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CINEMA
UMA TRAGÉDIA GRECO-IRANIANA
- POR BRUNO OLIVEIRA -
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Com a urgência de um thriller e o simbolismo e a clareza de uma fábula aparece World War III (Jang-e Jahani). Um filme simples até se tornar complexo, uma narrativa linear até se distorcer e uma fotografia crua enquanto o espectador não repara em todas as camadas.
O protagonista Shakib é um trabalhador de luto pela sua família que faleceu num terramoto. Compreensivelmente desiludido com o mundo, vai sobrevivendo. Arranja trabalho onde consegue e tem vindo a desenvolver uma relação com uma prostituta surda-muda. O acaso leva-o a conseguir o papel principal de um filme, onde representa o ditador alemão Adolf Hitler. Sem nunca o ter desejado, acaba por trabalhar à força num emprego de sonho (para muitos daqueles que o rodeiam).
Por mais bizarra que a premissa possa parecer, não é indicativa das voltas que a narrativa dá durante duas horas. Os paralelismos com o holocausto carregam o filme para uma dimensão sugestiva, ou até filosófica, levantando questões como: será que opressor e oprimido