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Experiência da JMJ passa também por Coimbra
JMJ é uma oportunidade para aprofundar fé das pessoas, segundo coordenador do Comité Organizador Diocesano de Coimbra. Cidade espera receber 20 mil pessoas na pré-jornada.
- POR LUÍS GONÇALVES -
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Na semana de 1 a 6 de agosto vai decorrer, em Lisboa, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Portugal temse preparado para receber o Papa e os jovens de todo o mundo. A diocese de Coimbra não é exceção, e tem-se organizado através do Comité Organizador Diocesano (COD) e dos vários Comités Organizadores Territoriais (COT’s) da diocese. Hugo Monteiro, coordenador do COD de Coimbra e também engenheiro civil, explica que “quem se candidata a uma JMJ é uma diocese e, neste caso, a que se candidatou foi a de Lisboa”. Depois da capital ter sido eleita, as dioceses de Santarém e Setúbal também se juntaram “de forma a conceder uma maior capacidade logística”, acrescenta. Estas três dioceses são chamadas de Comité Organizador Local (COL).
O coordenador do COD acrescenta que cada diocese tem a sua equipa de trabalho, com o objetivo de preparar o caminho para a JMJ. Além disso, também lhe compete a organização dos dias nas dioceses. Na semana anterior, de 26 a 31 de julho, vêm milhares de peregrinos, a nível mundial, participar em experiências locais com o apoio dos COT´s. Hugo Monteiro explica que “diocese não tem nada que ver com distrito” e dá o exemplo da diocese de Coimbra, que “apanha parte dos distritos de Leiria, Aveiro, Viseu e Santarém”.
Quanto ao envolvimento da diocese de Coimbra, são esperados por volta de 20 mil peregrinos, de cerca de 40 nacionalidades, na pré-jornada. O dirigente incentiva à abertura da comunidade e hospedagem em famílias de acolhimento. Para Hugo Monteiro, neste último caso, “tem-se uma melhor experiência do que ficar num pavilhão”. Em relação a dificuldades, estas passam pela explicação do evento e envolvimento de toda a diocese.
A JMJ, além de ser uma oportunidade de fé e de abertura da comunidade católica, tem também uma dimensão cultural e turística. O engenheiro civil refere também a vertente económica, uma vez que “as unidades hoteleiras já estão a encher”, tanto para a primeira, como para a segunda semana.
O Jornal A CABRA saiu à rua para questionar a população conimbricense acerca do assunto. Cecília Figueiredo Meireles, de 27 anos, acredita que a JMJ é um evento católico “que junta jovens de todo o mundo”. Apesar de ser organizado pela Igreja Católica, Hugo Monteiro refere que “é aberto a todas as pessoas” e que “todos podem participar, apesar do nível de fé”. Acrescenta que é “uma grande oportunidade para falar de várias temáticas e, ainda, acrescentar uma riqueza multicultural à conversa”.
Para o bispo auxiliar da Diocese de Lisboa e presidente da associação JMJ 2023, D. Américo Aguiar, “o apoio do Estado Português foi decisivo para avançar com a organização da jornada”. O bispo adianta que são esperadas cerca de um milhão de pessoas em Lisboa e de cem a 200 mil jovens na semana anterior nas dioceses.
Quando se fala na JMJ de 2023, um dos temas que é referido é o palco-altar que vai ser construído. O primeiro pensamento de Luís Lourenço, de 23 anos, foi o valor inicial do palco, que estava previsto custar cerca de 4,5 milhões de euros. Já para Carlos Luís, de 84 anos, “como o dinheiro não é do governo, mas de todos os cidadãos portugueses, tem de haver um certo cuidado ao gastá-lo”. Acrescenta também que “agora resta aguardar para ver se o trabalho foi bom ou não”.
Em relação aos locais, o bispo auxiliar informa que a realização da maior parte das atividades da JMJ vai ter lugar no parque Tejo-Trancão, espaço onde o palco-altar se vai encontrar. Confirmou ainda que outros locais que vão receber atividades são o parque Eduardo VII, Belém e o Passeio Marítimo de Algés, onde vai decorrer o encontro do Papa com os voluntários.
O presidente da associação JMJ 2023 explica que vão ser investidos oito milhões de euros “para a reabilitação, manutenção e segurança do aterro”. Segundo D. Américo Aguiar, a sustentabilidade é uma das temáticas centrais desta edição, com dinâmicas diferentes nas catequeses, sem livros impressos e com a utilização de garrafas de água recicladas.
Como Hugo Monteiro indica, “Portugal nunca realizou uma JMJ e poucos portugueses participaram [fora do país], pois a primeira edição realizou-se em 1987. Por isso, termina com um apelo a todos os portugueses: “deixem-se aventurar, desafiem-se e façam da jornada um primeiro passo de algo incrível, que é transformar a vida de cada um ao encontro do outro”.