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questões bioéticas

Beatriz Silva e Beatriz Taborda

A globalização: dependência da humanidade de fármacos

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Questões bioéticas

Segundo Segre e Cohen (1995), a bioética é o ramo da ética que salienta questões relativas à vida e à morte, trazendo debates sobre alguns temas, como o prolongamento da vida, morrer com dignidade, eutanásia e suicídio assistido Segundo os autores, o termo bioética foi lançado, pela primeira vez, pelo oncologista Potter (1971), na sua obra Bioethics – Bridge to the Future (Kovács, 2003).

Dependência de fármacos

O uso descontrolado de medicamentos e a automedicação são práticas que persistem na humanidade desde os primórdios, proliferando após a Segunda Guerra Mundial, deixando, assim, um grave problema de saúde pública mundial, uma vez que, os seus efeitos trazem graves problemas para a saúde (Castro et al, 2013).

Os primeiros relatos de apreensão quanto ao uso indiscriminado de medicamentos foram registados no Chile, durante a década de 80, quando estudos revelaram o grande consumo destas substâncias sem a devida prescrição médica ou orientação de um profissional capacitado (Braga et al, 2016).

Os fármacos antipsicóticos, como os benzodiazepínicos, constituem um grupo de fármacos que ganham destaque quando o assunto é o uso indiscriminado e automedicação, pois estão entre os medicamentos mais prescritos e consumidos em todo o mundo (Castro et al, 2013)

O uso indiscriminado de medicamentos, principalmente de antipsicóticos, avança barreiras e é mais do que um problema limitado apenas ao ambiente clínico, pois, gradualmente, toma maiores proporções, representando uma ameaça à saúde pública global (Braga et al, 2016)

Um dos maiores problemas dos psicofármacos é a sua alta possibilidade de causar dependência, e especialmente o uso inadequado pela população, no entanto, o problema é acentuado quando este consumo exagerado ocorre por pessoas idosas, usuários de drogas, ou até mesmo por pessoas com distúrbios mentais e emocionais, sendo em alguns casos, utilizados como alternativa para o suicídio (Moura et al, 2016)

Bibliografia

Pode-se perceber, nos séculos XX e XXI, uma crescente produção, desenvolvimento e prescrição de medicamentos Para além disso, a grande maioria dos medicamentos prescritos são focados apenas no indivíduo, desprezando o ambiente social em questão Tudo isso corrobora para o uso, muitas vezes indevido desses medicamentos, não só pela população, mas também pelos clínicos que as prescrevem As instituições de saúde devem consciencializar a população a consumir fármacos de forma racional e demonstrar em campanhas os seus efeitos colaterais, além de oferecer acompanhamento adequado aos pacientes que fazem uso destes (Silva et al, 2018)

Braga, D C , Bortolini, S M , Pereira, T G , Hildebrando, R B , & Conte, T A (2016) Uso de psicotrópicos em um município do meio oeste de Santa Catarina J Health Sci Inst [Internet], 34(2), 108-13

Castro, G L G , Mendes, C M M , Pedrini, A C R , Gaspar, D S M , & de Sousa Sousa, F C F (2013) Uso de Benzodiazepínicos como automedicação: consequências do uso abusivo, dependência, farmacovigilância e farmacoepidemiologia Revista Interdisciplinar, 6(1), 112-123

Moura, D C N , Pinto, J R , Martins, P , de Arruda Pedrosa, K , & Carneiro, M D G D (2016) Uso abusivo de psicotrópicos pela demanda da estratégia saúde da família: revisão integrativa da literatura SANARERevista de Políticas Públicas, 15(2).

Segre, M , & Cohen, C (Orgs ) (1995) Bioética São Paulo: Edusp

Silva Andrade, L , Gomes, A P , Nunes, A B , Rodrigues, N S , Lemos, O , Rigueiras, P O , & de Farias, L R (2018) Ritalina, uma droga que ameça a inteligência Revista de Medicina e Saúde de Brasília, 7(1)

Potter, V. R. (1971). Bioethics. Bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall.

Kovács, M J (2003) Bioética nas questões da vida e da morte Psicologia Usp, 14, 115-167

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