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Capítulo Dez

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Capítulo Um

Capítulo Um

Capítulo Dez

Uma mão grande e quente esfregou suas costas. Vivian gemeu de prazer, sentindo a massagem incrivelmente boa.

Então se lembrou de onde estava e ofegou, sentando-se. Virou para encontrar Brassi sentado na beirada da cama. Sua metade superior estava nua, mas ele ainda usava calça pretas. Era um homem fera alienígena bonito. Não havia como negar. Sua atenção foi para seus braços musculosos e peito.

Ele também era um homem fera alienígena grande e em forma.

— Oi.

— Ela estendeu a mão e tentou pentear os cabelos com os dedos. Provavelmente estava uma bagunça. — É de manhã?

Ele balançou sua cabeça. — Você dormiu por quatro horas. Eu comi, treinei com meu irmão e tomei banho para lhe dar mais tempo. Mas agora precisamos conversar. Há uma escolha importante que precisará fazer.

Ela estava intrigada. — Ok. O que é isso?

— Você está ciente que eu sou um Veslor. Estou muito atraído por você, Vivian. Ambos meus lados estão...

Ela ajustou sua posição, inclinando-se para ele e mantendo os cobertores até o peito, absorvendo o que dizia. — Eu não entendo. Quer dizer, a parte da atração sim. Também estou atraída por você. —Disse ela, decidindo que ele merecia sua honestidade. — Mas o que você quer dizer com os dois lados? Isso tem a ver com você ser um metamorfo?

Ele sorriu. — Você está ciente disso?

— Um pouco. Eu li alguns relatórios sobre Veslor, mas não há muita informação disponível. O departamento cultural queria enviar um especialista para o nono quadrante para saber mais sobre sua raça. Obter permissão da Terra Unida leva tempo. Pelo que alguns humanos relataram, você pode mudar de forma, mas nunca disseram

para o que.

Então seu sorriso desapareceu e seus olhos dourados brilharam com uma emoção que ela traduziu como preocupação. — Eu posso lhe mostrar. Você precisa ver meus dois lados para tomar uma decisão.

Excitação a encheu. — Mesmo? Não é um segredo para seu povo? Há uma teoria de que pode ser algo que não mostre para outras

raças.

— Outras raças normalmente só veem o nosso lado animal

durante a batalha.

Isso a inquietou um pouco. — Ok. Por quê?

— Você precisa ver para entender. Mostrei minhas garras. Isso é apenas uma pequena parte da minha outra metade. É... diferente.

Ela franziu a testa.

— Agressão e raiva estão contidas em um lado de nós. Para lutar, para defender, usamos este lado. Nosso outro lado. A outra metade.

Ela não gostava do som disso. — Você vai me colocar em perigo?

Ele sorriu. — Não. Eu nunca a machucaria, Vivian. Ambos os

lados querem mantê-la segura.

Ele salvou sua vida, duas vezes. Uma vez matando os Ke'ters e

novamente quando a pegou no espaço. Ela assentiu. — Eu confio em você, Brassi.

— Bom. — Ele hesitou. — Preciso deixar minhas emoções mais

agressivas surgirem para mostrar. Nada é direcionado a você. — Ele ficou de pé, alcançando a cintura de sua calça.

Ela observou com fascinação atordoada quando ele se inclinou, lentamente empurrando-a para baixo. Quando se endireitou, ela forçou o olhar para se fixar no rosto dele enquanto ficava diante dela nu. Era tentador olhar para baixo, mas não se preocupou em lutar por

muito tempo.

E de repente ele se inclinou novamente, um grunhido baixo saindo. Arrepios percorreram seus braços ao som animalesco, mas permaneceu imóvel. Precisava acreditar que Brassi não a machucaria.

Aconteceu rápido. Ele deixou de ser um homem para algo que se assemelhava a uma pantera da Terra, se fosse cinza escuro, maior, mais assustador e quase com uma aparência primitiva.

Ele subiu na ponta da cama, seus olhos dourados a observando.

Ela o olhou de volta, de suas grandes patas com garras afiadas como navalha, para seus membros musculosos, o peito largo e seu torso. Ele tinha uma pequena cauda que chicoteava para frente e para trás. Seus dentes eram mais longos agora do que em sua outra forma e ela tinha certeza de que ele poderia rasgá-la em pedaços, se quisesse. Seus olhos, no entanto, eram os mesmos que os de Brassi, enquanto ele a olhava também.

Ela empurrou o cobertor para baixo e lentamente ficou de joelhos. — Você consegue me entender?

lo? Ele deu um pequeno aceno com a cabeça enorme. — Posso tocá-

Ele abaixou, esparramado na cama.

Sua mão tremia quando ela a estendeu. Ele deveria pesar quatrocentos quilos e era muito maior que ela. As pontas dos dedos dela roçaram o lado dele. A suavidade aveludada desapareceu de sua pele escura, em vez disso, se sentia suave, mas resistente.

— Isso é incrível!

Ele balançou a calda e depois, com a mesma rapidez, voltou à forma de homem. Ela ergueu a mão e observou-o esticar o corpo na cama. Ele estava de barriga para baixo.

Ela olhou para a bunda dele sem resistir. Era musculoso e corpulento, humano na aparência. A cauda desapareceu.

Vivian soltou um suspiro quando se sentou de volta.

— Somos mais mortais nessa forma enquanto lutamos. Mais difíceis de machucar.

— Eu posso entender isso. Você pode mudar se não estiver com raiva?

— É desencadeado por hormônios agressivos.

Ela tomou isso por um não. — Pode controlar? Quer dizer, claro que você pode. Acabou de fazer. O que eu quero dizer é que, se estiver conversando com alguém e o deixarem com raiva, você apenas muda ou é algo feito à sua vontade?

Ele sorriu. — Nunca é acidental. Aprendemos o controle rapidamente quando somos muito jovens.

Isso era fascinante. — Você disse que preciso fazer uma escolha. O que tem a ver com isso?

Ele segurou seu olhar. — Minha raça tem companheiros.

— Você me disse isso antes. — Seu coração começou a acelerar.

Ela não era idiota. Ele estava falando sobre o acasalamento, algo sobre uma escolha. Precisava dizer mais a ela antes de assumir qualquer coisa. Poderia ser um erro tirar conclusões precipitadas, mas parte dela não podia deixar de ligar os pontos.

Ele estava prestes a perguntar se ela queria se acasalar? O conceito era simples. Eles mal se conheciam.

— Estou atraído por você, Vivian. Ambos os lados de mim estão. Como um Veslor, eu desejo uma fêmea e a tomo como minha companheira, assim travo dentro dela. Não sei se somos compatíveis... mas quero descobrir. Mostrei ambos os lados, porque somos muito emocionais. Nós não apenas vivemos por nossas emoções, mas elas governam nossos corpos.

Ela estava sem palavras, sem saber o que dizer. Muitas perguntas enchiam sua cabeça.

— Quero me unir a você. É puro instinto e emoção. Isso significa que estou atraído fortemente. Tudo sobre você me puxa.

— Acabamos de nos conhecer. —Ela respondeu.

— É assim para os Veslor. Nós sentimos atração intensa e isso apenas aumenta até que nos agarrarmos completamente a uma fêmea e a reivindicarmos. — Ele procurou seus olhos. — Não há contratos. Apenas necessidade e desejo. Eu quero você, Vivian. Permitirá que a toque?

— Porra. Você está falando sério, não é?

Ele assentiu. — Eu sei que somos diferentes, mas isso não importa para mim. — Seu olhar desceu para o sutiã esportivo e um

rosnado baixo veio dele. — Eu desejo tocá-la. Senti-la. Copular com você. Reivindicá-la... mantê-la.

Seu coração batia mais rápido e ela sentiu seu corpo respondendo a sua voz rouca. A forma como a olhava, a fazia se sentir quente. — Eu preciso de um banho.

Seus olhos se arregalaram. Ela o surpreendeu. Ele também.

— Eu volto logo.

— Ela empurrou as cobertas, saiu da grande cama, quase correu para fora do quarto e para o banheiro. Era covarde fugir, mas não podia evitar. Tudo estava acontecendo tão rápido.

Não havia uma tranca na porta. Ela tirou seu sutiã esportivo e calcinha, então descobriu como usar o chuveiro estranho. Eles

usavam água a bordo da nave. Não estava exatamente quente, mais parecia morna. Ela ficou sob o jato, tentando desacelerar seu coração, o que era difícil quando seus pensamentos permaneciam em Brassi.

Ele queria fazer sexo com ela! Não tinha certeza se isso era possível. Eles eram duas raças diferentes. Ele era muito maior que ela. Deveria ter olhado sua virilha quando ele se despiu, para descobrir o que escondia lá embaixo.

Ela abriu um recipiente na prateleira e cheirou o conteúdo. Frutas de algum tipo. Ela não tinha certeza se era para o corpo ou xampu. Não importava. Derramou um pouco na palma da mão, usando-o para esfregar o cabelo e a pele. Então enxaguou e usou a água para limpar a boca o melhor que pode. Ansiava por uma escova de dentes.

Fechou a água e usou uma toalha para secar, agradecida por Brassi não ter entrado no banheiro. Ele queria se acasalar. Possuí-la. Era uma loucura. Eles não se conheciam bem o suficiente para assumir um compromisso vitalício.

Então novamente, ela aprendeu muito sobre culturas alienígenas. Sabia que as práticas de acasalamento variavam muito.

Os Crezzi eram instantaneamente atraídos por seus companheiros. Formaram laços para a vida sem sequer falar uma palavra primeiro. Era o cheiro e atração visual que os unia. Então botavam ovos, dúzias deles e os criavam juntos. Os Richling tinham vários parceiros de procriação, sem formar um vínculo emocional. Sua raça era sexualmente atraída umas pelas outras com base na força. Os mais fracos nascidos de sua espécie nunca se reproduziam.

Eram transformados em algo semelhante a escravos, servindo os criadores.

— Merda.

— Ela olhou para a porta, apreensão enchendo-a. — Eu não posso me esconder aqui para sempre. Pense, Vivian.

Bem, se os Veslor eram motivados pela emoção ao escolher seus companheiros, ela fechou os olhos, precisa ser exatamente o oposto. Racional. Fui treinada para avaliar outras raças e ter a mente aberta. Era seu trabalho. Nenhuma única vez, porém, considerou que ela poderia se tornar a companheira de algum alienígena.

Brassi não era apenas um alienígena estranho, no entanto. Ela abriu os olhos. Não. Brassi era o homem que salvou sua vida e lutou contra os Ke'ters para proteger seu povo. Ele voou de volta para resgatá-la quando soube que o Comandante Alderson planejava matá-la.

E Brassi era alguém por quem estava definitivamente atraída, embora ele fosse muito diferente de sua espécie.

— Merda.

— Ela respirou fundo e caminhou até a porta. — Eu não sou covarde.

A porta se abriu e encontrou Brassi na sala de estar. Ele vestiu sua calça preta novamente e parou de andar para olhá-la.

— Eu a assustei. Sinto muito Vivian. Eu não quis provocar essa

reação.

— Eu não fiquei assustada. Apenas pressionada. Somos muito diferentes, Brassi. Humanos fazem essa coisa chamada namoro, onde passamos tempo juntos, lentamente nos conhecendo. Às vezes passamos anos namorando antes de decidir nos casar.

— Anos? — Ele parecia chocado e soava ainda mais.

Ela assentiu. — O período mais curto que eu pessoalmente vivi foi um mês. Um casal que conheço se casou muito rápido. Então, novamente, eles trabalhavam na mesma equipe epassavam muito tempo juntos. Depois de um mês, decidiram se unir. Acho que eles decidiram se casar porque um deles seria transferido para outra nave da frota. Eles não eram civis. Os trabalhadores da frota vão para onde são enviados e não recebem a opção de dizer não. O casal não queria ser separado e há uma cláusula nos contratos da frota que afirma que os casais têm o direito de serem mantidos juntos. Os contratos garantem que trabalhem para a frota por anos a fio e até que isso termine, a frota praticamente os possui.

— Escravidão?

— Nós não usamos esse termo. A frota paga seu treinamento, investe tempo e dinheiro em sua educação para vários trabalhos. Para essa oportunidade, as pessoas concordam que a troca vale a pena. Uma vez que cumprem seu tempo, podem deixar a frota para trabalhar para outra pessoa. A maioria simplesmente renuncia a outra pessoa e permanece, já que é segurança no emprego.

— E você? A frota possui seu tempo?

Ela balançou a cabeça. — Não. É uma das razões pelas quais decidi ser uma trabalhadora civil. Paguei minha própria escola com dinheiro que meu pai me deixou quando morreu. Escolhi o que fazer.

Brassi aproximou-se dela, parou a alguns metros de distância e a olhou. — Qual é a sua escolha, Vivian? Devo pedir-lhe que durma na ala médica para manter espaço entre nós ou ficará comigo? Como já disse, quero me unir a você.

Ela mordeu o lábio e tentou pensar. — O que acontece quando você trava?

— Eu não a deixarei ir. Você será minha. Eu serei seu. Nós nos

acasalamos pela vida toda.

— Eu nem sei se somos compatíveis sexualmente.

— Nós podemos descobrir. — O olhar percorreu seu corpo. — O que são as preliminares na Terra? Como sua espécie se excita?

— Beijando. Tocando. E quanto aos Veslor?

— As fêmeas se aproximam e se tornam fisicamente agressivas. E se os machos não estiverem interessados, rosnam como aviso para se afastarem. E se estiverem, lutam e fixam a fêmea sob seu corpo.

Um olhar percorreu seu corpo. Ele era um enorme homem alienígena que parecia positivamente perigoso. — Uau. Soa violento. Ela esperava que ele não quisesse isso dela. Seu olhar voltou para o dele. — Você provavelmente me machucaria. Eu também não posso me imaginar o atacando. Apenas bati em homens de quem não gostava e com certeza não queria fazer sexo com eles.

Ele assentiu. — Eu não quero machucá-la, Vivian. Apenas a quero sob mim.

— Então o quê?

— Entrar em você.

Ela hesitou. — Eu não sei se as nossas partes... combinarão. Estou curiosa para descobrir, porque estou atraída por você. Apenas não tenho certeza sobre a parte de acasalamento. Podemos testar se o sexo é possível sem bloqueio?

— Sim. Eu posso copular com uma fêmea sem acasalar com ela.

— Qual é a diferença?

— É hormonal.

— Como com a mudança?

Ele assentiu. — Eu não posso acasalar se ficar nesta forma.

Ela sentiu o sangue escorrer de seu rosto. — Você quer dizer que muda para acasalar? Que teríamos que nos unir enquanto você está em sua outra forma?

— Usualmente. Mas você não é Veslor e não pode mudar de forma como as nossas mulheres fazem. É algo que teremos que descobrir. Posso dizer pelo seu medo que não me receberia mudando para garantir um vínculo assim.

Ela se sentiu mais do que um pouco sobrecarregada. — Nós temos uma palavra para isso. Bestialidade. É... hum... ilegal.

— Não entendo.

— É ilegal para os seres humanos fazer sexo com...

— Ela não queria insultá-lo chamando a outra forma de animal. Ele não era um, apesar do que poderia se transformar.

— Alienígenas? Outras raças?

— Algo parecido.

— Sua raça também quer matá-la.

— Alguns deles. Não todos.

Ele inclinou a cabeça, seu olhar dourado fixo nela. — As leis

terrestres não importam aqui. Estamos em uma nave Veslor. E de acordo com nossas leis, o acasalamento é natural e encorajado se tivermos a sorte de encontrar nossa companheira. Raça não importa para o nosso rei. Você será considerada Veslor quando nos acasalarmos. Seu povo não poderá prendê-la. Eu não permitiria.

Isso poderia ser uma coisa boa, se Abby falhasse e o Comandante Alderson se safasse com seu esquema. Sua reputação e nome poderiam ficar além da salvação e a Terra Unida enviaria um mandado de prisão. Ela teria sorte se passasse o resto da vida na prisão. Na pior das hipóteses, eles a executariam.

Os Veslor não eram aliados da Terra Unida. Isso significava que eles não tinham a obrigação de entregar um humano ao seu planeta. Mas não era motivo para se. Ela se sentia culpada por sequer pensar nisso como uma razão pela qual consideraria se tornar sua companheira.

Ela olhou nos olhos dourados de Brassi e empurrou todos os pensamentos de sua cabeça. Em vez disso, tentou se concentrar em como se sentia. A atração era mútua. Aproximou-se, querendo tocálo. Como ele a queria também, não havia razão para não fazer.

Ela levantou as mãos e colocou-as em seu peito aveludado, amando a suavidade de sua pele sob as pontas dos dedos e as palmas das mãos. Ele era tão firme. Musculoso. Forte. Caloroso.

Suas narinas se alargaram e um rosnado baixo veio dele. Não foi assustador, mas sexy. Ele estendeu a mão para ela também, colocando-as em sua cintura coberta pela toalha. — Sim?

Ela se achou assentindo. — Vamos apenas levar as coisas devagar, ok?

— Sim.

Eles ficaram ali e ela percebeu que ele parecia esperar por ela para fazer alguma coisa, para iniciar a intimidade. — Devemos ir para

o quarto.

Ele deu um aceno de cabeça.

Ela recuou e deixou as mãos deslizarem pelo peito dele. Ele soltou seus quadris e seu coração acelerou quando ela se virou, levando-o para seu quarto. Ela segurou a toalha e engoliu em seco, puxando. Caiu lentamente pelo corpo dela.

Não ousando olhar para trás para ver a reação dele ao seu traseiro nu, deitou na cama de costas.

Vivian olhou para seus olhos para encontrá-lo em cada centímetro de seu corpo. Sentiu calor em suas bochechas, mas ignorou sua timidez. — Eu sou parecida em algo como uma fêmea Veslor?

Ele balançou a cabeça, sua atenção travada em seus seios. Brassi

ficou parado ali, em silêncio, olhando-a.

Ela interiormente se encolheu e se sentou, resistindo à vontade

de se esconder. — Sou desagradável nua?

Seu olhar foi para o dela e ele fez um barulho suave e estranho antes de falar. — Não é desagradável. Apenas tenho medo de machucá-la. Sua pele parece extremamente macia por toda parte.

Ela se perguntou se suave significava mole. Ele estava chamando-a de gordinha? Não era de se exercitar e além de Big M fazê-la aprender a se defender, não era exatamente do tipo físico.

Seu olhar foi para seus braços, peito e estômago. Brassi não parecia ter nada de flacidez sobre ele. Ele era todo músculo e pele

escura.

Não entre em pânico. Desentendimentos acontecem quando duas raças alienígenas conversam, ela mentalmente lembrou a si

mesma. — Devo me vestir?

— NÃO!

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