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Storytelling

Storytelling 14/08/2015

Contar histórias é coisa muito antiga, mas, nos últimos anos, esse ato ganhou ainda mais espaço no meio publicitário e passou para o patamar de uma das principais e mais atrativas formas de comunicar. O storytelling, como é chamada essa técnica narrativa, é usado com vários objetivos: resgatar a história de uma empresa, facilitar a comunicação de um momento específico, explicar de uma forma clara os objetivos de um novo projeto. O importante é que, ao contar uma história, o leitor se identifique com ela e a marca ganhe vida. Se você buscar algumas embalagens de produtos moderninhos, vai perceber a técnica nelas. Por meio de uma bela e emocionante história, a marca conta sua origem e transmite sua missão e valores, criando uma conexão com o consumidor. Um dos bons exemplos do uso da técnica é a campanha "Retratos da Real Beleza", da Dove. Nela, um artista forense faz retratos falados de mulheres a partir da autodescrição delas e da descrição de outras pessoas. Ao analisar os desenhos, as mulheres percebem que as pessoas as veem muito mais bonitas que elas próprias se percebem. O vídeo foi compartilhado milhares de vezes, emocionou e influenciou mulheres do mundo todo.

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Mas, como em tudo na vida, sempre tem quem abusa da técnica e substitui a própria história, às vezes sem graça, por uma mentira bem contada. Aqui no Brasil, o caso mais famoso é o da marca de sorvetes Diletto, um fenômeno desde que foi criada, em 2008. Para convencer o consumidor a pagar, na época, oito reais por um picolé de marca desconhecida, a Diletto contou em suas embalagens que a inspiração para a criação do produto vinha do Nonno Vitório, avô de um dos fundadores e que teria morado na região do Vêneto, onde fabricava sorvetes utilizando frutas frescas e neve. A mentira foi descoberta, a empresa sofreu processo no Conar e foi obrigada a mudar sua embalagem. O caso mais recente de sotrytelling mentiroso é o da marca de roupas americana Hollister, que usou uma atraente história de um homem que cansou da vida urbana, saiu pelo mundo a velejar, conheceu seu amor na Ásia, casou-se, teve um filho, abriu uma lojinha de artesanato e, em 1922, quando o herdeiro assumiu o negócio, passou também a vender roupas. Tudo mentira! A marca foi criada em 2000 e sua história nada tem a ver com a aventura mundo afora, a não ser o próprio posicionamento da marca e de todo seu conteúdo de internet.

Contar uma história mentirosa pode ser mais fácil para transmitir o posicionamento da empresa, no entanto, coloca em risco a credibilidade da marca e seus produtos. Afinal, mentira tem perna curta.

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