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Gestão de crise

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Confiança digital

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Gestão de crise 20/12/2015

O caso Samarco e o rompimento da barragem em Mariana podem nos trazer algumas lições também em comunicação, mesmo que nossos negócios nada tenham a ver com mineração ou qualquer outro setor de alto risco ambiental. O relacionamento com a imprensa é uma área que merece ser observada pelos empresários que acompanham esse caso. Desde o início, a Samarco restringiu o acesso a informações sobre o episódio; em vários momentos, os dados repassados por porta-vozes foram desmentidos por especialistas e autoridades. Diante do silêncio da Samarco, a Folha de São Paulo publicou há duas semanas 25 perguntas que os repórteres gostariam de fazer à direção da empresa, mas nunca foram atendidos. Algumas das questões surgiram justamente pela falta de comunicação com a imprensa e a sociedade. Já a BBC Brasil noticiou que um grupo de investidores americanos está processando a Samarco em função dos efeitos causados pelo rompimento da barragem. A base da ação judicial está justamente na falta de informações e nos dados apresentados pela Samarco à imprensa.

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Quando o setor em que se atua é de alto risco, é imprescindível que a empresa tenha um plano de gerenciamento de crise e nele as ações relacionadas à imprensa. Junto à equipe de comunicação e assessoria de imprensa, esse plano será construído e determinará porta-vozes, quando e como os jornalistas serão atendidos. Lembre que a imprensa é quem representa de certa forma o interesse da sociedade e tudo o que os jornalistas perguntam é o que a comunidade deseja também saber. Dependendo da situação, antes da imprensa, outros públicos deverão ser informados, como funcionários, investidores, poderes públicos, mas nunca, de forma alguma, a imprensa deve ser isolada e ficar sem informações. Esse tipo de atitude gera desconforto, especulações e só ajuda a agravar a crise.

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