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Lítio: Solução ou Greenwashing?

Aapropriação pelo grande capital das alterações climáticas e do anseio da população na resolução dos problemas ambientais, tem como motor o lucro e a poluição, paradoxalmente contribuindo ainda mais para a degradação daquilo que promete preservar. Propaga uma narrativa catastrófica e de urgência, com o objetivo de desviar do espaço mediático a discussão de medidas alternativas nos setores com soluções duradouras que não sacrifiquem o planeta, as pessoas e a economia nacional.

No setor automóvel assistimos, cada vez mais, à expansão dos veículos elétricos aliado ao crescente aumento do fabrico das baterias de lítio, sustentadas numa ótica de solução única para a mobilidade financiada pelo “greenwashing”.

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Em termos práticos, tudo se resume numa substituição de fontes energéticas e tecnologias e na promoção da compra de carros elétricos, isolando a necessidade de uma real aposta na eficiência, reutilização e reciclagem energética. Porque não é o lítio uma solução eficaz no setor automóvel?

O lítio tem como base o método extrativo, o que por si só já é prejudicial para o ambiente. No entanto, quando a motivação da extração é a obtenção do máximo lucro possível acabamos por assistir a casos como o de Portugal. Devido à produção demasiado intensiva são emitidos altos níveis de CO2 e/ou não são cumpridos os planos de proteção ambientais estipulados, como aconteceu em Covas do Barroso. Desde o anúncio que as explorações de lítio são alvo de desagrado, quer pela falta de transparência dos processos, quer pela carência de avaliação sobre os impactos ambientais e sociais. Seja, ainda, pelo encobrimento das intenções das empresas no requerimento das licenças e no contrato de concessão ou pela omissão de informação às populações e o incumprimento dos direitos humanos, na segurança e nas precauções ambientais. Tudo isto numa ótica de mercantilização dos recursos naturais, colocando o seu valor ecológico e económico ao serviço de interesses privados, ignorando desde

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