Actualidad
Economia ibérica outubro 2020 ( mensal ) | N.º 280 | 2,5 € (cont.)
Portugal a subir devagar a “escadaria” do
e-commerce Prifer Group apresenta soluções globais desde a engenharia à produção de componentes industriais pág. 14
La fusión entre CaixaBank y Bankia abre una nueva era en el sector bancario pág. 18
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Índice
Foto de Capa
índice
DR
Nº 280 - outubro de 2020
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Grande Tema 32.
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro
Portugal a subir devagar a “escadaria” do e-commerce
22.
Visita de ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha para preparar Cimeira Luso-Espanhola
60.
Calendário Fiscal de outubro
Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número André Miranda, Nuno Almeida Ramos e Nuno Francisco Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém
Editorial 04.
No princípio era o... livro e a história é inspiradora
Opinião
E mais...
06.
08. 14. 24. 28. 42. 46. 50. 54. 56. 58. 61. 62. 66.
Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong
44.
O panorama fiscal e financeiro das regiões espanholas: o que se segue para Espanha? - Nuno Francisco Portugal e Espanha – uma política fiscal que não privilegia a integração económica - André Miranda
Atualidade 22.
Apontamentos de Economia Atualidade Marketing Fazer Bem Advocacia e Fiscalidade Ciência e Tecnologia Vinhos & Gourmet Setor Automóvel Intercâmbio Comercial Oportunidades de Negócio Bolsa de Trabalho Espaço de Lazer Statements
Visita de ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha para preparar Cimeira Luso-Espanhola
Câmara de Comércio e Indústria
Luso Espanhola OUTUBRO DE 2020
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editorial editorial
No princípio era o... livro e a história é inspiradora
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história da loja de livros online que se transformou no maior marketplace generalista do mundo é reconhecidamente inspiradora e a Amazon é tida como o paradigma de sucesso de comércio eletrónico. Se em 1994 Jeff Bezos criou uma loja online de livros, hoje detém perto de 12% da Amazon, considerada uma das “ big four ” empresas de tecnologia de informação (patamar que partilha com a Google, a Apple e o Facebook). Com o sucesso da Amazon, o empresário ascendeu ao pódio de pessoa mais rica do mundo, de acordo com as contas da revista “Forbes”, tendo este ano batido o recorde de maior crescimento de riqueza num único dia, permitindo-lhe ser dono de uma fortuna de 204 biliões de dólares, 90 biliões acima do segundo maior bilionário, Bill Gates, detentor de uma fortuna calculada em 116 biliões de dólares. A Amazon é o caso mais mediático de sucesso em e-commerce , mas o setor tem sido protagonista de inúmeras notícias que testemunham a boa saúde de vários negócios que escolheram a internet como morada. A “Actualidad€” quis saber como está a evoluir o setor em Portugal, abordando casos de crescimento como o da recentemente criada plataforma portuguesa Dott (marketplace generalista 100% português, resultante da joint-venture entre a Sonae e os CTT), ou da 4 ACT UALIDAD€
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mais experiente OLX, que também viu as suas receitas aumentar este ano, ou do El Corte Inglés, que não fechou as portas do supermercado, mas encerrou todos os restantes pisos das suas lojasm vendendo apenas esses produtos online. Mesmo muitos dos ra de centros de distribuição por supermercados viram as encomen- parte dos retalhistas e dos seus das online crescer, impulsionadas fornecedores. O setor contagia várias áreas de pelo confinamento. De uma forma geral, a procura online aumentou atividade: comunicação, logística, durante o período de confinamen- transportes, tecnologia, etc. Todas as pessoas que entrevistáto, vários consumidores estrearam-se nas compras pela internet e mos sobre o tema concordam que muitos deles vão continuar a com- o crescimento do comércio eletrónico é para continuar, até porque prar também por esta via. Exemplificativo deste boom de a tecnologia traz novos aliados à e-commerce é o que se está a equação, como a maior velocidade passar, mesmo em mercados tão do 5G, a realidade aumentada e maduros no que diz respeito ao a realidade virtual que prometem comércio eletrónico, como o Japão, melhorar a experiência de compra. onde se observa um aumento expoNo entanto, há um dado a reter– nencial da emissão de cartões de – as empresas portuguesas têm crédito, por causa das compras um longo caminho a percorrer, já via net. Naquela que é a terceira que poucas têm presença online e maior economia do mundo em são ainda menos as que já usam termos de produto interno bruto, a internet para comercializar os os bancos já temem que até 2025 seus produtos ou serviços. O comse esgotem todas as combinações boio já está em andamento e em possíveis para a emissão de cartões. velocidade crescente, no entanto, Outro efeito colateral já visível poderá sempre acolher novas carno setor imobiliário é o crescente ruagens... valor dos armazéns em algumas partes do globo, devido à procu- E-mail: smarques@ccile.org
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opinião opinión
O panorama fiscal e financeiro das regiões espanholas: o que
Por Nuno Francisco*
se segue para Espanha?
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m março de 2020, Espanha medida, comércio – mas gerou um entra em estado de emergência abrandamento significativo sobre a e adota políticas de confina- maioria das atividades, uma retração mento e distanciamento social na capacidade de investir e de suportar à semelhança do que vimos em o risco por parte das empresas. Se o Portugal cinco dias mais tarde, a 19 de seu impacto é generalizado, é ainda março. O travão sobre a pandemia foi mais evidente o choque que provocou necessário para frenar a proliferação de sobre as pequenas e médias empresas, contágios Covid-19. Também a eco- cujas tesourarias e estruturas de gestão nomia espanhola sofreu consideráveis financeira têm geralmente uma capaciperdas durante o primeiro trimestre, dade menor de absorção de desgastes de com uma quebra do PIB na ordem média ou longa duração. dos 5.2%. Se se considerar o nível de persistênNo segundo trimestre 2020, o estudo cia ou duração de uma crise, então “Q2 2020: Análise Macroeconómica também nesse aspeto a covid-19 é uma e Fiscal Covid-19: Perspetivas para as crise sem precedentes: o relativo descofinanças de Espanha e dos seus gover- nhecimento da origem e características nos regionais”, publicado em junho do SARS-CoV-2 e ainda a incapacida2020, confirma um impacto ainda de de prever quando estará disponível mais notório não só no panorama da uma vacina que seja simultaneamente saúde pública, mas também sobre a eficaz e segura, não permitem aos anacapacidade de resiliência dos sistemas listas, nem no melhor cenário, perspee sobre a própria geração de valor da tivar o fim do problema no curto ou economia na sua globalidade. Numa médio prazo. perspetiva tímida, e a prolongar-se o A pandemia gerou um conjunto confinamento por um período mais ou de impactos que lhe são próprios: as menos longo – ou até considerando a significativas assimetrias nos países possibilidade de novos confinamentos europeus gerado pela adoção mais ou – o estudo antecipa uma quebra na pro- menos heterogénea de medidas de condução na ordem dos 21%. Um cenário finamento; o relativo desconhecimento otimista apontaria para uma quebra em relação a crises semelhantes no na ordem dos 16%, segundo dados de mundo contemporâneo que permitismarço do Banco de Espanha. sem gerir de forma igualmente singular O confinamento não paralisou na esta crise de um ponto de vista da totalidade a economia – ainda que gestão da saúde pública e da gestão alguns setores se tenham ressentido económica, e não esquecendo a imporamplamente, como é o caso do setor tante conciliação destas duas esferas; e do turismo, transportes e, em certa ainda o duplo choque sobre a oferta e a
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procura, que representa para os gestores uma dupla frente de combate. A pesquisa indica que é também na singularidade desta crise que se identificam os principais problemas que agora enfrenta Espanha que, em setembro de 2020 já se encontrava em risco de se converter num dos países do mundo em que o SARS-CoV-2 está a ter um impacto mais nefasto sobre a saúde, sobre a capacidade de gestão económica da saúde pública, e sobre a capacidade financeira de suportar este desgaste: o peso de setores como o turismo e transportes em Espanha – setores transversalmente mais afetados em toda a Europa – é considerado muito significativo na produção de riqueza interna, representando o setor turismo apenas um total de 12% do PIB. Contudo, este impacto não é simétrico em toda o país, tornando-se mais evidente em regiões como as ilhas Baleares e Canárias, que este ano registariam uma contração na ordem dos 11-12%; e um impacto mais ténue em regiões tradicionalmente mais orientadas à produção industrial, como é o caso de Navarra ou País Basco, que registariam uma quebra de 7% em 2020. Também a dívida financeira e a dívida comercial começam a evidenciar sinais de deterioração, quando até finais de 2019 mostravam-se relativamente estáveis, e com uma tendência de evolução positiva. A dívida financeira das regiões espanholas situava-se
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nos 295 milhões em 2019, sendo que o rácio de dívida-PIB estabilizara já em 2015, atingindo os 23.7% do PIB no final de 2019. O estudo considera que o nível de aumento de endividamento das regiões em 2020 e 2021 estará assim na dependência de dois fatores: por um lado, se o Governo central irá decidir estabelecer novos fundos não-reembolsáveis, à semelhança do que fez a 2 de maio de 2020, com o anúncio de um fundo extraordinário capacitado em 16 biliões; por outro, se as transferências para as comunidades irão sofrer impacto e refletir já este novo cenário macro (note-se que em 2020, três quartos das receitas totais das regiões já são obtidas através das transferências da Administração do Estado). Já a dívida comercial das regiões– até então estável– situava-se em março nos 4.5 biliões, sendo que 73% deste valor estava relacionado com o setor da saúde. A plataforma multissetorial para os atrasos nos pagamentos (PMcM) alertava em março para o facto de que 500 mil PME poderiam entrar em insolvência nos meses que se seguiriam,
devido ao aumento de atrasos nos pagamentos por parte de entidades privadas. Efetivamente, e à semelhança do que registamos em Portugal, os fundos disponibilizados pelas administrações e as linhas de apoio financeiro covid serviram sobretudo para capitalizar as tesourarias e suprir falhas na liquidez, e apenas em menor parte foram utilizadas para liquidação de pagamentos em atraso. Também no setor público os atrasos se começam a registar, sendo que esta tendência de aumento, ainda que ténue, já se vinha a verificar num período pré-pandemia. O estudo indica que a dívida comercial total da Administração Pública no final de 2019 se elevava a 8.5bn. As conclusões do estudo apontam também uma necessidade premente de reprogramar a despesa por parte das administrações centrais e regionais, de modo a poder financiar as necessidades que surgiram e/ou se acentuaram com a covid-19, alocando a despesa não a uma diminuição da dívida, mas canalizando-a para o investimento nas
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compras públicas de bens e serviços, e na capacitação dos serviços com mais recursos humanos disponíveis. Se este relatório levantava ainda a questão se o terceiro trimestre do ano que agora termina iria inverter a curva do impacto sobre a economia e o tecido empresarial espanhol, ou se, por outro lado, iria acentuar ainda mais o ciclo de contágios– coincidindo este com o início do outono e o regresso à atividade em pleno já em setembro -, não deixa agora margem para dúvidas de que o cenário traçado se agrava. A atenção volta-se assim não só para as políticas do BCE em apoio do esforço dos estados Europeus, mas sobretudo para a capacidade de os países controlarem e conterem a pandemia durante os próximos meses do ano. Se alguma certeza permanece será a de que a fatura a pagar pela crise da covid-19 não se limitará apenas a 2020 e que 2021 será ainda um ano de incerteza para as administrações e para a comunidade de negócios europeia. * Head of Portugal do BFF Banking Group E-mail: info-pt@bffgroup.com
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Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 E-mail: ccile@ccile.org : www.portugalespanha.org 2 0 Website 20
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
Clientes do Santander já podem pagar com Apple Pay Os clientes do Santander já podem utilizar o Apple Pay para efetuar pagamentos de uma forma mais simples e segura, sem ser necessário ter cartão bancário ou dinheiro. Os clientes apenas têm de aproximar o seu iPhone ou Apple Watch de um terminal de pagamento e pagar de modo contactless. Todas as compras são autenticadas com Face ID, Touch ID ou com o código de acesso ao dispositivo. Os clientes também podem utilizar o Apple Pay no iPhone, iPad e Mac para fazer compras de um modo mais rápido e prático em apps ou na internet com o browser Safari, sem ter de criar contas e preencher formulários. A segurança e privacidade estão presentes em todos os pagamentos com o Apple Pay. Quando é efetuada uma compra, o Apple Pay utiliza um número de cartão específico, pelo que o número original do cartão nunca é armazenado no dispositivo ou nos servidores da Apple, nem é partilhado pela Apple com os comerciantes.
O Apple Pay é fácil de configurar. No iPhone, basta abrir a app Wallet e adicionar um cartão de débito ou crédito do Santander. Assim que o cliente o adicionar a um dos dispositivos, o Apple Pay fica disponível e pronto a ser utilizado para pagar. Esta inovação insere-se no objetivo do Santander de simplificar a vida financeira dos clientes, criando soluções para que possam pagar as suas compras com qualquer dispositivo móvel em todo o mundo, de uma forma simples, rápida e segura. Entretanto, a “Euromoney” elegeu o Santander como o “Melhor Banco do Mundo em Diversidade e Inclusão”, bem como o “Melhor Banco do Mundo para PME”, na edição de 2020 dos prémios “Excelência em liderança”. É a terceira vez em cinco anos que o Santander é distinguido a nível global pelos serviços prestado às PME e a primeira vez que é eleito na categoria de diversidade e inclusão. O grupo implementou várias medidas de apoio à diversidade e inclusão, como a
criação de uma licença parental global mínima em todos os seus mercados. Estabeleceu também uma série de objetivos para promover estes valores dentro do grupo, tais como conseguir uma percentagem de mulheres membros do conselho de administração entre os 40 e os 60% até 2021, entre outras medidas. Em Portugal, 43% dos membros do conselho de administração são mulheres. De referir também que, nos últimos dois anos, o Santander alcançou a classificação mais alta no “Índice de Igualdade de Género” (GEI), da Bloomberg. Sobre este prémio, Ana Botín, presidente do grupo Santander, afirmou: “temos o compromisso de construir um banco mais responsável e estabelecemos uma série de objetivos ambiciosos para melhor atingir este propósito. Ainda há muito por fazer, mas temos conseguido verdadeiros avanços e estamos muito gratos por a ‘Euromoney’ reconhecer os nossos esforços no sentido de criar uma organização mais diversificada e inclusiva”.
Novo Banco distinguido novamente ao nível de melhor site bancário integrado
O Novo Banco foi distinguido, pelo segundo ano consecutivo, como “Best Integrated Corporate Banking Site in Western Europe”, no âmbito dos prémios “2020 World’s Best Digital Bank Awards”, da revista especializada “Global Finance”. O Novo Banco tem permanentemente investido para se tornar o melhor banco comercial em Portugal para a era Digital, com capacidades de self-service de referência, relacionamentos omnicanal inteligentes e integrados, que permitam uma experiência de cliente inovadora e distintiva nos vários pontos de contacto com o banco, com soluções personalizadas, simples, cómodas e geradoras de valor. A renovação deste prémio, pela “Global Finance”, reforça o reconhecimento da qualidade das soluções digitais do Novo Banco para o mercado empresarial,
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entre as quais se destaca NBnetwork, o seu serviço de Internet Banking para empresas. O NBnetwork é uma solução intuitiva e com uma cobertura funcional alargada, que permite às empresas a realização de um vasto leque de operações de forma simples, autónoma e eficaz. O atual contexto de covid-19 originou novas necessidades às empresas e que requereram respostas rápidas e de acesso à distância. Nesse âmbito, o Novo Banco disponibilizou várias novas funcionalidades no NBnetwork, entre as quais se destacam: pedidos de moratória de crédito para empresas, negócios e empresários em nome individual; possibilidade de candidatura online à Linha de Crédito de Apoio à Economia Covid-19 e à Candidaturas à Linha de Crédito para Micro e Pequenas Empresas; pedi-
do online de garantias bancárias, um processo que rapidamente assumiu um peso muito relevante no total de pedidos de garantias submetidos ao banco. Paralelamente, o Novo Banco lançou também o NB Marketplace, um portal de e-commerce, que está disponível para comerciantes locais em várias regiões do país, no site novobanco.pt e desenvolveu novas API’s de open banking que permitem consultas e transações através de soluções de third-party providers (designadamente, entre outras, transferências, pagamentos de serviço, carregamentos ou pagamentos à segurança social, etc.). Entretanto, o Novo Banco foi, mais uma vez, nomeado o melhor banco na prestação de serviços de custódia de títulos em Portugal 2020, também pela “Global Finance”.
Breves Endesa ganha quota em Portugal e já lidera no segmento empresarial A Endesa continua a aumentar as suas quotas de mercado em Portugal. De acordo com os dados do último boletim mensal da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), sobre o Mercado Liberalizado de Eletricidade, a Endesa lidera o segmento empresarial (B2B) em Portugal, somando as quotas de mercado dos grandes consumidores, consumidores industriais e pequenos negócios. De acordo com Miguel Mendes, diretor B2B da Endesa Portugal, “no setor da eletricidade, tal como acontece em Espanha, o objetivo é consolidar a nossa posição de líder natural no mercado empresarial português. Neste momento temos uma quota no segmento empresarial de aproximadamente 22,4%, com o objetivo de crescer em número de clientes em todos os segmentos, com especial enfoque no segmento de menor consumo e também no setor público administrativo. No
caso da comercialização do gás natural, a Endesa está também presente no setor empresarial (B2B) com uma quota de 12,8% nos grandes clientes e com o objetivo de manter o segundo lugar no mercado português de gás natural.” Os mesmos dados revelam que no segmento residencial, a Endesa é a comercializadora que maior número de clientes captou, desde janeiro, tanto em eletricidade como no gás natural. Segundo estima Inés Roque, diretora B2C da Endesa Portugal, “em breve, atingiremos os 500 mil clientes. A nossa estratégia baseia-se na transparência, a digitalização e a inovação”. Ao mesmo tempo, de acordo com o último relatório mensal da ERSE sobre o mercado liberalizado de eletricidade, o número de consumidores cresceu 2,4% em julho, face ao mesmo mês de 2019, e atingiu os 5,3 milhões de clientes. São ainda mais 12,1 mil do que em junho, divulgou o regulador.
Indra implementa sistemas de controlo de temperatura em aeroportos de Espanha A gestora dos aeroportos espanhóis processo de concurso público. As Aena entregou à Indra, uma das prin- câmaras da Indra foram instaladas nos cipais empresas mundiais de tecnolo- aeroportos Adolfo Suárez Madri-Barajas, gia e consultoria, a implementação do Josep Tarradellas Barcelona-El Prat, sistema de controlo de temperatura de Palma de Maiorca, Málaga-Costa del passageiros, através da instalação de Sol, Alicante-Elche, Ibiza, Gran Canária, câmaras termográficas em 13 dos seus Tenerife Sur, Valência, César Manriqueaeroportos mais movimentados em ter- Lanzarote, Sevilha, Fuerteventura e mos de tráfego aéreo e passageiros. A Menorca. Aena está a trabalhar em estreita cola- O sistema inclui câmaras fixas na zona boração com a Autoridade Espanhola de de chegadas e câmaras móveis de bacSaúde Exterior nas operações de vigilân- kup, que permitirão realizar verificações cia e controlo, fornecendo os meios tec- aleatórias em qualquer lugar do terminal. nológicos necessários para a instalação A tecnologia usada pela Indra distinguee uso de câmaras termográficas. -se pela sua elevada precisão e sensiO contrato foi adjudicado à Indra num bilidade.
Insolvências disparam e abertura de novas empresas continua em queda Em agosto passado, registou-se em Portugal um aumento de 64,5% nas insolvências, com 199 empresas a fechar portas, ou seja, mais 78 que no período homólogo de 2019, de acordo com os dados mais recentes da Iberinform, filial da Crédito y Caución. O relatório da empresa de análise financeira mostra ainda que, nos primeiros oito meses de 2020, o aumento das insolvências foi de 10,6%, com um total de 3.342 insolvências, ou seja, mais 319 do que no mesmo período do ano passado. Comparativamente com o mesmo período acumulado de 2019, verifica-se uma subida de 13,1% em Lisboa e de 9,3% no Porto. Os crescimentos homólogos mais significativos verificaram-se em Angra do Heroísmo e Castelo Branco, com subidas de 50%. Por setores, o da construção e obras públicas é o único a registar uma diminuição (de 4,4%) no número de empresas insolventes face a 2019. Os maiores aumentos encontram-se nas áreas de telecomunicações (+66,7%) e hotelaria e restauração (+29,2%). Ainda de acordo com a análise da Iberinform, a constituição de empresas em agosto teve uma quebra de 10,2%, diminuindo de 2.920 em 2019 para 2.621 em 2020, menos 299 novas constituições. Em termos acumulados, verifica-se um decréscimo de 29,9%. Lisboa é a 75.ª cidade mais inteligente do mundo Lisboa ficou em 75º lugar no ranking das cidades mais inteligentes do mundo, de acordo com a segunda edição do “Smart City Index”, que avaliou 109 cidades de todo o mundo à luz de dados económicos e tecnológicos, com base num inquérito realizado aos cidadãos sobre o alcance e impacto das políticas que visam tornar a sua cidade inteligente. A avaliação final tem por base cinco áreas-chave: saúde e segurança, mobilidade, atividades, oportunidades e administração. A cidade de Lisboa é a única portuguesa na lista. Entre os indicadores analisados, o acesso à habitação a custo acessível figura no topo das preocupações dos lisboetas, sendo identificado por 77,3% dos inquiridos como uma área de intervenção prioritária. Neste segmento, 81,4% dos inquiridos consideram que é um problema encontrar casa, cuja renda seja equivalente a um máximo de 30% do salário mensal. Para além da habitação, os fatores que mais pesam na avaliação da cidade e que os lisboetas identificam como áreas de intervenção prioritária são o trânsito (55,6%), a corrupção (44,8%), os transportes públicos (41,2%), a poluição do ar (41,2%), o desemprego (40,8%) e os serviços de saúde (38,3%). Do lado oposto, os lisboetas mostraram-se satisfeitos
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Breves com a oferta cultural da cidade e os espaços verdes, bem como na evolução tecnológica e com a velocidade e fiabilidade da internet. Portos nacionais movimentaram menos mercadorias em 2019 De acordo com o último relatório divulgado pelo regulador AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, referente ao ano passado, a que o “Jornal Económico” teve acesso, os portos nacionais, incluindo os das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, movimentaram mais de 85 milhões de toneladas de mercadorias em 2019, o que representou uma diminuição de 5,6% face a 2018. Assim, de acordo com o relatório “Tráfego Marítimo de Mercadorias no Contexto da Intermodalidade”, da autoria da AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, “deste valor, 81,9 milhões de toneladas foram registadas no continente, o correspondente a 96%, 1,2 milhões de toneladas na Região Autónoma da Madeira e 2,2 milhões de toneladas na Região Autónoma dos Açores”. A AMT enumera ainda a informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística, pela Pordata e por vários operadores, concluindo que no ano de 2019 foram movimentadas, pelos diversos modos de transporte (nomeadamente marítimo, rodoviário, ferroviário e aéreo), cerca de 243,9 milhões de toneladas de mercadorias, um valor inferior em 3,4% ao volume registado no ano anterior. Nacex Portugal regista crescimento de 30% no primeiro semestre de 2020 e lança Nacex.Shop A Nacex Portugal, a empresa de transporte expresso da Logista em Portugal, registou um crescimento de 30% no seu volume de envios durante o primeiro semestre de 2020, resultado do aumento de expedições motivado pela pandemia de covid-19, e lança agora o serviço Nacex.Shop, para dar resposta a este crescimento de forma sustentada. O novo serviço da transportadora contará, nesta fase de arranque, com cerca de uma centena de pontos de recolha de encomendas, entre quiosques, tabacarias e lojas de conveniência de postos de abastecimento. Porém, o objetivo é atingir os 300 pontos NACEX.Shop até ao final do ano. “Houve nos últimos meses um crescimento do e-commerce que contribuiu para que registássemos um aumento do número de expedições e de novos clientes, que foram fidelizados por via da elevada qualidade do serviço que continuámos a prestar nesta altura mais conturbada”, considera João Jales, country manager da Nacex Portugal. “Este aumento do nosso volume de expedições levou ao lançamento em Portugal do serviço Nacex.Shop, que já está presente em Espanha” e que iria contar com cerca de dois mil pontos de recolha de encomendas até ao mês passado, explica o responsável.
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Garland Logística aumenta área dedicada ao e-commerce em 240% nos últimos quatro anos Em apenas quatro anos, a Garland Logística aumentou dos seis mil para os 20.400 metros quadrados a área dedicada à logística de e-commerce , transformando-se num dos principais players nacionais no negócio. A aposta na expansão de infraestruturas dedicadas à atividade de e-commerce acompanha o crescimento do volume de negócios que a empresa regista nesta atividade. Em 2019, a Garland Logística faturou mais 85% relativos a operações de comércio eletrónico face ao ano anterior. Atualmente, a Garland dispõe de 6.400 metros quadrados no centro logístico de Cascais, mil metros quadrados nos dois CL em Aveiro, 12 mil metros quadrados em ambos os CL instalados na Maia, e mil metros quadrados em Vila Nova de Gaia, dedicados à logística de e-commerce. Com uma carteira de clientes, em que predominam marcas líderes em moda, entre as quais a Farfetch, a pandemia
causada pela propagação do novo coronavírus veio diversificar os setores de atividade a que a Garland presta serviços de comércio eletrónico, passando a integrar também marcas da área alimentar. Desde o início de março, a Garland Logística viu o número de expedições diárias, em Portugal, aumentar em cerca de 50% face a período homólogo do ano passado. A pandemia tem vindo a revolucionar a forma como as pessoas vivem e se relacionam. Um dos sinais mais evidentes é o forte crescimento do número de novos utilizadores dos canais digitais, consequência do confinamento e das restrições de deslocação. Segundo um estudo da Group M realizado em meados de abril, a pandemia também gerou um crescimento do e-commerce entre 40 e 60% face aos valores de 2019, nalgumas categorias relevantes como o retalho alimentar em Portugal.
Dunany Foods conquista novos clientes em Portugal e Espanha
A Dunany Foods, empresa de produção de refeições pré-cozinhadas refrigeradas, está a exportar 85% da sua produção, a partir da unidade de Samora Correia, e pretende aumentar a sua capacidade produtiva. A empresa de origem espanhola, que produz em Portugal através de uma fábrica localizada em Samora Correia, conseguiu recentemente aumentar a sua carteira de clientes, com dois novos contratos em Espanha e um em Portugal, adianta Sergio Rodrigo, diretor-geral da empresa, que lançou a sua atividade industrial em Portugal
no início deste ano. Com os novos clientes (grandes superfícies de distribuição alimentar) e uma nova gama de refeições, a lançar este mês, a Dunany Foods prevê continuar a consolidar o seu volume de negócios, neste primeiro ano de atividade, apesar da crise global. A Dunany Foods Portugal espera ainda aumentar as suas operações em breve, com a expansão da sua unidade industrial, no âmbito de um projeto de investimento, que foi entretanto submetido a apoios do Portugal 2020.
Gestores
A Iberdrola reforçou a “liderança no ces da sua atuação. De referir que segmento industrial português, reite- os investimentos, que permitiram à rando continuamente o seu compro- empresa antecipar a transição enermisso com a eficiência energética”, gética desde então, ultrapassaram os revela a empresa energética. “De 100 mil milhões de euros”, adianta a acordo com dados do regulador, a companhia. Iberdrola mantém a liderança no for- “A Iberdrola é líder mundial na produnecimento de energia ao segmento ção eólica e está na vanguarda das industrial português, com uma quota demais energias renováveis, posiciode 22,8% do mercado”. nando-se entre os maiores produtores A energética salienta também “a sua de energia no mundo”. aposta no cumprimento das metas “Um setor energético mais verde trará ambientais europeias como via única ganhos efetivos em termos de riqueza para um desenvolvimento económico e emprego. Representará igualmente robusto e sustentável”. “O processo um salto apreciável na proteção dos de descarbonização e transição ener- recursos e do meio ambiente. E, não gética fazem parte da identidade cor- menos importante, apoiará de forma porativa da Iberdrola há mais de 20 significativa a balança comercial do anos. A preservação do meio ambiente, país e da Europa, reduzindo a depenem simultâneo com o desenvolvimento dência face ao exterior”, salienta a económico e social, são os alicer- mesma fonte, em comunicado.
Santos e Vale abre nova plataforma na Maia Integrada na estratégia de expansão e crescimento da empresa, a nova plataforma na Maia irá servir as zonas norte do distrito do Porto, aumentando a capacidade da Santos e Vale para as recolhas e entregas de proximidade nesta região. Esta plataforma está equipada com os mais sofisticados meios logísticos que vão possibilitar um aumento no processamento dos envios na zona da Maia, permitindo assim, uma otimização dos tempos de entrega e de recolha na região. “Enquanto operador logístico, temos que ser o pilar de consistência e segurança nas cadeias de abastecimento. É esta proximidade que nos diferencia no mercado e que queremos continuar a manter para que os nossos clientes possam fazer crescer os seus negócios com toda a segurança.”,
referiu Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale. Com mais de cinco mil metros quadrados de área, a plataforma está inserida na zona industrial da Maia e irá processar os envios dos concelhos da Maia, Trofa, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim. De referir que esta nova plataforma é a 22ª da empresa e faz parte da rede de distribuição, transporte e logística da Santos e Vale, que é composta por 18 plataformas de cross docking e quatro plataformas de logística que servem os seus clientes.
em Foco
Maria Celeste Hagatong (na foto) vai manter-se na presidência do conselho de administração da Cosec, num novo mandato que se estende até 2022. Na Assembleia Geral da companhia, realizada no passado dia 1 de setembro para eleger os novos órgãos sociais para o mandato 2020-2022, foram também eleitos para este novo mandato os anteriores administradores não executivos, Pedro Silva Fernandes e Paolo Cioni. Na presidência da Comissão Executiva permanece Thierry Etheve, enquanto Miguel Gomes da Costa se mantém como presidente do Conselho Fiscal, órgão que integra Isabel Lacerda e José Vairinhos como membros efetivos. Como membros da Comissão Executiva mantém-se Ana Carvalho, responsável pela área comercial, de marketing e comunicação, tendo sido eleito Placido Furnari para assumir o pelouro de risco. Foi eleito para presidir à Assembleia Geral da Cosec Pedro Rebelo de Sousa.
Foto Sandra Marina Guerreiro
Iberdrola líder no fornecimento de energia à indústria em Portugal
Guillermo Fadda (na foto) é, desde este mês, o novo diretor comercial da SEAT na Europa. O novo responsável irá liderar a área de Vendas da empresa no continente, cargo recém-criado para potenciar o crescimento da empresa na região. Irá reportar ao vice-presidente comercial da SEAT, Wayne Griffiths. Guillermo Fadda conta com 25 anos de experiência no grupo Volkswagen e era até agora vice-presidente comercial do Volkswagen Group Argentina. Javier Sánchez-Prieto (na foto) é o novo executive chairman do grupo Iberia. O novo responsável máximo da companhia aérea de bandeira espanhola substitui no cargo Luis Gallego. Licenciado em economia e gestão, pela Universidade Complutense de Madrid, e com uma pós-graduação em engenharia de aviação técnica, pela Universidade Politécnica de Madrid, Javier Sánchez-Prieto esteve ligado, nos anos mais recentes, à área de Planeamento Estratégico e Gestão Financeira da Iberia. Anteriormente, foi membro da equipa fundadora da subsidiária low-cost Iberia Express, com responsabilidades ao nível do planeamento estratégico, finanças, compras, sistemas de TI, frota aérea, recursos humanos e assuntos jurídicos da companhia.
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Breves Sabadell se alía con Sanitas en seguros de salud Banco Sabadell y Sanitas han firmado un acuerdo de venta de seguros de salud para los próximos cinco años con el objetivo de impulsar la contratación de estos productos entre los clientes particulares, autónomos y pymes del banco. Sanitas ya era distribuidor exclusivo de BBVA para este tipo de pólizas. La entidad financiera aportará a la alianza su red comercial en España, con más de cinco millones de clientes, a través de sus 1.678 oficinas y 6.394 gestores. Hasta ahora, su socio de referencia en seguros médicos era DKV. Además, BanSabadell Seguros Generales, compañía aseguradora participada por Banco Sabadell, y Sanitas han acordado la suscripción en coaseguro de este nuevo seguro de salud. Banco Sabadell mantiene su acuerdo con DKV Seguros aunque solo para seguros de deceso para particulares y de subsidio para autónomos. SEUR pone en marcha su nuevo centro logístico en Segovia SEUR sigue adelante con sus planes de expansión y acaba de inaugurar una nueva nave en Segovia con el objetivo de ampliar su capacidad para mejorar su servicio y ser más competitivos en la región. Esta nueva instalación se encuentra en Valverde del Majano (Calle Fresno, 48), y cuenta con 1.400m2, doblando en extensión a la anterior, lo que permite también aumentar la eficiencia y rapidez en sus operaciones gracias a una cinta automatizada que puede dar servicio a 20 conductores. Dispone también de muelle de descarga para agilizar los procesos y una cámara de frío de 30m3 con la que se mejora la conservación de los productos que lo requieran. Con este nuevo centro en Segovia y con el aumento de producción, la compañía ha incorporado a cinco repartidores más y a dos operadores de nave para dar servicio a todos sus clientes de la zona, sean cuales sean sus características e incluyendo los servicios de comercio electrónico. Forestalia inicia los trámites para construir 100 parques de renovables en Aragón Forestalia iniciará antes de finalizar este año la tramitación para la construcción de más de un centenar de parques fotovoltaicos y eólicos en las tres provincias de Aragón. El conjunto de las actuaciones supone la puesta en marcha de 6.000 nuevos megavatios (MW), más de dos tercios de la potencia actualmente en servicio de toda la Comunidad de Aragón. Forestalia presentará los proyectos ante el Ministerio de Industria y el Gobierno aragonés en función de su potencia o de sus características. “Forestalia no alberga dudas respecto a que las administraciones dispondrán
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Ferrovial vende su participación en dos de sus autopistas de Portugal por 171 millones
Ferrovial, a través de su filial de autopistas Cintra, ha alcanzado un acuerdo con el fondo DIF Infrastructure VI, gestinado por DIF Capital Partners, para la venta de su participación del 49% en la autopista Norte Litoral y del 48% en Via do Infante, que forman parte de sus activos en Portugal, por un valor total de 171 millones de euros. Según ha informado la compañía, tras esta operación, Cintra tendrá un
contrato para la gestión de ambos activos. El cierre de la operación se producirá cuando reciba la aprobación de las autoridades portuguesas y las entidades financieras. La compañía que preside Rafael del Pino mantiene su participación en la Autopista de Azores. En 2016, DIF Infraestructure IV, otro fondo gestionado por DIF Capital Partners, se hizo con una participación del 51% de la autopista Norte Litoral y del 49% de Via do Infante. Las autopistas NorteLitoral y Via do Infante, basadas en pagos por disponibilidad, se encuentran en Oporto y Algarve.
Galp cierra la transacción con ACS y se convierte en el mayor operador solar de la Península Ibérica
Galp y ACS han cerrado la transacción para la creación de una joint venture (JV) que les permita desarrollar 2,9 GW en proyectos solares fotovoltaicos en España. Galp adquiere el 75,01% de la empresa solar resultante, mientras que ACS mantiene una participación del 24,99%. Se ha establecido una estructura de gobierno para el control conjunto
de la empresa, cuyas cuentas se reflejarán en los resultados financieros de Galp bajo el método de participación. Esta transacción es el resultado de un acuerdo inicial alcanzado el pasado 22 de enero con el Grupo ACS, modificado posteriormente, entre otros motivos, para establecer una JV entre las dos partes, como se anunció en julio. Ya se han recibido todas las aprobaciones necesarias por parte de socios y autoridades con respecto a este acuerdo modificado. El porfolio de 2,9 GW incluye una selección de proyectos de alta calidad repartidos por toda España, incorporando los 914 MW de activos recientemente comisionados y un pipeline en diferentes etapas de desarrollo.
Mercadona vende 27 supermercados al fondo LCN Capital Partners por 180 millones La cadena de supermercados Mercadona ha cerrado la operación de venta de los locales en los que tiene 27 establecimientos por 180 millones de euros al fondo estadounidense LCN Capital Partners European Fund III. La operación, que ha gestionado la consultora CBRE, se ha realizado bajo la fórmula sale-leaseback, de manera que Mercadona seguirá ocupando los establecimientos en alquiler y el cambio de dueño no afectará al funcionamiento de las tiendas. Estos inmuebles están repartidos por España, aunque la gran mayoría de los supermercados están en Andalucía, Cataluña y la Comunidad de Madrid. Para Paul Santos Robson, direc-
tor nacional de Inversiones Retail en CBRE, “las operaciones de sale-leaseback vuelven a ser frecuentes en el mercado retail y otros sectores donde las compañías buscan incrementar su liquidez y optimizar su balance”. Los ingresos por la venta de estos supermercados permitirán a Mercadona abordar con una mayor agilidad este proceso de transformación, que prevé culminar en 2023.
Worten y EDP se alían para vender productos fotovoltaicos en España Worten y la energética EDP han firmado un acuerdo de colaboración para comercializar instalaciones fotovoltaicas en España, tanto en las tiendas que tiene la compañía en la península y en Canarias como en su canal online. En virtud de este acuerdo, EDP se encargará de todas las gestiones y permisos administrativos necesarios, así como del montaje y de la puesta en marcha de la instalación, según han subrayado ambas compañías. Además, los clientes contarán con una plataforma de monitorización y gestión de la instalación en tiempo real que les permite consultar desde su teléfono móvil la producción y el autoconsumo que
están realizando en cada momento y optimizar su rendimiento. La energética ha subrayado que se trata de una alianza estratégica que permite acercar la energía solar a particulares y negocios y promover el autoconsumo gracias a la firma de distribución de electrodomésticos y electrónica de consumo.
Breves de los medios y en su caso refuerzos necesarios y multiplicará su empeño en que la presentación de sus expedientes permita agilizar las tramitaciones y facilite el trabajo de dichas administraciones, aspecto clave para que cristalice el impulso que los proyectos de renovables deben aportar al desarrollo económico y social de Aragón contribuyendo al principio de Transición Energética que reclama el país en su conjunto”, ha resaltado la firma. El grupo de origen aragonés desarrollará la mitad de sus nuevos proyectos, 3.000 MW, en 66 parques fotovoltaicos y eólicos en la provincia de Teruel, con una inversión de 2.400 millones. Iberdrola compra una cartera de proyectos eólicos de 400 megavatios en Brasil Iberdrola, a través de su filial Neoenergia, ha alcanzado un acuerdo con PEC Energia para la adquisición de una cartera de proyectos eólicos en desarrollo en Brasil que suman una potencia de 400 megavatios (MW). Según informa Iberdrola, su filial brasileña continúa acelerando su apuesta renovable en el sector eólico de Brasil, donde ya cuenta con más de 3.500 MW en operación. Estas nuevas instalaciones, que abarcarán una superficie de cerca de 8.000 hectáreas, estarán situadas en la sierra de Gameleira, en el estado de Bahía. La operación incluye un derecho de opción de compra sobre otros proyectos eólicos en la misma región, que podrá ser ejercida en un futuro por la filial de Iberdrola. Con esta nueva operación, el grupo liderado por Ignacio Sánchez Galán realiza su séptima adquisición en lo que va de año y da un nuevo paso en su posicionamiento en mercados con gran proyección renovable. Bankinter se estrena en Irlanda con la hipoteca más barata Avantcard, filial de Bankinter, ha anunciado que va a entrar en el mercado hipotecario irlandés. Para ello, la firma presentará una gama de productos hipotecarios con condiciones muy competitivas sobre lo que se comercializa en ese país, explican fuentes del banco español. Ofrece las hipotecas más baratas del país, con hipotecas de tasa fija a partir del 1,95%. También aporta una competencia adicional al mercado hipotecario irlandés con sus nuevos productos de tasa fija a tres, cinco y siete años. La empresa, que tiene su sede en Carrick-on-Shannon, con una segunda oficina en Dublín, lleva dos décadas operando en el mercado irlandés con créditos al consumo, aunque el pasado año pasó a manos de Bankinter, banco que también opera en Portugal y Luxemburgo, además de España. Hasta ahora Avantcard estaba especializada en tarjetas de crédito y préstamos personales, pero ahora Bankinter pretende en esta nueva etapa que se especialice en hipotecas, aprovechando el destacado negocio hipotecario que tiene en España y Portugal.
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Prifer Group apresenta soluções globais desde a engenharia e desenvolvimento à produção e montagem de componentes industriais O grupo português Prifer, sediado em Aveiro, distingue-se no setor industrial não só pela sua elevada componente tecnológica, como também pela sua cadeia de valor integrada verticalmente, podendo desenvolver e produzir os mais diversos tipos de peças, em metal, plástico ou alumínio, tendo ainda capacidade de produção dos moldes que lhes dão origem. Dos principais fabricantes automóveis às empresas de tecnologia e eletrodomésticos, os clientes da Prifer abrangem os mais diversos setores.
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Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
ncontrar uma solução com- vos, eletrodomésticos ou máquipleta (chave na mão) em nas de vending – representa uma áreas de fornecimento de importante mais valia, que pouelevado grau de incorpo- cas empresas podem dar. Segundo ração tecnológica – como Bruno Bessa, diretor da divisão é o caso de quiosques interati- de Metal do grupo Prifer, locali-
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zado no distrito de Aveiro, “com as marcas a focarem-se cada vez mais no desenvolvimento dos seus produtos, subcontratando a sua produção, o grupo Prifer assume-se como um parceiro glo-
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bal para soluções globais, com uma cadeia de valor integrada verticalmente, que cobre desde a conceção e industrialização do produto, passando pelos processos industriais necessários à sua produção (incluindo os moldes e ferramentas) até à sua assemblagem e embalamento”, exemplifica Bruno Bessa. No total, o grupo possui nove empresas, dedicadas a seis grandes áreas de atuação: engenharia e desenvolvimento, moldes, plástico, alumínio, metal e engenharia de superfícies (ver caixa). “Temos ganho muitos clientes pelo facto de integrarmos muitas operações, nas mais diversas áreas”, evitando que estas empresas “tenham de recorrer a vários fornecedores apenas para a produção de uma peça”, afiança Bruno Bessa. Esta é a diferenciação que o grupo acredita garantir-lhes uma vantagem competitiva, por adicionar de uma forma clara valor aos clientes, mesmo em relação a grandes multinacionais de produção de moldes ou de máquinas, nomeadamente no mercado espanhol. “Podemos realizar e integrar várias operações, através de um
O grupo possui nove empresas e 13 fábricas, dedicadas às áreas de engenharia e desenvolvimento, metais, plásticos, injeção de alumínios, moldes e engenharia de superfícies
único ponto de contacto, evitando recorrer a vários fornecedores para os vários processos, reduzindo os erros e concentrando a responsabilidade pelo produto apenas em nós”. Entre os principais clientes do grupo estão multinacionais estrangeiras como a Renault, Plastic Omnium, Ineos, Visteon, Faurecia, Bosch, JAC, Teka, Airbus, Indra, Roca, Schmitt, Shark ou Aspöck. “Os nossos clientes são um motivo de orgulho para nós, não só pela relevância que têm nas suas respetivas áreas de atuação, mas sobretudo pela relação de lealdade e confiança que têm connosco, acompanhando-nos há vários anos e incentivando o nosso crescimento e progresso, através dos desafios que nos lançam”. O grupo exporta cerca de 80% da sua produção, para mais de 30 países, desde a China, a Marrocos, até aos EUA ou Canadá, e opera através de 13 fábricas. A maior área de atividade continua a ser a dos moldes, que representa cerca de metade do volume de negócios do grupo e é “a divisão com maior presença internacional”. A divisão de moldes, com quatro operações em Portugal, produz moldes até 40 OUTUBRO DE 2020
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A Prifer colabora com diversas universidades e uma das vertentes de I&D que procura desenvolver é a exploração de novas tecnologias, como a injeção de magnésio e a transformação aditiva toneladas, para os mais diversos setores, com particular incidência na indústria automóvel. A Prifer Metals é uma das 13 fábricas criadas pelo grupo administrado por Carlos Neves e João Prior. Aquando da sua criação, há 43 anos, o grupo dedicava-se ao fabrico de produtos de plástico, sobretudo para o setor agrícola, expandindo progressivamente a sua cadeia de valor para responder à procura do mercado e aos desafios lançados pelos seus clientes.
Crise com algum impacto na ati- de algumas das nossas divisões, vidade derivado do abrandamento geral Atualmente, conta com mais de da economia, devido ao fecho de 700 colaboradores e depois de ter determinados mercados e à incerfaturado cerca de 80 milhões de teza provocada pela pandemia da euros em 2018, o grupo encontra- covid-19. A estratégia de diversi-se numa fase de ligeiro abran- ficação comercial que tem vindo damento, sobretudo nas áreas a ser seguida pelo grupo atenuou que sentiram mais a crise glo- definitivamente este impacto”, bal, como o setor automóvel ou o realçou Bruno Bessa. No entanto, setor de lazer (onde produz, por “temos boas perspetivas para outros exemplo, máquinas de jogo slot e negócios, no metal, para compenvending ). “Existirá, naturalmente, sar outras áreas”, acrescenta o resum abrandamento do crescimento ponsável. Esta é uma das áreas que tem vindo a crescer, desde que foi criada há cerca de um ano. Novos investimentos para aumentar e modernizar produção Para desenvolver as operações nas suas diversas áreas, o grupo tem em curso vários projetos de investimento, nas mais diversas áreas de atividade. O vasto plano de investimentos em curso e outros planeados para execução nos próximos anos destina-se à modernização tecnológica das várias divisões, ao aumento da sua capacidade produtiva e à expansão da sua presença na cadeia de valor, enquadra o mesmo responsável. “Com este plano ambicioso, o grupo Prifer
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Alta tecnologia e desenvolvimento de soluções integradas O grupo Prifer é constituído por nove empresas dedicadas à área industrial, de engenharia e desenvolvimento ou à área comercial, pretendendo assim garantir uma solução global “chave na mão” para determinadas aplicações industriais. Com uma forte presença internacional, exporta a grande maioria da produção a partir das suas unidades fabris e do centro de competências, localizados na região de Aveiro. A maior empresa do grupo é a Prifer Technical Molds, que concebe, desenha e e produz moldes até 40 T de injeção de plástico, aluminio e zamak, tendo também capacidade interna de os ensaiar (500 T a 3,200 T, 2K e 3K). Estes são destinados a diversas peças, essencialmente para o setor automóvel. Outros setores procuram moldes para a produção dos seus equipamentos industriais (máquinas ou ferramentas) ou para os seus produtos finais. A Prifer Metals é a empresa mais recente, criada no ano passado, com capacidade a nível de corte, puncionagem, quinagem e soldadura, e dedica-se à produção de pequenas e médias séries de peças e estruturas metálicas e à montagem de componentes. Esta empresa produz desde máquinas de jogos slot para casinos, má-
pretende preparar as suas várias atividades para as indústrias do futuro, acompanhar a evolução tecnológica e responder aos desafios colocados pelos seus clientes. Novos projetos, muitas vezes exigem investimentos em novas soluções e tecnologias, e não faz parte do ADN da Prifer desconsiderar novos projetos apenas porque estes
quinas de vending e venda de bilhetes, quiosques multimédia, até mobiliário urbano, peças para incorporação em elevadores, entre muitos outros produtos. Além da conceção e desenvolvimento dos moldes que dão origem às peças, bem como da sua produção, a Prifer faz ainda a montagem dos componentes eletrónicos que integram as máquinas, apresentando, assim, uma solução global, que poucas empresas de subcontratação conseguem oferecer. A Prinemo é a operação do grupo dedicada à engenharia e desenvolvimento de produtos e ferramentas, tendo a capacidade de fazer o desenvolvimento e acompanhamento de um novo produto ou ferramenta, desde a sua con-
ceção até à industrialização. A Prifer – Fundição dedica-se à injeção de alumínio e zamak (100 T a 1,600 T) , tendo também capacidade interna a nível de maquinação, acabamentos de superfície (polimento, rebarbagem, granalhagem, vibração, etc.) e revestimentos de superfície (cromagem e pintura a pó e a líquido). A J. Prior dedica-se à injeção e extrusão de plástico (50 T a 1,150 T), com capacidades a nível de acabamento e assemblagem de produto e com um centro logístico com frota própria. Finalmente, a Prirev Surface Engineering dedica-se aos serviços de acabamentos de superfície técnicos e estéticos, numa grande variedade de materiais, através do PVD e WS2.
exigem que exploremos tecnolo- forte colaboração com as univergias que não temos de momento”, sidades de Aveiro e do Minho e acrescentou Bruno Bessa. com a Faculdade de Ciências e Para alavancar o ambicioso Tecnologia (FCT) da Universidade plano de investimentos, a Prifer Nova de Lisboa. Uma das vertenconta com incentivos concedidos tes de investigação que a Prifer ao abrigo do Portugal 2020 e está a desenvolver é a exploração de outros programas nacionais e de novas tecnologias, como a injecomunitários. ção de magnésio e a transformação O grupo mantém ainda uma aditiva. OUTUBRO DE 2020
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La fusión entre CaixaBank y Bankia abre una nueva era en el sector bancario La nueva entidad nacida de la fusión entre Caixabank y Bankia, que mantendrá el nombre de CaixaBank, tendrá unos activos de más de 664 mil millones de euros, el 25% del sector en España. Espera ahorrar 770 millones de euros cada año y ganar 290 millones más.
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Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
os consejos de administración de CaixaBank y Bankia, celebrados el pasado 17 de septiembre, aprobaron el proyecto de fusión de ambas entidades que dará lugar al banco líder en España. Aunque los costes de reestructuración ascenderán a unos 2.200 millones de euros, el resultado de la fusión prevé unos ahorros anuales de 770 millones de euros a partir de 2023 y la generación de nuevos ingresos por importe de 290 millones, según la comunicación enviada a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV). En cifras, una plantilla conjunta de más de 51 mil empleados, 6.600 sucursales y más de 664 mil millones de euros en activos, lo que coloca a la nueva entidad por delante del Banco Santander, actual líder del mercado español. La fusión será por absorción con un canje de acciones que se ha comunicado a la CNMV y que se ha fijado en 0,6845 acciones de la nueva CaixaBank por cada una de Bankia.
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Evidentemente, CaixaBank tiene un tamaño mayor que Bankia y controlará el 74,2 % del nuevo grupo. La operación se espera cerrar durante el primer trimestre de 2021, una vez recibidas todas las autorizaciones regulatorias, entre ellas la del Ministerio de Asuntos Económicos y la de la Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia. “En una fusión como esta ganamos todos. Lo importante es que las entidades bancarias estén respaldadas y todos queremos que los bancos españoles sean solventes, con liquidez y cuentas fuertes”, afirma Manuel Romera, profesor del IE Business School. “Se fusionan porque no tienen futuro ni viabilidad”, añade. En un entorno marcado por los bajos tipos de interés y las dificultades económicas sobrevenidas por el Covid19, el futuro de los bancos cada vez es más complejo. Hay más presión en el sector y para sobrevivir los bancos deben reducir costes. El anuncio de esta operación a
comienzos de septiembre sorprendió por el momento y por los protagonistas, pero no por la fusión en sí. Desde hace tiempo que el mercado viene advirtiendo de la necesidad de acometer un proceso de consolidación y la pandemia por coronavirus sólo ha servido para acelerarlo. “Sabadell encajaba mejor con Bankia pero no quiso fusionarse”, recuerda Romera. En estos momentos, los bajos tipos de interés, la notable presión regulatoria, la inexistencia de grandes beneficios empresariales que permitan otro tipo de negocio y los retos de la digitalización convierten la fusión en una cuestión de supervivencia. Los expertos señalan que la fusión ya se había intentado en 2012 entre el entonces presidente de Bankia, Rodrigo Rato, y de La Caixa, Isidro Fainé. Entonces la necesidad no era tan acuciante y no consiguieron ponerse de acuerdo por el reparto de cargos y discrepancias políticas. Meses después Bankia fue rescatada.
actualidad atualidade
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atualidade actualidad de morosidad más baja en España, del 4,1% y una cobertura confortable del 64%. En cuento a los clientes, el cierre de oficinas, el cambio en los números de cuenta o la modificación de sus ofertas son algunas de las consecuencias que podría tener esta fusión. A la espera de conocer más detalles de la operación se podría producir un cierre de un de cada cuatro Accionistas y clientes 69% sobre las estimaciones para sucursales para evitar la duplicidad. Ambas entidades bancarias apro- 2022 y en un 28% en el caso La reducción de la plantilla es una baron también la ecuación de canje de los accionistas de CaixaBank. de las mayores incógnitas. Según de 0,6845 acciones ordinarias nue- Asimismo, los objetivos de solvencia fuentes del sector, el número de vas de CaixaBank por cada acción del nuevo banco se situarán entre el trabajadores afectados por el ERE de Bankia y estiman que el benefi- 11% y el 11,5% y, tras los sanea- podría situarse en alrededor de los cio por acción para los accionistas mientos adicionales consecuencia 8.000 o 7.500. Los dos bancos tendrán la sede de Bankia se incrementará en un de la operación, presentará la ratio social en Valencia. El canje establecido supone que los accionistas de CaixaBank representarán, inicialmente, el 74,2% del capital de la nueva entidad, y los de Bankia, el La fusión de Bankia-CaixaBank dos bancos “muy diferentes”, va a suponer un empuje a la di- con “áreas muy desarrolladas, 25,8%. CriteriaCaixa, entidad congitalización del sector que va a con departamentos muy consotrolada al 100% por la Fundación obligar al resto de los bancos a lidados y las estrategias estaban Bancaria ‘la Caixa’, se mantendrá reactivar su área digital. Según bastante definidas”. como accionista de referencia de Ángel Barbero, profesor de es- Por su parte, Marc Sansó, profeCaixaBank con alrededor del 30% trategia digital en EAE Business sor de innovación en EAE Busidel accionariado. El fondo de rescaSchool, el banco resultante de ness School, comenta que “esta te FROB, controlado por el Estado, la fusión debería preocupar al fusión es un movimiento políalcanzará el 16,1% de la nueva resto porque tanto Bankia como tico-económico qué hará trasentidad y tendrá un consejero. El CaixaBank son entidades con tabillar los cimientos del sector presidente de Bankia, José Ignacio gran madurez digital y, aunque porque no será el único: Banc Goirigolzarri, será el presidente a corto plazo no resulten tan Sabadell, Ibercaja y Liberbank, ejecutivo de la nueva entidad y eficientes como de manera indi- entre otros, esperan turno en Gonzalo Gortázar será el consejero vidual, a la larga supondrán un esta tercera oleada de fusiones delegado. El futuro consejo estará acicate para otras entidades. que dejará un panorama mucho formado por 15 personas, el 33% Según indica el profesor, “la más concentrado (mala noticia mujeres y nueve son independientes. fusión será complicada, espe- para el cliente) y racionalizado, Además habrá un consejero extercialmente en el terreno digital pero muy lejos todavía de estar no, Fernando Ulrich, presidente no y transaccional, dado que son preparado para lo que viene”. ejecutivo del banco portugués BPI, controlado por CaixaBank.
Digitalización del sector
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Visita de ministra dos Negócios Estrangeiros de Espanha para preparar Cimeira Luso-Espanhola As fronteiras entre Portugal e Espanha deverão permanecer abertas, apesar do alastramento da pandemia em cada um dos dois países ibéricos, defendeu Arancha González, ministra dos Assuntos Externos (Negócios Estrangeiros) de Espanha, em sintonia com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, numa visita realizada a Lisboa, no passado dia 18.
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Texto Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
s fronteiras entre Portugal e Espanha deverão permanecer abertas, apesar da nova vaga da pandemia, defendeu Arancha González, ministra dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação de Espanha (foto na pág. seg.), em sintonia com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, com quem se reuniu há cerca de duas semanas. Durante uma visita a Portugal, no passado dia 18 de setembro, Arancha González esteve reunida com o seu homólogo português com o objetivo de abordar temas que estarão em discussão na próxima Cimeira Luso-Espanhola, que estava 22 ACT UALIDAD€
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marcada para se realizar esta semana em Portugal mas que foi entretanto adiada, além da troca de informações sobre a pandemia e de assuntos relativos à União Europeia. Entretanto, a Cimeira Luso-Espanhola, que estava prevista para dia 2 de outubro na Guarda, foi adiada devido a um Conselho Europeu convocado para a mesma data (1 e 2 de outubro) e que estava adiado por questões de quarentena. Entre as várias reuniões que Arancha González
manteve em Portugal, destaque também para o encontro com a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, e a audiência com o presidente do Parlamento português,
actualidad atualidade
definir para receber os apoios às Eduardo Ferro Rodrigues. atividades mais afetadas pela atual Na sua passagem por Lisboa, a crise económica. representante do Governo espa“Sobre os fundos europeus disnhol esteve igualmente reunida poníveis para Espanha e Portugal, na Embaixada de Espanha em sendo uma oportunidade excelenPortugal com gestores dos setote para recuperar, modernizar e res financeiro, recursos humanos, requalificar a sociedade e econoenergia e distribuição, para debater mia dos países” subsistem, todaquestões relacionadas com a ativia, “receios sobre a capacidade vidade destas empresas no espaço em garantir uma boa e atempada ibérico e europeu (ver fotos). Neste pequeno-almoço de trabalho, os empre- como apurou a “Actualidad€”. O docu- execução” ao nível da gestão dos fundos sários portugueses e espanhóis presentes mento, que servirá de base para traçar para a economia portuguesa, tendo salientaram o facto de que ainda não o plano de recuperação a apresentar à em conta a experiência anterior da são conhecidas “todas as consequên- Comissão Europeia, foi elaborada pelo gestao de fundos comunitários, como cias económicas desta crise” sanitária e professor António Costa Silva, que lide- salientou Nuno Ribeiro da Silva, presocial, tendo por isso defendido que em ra a equipa que irá gerir os fundos que sidente da Endesa Portugal e um dos momentos destes se torna mais premen- serão atribuídos a Portugal, no âmbito gestores que esteve no encontro com a te “uma estabilidade regulatória” para a do Fundo de Recuperação da União ministra espanhola, decorrido no dia atuação empresarial, como defenderam Europeia, após a crise da covid-19, que 18 de setembro. O gestor defendeu, por ascende a um total de 750 mil milhões outro lado, que fosse estabelecida uma alguns dos responsáveis presentes. Foram abordadas também as de euros. Enquanto se aguarda o plano maior articulação e consulta, entre os linhas orientadoras do plano de recu- de ação que o Governo português irá Governos dos dois países, nas iniciaperação traçado pelo Governo por- desenvolver neste âmbito, os gestores tivas fiscais e outras, relativas ao setor tuguês, condensado no documento acreditam que temas como a transição energético, com vista a evitar criar “Visão Estratégica para o Plano de energética ou a modernização digital obstáculos ao bom funcionamento dos Recuperação Económica de Portugal”, não serão esquecidos nas prioridades a mercados no Mibel e no Mibgás. PUB
Grupo Regojo apresenta soluções tecnológicas para o Covid O Grupo Regojo, fundado em 1919, iniciou a sua atividade com a primeira empresa de confeção em série em Portugal, as camisas Regojo. Ao longo dos anos desenvolveu outras atividades no sector Têxtil e diversificou-se para a Imobiliária e eficiência energética. Com a versatilidade que lhe é característica e no sentido de dar resposta às necessidades do mercado no contexto da pandemia Covid -19, o Grupo Regojo criou uma empresa, a “Indexcity, Safe & Clean”. Esta unidade oferece soluções de Proteção e Desinfeção eficazes: roupa de proteção reutilizável e descartável para profissionais de saúde e uma gama completa de equipamentos e robôs, de alta tecnologia, que permitem uma desinfeção eficiente, rápida e segura de espaços interiores. A gama inclui, por exemplo, robôs de desinfeção de ambientes com raios UV, máquinas que desinfetam carrinhos de compra de supermercados e aeroportos, armários que higienizam roupa em poucos minutos, possibilitando a redução dos custos de mão de obra, aumentando os níveis de segurança dos clientes e funcionários. O portfólio que a INDEXCITY oferece é fruto de vários meses de pesquisa e desenvolvimento realizado em parceria com empresas tecnológicas de topo a nível Ibérico, tendo resultado em várias patentes, únicas no seu género, a nível internacional. Esses equipamentos podem ser utilizados em hospitais, escritórios, fábricas, shoppings, hotéis, ginásios, restaurantes, lares, creches, escolas, aeroportos, estações de metro, etc.
www.Indexcity.eu Rua José António Serrano 5 1150-199 Lisboa. central@regojo.pt O U T U B R O D E 2 0 2 0 AC T UA L I DA D € 23
marketing
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DB Schenker redefine-se, com uma identidade visual mais emocional A
DB Schenker, a empresa líder em logística e gestão da cadeia de abastecimento, anunciou a renovação da identidade visual da sua marca, através da transição para uma nova linguagem visual. Como resultado desta atualização, o fornecedor de logística adaptou o uso do seu logotipo aos principais pontos fortes corporativos da marca e reviu os formatos essenciais da sua apresentação a nível externo. Este é o maior reposicionamento comunicativo da DB Schenker desde a sua integração na empresa alemã Deutsche Bahn. Jochen Thewes, CEO da DB Schenker, indicou que “a internacionalidade, trabalho em equipa, espírito inovador e confiança são os elementos que nos distinguem, e os nossos clientes são muito conscientes das nossas capacidades e atributos que nos diferenciam da concorrência. O uso da nova linguagem visual, permitirá apresentar melhor estes
pontos fortes, destacando a nossa presença dentro da aparência uniforme que reflete a indústria logística. Este era o momento perfeito para renovar.” As alterações que a DB Schenker aplicou a este novo código visual são diversas. Em primeiro lugar, reviu significativamente o seu esquema de cores: enquanto o azul, amplamente utilizado na indústria, ficou em segundo plano, outros tons como o verde azulado, básico, fresco e moderno começam a ganhar protagonismo, alinhados com os esforços globais da DB Schenker para mostrar o seu crescente compromisso com a sustentabilidade e a logística verde. Ao
mesmo tempo, elementos como o vermelho continuarão a identificar a marca-chapéu DB. Rüdiger Vetter, vice-presidente global de Marketing da DB Schenker, explicou que “em vez de mudar o logotipo, modificámos a sua envolvente”, tendo ainda procurado “dar maior carga emocional à nossa aparência externa sublinha a identidade única da nossa empresa, que temos comunicado muito pouco até agora”.
Repsol dá gás a campanha que permite ganhar pontos Move
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Repsol Gás Portugal lançou a campanha “Ganhe Pontos Repsol Move com o Gás da Repsol”, que teve como principal objetivo a divulgação da oferta de Pontos Repsol Move na compra de garrafas de gás Repsol. A marca foi, assim, a única deste setor a atribuir pontos em todas as garrafas de gás. “Esta associação reforça o trajeto precursor do Repsol Move. Depois de ser 24 ACT UALIDAD€
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o primeiro programa de fidelização com acesso a Marketplace, é agora, também, pioneiro na atribuição de pontos na compra de garrafas de gás da marca”, refere Miguel Pacheco, responsável pelo programa Repsol Move. Para Paulo Lapão, responsável de Marketing da Repsol Gás, a ação serviu também como “uma excelente oportunidade para apresentar a nova
imagem das garrafas de gás butano e propano, cujo grafismo reflete um conceito de modernidade e de reforço da marca Repsol, ao mesmo tempo que potencia a diferenciação dos produtos num contexto de maior orientação para o cliente”. A campanha, que decorreu até 10 de agosto, foi transmitida por um conjunto abrangente de meios nacionais e locais de imprensa, rádio, portais digitais e televisão. Esteve patente também nos suportes exteriores das estações de serviço da Repsol espalhadas por todo o país. A campanha foi desenvolvida em conjunto pela equipa de Marketing e Publicidade da McCann e da Havas Media.
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Grupo DIA alia-se à Portuguese Mask para apoiar a economia nacional O grupo DIA, detentor das insígnias Minipreço e Clarel em Portugal, anunciou uma parceria com as Portuguese Mask, um projeto desenvolvido pela Ivity de máscaras sociais, desenvolvidas e produzidas em Portugal. Estas máscaras contam com uma dupla certificação dos laboratórios do Citeve-Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, o organismo oficial que a Direção-Geral de Saúde (DGS) definiu para assegurar a qualidade de uma máscara social, em termos da qualidade do algo-
dão e do processo industrial de fabrico. No âmbito desta parceria, todos os colaboradores das lojas Minipreço e Clarel passarão a contar com as Portuguese Masks como peça fundamental do seu fardamento oficial, assegurando uma devida proteção com a qualidade do algodão, garantindo conforto e uma adequada respirabilidade ao longo do dia.
Amorim Cork Flooring renova o seu ecossistema digital
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Amorim Cork Flooring, unidade de revestimentos da Corticeira Amorim, está a lançar o seu novo ecossistema digital. O renovado digital ecosystem abriga todas as marcas sob o chapéu Amorim Cork Flooring. O projeto, que amplia a presença online da empresa, fortalece o compromisso com o futuro e a proximidade aos consumidores, ao mesmo tempo que sublinha a história secular do grupo líder mundial do setor corticeiro. O digital ecosystem comporta, então,
a inauguração de quatro sites, nomeadamente, uma página corporativa, da Amorim Cork Flooring, e três das marcas Amorim Wise, Wicanders e Corklife, todos alinhados com a comunicação de cada marca, quer em termos de target group, quer em termos de layout, imagem e linguagem. Paralelamente, foi realizado um reforço da presença da Amorim Cork Flooring nas redes sociais, garantindo a utilização dos veículos apropriados para chegar aos diferentes públicos-alvo. “O digital ecosystem é muito relevante, pois robustece a presença e a ligação da Amorim Cork Flooring ao mundo digital. Com um negócio B2B2C, a Amorim Cork Flooring fica ainda mais próxima dos seus clientes. A estratégia visa acompanhar
a tendência global, na qual os consumidores estão cada vez mais digitais, com uma crescente presença virtual, tanto ao nível do consumo como da pesquisa (research online, purchase offline – ROPO). Apostamos ainda numa comunicação clara, direta e objetiva, de acordo com a plateia à qual queremos chegar.” afirma Mário Pinho, diretor de Marketing da Amorim Cork Flooring. Com o foco na presença das marcas nas redes sociais, a iniciativa prevê igualmente a reorganização e reavaliação da utilização destas plataformas. Isto com o objetivo de otimizar os veículos mais adequados para cada uma das audiências. A comunicação passa a estar organizada segundo a definição clara de quem é o consumidor de cada marca. “O processo de rebranding clarifica os valores do público-alvo de cada marca (Wicanders, Amorim Wise e Corklife), para que cada uma tenha a sua identidade própria. Todavia, sem perder a ligação à Corticeira Amorim, através da Amorim Cork Flooring”, conclui. OUTUBRO DE 2020
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Nova máquina de lavar loiça Indesit Push&Go poupa tempo às famílias
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or muito ocupado que se esteja, o tempo em família é valioso e deve ser estimado. É, por isso, que a nova máquina de lavar loiça da Indesit apresenta um ciclo Fast&Clean, que oferece um desempenho de limpeza mais eficaz em apenas 28 minutos. Ao permitir resultados brilhantes em menos tempo, o ciclo Fast&Clean é uma opção de poupança de tempo
na qual as famílias mais ocupadas podem confiar todos os dias. Com o botão Push&Go conseguirá resultados verdadeiramente eficazes e encontrará funções especificamente pensadas para loiças de maior dimensão – como panelas ou tabuleiros de forno – limpeza higiénica extra e um melhor desempenho de secagem, 25% superior , ficando com mais
tempo para desfrutar daquilo que realmente importa: a sua família. Atualmente, as famílias consideram os ciclos de limpeza mais rápidos essenciais - mas também chegam rapidamente à conclusão de que as opções mais rápidas envolvem compromisso. Ao contrário dos produtos com ciclos rápidos e reduzidos, mas com um fraco desempenho de limpeza, o ciclo Fast&Clean oferece o melhor desempenho de limpeza da Indesit em menos de 28 minutos. Não tem pratos limpos para o jantar? Relaxe, em menos de meia hora terá os seus pratos perfeitamente limpos e a brilhar, prontos para colocar na mesa. Com o seu prático Push&Go, pode iniciar um ciclo rápido de limpeza e secagem apenas com o toque de um botão. O Push&Go foi criado para obter ótimos resultados com o mínimo de ruído, garantindo pratos limpos e secos sem a necessidade de pré-lavagem. A nova máquina tem a classe A+++ em termos de eficiência energética.
Nuchar renova a imagem no seu 25º aniversário A
Nuchar, marca pertencente ao Brasmar Group, especializada em cefalópodes, mariscos e outros produtos prontos para consumo, acaba de renovar a sua imagem, na data em que celebra o seu 25º aniversário. A marca, reconhecida no setor hoteleiro e em mercados internacionais pela qualidade e segurança dos seus produtos, produzidos em unidades com certificação IFS Higher Level, bem como pelo serviço premium que presta, assenta este rebranding nos pilares da empresa, reforçando, simultaneamente, a sua experiência no que respeita os produtos do mar.
A aposta da Nuchar num novo conceito criativo e único, permite à marca apresentar-se no mercado com mais branding e destaque em ponto de venda, adotando a flexibilidade necessária aos diferentes produtos do seu portefólio e respetiva adaptação ao target. É uma marca totalmente focada na satisfação das necessidades de um consumidor exigente, que procura produtos de qualidade, novos sabores e que gosta de
surpreender na cozinha. “A aposta da empresa neste rebranding facilita a identificação, pelo consumidor, da marca e reforça o posicionamento da NUCHAR como especialista em produtos do mar. “Qualidade que inspira” é o posicionamento que sublinha a essência da Nuchar, diferenciando-a das demais marcas do mercado” partilha Roberto Herranz, diretor de Marketing e I&D do grupo Brasmar.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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fazer bem Hacer bien
EDP convoca portugueses para Geração Zero e lança programa inovador que promove a sustentabilidade A EDP acaba de lançar um programa que premeia as boas práticas ambientais e sociais dos portugueses – o Planeta Zero. Os clientes EDP Comercial que queiram fazer parte deste programa serão desafiados, através de dicas e práticas a adotar, a mudar os seus comportamentos, em prol da descarbonização da sociedade. Além das preocupações ambientais, esta iniciativa tem também uma forte componente social, alicerçada no consumo responsável, no humanismo, na partilha e na inovação. Para aceder a este programa, os clientes da EDP Comercial poderão recorrer à nova app EDP Zero ou utilizar o site da EDP Comercial. O Planeta Zero surge num contexto em que os consumidores estão cada vez mais preocupados com a degradação ambiental e procuram soluções e novas formas de
poupar e nasce da necessidade de apoiar a criação de um movimento que precisa de todos e que começa na mudança de comportamentos individuais. Será aqui que os clientes da EDP Comercial irão acumular pontos, ou Z’s, pela demonstração de boas práticas ambientais e sociais e respondendo a desafios lançados mensalmente pela EDP – que vão desde pequenas mudanças, como maior eficiência no consumo de energia nas suas casas, até iniciativas de limpeza de praias ou ações de reflorestação. Ao acumular Z’s, os clientes conseguirão atingir novos patamares de sustentabilidade e ganhar acesso a mais ofertas, descontos e experiências, podendo ainda participar no sorteio de um carro elétrico, no final do ano. Adicionalmente, para assegurar o máximo de conveniência, o EDP Zero agregará também as funcionalidades de serviço ao
cliente que até agora estavam disponíveis no edponline – como o acesso a faturas da EDP Comercial, o envio de leituras e a realização de pagamentos. Com este novo programa de sustentabilidade, a EDP Comercial pretende convidar os portugueses a fazerem parte da Geração Zero – uma geração de pais que se preocupam com o mundo que deixam aos filhos e de filhos que se preocupam com o mundo em que querem viver, mais limpo e inclusivo. “O novo programa de sustentabilidade procura endereçar as preocupações crescentes dos portugueses, informando-os e desafiando-os a criar um futuro mais verde. Esta iniciativa faz parte de uma nova forma de estar e de falar com a Geração Zero, para que juntos consigamos poupar o mundo”, afirma Vera Pinto Pereira, presidente da EDP Comercial.
SEAT premiada pela produção de ventiladores assistidos
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SEAT recebeu um reconhecimento especial do jornal “La Razón”, de Espanha, pela capacidade de adaptação e de resposta da empresa no fabrico de ventiladores nas suas instalações. Em abril passado, a empresa adaptou a linha de produção do SEAT Leon para produzir ventiladores assistidos e ajudar o sistema de saúde e os profissionais de saúde a travar o desenvolvimento do vírus em Espanha. Este projeto envolveu mais de 150 funcionários de todas as 28 ACT UALIDAD€
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áreas da empresa numa base voluntária e foi uma demonstração de trabalho de equipa e de colaboração existente entre empresas, Administração Pública e startups. A empresa produziu mais de 600 ventiladores assistidos que foram entregues em hospitais por toda a Espanha: “Tudo surgiu de uma conversa em casa com a minha mulher. A produção tinha parado em Martorell e, dado aos números alarmantes de infeções, pensei que tínhamos de aproveitar a capacidade da SEAT e a competência dos nossos funcionários para ajudar de alguma forma”, diz Christian Vollmer, vice-presidente de Produção e Logística da SEAT. A equipa de Saúde e Segurança da SEAT, liderada por Patricia Such, deu o passo seguinte e, em contacto com paramédicos de diferentes hospitais, determinou que uma das suas principais necessida-
des era ter mais ventiladores. Foi assim que tudo começou. “Eu não sou médico, nem enfermeiro, sou engenheiro. A única forma de poder ajudar é fabricar equipamento para que as pessoas que salvam vidas possam fazer o seu trabalho e foi isso que fizemos”, explica David Garcia, chefe de Manutenção da SEAT Martorell. O David e a Alicia Molina, Chefe de Engenharia e Processos da SEAT, são dois dos engenheiros que iniciaram o projeto, propondo industrializar o protótipo criado pelo Protofy. XYZ, Hospital Alemão Trias i Pujol e na Clínica Hospitalar em Barcelona. “Quase que não dormíamos, a equipa esforçou-se por ajudar e essa foi a chave para encontrar rapidamente ideias tão inovadoras como as que tivemos”, afirma Alicia Molina.
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Fundación Cepsa aumenta dotação de “Prémios ao Valor Social” A Fundación Cepsa acaba de encerrar as inscrições aos “Prémios ao Valor Social”, que procuram reconhecer e promover diferentes projetos sociais que promovam a inclusão e a qualidade de vida de indivíduos ou grupos menos favorecidos. Na sua XVI edição, a entidade aumentou a dotação económica destes prémios com o objetivo de apoiar projetos solidários que sirvam para dar assistência às pessoas mais afetadas pela crise sanitária e social provocada pela covid-19. Estes prémios vão distribuir até 500 mil euros entre as iniciativas vencedoras, para desenvolver projetos sociais nas Canárias, Madrid, Huelva, Campo de Gibraltar, Portugal, Colômbia e Brasil, zonas geográficas em que a Cepsa conta com uma atividade relevante e onde tem laços e relações estreitas estabelecidas com a comunidade. Através dos “Prémios ao Valor Social”,
a Fundación Cepsa reconhece a atividade social de diferentes entidades que trabalham para melhorar a qualidade de vida de grupos muito diversos: pessoas em situação de vulnerabilidade social, desempregados, doentes, pessoas com diversidade funcional, grupos étnicos, infância, jovens e adolescentes, idosos ou vítimas de violência de género, entre outros. Este ano somam-se os afetados pela crise sanitária provocada pela covid-19. Nesse sentido, a Fundação destinará cem mil euros adicionais para incentivar, além dos projetos normais, outros destinados a atenuar os efeitos sanitários e sociais da pandemia. Assim, em cada zona geográfica onde se atribuem os prémios, será selecionado pelo menos um projeto destinado a ajudar os grupos afetados pela covid-19. Em dezembro, será dada a conhecer decisão de cada um dos júris locais, nos quais participam diferentes repre-
sentantes institucionais relacionados com o âmbito da ação social. Uma vez selecionados os projetos premiados por parte dos júris, os profissionais da Cepsa irão escolher mais cinco projetos vencedores, para além de participarem e se envolverem com as entidades participantes, agindo como padrinhos e madrinhas solidários de todas as iniciativas aspirantes aos “Prémios ao Valor Social”. Desde a sua primeira edição, em 2005, estes prémios atribuíram mais de três milhões de euros, que permitiram melhorar a qualidade de vida de cerca de 40 mil pessoas. Desde o começo da crise social e sanitária provocada pelo coronavírus, a Fundación Cepsa pôs em andamento um pacote de medidas para atenuar os efeitos da pandemia nos grupos mais vulneráveis, que incluíram desde doações de alimentos, até a apoios a instituições de saúde públicas e outras entidades.
Adyen e Mastercard colaboram com o “World Food Program” A
Adyen e a Mastercard uniram forças para aumentar as doações feitas através da plataforma Adyen Giving com cartões Mastercard, com o objetivo de combater a fome no mundo. O Adyen Giving permite que os comerciantes colaborem, sem custos, promovendo as doações através dos seus processos de checkout, uma vez que a empresa assume na íntegra os custos das transações de doação. Assim, por cada doação que se realizar através da plataforma Adyen Giving mediante o pagamento com um cartão Mastercard em Espanha, será feita uma doação equivalente a uma semana de comida saudável a uma criança necesitada até um máximo de 260
mil euros. Desta forma, ambas as empresas mostram o seu apoio à organização sem fins lucrativos na luta contra a fome e exclusão social, que aumentou nos últimos meses devido à pandemia de covid-19. Juan José Llorente, country manager da Adyen em Portugal e Espanha, explica: “estamos muito felizes de contar com a participação da Martercard nesta iniciativa. É também uma grande honra poder incentivar os nossos clientes a participar, já que é nestes momentos que as empresas devem estar à disposição da sociedade e contribuir com o nosso “grão de areia“ para ajudar as pessoas que estão a passar grandes dificuldades. Segundo Paloma Real, diretora-geral
da Mastercard Espanha, “é um orgulho unir-nos à Adyen neste projeto que está completamente alinhado com a agenda 2030 e com o nosso próprio acordo com a WFP de conseguir Fome Zero no mundo. Agora, mais que nunca, num momento em que estamos a viver acontecimentos sem precedentes, as alianças e o trabalho em aquipa são fundamentais para ajudar quem mais necessita.“ Em 2015, a comunidade global adotou os 17 Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável para melhorar a vida das pessoas até 2030. O objetivo 2 (Fome Zero) visa acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável. outubro de 2020
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fazer bem Hacer bien
Mercadona reforça aposta na economia circular “D izer Sim a Cuidar mais do Planeta” foi o compromisso que assumiu Juan Roig, presidente da Mercadona, no dia 10 de março, aquando da apresentação dos resultados anuais da empresa. Reforçando o objetivo de reduzir e reciclar, a empresa aposta numa estratégia global, denominada Estratégia 6.25, que envolve a promoção da economia circular, com vista à diminuição significativa de plástico em toda a empresa, evitando que se converta em desperdício. esta estratégia materializa-se na implementação de seis ações para
alcançar um triplo objetivo até 2025. São seis as ações que materializam a estratégia 6.25 da Mercadona: eliminar os sacos de plástico de uso único em todas as secções (até ao final de 2020); eliminar os descartáveis de plástico de uso único (até ao final de 2020); diminuir em 25% o plástico das embalagens (até 2025); promover o desenvolvimento de embalagens recicláveis/ compostáveis; reciclar os resíduos de plástico gerados nas lojas; e formar e informar os clientes de como se deve efetuar a separação correta dos resíduos, quer através de infor-
mação nas embalagens quer nas lojas. Em 2025, a mercadona pretende atingir um triplo objetivo: r e d u z i r 25% do plástico; todas as embalagens de plástico recicláveis e reciclar todos os resíduos de plástico. Margarita Muñoz, diretora de Responsabilidade Social da Mercadona, destaca que: “na mercadona reciclamos 100% das embalagens de cartão e plástico que usamos. São 220 mil toneladas que têm, assim, uma segunda vida nas nossas lojas, em forma de sacos de compras ou caixas de leite”.
’Bora Mulheres regressa em formato online e com mais apoios para as empreendedoras
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iniciativa ´Bora Mulheres está de regresso para motivar e capacitar as empreendedoras em Portugal. A segunda edição do programa, este ano em formato online, conta com a colaboração de profissionais experientes e com a organização do Impact HUB, especialistas em empreendedorismo, presentes em mais de 50 países. Este ano, o ‘Bora Mulheres aposta ainda mais nestas empreendedoras, com mentoria dedicada aos 15 projetos finais selecionados, após os workshops online. Os projetos escolhidos serão apoiados durante dois meses, em temas como análise de mer30 act ualidad€
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cado, prototipagem e modelos de negócio. Este processo de aceleração conclui com um demo-day em janeiro, com a apresentação dos finalistas a um júri de especialistas. Nos workshops, a decorrer entre os dias 6 e 22 de outubro, as participantes poderão conhecer novas ferramentas, com diversas formadoras, como Sandra Isabel Correia, ou Margarida Pinto Correia. Após o sucesso da primeira edição, em 2019, com a participação de três centenas de empreendedoras em Lisboa e Porto, a Coca-Cola decidiu avançar em 2020 com o programa em formato online, dadas as circunstâncias sanitárias provocadas pela atual pandemia. Num contexto de pós-pandemia, em que de acordo com o estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) , cerca de 90% dos empregos destruídos em março e abril eram de mulheres e o
emprego feminino teve uma queda de 1,9%, estamos num momento importantíssimo para que as mulheres possam encontrar ferramentas, capacitação e ajuda para implementarem projetos que respondam a necessidades do mercado e criem o seu próprio posto de trabalho. O ‘Bora Mulheres é um programa de capacitação e formação no feminino, apoiado pela The Coca-Cola Company, inserido na sua estratégia de sustentabilidade “Avançamos” desenvolvida em conjunto com a Coca-Cola European Partners, dirigido a mulheres que queiram desenvolver uma ideia de negócio ligada ao setor da alimentação e bebidas e cujo objetivo é dotar as participantes de mais habilitações e fomentar o seu carácter empreendedor. Para que o ‘Bora Mulheres se possa converter numa realidade, o projeto contou com a participação da rede internacional de empreendedores da Impact Hub, entidade comprometida com a promoção do desenvolvimento económico e do empreendedorismo, tanto em áreas urbanas como em áreas rurais.
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BPI Gestão de Ativos distinguida nos Princípios para o Investimento Responsável A
organização Princípios para o Investimento Responsável das Nações Unidas atribuiu à BPI Gestão de Ativos, do grupo CaixaBank, a notação mais elevada (A+) em estratégia e governance, como reconhecimento do firme compromisso da entidade na incorporação de critérios ambientais, sociais e de bom governo nas decisões de investimento. A organização internacional valorizou o grau de implementação dos Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sua sigla em inglês) da BPI Gestão de Ativos, em concreto no âmbito de Estratégia e Governance. Apenas um terço do total das entidades signatárias dos PRI em todo o mundo alcançou esta notação, e somente uma em cada dez entidades que assinaram o compromisso em 2019, como a BPI Gestão de Ativos, o conseguiram. O CEO da BPI Gestão de Ativos, Paulo Freire de Oliveira (na foto), salientou que este reconhecimento “valida e
reafirma o nosso compromisso com um modelo de investimento que associa a rentabilidade dos produtos à tomada de decisões de investimento consistentes com os PRI, fomentando a criação de valor para a sociedade como um todo”. Paulo Oliveira acrescentou que “a aplicação de critérios ESG é fundamental para promover um modelo de finanças responsáveis que ajude a sociedade a enfrentar os atuais desafios ambientais, sociais e de bom governo”. Além da BPI Gestão de Ativos, a VidaCaixa e o CaixaBank Asset Management, entidades do grupo CaixaBank, revalidaram a máxima notação (A+) em investimento responsável da PRI. O grupo CaixaBank considera essencial o bom governo e a transparência, e no Plano Estratégico 2019-2021 incluiu o desafio de ser uma
referência na gestão responsável. Em 2020, as principais melhorias implementadas pela BPI Gestão de Ativos, que lhe permitiram obter a notação máxima, foram a adoção de um novo modelo de governo (alinhado com as políticas do CaixaBank), a participação no comité de investimento responsável, a adesão à iniciativa colaborativa Climate Action 100+, e o progressivo alargamento das políticas de investimento socialmente responsável a todos os produtos.
Voluntários da Indra criam plataforma para ajudar crianças com deficiência neurológica A
lguns voluntários da Indra desenvolveram uma plataforma educativa para crianças com deficiência neurológica, em colaboração com a Fundación Querer, a Escuela Universitaria de Diseño, Innovación y Tecnología (ESNE) e a startup Smartmind. O objetivo é contribuir para atenuar o fosso educativo que estas crianças sofreram com a chegada do coronavírus. Os alunos com estas deficiências intelectuais sofreram com mais impacto os efeitos do confinamento global causado pela covid-19. A falta de rotinas, o contacto com os amigos, o acompanhamento guiado, a falta de objetivos de experiências sensoriais e de motivação para a aprendizagem, levaram-nos em alguns casos a desaprender o aprendido.
Além disso, a mudança das aulas presenciais para virtuais fez com que as famílias destas crianças com necessidades especiais sejam verdadeiramente conscientes da complexidade que implica formar os seus filhos, enfrentando dificuldades na gestão da situação e em particular na sua conciliação com os compromissos profissionais. A situação demonstrou a carência de recursos tecnológicos, que podem facilitar a aprendizagem destes menores com dificuldades neurológicas, que precisam de atenção e acompanhamento contínuos no plano sensório-motor, executivo e linguístico. Por este motivo, os voluntários estão a trabalhar com especialistas da Fundación Querer, uma instituição sem fins lucrativos
dedicada à educação de crianças com doenças neurológicas, para desenhar e desenvolver uma plataforma educativa com a qual estas possam adquirir habilidades fundamentais como ler, escrever, somar, subtrair ou multiplicar. Simultaneamente, contribuirá para o aumento da sua autoestima, desenvolvimento e integração mais facilitada na sociedade. Por seu lado, a Indra doou mais de dez mil tablets a menores em risco social de todas as comunidades autónomas de Espanha, para os apoiar nas suas tarefas escolares devido ao encerramento dos estabelecimentos de ensino. Em Portugal, a Indra está a colaborar, através de doações de dezenas de equipamentos informáticos, com várias instituições.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR outubro de 2020
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Portugal a subir devagar a “escadaria” do
e-commerce
Os valores do comércio eletrónico duplicaram nos últimos cinco anos em Portugal e este ano está a crescer mais do que o esperado, já que o confinamento levou ao encerramento de muitas lojas físicas e pôs mais consumidores a comprar sem sair de casa. No entanto, a percentagem de portugueses que compra online (37%) está longe da média europeia (60%), pelo que a margem de crescimento ainda é grande. Também há potencial por concretizar do lado de quem vende, uma vez que muitas empresas, sobretudo as PME, ainda não têm presença online. A ACEPI – Associação da Economia Digital e alguns dos maiores players do setor em Portugal ajudam-nos a entender melhor as oportunidades e os desafios inerentes a este mercado global, cujos degraus de crescimento aumentam de altura, de ano para ano…
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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
s vendas online cresceram 200%, em comparação com o mesmo período no ano passado. Recebemos cerca de dez mil pedidos por dia, que é mais do que nos dias de black friday, até agora os dias com melhores resultados para o comércio online. Desde o dia 19 de março, que todos os dias vendemos mais online do que vendíamos nos dias de black friday. Apenas dois negócios funcionaram: a alimentação e as vendas online.” As declarações de Enrique Hidalgo, diretor-geral do El Corte Inglés Portugal (em entrevista publicada nesta revista no passado mês
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de agosto), espelham a realidade de muitos retalhistas em 2020. Para muitos dos que se dedicam apenas ao comércio online, este foi um ano ímpar. Foi o caso da garrafeira online Onwine, como revelou à Actualidade (num artigo publicado na edição de junho deste ano): entre 16 de março e 10 de abril, a faturação da Onwine Megastores de Bebidas cresceu 540%, em comparação com as 10 semanas anteriores (1 de janeiro a 15 de março). A garrafeira do grupo The Fladgate Partnership acrescentou que as vendas efetuadas até essa data ultrapassam o valor total de 2019. Estes
números fazem de 2020 “o melhor ano de vendas de sempre da garrafeira”, que iniciou a sua atividade em 2011, assinalava Manuel Oliveira, diretor comercial da Onwine. Manuel Paula, vice-presidente da ACEPI – Associação da Economia Digital (foto na página seguinte), frisa que “a evolução do comércio eletrónico em Portugal tem sido acentuada e nos últimos cinco anos duplicou o seu valor no nosso país”. A associação ainda não dispõe de dados consolidados para o primeiro semestre de 2020, mas “devido à pandemia que nos afeta, tudo aponta para que se tenha verificado
gran tema grande tema
uma taxa de crescimento muito acentuada”, adianta o gestor. De acordo com o "Estudo da Economia Digital", elaborado pela IDC para a ACEPI, “as compras online B2C (business to consumer) valiam cerca de 5.500 milhões de euros, o que representava, em 2018, 2,7% do PIB Nacional”. O mesmo estudo indica que “as compras efetuadas pela Administração Pública e pelas empresas através de plataformas digitais totalizou 82 mil milhões de euros”. É possível concluir que estes valores traduzem uma realidade bem distinta daquela que obrigou centenas de lojas de todo o país a fecharem portas durante o período de confinamento, o que “serviu de acelerador do e-commerce em Portugal”, como sugere o estudo desenvolvido pelo Núcleo de Investigação do ISAG – European Business School. Esta instituição de Ensino Superior, localizada no Porto, integrou um estudo internacional para analisar a perceção do comportamento dos consumidores em sete países, antes, durante e após o período de confinamento, no contexto da pandemia covid-19. Na análise, que contempla 445 respostas recolhidas junto de consumidores portugueses através de um questionário online, entre abril e junho, 37,08% dos inquiridos admitiram ter comprado mais online durante o período de confinamento e 37,53% anunciaram a intenção de aumentar esse hábito no futuro. “Entre as principais conclusões destacamos a fidelização dos portugueses às compras online, justificada pela intenção de manter estes hábitos no futuro. Acreditamos que o e-commerce em Portugal vai continuar a crescer nos próximos meses”, afirma a professora Ana Pinto Borges, coordenadora do Núcleo de Investigação do ISAG. O inquérito apurou que uma parte dos inquiridos, antes da pandemia, fazia compras online com pouca frequência, 6,97% afirmaram “nunca” terem realizado qualquer compra online, 18,65% responderam que faziam uma compra por ano e 21,12% decla-
raram comprar “a cada seis meses” pela de e tendo que redimensionar todos os canais de contacto direto com os seus internet. “Há muitos clientes a comprar pela clientes, bem como toda a logística. E primeira vez online e que vão conti- tudo isto num cenário em que as equinuar, não tenho dúvidas”, comentava pas se encontravam em teletrabalho, já Enrique Hidalgo, admitindo que um para não falar das situações em que dos objetivos a que se propôs quando os colaboradores se encontravam em veio, no início deste ano, liderar o El lay-off.” Corte Inglés “era fazer crescer as venEnrique Hidalgo recorda esses dias: das online e não poderia imaginar que “Fomos obrigados a fazer uma enorseria desta forma”. me restruturação, em poucos dias, em termos logísticos e de tecnologia. Fizemos um grande investimento a esse nível para agilizar todo o processo e considero que é uma prova superada, graças a muito esforço de toda a equipa e de algumas horas sem dormir. Conseguimos entregar mercadoria em duas horas, se o cliente acionar esse serviço. É preciso lembrar que 80% dos nossos fornecedores encerraram atividades durante a pandemia. Temos uma boa gestão de stocks e conseguimos quase sempre oferecer alternativas.” De acordo com os números da "Há muitos clienACEPI, “cerca de 80% dos portuguetes a comprar pela ses acede regularmente à internet” e destes, “44% faz compras online, o que primeira vez online representa cerca de 37% do total da e que vão continuar, população portuguesa”. Manuel Paula salienta que “este valor ainda está algo não tenho dúvidas" distante dos 60% que são a média da União Europeia”. O vice-presidente da Como constata Manuel Paula (na ACEPI acredita que o potencial de cresfoto), “a pandemia apanhou todos de cimento é significativo: “Portugal está surpresa, não só porque era algo que bem dotado de infraestruturas; os pornão se esperava, mas também pela tugueses com acesso à internet e que rapidez com que se propagou” e “devi- fazem compras online são cada vez em do ao confinamento os hábitos dos maior número; a posse de computaconsumidores mudaram significati- dores ou smartphones é cada vez mais vamente e em muito pouco tempo”. elevada; o valor do e-commerce tem Neste contexto, a internet impôs-se aumentado de forma consistente, assim como um canal mais seguro e cómodo: como o seu peso no PIB. O que ainda “O e-commerce converteu-se no canal tem margem de grande crescimento é mais procurado para chegar a muitos a presença online por parte do tecido bens ou serviços, não só porque muitas empresarial português, em particular lojas físicas fecharam, mas também pelas empresas de menor dimensão. porque havia o receio generalizado do Em 2018, apenas 37% das empresas contágio, algo que inibia algumas pes- portuguesas tinha alguma presença soas de visitarem lojas como os super- na internet, e só 19% vendia online. mercados, que se mantiveram abertos. Por outro lado, 74% dos portugueAs empresas tiveram que se adaptar ses faz compras em sites estrangeiros, tentando ajustar a oferta à nova realida- sobretudo em alguns de origem chiOUTUBRO DE 2020
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Receitas do OLX Portugal “a crescer na ordem dos dois dígitos” A pandemia apanhou a plataforma de vendas OLX em transformação. Sebastiaan Lemmens, CEO do OLX Portugal, explica como está a evoluir o negócio e quais as novas funcionalidade para empresas e particulares
Que balanço fazem do primeiro semestre deste ano de atividade do OLX? Apesar do contexto inédito, que trouxe dificuldades inesperadas, o balanço do primeiro semestre é positivo. A covid-19 teve um grande impacto no OLX, como, de resto, em tantos outros negócios de diferentes áreas de atividade. Esta pandemia teve um grande impacto nos milhões de utilizadores mensais, nos nossos colaboradores e até na própria tecnologia por detrás da plataforma. A segurança e bem-estar dos nossos colaboradores e clientes foram as maiores prioridades na estratégia adotada durante os meses de confinamento (março a maio). Tivemos de tomar decisões rápidas para salvaguardar os nossos clientes e recursos humanos. Por exemplo, providenciámos dicas de saúde e segurança a todos os nossos utilizadores logo no início de março e estamos todos a trabalhar a partir de casa também desde essa altura. Felizmente, temos o privilégio de ter um negócio forte e resiliente e, como tal, não tivemos necessidade de colocar nenhum dos nossos colegas em lay-off. No que respeita aos nossos clientes profissionais, nomeadamente as milhares de PME que vendem online através do OLX, garantimos um mês de acesso gratuito à plataforma logo em março e, mesmo após o período mais crítico, assegurámos que os mais afetados pela crise conseguiriam continuar a fazer negócio através da nossa plataforma. Nas primeiras semanas de confinamento, o número de transações bai-
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xou drasticamente. Em algumas categorias, como a de Empregos, mais de 70%. No entanto, duas semanas depois os números começaram a aumentar novamente e posso mesmo adiantar que a meio de abril chegámos a atingir valores nunca vistos até então (mesmo considerando a realidade pré-covid). O recorde foi batido em termos de clientes a vender e a comprar artigos. Neste período tornou-se muito claro para nós uma transição do negócio offline para o online no OLX, com vendas porta a porta sem sair de casa, e é algo que estamos a investir diariamente para que continue a crescer no futuro. Já em meados de maio, a nossa receita recuperou até aos registos que tínhamos antes da pandemia e em alguns casos superou até as melhores projeções. Em comparação com o ano passado, as nossas receitas estão a crescer na ordem dos dois dígitos. As melhores categorias em termos de performance são bens, imóveis e carros, nas quais estamos acima dos valores de 2019. A categoria que está a ressentir-se mais é a de emprego, como referi, porque, apesar da procura ser grande, ainda há muitas pequenas empresas com receio de contratar.
O que foi mais desafiante este ano no negócio? Conforme mencionado, tivemos a sor-
te de ter um negócio forte e saudável que nos permitiu enfrentar a “tempestade de março” com outra tranquilidade. E depois disso as coisas melhoraram rapidamente. Adicionalmente, por sermos um negócio que vive apenas do online, trabalhar remotamente desde o início não se constituiu como um grande desafio para nós. Aliás, no pico da pandemia, em abril, fizemos um rebranding da marca e, em simultâneo, aprimorámos a arquitetura técnica que serve de suporte à nossa plataforma. Tudo isto já estava planeado e, apesar de na época a covid-19 dominar ainda mais a atenção do mundo, não deixámos de colocar em prática. Tínhamos consciência de que esta mudança seria muito positiva para os nossos clientes e iria permitir-nos inovar mais rapidamente. Além disto, introduzimos várias novas funcionalidades que se encontram já à disposição dos nossos clientes ou em fase de testes. Por exemplo, renovámos a parceria que já tínhamos com os CTT no sentido de assegurar aos nossos clientes, particulares e profissionais, a possibilidade de efetivarem os seus negócios sem saírem de casa (entregas porta a porta) a um preço mais apelativo e exclusivo OLX. Outra das novidades que temos ainda em fase de teste passa pela disponibilização de um sistema de classificações e reviews que há muito é solicitado pelos nossos clientes. Por fim, outra das apostas passa por garantir maior inovação, sobretudo, às pequenas e médias empresas do mercado nacional que pretendam ser mais bem-sucedidas na comercialização dos seus produtos / serviços via internet.
Como poderá evoluir o vosso negócio? Esperamos ter um crescimento contínuo em todas as frentes, à medida que
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mais pessoas começam a usar a Internet para comprar, vender, iniciar os seus negócios, oferecer os seus serviços, procurar emprego, etc.
O que poderá ser mais crítico para o e-commerce? Em comparação com outros países europeus, Portugal tem uma taxa de penetração de Internet boa (utilizadores divididos pelo total da população), mas ainda tem um longo caminho a percorrer no que concerne ao e-commerce. Apenas cerca de 40% dos utilizadores portugueses compra online. Isso é metade dos valores registados no Reino Unido, Países Baixos ou na Alemanha. Este é um desafio enorme para Portugal nos próximos anos. No entanto, estou bastante entusiasmado por perceber que tanto a indústria como o Governo têm investido muito tempo e dinheiro no sentido de alterar esta realidade. Os secretário de Estado André de Aragão Azevedo (Transformação Digital) e João Torres (Comércio) estão a delinear planos de ação e a juntar grupos grupos de stakeholders relevantes com o propósito de melhorar este cenário. É vital para o sucesso da economia portuguesa que se façam mais negócios online, sobretudo as pequenas e médias empresas que constituem a esmagadora maioria do tecido empresarial português. É também nesta área que nós, OLX, iremos desdobrar-nos para apoiar pequenas e médias empresas a terem sucesso nas vendas online. É por isso que neste momento estamos a aumentar a equipa para garantir suporte tanto aos clientes atuais como aos que entretanto certamente irão chegar ao OLX. E, tal como já referido, nos próximos meses traremos mais soluções para otimizar os negócios dos atuais e potenciais novos clientes.
nesa, espanhola, britânica e americana. livros”. Já “os serviços mais comprados Olhando para estas duas realidades, é online foram alojamento, bilhetes de fácil deduzir que o potencial do comér- transporte (avião e comboio), bilhetes cio eletrónico é elevado no nosso país, para espetáculos, serviços de telecomas as empresas têm de investir numa municações; e serviços de táxi ou maior presença online.” transporte de passageiros”. Manuel O progressivo avanço tecnológico Paula acredita que “em 2020 houve também joga a favor dos negócios seguramente alterações significativas virtuais, argumenta o responsável da nestes rankings”. Até porque “todos ACEPI: “A ampliação da rede móvel os setores relacionados com o turismo 4G em Portugal continua a verificar- tiveram um grande abrandamento, o -se, chegando mesmo se passana uma fatia da do com o entrepopulação cada tenimento ou a vez maior, perrestauração, por mitindo que os exemplo”. Sabe-se portugueses beneigualmente que ficiem de uma “o confinamento maior velocidade também provoe desempenho na cou alguma retrainternet. O 5G ção nos mercados vai permitir uma de vestuário, artinavegação muitísgos desportivos ou simo mais rápida perfumaria e cosdo que a que exismética”. Por outro O 5G, a realidade te com o 4G, algo lado, “os produtos aumentada e a que, por sua vez, alimentares, as permitirá que os parafarmácias e realidade virtual retalhistas onliequ ipa mentos trazem novas informáticos e ne recorram com de telecomunicamuito mais insisoportunidades, que ções tiveram um tência a tecnoloprometem melhorar a aumento substangias como a reacial”. lidade aumentada experiência de compra O já citado estudo ou a realidade virdo ISAG dá-nos tual. As pessoas vão poder experimentar um produto conta que, em comparação com o antes de o comprar. Poderão, por anterior período, os inquiridos admiexemplo, virtualmente colocar um tiram ter comprado, sobretudo, bens móvel em situação realista em sua casa alimentares (+16,4 pontos percentuais) ou no escritório, e decidir a compra e produtos de supermercado (+10,33 em função desta experiência absoluta- p.p.), seguindo-se os produtos farmente realista. Ou experimentar uma macêuticos, como os medicamentos peça de roupa antes de a comprar. As (+5,36 p.p.). Em sentido inverso, as possibilidades são inúmeras, e o que maiores quedas registaram-se nas viaestá claro é que a experiência de com- gens e reservas hoteleiras (- 41,8 p.p.), pra melhorará significativamente.” no vestuário (-15,96 p.p.), tecnologia e A ACEPI revela que “os cinco tipos softwares (-5,62 p.p.) e nos cosméticos de produtos mais comprados online e itens pessoais (-4,95 p.p.). pelos portugueses em 2019 foram No processo de decisão de compra, roupa e acessórios de moda, smart- durante o confinamento, 64,7% dos phones, equipamento informático e inquiridos classificaram como “muito eletrónico, perfumaria e cosmética; e importantes” as medidas de higiene OUTUBRO DE 2020
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Primeiro ano de vida do Dott com balanço positivo Na apresentação aos portugueses, em maio do ano passado, o Dott prometia “risos em vez de seca”, anunciando-se como “o primeiro grande marketplace generalista em Portugal e puramente digital”, com a ambição de “mudar a forma como se compra e vende online no nosso país e ajudar a digitalizar as marcas portuguesas abrindo as portas do mundo aos seus negócios”. O investimento também 100% português, da Sonae e dos CTT. O CEO, Gaspar d’Orey, faz o balanço do negócio e conta como pretendem ser um aliado das empresas portuguesas
Como nasceu o Dott? A ideia surgiu em 2018. O mercado em Portugal estava recetivo e atento a novas oportunidades nesta área e a Sonae e os CTT acharam que valia a pena investir num grande player de e-commerce no país. Lançámos o projeto em apenas seis meses, um tempo recorde para um marketplace desta dimensão. O investimento para a implementação do projeto será de 10 a 15 milhões repartidos em partes iguais pelas duas empresas.
O balanço é positivo? Foi um ano de grande crescimento, em várias vertentes e maior do pensámos que seria, em parte pela situação particular que vivemos desde março, é inegável, mas julgo que estamos a saber aproveitar bem esta oportunidade de crescimento. Foi também um ano de grande aprendizagem e de forte crescimento de equipa.
Qual foi o impacto da pandemia no negócio? A pandemia trouxe um aumento significativo de negócio, com as vendas a multiplicar por cinco entre fevereiro e abril. Depois do confinamento,
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a queda expectável no volume de vendas estabilizou em mais do dobro do volume pré-confinamento, o que demonstra que trouxemos novos clientes, ganhámos a confiança dos portugueses, e das empresas portuguesas que se juntaram ao Dott nesse período e isso motiva-nos para fazermos ainda mais e melhor.
Quantas empresas vendiam no Dott antes e depois da pandemia? Em seis meses construímos uma marca que arrancou com mais de 400 lojas e cerca de 200 mil referências, em maio de 2019. Hoje, temos mais de vinte hipermercados de produtos em dott.pt, com mais de 2.5 milhões de produtos, e mais de 1000 lojas a vender no Dott. Tivemos claramente um aumento de procura por parte de empresas que queriam vender no Dott desde março, mas também fomos procurar e ajudar aquelas que nunca tinham vendido online e que não o sabiam fazer, esse é um ponto que nos distingue. Somos um marketplace de portugueses para portugueses, logo, a nossa missão é dar-lhes os produtos de que gostam, sem terem de sair
de casa, mas também ajudar a dinamizar a economia. Foi o que fizemos. Durante a pandemia não parámos e foram centenas de empresas que se juntaram ao Dott desde março. A cada semana, após o primeiro caso de covid-19 em Portugal, lançámos uma iniciativa nova– começámos a ajudar os portugueses, oferecendo os portes nos artigos essenciais, e depois criámos laços próximos com várias empresas e associações como a AEP, Portugal Sou Eu, ANJE, Câmaras do Porto e Lisboa, Associação Comercial de Braga, entre muitas outras. Ajudámos ainda os lojistas dos 17 shoppings da Sonae Sierra (Colombo, Norteshopping, etc) a virem rapidamente para o mundo online e terem mais um canal de vendas através do Dott. Organizámos as primeiras feiras digitais como a Feira do Vinho e do Queijo DOP e o Mercado Viseu Dão Lafões, ajudando os pequenos produtores de queijo, vinho, mel e chá a vender online (pela primeira vez em muitos casos), bem como a Feira do Livro de Braga, com todos os seus livreiros e alfarrabistas. A última iniciativa foi trazer o Portugal Fashion, que celebra o seu 25º aniversário este ano, com designers de renome como Luís Buchinho, Katty Xiomara, Susana Bettencourt, Pé de Chumbo, Rita Sá, entre muitos outros. Adaptámo-nos, inovámos, mas acima de tudo, sentimo-nos orgulhosos por saber que contribuímos e continuamos a contribuir para ajudar os portugueses e a economia nacional.
Quanto tempo demora uma empresa a conseguir ter os seus produtos à venda na plataforma? No Dott conseguimos colocar uma loja online em 24 horas, esse é o nosso compromisso, mas é claro
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que isso também depende da loja e da sua capacidade de resposta. Um ponto que valorizamos muito é ter boas imagens dos produtos, não é possível vender um produto online sem imagem. O cliente precisa de ver o que está a comprar e quanto mais pormenorizada for essa descrição visual e escrita melhor. É por isso que temos uma equipa de catálogo que faz precisamente isso, trabalhar o catálogo dos nossos vendedores antes de ser colocado online e melhorá-lo todos os dias, seja na descrição mais pormenorizada possível ou no melhoramento das imagens.
O que foi mais desafiante? Este ano o mais desafiante foi sem dúvida conseguir dar a experiência de compra que queremos dar no Dott, mesmo quando as vendas online dispararam como nunca tinha acontecido em Portugal.
Como evolui a eficiência das entregas? As nossas entregas são feitas pelos CTT e até agora tem corrido bastante bem. Primeiro, porque há uma questão de confiança, os CTT são uma marca que todos os portugueses conhecem bem, que fala a nossa língua e que tem mais de 1.600 pontos de recolha no país e ilhas. As entregas dependem sempre do tipo de produto que se compra e da escolha do tipo de entrega. Temos o serviço básico e cómodo. O serviço cómodo demora um dia útil desde que a encomenda é recolhida, permite escolher uma preferência de janela horária, inclui mais tentativas de entrega, funcionalidade de chamada telefónica quando o distribuidor estiver à porta e possibilidade de alterar morada de entrega gratuitamente. O serviço básico pode demorar dois a quatro dias úteis, garante uma entrega no
período fixo das 9h-19h e uma tentativa de entrega. Depois temos os produtos de entrega exclusiva ao domicílio, que são produtos de grandes dimensões e exigem outros cuidados e muitas vezes maior tempo de entrega, mas que têm uma taxa mais baixa que o mercado.
Quais são as principais fragilidades do Dott? O Dott foi desenhado e concebido em Portugal, por portugueses, seja o design, seja a parte técnica, alicerçado nas melhores práticas a nível global. Dito isto, ainda há muito a melhorar– se não houvesse e estivéssemos à espera que estivesse tudo perfeito, estávamos a lançar tarde demais, e, garantidamente, demoraríamos três anos a tirar o Dott do papel! Estas melhorias são feitas e deployed de forma contínua, por isso, todas as semanas há features, detalhes e correções novas no Dott.
Que dificuldades sentiram?
logísticas
A maior dificuldade foi o grande aumento de encomendas, porque vimos que os próprios vendedores tiveram constrangimentos com o confinamento. Muitos tiveram de reduzir o horário de funcionamento não conseguindo abrir os armazéns todos os dias, o que, em alguns casos, causou constrangimentos com importações de produtos, que por sua vez afetou os seus stocks e resultou, naturalmente, em atrasos para o cliente final. Isso fez também subir o número de pedidos de informação à nossa equipa de apoio ao cliente - durante a pandemia fomos mesmo obrigados a duplicar esta equipa.
Sendo a portugalidade uma das vossas apostas, o que poderemos esperar nesse con-
texto, no futuro? A maioria dos nossos vendedores são portugueses, temos uma percentagem mais reduzida de vendedores de outras origens. Isso não é uma regra, mas sim uma preocupação que temos desde o início, acima de tudo porque queremos dar ao nosso cliente a melhor experiência de compra possível e oferecer-lhe os produtos que gosta e que encontra tanto nas grandes superfícies como no pequeno comércio, com um tempo de entrega mais rápido possível. Temos no Dott algumas das marcas mais portuguesas de Portugal, como a Ach Brito, a Couto, a Castelbel, a Renova e muitas outras. Marcas que quando nasceram nunca pensaram viver uma transformação digital e continuarem a estar na lista de marcas preferidas dos portugueses, mas também temos todas as outras, mais jovens e que não sendo portuguesas, na maioria dos casos são vendidas por portugueses. O Portugal Fashion Digital Store by Dott mostra o destaque que gostamos de dar ao que é português e o palco que podemos dar às marcas portuguesas, chegando mais facilmente onde nem sempre é fácil chegar.
Como pretendem impulsionar o Dott no mercado global? Neste momento o Dott não entrega fora de Portugal. Temos planos para o futuro e já o dissemos antes que também passam por outros mercados, mas não há, para já, uma data de lançamento.
Em que assenta a vossa estratégia de comunicação? Vamos comunicar sempre com o foco no cliente, é para ele que trabalhamos todos os dias.
Como evoluirá a plataforma em
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termos de segurança e formas de pagamento? Essa é uma das nossas maiores preocupações, segurança. Por isso trabalhamos nela todos os dias para que seja sempre seguro comprar no Dott, sempre acompanhados dos melhores parceiros tecnológicos e de pagamentos.
O nosso consumidor é maioritariamente mulher, entre os 25 e os 44 anos. O smartphone é o meio mais utilizado.
meros, mas em Inglaterra e nos EUA o mercado evoluiu 10 anos em três meses– suspeito que não terá sido diferente em Portugal.
Afirmou à Lusa que no comércio online “não há recuo”. Haverá evolução em que sentido?
Quais são as vossas expetativas e quando deverão atingir o break even?
Quem compra no Dott?
Continuamos a defender isso. Em Portugal, não há ainda muitos nú-
O Dott está e continuará focado no crescimento sustentável– é para isso que trabalhamos todos os dias.
Segmento de Expresso & Encomendas “é uma grande alavanca de crescimento” dos CTT que permite aos utentes fazerem encomendas de medicamentos diretamente às farmácias, utilizando o email ou o telefone de cada farmácia aderente, com os CTT a garantirem a entrega no dia seguinte); Expresso para Hoje (serviço online alargado para entregas urgentes de encomendas, mercadorias ou documentos, até 2 horas. Os CTT estabeleceram uma parceria com a Uber).
Miguel Salema Garção, diretor de comunicação e sustentabilidade dos CTT, fala da resposta da empresa aos desafios colocados pelo aumento do e-commerce.
Qual foi o impacto da pandemia no negócio de entregas? Vivemos tempos sem precedentes, com a atual crise da covid-19, e os CTT têm adotado uma postura de enorme compromisso e dedicação na proteção das suas pessoas e na continuidade da sua atividade e do negócio, seguindo estritamente as indicações das autoridades oficiais, mas destacando-se no apoio e fomento da continuidade da economia nacional, enquanto contribuía ativamente para facilitar a vida de todos os que tiveram que permanecer em casa. O crescimento obtido em Portugal resultou disso mesmo, de um conjunto de iniciativas lançadas pelos CTT que procuraram acelerar e alavancar soluções que ajudassem a estimular a recuperação da atividade perdida e criando oportunidades de crescimento, das quais se destacam os seguintes servi-
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ços: CTT Comércio Local (uma plataforma digital que assegura todo o processo de venda e compra a comerciantes e clientes finais. Os comerciantes podem aderir ao serviço junto da respetiva Câmara Municipal, tendo assim disponível um novo meio de venda dos seus produtos, e os consumidores podem efetuar as suas compras em segurança, sem saírem de casa); Criar lojas online CTT (uma oferta que permite às PME nacionais criarem lojas virtuais com grande facilidade para a venda dos seus produtos); Entrega de medicamentos ao domicílio de cada utente (uma parceria com a Associação Nacional das Farmácias),
O que foi mais desafiante este ano, nesse segmento? O grande desafio deste ano está a ser sem dúvida a pandemia pela qual todos atravessamos. O impacto das alterações provocadas pelo confinamento, em particular o “ficar em casa”, o teletrabalho, as alterações nas rotinas de compras domésticas, foi muito forte com reflexo positivo na explosão do crescimento do e-commerce em Portugal, nas alterações do perfil de consumo por categoria e na maior relevância do mercado doméstico. Os retalhistas tiveram de encontrar soluções criativas para responderem à maior procura nos seus canais online , desen-
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volvendo parcerias e soluções em conjunto com os diversos operadores de logística e de entregas. Estamos claramente a continuar a surfar a onda do crescimento do e-commerce , a taxas de crescimento explosivas, amplificadas pelo contexto da pandemia, mas também muito impulsionadas pelas iniciativas que temos vindo a desenvolver de apoio às PME, ao comércio local e a todo um conjunto de empresas e entidades que viram nos canais online uma alternativa de sobrevivência aos seus próprios negócios.
Qual é o tempo médio de entrega? Fazem entregas noturnas? Contrataram mais funcionários? A maioria das entregas dos CTT são efetuadas no dia seguinte, mas também até uma ou duas horas. A empresa tem também disponibilidade para entregas no período 19-22 nos dias úteis, sendo uma das janelas horárias disponíveis como opção de escolha para os e-buyers . Esta janela de entrega será particularmente relevante para a peak season que se aproxima. Os CTT investiram e investirão para dar resposta à procura esperada, como o aumento da capacidade de tratamento dos centros; reforçar capacidade de entrega na última milha, com mais recursos, mas também introduzindo tecnologia para planeamento contínuo das rotas, de forma a aumentar produtividade. Além da entrega em casa, os CTT disponibilizam aos seus clientes cerca de dois mil pontos (incluindo lojas próprias dos CTT), que funcionam como ponto de recolha de encomen-
das. Sobretudo, a rede de 25 cacifos automáticos, que oferecem uma disponibilidade praticamente 24/7. A utilização dos pontos CTT oferece aos consumidores uma flexibilidade muito elevada para decidirem quando levantar as suas encomendas. Que peso tem este segmento atualmente no volume de negócios e que peso terá no futuro? Os CTT atingiram rendimentos operacionais de 85,1 milhões de euros na área de “Expresso & Encomendas”, no final do primeiro semestre de 2020, o que representa um crescimento de mais 12,3 milhões de euros (+16,9%) face ao período homólogo de 2019, confirmando-se que esta é uma das grandes alavancas de crescimento da empresa. Tendo em conta os meses de abril, maio e junho, ou seja, o segundo trimestre de 2020, os rendimentos operacionais de “Expresso e Encomendas” atingiram os 47,8 milhões de euros, subindo 11,7 milhões de euros (+32,5%) face ao trimestre homólogo de 2019, demonstrando o forte crescimento conseguido neste período, em que a empresa cresceu de forma consistente e significativa nas entregas B2C. Esta performance dos CTT evidencia um valor de receita sem precedente e o melhor valor de EBITDA dos últimos 17 trimestres. O primeiro semestre de 2020 foi marcado pelo efeito da pandemia de covid-19, observando-se que o final do mês de março e o início do mês de abril foram particularmente afetados pelos efeitos das restrições impostas à maior parte dos setores da economia. Essas restrições tiveram um forte impacto no
perfil de envios, tendo-se verificado uma redução do tráfego B2B, quer de encomendas quer de carga, e tendo-se, em contraponto, assistido a um forte crescimento da atividade de e-commerce.
Que balanço fazem da participação do projeto Dott? O balanço é muito positivo para um marketplace muito jovem. O foco tem sido o de fomentar o seu crescimento e a sua notoriedade, junto quer das empresas (os e-sellers), quer dos compradores (e-buyers). E, nesse sentido, os resultados são altamente motivadores. As vendas do Dott estão claramente a crescer a níveis não expetáveis antes da crise pandémica, tendo mesmo batido de forma significativa todos os records da peak season de novembro/ dezembro de 2019. O número de clientes a comprar tem vindo a crescer de forma sustentável e a taxa de conversão quase que triplicou. O Dott é um marketplace já percecionado como um verdadeiro supermercado online, dispondo de mais de 20 categorias, integrando mais de mil e-sellers e mais de um milhão de produtos. Os mais procurados enquadram-se nas categorias de saúde e beleza, mercado e gourmet , casa e jardim, eletrodomésticos, moda e calçado, comunicações e telemóveis, criança e brinquedos, informática e eletrónica. De destacar ainda o papel muito relevante que o Dott tem tido ao longo deste ano– e na sequência do ambiente de crise económica que vivemos– na ajuda e suporte à entrada de novas empresas e atividades no mundo da venda online.
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grande tema gran tema e segurança, mais 43,82 p.p. do que antes. A disponibilidade dos produtos assumiu também maior relevância, considerada “muito importante” por 48% dos participantes, mais 14,61 p.p. do que no período anterior à pandemia. Pelo mesmo motivo, o tempo de entrega foi valorizado em 9,21 p.p., sendo avaliado como “muito importante” por 43,37% dos inquiridos. A segurança no pagamento continuou a ser o fator mais determinante para os inquiridos, já que 74,38% consideram este fator “muito importante” (com um crescimento de apenas 0,67 p.p.). Estamos perante um “novo perfil de consumidor, mais sofisticado e apto para as novas tecnologias, que deposita enormes expectativas nas marcas. Estas devem otimizar e reajustar as suas estratégias comerciais, oferta disponível e até mesmo a própria experiência de compra por forma a reforçarem e reconquistarem a confiança dos seus clientes e o dinamismo do negócio”, alerta a investigadora Ana Pinto Borges (na foto). As marcas são desafiadas a otimizar o seu serviço, cumprindo três critérios “muito importantes” para os compradores: higiene e segurança, disponibilidade dos produtos e rapidez nas entregas, sintetizam os responsáveis pelo estudo do ISAG. Manuel Paula sustenta que “a logística e os transportes são um elemento imprescindível na cadeia de valor das vendas online” e salienta que “se o mercado cresce, tal se deve em grande medida à maior capacidade das empresas de logística e de transporte”. O gestor informa que “as entregas via postal ou via expresso são as preferidas pelos portugueses, seguindo-se os levantamentos em pontos de entrega ou nas lojas das marcas” e acrescenta que “os consumidores estão geralmente satisfeitos com os serviços de entrega”. Em entrevista à "Actualidad€", Miguel Salema Garção, diretor de Comunicação e Sustentabilidade dos CTT, refere que este segmento tem sido dos que mais cresce na empresa (caixa nas págs. 38/39). 40 ACT UALIDAD€
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Estamos perante um “novo perfil de consumidor, mais sofisticado e apto para as novas tecnologias, que deposita enormes expetativas nas marcas. Estas devem otimizar e reajustar as suas estratégias comerciais, oferta disponível e a própria experiência de compra” Outro fator crítico para muitos dos e-sellers (vendores online) é a questão do armazenamento. Não será à toa que a Amazon, a empresa que se apresentou em 1995 ao mercado como loja virtual de livros e hoje é campeã de vendas pela internet, investe cada vez mais em armazéns. Em agosto, foi notícia do "Wall Street Journal" a possível negociação entre a Amazon e o maior proprietário de centros comerciais nos EUA, o Simon Property Group, para converter as lojas da J.C. Penney e da Sears Holding (retalhistas que recentemente declararam insolvência) em centros de distribuição da gigante retalhista online de Jeff Bezos. A revista "The Economist"
publicava em maio um artigo em que realçava o crescente valor de mercado dos armazéns, impulsionado pelo boom do e-commerce. Mesmo antes da pandemia, a nível global, olhar para um gráfico de barras relativo às vendas do comércio online nos últimos anos é como olhar para uma escadaria, em que a distância de degrau para degrau aumenta sempre à medida que os anos aumentam também. Em 2015, o número das vendas do comércio digital situava-se nos 1.548 mil milhões de dólares, em 2019, saltava para os 3.535 mil milhões, e este ano deverá alcançar os 4.200 mil milhões. As contas são da Statistica, que estima vendas globais do e-commerce de 6.542 mil milhões em 2023. Apesar dos valores do comércio eletrónico serem mais modestos em Portugal do que noutros países, ninguém tem dúvidas de que a evolução será no sentido ascendente, conclui Manuel Paula. “No estudo de 2019, a previsão é de que o valor do comércio electrónico B2C já era, em 2018, de 5.500 milhões de euros e pensa-se que em 2020 andará próximo dos 7.000 milhões de euros.” A "Actualidad€" quis conhecer a perspetiva de marcas como a plataforma Dott, que alia esforços dos grupos portugueses Sonae e CTT (caixa na pág. 36), ou da internacional OLX, há mais tempo no mercado (caixa na pág. 34). Ambos retratam 2020 como um ano de crescimento no mercado português. A pandemia reforçou atributos já antes reconhecidos: a internet como montra gigante, acessível a consumidores de todo o mundo, onde cabem todos os produtos cujas marcas aspiram a esse mercado global ou querem iniciar um negócio sem abrir loja física, para testar o mercado, ou porque creem que a web é a melhor morada para o que pretendem comercializar. O futuro traz oportunidades: realidade aumentada, realidade artificial ou o 5G. Traz também desafios: capacidade de armazenamento, de transportes, de entregas, de segurança das transações e dos pagamentos.
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ADVOCACIA E FISCALIDADE
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CRS Advogados reconhecida na área de insolvência pelo “IFLR 1000”
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CRS Advogados - Cruz, Roque, Semião & Associados mantém em 2020 a posição “other notable” no ranking internacional IFLR 1000 na área de reestruturação e insolvência. A jovem sociedade é reconhecida pelo seu trabalho e clientes em reestruturação e insolvência tendo sido indicada pela primeira vez em 2019, juntamente a outras sociedades notáveis. A equipa do departamento de Insolvências e que gere o serviço Programa Renascer – Insolvência e revitalização pessoal e societária é liderado pela sócia Raquel Galinha Roque, presente igualmente em outros rankings e prémios. A CRS Advogados criou no primeiro semestre deste ano um site específico para a área estratégica da restruturação e insolvência. A CRS & Associados iniciou a sua ativi-
dade em 2015, com três sócios fundadores – Nuno Pereira da Cruz, Raquel Galinha Roque e Telmo Guerreiro Semião. Atualmente, a sociedade full service está especialmente vocacionada para as áreas de atuação de con-
tratualização e contencioso e focada no direito empresarial e conta com 10 colaboradores. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ ccile.org Fotos DR
Em trânsito: » Manuel Cassiano Neves (na foto) é a mais recente contratação da CCMS Rui Pena & Arnaut, passando a integrar a equipa de Energia e Alterações Climáticas como co-managing associate. Com um mercado cada vez mais internacional e competitivo, a sociedade reforça e reorganiza a área de Energia e Alterações Climáticas, passando assim a ter dois managing associates: Manuel Cassiano Neves e Bernardo Cunha Ferreira, frisa o escritório liderado por José Luís Arnaut. Com mais de 15 anos de prática jurídica, Manuel Cassiano Neves regressa à CMS Rui Pena & Arnaut, contando com uma vasta experiência nas áreas de energia e ambiente, nomeadamente em matérias de natureza regulatória, execução de contratos de concessão de serviço público e de fornecimento de energia. 42 act ualidad€
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» David Coelho e Pedro Sá assumiram recentemente as funções de administradores dos escritórios PRA Lisboa e PRA Porto, respetivamente. Os dois sócios, ambos membros do conselho de administração da PRA, pretendem dar continuidade ao trabalho de Pedro Raposo e Miguel Miranda “do qual estamos muito orgulhosos e que nos traz uma grande responsabilidade”, segundo Pedro Sá (na foto, do lado esq.). A PRA, com escritórios em Lisboa, Porto, Algarve, Leiria e Ponta Delgada, tem como propósito garantir uma rede profissional assente nos diversos mercados, aliando o apoio local especializado ao conhecimento do negócio dos seus clientes. Conta, presentemente, com uma equipa de mais de 140 profissionais.
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Fusão da SRS com a AAA Advogados está concluída
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SRS e a AAA Advogados concluíram a operação de fusão anunciada em junho. A equipa da AAA já se encontra nas instalações da firma liderada por Pedro Rebelo de Sousa, adiantou o advogado. “Quero, com a maior alegria, informar clientes, parceiros e amigos que concluímos a fusão por integração da equipa da sociedade AAA. Todos se encontram já nas nossas instalações”, anunciou publicamente Pedro Rebelo de Sousa.
Para o managing partner da SRS, a fusão nasceu de uma “indesmentível” soma de equipas de sucesso. “Advogadas e advogados com carreiras de sucesso e talentos reconhecidos numa estratégia de fortalecimento da estrutura existente. É nestes períodos desafiantes, como o que vivemos, que estas sinergias são fundamentais
para continuarmos no caminho da liderança em Portugal e no contexto do mercado internacional“, acrescentou o managing partner, na comunicação feita nas redes sociais da SRS. Gabriela Martins e Dulce Franco são duas das sócias fundadoras da AAA Advogados que integram também a nova sociedade.
MLGTS lidera tabela de operações de M&A envolvendo empresas portuguesas
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os primeiros oito meses do ano, a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), liderou a tabela de operações de M&A em Portugal, com um valor acumulado de quase 4.700 milhões de euros. De acordo com o último relatório do “Transaction Track Record (TTR)” e da “Iberian Lawyer”, referentes ao segundo trimestre de 2020, a Vieira de Almeida (VdA) e a Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados ocupam também as posições cimeiras da tabela. O mercado transacional português registou, até agosto, 207 operações, com um valor total de 11.300 milhões de euros, o que representa um aumento de 40% do valor movi-
mentado e uma redução de 28% no número de transações, em relação ao mesmo período de 2019, referem as mesmas fontes. Relativamente às firmas de advogados, a MLGTS lidera a tabela, com um valor aproximado de 4.686 milhões de euros, correspondentes a 14 operações de M&A. Em segundo lugar da listagem apurada pelo “TTR“, surge a VdA, que assessorou sete transações, num montante de 3.796 milhões de euros, seguindo-se a Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, com um montante de 2.433 milhões de euros, correspondente a uma operação. No top 5 dos escritorios de advogados, constam ainda a Abreu
Advogados, com 952,47 milhões de euros, e a Linklaters, com um valor estimado de operações de M&A a atingir os 932 milhões. No mês de agosto, registaram-se 24 transações de fusão e aquisição – entre anunciadas e concluídas–, por um valor total de 1.200 milhões de euros. A maior transação envolvendo empresas portuguesas, ainda de acordo com o mesmo site especializado em fusões ibéricas, foi a aquisição de participação maioritária detida pela Engie e EDP na Windplus, por parte da OW OffShore, por 61 milhões de euros. A transação contou com a assessoria legal dos escritórios VdA, Herbert Smith Freehills e MLGTS.
VJLA Advogados é a firma do ano nos “Africa Legal Awards”
A
JLA Advogados, sociedade de advogados moçambicana e parceira da Abreu Advogados, foi considerada a melhor sociedade de advogados do ano no mercado africano, nos prémios internacionais “African Legal Awards 2020”, uma iniciativa da editora “Law.com International”. De acordo com a “Advocatus”, Zara
Jamal, sócia da JLA Advogados e da Abreu Advogados, foi também finalista na categoria de “Partner of the Year (female)”. Os prémios reconhecem as maiores conquistas da comunidade jurídica em África e o escritório moçambicano foi o vencedor na categoria “African Law Firm of the Year – Small Practice”.
A JLA conta com dez anos de prática no mercado de Moçambique e uma equipa de dez advogados que se dedicam a grandes projetos de investimento estrangeiro, tendo assessorado recentemente aquele que foi o maior projeto de investimento no país na área de petróleo e gás.
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opinião opinión
Por André Miranda*
Portugal e Espanha – uma
política fiscal que não privilegia a integração económica
É
bem sabido que Portugal e Espanha são duas economias bem distintas, tanto na estrutura do seu tecido empresarial como na própria influência da estrutura política de cada um dos Estados. No entanto, os dois países comungam hoje traços comuns que não são apenas explicados por razões geográficas, históricas ou até identitárias. Apesar das relações de vizinhança, apenas nos últimos 45 anos Portugal se tornou uma economia com um elevado grau de interpenetração com a economia espanhola. Em 2019, as exportações de Portugal para Espanha representaram cerca de 25% do total das exportações nacionais, num volume próximo dos 15 mil milhões de euros. No outro lado da balança comercial, as importações vindas de Espanha representam quase 24,5 mil milhões de euros, representando cerca de 30% do total das importações nacionais. Independentemente dos traços comuns e distintivos e da desigualdade visível existente entre as duas economias, há hoje cada vez mais um espaço de integração económica, impulsionado ainda mais pelo investimento direto mútuo e
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por uma forte mobilidade empresarial, laboral e social, assente primordialmente em critérios de liberdade de estabelecimento. No plano fiscal, esta integração tem ficado, porém, aquém das expectativas e tem contribuído para algumas dessintonias. Compreende-se que assim seja, tendo em conta não só que a tributação é uma das facetas mais vincadas do exercício da soberania de um Estado, mas também porque não foram ainda dados passos efetivos ao nível da União Europeia para que se caminhe para uma mais efetiva harmonização fiscal. A verdade é que em espaços económicos integrados como é o caso do espaço europeu, mas particularmente do espaço ibérico, nenhuma política económica pode ser conduzida de forma eficaz se não existirem mecanismos de concertação e coordenação que evitem certas distorções. Este caminho não se faz, no imediato, através de políticas fiscais comuns, mas, desde logo, através da eliminação de todos os obstáculos que contrariem uma integração mais profunda destes dois países. Em Portugal, o exemplo mais conhecido diz respeito ao impacto que a diferente tributação existente entre Portugal e Espanha tem
na economia dos territórios raianos e onde mais se sente a mobilidade espacial de pessoas e bens. Muitos destes territórios coincidem com os territórios do interior de Portugal. Na recente revisão do Programa de Valorização do Interior anunciada pelo atual Governo português, louva-se o incentivo dado à cooperação transfronteiriça, através da promoção de um ambiente de negócios favorável em setores económicos prioritários, com políticas públicas orientadas para a remoção das barreiras regulamentares e não regulamentares injustificadas. Regista-se, no entanto, que as medidas fiscais previstas no Programa se dirigem unicamente à captação e manutenção de pessoas e empresas no interior, esquecendo a necessidade de equilibrar as economias transfronteiriças. Nenhuma das referidas medidas fiscais será capaz de estancar a sangria que constitui a deslocalização de consumidores e agentes económicos de Portugal para Espanha, sobretudo por causa das diferenças significativas existentes no IVA e na tributação sobre os combustíveis. Também do lado espanhol subsistem alguns resquícios de um excessivo centralismo tributário, igualmente prejudiciais para o são
opinião
desenvolvimento de um espaço económico integrado. Um exemplo é o Modelo 720 que impõe a obrigação de todos os residentes em Espanha deverem informar a Administração Tributária espanhola sobre bens e direitos que detenham no exterior, nomeadamente contas em bancos, participações sociais ou bens imóveis. A polémica à volta desta obrigação declarativa está ligada não tanto em relação aos deveres de informação impostos, mas sobretudo à sua extensão e às sanções pesadas, em especial de natureza pecuniária, para quem não cumpra ou não declare integralmente os seus bens no exterior. Este tipo de medidas, anunciados como instrumentos de combate à evasão fiscal, acabam por consubstanciar mecanismos ínvios para dissuadir os agentes económicos, tanto pessoas como empresas, a investir fora de Espanha. Por essa razão, o seu regime está a ser já escrutinado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia. Também no âmbito da transposição das Diretivas ATAD (Anti Tax Avoidance Directives) se notou um zelo acrescido, para não dizer excessivo, na qualificação de regimes fiscais preferenciais, que poderá levar a colocar Portugal como paraíso fiscal, não tanto nos termos associados tradicionalmente a este tipo de jurisdições em virtude da sua falta de transparência ou fiscalidade agressiva desassociada de qualquer materialidade económica, mas sim por causa da existência de regimes fiscais que possam ser prejudiciais para o erário espanhol.
Foto arquivo
opinión
É bem sabido o impacto que a deslocalização de um cidadão espanhol para Portugal pode ter no que diz respeito à tributação em sede de impostos sobre sucessões e doações, ou mesmo no que diz respeito aos rendimentos de trabalho ou rendimentos profissionais, no caso de se tratar de um profissional altamente qualificado. Mas será esta uma forma de evasão fiscal? Na última década, tanto por via da OCDE como da União Europeia, foram alcançados níveis de cooperação internacional a nível fiscal nunca atingidos. Os progressos foram significativos e hoje as administrações fiscais nacionais estão mais concertadas e alinhadas na definição de critérios de transparência comuns e na partilha de informações relevantes em matéria fiscal. No entanto, nem sempre estes esforços têm sido dirigidos para o seu objetivo primacial: a tributação de rendimentos e património pelos Estados da residência e pelos Estados onde esses rendimentos são gerados. Cada vez mais, os territórios estão abertos e a mobilidade de pessoas
e empresas tem de ser encarada como algo não só desejável, como também natural no quadro das opções de vida e das estratégias de desenvolvimento empresarial, tomadas num quadro de liberdade e autonomia. Por isso, todos os entraves a esta mobilidade ou quaisquer intenções de dirigir a sociedade através de opções políticas condicionarão a liberdade de atuação e movimentação de pessoas, empresas e bens num espaço territorial comum. Os interesses individuais dos Estados em matéria fiscal e o protecionismo tributário são, por isso, os principais antagonistas de um movimento de aproximação cada vez mais real e necessário. Este é um movimento não circunstancial e que tem vindo a intensificar-se nas últimas décadas, apesar de existirem pontos de diferenciação que nunca serão esbatidos e das diferenças visíveis em termos de população, território e riqueza económica. *Sócio da Pinto Ribeiro Advogados E-mail: andremiranda@pintoribeiro.pt
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Ciencia y tecnología
Didimo recebe novo investimento de um milhão de euros
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Didimo, empresa tecnológica do Porto que se dedica ao desenvolvimento de humanos digitais para empresas consumidoras, logrou levantar um milhão de euros, que se vêm juntar ao montante arrecadado em dezembro de 2019 (superior a seis milhões de euros). A nova ronda de f inancia mento foi liderada pela sociedade de capita l de risco A rmilar Venture
Partners (por via a equipa e prova que a nossa do Tech Transfer missão de derrubar as barreiras Fund), tendo con- entre os mundos físico e digita l tado também com é relevante para o mercado. Vaa participação da mos continuar a traba lhar para Bright Pixel e da devolver a humanidade às intePME Investimen- rações digitais”, a f irma a CEO, tos, em colabora- em comunicado. ção com o fundo Nascida em 2016, a Didimo – de coinvestimento que em grego signif ica “gémeo” 200M. – tem hoje 27 colaboradores disA empresa fundada por Veró- tribuídos pelos escritórios da cinica Or va lho, cuja tecnologia dade Invicta, de Vancouver e de permite que as pessoas criem Delaware (anteriormente tinha um “gémeo digita l ” com maior também em Londres) e trabaautenticidade, pretende despen- lha com multinacionais como a der o capita l levantado no de- Sony, A ma zon, CeekV R ou Farsenvolvimento de produto e no fetch. crescimento da equipa – prevê- A startup prepara-se agora para -se o recrutamento de, pelo me- lançar nova versão da sua planos, mais oito pessoas. ta forma e da aplicação para sis“Voltar a atrair capita l represen- temas operativos iOS e A ndroid ta um enorme incentivo para no mercado.
Elvira Fortunato vence “Horizon Impact Award 2020” E lvira Fortunato, cientista e vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa, é a vencedora do prémio europeu “Horizon Impact Award 2020”, segundo anunciou a Comissão Europeia no decorrer do encontro anual de investigação e inovação “European Research and Innovation Days”, que devido à pandemia realizou-se em formato online . A inovação de Elvira Fortunato permitiu desenvolver o primeiro écran produzido com materiais sustentáveis, já comercializado por diversas empresas. Trata-se de uma nova área tecnológica ao serviço de diferentes indústrias, como a impressão a jato de tinta ou os diagnósticos médicos inteligentes. “Invisible” foi desenvolvi-
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do no Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA, em parceria com a tecnológica Samsung. Horizon Impact Award 2020” distingue os projetos financiados pela União Europeia, no âmbito do programa Horizonte 2020, cujos resultados criaram impacto social na Europa e no mundo. “Invisible” foi o único projeto português a chegar aos 10 finalistas. European Research
and Innovation Days é o principal acontecimento anual da Comissão Europeia na área da investigação e inovação e junta decisores políticos, investigadores, empresários e o público num debate amplo sobre o futuro do setor.
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Shapetek cria dispositivo para abrir as portas sem mãos A Shapetek, uma empresa de meta lomecânica de Pomba l, irá produzir um dispositivo para abrir portas sem mãos, evitando assim o contágio de covid-19, cujo protótipo já foi desenvolvido pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra — ISEC. Com o nome “Covid – Doors Openers”, o mecanismo permitirá a abertura de portas sem usar as mãos, sendo a sua aplicação destinada a locais de grande a f luência de pessoas
como centros de saúde, hospitais, zonas comerciais, escolas, centros de dia ou lares de idosos, explicou à Lusa Luís Roseiro, responsável pelo Laboratório de Biomecânica do ISEC e coordenador do projeto. É um projeto em consórcio que envolve a empresa Shapetek, o Centimfe (Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos), a ESEC-Escola Superior de Educação de Coimbra e a Lu x Casa,
com vista à comercia lização do dispositivo”, adiantou o investigador. O dispositivo, que ainda está numa fase embrionária, possui uma “componente dinâmica e ergonómica que se traduzirá no conforto da utilização por parte de quem vai usar esse sistema, não recorrendo à mão, mas a outras partes do corpo, que por norma não entram em contacto com o rosto, o que vai diminuir o risco de contágio”. PUB
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El “Mobile World Congress” de Barcelona se aplaza hasta finales de junio de 2021 G SMA, organizadora del “Mobile World Congress” de Barcelona, ha decidido aplazar la edición de 2021, prevista inicialmente entre el 1 y el 4 de marzo del próximo año, hasta finales del mes de junio, cuando calcula que los avances a nivel mundial en la lucha contra el coronavirus podrán garantizar una situación epidemiológica más favorable. Finalmente, el congreso se celebrará entre el 28 de junio y el 1 de julio, para que sea “lo más seguro posible”, según lo ha anunciado en rueda de prensa el consejero delegado de GSMA, John Hoffman. “El Mobile World Congress de 2021 se hará, sin duda”, ha dejado claro, y ha añadido que la organización quiere que la parte “más importante” del evento sea “presencial”, porque también ha
percibido ganas por parte de las compañías del sector de desplazarse a Barcelona para vivir el evento de manera presencial. “Sabemos lo que hay que hacer y así lo haremos”, ha subrayado John Hoffman en cuanto a las medidas sanitarias que se deberán tomar para garantizar la pre-
sencia de miles de congresistas en Barcelona el año que viene; al mismo tiempo que ha insistido en que este evento seguirá siendo el “buque insignia” de todos los que organiza a nivel mundial GSMA, la asociación que agrupa a los principales operadores móviles.
Mascarilla “made in Spain” promete eliminar el virus con rayos UV-C mientras se respira U na empresa alicantina ha patentado una mascarilla sin filtro capaz de eliminar el virus mientras se respira, gracias a una cortina láser UVC. La propuesta, de Flat Tbue Energy, conseguiría acabar con la contaminación provocada por los residuos de las mascarillas desechables, asegura la compañía en un comunicado. El proyecto lo encabezan dos startups con clara apuesta I+D de la Universidad Miguel Hernández UMH) de Elche y Fondo Emprendedores de Repsol. Está basado en tecnología ultravioleta de baja frecuencia, emitida por diodos láser dirigi-
dos, que permite en una cámara confinada laberíntica destruir el coronavirus, entre otros patógenos, mientras se respira. Todo ello con una batería con 10 horas de autonomía que se recarga
como un teléfono móvil. Con un coste de producción bajo y realizada en impresión 3D en España, se basa en la técnica de David J. Benner, profesor de Biofísica de la Radiación y de Ciencias de la Salud Ambiental y director del Centro de Investigación Radiológica en el CUIMCY. Este hallazgo sugiere que, el uso de luz ultravioleta lejana en esta mascarilla, podría proporcionar no solo una protección contra el covid-19, sino también sobre las epidemias de gripe estacional, así como evitar la propagación de pandemias relacionadas con esta y otras enfermedades.
Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
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hole innoone seu negócio XXV Torneio Ibérico de Golfe CCILE 2020 24 de outubro • Belas Clube de Campo
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Vinhos & Gourmet
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Restaurantes Barra Cascabel e Jacaré criam menus de almoço no Gourmet Experience
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gora já é possível almoçar fora de horas no restaurante Jacaré de José Avillez, no espaço Gourmet Experience, do El Corte Inglés de Lisboa, bem como é possível almoçar no Barra Cascabel os sabores
mais autênticos do México, por 15 euros. O Jacaré (na foto), o restaurante carnívoro vegetariano de José Avillez, criou o menu “Late Lunch”, disponível de segunda a sexta (exceto feriados), entre as 15h00 e as 19h00. Com pratos de carne da melhor qualidade, cozinhada na grelha, mas também inesperados pratos vegetarianos, o Jacaré é um espaço verde e cheio de tentações, onde também há petiscos de origem afro-brasileira e sobremesas de inspiração tropical. O restaurante Barra Cascabel, do chef mexicano Roberto Ruiz em parceria com o grupo José Avillez,
incluiu no seu menu especial de almoço entradas como o famoso Guacamole Barra Cascabel, com totopos de milho caseiros, sementes de abóbora e jalapeño em picles. O prato principal pode ser uma opção entre tacos de camarão enchipotlado, ou tacos de carnita de porco, entre outros. O menu, no valor de 15 euros, inclui ainda bebida e café e está disponível estre as 12h00 e as 16h00, de segunda a sexta-feira, exceto feriados. Barra Cascabel é um restaurante informal, onde se provam e partilham os melhores sabores mexicanos e cocktails originais, num ambiente enérgico e divertido. Já para o período dos jantares, assinale-se ainda que o El Corte Inglés Lisboa oferece, aos seus clientes, vales de desconto para serem utilizados nos restaurantes do Gourmet Experience.
Turismo do Porto e Norte defende importância do enoturismo para Monção e Melgaço E m plena época das vindimas, o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) esteve em Melgaço para acompanhar a colheita 2020 e descobrir as potencialidades desta SubRegião dos Vinhos Verdes com foco no turismo sustentável. A visita decorreu no início de setembro, na Quinta de Soalheiro, primeira marca de alvarinho de Melgaço, onde tiveram a oportunidade de conhecer um projeto de Enoturismo que vai muito para além do vinho, pois assenta nas potencialidades do território, dos produtos e dos serviços locais de qualidade. Inácio Ribeiro, vice-presidente do TPNP, parabenizou o projeto, que, salientou, “vai muito para além do vinho. Nós, no Turismo do Porto
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e Norte, temos excelentes territórios para promover, mas precisamos de produtos nesses territórios que nos ajudem a convencer os visitantes a cá virem, a ficarem e, acima de tudo, a levarem as melhores razões para os recomendar”. “E a aposta do Soalheiro numa oferta integrada contribui para isso mesmo. Através do vinho, estão a alavancar um projeto assente no território, assente no enoturismo, o que para nós é muito importante, pois podemos levar como bandeira um produto que nos ajudará a voltar aos cinco milhões de visitantes no Porto e Norte, a fazer com que os turistas fiquem mais do que as duas noites que se alcançou em 2019 e que continuem a visitar este maravilhoso Minho”.
Para os produtores Soalheiro, Maria João Cerdeira e António Luís Cerdeira, as expetativas acerca da qualidade desta colheita são as melhores e acreditam que este ano será desafiante, mas que é fundamental continuar a trabalhar para criar uma oferta turística integrada, fundada na qualidade do território, dos produtos e dos serviços.
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Quinta de Lemos premiada na Bélgica A
Quinta de Lemos, no Dão, foi uma das grandes vencedoras do prestigiado Concurso Mundial de Bruxelas 2020, com a distinção de “Prémio Revelação” por Portugal um galardão atribuído a um único produtor por país. Quatro dos vinhos elaborados por Hugo Chaves, enólogo da Quinta de Lemos desde a fundação, foram igualmente premiados: o Touriga Nacional 2010 recebeu a Medalha “Grande Ouro”, a mais elevada, e os vinhos Dona Georgina 2013, Dona Georgina 2010 e Touriga Nacional 2013 receberam a Medalha de Ouro. Para Hugo Chaves, enólogo da Quinta de Lemos, “receber estes prémios por parte deste concurso, um dos mais prestigiados a nível mundial,
é uma prova da consistência da qualidade dos nossos vinhos – e como tal, muito bem-vinda”, afirmou. O Concurso Mundial de Bruxelas decorreu entre 4 e 6 setembro em Brno, na República Checa, tendo sido provados 8500 vinhos de 46 países produtores. A 27ª edição do Concurso Mundial de Bruxela todos os anos procura distinguir os melhores vinhos de todos os continentes, dentro de uma variada gama de preços, para melhor servir o consumidor. A prova é cega, e nem a pandemia de Covid19 impediu os provadores, um painel de profissionais, líderes de opinião e atores da economia mundial do vinho. Esta é uma grande
distinção pra a Quinta de Lemos, para o Dão e para Portugal. “Os vinhos Quinta de Lemos refletem as características do Dão elevadas ao seu expoente máximo. Símbolo da nova geração de produtores desta região, apresenta vinhos aspiracionais que começaram com o sonho de Celso de Lemos de criar um vinho excecional, em meados da década de 1990, quando adquiriu a quinta”, refere a adega. O enólogo Hugo Chaves juntou-se ao projeto desde a sua génese. Desde que o primeiro vinho foi lançado no mercado, em 2010, os produtos da Quinta de Lemos têm sido alvo de várias distinções, a nível nacional e internacional.
Vinhos do Alentejo apresentam programa de produção sustentável ao mercado americano A
Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) apresentou, em exclusivo a uma comitiva de jornalistas americanos, o Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), uma iniciativa inédita no setor vitivinícola português que, no início do mês de agosto, iniciou a certificação de produção sustentável. A ação teve como objetivo a valorização e o aumento da notoriedade do Alentejo naquele que é um dos principais países importadores dos vinhos da região e já resultou em mais de 2,6 milhões de impressões, nas diferentes notícias geradas sobre o tema, tanto online, como em versão impressa. A CVRA espera que a iniciativa se traduza num aumento das vendas para o mercado americano, que é já o 4º maior importador de vinho da região. João Barroso, coordenador do PSVA, e o reconhecido master sommelier e especialista em vinhos alentejanos
Evan Goldstein, foram os dois anfitriões da apresentação que contou com a presença de 45 representantes dos meios de comunicação americanos. Foram, ainda, apresentados cinco vinhos distintos, de cinco produtores da região, de modo a ilustrar alguns dos resultados das práticas sustentáveis promovidas e implementadas no âmbito do PSVA. “Contamos que o mercado estadunidense, que vem a conhecer cada vez melhor os Vinhos do Alentejo, reaja bem ao perceber que a nossa região pretende ser totalmente eco-friendly no que diz respeito à produção. Acreditamos que este novo selo que lançámos se transforme num impulsionador das vendas para este mercado”, afirma Francisco Mateus, presidente da direção da CVRA. Recorde-se que a primeira exportação de vinho alentejano, tendo como destino os Estados Unidos da América, foi registada em janeiro de
1991 e, em 2019, foram vendidos mais de 1,2 milhões de litros de vinho alentejano ao mercado americano, que se materializa numa receita superior a 4,7 milhões de euros. O Alentejo é líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal. Com uma área de vinha de 22,9 mil de hectares, 30% da sua produção tem como destino a exportação para cinco destinos principais, designadamente Brasil, Angola, EUA, Polónia e China. Uma das duas únicas regiões do mundo que produz Vinho de Talha há mais de dois mil anos, o Alentejo é ainda detentor de uma iniciativa pioneira, o “Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo”, que tem como objetivo melhorar as práticas utilizadas nas vinhas e adegas, produzindo uvas e vinho de qualidade e economicamente viáveis.
Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
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Espumante Quintas de Melgaço Velha Reserva de regresso E nquanto um dos principais embaixadores da Região dos Vinhos Verdes, a Quintas de Melgaço, projeto único que reúne mais de 530 pequenos e médios produtores do concelho homónimo, já habituou o mercado à casta Alvarinho nas suas mais ousadas facetas. Depois de três anos de stock esgotado, o produtor apresenta o Quintas de Melgaço Velha Reserva 2017, um espumante Alvarinho, elaborado em método clássico, com estágio mínimo de 36 meses em garrafa. É na sala de provas da Quintas de Melgaço que repousam os espumantes até que estejam prontos a servir. Três anos depois da colheita, na hora de abrir a garrafa, o QM Velha Reserva 2017 mostra-se límpido, de cor citrina,
o Alvarinho e a região ao lugar cimeiro dos vinhos europeus. “Durante estes 26 anos o nosso compromisso foi sempre para com a qualidade do Alvarinho. Testamos e experimentamos, da vinha à adega, novas expressões da casta em busca de uma qualidade de nível mundial. E, felizmente, estamos a chegar lá. O espumante QM Velha Reserva 2017 é um espumante surpreendente, fiel à Alvarinho, capaz de ombrear com vinhos de topo de todo o mundo”, refere Pedro Soares, o administrador-delegado da Quintas de Melgaço. Esta é a grande novidade do
com espuma fina e muito delicada. O corpo é cheio, mas a bolha é fina e de cordão persistente. O seu aroma frutado, com notas de laranja e tangerina, é acompanhado de nuances de frutos secos. À mesa, o QM Velha Reserva é um vinho democrático, revelando-se uma excelente companhia para mariscos, peixes ou assados como o leitão ou o cabrito. Embora surpreenda pelo tempo de estágio na região dos Vinhos Verdes, este espumante responde completamente aos objetivos futuros da Quintas de Melgaço, que visam elevar
Restaurantes da Beira Interior participam em primeiro concurso gourmet da região O primeiro “Concurso Beira Interior Gourmet”, que está decorrer entre 10 de julho e 10 de agosto, envolve 30 restaurantes da região, anunciou a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). O concurso, que esteve para acontecer em março/abril, pretende promover o “casamento” dos vinhos com a gastronomia local e a CVRBI afirma ter decidido avançar com a realização da iniciativa “depois de reunidas as condições de abertura dos restaurantes”. “Superada esta difícil fase de confinamento, particularmente dolorosa para os empresários de restauração da região, ganhou um duplo sentido o nosso concurso”, refere a entidade organizadora. A CVRBI, presidida por Rodolfo Queirós, aponta que o concurso tem como pressuposto “valorizar e dar a conhecer a qualidade e criatividade dos restaurantes e vinhos da Beira
Interior” e também “ajudar a reavivar a grande dinâmica gerada com uma retoma económica, turística e anímica, no “pós-covid-19””. Com a iniciativa, a entidade promotora visa “valorizar (sobretudo) os vinhos DO [Denominação de Origem] Beira Interior e IG [Indicação Geográfica] Terras da Beira, e os seus produtores, promovendo a excelência na restauração da região”. O projecto da CVRBI insere-se na estratégia de promoção do enoturismo da região, sendo que a Rota dos Vinhos da Beira Interior, criada recentemente, faz do evento “uma aposta no desenvolvimento da Beira Interior”, segundo a fonte. O concurso abrange 20 municípios da Beira Interior (envolve a totalidade do distrito de Castelo Branco e os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel,
Sabugal e Trancoso, no distrito da Guarda). O júri, presidido por Fernando Melo, crítico de vinhos e de gastronomia, fará as visitas aos restaurantes durante o mês da realização da prova. O concurso tem as categorias de “Cozinha regional/ tradicional”, “Cozinha criativa/ evolutiva” e “Cozinha europeia e do mundo”. A CVRBI, com sede no Solar do Vinho, na Guarda, já promove, em colaboração com o NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda e a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB), um concurso de vinhos da Beira Interior, que em 2019 conheceu a sua 12.ª edição. Aquela entidade abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde possui mais de 60 associados, sendo quatro adegas cooperativas.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR OUTUBRO DE 2020
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Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Seat Ibiza Ainda mais desportivo A Seat anuncia o início da produção do novo motor a gasolina 1.5 TSI com 150 cavalos e 250 Nm, o mais potente e desportivo da gama Ibiza.
O
Fotos DR
SEAT Ibiza dá mais um cavalos e um 1.0 TSI de 90 cavalos salto em frente, ofere- alimentado por gás natural compricendo uma experiência mido (GNC). mais desportiva e po- Agora, especialmente gizada para tente com a introdução de uma unidade TSI de 1.5 litros ligada a uma transmissão automática DSG de dupla embraiagem com sete velocidades. A marca continua apostado em assumir o papel de protagonista no segmento dos utilitários, com uma série de novidades importantes, tanto técnicas como de habitabilidade, e uma gama de motorizações completa com duas unidades a gasolina, 1.0 TSI de 95 cavalos e de 115 cavalos, a que se juntam três versões do Diesel 1.6 TDI com 80, 95 e de 115 54 ACT UALIDAD€
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um público mais jovem, que procura automóvel com personalidade ainda mais emocional e desportiva, a marca responde com a introdução
sector automóvil Setor automóvel
de mecânica mais potente a gasolina 1.5 TSI, para posicionar no topo da gama, associado à caixa automática de dupla embraiagem com sete relações. A nova unidade TSI vai impulsionar o desempenho do SEAT Ibiza, dando-lhe uma velocidade máxima de 219 quilómetros/ hora, mas talvez mais útil no mundo real, uma maior aceleração. O Ibiza será capaz de atingir os 100 quilómetros/ hora em apenas 8,2 segundos, uma melhoria prática quando se percorrem áreas urbanas e suburbanas, além de adicionar uma dose extra de diversão. Mas o motor é apenas parte da equação. A nova motorização está
No que toca a consumos, a Seat disponível em exclusivo com transmissão DSG, uma resposta às neces- fez saber que Ibiza 1.5 TSI tem um sidades do mercado onde as caixas consumo que varia entre os 5,6 e de velocidade automáticas estão a os 6,4 litros/100 quilómetro,s com tornar-se uma exigência cada vez base no ciclo de teste oficial WLTP. Desde o seu lançamento em 1984, mais comum. A tecnologia DSG permite uma o SEAT Ibiza ajudou a moldar o troca de mudanças mais suave e segmento e tornou-se um ícone da rápida, proporcionando uma expe- gama SEAT e um dos pilares chariência mais dinâmica ao volante, ao ve da empresa. Desde a sua criação, mesmo tempo que aumenta os ní- foram vendidas 5,9 milhões de univeis de conforto para todos os ocu- dades, e a nova versão irá ajudar a elevar ainda mais esse número. pantes do veículo. O SEAT Ibiza é desenhado, desenA combinação entre o motor e a transmissão contribui não apenas volvido e produzido em Barcelona, para um veículo mais focado no de- na fábrica da marca em Martorell, sempenho, mas contribui também onde a montagem do mais recente um forte equílibrio com a necessi- e atual SEAT Ibiza teve início, em 2017. dade de eficiência. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
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intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial luso
español en enero-julio de 2020
S
e acaban de hacer públicas las estadísticas oficiales del comercio exterior español referentes al periodo enero a julio de 2020, y en lo que al comercio hispano portugués se refiere se constata un ligero aumento en este comercio en el mes de julio respecto al mes de junio, tanto en las ventas españolas +5,6% (1.814,9 millones de euros en julio frente a 1.718,6 millones en junio) como en las compras +16,7% (994,9 millones en julio y 852,6 millones en junio). Respecto al valor acumulado en los siete primeros meses del año la quiebra en las ventas españolas fue del -14% (11.010,7 millones de euros en 2020 frente a 12.807,2 millones en igual periodo de 2019) y en las compras el
descenso se situó en los -10,5% (5.934,5 millones este año frente a 6.627,3 millones en 2019). En este periodo la cifra del comercio bilateral total, es decir ventas más compras, superó los 16.944,7 millones de euros habiendo generado un saldo favorable a España de 5.076,6 millones y una tasa de cobertura de 185,6%. Pese a las actuales circunstancias sanitarias y su fuerte impacto económico, el comercio entre España y Portugal sigue dando muestras de una enorme vitalidad y la posición relativa de Portugal en el comercio exterior español (cuadro 2) no sufre variaciones significativas. Sigue ocupando la cuarta posición entre los principales mercados clientes de España con un peso relativo
del 7,5% sobre el total de las exportaciones españolas y la sétima posición entre los proveedores de España, lo cual representa el 3,8% del total de las importaciones españolas que, en dicho periodo, superaron los 155.366,5 millones de euros. Respecto a la distribución sectorial del comercio bilateral, que se recoge en los cuadros 4 y 5, la partida 87-vehículos automóviles; tractor mantiene su posición de liderazgo tanto en la oferta como en la demanda española, con cifras de 937.193,2 millones de euros y 665.937,4 millones, respectivamente. En la oferta española cabe destacar, asimismo, la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 849,6 millones de euros, la 85-Aparatos y material eléctricos,
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en enero-julio de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20
COMPRAS ESPAÑOLAS 20
Saldo 20
VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19
Saldo 19
Cober 19 %
ene
1 778 762,75
1 003 845,34
774 917,41
177,19
1 742 735,34
913 960,29
828 775,04
190,68
feb
1 724 629,55
1 005 714,30
718 915,25
171,48
1 706 821,40
873 899,16
832 922,24
195,31
mar
1 581 766,04
906 741,35
675 024,69
174,45
1 812 053,31
984 166,48
827 886,83
184,12
abr
1 055 661,19
571 257,22
484 403,97
184,80
1 810 815,75
906 315,91
904 499,83
199,80
may
1 336 168,90
598 908,11
737 260,79
223,10
1 951 251,80
999 087,41
952 164,40
195,30
jun
1 718 689,32
852 608,01
866 081,31
201,58
1 894 918,30
892 750,62
1 002 167,69
212,26
jul
1 814 995,51
994 977,75
820 017,76
182,42
1 888 569,00
1 057 136,40
831 432,60
178,65
ago
1 572 644,63
694 691,19
877 953,44
226,38
sep
1 809 737,87
1 004 127,43
805 610,44
180,23
oct
2 077 533,09
1 104 109,06
973 424,03
188,16
nov
1 868 799,77
1 020 269,73
848 530,05
183,17
dic
1 769 405,43
973 285,64
796 119,79
181,80
21 905 285,70
11 423 799,32
10 481 486,38
191,75
Total
11 010 673,26
5 934 052,08
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
56 ACT UALIDAD€
OUTUBRO DE 2020
5 076 621,18
185,55
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - enero-julio 2020
con 807 millones, 39-Mat. plásticas; sus manufacturas, con 620 millones, y en la quinta posición la 27-Combustibles, aceites minerales, con 540,3 millones. Este grupo de cinco partidas, que en conjunto suman 3.754 millones de euros, representa el 34% del total de las ventas españolas a Portugal. A su vez, en la demanda española destacan la partida 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 484,6 millones de euros, la 39-Mat. plásticas; sus manufacturas, con 434,1 millones, 27-Combustibles, aceites minerales, con 323,8 millones, y la 72-Fundición, hierro y acero, con 279,3 millones. También en este caso el conjunto de las cinco partidas representa el 37% del total de las compras españolas, que ascienden a 2.287,6 millones. En dicho periodo, Cataluña, con una cifra de ventas de 2.312,5 millones de euros, lidera la distribución geográfica por CC.A A. y su peso relativo en la oferta española se situa en los 21%, le sigue Madrid, con 1.874,1 millones (17%), y Galicia, con 1.510,4 millones (13,7%). En el sentido contrario, la Comunidad de Madrid, con 954,9 millones de euros, encabeza el ranking de las CC.A A. que más compraron a Portugal y su peso relativo supera los 16%, seguido de Cataluña, con 950,8 millones (16%), y en la tercera posición Galicia, con una cifra de compras de 919,3 millones, es decir 15,5% sobre el total de las compras españolas. Este conjunto de tres CC.A A. representa el 50% del comercio entre España y Portugal durante los primeros siete meses del año.
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - enero-julio 2020 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
23 623 632,21
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
665 937,45
2
004 Alemania
16 961 123,53
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
484 568,27
3
005 Italia
11 351 703,68
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
434 075,68
4
010 Portugal
11 010 673,26
4
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
323 786,93
5
006 Reino Unido
9 395 803,87
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
279 274,77
6
400 Estados Unidos
7 270 975,44
6
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
248 146,03
7
003 Países Bajos
5 235 721,27
7
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
217 706,41
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
193 609,58
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
8
720 China
4 231 925,08
8
9
017 Bélgica
4 130 509,67
9
10
204 Marruecos
3 984 456,75
11
060 Polonia
3 323 702,98
12
039 Suiza
3 079 131,97
13
052 Turquía
2 184 770,95
14
412 México
1 793 508,76
15
732 Japón
1 493 253,85
16
030 Suecia
1 468 919,22
17
952 Avituallamiento terceros
1 415 804,48
18
061 República Checa
19
038 Austria
20
508 Brasil
1 361 500,25 1 287 157,90 1 211 029,38
SUBTOTAL
115 815 304,49
TOTAL
147 486 877,84
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
3.Ranking principales países proveedores de España - enero-julio 2020 Orden País
192 207,37
TOTAL
5 934 052,08
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - enero-julio 2020 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
937 193,29
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
849 573,23
3
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
806 987,39
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
619 957,86
5
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
540 275,30
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
375 134,88
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
369 980,75
8
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
295 645,42
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
289 325,30
TOTAL
11 010 673,26
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
Importe
1
004 Alemania
19 058 076,99
2
720 China
16 502 701,27
3
001 Francia
15 912 579,65
4
005 Italia
9 714 713,08
5
400 Estados Unidos
8 851 036,93
6
003 Países Bajos
7 080 525,36 5 934 052,08
7
010 Portugal
8
006 Reino Unido
5 219 738,44
9
017 Bélgica
3 867 785,53
10
204 Marruecos
3 437 950,00
11
052 Turquía
3 399 985,06
12
060 Polonia
2 944 841,64
13
288 Nigeria
2 462 602,02
14
039 Suiza
2 139 188,69
15
959 Países y territorios no determinados.Intraco.
2 062 541,71
16
508 Brasil
1 988 245,55
6.Evolución del intercambio comercial de España - enero-julio 2020
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - enero-julio 2020 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 19
COMPRAS ESPAÑOLAS 19
17
061 República Checa
1 943 143,13
Cataluña
2 312 545,41
Madrid, Comunidad de
954 874,89
18
664 India
1 918 258,48
Madrid, Comunidad de
1 874 112,65
Cataluña
950 773,22
19
732 Japón
1 846 804,79
Galicia
1 510 406,74
Galicia
919 284,46
20
412 México
1 803 012,07
Andalucía
1 151 394,53
Andalucía
627 528,13
SUBTOTAL
118 087 782,47
Castilla-La Mancha
785 397,93
Castilla y León
527 846,08
TOTAL
155 366 507,78
Comunitat Valenciana
762 916,72
Comunitat Valenciana
472 133,57
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
OUTUBRO DE 2020
AC T UA L I DA D € 57
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
REFERENCIA
Empresas españolas que puedan aportar tecnologias a la agricultura portuguesa
DP200101
Fabricantes o almacenistas de artículos para fiestas de niños
DP200201
Distribuidores de infusiones y tés
DP200301
Empresas españolas de artículos hospitalarios de alta tecnología.
DP200302
Empresas españolas de piscicultura (acuicultura)
DP200401
Empresas españolas de torrefacción e distribuición de café
DP200601
Representantes comerciales y distribuidores en el sector vitivinícola, venta de cápsulas para vino, vino espumoso y aceite
DP200701
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Agente comercial no mercado de artigos de cozinha para casa Empresas portuguesas de segurança Empresas de roupa de desporto Farmacias, hospitais e dentistas em Portugal Empresas dedicadas à pesca Empresas portuguesas de cebolas e batatas Empresas portuguesas que produzem tecidos têxteis para hospitais e farmácias
DE191003 DE200501 DE200502 DE200503 DE200504 DE200601 DE200701
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
58 ACT UALIDAD€
OUTUBRO DE 2020
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
OUTUBRO DE 2020
AC T UA L I DA D € 59
calendário fiscal calendario fiscal >
S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 F 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Outubro Prazo Imposto Até
Declaração a enviar/Obrigação
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
12
IVA
Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em agosto/2020
Contribuintes do regime normal mensal
12
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de setembro/2020
Entidades empregadoras
12
IRS
Entrega da declaração mensal de remunerações, relativas a setembro/2020
Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)
12
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em setembro/2020
Sujeitos passivos do IVA
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), em tempo real, através do Webservice da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente, através do Portal da AT; - Por inserção direta no Portal da AT
15
IVA
Pagamento do IVA apurado na declaração periódica mensal relativa às operações efetuadas em agosto/2020
Contribuintes do regime normal mensal
No âmbito das medidas relativas à covid-19, pode haver pagamento de prestações referentes a março e abril/2020
20
IRS/IRC/ Selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do imposto do selo liquidado em setembro/2020
Entidades devedoras dos rendimentos e do imposto do selo
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições relativas a setembro/2020
Entidades empregadoras
No âmbito das medidas relativas à covid-19, pode haver pagamento das contribuições diferidas devidas nos meses março, abril e maio/2020
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em setembro/2020
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados Membros quando tais operações se considerem aí localizadas.
20
IVA
Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no 3º trimestre/2020
Contribuintes do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens não tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros quando tais operações se considerem aí localizadas
31
IRC
Pagamento Especial por Conta (PEC)2ª prestação
Sujeitos passivos que exercem a título principal, uma atividade de natureza comercial industrial ou agrícola
No âmbito das medidas relativas ao Covid 19, as entidades que sejam micro, pequenas e médias empresas, bem como cooperativas podem ficar dispensadas deste pagamento
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em agosto/2020
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de NIF especial para o não residente
60 ACT UALIDAD€
OUTUBRO DE 2020
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE200141
F
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
09/08/1984
CONTABILIDADE, GESTÃO E CONTROLO / TRADUÇÃO ESPANHOL PORTUGUÊS
PORTUGUÊS / ESPANHOL
BE200142
M
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS
CONSULTOR/ GESTOR DE PROJECTOS
BE200143
M
ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS
JORNALISTA / FOTÓGRAFO
BE200144
F
BE200145
M
BE200146
M
BE200147
M
12/03/1984
22/11/1959
ESPANHOL
RECURSOS HUMANOS
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL
DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS / ASSESSORIA LOGÍSTICA
PORTUGUÊS/ INGLÊS
GESTOR DE CONTA (RAMO SEGUROS NÃO-VIDA)
ESPANHOL/ INGLÊS
ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO
BE200148
F
17/03/1992
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
BE200149
F
12/04/1995
INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
BE200150
F
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
BE200151
F
ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
BE200152
F
19/01/1992
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
BE200153
F
01/12/1975
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL
BE200154
M
18/02/1993
ESPANHOL
ADVOCACIA
BE200155
F
23/10/1980
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
PUB
novembro de 2014
ac t ua l i da d € 61
espaço de lazer
espacio de ocio
Colina: o conforto dos clássicos num restaurante com quase meio século
A extensa ementa situa o Colina na categoria dos clássicos da cozinha tradicional portuguesa. São dezenas de pratos que fazem regressar sempre os clientes e que podem agora ser consumidos também na esplanada, uma novidade que surge quando o restaurante está prestes a fazer 50 anos.
A
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org
Actualidade contou a história do Colina em 2014 e regressa agora para perceber como um restaurante prestes a assinalar 50 anos retoma atividade, após uma paragem de quase dois meses (de 18 de março até ao final de abril). Há perdas e ganhos… “Deveremos ter este ano uma faturação de cerca de 100 mil euros abaixo da que tivemos no ano passado”, declara Joaquim Novais, um dos donos do espaço, adiantando que o restaurante possui fundo de maneio para fazer face a esta situação e que não despediram nenhum dos 20 funcionários. A nova realidade trouxe novas necessidades, nomeadamente uma esplanada: “Nesta fase, os clientes preferem a esplanada, que está a funcionar desde 62 ACT UALIDAD€
OUTUBRO DE 2020
o início de agosto. Vamos alargá-la e no início de outubro já devemos poder sentar 50 clientes na esplanada. O processo de legalização é ágil. Quer
a Câmara Municipal de Lisboa, quer a Junta de Freguesia têm sido fantásticas com a hotelaria e restauração, no sentido de facilitar tudo o que nos
espacio de ocio
espaço de lazer
possa ajudar a minimizar as perdas.” O investimento na esplanada envidraçada, mesmo em frente ao restaurante, rondou os 30 mil euros, avança Joaquim Novais, que espera tê-la a funcionar mesmo no Inverno, nos dias em que o clima assim o permitir. Os 50 lugares juntam-se aos 136 que o Colina possuía no rés-do-chão e primeiro andar do número 46 da rua Filipe Folque, mas que agora foram reduzidos para metade para cumprir as regras de distanciamento entre mesas impostas à restauração. Os clientes estão a regressar porque regressamos sempre às mesas que cum-
prem o que prometem, sobretudo quando o que prometem é o melhor da cozinha tradicional portuguesa, os pratos com que crescemos, que fazem parte do nosso “ADN gastronómico”. Já em 2014, Joaquim Novais nos dizia que no Colina, “as pessoas sentem-se em família” e talvez por isso, observa agora que “os portugueses que vinham ao Colina antes da Covid 19 continuam a vir”. Os fregueses são principalmente as pessoas que moram ou trabalham na zona das Avenidas Novas, em Lisboa, mas também das outras freguesias. “Ao almoço continuamos a trabalhar muito bem, mas ao jantar ainda não porque já quase não temos turistas. Tínhamos 100 turistas e 30 portugueses ao jantar, antes da pandemia, e agora já não é assim”, conta o empresário, que trabalha no Colina desde que o restaurante abriu, em 1971. Em 1983, passou de funcionário a dono, tal como o seu colega e agora sócio Luís Rocha Domingues. Manter uma casa aberta há quase 50 anos só se explica pela “qualidade dos produtos e do servi-
ço”. Fidelizar clientes passa por fidelizar uma equipa e a do Colina foi sempre estável. “Trabalhei quase com a mesma equipa mais de 40 anos, mas recentemente muitos reformaram-se, pelo que renovámos a equipa, que está também muito motivada para continuar a desenvolver um trabalho com a qualidade que sempre caracterizou o Colina”. O que não muda são os clássicos da ementa: pratos como o arroz de cabidela, à segunda-feira; favas com enchidos ou vitela Barrosã assada à padeiro com batata e grelos, à terça; a caldeirada de chocos ou o arroz de garoupa com gambas, sempre à quarta; o cozido à portuguesa, à quinta-feira; o bacalhau assado no forno à minhota, à sexta; feijoada à transmontana ou bacalhau à lagareiro, ao sábado e ao domingo há cabrito assado, arroz de pato e bacalhau com natas. Todos estes pratos podem ser servidos por encomenda, a qualquer dia. Além destes, há dezenas de outras referências na carta, que estão disponíveis todos os dias: petiscos como o “rissol de marisco,
ao qual ninguém resiste”, amêijoas ou chocos à Bulhão Pato ou pastéis de massa tenra, sopas como o caldo verde ou o caldo do cozido ou de marisco, estão entre as entradas mais pedidas. No capítulo do peixe, há sempre uma variada escolha de peixes grelhados e também pratos como a massada ou arroz de garoupa, o bacalhau à Brás, o bacalhau à minhota, açorda de gambas, cataplana de peixe e filetes de pescada com salada russa ou arroz de tomate.Na lista de carnes, destaque para o bife do Lombo à Colina ou para costeleta de Vitela frita à portuguesa, entre outros. Para sobremesa, pode optar entre iguarias como a montanha de claras com leite-creme, bolo de noz, doce de ovos com amêndoa, vários queijos, gelados e frutas da época. Uma refeição no Colina custa, em média, 20 euros.
Colina Rua Filipe Folque 46 A A, Lisboa Tel: 21 3560209
OUTUBRO DE 2020
AC T UA L I DA D € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livros
“Estratégia”
Com o subtítulo “Criação de Valor Sustentável em Negócios Tradicionais e Digitais”, o livro “Estratégia” de Adriano Freire, aborda mais de 1500 casos práticos, mostra figuras, tabelas e mapas, bem como analisa onze casos de estudo das empresas Netflix, Samsung, Farfetch, Toyota, Havaianas, Zara, McDonald’s, Airbus, Microsoft, Airbnb, Huawei e da estatégia relativamente à pandemia causada pelo Coronavírus. “O livro está estruturado em doze capítulos, divididos pelas duas fases do cliclo estratégico: a formulação da estratégia e a execução da estratégia”, explica o autor no prefácio. A obra está inserida “numa colectânea que aborda de uma forma integrada as questões mais relevantes para a moderna competividade empresarial, enquadrando a experiência das organizações portuguesas nas tendências da gestão à escala mundial”. O autor é presidente do STRAT&EGOS Institute, tendo liderado projetos de consultoria e formação em estratégia e desenvolvimento organizacional para multinacionais e grandes e médias empresas de muitos países. Doutorado em Gestão de Empresas (Tóquio, Japão), Adriano Freire é também Professor da Universidade Católica Portuguesa e do The Lisbon MBA, onde recebeu múltiplas vezes o prémio de Best Professor. Adriano Freire é ainda orador convidado em conferências nacionais e internacionais e autor de vários bestsellers sobre Estratégia, Inovação e Desenvolvimento Organizacional. Adriano Freire é também autor de “Mapa EGOS”.
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outubro de 2020
Cinema
Festival de Vila do Conde Curtas 2020 apresenta 261 filmes O festival de Curtas Metragens mais antigo do país realiza-se este ano, entre 3 e 11 de outubro, na cidade de Vila do Conde (no Teatro Municipal de Vila do Conde, no Auditório Municipal e na Solar - Galeria de Arte Cinemática), e chega também ao Porto, Lisboa e a Faro, acontecendo também em formato online, “alargando assim a sua área de ação e permitindo que o encontro entre o público e os cineastas possa também acontecer em ambiente virtual, de forma segura e próxima”. Desta forma, “serão programadas sessões em formato VoD, assim como a realização de debates, entrevistas e masterclasses a decorrer online”, informa a organização. Como habitualmente, o grosso da programação do Curtas é dedicado às suas competições: “Internacional, na qual podemos assistir a uma mostra das melhores curta-metragens produzidas durante o último ano no mundo inteiro; Nacional, com estreias de filmes que apresentam o melhor feito em Portugal; Experimental, dedicado à vanguarda e inovação do formato; Vídeos-Musicais, que explora a ligação entre a música e a sétima arte, e Take One!, que apresenta novos realizadores e filmes de escola”. Entre outros autores, competem este ano os portugueses Sandro Aguilar (Armour), Cláudia Varejão (O Ofício da Ilusão), Filipa César (Crioulo Quântico: O Algoritmo do Algodão) e João Rosas (Catavento), e o o iraniano Jafar Panah (Hidden) ou o ucraniano Sergei Loznitsa (A Night at the Opera). Mantém-se a secção “Da Curta à Longa”, “que apresentará um conjunto de filmes realizados por cineastas prestigiados”, bem como o programa In Focus, “que dedica um espaço à descoberta e homenagem de um realizador de grande relevo contemporâneo” e a recente secção Cinema Revisitado, “que recupera e possibilita o visionamento em sala de obras de valor inegável da história do cinema”. A secção Stereo, “sempre uma das mais aguardadas todos os anos pela produção de filmes-concertos inéditos”, assinala a organização. Desta que para o filme “Surdina” O espanhol Isaki Lacuesta, cineasta com um trabalho que “faz disparar o diálogo entre o cinema e as mais diferentes áreas artísticas” estará em destaque nesta edição do Curtas: “Com mais de uma mão cheia de filmes e documentários para TV, a sua obra tem vindo a ser mostrada um pouco por todo o mundo, em espaços tão referenciais como o MOMA, a National Gallery em Washington ou o Centro Pompidou em Paris. O programa seleccionado para a secção InFocus do Curtas de Vila do Conde incluirá curtas e longas metragens, assim como a primeira exposição do autor em Portugal. A ter lugar na Solar – Galeria de Arte Cinemática a mesma versará sobre a dimensão expositiva do trabalho de Lacuesta, que estará presente em Vila do Conde para apresentar os seus filmes e participar de uma conferência aberta a jornalistas e público. O 28º Curtas Vila do Conde reserva para os mais novos iniciativas como o My Generation: “uma competição em que os filmes são escolhidos por alunos das escolas da região e que depois produzem textos sobre os filmes selecionados, e o Curtinhas, que inclui filmes dirigidos a crianças maiores de 3, 6 e 10 anos - além disso ao longo do ano, a equipa do Curtas Vila do Conde desenvolve um projeto educativo que inclui ateliês, oficinas e workshops, destinados à comunidade escolar.” Entre 3 e 11 de outubro, em Vila do Conde, Porto, Lisboa e Faro
espacio de ocio Exposições
Guimarães acolhe Contextile 2020 O setor têxtil tem maior expressividade no Minho, onde está a decorrer a quinta edição da Contextile. A Bienal de Arte Têxtil Contemporânea leva a vários espaços culturais e áreas públicas da cidade de Guimarães muitos artistas nacionais e internacionais. Com o apoio estratégico do Município de Guimarães, de várias empresas têxteis, da DGartes, entre outros, a Contextile 2020 procura “divulgar o que melhor se faz na Arte Têxtil Contemporânea, em Portugal e no mundo, partindo sempre do desafio de colocar o têxtil no contexto da arte contemporânea”. O programa assenta na ideia “Lugares de Memória – Interdiscursos de um território têxtil”. A sinopse da bienal explica a opção: “O território e a sua memória têxtil provocam novos pensamentos e nova produção artística que se quer resgatar ao passado, filtrando-a no presente, contaminando o futuro. Entende-se o lugar através da sua dimensão temporal, pensam-se e repensam-se as definições assentes nas relações que se estabelecem entre espaço geográfico e identitário, social e político, artístico e estético, da memória e da imaginação, insistindo, assim, na ideia de lugar como espaço habitado. Através de práticas reflexivas acerca de um lugar ou da ressignificação de um território, considerando e /ou destituindo topias, poder-se-á quem sabe, dar lugar a novos discursos. Apropria-se a memória, habita-se o desabi-
espaço de lazer
tado, comum ou individual, torna-se vivo o inane.” A Exposição Internacional (Competitiva) pode ser visitada no Centro Cultural Vila Flor e conta com 58 obras de 50 artistas oriundos de 29 países selecionados pelo júri internacional composto por: Lala de Dios (Prof.ª História de Arte e do Têxtil, curadora); Janis Jefferies (Prof.ª emérita de artes visuais, curadora); Rosa Godinho (Artista plástica e têxtil); Jorge Costa (Curador e diretor artístico); Cláudia Melo, Direção artística da Contextile 2020. Magda Soboń (Polónia) e Stephen Schofield (Quebec, Canadá) são os artistas convidados desta edição, com exposições no CAAA – Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura e no Convento de Santo António dos Capuchos, respetivamente. Decorrem também residências artísticas com Angelina Nogueira, Paulina Almeida, Patrícia Geraldes, (Portugal); Magdalena Kleszyńska (Polónia); Mylene Boisvert e Michèle Lorrain (Quebec, em parceria com a BILP); Julia Gryboś e Barbora Zentková (República Checa, em parceria com a plataforma Magic Carpets). Até 25 de outubro, em Guimarães Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
“O Mar é a nossa Terra”, no CCB “O mar é um lugar: em vez de considerar a água como limite ou espaço de confronto, o mar pode e deve ser um parceiro na construção da terra.” Pensar como se relacionam a terra e o mar no contexto português é uma inevitabilidade e é também uma oportunidade que oferece a exposição “O Mar é a nossa Terra”, patente na Garagem Sul do CCB, em Lisboa: “O oceano Atlântico é um espaço amplo e complexo que determina grande parte das nossas vidas. Em terra, uma linha de costa não é uma linha, é um eterno fluxo. Esta exposição cartografa e apresenta as contradições que existem entre a terra e o mar, sob a perspetiva da arquitetura, do ordenamento do território e da construção da paisagem”, lê-se na sinopse sugerida pelo CCB, reconhecendo que “esta matéria, tão sensível e relevante para a sociedade, tem sido objeto de atenção de um conjunto de arquitetos que têm desafiado os limites convencionais da disciplina”.
A mostra tem “como ponto de partida as contradições físicas e a cultura popular da praia da Figueira da Foz” e “percorre um conjunto de experiências de pensamento, desenho e configuração das linhas de costa e da sua relação com a densa imensidão do oceano”. Prolongada até 17 de janeiro de 21, esta mostra conta com a curadoria dos arquitetos Miguel Figueira, autor de obras como as intervenções no espaço urbano e o Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, e André Tavares, programador da Garagem Sul / Centro Cultural de Belém e investigador no Lab2PT da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho. Resulta de um trabalho coletivo que contou também com a participação do arquiteto Pedro Maurício Borges e dos designers change is good (José Albergaria & Rik Bas Backer), dos arquitetos Marta Labastida, Ivo Poças Martins e Pedro Bandeira, assim como do surfista Eurico Gonçalves e da produtora Carla Cardoso. Além das várias instituições parceiras, colaboraram na preparação da exposição Aitor Ochoa Argany, Daniel Duarte Pereira e Diego Inglez de Souza no âmbito do grupo de investigação Fishing Architecture do Lab2PT, Escola de Arquitetura da Universidade do Minho. Até 17 de janeiro de 2021, no CCB, em Lisboa outubro de 2020
ac t ua l i da d € 65
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Statements Para pensar
“O sistema financeiro está absolutamente sensibilizado para esta realidade [políticas de sustentabilidade] (...) Temos responsabilidades acrescidas na alocação de recursos, que passa muito pelo sistema financeiro. Se este não estiver preparado para fazer uma boa triagem dos projetos e alocar o capital, que será sempre um bem escasso apesar destes milhões todos [programa de revitalização europeia], dificilmente se consegue esta transição” Miguel Maya, presidente da comissão executiva do Millennium bcp, referindo-se aos fundos europeus que Portugal receberá da UE, cujo objetivo de neutralidade carbónica até 2050 obriga a fortes medidas em termos de sustentabilidade, “Jornal Económico”, 17/9/20
“Todos os produtos financeiros que pusermos no mercado, seja capital próprio, seja dívida, sejam outros instrumentos, vão ter de, progressivamente, adotar a sustentabilidade como parte da sua identidade” Isabel Ucha, presidente executiva da Euronext Lisbon, ibidem
“Há uma correlação muito forte entre quem leva a cabo boas práticas de ESG [environmental, sustainability, governance] e aquilo que é o retorno e o risco das atividades em que estão envolvidas as empresas (...) quem adere a estes princípios consegue obter melhores retornos do que quem não adere (...) Já emitimos 3,7 mil milhões de euros em obrigações verdes, quer obrigações puras, quer híbridos. Tem tido uma enorme aceitação do mercado e estamos convencidos que, no longo prazo, haverá um prémio associado a estas emissões” António Martins da Costa, membro executivo do conselho de administração da EDP, ibidem
“Precisamos de olhar para as nossas políticas de comércio, e a estratégia do relacionamento com África é muito clara, e as nossas políticas comerciais não podem contrariar isso, temos de garantir que as práticas comerciais das empresas não contrariam as diretrizes europeias”
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OUTUBRO DE 2020
Maria Shaw-Barragan, responsável no Banco Europeu de Investimento (BEI) pelos empréstimos a África garantindo, durante o Fórum Euro-África, que decorreu entre 3 e 4 de setembro em formato virtual a partir de Cascais, que “todas as operações do BEI têm em si um acordo explícito e assinado pelo Governo recipiente, havendo um diálogo constante relativamente às prioridades políticas desse Governo e à conformidade do projeto com essas políticas”, “Executive Digest”, com “Lusa”, 3/9/20