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Capítulo Oito

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Capítulo Dez

Capítulo Dez

Capítulo Oito

O Sub-comandante Garland Shaw olhou para Vivian do outro lado das barras. Ele agora estava no Comando do Gorison Traveler, com o Comandante Alderson preso em seus aposentos. Ele foi vê-la uma vez que o bloqueio foi levantado, libertando todos os membros da tripulação.

Meg Tick a manteve atualizada. Os restantes três Ke'ters foram encontrados onde Vivian já adivinhou, presos dentro dos aposentos da tripulação. Suas vítimas estavam mortas e comidas. Nenhum deles se rendeu pacificamente. A equipe de segurança precisou matá-los.

Apesar disso, as primeiras palavras do Subcomandante Shaw mataram qualquer esperança que Vivian tinha de libertá-la. — Você está com sérios problemas.

Vivian abriu a boca, pronta para se defender.

— Desculpas não importam. Você violou o Controle Um, ilegalmente, devo acrescentar e iniciou o bloqueio antes que nossas forças de segurança pudessem lidar com a situação. Então nos deixou presos em quartos, incapazes de fazer qualquer coisa. Então permitiu

alienígenas sem aliança bordo de uma nave da frota. Eles poderiam ter roubado e matado todos! Você enfrentará a vida na prisão, se não

execução.

Ela apertou os lábios.

— É assim que vejo, assim como o Comandante Alderson. Fique à vontade atrás das grades, Srta. Goss. Esta é sua nova vida.

Sem lhe dar uma palavra de defesa, ele girou nos calcanhares e saiu das celas.

— Que idiota! — Meg sussurrou uma vez que ele se foi. — Nós temos mais de sessenta mortos, da última vez que ouvi. — Ela balançou a cabeça. — Reese disse que o bloqueio aconteceu menos de cinco minutos depois que você notificou a segurança do ataque na sala de interrogatório. Nem todos nós somos idiotas, Vivian... e se os Ke'ters mataram muitos de nós nesse intervalo? O bloqueio salvou muito mais vidas porque você agiu rapidamente. O que a pensar em ir até lá?

— Mikey me disse para ir.

— Ele deu a você os códigos de acesso para entrar no Controle

Um?

Vivian balançou a cabeça. — Big M fez depois do que aconteceu com o transporte Hail Nine.

Meg assentiu. — Inteligente. Com os rebeldes agindo, é sempre um medo real que possam ter como alvo membros da tripulação de alto escalão com acesso a salas de controle em naves. O Big M fez o upload do seu DNA para lhe dar acesso à ponte também? Eu ouvi que ainda estamos bloqueados. Talvez você possa negociar seu futuro

com isso.

Ela balançou a cabeça. — Somente o DNA de um Almirante pode fazer isso.

— Eu não sabia. — Meg mudou de posição, encostada na parede em frente a ela no corredor da cela. — Pelo menos nós finalmente

conseguimos uma transmissão da Estação Espacial Branston. Eles estão enviando naves de resgate. Devem chegar em cerca de sete dias.

— Espero que tragam um Almirante com eles ou o Gorison Traveler permanecerá aqui por muito mais tempo, já que não pode ser pilotado.

— Os caras da tecnologia estão tentando encontrar um caminho para ponte. Aquela sua amiga, Abby Thomas, está trabalhando com eles.

— Bom. — Vivian sentou-se em seu beliche.

— Imagine o dinheiro que ela e sua família valem. Eu soube desde que o Sub-Comandante Shaw percebeu quem ela era, que começou a beijar sua bunda, grande momento. Ela é, aparentemente uma celebridade. Eles deram a ela livre acesso a praticamente qualquer nave.

Vivian ficou feliz em ouvir isso. Odiaria ter Abby trancada na cela ao lado dela.

O comunicador de Meg zumbiu e ela respondeu. — Tick aqui.

Vivian não conseguiu ouvir o que foi dito a oficial de segurança, mas Meg assentiu. — Estou indo. — Ela olhou para Vivian. — Eles têm o refeitório funcionando. Eu tenho permissão para fazer uma pausa. Volto em uma hora e trago algo para você.

— Obrigada. Uma refeição quente parece boa.

— Qualquer coisa. Eu nem me importo se estiverem apenas servindo macarrão e aquela coisa branca que chamam de frango.

Vivian a observou sair e as portas no final da cela fecharam mais uma vez, deixando-a sozinha. Recostou-se na parede, suspirando.

Fazia cerca de oito horas desde que foi trancada e poderiam passas mais algumas semanas. E se Shaw e Alderson conseguissem o que queriam, seria pelo resto de sua vida. Eles não se importavam porque fez aquilo. Pareciam estar procurando alguém para punir. E os Ke'ters estavam todos mortos.

As portas se abriram e Vivian virou a cabeça, surpresa quando Abby entrou. Sua amiga trocou de roupa e agora usava algum tipo de macacão preto com muitos bolsos grandes, o cabelo vermelho preso para trás em um rabo de cavalo.

Vivian foi até as barras. — O que você está fazendo aqui?

— Nós não temos muito tempo.

— Abby tocou o painel codificado e os bloqueios se abriram. Ela puxou a porta. — Venha

comigo.

Vivian hesitou. — Eu não tenho permissão para sair.

Abby estendeu a mão, agarrou-a e puxou-a para fora da cela. — Você está em perigo! Vamos. — Ela a soltou e girou, correndo em direção às portas. — Fique atrás e confie em mim.

Vivian correu atrás dela. — O que está acontecendo?

— Aquele pedaço de merda do Sub-Comandante Shaw está conspirando com Grande Idiota Alderson para girar esse pesadelo inteiro e colocar a culpa nos outros. Invadi suas conversas privadas. Eles dirão que foi você, como o especialista cultural da nave, quem recomendou que os Ke'ters entrassem a bordo. E depois do ataque, você trancou todos antes que a tripulação pudesse fazer qualquer coisa para salvar a nave, porque supostamente entrou em pânico, percebendo que grande erro que cometeu.

Vivian ficou momentaneamente atordoada. — Isso não é

verdade! Eu sequer fui consultada. Inferno, sequer tinha permissão para me aproximar dos Ke'ters.

— Estou ciente, claro. Eles também culparão o Chefe da segurança por permitir aos Ke'ters tal liberdade na nave, incluindo o acesso tanto à ponte quanto aos operadores nos Centros de Controle.

Vivian sentiu-se mal. — Meu pai não...

— Eu sei.

—Interrompeu Abby. — Eles estão tentando salvar seus empregos, Vivian e não se importam com quem precisam culpar. Big M está morto. Ele não pode se defender. Nem a tripulação da ponte assassinada, que aparentemente recebeu ordens do Comandante para abrir para os Ke'ters.

— Mas você ainda está aqui e eles não podem permitir que viva para testemunhar sobre o que realmente aconteceu. Decidiram que seria bom se cometesse suicídio por causa da culpa de tantos tripulantes mortos, por causa do que você e seu pai supostamente fizeram. É por isso que precisamos levá-la para segurança. Eles a matarão, Vivian.

— Mas... há gravações! Não há como se safarem dessa merda.

— O Sub-Comandante e o Idiota prenderam Reese em seus aposentos. Ele planeja colocar o Comandante Idiota de volta no comando para que possam destruir qualquer prova do que aconteceu antes e durante o ataque. E você será a culpada por isso também. Idiotas!

Chocada, Vivian apenas pode suspirar.

— Mas tenho planos para eles.

— Abby fez uma pausa, abriu as fechaduras para obter acesso a outra porta e elas entraram na área de carga. — Você precisa se adequar. — Ela apontou para parede distante e puxou um pequeno bloco digital de um dos bolsos. Seu dedo bateu e parte da parede se abriu. Um traje espacial saiu, pendurado em um braço mecânico que o mantinha na posição vertical.

Vivian ainda estava se recuperando de tudo que ouviu. — Eles

não podem fazer isso!

— Eles podem tentar, mas não irão se safar. Eu me assegurei disso. Mudei os códigos de acesso para todos os quatro centros de controle. Também os tirei do núcleo do computador, onde tudo está armazenado, mas fiz backups primeiro das horas antes, durante e depois do ataque, apenas por precaução. Eu já os enviei para um computador em casa. Entre no traje.

O traje abaixou, o braço mecânico ainda o mantinha no lugar. Vivian franziu a testa. — Isso é para reparos exteriores.

— Sim, é. — Abby tocava em seu bloco. — Apenas agache dentro do traje e quando eu abrir as portas exteriores, criará um vácuo que irá afastá-la da nave.

Abby empurrou o bloco de volta no bolso e retirou um segundo dispositivo de outro. Era do tamanho da palma da mão e quando o ativou, uma luz vermelha começou a piscar. Quando Vivian continuou em estado de choque, sua amiga agarrou a frente de sua camisa e literalmente começou a empurrá-la para dentro do traje.

— Este é um sinal de socorro que roubei de uma das cápsulas de emergência. Não poderia colocá-la em um, já que apenas a ponte pode lançá-los. O traje espacial ajudará a tirá-la da nave.

O choque de Vivian começou a se desgastar... substituído por medo paralisante.

Abby agarrou seus braços e deu-lhe uma sacudida. — Não fique parada aí, merda! Eu desliguei todas as câmeras neste nível, mas a segurança pode fazer varreduras. Entre no maldito traje, Vivian! Nós não temos muito tempo. Alguém também pode desconfiar quando sua guarda aparecer para comer enquanto deveria estar de plantão. Eu... hum... a liberei por uma hora, fingindo ser um de seus

superiores.

— Você quer que eu flutue no espaço até que as equipes de resgate venham? Não acho que os trajes armazenam oxigênio suficiente para isso.

— Eles não o fazem. — Abby sorriu.

Vivian ficou ainda mais alarmada. — E isso a deixa feliz? Acha

que é uma maneira mais gentil de morrer frente ao que o Subcomandante Shaw e o Comandante Alderson planejam para mim? Por que não posso me esconder em uma das salas de controle?

— Isso será mais seguro a longo prazo. E... há alguém lá fora esperando para buscá-la.

Vivian rapidamente descobriu como entrar na abertura em forma de Y do traje, que incluía abaixar a cabeça para entrar no capacete preso antes de colocar os braços nas mangas. As luvas eram grandes e ela precisou subir na ponta dos pés e empurrar a bunda até a parte de trás do traje para passar as pernas pela divisão alta, que ainda se enterrava nela desconfortavelmente até que colocou cada pé nas botas. Eram enormes, ela tinha sapatos e ainda havia muito espaço dentro deles.

— Isso não se encaixa tão bem.

— Você não precisa andar por aí. Bem, não muito, de qualquer

maneira.

Os trajes também eram pesados e volumosos, como máquinas em forma de corpo. Ela virou para Abby depois que entrou. — Será um passeio difícil, já que a divisão de perna central é projetada para alguém muito mais alto.

— Sinto muito. O que importa é que você será pega em breve.

— Por Brar?

— Sim.

— Abby puxou o bloco. — Vamos. Está prestes a selar e soltarei os grampos. Essas roupas foram projetadas para serem mantidas no lugar durante a despressurização e depois liberadas quando não há mais oxigênio. Estou ignorando essa função. Apenas afaste-se da parede uma vez que eu me for e agache perto da porta

exterior.

— Espere! — Ela estava começando a entrar em pânico. — Por que eles apenas não atracam novamente para me pegar?

— Preciso explodi-la Vivian, para levá-la para além dos sistemas de defesa automática da nave. O Sub-Comandante Shaw e o

Comandante Idiota colocaram os motores on-line e estão

monitorando-os. O sistema de defesa não terá como alvo este

processo, já que é codificado como parte da nave. Isso é mais rápido do que hackear nossas defesas de qualquer maneira. Ele saberia que ficaram off-line e provavelmente mandariam segurança atrás de mim.

Vivian entendeu, infelizmente. — Então você realmente me

tirará desta nave?

— Sinto muito. Pode ser uma viagem difícil, mas saiba que Brassi e sua equipe estão lá fora para pegá-la. O farol que ativei garantirá

que eles tenham algo para encontrá-la. Não há mais tempo. Você

precisa ir.

— E você? Estará em perigo se ficar.

Abby sorriu. — Não se preocupe comigo. Posso lidar com idiotas e impedi-los de destruir evidências. Vamos.

Vivian ficou tensa e Abby bateu no bloco. O traje se fechou da garganta sob o elmo preso, descendo pelo peito e estômago, ao redor de suas pernas, surpreendendo-a e apertando-a para se ajustar à forma do corpo, então a braçadeira acima dela se soltou. Ela quase cambaleou sob o peso do traje, mas conseguiu ficar de pé.

Ainda podia ver Abby desde que o capacete do traje era estava claro.

— Divirta-se com o alienígena sexy. Deixe-o fazer aquilo de tirar a camisa para confortá-la. — Abby gritou, ainda sorrindo e recuando com seu bloco. — Entrarei em contato quando for seguro para você voltar para casa!

Vivian observou Abby sair do compartimento de carga e as luzes vermelhas começaram a piscar. Ela sabia que era um aviso de que as portas externas estavam prestes a abrir. Geralmente a sala era

descomprimida primeiro, o oxigênio expelido. Fez isso quando se preparou para o Brar atracar na nave deles.

Ela virou, movendo-se devagar para o centro da sala de costas para as largas portas externas. Apesar do ajuste, ainda parecia andar em algo quatro vezes maior e cem quilos mais pesado que seu corpo. Cada passo que dava era um esforço para não tropeçar nas botas volumosas.

— Você está pronta?

A voz no capacete a surpreendeu. — Ainda não.

— Depressa! Nós não temos muito tempo. Gostaria de sair desse nível antes que a segurança me encontre ou perceba que a tirei do calabouço. Pretendo ficar no Controle Um até que a ajuda chegue, já que não confio naqueles bastardos para não tentar me matar também,

não importa quem sejam meus pais.

Vivian se agachou ou tentou, mas o peso do traje a fez cair. Ela se preparou enquanto ficava deitada ali. — Agora. Obrigada, Abby.

— Pule, tanto quanto possível. Estou com os controles para abrir rapidamente as portas para que você não as atinja na saída. Pelo menos, essa é a teoria com a qual estou trabalhando.

— Porra.

— Vivian murmurou. Ela puxou seus membros para mais perto de seu torso e abaixou a cabeça. Era difícil de fazer no traje espacial volumoso. — Pronto.

Um alarme alto soou e então tudo foi movimento.

Ela sentiu seu corpo ser brutalmente puxado em uma direção, toda a luz se foi por um breve momento. O capacete queimava com uma iluminação suave e fraca, mas ainda era uma escuridão total ao

redor dela. A selvageria era uma coisa do passado, o peso do processo não era mais um problema. Teve vislumbres fugazes do Gorison Traveler enquanto seu corpo rolava rapidamente através da escuridão. A nave era enorme a princípio, mas enquanto seu corpo continuava se movendo sem peso, aumentando cada vez mais à medida que descia pela escuridão do espaço.

Quando viu o Gorison Traveler novamente, foi de uma distância

maior.

A voz de Abby veio do capacete. — Vivian? Diga-me que você está viva e não a matei.

— Estou bem e fora da nave. Eu não bati nas portas. Não estou ferida.

Abby riu. — Eu sabia que funcionaria. A comunicação cortará em breve. É uma coisa de intervalo. Boa sorte.

— Seja cuidadosa. Tem certeza de que não quer vir comigo?

— Eu não posso controlar tudo que estou usando para invadir sistemas se estiver de traje. Apenas posso tirá-la da nave. Ficarei bem. Estou a caminho do Controle Um agora.

— Deixe-me saber quando chegar lá.

O silêncio a cumprimentou. Seu corpo rolou novamente, flutuando pelo espaço. — Abby?

Ela não respondeu.

Vivian teve outro vislumbre da nave então, ainda mais longe. Ser sugada para fora do porão de carga com o oxigênio a impulsionou do Gorison Traveler como se estivesse usando propulsores. Provavelmente foi além do intervalo de comunicação.

Ela continuou rolando, já que não conseguia descobrir como parar. Olhava para o espaço, ocasionalmente avistando a cada vez menor Gorison Traveler, até o ponto em que não conseguia mais ver as luzes da nave.

Apenas a escuridão e o silêncio a rodeavam pelo que pareceram infinitos minutos. Vivian lentamente começou a se preocupar quando estimou que uma boa meia hora se passou desde que foi descartada da nave.

Onde estava Brassi?

O medo surgiu também. E se o farol não funcionasse? E se ele não pudesse encontrá-la ou mentiu para Abby sobre pegá-la?

Ela se acalmou sobre a última parte. Brassi foi honesto e honrado. Ele não diria que a pegaria se não planejasse fazer isso. Precisava ter fé nele mais uma vez. Ele a encontraria e resgataria.

Apenas esperava que isso acontecesse antes que o suprimento de ar do traje acabasse.

Ela não fez reparos externos e sabia muito pouco sobre os trajes. Eram usados por equipes especializadas e treinadas para trabalhar no exterior da nave quando algo dava errado. Ouviu que eles realmente tinham pequenos controles de propulsão, mas não tinha certeza de como acessá-los.

Vivian levantou os braços e aproximou-os da máscara do capacete para inspecioná-los, notando um bloco em um deles. Estava

escuro, não ativado. Não se atreveu a tentar ligá-lo. Com sua sorte, cortaria o oxigênio ou abriria o traje por acidente, o que a mataria.

Ela caia muito lentamente agora, olhando para trechos intermináveis de espaço escuro. Não podia mais sentir o movimento, já que a gravidade se foi. Era esquisito, muito quieto e tentou manter a calma.

— Cinquenta por cento. —Anunciou uma voz robótica pouco

tempo depois.

— Olá?

O traje não respondeu.

Vivian tentou desacelerar sua respiração. Cinquenta por cento provavelmente significava suprimento de oxigênio. Olhou para fora do capacete, procurando por qualquer sinal da nave de Brassi, mas não havia nada.

Virou a cabeça, continuando a procurar na escuridão. Minutos depois, ela viu algo.

Ela tentou se concentrar, mas seu corpo rolou devagar, removendo-o de vista. Então lentamente voltou a ver. Era leve e vinha

diretamente para ela. Deveria ser Brassi e sua equipe.

— Brassi? Você pode me ouvir?

Não houve resposta. Talvez o traje não pudesse se conectar a nave dele ou talvez ela precisasse ligá-los. Não que soubesse como fazer isso.

As luzes se aproximaram e ela percebeu a forma de uma grande nave. Não era sequer próxima do tamanho de uma nave da frota. Apenas esperava que fosse Brar e não alguma nave enviada pelos Ke'ters para descobrir por que seus companheiros não levaram

Gorison Traveler de volta.

A nave tinha um casco de superfície escura, poucas luzes e voava bem próximo a ela, quase perto o suficiente para tocar, fazendo Vivian temer bater e fazê-la rolar em outra direção. Em vez disso, deslizava

lentamente, até ficar atrás dela.

Uma escotilha se abriu e ela levou os braços e as pernas para dentro. Luzes brilhantes piscaram, mostrando o que parecia ser um porão de carga.

— Merda. — Eles iriam apenas deixá-la flutuar por dentro.

Vivian prendeu a respiração até chegar ao porão. Bateu na parede, saltou, mas selaram as portas externas antes que ela pudesse flutuar novamente para o espaço.

E de repente, ela começou a sentir um peso em seu corpo e seu traje caiu no chão. O que apenas piorou, até que ela sentiu como se estivesse sendo esmagada pelo traje contra o chão de metal no qual estava deitada. As luzes dentro do compartimento de carga eram incrivelmente brilhantes. Apertou os olhos, tentando distinguir qualquer coisa da visão limitada além de seu capacete levemente virado.

Vivian lutou para se sentar, mas depois de ficar livre da gravidade, o traje parecia ter um peso de duzentos quilos. Ruídos abafados vieram para ela... alguma coisa sibilando, em seguida, altos passos de botas. Alguém se agachou sobre ela e mãos agarraram várias partes do traje. Mal podia senti-las através do material grosso. Ela foi levantada e virada de costas...

E então o rosto preocupado de Brassi estava a centímetros de distância.

Ele rosnou alguma coisa e levantou a cabeça um pouco. Isso lhe deu uma visão melhor, agora que ele não estava na cara dela. Dois

outros Veslor apareceram a cada lado dela. Um deles ergueu uma lâmina torcida de aparência aterrorizante, ela sentiu o corpo estremecer um pouco. Eles estavam cortando o traje.

Ela não protestou, já que não tinha idéia de como abri-lo. Apenas esperava que eles acidentalmente não a cortassem.

Ar entrou em todos os lugares aonde cortaram o traje. Isso a fez perceber o quão fria estava no espaço antes de entrar na Brar.

Brassi se aproximou de sua máscara novamente e começou a

puxar o capacete.

— Isso não funcionará. — Ela gritou, esperando que ele pudesse ouvi-la. — É uma peça. Não sai. Abra o traje para que eu possa me

mexer.

Ele rosnou algo em sua língua, mantendo o olhar nela. — Você está ferida?

— Não. — Ela deu-lhe um pequeno sorriso.

Ele não sorriu de volta. Em vez disso, ele virou a cabeça,

rosnando mais ordens para seus homens. Sentiu uma mão apertar sua barriga, mais puxões no traje e então as mangas estavam sendo rasgadas de seus braços. Ela curvou os dedos para tirá-los das luvas

embutidas. Mãos agarraram seus tornozelos e soltaram as pernas. Então seu corpo foi puxado para baixo para tirar a cabeça do capacete.

Ela respirou o oxigênio filtrado da nave. Era quente e cheirava a algo como pinheiros.

Brassi colocou as mãos sob ela e levantou-a, ficando de pé. Ainda sentia seu corpo pesado, apesar de se livrar do traje, mas ela conseguiu agarrar levemente seu ombro.

— Vassi está esperando em nossa ala médica por você.

— Estou bem.

Brassi não diminuiu, dando mais ordens aos homens atrás deles

enquanto atravessavam uma porta que se abriu automaticamente quando se aproximou. As luzes brilhantes diminuíram em um corredor. Era estreito comparado aos corredores do Gorison Traveler. Ele a levou para um elevador, que também se abriu automaticamente. Adivinhou que a nave dele não tinha muita segurança ou estava programada para lê-lo e abrir as portas quando se aproximasse.

Ele olhou para seu rosto. — Sinto muito por deixá-la lá por tanto tempo. Nos disseram que seria expulsa na direção oposta. Tivemos

que nos manter longe o suficiente para evitar que sua nave nos atacasse, então voltamos uma vez que pegamos seu sinal de socorro.

— Está bem. Fico feliz que você veio. Sinto muito que precisou fazer isso.

O elevador parou e as portas se abriram. Ele desviou o olhar e caminhou para frente.

— Eu posso andar. Quer dizer, estou sofrendo um pouco com a gravidade, mas não é nada comparado a estar nesse traje.

Brassi continuou andando rapidamente por um corredor reto até que parou e se virou quando outra porta se abriu.

Ela ficou cara a cara com outro Veslor. Este deveria ser Vassi. Ele

tinha cabelos negros, olhos dourados e parecia muito com seu irmão, então este era meu palpite. Sua voz, quando ele falou, confirmou isso.

— Coloque-a na mesa de exame.

— Estou bem.

Eles não pareciam se importar. Brassi deitou-a em uma cama confortável e Vassi passou um scanner sobre ela. Fez uma pausa acima do peito e franziu a testa. — Dispositivo mecânico.

— Oh! — Ela esqueceu sobre isso. Desabotoou a parte superior da camisa e colocou a mão dentro, encontrou-o e puxou para fora. — É o rastreador que Abby me deu para ajudá-lo me encontrar quando

estava no espaço.

Brassi pegou e virou, indo para uma parede. Houve um leve assobio, então ele voltou.

Vassi terminou seu exame. — Sua temperatura corporal é um pouco mais baixa do que deveria ser, leituras elevadas, provavelmente, de estresse, mas no geral, ela está em boa condição, considerando sua recente provação.

— Ela bateu na parede de carga com seu traje. Yoniv tentou ajustar a gravidade para desacelerá-la quando chegou, mas falhou.

— Eu estou bem. — Ela assegurou a ambos. — Mesmo. Os trajes são parecidos com conchas. Eles podem receber alguns danos.

— Você não pode, no entanto.

— O tom rouco de Brassi implicava que ele ainda estava com raiva.

Ela tentou se sentar, mas seu corpo ainda parecia lento. Brassi ajudou-a, suas grandes mãos gentis. Ela sorriu para ele novamente e depois observou as feições de Vassi. — É bom finalmente vê-lo.

Ele pareceu confuso por uma fração de segundo, mas então sorriu, revelando seus dentes afiados. — Certo. Brassi foi o único que

mostrou o rosto.

— Você está dolorida? Está se movendo muito devagar.

Ela virou-se para Brassi. — É apenas uma mudança gravitacional. Totalmente normal. Estou feliz por apenas experimentar uma versão leve disso.

—Mudança gravitacional? — Vassi se virou, pegou um bloco digital e começou a bater nele com um dedo.

— Ajustar a pressurização pode fazer com que alguns humanos sintam que seus corpos pesam duas vezes mais do que o normal. Eu não estou enjoada, no entanto. Peguei um transporte para outra nave uma vez, que estava sobrecarregada. Eles não ligam a gravidade quando isso acontece. Foi um voo de nove horas. Vi alguns dos outros passageiros vomitando suas entranhas quando ancoramos e alguns não conseguiram sequer sair de seus assentos. Precisaram ser retirados em macas para se recuperarem.

— Danos nos órgãos internos?

A cabeça de Vassi se ergueu.

Ela pensou sobre o que disse, então abafou um sorriso. —Vomitar suas entranhas é apenas um ditado. Isso significa que esvaziaram o conteúdo do estômago. Qualquer coisa que tivessem comido ou bebido voltava.

Vassi assentiu. — Ah.

— Eu me sinto cansada, mas me ajustarei rápido. Sempre estive

em uma nave.

— Sempre?

Ela acenou para Brassi. — Cresci em naves da frota. O maior tempo que vivi em um planeta foi na faculdade para meus estudos culturais. Passei dois anos na Terra. Consegui fazer a maioria dos meus cursos por computador antes disso.

— Seus pais eram da frota da Terra Unida?

— Meu pai era. Minha mãe era uma colona que ele conheceu e se casou. Ela apenas pode tolerar esse tipo de vida por um ano antes de se divorciarem.

— Tipo de vida?

— Viver em uma nave. Ela estava acostumada ao ar fresco e com

a superfície, era duro para ela ficar no espaço. Queria voltar para colônia, para sua família, depois que eu nasci.

— Explique divorciado. — Brassi se aproximou.

— Eles terminaram o casamento. Eu disse que temos contratos? Ambos concordaram em terminá-lo. Papai ficou com minha custódia. Ela o viu franzir a testa. — Quando os pais terminam um casamento, precisam decidir com quem a criança irá morar. Sua colônia ainda era bastante instável devido às condições climáticas adversas e ambos

concordaram que as naves da frota eram melhores para as crianças, com suas instalações médicas avançadas e escolas. Então ela me

deixou para trás com meu pai.

— Quando eu tinha dez anos, ele foi morto durante uma missão.

Até então, mamãe se casou com outro homem e teve mais quatro filhos. Ela sentiu que eu seria um fardo adicional demais para eles e se recusou a assumir minha custódia. — Isso ainda machucava

Vivian. — Em vez disso, fui adotada pelo melhor amigo do meu pai. Big M e seu filho foram os que morreram no Gorison Traveler. Eles me queriam ali e já éramos próximos. Eu cresci com eles. Minha mãe é alguém de quem nem me lembro.

A compaixão suavizou os traços de Brassi. — Sinto muito,

Vivian.

— Pelo que? Não você aquele que se recusou a me aceitar porque não queria uma boca extra para alimentar. Não posso agradecer o suficiente por me pegar e me deixar a bordo. — Ela abaixou o olhar. — Pode me deixar em qualquer lugar. Eu não quero ser um fardo para você ou sua tripulação.

— Você é bem-vinda para ficar no Brar por quanto tempo quiser.

Vassi resmungou algo baixo e o que quer que ele tenha dito fez

com que Brassi risse.

Vivian olhou entre eles. — Eu realmente preciso aprender sua língua.

— Eu disse que não é como se você pudesse comer muito. —

Vassi colocou o bloco para baixo. — Os terráqueos não são fortes.

Ela não podia discordar, comparada a Veslor. — Ainda agradeço tudo o que você fez. Abby irá esclarecer está bagunça o mais rápido possível. Eu tenho fé nela.

— Ela me informou sobre o que está acontecendo quando entrou em contato. — O tom de Brassi tornou-se áspero novamente e a fúria

brilhou em seus olhos dourados. — Você me avisou que alguns de sua raça não têm honra e seu Capitão é um deles. Não permitirei que ninguém a machuque. Considere o Brar seu santuário durante o tempo que for necessário.

— Obrigada.

— Não precisa dizer isso. Agora, você precisa de comida e descanso. — Brassi deslizou os braços sob ela e a levantou.

— Eu posso andar.

Ele a ignorou mais uma vez, levando-a para fora da ala médica e de volta para o corredor.

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