Diabetes

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DIABETES Elaborado para você por

Alessandra Coelho www.alessandracoelho.com.br

Equipe de Nutrição: Alessandra Coelho Natália Bisconti Dyandra Loureiro Ana Paula Lopes Marianna Mendes Claudia Pavani

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ÍNDICE Conhecendo o Diabetes..................................................................................................4 Classificação do Diabetes...............................................................................................9 Diabetes Gestacional....................................................................................................12 Diagnóstico e Monitoramento do Diabetes...................................................................16 Diabetes e Alimentação................................................................................................20 O que é Índice Glicêmico?............................................................................................26 Doenças associadas ao Diabetes – O que é Síndrome Metabólica?...........................29 Light e Diet – qual e quando utilizar?............................................................................31 Adoçantes.....................................................................................................................35 Como substituir o açúcar das preparações?................................................................39 Referências..................................................................................................................42

Este livro e o conteúdo são todos fornecidos para uso privado. Nenhuma parte deste ebook pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer sistema de armazenamento de informação ou sistema de recuperação sem expressa por escrito, datado e assinado a permissão expressa do editor. AVISO LEGAL: Embora todas as tentativas foram feitas para verificar as informações prestadas nesta publicação, O autor não será responsável por quaisquer perdas, diretas ou indiretas, que são decorrentes do uso das informações contidas neste documento, incluindo mas não se limitando a erros, omissões ou imprecisões. Este livro não se destina a uso como Orientação Nutricional. Todos os leitores são aconselhados a procurar serviço especializado para acompanhamento individualizado e os leitores são advertidos a confiar em seu próprio julgamento sobre as suas condições individuais para agir em conformidade. www.alessandracoelho.com.br

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CONHECENDO O DIABETES O aumento de casos nos últimos anos caracteriza que estamos vivendo uma epidemia de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência do DM2 vem aumentando a cada ano que passa, atingindo cerca de 246 milhões de pessoas por ano no mundo, com projeção de chegar a 300 milhões em 2030. No Brasil, de acordo com o Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Não Transmissíveis (VIGITEL), a incidência do DM2

na

população

adulta

é

de

5,2%.

Esta

prevalência

aumenta

proporcionalmente com a idade, representando cerca de 20% da população acima de 65 anos. Diabetes A maior fonte de energia fornecida através da alimentação é proveniente de um grupo alimentar denominado carboidrato. Para que este seja absorvido e utilizado como energia, o corpo precisa quebrá-lo em sua forma mais simples: a glicose. Com o aumento do nível de glicose no sangue o pâncreas secreta um hormônio chamado insulina.

Hormônio Hipoglicemiante Insulina

Sinalizador

A insulina age como um sinalizador para os transportadores de glicose, auxiliando estes no transporte para dentro da célula e reduzindo os níveis de glicose no sangue (hipoglicemia). www.alessandracoelho.com.br

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Quando ocorre um problema na secreção ou na ação da insulina, a glicose não é transportada para dentro da célula, causando o aumento desta no sangue (hiperglicemia). Este quadro chama-se Diabetes Mellitus (DM). Sintomas da Hiperglicemia Altas concentrações de glicose no sangue geram diversos sintomas como:

Curto Prazo

Longo Prazo

Polidipsia (sede excessiva)

Insuficiência Renal

Poliúria (aumento do volume urinário)

Problemas de visão

Hálito com odor cetônico

Difícil Cicatrização

Vômitos

Hipertensão Arterial

Desidratação

Obesidade

Perda de peso

Fadiga

Mas o que favorece o desenvolvimento do DM2?  Histórico familiar;  Obesidade;  Hipertensão;  3ª idade www.alessandracoelho.com.br

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Esta doença é causada por fatores genéticos e ambientais, portanto, o individuo nasce com predisposição para desenvolvê-la. No entanto, os fatores ambientais, como a obesidade, alimentação, traumas emocionais e gravidez podem favorecer o seu desenvolvimento. Veja a tabela abaixo com os mecanismos de ação: Acúmulo de gordura corporal está associado à resistência insulínica, uma vez que, o OBESIDADE

aumento de ácidos graxos livres desregula o transporte de glicose. Uma dieta rica em carboidratos de alto índice glicêmico aumenta o pico pós prandial

ALIMENTAÇÃO

de insulina e glicose, gerando em longo prazo sobrecarga pancreática. O estresse é um dos fatores que podem dificultar o controle dos níveis de glicose e até mesmo levar a um quadro de hiperglicemia.

TRAUMAS EMOCIONAIS

Além disso, alguns autores acreditam que o estresse

psicológico

agravaria

a

doença,

contribuindo para a destruição imunológica das células do pâncreas.

Controle da Glicemia O controle da glicemia em diabéticos é muito importante, já que o excesso de glicose no sangue exerce uma pressão osmótica no líquido extracelular, provocando diurese osmótica e eliminação da glicose pela urina, podendo gerar perdas de eletrólitos e líquidos. Em longo prazo, isto pode causar alterações em diversos órgãos e sistemas.

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Rins Nefropatia Diabética: São complicações nos rins, em que o órgão perde sua função lentamente até a paralisia total. Esta ocorre anos após o início do quadro de diabetes devido ao controle inadequado da glicemia, obesidade e hipertensão. Quando não tratada, a nefropatia pode evoluir para uma insuficiência renal grave, sendo necessária a diálise (tratamento da substituição da função renal através da filtração do sangue). Para um diagnóstico precoce são necessários exames laboratoriais capazes de analisar a função renal. Entre eles estão a dosagem de creatinina no sangue, taxa de depuração da creatinina e avaliação da perda de proteínas pela urina. Os principais sintomas são edemas (inchaço), urina com espuma (devido à perda de proteínas), noctúria (micção noturna), fadiga, fraqueza, náuseas e vômitos. Coração e Cérebro Infarto do Miocárdio e Acidentes Vasculares: Estudos apontam que a maior

causa

das internações

de

pacientes

diabéticos

é

a

doença

cardiovascular. A hiperglicemia é um fator de risco para doenças do coração, mas outros fatores como dislipidemia, obesidade, falta de atividade física e presença de proteína na urina, podem predispor ao infarto do miocárdio. Por isso, pacientes diabéticos devem passar por avaliações freqüentes e realizar exames de colesterol, triglicérides, pressão arterial e de detecção de isquemia miocárdica. Olhos Retinopatia Diabética (RD): São lesões na retina devido a alterações vasculares, as quais acarretam na perda da acuidade visual. Estudos apontam que cerca de 90% dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e mais de 60% com DM2 desenvolvem retinopatia, uma vez que, a presença de hiperglicemia está relacionada com alterações como microangiopatia dos vasos da retina e hipóxia tecidual.

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Os principais fatores de risco para a RD são o mau controle glicêmico e pressórico, além da duração da doença. Vasos Sanguíneos Doença Arterial Periférica: É uma doença arterial das extremidades (braço-perna), as quais sofrem redução do fluxo sanguíneo, podendo levar a feridas, gangrenas e amputação dos pés. Cerca de 40 - 45% de todos os amputados de membro inferior são diabéticos.

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CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES

Existem dois tipos de Diabetes:

Tipo 1: Doença auto-imune Diabetes Tipo 2: Resistência à insulina

Diabetes Tipo 1 Uma doença é considerada como auto-imune quando o próprio organismo reconhece suas células, tecidos ou órgãos como corpos estranhos (antígenos), estimulando a produção de anticorpos contra os mesmos. Um exemplo deste tipo de doença é o DM1, onde o corpo ataca as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Com o tempo, o organismo deixa de produzir este hormônio. Esta doença ocorre devido a fatores genéticos e representa cerca de 10% dos casos de diabetes, com incidência maior entre 10 e 14 anos, diminuindo até os 35 anos. Sem a secreção da insulina pelo pâncreas, a glicose não é transportada para dentro das células, acumulando-se no sangue. Os sintomas para hiperglicemia aparecem em semanas e sua evolução é rápida.

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Tratamento Para evitar o aumento da concentração da glicose no sangue é necessária presença da insulina. Mas como resolver isto se o corpo não produz mais? Através de injeções diárias de insulina. Estas podem ser aplicadas na forma: a) Subcutânea; b) Intravenosa, c) Intramuscular. Sem tratamento, os picos de glicose depois de anos podem causar a destruição

dos

capilares

sanguíneos,

menor

cicatrização,

cegueira,

insuficiência renal e dificuldade de circulação (perda da sensibilidade).

Diabetes Tipo 2 Este tipo é conhecido como resistência à insulina e representa cerca de 90% dos casos. Sua evolução é lenta, gradual e geralmente sem sintomas. Mesmo ocorrendo a produção e secreção da insulina, as células adiposas e musculares não são capazes de absorver a glicose, aumentando seus índices no sangue.

Diferente

do

DM1,

onde

não

razão

principal

para

seu

desenvolvimento, o DM2 tem causa multifatorial, já discutidas anteriormente.

O DM2 também é a base de uma doença denominada Síndrome Metabólica (SM).

Esta é caracterizada como uma doença da civilização

moderna, resultante de uma má alimentação e sedentarismo. A SM é um grupo de distúrbios que inclui a resistência à insulina, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, a qual está associada com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (abordaremos sobre o tema mais a diante).

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Sintomas 

Infecções Freqüentes;

Alteração Visual;

Dificuldade de cicatrização,

Formigamento nos pés.

Tratamento Quanto antes for iniciado o tratamento melhor será a resposta de “não resistência”. Deve ser adotado um estilo de vida saudável, aliado à atividade física e uma alimentação equilibrada. A ingestão dos alimentos deve ser escolhida através de critérios para a manutenção da glicemia como carboidratos de baixo Índice Glicêmico (IG) e combinações que retardem a absorção destes. Também podem ser utilizados medicamentos hipoglicemiantes, os quais reduzem os índices de glicose no sangue.

Hipoglicemia O erro na quantidade da insulina ou um jejum prolongado pode gerar um quadro denominado hipoglicemia, o qual significa baixo nível de glicose no sangue. Os seus principais sintomas são:

 Sensação de fome;  Dificuldade para raciocinar;  Fraqueza ou cansaço;  Sudorese;  Tremores;  Sonolência;  Visão dupla,  Perda de consciência.

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DIABETES GESTACIONAL O Diabetes Gestacional é caracterizado pelo aumento de glicose no sangue (hiperglicemia), cujo início é detectado durante a gestação. Sua incidência é maior durante o 3º trimestre de gestação e pode ou não persistir depois do parto. Por que ocorre?  Elevação de hormônios que são contra-reguladores de insulina como o Lactogênio Placentário;  Estresse fisiológico da gravidez;  Fatores genéticos,  Fatores ambientais. Entre os fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de DM podemos destacar: Idade Superior a 25 anos Antecedentes familiares de DM

Baixa estatura (<150 cm) Doença hipertensiva

Excesso de peso/obesidade

Diabetes em gestações

pré-gravídica ou no decorrer da

anteriores

mesma. Altura uterina maior do que o

Antecedentes Obstétricos

esperado para a idade

(macrossomia, polidrâmnio,

gestacional

morte fetal ou neonatal de causa desconhecia, mal

Múltiplas Gestações

formações congênitas e restrição do crescimento fetal)

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Conseqüências

 Rotura Prematura das membranas;  Parto pré-termo;  Feto macrossômico,  Pré-eclampsia. Nutrição Devido às mudanças fisiológicas e a necessidade de crescimento do feto, o período de gestação demanda quantidades energéticas maiores. Por isso,

a

dieta

deve

conter

nutrientes e

calorias suficientes

para

o

desenvolvimento do feto, da placenta e o dos tecidos maternos (útero, mamas, sangue e gordura de reserva). Recomendações:

Devem ingerir um total calórico de 35 Gestantes Baixo Peso

Kcal/kg de peso

Gestantes Eutróficas

Devem ingerir um total calórico de 30 Kcal/Kg de peso

Gestantes Obesas

Restrição Calórica: 25 Kcal/Kg de peso atual por dia.

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15% Café da manhã 10% Colação Distribuição do Valor Calórico Total 30% Almoço 10% Lanche da tarde 15% Jantar 10% Ceia 40 a 50% de Carboidratos Distribuição de Nutrientes

25 a 30% de Proteínas 25 a 30% de Gorduras

Gestação e Obesidade O excesso de peso nesta fase está associado à complicações maternas e fetais. Em uma gestação normal, o ganho de peso é devido ao aumento de tecidos maternos e dos produtos da concepção. O ganho de peso ideal é baseado de acordo com o IMC pré gestacional a partir das recomendações do Institute of Medicine (IOM, 2009) Estado Nutricional

IMC (Kg/m²)

antes da gestação

Ganho de Peso

Ganho de Peso por

durante a

semana no 2º e 3º

gestação (Kg)

trimestre (Kg)

Baixo Peso

< 18,5

12,5 – 18

0,5

Peso Adequado

18,5 – 24,9

11 -16

0,4

Sobrepeso

25,0 – 29,9

7 – 11

0,3

Obesidade

≥ 30,0

5-9

0,2

Fonte: Institute of Medicine (IOM -2009) Adaptado: ABESO (Ganho de Peso na Gestação)

Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), a obesidade reduz a fertilidade devido a maior www.alessandracoelho.com.br

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prevalência da síndrome dos ovários policísticos, a qual ocorre pela maior resistência à insulina inerente à obesidade. Atividade física A atividade física em pacientes diabéticas apresenta inúmeras vantagens, como já discutidas anteriormente. Contudo, os exercícios devem ser realizados com consentimento do obstetra, com cautela e com acompanhamento de profissional especializado na área, preservando a segurança da mãe e do feto. São observados durante a prática física: freqüência cardíaca, pressão arterial, temperatura e freqüência cardíaca fetal. Insulinoterapia Este tipo de tratamento é utilizado quando não é alcançado o nível glicêmico

desejado

através

da

dieta

e

da

atividade

física

com o

acompanhamento de um endocrinologista. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2009), se após duas semanas de dieta os níveis glicêmicos permanecerem elevados, deve-se iniciar o tratamento farmacológico. Importante ressaltar que os análogos de insulina de ação prolongada não são oficialmente recomendados e os agentes orais são contraindicados (SBD, 2009).

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DIAGNÓSTICO E EXAMES Diagnóstico Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, os 3 critérios para o diagnóstico da doença são:  Sintomas de poliúria, polidipsia e perda de peso associadas a dosagem de glicemia casual (a qualquer hora do dia) acima de 200mg/dL;  Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL confirmada em duas ocasiões;  Glicemia > 200 mg/dL, após 2 horas de sobrecarga de 75g de glicose confirmada em duas ocasiões; Algumas pessoas não apresentam os critérios acima, porém os níveis de glicemia são muito elevados para serem considerados normais. Este quadro denomina-se glicemia de jejum alterada e tolerância à glicose diminuída. Os critérios utilizados para estas classificações são:  Glicemia de jejum > 100 a <126  Glicemia ≥140 a < 200 após 2 horas de sobrecarga de 75g de glicose.

Exames para Diagnóstico

Glicemia de Jejum 

Método mais utilizado para determinação da glicemia;

Para fazer o exame, o indivíduo deve estar em jejum de 8 a 12 horas;

O sangue é coletado em um tubo com fluoreto de sódio;

Após a coleta é centrifugado com separação do plasma,

Por fim, é congelado para posterior analise.

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Teste Oral de Tolerância à Glicose 

Para fazer o exame, o indivíduo deve estar em jejum de 10 a 16 horas;

O paciente ingere dose conhecida e determinada de glicose diluída em água. Geralmente a dosagem utilizada é de 50 a 75 g de glicose;

Após 2 horas é feita a coleta de sangue para medir a taxa de glicose.

É considerado diabético o indivíduo que apresentar resultado acima de 200 mg/dL e pré diabético entre 140 e 199mg/dL. Exames para Diagnóstico em Gestantes Diversos são os critérios utilizados para diagnosticar o Diabetes Mellitus

Gestacional (DMG). Segundo a Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes, toda gestante deve realizar o rastreamento para DMG descrito abaixo: Gestantes sem fatores de risco* para DMG (SBD, 2009): 

Glicemia de Jejum < 85 mg/dL: realizar teste oral de tolerância à glicose (TOTG) de 75g entre 24 e 28 semanas de gestação. Caso o exame esteja alterado é diagnosticado como DMG.

Glicemia de Jejum > 126 mg/dL confirmada em duas ocasiões: DMG

Glicemia de jejum de 85 a 125 mg/dL: realizar imediatamente o TOTG. Caso esteja alterado é diagnosticado como DMG. Gestantes com fatores de risco* para DMG (SBD, 2009)

Deve ser realizado o exame de TOTG, exceto em casos de glicemia de jejum: 126mg/dL confirmada em duas ocasiões. (neste caso, já é diagnosticado como DMG)

Resultado normal: repetir o TOTG entre 24 e 28 semanas de gestação.

Resultado alterado: DMG

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Teste Oral de Tolerância à Glicose para Gestantes 

Exame realizado com gestante em dieta sem restrição de carboidrato com sobrecarga de 75g de glicose.

A coleta da glicemia é feita em jejum, uma hora e duas horas após a sobrecarga com os pontos de corte de 92 mg/dL, 180 mg/dL e 153 mg/dL respectivamente. Dois valores alterados confirmam o diagnóstico (ADA, 2009) * Fatores de risco: idade ≥ 35 anos; sobrepeso, obesidade ou ganho

excessivo de peso na gravidez atual; aumento da circunferência abdominal; histórico familiar de diabetes em parentes de 1° grau; gestação atual com crescimento fetal excessivo; hipertensão ou pré-eclâmpcia e síndrome dos ovários policísticos. Exame para controle Hemoglobina Glicada (A1C) 

Recurso laboratorial utilizado para avaliar o controle glicêmico,

Fornece a avaliação da glicemia no período de 60 a 120 dias antes do exame. Como funciona?

Entre as conseqüências do Diabetes, está a glicação de proteínas, que é caracterizada pela associação da proteína ao carboidrato. Mediante esse processo de glicação das proteínas é que a glicose sanguínea se liga à molécula de hemoglobina. Portanto, a quantidade de glicose ligada à hemoglobina é diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue (SBD, 2009).

Segundo a SBD e a ADA, as metas terapêuticas para o controle glicêmico para a AIC deve ser de 6,5% e 7% respectivamente. Glicemia Capilar

Maneira prática do diabético controlar a glicemia;

É feita através de glicosímetros (aparelho de uso doméstico)

Auxilia na avaliação do plano alimentar e dos medicamentos.

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Exames de Rotina Pacientes diabéticos devem realizar exames periódicos para controlar o metabolismo,

complicações

e

efeitos

colaterais

dos

medicamentos.

Veja quais são estes exames:  Glicemia;  Hemoglobina Glicada;  Triglicérides;  Colesterol Total;  HDL colesterol;  Creatinina;  Urina;  Proteinúria;  TSH,  Outros (a equipe que acompanha o paciente pode solicitar exames complementares). O que é Albumina Glicada e Frutosaminas? Segundo Netto (2009), o processo de glicação de proteínas não se restringe apenas à hemoglobina. A glicação da albumina é outro processo decorrente da glicação de proteínas e é considerado melhor indicador glicêmico do que a A1C, uma vez que o teste de albumina reflete os valores glicêmicos das últimas duas a três semanas, enquanto o A1C reflete dos últimos 2 a 4 meses e pode ser alterado em processos hemolíticos e hemoglobinas anormais. A frutosamina é formada pela reação não enzimática entre glicose e proteína associadas à gravidade e tempo de hiperglicemia. Assim como a albumina glicada, a frutosamina reflete a concentração de glicose sanguínea no período de uma a três semanas. Sua vantagem é que pode ser utilizada em casos de pacientes com sangramento ou com anemias hemolíticas, diferente da albumina, a qual perde sua precisão. www.alessandracoelho.com.br

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DIABETES E ALIMENTAÇÃO Hábitos alimentares saudáveis e exercícios físicos são fundamentais para a prevenção e tratamento do Diabetes, além de evitar problemas como aterosclerose e hipertensão arterial. O plano alimentar varia de acordo com o estilo de vida, rotina de trabalho, hábitos alimentares, nível socioeconômico, medicação prescrita e também o tipo de diabetes. Objetivos A reeducação e o plano alimentar têm como principais objetivos: a) Manter os níveis glicêmicos e o peso; b) Adaptar a ingestão alimentar com a medicação; c) Fornecer energia e nutrientes de acordo com o estado nutricional do paciente Para diabéticos é preciso:  Restrição de açúcares e carboidratos simples/refinados em geral;  Consumo de carboidratos complexos;  Consumo de fibras;  Fracionamento das refeições,  Redução de sal e gorduras. Carboidratos Devem estar distribuídos de forma equilibrada na dieta e consumidos principalmente, fontes de carboidratos complexos como cereais, leguminosas e vegetais.

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Qual é a diferença entre carboidratos simples e complexos?

Os carboidratos são classificados de acordo com a sua composição química. São denominados simples, aqueles que possuem uma estrutura menor como os monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) e os dissacarídeos (sacarose, lactose e maltose), os quais são a junção de dois monossacarídeos. Por serem facilmente absorvidos, aumentam rapidamente os níveis de glicose no sangue. Os complexos possuem sua estrutura maior e mais complexa, como os polissacarídeos (amido e celulose) dificultando a absorção e aumentando lentamente os níveis de glicose no sangue. Proteínas O consumo de proteínas para pacientes diabéticos deve ser igual a indivíduos adultos sadios, ou seja, 0,8 g/kg de peso por dia. Este pode ser adquirido através da ingestão de fonte animal como carnes, leite e ovos ou vegetal, como leguminosas e derivados de soja. As fontes de origem animal muitas vezes também são ricas em gorduras, por isso deve-se preferir carnes, leite e derivados magros. Entre eles nós temos: leite e derivados desnatados, peitos de aves como frango, peru, chester e peixes. Lipídios A quantidade de ingestão de lipídios deve ser controlada e sempre devemos priorizar gorduras com um perfil lipídico mais saudável.

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Ácidos Graxos Os ácidos graxos estão presentes nas estruturas dos lipídios e são classificados de acordo com o grau de saturação da cadeia: a) Saturadas São classificadas como saturadas, as estruturas químicas com apenas ligações simples entre átomos de carbono. Este tipo de gordura quando ingerida em excesso aumenta os níveis de LDL (colesterol ruim).

Fontes: carnes gordurosas (picanha, maminha, costela e miúdos), leite e derivados integrais, óleos vegetais (dendê), peles de aves e frutos do mar (camarão, ostra, marisco, polvo e lagosta). b) Insaturadas São classificadas como insaturadas, as estruturas químicas com duplas ligações. Estas estão divididas em monoinsaturadas (uma única dupla ligação) e poliinsaturadas (duas ou mais duplas ligações), são as gorduras saudáveis e auxiliam na redução dos níveis de LDL. Fontes: Omega 3 - soja, canola, linhaça, peixes de água fria (cavalinha, sardinha e salmão). Omega 6 – óleos vegetais de soja, milho, girassol, óleo de oliva e canola, azeitona, abacate e oleaginosas (castanha, nozes, avelã e amendoim) c) Trans As duplas ligações dos ácidos graxos podem ser cis ou trans. A cis está presente nos sistemas biológicos e a trans são provenientes de modificação, ou seja, fabricada pela indústria através da hidrogenação da gordura vegetal. www.alessandracoelho.com.br

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Esta gordura é prejudicial a saúde, pois aumenta os níveis de LDL e reduzem de HDL (colesterol bom)

No geral, devemos evitar as gorduras saturadas e preferir as mono/poliinsaturadas.

Segundo a Associação Americana de Diabetes a recomendação quanto à ingestão de gorduras em pacientes portadores de diabetes deve ser de: Saturada

< 7% da energia ingerida

Poliinsaturada

< 10% da energia ingerida

Poliinsaturada w-3 Monoinsaturada

Consumir 2 ou mais porções de peixes por semana Incentivar o consumo e complementar o valor calórico de acordo com a meta

Colesterol

< 200 mg/dia

Fibras A fibra alimentar é a porção de plantas ou carboidratos resistentes à digestão e absorção no intestino delgado em humanos e com fermentação parcial ou completa no intestino grosso. Segundo estudos, promovem benefícios fisiológicos como: redução do colesterol sérico, modulação da glicemia e propriedades laxativas. Classificação São classificadas de acordo com a solubilidade, divididas em: solúveis (aveia, frutas, cevadas, leguminosas e legumes) e insolúveis (verduras e grãos de cereais).

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Solúveis 

Insolúveis

Moderação da glicemia pós

Aumento do volume fecal;

prandial e da resposta

Redução do tempo do trânsito

insulínica;  

intestinal;

Redução do colesterol e

Redução da absorção de

triglicérides,

triglicérides, colesterol e

Regulação do apetite.

glicose, 

Retardo da hidrólise do amido.

Recomendações A American Dietetic Association (2008) aponta que o consumo adequado de fibras está relacionado com a redução das doenças crônicas e recomenda que o consumo de fibras seja de 25 gramas para mulheres e 38 gramas para homens para proteção de doenças cardiovasculares. A FAO/OMS sugere a ingestão de 25g por dia para auxiliar na prevenção de doenças crônicas como a DM2. Sódio Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009), o consumo de sódio deve ser de no máximo 2400 mg por dia, o equivalente a 6g de sal de cozinha, uma vez que a ingestão acima do recomendado pode desencadear o desenvolvimento da hipertensão arterial. Para American Dietetic Association, portadores de DM e doença cardíaca sintomática podem ter os sintomas reduzidos com consumo máximo de 2.000 mg de sódio por dia. Os alimentos que devem ser evitados devido ao seu alto teor de sódio são: embutidos, conservantes, enlatados, defumados, salgados de pacote, macarrão instantâneo, pipoca para microondas, temperos em cubos e molhos prontos.

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Bebidas Alcoólicas Os diabéticos devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois:  Contêm alta densidade calórica;  Complicações diabéticas podem estar relacionais ao alcoolismo;  Depressão da liberação de glicose pelo fígado podendo, no estado de jejum, levar a uma severa hipoglicemia,  Aumento da síntese de ácidos graxos.

Atividade Física Durante a prática de atividade física ocorre a mobilização da glicose para o interior das células, mesmo sem a sinalização da insulina. Por isso, em conjunto com uma alimentação equilibrada, o diabético deve realizar exercícios físicos regularmente, sempre sob orientação de um educador físico.

Benefícios:  Aumenta o consumo de energia e melhora a ação da insulina;  Diminuem os níveis de açúcar no sangue;  Ajudam a perder e manter o peso saudável;  Melhoram a pressão arterial e os níveis de colesterol,  Melhoram o funcionamento do coração e dos pulmões.

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O QUE É ÍNDICE GLICÊMICO? Como o carboidrato é o maior responsável pelo aumento da glicose sanguínea pós-prandial (após as refeições), é necessário conhecer a importância deste macronutriente para controle da glicemia em diabéticos. Cada tipo de carboidrato demora um tempo para ser absorvido e permanecer na corrente sanguínea. O indicador desta velocidade é chamado de índice glicêmico (IG). Este classifica os carboidratos através da comparação das curvas glicêmicas produzidas por 50g de carboidrato de um alimento teste e 50g de carboidrato de um alimento padrão (pão branco ou glicose). Classificação:

IG > 85

Alto Índice glicêmico

IG 60-85

Médio Índice Glicêmico

IG < 60

Baixo Índice Glicêmico

Os carboidratos de alto IG aumentam a glicemia logo após a refeição e como consequência ocorre a liberação da insulina, gerando a hipoglicemia mais rapidamente. Já com os de baixo IG, a glicose é liberada de forma gradual, não se acumulando no sangue, de forma que não gera picos de secreção da insulina. O que preferir? Os carboidratos de alto IG aumentam a demanda das células pancreáticas (células beta), o que pode eventualmente promover o surgimento do DM2, devido a um quadro de resistência à insulina. Segundo Jenkins et al., isto ocorre, porque quando consumimos carboidratos de alto IG, promovemos o aumento do pico pós prandial de insulina e glicose, com consequente

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sobrecarga pancreática a longo prazo, cuja falência poderia ser originada por um efeito tóxico direto causado pela hiperglicemia. Portanto, acredita-se ser conveniente reduzir a amplitude e duração da hiperglicemia pós prandial, optando por carboidratos com menores IG. Veja abaixo exemplos de alguns alimentos: Alto Índice Glicêmico

Médio Índice Glicêmico

Baixo índice Glicêmico

Bolinho de Fubá

Croissant

Bolo de Baunilha

Panqueca

Coca Cola

Vitamina de Soja

Baguete Branca Simples

Pão de Forma

Pão de Grãos

Pipoca

Farinha Branca

Pão de centeio e linhaça

Farinha de Trigo

Cream Cracker

Pudim

Batata Cozida

Leite Condensado

Leite Integral

Barra de Frutas

Banana

Iogurte

Fonte: Tabela Internacional de índice Glicêmico (IG) e Carga Glicêmica (CG), (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2002).

Carga Glicêmica A carga glicêmica (CG) é a quantidade de carboidrato presente em um determinado alimento comparado com um padrão. Relaciona a qualidade e a quantidade de carboidrato consumido, sendo utilizado como indicador de demanda de insulina induzida na dieta.

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Para calcular: CG = quantidade do carboidrato consumido x IG do alimento/100

Para consulta do IG e da CG, existe uma Tabela Internacional de índice Glicêmico e Carga Glicêmica, elaborada pela Sociedade Brasileira de Diabetes, disponível na internet.

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DOENÇAS ASSOCIADAS AO DIABETES – O QUE É SÍNDROME METABÓLICA? Segundo a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, a Síndrome Metabólica (SD) é um conjunto de fatores de risco cardiovascular relacionado à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Existem dois tipos de definição para a SM, a da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual preconiza como ponto de partida a resistência à insulina e a do National Cholesterol Education Program´s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III), que é adotada pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica. Segundo a NCEP-ATP III, a síndrome metabólica é a combinação de pelo menos três componentes abaixo: Componentes

Níveis

Circunferência Abdominal Homens

> 102 cm

Mulheres

> 88 cm

Triglicérides

150 mg/dL

HDL Colesterol Homens

< 40 mg/dL

Mulheres

< 50 mg/Dl

Pressão Arterial

 130 mmHg ou 85 mmHg

Glicemia de Jejum

 110 mg/dL

Por que ocorre? Esta doença está fortemente relacionada com o risco de doenças cardiovasculares e ao DM2, sendo que cerca de 86% dos pacientes diabéticos são portadores desta síndrome. As causas para o seu desenvolvimento são multifatoriais como

a

obesidade, sedentarismo

e

hábitos alimentares

inadequados. www.alessandracoelho.com.br

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Prevenção Uma das estratégias mais utilizadas para prevenção da SM é uma alimentação adequada. O enfoque principal para pacientes portadores desta doença é o controle dos fatores de risco individualmente: Dieta hipocalórica com o objetivo de perder cerca de 8% Obesidade

do peso corporal em 6 meses Dieta rica em frutas, vegetais, produtos lácteos e pobre em

Hipertensão

gorduras Restrição de sal Redução de carboidratos de alto IG e gorduras saturadas. Consumo de ácidos graxos ômega 3, cereais integrais, frutas e vegetais

Dislipidemia A recomendação de gordura é de 25 – 35% das NET*, sendo: Até 20% de monoinsaturadas 10% de poliinsaturadas < 7% de saturadas *NET: Necessidades Energéticas Totais Alimentos de baixo índice glicêmico Hiperglicemia

Lembre-se

Consumo de fibras e cereais integrais

que

todas

essas

medidas

dietéticas

devem

ser

acompanhadas de atividade física, uma vez que, aumenta a sensibilidade à ação da insulina e a captação de glicose (elevação de 40%), fornecendo energia para contração muscular. Por isso, indivíduos com problemas na secreção ou resistência à insulina são beneficiados com exercícios regulares.

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LIGHT E DIET – QUAL E QUANDO UTILIZAR? O hábito alimentar da população tem mudado drasticamente ao longo dos anos. Esta mudança associada ao sedentarismo e estresse acarretou crescente desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis como: obesidade, dislipidemias, diabetes, hipertensão arterial, entre outras. Com o tempo restrito para preparo de nossas refeições e pela facilidade de armazenamento e preparo, os alimentos industrializados vêm ganhando mais espaço nas prateleiras dos supermercados e em nossa rotina. No entanto, vale lembrar que para realçar o sabor e melhorar a conservação, alguns produtos apresentam alto teor de gordura e de sódio. Pensando em facilitar o dia a dia dos consumidores a indústria encontrou um mercado promissor e passou a desenvolver produtos com maior apelo a hábitos saudáveis e chegaram os produtos denominados light e diet. Embora os produtos diet e light sejam bastante difundidos e consumidos nos dias de hoje, as diferenças entre eles, e quem realmente deve consumi-los não são tão claras para a população. Diet Um alimento é denominado diet quando este produto é isento de um determinado nutriente comparado com a versão original. Este nutriente pode ser carboidratos, açúcar, sal, lactose ou gordura.

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Veja o exemplo abaixo:

Observe que quando comparamos os dois produtos, o diet é isento de carboidratos e não contém calorias, mas, por outro lado o refrigerante diet possui maiores quantidade de sódio do que o tradicional. Podemos afirmar que todo produto diet apresenta menor quantidade de calorias? Não. Alguns produtos diet podem ser consumidos por pessoas que querem perder peso, porém existem produtos que apresentam quantidade de calorias maiores e/ou semelhantes aos convencionais. Observe sempre o rótulo e veja que tipo de nutrientes foi retirado e também compare o produto modificado com o original.

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Veja este outro exemplo:

Neste caso verificamos que o produto diet é isento de açúcar, no entanto, encontramos alto teor de calorias e gorduras em ambos os produtos. Neste caso o produto é indicado apenas para pessoas que apresentam restrição ao consumo de açúcar. Por que na tabela nutricional do chocolate diet aparece a quantidade de açúcares? Não é obrigatório que o rótulo dos produtos contenha a informação do teor de açúcar, mas sim o de carboidratos. No entanto, se o produto for isento deste nutriente, esta informação deve ser apresentada.

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Conheça agora algumas situações em que este tipo de produto pode ser consumido e quais nutrientes devem estar isentos da formulação:

Doença

Nutriente Isento

Diabéticos

Açúcares

Hipertensos

Sódio

Intolerante a Lactose

Lactose

Fenilcetonúricos

Fenilalanina

Celíacos

Glúten

Insuficiência Renal

Proteínas

Light Uma vez que os produtos diet não devem conter um ou mais nutrientes, o light apenas deve apresentar uma redução de no mínimo 25% de algum nutriente ou no valor calórico. Ao nos depararmos com as embalagens devemos observar se o produto é light ou diet, o tamanho da porção, e sempre analisar o rótulo, a fim de identificar o tipo de nutriente que o mesmo contém e o que está excluído.

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ADOÇANTES Segundo o Ministério da Saúde os adoçantes fazem parte de um grupo alimentar específico denominado como “alimentos para fins especiais”, os quais são destinados a atender pessoas com necessidades especiais. Entretanto, são consumidos por diversos tipos de pessoas que desejam desfrutar do sabor doce sem aumentar o consumo energético. São utilizados como substitutos do açúcar na maioria das vezes para restrição calórica e diabetes. Podem ser naturais (encontrados na natureza) e artificiais (sintetizados em laboratórios, que simulam o efeito da sacarose), estes são capazes de produzir um sabor doce, sendo classificados da seguinte maneira:

Calóricos Adoçantes Não Calóricos

Veja na tabela abaixo quais são os tipos de adoçantes calóricos e não calóricos: Calóricos

Não Calóricos

Aspartame

Sacarina

Sorbitol

Ciclamato

Manitol

Acessulfame-K

Xilitol

Stévia

Frutose

Sucralose

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A tabela a seguir mostra quais são os adoçantes mais utilizados no Brasil, quais suas recomendações diárias e origens: Tipo de Adoçante

Consumo Máximo

Origem

Acessulfame – K

15mg/dia/Kg

Artificial

Aspartame

40mg/dia/Kg

Artificial

Ciclamato

7mg/dia/Kg

Artificial

Estévia

5,5mg/dia/Kg

Natural

Sacarina

5mg/dia/Kg

Artificial

Sucralose

15mg/dia/Kg

Artificial

Tipos, características, vantagens e desvantagens:

Tipo

Acessulfame-K

Características

Vantagens

Desvantagens

- Realça o sabor dos

- Pode ir ao forno

Apresenta sabor final

alimentos;

- Pode ser utilizado

amargo.

- Pode ir ao fogo;

por diabéticos

- Tem excelente

- É substituto da

estabilidade;

sacarina quando

- Rapidamente

misturado com o

solúvel em água,

aspartame.

- Doçura semelhante ao da sacarose.

Aspartame

- Quanto maior a

- Possui sabor

- Não pode ir ao fogo;

temperatura e a

próximo ao do açúcar; - Não pode ser

quantidade de água,

- Sabor residual fraco, consumido por

menor a estabilidade;

- É recomendado

portadores de

- Pode ser adicionado para diabéticos.

fenilcetonúria, pois

a preparações

possuem em sua

prontas para evitar a

composição

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perda de

fenilalanina.

estabilidade, - Sabor muito parecido com o da sacarose.

Ciclamato

- Estável em altas

- Pode ir ao forno

- Contém sódio e por

temperaturas;

- É recomendado

isso deve ser

- Boa solubilidade,

para diabéticos

consumido com moderação por hipertensos - Possui sabor residual forte.

- Realça o sabor dos

- Pode ir ao forno

alimentos

- É recomendado

- Pode ir ao fogo

para diabéticos

- Sabor semelhante ao da sacarose, - Sabor residual mais forte Estévia (esteviosídeo)

- Pode ser associado a outros adoçantes para melhorar o seu sabor - Possui baixa solubilidade em água, - Tem excelente estabilidade. - Alto poder

- Pode ir ao fogo

- Apresenta sabor

edulcorante;

- É recomendado

residual forte.

- Ótima estabilidade e para diabéticos solubilidade em água; - Pode ser utilizado Sacarina

juntamente com o ciclamato para www.alessandracoelho.com.br

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diminuir o seu sabor residual e aumentar o poder do ciclamato. Sucralose

- Elaborado a partir

- Pode ser utilizado

- Custo elevado

da sacarose, porém

por todas as pessoas

- Provoca cáries.

não metabolizado

(diabéticos,

pelo organismo;

gestantes, lactante e

- Solúvel em água; -

crianças)

Estável em condições - Não possui sabor extremas de

amargo

processamento

- Pode ir ao fogo.

- Não perde seu poder em produtos assados, cozidos ou congelados.

Lembre-se: 

Devemos ficar atentos com o consumo exagerado de adoçantes por crianças diabéticas, uma vez que grande parte tem preferência por alimentos doces (no caso de diabéticos, preparados com os adoçantes);

Recomenda-se o uso intercalado dos adoçantes.

Hipertensos devem estar atentos à composição dos adoçantes, pois alguns deles contêm sódio.

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COMO SUBSTITUIR O AÇÚCAR NAS REFEIÇÕES? O consumo de açúcar refinado de forma exagerada e associada a outros fatores podem auxiliar no desenvolvimento de doenças como:  DM2;  Obesidade;  Hipertensão,  Câncer (alguns tipos). Entretanto, o açúcar tem suas funções nas preparações, como: sabor, textura, cor, conservação, estrutura e crescimento. Mas como manter as características das preparações e diminuir o consumo de açúcar? Adoçantes Os adoçantes são comumente utilizados por pessoas diabéticas como substitutos do açúcar, por terem sabor doce e não apresentarem carboidratos e açúcares em sua composição. Entretanto, deve-se ficar atento ao excesso no consumo de adoçantes calóricos como o aspartame, sorbitol e manitol. Cuidados na utilização dos adoçantes:  A maioria dos adoçantes culinários tem poder adoçante equivalente ao açúcar quando usados no mesmo volume e não na mesma quantidade em gramas; Veja:

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 No caso de massas, bata por mais tempo para melhor homogeneização

e sempre bater os adoçantes antes da manteiga;

Incorporação de ar

melhor textura massa mais leve

 Acrescente cacau ou essência de baunilha, pois as preparações feitas com adoçantes não terão a mesma cor do que quando preparados com açúcar, uma vez que este é o responsável pela caramelização (cor dourada);  O tempo de cozimento dos produtos com adoçantes geralmente é menor: Bolos – 7 a 10 minutos a menos Biscoitos – 1 a 2 minutos a menos  Em cookies, brownies e muffins acrescente para cada colher de xícara de chá de adoçante na receita, ½ colher de sopa de bicarbonato de sódio para auxiliar no crescimento e textura da massa;  Para polvilhar sobre bolos e tortas, misture 5 colheres de sopa de adoçante com 1 colher de sopa de amido de milho. Passe a mistura por uma peneira fina,  Para melhorar o volume dos bolos, misture em cada xícara de chá do adoçante ½ xícara de leite em pó desnatado e ½ colher de chá de bicarbonato de sódio.

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Açúcar Mascavo O açúcar mascavo é mais indicado por não passar por tantos processos de refinamento, além de apresentar vitaminas e minerais. Entretanto, é necessária a orientação de um nutricionista. Mel Além dos adoçantes e dos açúcares podemos utilizar para adoçar as preparações com mel sob orientação de um nutricionista.

Para conhecer receitas acesse nosso site: http://www.alessandracoelho.com.br/receitas.htm

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REFERÊNCIAS 1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Cuidados inovadores para condições crônicas: componentes estruturais de ação. Relatório Mundial. Brasília, 2003. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel 2010: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 3. BRASIL. Sociedade Brasileira de Diabetes.Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível aqui. Acesso em: 06 maio 2013. 4. PADILHA, Patricia de Carvalho et al. Terapia nutricional no diabetes gestacional. Revista de Nutrição, Campinas, v. 23, n. 1, p.96-105, fev. 2010. 5. Kathleen M. Rasmussen and Ann L. Yaktine, Editors. Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Institute of Medicine; National Research Council. 6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA (Org.). Ganho de Peso na Gestação. Disponível aqui. Acesso em: 06 maio 2013. 7. American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2011. Diabetes Care 34 (Suppl 1):S11-S61, 2011.

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