INSTITUCIONAL
META AMBICIOSA Liderança da igreja no continente espera ter 1 milhão de pessoas estudando a Bíblia até o fim deste ano FELIPE LEMOS
atizado há quase 21 anos na Igreja Adventista, Luiz Cláudio da Silva Campos, 50 anos, funcionário público do governo do Distrito Federal, é um incansável instrutor da Bíblia. Ele atende pessoas em casa e, semanalmente, em uma classe na congregação adventista localizada em Águas Claras, a 22 km do centro de Brasília. Além de ensinar a Bíblia, Campos procura criar um ambiente relacional em que as pessoas possam ser atendidas de maneira integral. “Tenho trabalhado com a ideia de uma classe bíblica como espaço de acolhimento para pessoas que vão ali não apenas em busca de conhecimento”, afirma o instrutor. O estudo bíblico está presente, mas envolto em uma atenção especial a quem, muitas vezes, chega com uma vida muito sofrida. Como resultado desse trabalho, ele estima que pelo menos 70 pessoas já foram batizadas. A ênfase no estudo da Bíblia faz parte do DNA adventista. A denominação é herdeira de uma cultura religiosa fortemente influenciada pela ideia de que a Bíblia Sagrada precisa estar disponível e ser estudada por todas as pessoas. Com o intuito de manter essa
Ilustração: DSA
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visão, a liderança da igreja na América do Sul estabeleceu a meta ambiciosa de ter 1 milhão de pessoas estudando a Bíblia até o fim de 2019. Desse modo, a igreja espera discipular e batizar pelo menos 250 mil novos membros nos oito países que compõem a Divisão Sul-Americana. Os dados da Secretaria Executiva mostram que, no fim do primeiro semestre, havia aproximadamente 433 mil pessoas estudando a Bíblia, isto é, 43% do alvo. No caso do número de batismos, foram 109.574 até junho, o equivalente a 43,8% do desafio total. Para o evangelista Luís Gonçalves, o movimento de estudos bíblicos e batismos ocorre o tempo inteiro, tanto por meio de semanas e programas especiais quanto por meio do trabalho pessoal e silencioso de muitas pessoas. A motivação para que se alcance essa meta tem uma fundamentação bíblica. “Muito mais do que ensinar métodos evangelísticos aos membros, devemos ensiná-los a viver os valores do reino de Deus. Jesus dedicou três anos e meio aos discípulos e às multidões, começando com o Sermão do Monte”, ressalta o pastor Herbert Boger Jr., líder sul-americano da área de Ministério Pessoal. Para o pastor Boger, o processo do discipulado passa, também, pelo trabalho de se abrir a Bíblia de casa em casa e em outros locais. As metas de 1 milhão de estudos e de 250 mil batismos estão relacionadas. “Pesquisas mostram que, em média, a cada cinco pessoas que estudam a Bíblia, uma é batizada. O conhecimento da Bíblia e de Deus é um fator importantíssimo para a tomada de uma decisão espiritual sólida”, o pastor Boger acrescenta. Quando se fala de estudos bíblicos, os adventistas se referem a dar maior ênfase nas classes bíblicas por faixa etária (o que inclui adultos, jovens, adolescentes) e através de pequenos grupos, plataformas digitais e outros meios possíveis. Isso inclui iniciativas como a edição de uma nova Bíblia Missionária (com estudos em cadeia) e o fortalecimento de ações digitais para levar o conteúdo bíblico a muitas pessoas, como é o caso da Escola Bíblica Digital, coordenada pela Rede Novo Tempo de Comunicação. Hoje são realizados diariamente até 6 mil atendimentos nesta plataforma. O presidente da igreja na América do Sul, pastor Erton Köhler, ressalta que o foco principal de todo o movimento é ter mais membros envolvidos. “Não queremos apenas batismos que representem números. Desejamos pessoas mais preparadas e envolvidas no crescimento que tem como características comunhão, relacionamento e missão. Nosso sonho não é apenas encher a igreja, mas encher o Céu”, assinala. ] FELIPE LEMOS é jornalista e gerencia a equipe da assessoria de comunicação da sede sul-americana da Igreja Adventista
R e v i s t a A d ve n t i s t a // Setembro 2019
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