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Saúde mental nas escolas .......P.30 e

SAÚDE MENTAL NAS ESCOLAS

compromisso de contratar os psicólogos, no máximo até o início do ano letivo que vem. Senão, veremos a necessidade de novas leis ou de acionar o Ministério Público para que o governo cumpra uma lei que responde a uma demanda da população que é evidente. Queremos forçar imediatamente um debate com o estado e os municípios para fortalecer o atendimento psicossocial na infância e adolescência”, afirma o presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (PSol), que também defende que a Superintendência de Saúde Mental do estado e os municípios se comprometam com a ampliação da capacidade de atenção dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

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QUEDA NA FREQUÊNCIA O que chega em sala de aula é apenas parte do turbilhão de emoções que os estudantes trazem da vida do lado de fora. A reinserção no modelo presencial tem exigido muito empenho pessoal e da comunidade acadêmica. Dados referentes ao segundo bimestre apontam que dos 657.835 estudantes matriculados este ano na rede estadual de ensino, 536.977 alunos têm frequência igual ou superior a 75%. Ou seja, cerca de 18% não cumprem a carga horária exigida.

“O estudo, que antes demandava todo o tempo do estudante no modelo presencial, deixou de receber prioridade quando migrou para o virtual na pandemia. Estudantes com pais que perderam o emprego tiveram de trabalhar para contribuir na renda familiar. O serviço de atendimento aos alunos é bem divulgado e acessível, mas com uma única psicóloga na unidade junto às orientadoras não é possível atender à demanda”, conta Gabriel Ibrahim, de 19 anos, representante do Grêmio Estudantil da Faetec de Bacaxá, em Saquarema.

SEEDUC PLANEJA CONTRATAR PSICÓLOGOS Em 2021, a Seeduc contratou mais de mil assistentes sociais para atuação direta nas unidades escolares. A secretaria afirma que planeja parceria com o Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) para o próximo ano letivo.

“O atendimento psicoterápico dentro do ambiente escolar é vedado, sendo de competência da Política de Saúde. O trabalho desses profissionais nas escolas estará voltado para potencializar o processo pedagógico em si, articulando as diferentes políticas necessárias para a proteção, promoção e desenvolvimento integral do educando, atuando conjuntamente a outros agentes da rede de saúde e proteção social”, ressalta a coordenadora de Gestão Intersetorial e Frequência Escolar da Seeduc, Bruna Gomes.

PROJETOS NA ALERJ Duas leis foram aprovadas, recentemente, para apoiar as instituições de ensino nesse enfrentamento: a Lei 9.456/21, de autoria do deputado Luiz Paulo (PSD), que cria o Programa Psico Socioemocional nas escolas; e a Lei 9.669/22, de autoria da deputada Martha Rocha (PDT), que determina que as escolas realizem a Campanha Estadual de Prevenção e Combate à Automutilação. A estimativa, baseada em dados internacionais, é de que o comportamento de automutilação afete 20% dos jovens.

PSICANALISTA RECOMENDA ACOLHIMENTO NAS ESCOLAS Em sua prática clínica, a psicanalista Andrea Ladislau percebe uma elevação nos casos de crianças e adolescentes em busca de terapia. Na avaliação da especialista, os transtornos mentais mais comuns têm sido de ansiedade, TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade), pânico e de personalidade antissocial.

“As escolas precisam preparar o corpo docente para acolher esses estudantes, promovendo uma escuta ativa, um olhar mais atento e individualizado a qualquer sinal de desajuste. Tanto responsáveis quanto escolas precisam estar unidos para acolher e orientar os professores, oferecendo a ajuda de profissionais capacitados em saúde mental”, ressalta a especialista.

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