Revista Abramus, Ed.42

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Foto: DR - Direitos Reservados

érgio, o mercado está destruído”. A queixa não parte de um artista independente, mas sim do integrante de uma banda pop de alta patente, cujo nome prefiro não revelar – e que tem visto sua receita minguar devido à falta de shows. Desde que o flagelo do século XXI chamado Covid-19 aportou no país em março (ou fevereiro, segundo estimativas mais alarmistas), que o ramo do entretenimento sofreu golpes pesados. O palco foi o primeiro local a ser esvaziado. Fernanda Takai viajou do interior de São Paulo para Belo Horizonte por causa do cancelamento da turnê do álbum O Tom da Takai; o compositor Moacyr Luz interrompeu o show de lançamento de O Samba do Trabalhador, no Circo Voador (Rio de Janeiro), e se enfurnou em seu apartamento no bairro do Flamengo. Agendas inteiras foram parar no lixo, temporadas de concertos eruditos e populares – nacionais e internacionais, diga-se – ficarão apenas no sonho de espectadores e agências especializadas em entretenimento dispensam boa parte de seu quadro de funcionários. E quando voltarem, será com apenas 30% de ocupação anterior. O problema é global. Não há previsão de retorno dos musicais da Broadway americana e do West End inglês, orquestras como a Sinfônica de Nashville deram licença não remunerada para músicos e bandas como Iron Maiden decretaram 2020 como um ano “perdido”.

Por Sérgio Martins | Jornalista

“Sérgio, o mercado está destruído”. Ah, sim, voltemos ao Brasil depois de uma breve explicação da crise global. Em meio à esse cenário de uma produção de ficção-científica ruim (ou até filme de terror de baixo orçamento, visto que o vilão de A Máscara Vermelha, de Roger Corman, se assemelha a um governante de


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