8 minute read

Democracia de portas abertas .........................................P.18 a

nhecimento para novos profissionais. "Entendo que o Brasil tem carência em mestres de ofício capacitados na restauração de prédios históricos, por isso, essa oficina é uma importante contribuição para o futuro da profissão", afirma Teixeira.

INVENTÁRIO DO PATRIMÔNIO Ao longo de 2021, a curadoria também catalogou 705 peças de esculturas, pinturas, mobiliários, lustres e mosaicos dos pisos, entre objetos antigos e contemporâneos que decoram o prédio. Entre elas, estão as 226 cadeiras do Plenário e as poltronas em imbuia e estofamento em couro de tom noyer-ciré (noz encerado), do Salão Nobre. As ações de reparo incluíram a Sala de Apoio às Comissões e o Salão Nobre, ambientes que concentram boa parte do mobiliário original do edifício. Foi feita a prospecção da cor original da pintura das paredes, com a retirada e a análise de várias camadas de tinta. Tacos de madeira faltantes foram recuperados e o verniz devolveu a majestade aos ambientes. No Salão Nobre, duas estátuas voltaram ao padrão de época. As esculturas, construídas com a técnica de marmo stucco, representam Paz e Trabalho, Lei e Autoridade. Foram restaurados mais de 400 itens de metal e quase 50 peças da mobília do palácio.

Advertisement

PALCO DE ESPETÁCULOS Mesmo nesse período de transição, o Palácio tem sido palco de espetáculos culturais gratuitos e de alto nível. Em 2022, o Plenário recebeu artistas como Ivan Lins, Buchecha, Wagner Tiso e Fundo de Quintal, no projeto Viva o Compositor Brasileiro. O Musical Sons da Independência, em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil, trouxe Mart’nália e Toni Garrido. Os projetos são desenvolvidos pela Subdiretoria-Geral de Cultura, em parceria com a Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj). “O Tiradentes está se transformando num novo equipamento cultural e de memória da cidade aberto à população. Vivenciar essas experiências histórica e artísticas é enriquecedor”, afirma o subdiretor Nelson Freitas.

RAFAEL WALLACE

PLENÁRIO teve mobiliário catalogado

Fim do governo Vargas. O Palácio Tiradentes volta a abrigar a Assembleia Constituinte Manifestantes da Passeata dos Cem Mil concentram-se nas proximidades do Palácio Primeira grande restauração do Palácio Tiradentes e inaugurada a exposição permanente “Palácio Tiradentes, lugar de memória do parlamento Brasileiro” Alerj é transferida para o Edifício Lúcio Costa

1937 1960 1975 2016 2022

1945

O presidente Getúlio Vargas fecha o Congresso e tem início a ditadura do Estado Novo. Palácio abriga o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)

1968

Transferência da capital para Brasília e o Palácio Tiradentes passa a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara

2000

Com a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, o Palácio passa a abrigar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)

2021

Segunda reforma externa do prédio Palácio é revitalizado para abrigar a Casa da Democracia

TEXTO JULIANA MENTZINGEN E JOÃO PEDRO LIMA FOTOS RAFAEL WALLACE

Na terra, na água e no ar, o Rio de Janeiro é um convite à aventura. Com duas Unidades de Conservação no top dez das mais visitadas do Brasil, é natural que o estado seja o primeiro do país na busca dos destinos nacionais, em especial, para os que curtem esportes radicais. Da capital ao interior, o roteiro de atrações envolve cidades de várias regiões do estado, que, recentemente, ganhou uma Política de Incentivo e Desenvolvimento do Turismo (Lei 9.811/22), aprovada, este ano, na Alerj.

“Temos o rafting - descida de corredeiras com botes infláveis- nos municípios de Três Rios e Sapucaia. Aqui na cidade do Rio, muitas pessoas vêm em busca da Trilha Transcarioca, a primeira de longo curso do Brasil. A travessia Petrópolis-Teresópolis, considerada a mais bonita do país, também é muito procurada. Além disso, a Urca (bairro do Rio) é o maior centro de escalada urbana do mundo”, elenca o presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (Acta), Fabio Nascimento.

Com paisagens diversificadas, o estado foi escolhido pela terceira vez consecutiva como melhor destino da América do Sul em turismo de esportes, tendo conquistado, em setembro, o “World Travel Awards” - iniciativa global que reconhece a excelência em atrativos para viagens. O destaque contribui para o que o Rio sedie os principais eventos esportivos internacionais. BICAMPEÃO mundial de slackline Pedro Rafael participa das competições em Niterói

Região Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol e Região Serrana são os roteiros mais procurados por quem busca contato com a natureza para relaxar ou vivenciar fortes emoções. Da observação da vida silvestre às escaladas e mergulhos, as opções fazem bonito sem deixar por menos na comparação com sítios do exterior.

Biólogo que há 15 anos se dedica ao turismo especializado em atrativos naturais, Felipe Menezes espera que a nova política fortaleça a divulgação desta modalidade no estado. “O potencial é enorme, principalmente, para o ecoturismo e turismo de aventura. O estado possui uma diversidade muito grande de ambientes, que favorecem práticas variadas, que vão desde observação de fauna até o astroturismo. Temos regiões de serra, de praia, lagoas, rios, florestas, praias e manguezais”, elogia.

Como contribuição à melhoria da legislação, ele sugere que haja maior controle da atividade para que as normas de sustentabilidade sejam cumpridas e os ambientes preservados.

“A lei poderia ter um campo mostrando as sanções, caso as regras sejam descumpridas, pois um dos maiores desafios da área é o exercício ilegal da profissão de guia, descumprindo uma série de normas técnicas de segurança, conduta e sustentabilidade. O que poderia melhorar é a fiscalização, tendo um canal eficiente para denúncias daqueles que atuam de forma irregular”, sugere.

Pioneiro do parapente do país, o bicampeão brasileiro de voo livre Ruy Marra, é um defensor da descentralização, com melhoria na divulgação dos atrativos nas demais regiões. Os esportes aéreos, por exemplo, a ram-

AVENTURA PARA OS FORTES Esportes radicais incrementam calendário de eventos e atraem turistas para todo o estado

pa da Pedra Bonita, em São Conrado, bairro da capital, é referência para a prática, mas ele cita outros endereços para quem quiser ir além e diversificar a vista da paisagem.

“O Rio é um estado com um grande número de rampas de asa delta e parapente. Além da Pedra Bonita, é possível praticar essas atividades em Visconde de Mauá, Nova Friburgo e Petrópolis, no interior do estado. A descentralização do turismo trará mais agilidade dentro nas ações, tornando o trade mais democrático e fazendo com que outras regiões sejam também mais beneficiadas, não apenas a capital”, sugere o desportista, que recebe, em média, 90 pessoas em busca de um voo de aventura e de instrução.

VOO RADICAL DO VULCÃO Na Baixada Fluminense, a rampa de voo livre de Nova Iguaçu foi reconstruída e vem atraindo visitantes de diversas regiões ávidos pelo visual deslumbrante da Serra do Vulcão. Localizada a 850m de altura, a pista, construída nos anos 1980, é considerada uma das mais desafiadoras do estado pelos praticantes de asa delta e parapente. No sopé do vulcão, a Mata Atlântica cobre 1.100 hectares de área protegida no Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu. “Quinze anos depois RAPEL, na cachoeira ou no costão, tem pontos na capital e no interior da última reforma, a antiga rampa recebeu nova estrutura e foi reinaugurada. O local tem um potencial turístico e importância ambiental muito grande. O movimento deve aumentar, pois a estrutura é boa e o acesso está melhor, além de ser um local lindo por natureza”, destacou o secretário de Meio Ambiente de Nova Iguaçu,

Fernando Cid. Lá do alto, pode-se admirar a Baía de Guanabara, a Baía de Sepetiba e a Mata Atlântica. O acesso feito pela Estrada da Rampa, de 7km, também passou por melhorias, facilitando a chegada de visitantes e as ações feitas pela Guarda Ambiental na Serra do Vulcão. Mesmo sem voos duplos, a rampa gera grande fluxo de visitantes, subindo por trilha ou em gaiolas - carros adaptados para a serra.

Dentre as 12 regiões turísticas do Estado do Rio, Nova Iguaçu está inserida na Baixada Verde, com outros nove municípios da Baixada Fluminense (Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Queimados, São João de Meriti, Seropédica). A cidade possui categoria C no Mapa do Turismo Brasileiro.

“O atrativo pode promover o turismo de aventura e o ecoturismo da cidade e da região turística Baixada Verde, podendo compor inclusive um roteiro integrado entre municípios”, afirmou a coordenadora de Turismo da Prefeitura de Nova Iguaçu, Ana Cristina Venâncio.

MARCADO NO CALENDÁRIO Na Região Metropolitana, Niterói é o reduto da prática de slackline no Estado do Rio. Foi lá que o bicampeão mundial Pedro Rafael Marques, de 26 anos, se estabeleceu e virou referência na modalidade. O cearense veio para o Rio, em 2015, para participar de campeonatos, apaixonou-se pela cidade e resolveu morar. Nas areias da Praia de Icaraí também é realizado o campeonato nacional de slackline, o Slack Pro Icaraí, que atrai atletas e pessoas de todo o país para praticar e assistir às competições, que entraram para o calendário da cidade, em setembro.

“Niterói é o precursor da modalidade e o melhor lugar para a prática do esporte. O slackline nasceu aqui, se propagou para o Rio de Janeiro e depois para outras grandes capitais. Hoje em dia, também dou aulas para moldar novos campeões mundiais. São essas pessoas que vão difundir o esporte”, conta o atleta.

Chegando à Região das Baixadas Litorâneas, Saquarema é considerada “Capital Estadual do Surfe” (Lei 7.527/17) e desponta como Meca dos esportes aquáticos. Este ano, sediou a primeira etapa do campeonato mundial World Surf League (WSL). O evento despejou R$ 73 milhões na economia da cidade, segundo dados da consultoria Ernest Young, garantindo 100% de ocupação da rede hoteleira, em junho. O município tem categoria B do mapa do turismo.

This article is from: