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Futsal feminino dignifica nome da Académica
Por Marta Tavares
ASecção de Futsal da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC) é a casa da equipa de futsal, onde reina a união e se trabalha sempre para ter resultados de topo. Quatro jogadoras do futsal sénior feminino da AAC deram o seu testemunho, bem como o treinador, João Soares, da paixão comum que sentem por este desporto.
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A equipa subiu à primeira divisão após um ano agarrada à segunda. O treinador, há sete anos no cargo, confessa que “o segredo foi nunca ter desistido e acreditar no valor” que o grupo tem, bem como “sentir que estava no caminho certo” e que a subida ia acontecer. O treinador refere que “ano após ano, a equipa conquistou todos os troféus a nível distrital” e a taça nacional era também uma meta. Acrescenta que sempre houve a ambição e o sonho da equipa subir para a primeira divisão.
No final de cada época, segundo João Soares, o objetivo passa por “apetrechar a equipa com mais soluções, com mais qualidade e quantidade”. Tudo aconteceu de forma natural e nada programado, visto que o mais importante foi “o grupo manter-se junto, coeso e procurar ser cada vez mais forte”, explica. O treinador reforça com a frase incentivadora: “insiste, persiste e não desiste”.
No entanto, a desigualdade de género conti- nua a ser frequente no desporto, com o futsal incluído. Isa Fontes, jogadora da equipa sénior de futsal feminino, acredita que “as mulheres têm de provar de forma habitual que sabem fazer tão bem ou melhor que os homens para conseguir ter o mesmo impacto no público”. A equipa, apesar de ter alguma divulgação, como no Canal 11, consideram que “não é a suficiente”. Bruna Dias, outra jogadora, reforça que nas modalidades desportivas masculinas nota-se uma visibilidade muito maior: “nem precisam de pedir que a modalidade seja transmitida”. Já a colega Mariana Rodrigues menciona que “igualar os géneros” é um desafio e um objetivo “difícil de se conseguir”.
A equipa sénior de futsal feminino apurou-se o ano passado para o Campeonato do Mundo de Futsal. As jogadoras sentem, no entanto, que não estão a receber a devida divulgação. Mariana Rodrigues revela que, apesar do apuramento, continuam “a aparecer em pequenos cortes de jornais, em rodapés ou em cantos”.
Quanto ao apoio dado por parte da AAC, as jogadoras federadas acreditam de forma unânime que não lhes é oferecido o apoio necessário para alcançar mais títulos e terem as devidas condições para treinar. Joana Dinis adiciona que “é um projeto que está a evoluir e que precisa de outras considerações”. Para complementar, Isa
Fontes refere que a casa “pode fazer mais para ajudar”, ao ter em conta que “a equipa se encontra numa primeira divisão e está a dignificar o nome da Académica na elite do futsal nacional”. Já Mariana Rodrigues menciona que “jogam por adorarem o símbolo que levam ao peito e o que ele significa”. Acrescenta ainda “o bom caminho em que está o futsal”, com a esperança de que a comunidade comece a “perceber que o futsal feminino também pode dar muitas alegrias aos portugueses e ao mundo em geral”.
Todas as jogadoras reconhecem o facto de ser difícil a conciliação da vida pessoal, académica ou profissional com a vida desportiva, o que leva a ser “precisa uma gestão de tempo grande”, mas “quando se gosta, arranja-se sempre forma de o fazer”. Joana Dinis comenta que, para quem quer começar a fazer desporto, basta “estabelecer prioridades e objetivos”.
João Soares revela que os objetivos para o futuro são “os quatro jogos que ainda faltam este ano”. O mesmo constata que a equipa “tem sido muito mais competitiva”. O plano vai passar por “tentar encurtar a distância que já têm de cinco pontos para o topo”. Conclui que “querem aproximar-se das melhores [do país] para que o nome da Académica seja visto como um elemento forte do futsal feminino”.