maio, a Confederação Nacional da Indústria, CNI, divulgou, em conjunto com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp, o “Plano de Retomada da Indústria”. Ele considera quatro missões: descarbonização, transformação digital, saúde e segurança sanitária e a defesa e seguridade nacional, agora chamado de neoindustrialização. E qual é o ponto de partida? A reforma tributária, que está atualmente em análise no Congresso. Acordos e negociações para o benefício do País dependem da vontade e responsabilidade institucional e política de todos os envolvidos. Tomara que isso aconteça.

Essas duas realidades, a geopolítica e o ambiente interno, falam por si mesmas e de forma explícita a que todas as organizações industriais e prestadoras de serviço deverão se adaptar, queiram elas ou não. Não há como fugir da digitalização, da integração e da descarbonização, utilizando para isso os pilares da indústria 4.0, a Inteligência Artificial e outras ferramentas já disponíveis. Esse é o futuro, a resposta objetiva à questão colocada anteriormente e para lá os mercados estão direcionados.

Voltando aos gregos. Eles procuravam responder as perguntas existenciais e muitas outras baseados no conhecimento e informação do dia a dia, para depois, racionalizando essas mesmas experiências, encontrar suas respostas. Por tudo isso fica muito claro que informação é um dos ativos mais importantes das organizações.

Há quase 20 anos nós da Afeigraf estamos junto aos nossos associados e ao mercado, entregando não só produtos, insumos e serviços, como também, desde 2018, informação qualificada e objetiva sobre a indústria gráfica via o Boletim Econômico Afeigraf, que já está perto de cumprir seu quinto ano de publicação e distribuição gratuita. Nosso objetivo é justamente contribuir para que as organizações consigam encontrar respostas para o Nosce te Ipsum.

Jorge Maldonado é presidente da Afeigraf
37 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF

Destaques da quarta temporada do Ondas:

embalagens sustentáveis, vendas, gerenciamento de cores e tendências em rótulos

de cores e os rumos do

A quarta temporada do podcast Ondas Impressas apresenta uma série de episódios que abordam temas relevantes para a indústria de impressão e conversão. Com a participação de especialistas, os episódios fornecem insights valiosos sobre questões como complexidade nos projetos de embalagem, estruturação comercial, gerenciamento de cores e os rumos do segmento de rótulos.

No EP 2, intitulado A complexidade nos projetos de embalagem, a jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa conversam com Ricardo Sastre e Cristiane Zeni, fundadores da Mudrá Design. Com mais de três décadas de experiência na área, eles exploram os desafios do desenvolvimento de embalagens sustentáveis, desde a concepção até a relação entre os donos das marcas, os projetistas e os fabricantes.

No programa seguinte, os âncoras recebem Renata Centurión, especialista em venda B2B e diretora para a América Latina da Winning by Design, e Regiane Rocha, gerente comercial da Printi. As convidadas discutem a importância de parametrizar cada etapa do processo de venda, a transparência na comunicação com o cliente e a relevância de ter uma equipe bem treinada e motivada.

No EP4, Gerenciamento de cores, os convidados são Bruno Mortara, superintendente do ABNT/CB-27, e Pedro Gargalaca, diretor da Coralis. Os especialistas desmistificam o tema do gerenciamento de cores na indústria de impressão, explicando a importância de garantir a consistência e a acuracidade das cores, transformando-a num diferencial competitivo, além de abordar normas e padrões nacionais e internacionais. Atendendo a pedidos

EP5 para

aprofundar o tema gestão da cor e indicar caminhos para que as gráficas se tornem mais produtivas.

Na sequência, EP6, o canal se propôs a olhar para a reciclagem no Brasil, chamando Pedro Vilas Boas, presidente executivo da Associação Nacional dos Aparistas, Anap, e Marcella Bueno, diretora de operações da Eureciclo. Enquanto Pedro traça um cenário bastante realista do segmento de aparas de papel, que vem sofrendo com o excesso de oferta, Marcella fala dos avanços dos certificados de reciclagem.

No EP 7, Tendências em rótulos e etiquetas, o bate-papo acontece com Renato

Rafael e Keyse Ramalho, da Avery Dennison. Os convidados destacam as tendências que estão impactando o setor de rótulos e etiquetas, como a sustentabilidade, a expansão do e-commerce, as mudanças nos hábitos dos consumidores e o foco na produtividade. Eles ressaltam a importância da colaboração entre diferentes áreas das empresas para desenvolver estratégias inovadoras e alternativas mais ecológicas.

Para ouvir o podcast, acesse o endereço ondasimpressas.com.br ou procure por Ondas Impressas em qualquer tocador de áudio. O canal está presente também no LinkedIn, Instagram e Twitter como @ondasimpressas.

PODCAST
sobre questões como de embalagem, estruturação
38 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
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tornou-se o primeiro pesquisador de instituição brasileira a apresentar um trabalho na conferência anual da Taga, que reúne renomados profissionais de todo o mundo. Neste artigo, ele fala da conferência e detalha como foi a sua participação.

Conferência anual celebra os 75 anos da

ATaga (Technical Association of the Graphic Arts), dos EUA, é uma comunidade internacional de profissionais da indústria e acadêmicos dedicados à pesquisa científica e inovação tecnológica no campo diversificado das comunicações gráficas. Ela comemorou seu 75 º aniversário na conferência anual de março deste ano, oportunidade em que foram mostrados os melhores trabalhos, submetidos durante 2022 e selecionados por especialistas e cientistas do mundo todo. Além disso, houve sessões para apresentação de trabalhos de alunos da Clemson University, Rochester Institute of Technology, Toronto Metropolitan University, Hochschule der Medien de Stuttgart, Western Michigan University, New College of Florida, California Poly technic State University, University of Wisconsin South, Ball State University e Universidade de São Paulo, representada com a apresentação de minha tese de doutorado. Esta foi a primeira apresentação de trabalho científico/acadêmico na Taga por parte de um pesquisador de instituição brasileira.

Foram três dias de apresentações relevantes para nossa indústria com ênfase nos seguintes

temas: impressão com gamut estendido, impressão têxtil, novidades na impressão flexográfica, espaços de cor alternativos ao Cielab76, correção de cores com inteligência artificial, impressão de circuitos eletrônicos, estudos de metamerismo em cores especiais, provas virtuais e um comparativo de desempenho entre instrumentos de medição baratos, colorímetros, e os espectrofotômetros utilizados na nossa indústria. O tema que apresentei foi a tese de doutorado defendida na FAU-USP em 2019, intitulada “Metodologia para Avaliação da Qualidade Técnica de Reproduções Museológicas Fineart a partir de Originais Fotográficos Digitais”. Um fato de extrema importância para um evento de tecnologia gráfica é a participação de estudantes e professores universitários, dando uma oportunidade a futuros profissionais e

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
BRUNO MORTARA Mark Boham, atual presidente da Taga, abriu os trabalhos da conferência
40 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
Bruno Mortara, apresentando seu trabalho

pesquisadores de terem acesso a um ambiente exigente em qualidade e inovação. Por outro lado, a participação desses jovens revitaliza esse tipo de evento da indústria gráfica. Os benefícios são visíveis e acredito que este modelo deveria ser utilizado em eventos aqui no Brasil para incentivar a pesquisa e a disseminação de conhecimento no meio gráfico.

APRESENTAÇÃO BRASILEIRA

Fiquei muito satisfeito com as repercussões da apresentação de meu trabalho, que foi colocado em um dia com bastante destaque e sem outras sessões concorrentes. Acredito que outros pesquisadores brasileiros que estudam temas de interesse da comunidade gráfica poderão se beneficiar desta oportunidade da troca de conhecimento e experiência entre os membros de muitos países, da indústria, associações, professores e estudantes.

Na apresentação percorri o trajeto da pesquisa, cuja hipótese era que “Uma metodologia para avaliação de reproduções FineArt fotografias feitas em câmeras profissionais e impressas em material museológico (papel de algodão, tintas pigmentadas base água e cuidados especiais de conservação) poderia ser proveitosa para museus, galerias, fotógrafos, bureaus e colecionadores, a fim de avaliar a fidelidade de cores entre ‘original’ digital e sua reprodução impressa”.

No percurso desenvolvi estudos sobre o melhor espaço de cores para o tratamento de imagem, RAW versus DNG, workflow CMYK × RGB, saída com RIP × Driver, influência do substrato, criação de uma tira de controle, valores de tolerância e método de controle de qualidade.

AVALIAÇÃO

Este trabalho está alinhado com os objetivos do ABNT/CB-27, Comitê Brasileiro de Normalização Setorial de Tecnologia Gráfica, organizado pela Abigraf Nacional e mantido pelo Sindigraf-SP. Em sua estrutura, além das comissões de tecnologia gráfica que o ONS-27 trabalhou no passado, engloba também aquelas normas do TC42-Fotografia que têm por objetivo a padronização das reproduções fotográficas através de impressão digital, em especial impressão FineArt e Fotolivros.

Como em qualquer congresso, o encontro entre especialistas é fundamental e a troca de ideias e pesquisas é enriquecedora. Foi um grande prazer e honra estar presente nesta edição do congresso da Taga e espero que outros especialistas brasileiros possam apresentar seus trabalhos neste foro mundialmente importante para a indústria gráfica.

Ilustração: br.freepik.com Superintendente do CB -27 superintendente.cb27@abigraf.org.br
DE
EM PAPÉIS LISOS A PARTIR DOS DADOS LIDOS NA TIRA DE CONTROLE D00 D76 ΔH ΔCh Média 0,64 1,17 0,56 1,03 Máximo 2,04 4,52 2,94 4,50 Grises 0,86 1,13 0,21 0,70 95% 1,23 2,92 1,61 2,53 NOTA 98,62
IMPRESSOS FINEART
TIRA DE CONTROLE DE QUALIDADE DO IMPRESSO FINEART
41 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF
Kai Lankinen (Finlândia), Kiran Deshpande (Siegwerk, Inglaterra), Birgit Plautz (GMG, Alemanha), John Seymor (Clemson University, EUA), Marc Levine (GMG, EUA) e Bruno Mortara, Brasil

EMPREENDER é um estado de espírito

moda agora é falar em empreendedorismo. Já há até um “Canal do Empreendedor”. Ao longo de minha existência conheci algumas iniciativas de empreendedores natos, seres humanos que querem ser seu próprio patrão. Para esse fim, concebem uma idéia, iniciam um empreendimento e começam a dar forma ao sonho.

Conceber, realizar, fazer, executar . . . São expressões que no mundo do antigamente não se vinculavam ao que hoje se insere no campo da inovação e tecnologia. Menos teoria e mais prática era a regra, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades ao ato de empreender.

Sempre me perguntei o que levou Francisco Vieira de Siqueira, em 1896, na Zona da Mata de Minas Gerais, a dar início ao seu negócio de tipografia. Ele tinha dentro de si algumas características essenciais, certamente, como: vontade de empreender (estado de espírito), criatividade (capacidade de gerar idéias e viabilizá-las), persistência (obstinação), perseverança, visão de futuro e coragem para assumir riscos. Em 1896 importou uma impressora offset a pedal (hoje peça de museu) e deu início ao sonho.

Eram outros os tempos, em que o Estado NÃO atrapalhava. Havia ambientes legais, tributários, trabalhistas, estimuladores. As autoridades municipais acompanhavam o crescimento na expectativa da geração de emprego e renda e novos negócios, numa corrente virtuosa.

O gráfico de 1896 no interior das Minas Gerais dialogava, oficialmente, só com as autoridades municipais. Hoje, ele seria obrigado a cumprir obrigações principais e acessórias com autoridades do Governo Federal, dos Estados e dos Municípios. Se dentre seus impressos ele produzir BULAS, por exemplo, o risco aumenta, e a mão do Estado se alarga.

Já que falei em BULAS, permitam-me um parêntese: há quem compare a BULA a um cardápio de restaurante (como se medicamento fosse um filé com fritas), e quer sujeitar o cidadão brasileiro a modismos tecnológicos, pondo fim à BULA IMPRESSA, substituindo-a por uma bula digital, movimento que os países mais avançados do mundo rejeitam. Quem produz, vende, prescreve e ingere um medicamento sabe que a bula impressa é um DOCUMENTO

Darei um salto em direção a um recente risco, a reforma tributária. A indústria gráfica demorou anos para pôr fim ao célebre conflito tributário ISS versus ICMS. A “reforma” quer pôr fim ao ISS. Como isso afetará a indústria gráfica? Lembremo-nos, também, que em 2021 o ministro da Economia propôs fundir PIS e Cofins dando forma a uma nova contribuição, com alíquota de 12%, incidente sobre tudo que a indústria gráfica produz, até livros. Pois não é que a reforma em debate, a que extingue o ISS, também propõe a fusão de PIS e Cofins dando vida a uma contribuição federal, nos moldes da proposta fracassada?

Sobre bulas: há riscos não desprezíveis de a indústria gráfica perder mercado para o lobby farmacêutico, ainda que seja só na redução do “tamanho” da bula, ainda que impressa.

Sobre tributos: sem o ISS, que se fundirá ao ICMS, é risco certo a elevação da carga tributária da indústria gráfica.

De tédio o empresário gráfico empreendedor por excelência não morre. Mas pode ser vitimado pelas afiadas garras do Estado.

CONEXÃO BRASÍLIA
Foto:
Joanna Marini ROBERTO NOGUEIRA FERREIRA
42 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023
Roberto Nogueira Ferreira é consultor da Abigraf Nacional em Brasília. roberto@rnconsultores.com.br

Chico Audi

44 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023 1 4 3 2

A fotografia reinventada

Ainteligência artificial está entre nós há mais de 60 anos. O conceito foi proposto pelo matemático britânico Alan Turing na década de 1950, mas o primeiro projeto de inteligência artificial foi apresentado em 1956 pelos pesquisadores Allen Newell, Cliff Shaw e Herbert Simon. Eles criaram um programa chamado The Logic Theorist, que imitava as habilidades de um ser humano na resolução de problemas. Desde então, a inteligência artificial, IA , vem sendo pesquisada e desenvolvida em diversas áreas e aplicações.

Só que no final do ano passado a tecnologia rompeu os limites da academia e das áreas de P&D das organizações. Num movimento impressionante, um protótipo de IA capaz de conversar sobre diversos temas, o ChatGPT, virou assunto mundial. Desenvolvido e disponibilizado a qualquer pessoa pela Open AI, o

chatbot online precisou de apenas cinco dias para alcançar um milhão de usuários. Na esteira de seu lançamento, várias ferramentas baseadas em inteligência artificial ganharam visibilidade, algumas delas específicas para a criação de imagens, como o Midjourney, Leonardo e Dall-e.

A discussão sobre as vantagens e malefícios do uso indiscriminado desses serviços apenas começou e quem diz ter todas as respostas está mentindo. Longe da polêmica, muitos estão encarando tais plataformas de maneira prática, enxergando-as como instrumentos poderosos para geração de conteúdo.

Entre esses profissionais está Chico Audi, talento reconhecido na fotografia publicitária brasileira. Com uma carreira de quase 30 anos, ele já participou de inúmeras campanhas e nos anos 2000 ficou conhecido como o fotógrafo das celebridades e dos cavalos de raça.

Chico Audi une experiência, técnica e comandos precisos para abrir novas possibilidades na fotografia com o uso da inteligência artificial.

FOTOGRAFIA
45 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF 6 5
1,3,4,5,6 Fotos produzidas utilizando inteligência artificial 2 Foto convencional

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL + SENSIBILIDADE Interessado em inovações tecnológicas, em 2022 o paulistano Chico Audi resolveu testar os serviços de inteligência artificial que geram imagens a partir de descrições textuais. Na contramão de boa parte dos usuários, ele optou pelo realismo, criando cenas que podem muito bem figurar num editorial de moda ou numa peça de divulgação de um restaurante. Tudo está em seu devido lugar, em composições perfeitamente belas e equilibradas, que se projetam em ambientes deslumbrantes.

Nada ali é real. Nem a modelo em seu vestido de festa, nem o suculento pedaço de atum disposto numa cumbuca esmaltada, ladeado por acompanhamentos igualmente apetitosos. A realidade está na criatividade de Chico Audi. E a beleza do trabalho na habilidade do fotógrafo de empregar todo o seu conhecimento técnico e a sua bagagem visual na elaboração dos comandos que configuram as imagens.

O ponto de partida, conta Chico, pode ser uma imagem referencial ou um briefing. De comando em comando, o fotógrafo vai agregando informações, ajustando a iluminação, as cores, as texturas, corrigindo distorções, até chegar

ao resultado que mais lhe agrada. Tirante a ética profissional, não há limites. E essa liberdade é justamente o grande trunfo da IA na fotografia, segundo Audi. “O meu dia a dia continua tomado pela fotografia tradicional. Montei um estúdio móvel, que pode ser armado em qualquer locação ou mesmo dentro das empresas, e continuo fazendo fotos de produtos e pessoas”, afirma Chico. A  IA chega para viabilizar trabalhos com orçamentos mais enxutos, prazos apertados ou em situações complexas de serem organizadas na vida real. A tecnologia, assim como tantas já utilizadas na manipulação de imagens, surge como um suporte, um meio para atender as necessidades do mercado. “Estamos no começo, mas acredito que a demanda vai crescer. Quem entra em contato e vê as possibilidades fica maravilhado.”

Questionado sobre a hipótese de a inteligência artificial substituir o trabalho do fotógrafo, Chico não acredita que isso vai acontecer. “A IA é um acessório que exige comandos precisos para poder gerar imagens profissionais. Os fotógrafos devem se apropriar dessa tecnologia e ampliar as suas possibilidades.”

CHICO AUDI www.chicoaudi.com
46 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023 9 8 10 7
7,10 Fotos produzidas com inteligência artificial 8,9 Fotos convencionais

Um olhar que se fecha

No dia 23 de abril faleceu em São Paulo o arquiteto, designer, crítico e professor Claudio Ferlauto. Nascido em Porto Alegre, em 1944, Ferlauto se formou em Arquitetura pela UFRGS e fez mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP. Sua paixão pelas artes gráficas e sua incansável busca por expressão levaram-no a fundar o jornal alternativo Pato Macho no período da ditadura militar. Essa publicação corajosa desafiou a censura vigente e, ao lado de Luis Fernando Verissimo e Coi Lopes de Almeida, marcou época na imprensa gaúcha, sendo comparada por chargistas renomados a O Pasquim do Sul.

Além de seu engajamento no jornalismo crítico e na luta pela liberdade de expressão, Ferlauto destacou-se como um profissional versátil. Ele foi um dos criadores do escritório de design gráfico Signovo em Porto Alegre, ao lado de Pedro Mohr e Antonio Aiello, que explorava o desenho industrial e a programação visual.

Em São Paulo, onde morava desde 1972, criou a Qu4tro Design, em 1981, ao lado da esposa, Cristina Burger, e dois amigos, João Batista Novelli e Mauro Munhoz. O estúdio, além de desenvolver projetos de arquitetura, tornou-se conhecido e consagrado na área do design gráfico e ilustração. Ferlauto lecionou na FAU-USP, Belas Artes, Fundação Armando Álvares Penteado e na Universidade Anhembi Morumbi e também foi autor das obras O livro

da gráfica, O tipo da gráfica, B de Bodoni e A fôrma e forma, que são referências para estudantes e profissionais da área.

Além disso, ele participou de várias edições do Prêmio Salão Design como jurado e responsável pelas peças gráficas das campanhas. Seu trabalho foi reconhecido nacional e internacionalmente, com portfólios publicados em países como Japão, Alemanha e Estados Unidos.

Por quase 27 anos, Claudio Ferlauto colaborou com a Revista Abigraf. No final de 1990, a publicação decidiu criar uma seção com o objetivo de divulgar o trabalho de novos designers gráficos e convidou Ferlauto para ser o responsável e articulista do novo espaço. Título escolhido por ele, a seção Olhar Gráfico perdurou até o início de 2017. Foram 158 edições, nas quais ele transmitia seu profundo conhecimento de design e artes gráficas, selecionando e apresentando trabalhos inovadores, novas tendências e linguagens. O projeto continuou no issuu. com/olhargrafico na página Olhar Gráfico, do Facebook, como “um espaço para o debate, para trocas e para o fomento. Um olhar plural para o mundo do design sob a ótica do designer Claudio Ferlauto”.

Ferlauto deixa a esposa Cris Burger, os filhos Sauê, Maialu e Suiá. Que a memória de Claudio Ferlauto permaneça viva como uma inspiração para as gerações futuras, impulsionando a busca pela criatividade, ousadia e transformação.

MEMÓRIA
47 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF
Foto: Fernando Alexandrino

Despedida ao mestre dos custos

No dia 13 de maio, o setor gráfico perdeu José Ferrari. Aos 78 anos, Ferrari, responsável pela criação do primeiro software de orçamentação para a indústria gráfica, faleceu em Indaiatuba, interior de São Paulo.

Filho de pai impressor e mãe encarregada de acabamento, aos 11 anos José Ferrari fazia de tudo um pouco na tipografia que o pai montara em 1954. Na década de 1970, quando ainda trabalhava na gráfica da família, ele se apaixonou pela formação de custos depois de participar de um curso sobre o tema promovido pela Abigraf. O interesse o levou a desenvolver seu próprio método e em outubro de 1972 estava formada sua primeira turma.

O curso decolou e não demorou muito para que alguém o chamasse para atuar internamente. Nascia, então, o Ferrari consultor. Em novembro de 1973, ele já estava frente a uma turma de 30 pessoas na sede da Abigraf em São Paulo, para ensinar como fazer orçamentos e calcular custos de forma eficiente, focada nos resultados. Nos anos seguintes o ritmo foi se intensificando. Das turmas na Abigraf, na capital e no interior, somou-se a Escola Senai Theobaldo De Nigris e depois o posto de assessor técnico do Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria da Confederação Nacional da Indústria, CNI, cargo que manteve até a dissolução do departamento, em 1994. Além da aplicabilidade do conteúdo que ele transmitia, ajudou muito o fato de Ferrari abordar o assunto de forma simples e direta, com a linguagem do gráfico.

Pela CNI, Ferrari levou seu conhecimento para quase todo o Brasil. Numa dessas viagens, em 1982, viu pela primeira vez um computador fazendo cálculos, em uma faculdade em Santa Catarina. Interessado na possibilidade de

desenvolver um software para cálculos, Ferrari mergulhou no assunto, comprou um computador e começou a fazer mapas de custo em planilhas eletrônicas.

Percebendo que o desenvolvimento de um programa era algo bem mais complexo do que imaginava, Ferrari buscou ajuda, encontrando o jovem Rogério Yokouchi Santos, egresso de um curso técnico em processamento de dados. Desse encontro nasceu o embrião do primeiro programa de cálculo para indústria gráfica da América Latina, no início de 1983, desenvolvido pela J. Ferrari Custos e Consultoria em Informática, hoje Calcgraf Consultoria em Sistemas.

Ferrari deixou a Calcgraf em 1992 e seguiu ministrando cursos nas áreas de custos, produção e vendas, prestando consultoria e viajando pelo País. Ele deixa duas filhas, Renata Ferrari que mantém o legado dos trabalhos de consultoria de Ferrari pela Repense Consulting (gestão estratégica de tecnologia, projetos e capacitação) e Aline Ferrari, profissional da área de controladoria e finanças.

MEMÓRIA
48 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

RAÍZES

Texto: João Scortecci

e editor Paula Brito e a Sociedade Petalógica

Ojornalista, escritor, editor e tipógrafo Paula Brito (Francisco de Paula Brito, 1809–1861), nasceu em uma família humilde, na Rua do Piolho, hoje Rua da Carioca, na cidade do Rio de Janeiro. Foi ajudante de farmácia, aprendiz de tipógrafo na Tipografia Imperial e Nacional, funcionário do Jornal do Commercio, do editor Pierre Seignot-Plancher, como diretor das prensas, redator, tradutor e contista. Em 1831, com 22 anos de idade, comprou de um parente um pequeno comércio, na Praça da Constituição, n º 31, na cidade do Rio de Janeiro, onde funcionavam uma papelaria, uma oficina de encadernação e um ponto de venda de chá. Adquiriu um prelo de impressão e, ali, começou o negócio, que prosperou.

Em 1832, editou a revista A Mulher do Simplício Fluminense Exaltada, edições impressas por Pierre Seignot-Plancher, seu ex-patrão. A revista existiu até 1846, quando foi substituída por A Marmota, publicada, com algumas mudanças de título, de 1849 a 1864, três anos após sua morte. Em 1833, Paula Brito já possuía dois estabelecimentos gráficos: a Typographia Fluminense e a Typographia Imparcial. Em 1848, expandiu seus negócios, com a livraria e papelaria Loja do Canto e as filiais, em sociedade com Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa e Cândido Lopes, formando com esse último a Tipografia e Loja de Lopes e Cia., na cidade de Niterói, Paula Brito foi ativista político e o primeiro a inserir no debate político a questão racial. Em sua tipografia foram impressas obras como o primeiro romance brasileiro O Filho do Pescador, de Teixeira e Sousa, e o jornal O Homem de Cor, considerado o primeiro periódico brasileiro dedicado à luta contra o preconceito racial, colocando-o como precursor da imprensa negra no Brasil. Paula Brito criou, em sua loja, a Sociedade Petalógica ou Sociedade Petalógica do Rossio Grande, que reunia o movimento romântico de 1840 a 1860: Antônio Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo, Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida, José de Alencar, Paulino Soares de Souza, Euzébio de Queiroz, Silva Paranhos, Gonçalves de Magalhães, João Caetano, Moreira de Azevedo, Quintino Bocaiúva, Saldanha Marinho e Casimiro de Abreu.

Em 1850, com 40 anos de idade, fundou seu mais ousado empreendimento, a Empresa Tipográfica Dous de Dezembro, data de seu aniversário e do amigo D. Pedro II, que se tornou seu acionista, mais em caráter pessoal do que político-partidário. Até então, Paula Brito possuía mais de dez lojas. Em 1851, uma de suas revistas, A Marmota na Corte, incluía o encarte de um

figurino, e ele trouxe de Paris o litógrafo Louis Therier, especialista em cromolitografias, que passou a fazer as litografias para a revista.

Foi a partir de 1850 que Paula Brito perdeu o controle dos negócios, endividando-se e ficando sem condições de honrar os seus compromissos financeiros. Em 1857, pediu falência, vindo a perder todos os seus bens patrimoniais. Cabe o registro histórico que o poeta Casimiro de Abreu (1839–1860) foi seu funcionário e, também, o então jovem escritor Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis, 1839–1908), que teve seu primeiro contato com o mundo editorial trabalhando como revisor de provas na gráfica de Paula Brito. Machado de Assis fez sua estreia literária com textos pu-

O
gráfico
49 abril/junho 2023 REVISTA ABIGRAF
Seig-

No reino dos papagaios

Reforma tributária, controle dos gastos públicos, retomada de investimentos, sustentabilidade social, ambiental e econômica são desafios imediatos.

Dizem aqueles que navegam na política que é no primeiro ou, no máximo, no segundo ano do mandato que um governo democrático trabalha arduamente para que seja aprovado seu plano de gestão pública.

Depois, o “toma lá dá cá” e o desgaste natural tornam tudo complicado.

As razões são muitas: desavenças, alianças em crise quando os interesses mudam e a chegada de outro pleito, no caso do Brasil, as próximas eleições para cargos do executivo e do legislativo em 5.568 municípios, base política de partidos com estrutura e ambição nacionais.

Na lista de “desejos” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que busca, até então sem muito sucesso, viabilizar o seu plano de governo, temos: arcabouço fiscal, conjunto de regras fiscais para controlar os gastos públicos; reforma tributária, para reduzir a tributação do consumo; retomada de investimentos governamentais em infraestrutura e reindustrialização nacional; e compromisso com a sustentabilidade social, ambiental, econômica e com o enfrentamento das mudanças climáticas.

Sobre o arcabouço fiscal, muitos economistas, políticos, banqueiros e empresários julgam se tratar de uma armadilha perigosa, que o governo criou e na qual mergulhou, de cabeça. Vamos precisar, em breve, de aumento de arrecadação. É apenas questão

de tempo. Não tenho nenhuma simpatia pelo modelo do “teto de gastos”, e isso me coloca, reconheço, numa posição em conflito. Na dúvida, torço para que tudo dê certo e eu esteja, pontualmente, enganado.

A reforma tributária que pressupõe a união dos principais tributos indiretos em nível federal, estadual e municipal (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) goza de apoio do empresariado brasileiro e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), considerando, sempre, o teto de 25% no total do imposto e projetando, em médio e longo prazo, aumentar entre 12% e 20% o Produto Interno Bruto (PIB) num período de 10 a 15 anos. Desafios, privações e muito trabalho. É o que esperamos. E acreditar, sempre. Não há milagre ou qualquer indicação da participação divina no destino do reino. Muito menos no principado dos papagaios.

scortecci@gmail.com

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional São Paulo (Abigraf-SP)
MENSAGEM
NÃO HÁ MILAGRE OU QUALQUER INDICAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DIVINA NO DESTINO DO REINO. 50 REVISTA ABIGRAF abril/junho 2023

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