Revista Alimentação Animal n.º 117

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N.º 117 JULHO A SETEMBRO 2021 (TRIMESTRAL) ANO XXXII 3€ (IVA INCLUÍDO)

I FÓRUM DA ALIMENTAÇÃO ANIMAL CONFIRMA PROATIVIDADE DA INDÚSTRIA

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL EDITORIAL

APESAR DAS INCERTEZAS E DIFICULDADES, DESISTIR NÃO É OPÇÃO

Cristina de Sousa Diretora da IACA

ÍNDICE 03 EDITORIAL 04 TEMA DE CAPA 24 SUSTENTABILIDADE 26 PAC 28 INVESTIGAÇÃO 44 SPMA 45 NOTÍCIAS DAS EMPRESAS 50 AGENDA

Convidou-me o Jaime Piçarra para assinar este Editorial a partir da minha experiência na Indústria e na Fileira, num ano em que a empresa que represento, a Raporal, comemora o seu 50º Aniversário. A partir daqui, com base no passado e no presente, difícil e incerto, seria possível projetar o futuro de todo um Setor que já mostrou uma notável capacidade de resiliência e de adaptação em contextos de grandes dificuldades, mas que enfrenta um futuro sombrio, pela evolução recente e os ataques, quase diários, à atividade pecuária, a que acresce a “tempestade perfeita”, se conjugarmos os custos da alimentação com a baixa de preços dos produtos de origem animal. No início, o sonho era construir uma fábrica de rações que produzisse alimentos compostos de qualidade para alimentação dos seus animais. Concretizada a construção da unidade, outros sonhos se seguiram como a integração, desde a produção até à transformação de carnes. A Indústria tem hoje empresas integradas, outras no mercado livre, que são muito mais do que empresas de rações, mas parceiros de negócio dos produtores pecuários e preocupados em fornecer as melhores soluções nutricionais para que todos possamos ser viáveis, competitivos e sustentáveis. No decorrer destas cinco décadas houve vários momentos marcantes, uns positivos e outros nem tanto, mas o Setor é essencial para o desenvolvimento dos territórios em que se inserem e, direta ou indiretamente, contribuímos para alimentar Portugal, com uma componente de exportação que não é negligenciável, reduzindo o nosso déficit comercial. Se no início as dificuldades se prendiam com o desafio de construir uma empresa de raiz, ao longo dos anos outras foram ultrapassadas. Dificuldades que se prendem com a incerteza do abastecimento, assim como com a colocação do nosso produto final no mercado. Um fenómeno que é crónico e para o qual temos de dar uma resposta enquanto Fileira. Hoje a menor produção de cereais em Portugal (situação que já se verifica há muitos anos) assim como o grande interesse que os fundos de investimento têm revelado pelas matérias-primas criaram incerteza, volatilidade, e têm dificultado a previsão de compra pelas fábricas de rações. Por outro lado, as dificuldades sentidas nos últimos anos e sobretudo em 2021, com a colocação e valorização dos produtos finais no mercado (nacional e externo) leva-nos a questionar o futuro do setor. É nestes momentos de reflexão que me questiono: a fome é um fenómeno em expansão, há que alimentar uma população crescente no mercado mundial; porquê tanta dificuldade em tornar esta atividade atrativa? No entanto, faz todo o sentido continuar a produzir carne para alimentar essa população, participar ativamente no desenvolvimento e ser parte importante na economia do nosso País. Mas há também outros receios … a redução do consumo de carne é uma realidade, assim como a imagem da produção animal, nomeadamente a relativa ao bem-estar animal ou a utilização dos antibióticos, a desflorestação, têm grande impacto junto do consumidor e, infelizmente, na maior parte das vezes a “história não é toda contada”. As “fake news”, o apetite voraz dos media pela desgraça, os grupos antiglobalização e ambientalistas, algumas práticas no setor que devem ser fiscalizadas e exemplarmente punidas têm conduzido a um ambiente desfavorável e não temos conseguido fazer passar a mensagem das transformações notáveis que toda a Fileira tem desenvolvido nos últimos anos em prol da qualidade, indo ao encontro da satisfação dos consumidores e adaptando-se constantemente às exigências legislativas. Factos como os avultados investimentos realizados nas instalações, garantindo conforto e bem-estar aos animais, nomeadamente o controlo da temperatura, da humidade, ventilação, … não são devidamente divulgados junto da população. Nesta área há muito ainda a fazer! A nossa mensagem (a da produção) não vende jornais, nem cativa audiências e nós, por muito que queiramos, não conseguimos fazer valer as nossas mensagens, nomeadamente que somos uma atividade que recicla, reutiliza, cria riqueza e se preocupa com os consumidores, com as alterações climáticas, com os desafios societais. Como vai ser o futuro? Não sei e é difícil prever ou antever! Talvez consigamos recuperar o consumo da carne, talvez os nossos clientes não promovam a venda da carne cada vez mais barata, talvez as grandes preocupações com a pegada de carbono, legítimas, favoreçam o consumo local em detrimento do consumo mais barato. Talvez se promova o aumento da produção de matérias-primas, leia-se cereais, oleaginosas e proteaginosas em Portugal que nos permita a utilização de recursos locais naturalmente menos onerosos. É com as muitas dúvidas identificadas neste texto que termino. Não pretendo transmitir uma mensagem de desânimo, mas se não fizermos nada para alterar a situação atual, todos perdemos, nomeadamente Portugal! As dificuldades trazem sempre oportunidades, mas todos, empresas do Setor e Administração Pública, nacional e comunitária, temos de ser cúmplices, para que a mudança de paradigma reconheça a importância da atividade pecuária, nas dietas, no território, no ambiente e nos ecossistemas, em que o papel da alimentação animal é e será determinante. Nos trabalhadores da minha empresa e de todos os que a serviram desde há 50 anos, homenageio todas as empresas e trabalhadores que nos fazem sentir um enorme orgulho no Setor da Alimentação Animal e da Fileira Pecuária. Com o mesmo espírito lutador e de abnegação, saberemos ultrapassar as adversidades e preparar os desafios de 2030. Porque desistir não é opção. A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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A IMPORTÂNCIA DA PROATIVIDADE N.º 117 JULHO A SETEMBRO 2021 (TRIMESTRAL) ANO XXXII 3€ (IVA INCLUÍDO)

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Longe vão os tempos das crises da BSE (1996), das dioxinas (1999), do Livro Branco sobre Segurança Alimentar (2000) ou ainda dos nitrofuranos (2003) e das atitudes defensivas da Indústria da Alimentação Animal que, pese embora os argumentos e o “ir à luta”, não raras vezes sentindo-se injustiçada porque estava perante problemas dos quais não era responsável, foi apanhada num verdadeiro turbilhão, não sabendo como reagir, pelo peso fortemente negativo junto da opinião pública. E, por essa via, também com impacto nos seus clientes, com todo o drama que afetou em diferentes momentos, quer o consumo de carne de bovino ou, anos mais tarde, a carne de frango. Sabemos hoje que parte desses consumidores de carne de bovino se perderam em muitos países, pese embora em Portugal a recuperação tenha sido rápida, e que o consumo desta carne se caracterize pela relativa estabilidade. Regressando a esse passado não muito longínquo, há 25 anos, lembramo-nos que nessa altura, no primeiro grande embate, com a crise das vacas loucas e as farinhas de carne, fomos dos que mais defendemos que a Indústria se deveria antecipar ao legislador, mostrar algo de positivo e explicar o que e como fazíamos. Abrir, se possível as portas das empresas à opinião pública, através da comunicação social, e levar os clientes a perceber melhor os processos de produção, para ganharmos confiança e credibilidade. Os receios eram compreensíveis, tanto mais que existia um sentimento de que a alimentação animal era o “bode expiatório”, as regras eram muito mais restritivas que as que vigoravam na alimentação humana (quem se não lembra da famosa “fórmula aberta”?) e o setor passava da agricultura (DG AGRI) para a saúde e proteção dos consumidores (DG SANTE), decisores que não faziam a mínima ideia de como funcionava o setor (ou a Fileira animal). No entanto, depois de maturadas discussões no quadro da FEFAC avançámos para a elaboração do Código de Boas Práticas, que foi replicado em muitos Estados-membros e Associações, entre as quais Portugal e a IACA (no nosso caso com aprovação e homologação das autoridades nacionais), com novas versões atualizadas, em função dos avanços legislativos, nomeadamente da introdução do HACCP e a higiene nos alimentos para animais, bem como a rastreabilidade. O que não evoluímos nestes últimos anos…como a Indústria da alimentação animal se modernizou, e se adaptou de uma forma notável, aos sucessivos desafios, legislações, restrições de mercados, nunca desistindo, impulsionada pelo conhecimento, pela tecnologia e por uma presença junto dos centros de

decisão, a montante e a jusante, com a DG AGRI ou a DG SANTE, numa forte cooperação internacional, no quadro da FAO ou do Codex Alimentarius, numa estratégia proativa que está definitivamente a colher os seus frutos. Conscientes de que tínhamos um papel a desempenhar, em 2016, na Turquia, num Congresso centrado na aceitação social da alimentação animal e da pecuária, a Indústria adotou a Visão 2030 com base em 3 pilares – segurança alimentar, nutrição animal e sustentabilidade – que anos mais tarde, em 2020, se traduziu na Carta de Sustentabilidade 2030, com objetivos claros, ambiciosos e mensuráveis. Anos antes, em 2015, tinha sido lançado o 1º Guia de Aprovisionamento de soja responsável, com preocupações na desflorestação, no ambiente, nas boas-práticas agrícolas, mas igualmente nas questões sociais e na envolvente com as comunidades locais, no Brasil, na Argentina, Paraguai ou nos EUA. Temos assim, um conjunto de sistemas de fornecimento de soja reconhecidos à escala mundial, contribuindo para uma visão mais favorável e responsável da cadeia de fornecimento. Em 2021, em linha com a Carta de Sustentabilidade, o Guia foi adaptado em função de uma nova agenda ligada ao ambiente e à desflorestação, às alterações climáticas, com novos e mais exigentes critérios. Ainda em 2021, foi apresentado o primeiro relatório da Carta de Sustentabilidade, com o compromisso de avaliação dos objetivos traçados, como um “prestar de contas” à Sociedade das metas a que nos comprometemos. A IACA orgulha-se de fazer parte de todo este processo, participando neste caminho desde a primeira hora. Temos a consciência de que esta postura proativa que assumimos também com a criação do FeedInov, ou com o Projeto SANAS, de que resultou o 1º Fórum da Alimentação Animal que merece destaque nesta edição da Revista “AA” tem sido importante para a credibilidade do Setor e para que, como testemunhamos pelas intervenções da então Presidente do Conselho, Maria do Céu Antunes, ou o Comissário Agrícola, a Alimentação Animal seja hoje considerada sem margem para dúvidas, como parte da solução para uma produção animal mais sustentável. O setor ganhou uma reputação que teremos de saber usar na credibilidade da atividade pecuária. Que ficou a dever-se, em nossa opinião, a uma estratégia e atitude proativas. Esta é a melhor lição dos últimos 25 anos, que nos deve guiar para o futuro. Jaime Piçarra


VOCÊ TEM A AMBIÇÃO DE CRESCER NÓS TEMOS OS RECURSOS PARA O APOIAR Estamos aqui para o ajudar a concretizar a ambição de crescer. Temos um conhecimento profundo de nutrição e produção animal, sustentado em 100 anos de experiência, na presença em 75 países e numa forte aposta em Investigação. Como seu parceiro de negócio, queremos ser a força motriz do seu crescimento, através das melhores soluções nutricionais e mais sustentáveis práticas de maneio. Desta forma, cumprimos a nossa missão de alimentarmos animais saudáveis com responsabilidade. De Heus, ao serviço da nutrição dos seus animais.

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O PAPEL DA NUTRIÇÃO ANIMAL NA PROMOÇÃO DE UMA PECUÁRIA E AQUICULTURA COMPETITIVAS E SUSTENTÁVEIS RESPOSTA DA FEFAC AO PACTO ECOLÓGICO EUROPEU

Alexander Döring Secretário-Geral da FEFAC

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A FEFAC lançou a sua Carta de Sustentabilidade dos Alimentos Compostos 2030 em setembro de 2020 durante o seu primeiro Congresso FEFAC/BFA com transmissão ao vivo. A carta marca um novo desenvolvimento para a FEFAC e para os seus membros de muitas formas ao estabelecer ações e compromissos concretos e ambiciosos para a indústria europeia de alimentos compostos no sentido de apoiar a produção pecuária e de aquicultura sustentável. O documento dá uma resposta direta aos decisores políticos da UE que corresponde a todos os objetivos relevantes do Pacto Ecológico e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para o setor da pecuária e da aquicultura. A sustentabilidade é um tema no qual já trabalhamos há vários anos, tendo começado em 2006 com a soja sustentável, mas agora desenvolvemos uma visão abrangente vinculada a ações práticas específicas que destacam os benefícios para os nossos clientes agricultores e para a sociedade como um todo, soluções modernas e inovadoras de nutrição animal para ajudar a reduzir os impactos ambientais e outros relacionados com a produção pecuária. Esta é uma tentativa real de fazer andar o ponteiro e adotar uma abordagem proativa no sentido de objetivos e resultados mensuráveis. Os nossos parceiros da cadeia de valor pecuária e agrícola e os decisores políticos da CE já reconheceram que a elaboração de uma Carta é uma excelente forma de partilhar uma perspetiva prática, estabelecendo metas realistas sobre o que pensamos ser importante quando se trata de melhorar a “sustentabilidade dos alimentos compostos para animais”. A mesma forneceu à FEFAC um bom veículo para converter a nossa Visão 2030 (lançada em 2016) em ambições e iniciativas viáveis, proporcionando a todos os nossos membros um âmbito claro de implementação que, obviamente, necessita de ter soluções à medida a nível nacional para ir ao encontro do respetivo mercado e expetativas em termos de política. Um dos principais impulsionadores da política para avançar com a Carta a nível da UE é a Estratégia da UE Farm to Fork, que nos manterá ocupados durante os próximos anos. O momento de lançar as nossas ideias sobre produção sustentável de alimentos compostos foi perfeito. A Comissária Europeia da Saúde Pública e Segurança Alimentar, a Sra. Stella Kyriakides e o Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvi-

mento Rural, Janusz Woijciechowski, reconheceram publicamente o valor da carta destacando que a Comissão Europeia partilha “muitos dos princípios” nela estabelecidos. A Comissão Europeia até se inspirou na nossa carta ao convidar toda a cadeia alimentar da UE a desenvolver o código da UE de boa conduta empresarial para uma cadeia alimentar responsável, que constitui uma plataforma para todos os parceiros da cadeia alimentar apresentarem ambições setoriais comuns, mas também ao nível das empresas como alcançar os Objetivos Farm to Fork da Comissão. A FEFAC assinou o código de boa conduta empresarial e já entregou o seu primeiro relatório de progresso sobre a implementação da carta, incluindo exemplos fornecidos por muitas das nossas associações nacionais. A Carta FEFAC 2030 disponibiliza 5 níveis específicos de ambições relacionadas com o setor dos alimentos compostos. A neutralidade climática (ambição 1) e o fornecimento responsável (ambição 3) foram rapidamente identificadas, mas precisávamos de algumas discussões para melhor captar o nosso papel na economia circular. Compreendemos que o elemento-chave aqui é a abordagem de como os nutrientes são geridos, nos ingredientes dos alimentos compostos, na formulação dos alimentos compostos, na digestão animal e na excreção de estrume. Além disso, a indústria de alimentos compostos é especialista em valorizar os coprodutos provenientes de outros processos de produção de alimentos e de bioenergia. Como tal, a ambição 2 centra-se na eficiência dos nutrientes. Desde o início, também pretendemos incluir as soluções de nutrição animal com vista a melhorar a saúde animal como elemento-chave para auxiliar o setor pecuário na melhoria da sustentabilidade para reduzir a necessidade de antibióticos e combater a resistência antimicrobiana. Isto tornou-se a ambição 4. Desenvolvemos a ambição 5 com o pilar social da sustentabilidade em mente. Colocamos o foco no elemento de resiliência para podermos incluir elementos como a redução da dependência da importação de proteínas, assim como a comunicação com a sociedade. A Carta inclui 57 ações específicas dos membros da FEFAC para estimular a produção sustentável de alimentos compostos. Tal deve servir de inspiração para todos os membros da FEFAC sobre as ações que podem ajudar a indústria europeia de alimentos


compostos para animais a cumprir os compromissos assumidos. Não devemos esquecer, no entanto, que a Carta da FEFAC é um ponto de referência para muitos membros começarem a trabalhar em objetivos de sustentabilidade de alimentos compostos práticos que reflitam a situação nacional e as prioridades dos parceiros relevantes da cadeia de valor da pecuária e da aquicultura e recolham os dados necessários para determinar uma linha de base. Os nossos parceiros ao nível da UE demonstraram um interesse particular pela nova versão das Diretrizes de Abastecimento de Soja da FEFAC 2021, um crescendo à medida que se implementa a regra da categoria de impressão ambiental do produto e a base de dados Global Feed LCA que fornece uma ferramenta e base de dados harmonizadas para levar a cabo o nosso cálculo da pegada ambiental dos alimentos compostos para os clientes agricultores que necessitam de responder à crescente pressão do mercado por parte dos retalhistas. Na Assembleia Anual pública da FEFAC em 11 de junho de 2021, a Presidente do Conselho de Agricultura e Pescas da UE e Ministra da Agricultura de Portugal, Maria do Céu Antunes, destacou a relevância da Carta de Sustentabilidade de FEFAC 2030, salientando a prioridade do Conselho de Agricultura e Pescas da UE no sentido de reduzir o défice de proteínas através do aumento da produção de proteínas e da procura de proteínas alternativas na UE. A FEFAC focou a promoção dos objetivos do plano de proteínas da UE no contexto das negociações para a reforma da política agrícola comum concluídas com êxito em junho de 2021. A FEFAC exortou a Comissão da UE a prestar especial atenção às medidas de apoio ao setor das proteaginosas ao avaliar os Planos Estratégicos Nacionais (previstos para 2022). A FEFAC salientou a necessidade de dar prioridade à produção de proteínas de alimentos compostos como uma das metas de inclusão da NSP. A Comissão Europeia apresentou a sua nova versão do balanço de proteínas da UE como ferramenta-chave de monitorização que é agora utilizada por um número crescente de Estados-Membros (França, Alemanha, Países Baixos…). A FEFAC continuará a desenvolver indicadores de sustentabilidade adicionais para a indústria de alimentos compostos (participação em matérias-primas para alimentos compostos de “qualidade não alimentar” em alimentos compostos) para promover ainda mais a solução de nutrição animal para abordar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu em vista das novas iniciativas legislativas da CE de Farm to Fork, Rotulagem

ecológica de alimentos compostos e produtos alimentares, Biodiversidade e matérias-primas livres de desflorestação (soja, palma, etc.). A Carta da FEFAC 2030 continuará a ser o principal veículo de comunicação para os nossos parceiros da cadeia de valor e para os deciso-

res políticos da UE. Esperamos o contributo e as metas de sustentabilidade dos alimentos compostos da IACA e dos seus membros para garantir que o nosso setor pode ajudar os produtores da pecuária e da aquicultura a continuarem a ser “uma solução de futuro”.

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DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO ATUAL E FUTURA DA PECUÁRIA E DOS ALIMENTOS COMPOSTOS DA UE UMA BASE POTENCIAL PARA SOLUÇÕES Introdução

J. E. van Eys, PhD. USSEC e GANS Inc.1

A produção pecuária – e a produção associada de alimentos compostos – é uma parte integrante e indissociável da cadeia alimentar humana. Isto é claramente acentuado pela iniciativa estratégica “Farm to fork” de 2020 lançada pela Comissão Europeia; uma posição inteiramente apoiada pela FEFAC. Esta abordagem enfatiza a importância e a necessidade de garantir a “sustentabilidade” de todo o sistema de alimentos para consumo animal e consumo humano com consequências de longo alcance para o bem-estar ambiental, económico e social da população que procuram alimentar. Escusado será dizer que o principal “motor” da produção pecuária da UE é a sua população e as diferentes exigências que esta população coloca – ou irá colocar – nos produtos alimentares que consome. Estas exigências estão a evoluir continuamente, levando a requisitos cada vez maiores em termos de qualidade, segurança, valor nutricional e sustentabilidade. A necessidade alimentar anual total da população da UE-27 é estimada em 276 MMT ou uma média de 620 kg/pessoa/ano. Incluído nesta estimativa está o desperdício alimentar entre a época da colheita e o consumo. Na UE-27, o total de desperdício na cadeia alimentar é estimado em cerca de 30% da produção; com mais da metade do desperdício a ser gerado como resíduos domésticos. A redução neste nível de desperdício é logicamente um primeiro passo para melhorar a sustentabilidade e reduzir o custo dos alimentos. A este respeito, é importante notar que, ao longo da última década, o custo dos alimentos, como percentagem do rendimento disponível, tem diminuído constantemente a nível mundial e estima-se atualmente em cerca de 13% na UE-27. Uma maior diminuição ainda é possível, pois o mesmo número para os EUA é de 8%. No entanto, estamos a aproximar-nos de um ponto que sugere que as considerações de preço serão constantemente substituídas por considerações de qualidade, origem e outras características. Esta mudança pode ser especialmente verdadeira para produtos de origem animal. Dados da FAO sugerem que, em média, um cidadão da UE consome mais de 80 kg de produtos cárneos por ano. O consumo de proteína animal representa 1 USSEC, Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos, St. Louis, EUA. GANS Inc. – Global Animal Nutrition Solutions Inc.

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atualmente mais de 50% do fornecimento total de proteína nas dietas europeias. Mas esta proporção deve diminuir ao longo dos próximos 10 anos. Se esta tendência se confirmar, a procura por alimentos compostos também deverá diminuir nos próximos anos; um desafio para o setor dos alimentos compostos. As atuais necessidades de alimentos compostos concentrados da UE foram estimadas em 315 MMT, das quais 52% ou 165 MMT são fornecidas pela indústria de alimentos compostos. A redução na produção de alimentos compostos deverá variar consideravelmente entre os países da UE, com uma redução mais importante nos países do Nordeste e um aumento nos países da UE Central e do Leste. A redução projetada na produção de alimentos compostos provavelmente terá um impacto maior nos ingredientes de alimentos compostos importados relativamente aos alimentos compostos na exploração agrícola ou locais. Consequentemente, as importações de soja, que são o principal ingrediente para alimentos compostos importados para a UE (tanto do ponto de vista do volume como do custo), deverão diminuir no futuro próximo. Embora a produção local (europeia) de soja tenha aumentado constantemente nos últimos 15 anos, as importações de soja têm sido relativamente constantes, tendo mesmo diminuindo, como é o caso do FS. Espera-se que as alterações gerais no fornecimento de alimentos compostos e ingredientes para alimentos compostos – especialmente ingredientes proteicos – tenham um grande impacto na produção animal e no tipo de produtos animais produzidos.

Os 10 desafios (e oportunidades) para a pecuária e a produção de alimentos compostos da UE 1. O principal e fundamental desafio para os alimentos compostos e a pecuária da UE é a redução dos recursos primários: terra, água, mão-de-obra. A terra arável mundial por pessoa está a diminuir e esta tendência continuará no futuro previsível, ou melhor, até que a população mundial estabilize; o que se espera que aconteça por volta de 2050. A taxa a que a terra arável diminui é impulsionada principalmente pelo crescimento populacional e, como tal, a taxa de diminuição varia consideravelmente entre as regiões e os países. A taxa de crescimento populacional da Europa é relativamente


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baixa, resultando apenas numa lenta redução na terra arável por pessoa. Para manter o fornecimento atual e a posição em termos de exportação, a diminuição da superfície arável exigirá um aumento contínuo da produtividade da terra. A necessidade de aumentar a produtividade (rendimento/ ha) é ainda mais exacerbada pela crescente porção de terra arável dedicada à produção biológica, “natural” ou “com baixa utilização de adubos e pesticidas”. Em certas regiões – aumentando em número e área – o aumento da produtividade terá de ser realizado com limites cada vez mais rígidos sobre a utilização da água. Embora, em regra, não seja o caso na UE-27, em algumas regiões agrícolas do mundo, especialmente aquelas que requerem irrigação, o abastecimento de água está a tornar-se rapidamente o primeiro fator limitativo da produção ou aumento da produtividade. Além da água, a aplicação de fertilizantes e/ou estrume é cada vez mais restrita, limitando possíveis ganhos de produção. A restrição de terras aráveis e os recursos que podem ser aplicados para aumentar a produtividade têm repercussões diretas para a pecuária, resultando na redução do número de animais ou num aumento da eficiência da produção animal. Esta última está claramente associada ao aumento da eficiência dos alimentos compostos. Além das terras aráveis, a força de trabalho (tanto em número de pessoas ativas na força de trabalho como em horas de trabalho) está a diminuir. Isto é especialmente pronunciado em países de alto rendimento ou com uma esperança de vida elevada, como é o caso de todos os 27 países da UE. Agrícola; o trabalho é geralmente desafiante e de menor remuneração. Além disso, os números da população rural estão a diminuir às custas de uma população urbana crescente com diferentes estilos de vida e prioridades. Para ambos os grupos, uma parcela crescente de pessoas em idade de reforma ou com necessidade de assistência soma-se à relativa escassez de pessoas dispostas e aptas a trabalhar, especialmente na agricultura ou pecuária. Estas alterações populacionais levam a um aumento da pressão para aumentar a produtividade do trabalho. Isto sente-se especialmente no setor da produção pecuária UE, onde as explorações agrícolas familiares e o trabalho familiar estão em declínio e onde a força 10 |

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de trabalho é substituída por empregados assalariados, serviços de trabalho agrícola e novos contratos coletivos. Dados recentes sugerem que os empregados assalariados representam em média 15% dos trabalhadores na produção pecuária (variando entre 2% na Bélgica e 50% na Dinamarca). Com condições de trabalho geralmente consideradas difíceis e um baixo reconhecimento social, o apelo da pecuária como opção de carreira é relativamente baixo, resultando na falta de interesse por parte dos mais jovens e numa situação de trabalho continuamente degradante. É necessário desenvolver melhorias na eficiência da produção. Várias opções estão disponíveis, aplicáveis como opções independentes ou como combinações. Entre as opções que têm de ser consideradas estão novas culturas (maior resistência à seca; redução da sensibilidade a doenças, etc.); novos sistemas de cultivo e gestão, automatização e maior eficiência alimentar ou utilização de nutrientes pela pecuária. 2. O impacto ambiental da pecuária; com referência específica à produção de gases de efeito estufa (GEE) e a sua pegada de carbono. Um dos maiores e mais reconhecidos desafios de toda a humanidade para o século 21 é a gestão e preservação do ambiente. Como principal contribuinte para as emissões antropogénicas de GEE, a produção animal na sua forma atual terá de se adaptar e inovar para reduzir as emissões de GEE. Estima-se que o setor agrícola total da UE produza cerca de 10% das emissões de GEE da região, o que é consideravelmente inferior ao da indústria (38%) ou dos transportes (21%), mas, ainda assim, significativo. Uma vez que as emissões relacionadas com a produção, transporte e processamento de alimentos compostos são contabilizadas, o setor da pecuária é responsável por 81-86% do total de emissões de GEE agrícolas. Outras estimativas sugerem que, na UE, cerca de 42% das emissões da produção pecuária são provenientes da alimentação animal, 22% da fermentação entérica, 19% dos efluentes pecuários e 17% do consumo de energia direta e indireta (produção pecuária e setores associados). Como resultado da fermentação entérica, os ruminantes são responsáveis por 60% das emissões de GEE das explorações pecuárias europeias. Por outro lado, os sistemas de pastagens

conseguem reduzir a pegada de carbono através da sua capacidade de armazenar carbono em solos sob pastagens permanentes. Alterações na gestão dos animais e do estrume, na produção de alimentos compostos e na utilização da terra oferecem oportunidades para reduzir o impacto ambiental e chegar a uma produção pecuária com um saldo de soma zero de carbono e GEE. Melhorias na eficiência dos alimentos compostos (conforme mencionado no ponto 1); adaptações dietéticas e a utilização de aditivos para alimentos compostos oferecem grandes oportunidades nesta área. 3. Produção pecuária sustentável. Claramente, os desafios sustentáveis e ambientais estão a sobrepor-se. Porém, a “sustentabilidade” é um conceito mais alargado, referindo-se, além das características ambientais, aos aspetos sociais e económicos. Como tal, a sustentabilidade na produção animal refere-se, acima de tudo, aos sistemas de produção pecuária e alimentos compostos que, de acordo com a definição clássica de “sustentabilidade”, satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas necessidades; independentemente de quais forem estas necessidades no futuro, incluindo um consumo potencialmente menor de produtos de origem animal. Isto significa, portanto, que as práticas agrícolas atuais – tanto para a pecuária como para a produção agrícola – mantenham a qualidade do solo e das reservas de água, incluindo aquelas que não são atualmente exploradas para este fim, ou seja, parques, reservas, terras recreativas, etc. Terão de ser desenvolvidos métodos sustentáveis de produção. Métodos que limitam ou reduzem os níveis atuais de aplicações de pesticidas, antimicrobianos, fertilizantes e estrume (N, P, Cu, Zn etc.). Estes objetivos foram incluídos na estratégia F2F e traduzidos em metas concretas para 2030. Mas a sustentabilidade também significa que estes métodos de produção sejam economicamente viáveis, ou seja, garantam aos agricultores um rendimento justo e respeitável. Para a maior parte da produção de culturas e animal da UE, os métodos atuais são considerados ambientalmente sustentáveis, embora possam ser necessários ajustes. As reduções na utilização de adubos e pesticidas diminuirão


a produção, o que pode ser compensado por uma redução na procura por produtos de origem animal, mas complicará ainda mais a viabilidade económica da pecuária. Deve dar-se maior ênfase aos meios de melhorar os aspetos sociais e económicos da produção pecuária sustentável. 4. Novas tecnologias. A introdução, as aplicações e os efeitos das novas tecnologias na agricultura cresceram exponencialmente nas últimas décadas. Desde modificações genéticas à introdução de novos tratamentos de culturas e à utilização de automatização (por exemplo, robôs de ordenha), as novas tecnologias trouxeram soluções – ou ajudaram no desenvolvimento de soluções – para muitos dos desafios apontados acima; e continuarão a fazê-lo. A introdução e a utilização bem-sucedidas melhoraram a produtividade e a eficiência, reduzindo a utilização de adubos e pesticidas e aumentando a produção de alimentos

compostos e produtos alimentares. Através da automatização, estas novas tecnologias conseguiram reduzir as necessidades de mão-de-obra, aliviando, assim, as exigências excessivas de mão-de-obra agrícola. No entanto, este progresso global, por vezes, foi alcançado às custas de preocupações ambientais ou sociais específicas. Para evitar estes problemas e reduzir a rejeição do público em geral, as novas tecnologias têm de ser devidamente explicadas, o processo de desenvolvimento tem de ser transparente e as avaliações ou decisões judiciais têm de ser baseadas em argumentos científicos sólidos. A expansão contínua e acelerada das novas tecnologias na produção agrícola e pecuária será necessária para chegar a soluções que garantam um fornecimento fiável e sustentável de alimentos para uma população crescente. Um acesso mais amplo a estas tecnologias – especialmente por explorações agrícolas de pequena ou média

dimensão – deve ser possibilitado e contribuirá para a sua viabilidade/sobrevivência. 5. Big Data; geração e gestão. A introdução efetiva das novas tecnologias exigirá um aumento da informação sobre as condições em que estas tecnologias serão aplicadas; e após a introdução, fornecerão um maior fluxo de informações (geração de dados) e feedback – mais especificamente no caso de tecnologias associadas a novos equipamentos. Estes dados são necessários não só para a aplicação adequada da nova tecnologia, mas também para a gestão eficiente de outras operações (existentes). Estes dados permitirão projeções (e ajustes potenciais) para o futuro; quer seja na utilização da tecnologia existente ou no desenvolvimento de tecnologia de “nova geração”. A gestão eficiente e a exploração adequada do grande volume de dados que estão – e que se tornarão – disponíveis são essenciais

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para a utilização eficiente das tecnologias atuais e para a identificação de soluções para os desafios futuros na produção agrícola (alimentos compostos) e pecuária. 6. Exigências dos consumidores. Nas últimas décadas, ocorreu um aumento acentuado na diversidade alimentar – tanto em termos de origem como de composição. Associada a esta evolução, houve uma maior democratização da procura por alimentos, com os consumidores a exercerem uma influência cada vez maior sobre o tipo de alimento que gostam, compram ou toleram. Esta influência cobre toda a cadeia alimentar, desde a produção de alimentos à base de plantas (culturas) até produtos de origem animal (incluindo a origem dos ingredientes dos alimentos compostos). Independentemente da sua validade (base científica), os produtores terão de ter estas exigências em conta, adicionando restrições adicionais aos seus processos de produção e limitando potencialmente a produtividade ou a produção geral (de alimentos). Um problema crescente, especialmente para os produtores de gado da UE, é a exigência geral de garantir justificadamente o aspeto humano dos seus métodos de produção. O facto de o “respeito pelos animais” destes métodos continuar mal definido (ou seja, falta de definições científicas), aumenta a interpretação liberal das exigências e da diversidade de métodos de produção e produtos, aumentando, assim, os custos de produção e aumentando significativamente o risco de distorção da concorrência. Consequentemente, os produtores terão de se organizar para garantir uma compensação adequada pelo custo acrescentado de produção e eliminar o risco de serem forçados a uma posição competitiva desvantajosa. 7. O regresso da ciência à produção pecuária. O progresso na produção de alimentos compostos e de animais ao longo da última década ou século foi amplamente obtido através da aplicação de uma abordagem científica a todos os aspetos da produção, quer seja nutrição, genética, saúde ou gestão. Esta abordagem permitiu um aumento significativo na eficiência da produção. No entanto, o apoio aos esforços científicos para melhorar ainda mais a produtividade foi reduzido, apesar do potencial para novas melhorias. Estima-se que a produtividade 12 |

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do gado permanece em média 30-40% abaixo do seu potencial genético, principalmente por causa de condições subótimas e estado de saúde. A retenção de nutrientes (nitrogénio, fósforo e outros minerais) ainda é relativamente baixa e abaixo dos 50% na maioria das espécies de gado. Um esforço científico sustentado deverá conseguir melhorar estas eficiências e, assim, reduzir o impacto ambiental. O aumento da urbanização mencionado anteriormente, associado a uma população que tem uma ligação (ou mesmo apreço) limitada da produção agrícola, reduziu ainda mais uma avaliação objetiva da interação homem-animal na produção pecuária. Para muitos membros da população urbana, o seu principal ponto de referência para a interação entre humanos e animais são os seus animais de estimação, a quem atribuem características quase humanas, uma abordagem que é reforçada por grande parte dos média que criticam as práticas existentes de criação de animais. Consequentemente, olham para a produção e os produtos da pecuária através desse prisma “petificado”, tornando as decisões objetivas sobre a produção ou produtividade animal difíceis, senão quase impossíveis. São necessários trabalho científico e comunicação fundamentais para esclarecer o conceito animal de “bem-estar” e o papel positivo da produção pecuária na cadeia alimentar humana e rumo a um ambiente sustentável. 8. Proteínas alternativas, à base de plantas ou criadas em laboratório. O maior segmento da produção pecuária clássica – e, portanto, da indústria de alimentos compostos – pode vir do desenvolvimento de produtos animais “alternativos” ou “sintéticos” – quer seja com base em proteínas vegetais ou com base em produtos cultivados em laboratório. Desenvolveram-se métodos de produção e criaram-se para ambos os tipos de produtos. Os custos de produção permanecem relativamente altos, mas os processos de produção estão a ser refinados e a produção está a ser aumentada para ficar dentro da faixa dos custos de produção da produção animal clássica. Desenvolvimentos tecnológicos adicionais permitirão ainda o desenvolvimento de produtos alternativos com vista a garantir a equivalência em termos de sabor, estrutura, cheiro e aspetos visuais. Este desenvolvimento está definido

para substituir potencialmente uma parte substancial do mercado atual de produtos de origem animal. Os produtores terão de desenvolver uma resposta a este desafio, uma resposta que não pode ser apenas ao nível de argumentos económicos ou baseados na produtividade, mas terá de ser construída em torno da qualidade, autenticidade e argumentos sociais (como a gestão ambiental). O impacto deste desafio na indústria dos alimentos compostos é evidente. Sob este novo modelo, as exigências por alimentos compostos serão significativamente reduzidas, mas é necessário salientar que, ao fazê-lo, também se reduzirá um grande escoamento (utilização) para quantidades significativas de coprodutos alimentares utilizados atualmente na produção de alimentos compostos. Têm de se desenvolver meios alternativos de manuseamento destes coprodutos alimentares. 9. A posição competitiva da UE na produção pecuária a nível mundial. A pecuária e a indústria de alimentos compostos da UE são altamente regulamentadas, o que, por definição, impõe um grande número de limitações à produção. Estas limitações são necessárias e podem levar a custos de produção mais altos. No entanto, a UE é um exportador líquido de produtos agroalimentares, salientando a qualidade e a produtividade da sua agricultura. A posição favorável das exportações de produtos agrícolas e alimentares da UE baseia-se, em grande medida, na exportação de produtos de valor acrescentado. Esta posição deve ser mantida para a sua atual comunidade agrícola e como garantia da qualidade do futuro abastecimento alimentar. No entanto, a manutenção desta posição implica melhorias contínuas na produtividade a um ritmo semelhante ao de outras regiões. Ao mesmo tempo, os produtores da UE devem poder contar com condições de concorrência equitativas entre regiões e países. No entanto, as melhorias de produtividade e a aplicação da equivalência de regulamentos estão em discussão. Os mesmos regulamentos da UE não se aplicam necessariamente a outras regiões ou países, permitindo maiores melhorias na produtividade e produção a custos mais baixos. Além disso, em muitos casos, o custo da mão-de-obra é substancialmente mais baixo – em parte, devido a encargos mais baixos (principalmente, a mão-de-obra).


Esta situação coloca a produção da UE numa significativa desvantagem competitiva, tanto em termos do mercado interno da UE como dos mercados da exportação. É necessário garantir condições de concorrência equitativas, exigindo o respeito e a aplicação dos regulamentos da UE aos produtos importados ou restringindo de outra forma o acesso aos mercados da UE. 10. Disponibilidade e preços dos ingredientes para alimentos compostos. O passado recente (especialmente desde o surto da Covid19) assistiu a um aumento acentuado nas mercadorias agrícolas sem um aumento correspondente em carne, leite ou ovos. Esta situação é agravada ainda mais por um aumento acentuado nos custos do transporte ou dos contentores. Os criadores de gado, para os quais os alimentos compostos representam mais de 60% dos custos operacionais, viram uma queda acentuada nas margens. É improvável que se registem mudanças nesta situação nos tempos mais próximos. Na verdade, as perspetivas para o futuro a longo prazo não são nada otimistas. É amplamente aceite que

a UE enfrenta uma escassez estrutural de bagaço de proteína, o que a torna altamente dependente de materiais importados, e isto é especialmente verdade para a soja e o bagaço de soja. Apesar dos aumentos constantes na produção de soja na UE e países vizinhos, os principais produtores continuarão a ser os EUA e a América do Sul. Entre estes, a produção dos EUA com a sua soja sustentável certificada, cumpre melhor os requisitos da UE da soja sem desflorestação. A produção de ingredientes proteicos alternativos aumentou, porém continuam a ser insuficientes para afetar substancialmente a importação de proteína de soja. Consequentemente, num futuro previsível, a produção de alimentos compostos e pecuária da UE continuará a depender de ingredientes importados. O aumento do desenvolvimento de fontes alternativas de proteína (por exemplo, algas, Camelina sativa, a.o.) ou a modificação das fontes existentes, tal como podem ser obtidas através da fermentação em estado sólido (SSF; principalmente de coprodutos) pode contribuir para a redução de importações de proteína. Estas alternativas, juntamente com

o aumento da utilização de dietas com baixo teor de nitrogénio, reduzirão a dependência de ingredientes importados e diminuirão, assim, os custos dos alimentos compostos.

Conclusão A pecuária e a produção de alimentos compostos são facetas importantes da nossa cadeia alimentar europeia e mundial, mas estão a ser cada vez mais contestadas. Estes desafios – alguns de longo prazo, outros de curto prazo – variam entre mudanças populacionais e ambientais e atitudes do consumidor e produtos de origem animal alternativos. Cada um destes desafios deve ser visto pelo setor de produção de alimentos compostos e animais como uma oportunidade para melhorar e salvaguardar a indústria e continuar a dar contributos positivos para a qualidade e integridade da indústria de alimentos compostos e pecuária. Para concretizar estas oportunidades, uma abordagem racional e científica para fornecer respostas aos 10 desafios listados é a melhor garantia para um futuro melhor, com um contributo positivo de um setor de alimentos compostos e da pecuária da UE evoluído e em evolução.

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NEUTRALIDADE CLIMÁTICA NO SETOR PECUÁRIO EM PORTUGAL, CONSIDERAÇÕES REAIS E FILOSÓFICAS: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS? Introdução

Ana Sofia Santos Engenheira Zootécnica PhD Diretora de Ciência e Inovação do FeedInov CoLab

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Recentemente foi publicado o relatório intercalar do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas) relativamente ao estado do clima mundial. Este relatório apresenta dados reveladores do impacto negativo que a atividade antropogénica tem tido para o estado do clima e a sua evolução, estando a Humanidade a atingir metas nefastas mais rápido que o antecipado. Na realidade, verificamos quase diariamente que a ocorrência de eventos climatéricos extremos é mais frequente, e que o clima já é uma das maiores ameaças à Humanidade. Pedem-se, e bem, ações incisivas, rápidas e concretas para conseguir de alguma forma minimizar estes impactos e conseguir travar o aumento da temperatura. Paralelamente, temos uma população mundial crescente, com direito a uma alimentação equilibrada e nutricionalmente completa. Será essencial ter os pés bem alicerçados na ciência, e não tomar atitudes e decisões precipitadas. Em matéria de ação climática, a União Europeia (UE) lidera e é exemplo. O European Green Deal apresentado em dezembro de 2019 fornece o enquadramento geral em termos de estratégia para mitigação de emissões para todo o espaço da UE. A sua aplicação nos sistemas de produção agrícola e pecuária é detalhado pela estratégia do Prado ao Prato, e pela estratégia da biodiversidade para 2030. Nestes documentos são propostos objetivos ambiciosos, nomeadamente a neutralidade climática na UE, em 2050. Em junho de 2021, sob a presidência portuguesa, foi aprovada a proposta de primeira Lei Europeia do Clima apresentada pela Comissão e que tem por objetivo, consagrar na lei o objetivo de neutralidade climática até 2050 para a economia e sociedade europeias, estabelecido no Pacto Ecológico Europeu, antecipando muitas das metas para 2030. Para cumprir este objetivo é necessário conseguir que as emissões líquidas de gases com efeito de estufa (GEE), do conjunto dos países da UE, diminuam até atingir zero, principalmente através da redução das emissões, do investimento em tecnologias verdes e da proteção do ambiente natural. Este ato legislativo destina-se a garantir que todas as políticas da UE contribuam para este objetivo e que todos os setores da economia e da sociedade participem neste esforço. Simultaneamente, a estratégia Farm to Fork estabelece metas, também elas ambiciosas para aumentar a resiliência dos sistemas alimentares e antecipar

choques climáticos, ambientais e de saúde, humana e animal. O bem-estar animal é uma prioridade. Além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e dos compromissos da COP21, estas políticas europeias abrem o caminho para uma agricultura rejuvenescida, melhorando o seu o papel socioeconómico. O objetivo de todas estas medidas e dos seus intervenientes é chegar a sistemas agroalimentares eficientes em termos de recursos, de elevada eficiência produtiva, e com impactos ambientais e ecológicos mínimos, que forneçam alimentos seguros e nutritivos, para além de uma ampla gama de bens e serviços, como solos saudáveis, restauração da qualidade dos ecossistemas e da biodiversidade, paisagens rurais atrativas, etc., e que, simultaneamente, forneçam retorno económico justo para os agricultores. Todas estas ações parecem dar frutos. No recente relatório “OECD-FAO Agricultural Outlook 20212030”, projeta-se que no território da Europa e Ásia Central as emissões diretas de GEE provenientes da agricultura diminuam 1% na próxima década, apesar do crescimento da produção agrícola em 8%.

Cenário atual: onde estamos O setor pecuário contribui substancialmente para a economia europeia e o seu valor representa cerca de 40% da atividade agrícola (dados UE 2018). A pecuária tem atualmente um papel essencial a desempenhar no sentido da promoção de sistemas alimentares mais ecológicos, saudáveis e justos. Como recicladores por natureza, os animais podem contribuir para a circularidade de forma ímpar, e para um uso mais eficiente e melhor dos recursos, utilizando a biomassa não edível, produtos alimentares locais e fontes inovadoras de alimentos, fornecendo, ao mesmo tempo, fertilizantes orgânicos. A função da pecuária vai muito para além da produção de alimentos, o seu impacto no desenvolvimento rural, na fixação de pessoas em zonas vulneráveis e na manutenção de ecossistemas é comprovadamente importante e frequentemente negligenciado. De acordo com a FAO, os sistemas de produção animal podem contribuir diretamente para 7 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (SDGs) definidos pelas Nações Unidas em 2015. Os sistemas europeus de produção animal estão entre os melhores do mundo em termos de pegada ambiental, estado de


saúde e bem-estar animal e sustentabilidade, bem como de qualidade e segurança do produto final. No entanto, temos ainda algum caminho a percorrer ao abrigo do pacto ecológico e da estratégia Farm to Fork, a fim de abordar melhorias e mudanças nas práticas agrícolas e fazer face a desafios como o aquecimento global, a remuneração suficiente de todas as partes interessadas e o comércio global de animais, cujo risco de exposição a agentes patogénicos e a doenças emergentes está a aumentar. Para além da sua elevada e responsável contribuição para a alimentação e segurança alimentar do espaço europeu, o setor agrícola da UE-28 gera cerca de 10% do total de missões de GEE (dados UE 2019). De acordo com o Inventário nacional de emissões (NIR2021), no ano de 2019, as emissões totais de GEE portuguesas foram estimadas em cerca de 63,6 Mt CO2e (não contabilizando a utilização do solo e as alterações na utilização do solo e florestas – LULUCF), representando uma diminuição de 5,4% em comparação ao ano anterior (2018). Destas, apenas 10,7% são provenientes da agricultura (Figura 1). Dentro do total de emissões provenientes do setor agrícola, a fermentação entérica foi, em 2019, responsável por 51,6%, e o tratamento e maneio de estrumes e chorumes teve uma contribuição de cerca de 13%, significando que podemos alocar cerca de 65% das emissões do setor agrícola direta (fermentação entérica) e indiretamente (estrumes e chorumes) à atividade pecuária (Fig.2). Visto deste perspetiva, será esta a área que mais poderá/ deverá trabalhar a mitigação das emissões de GEE até 2030.

Fig. 1 – Partição do total de emissões de gases com efeito estufa (GEE) por setor económico e contribuição por gás (CO2, CH4, N2O e gases fluorados) para o total de emissões (adaptado de dados do NIR, 2021)

Fig. 2 – Emissões GEE provenientes do setor agrícola (fonte: NIR, 2021)

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Objetivos nacionais: Para onde vamos? Neutralidade carbónica: Igualar emissões de GEE com o nível de sumidouro (retenção) até 2050 (RNC 2050). É para aqui que vamos, e bem. Todos os setores económicos têm, entre 2020 e 2030, e posteriormente até 2050, que desenvolver estratégias tecnológicas para atingir a meta da neutralidade o quanto antes. Se dúvidas houvesse, o recente relatório intercalar do IPCC (IPCC, 2021) traça um cenário atual bem negativo (basta aliás observar o que se passa por esse mundo fora em termos de eventos climatéricos extremos). O setor agrícola no geral, e a pecuária em particular, deverão, nos próximos anos, trabalhar as suas práticas de maneio e produtivas por forma a minimizar/mitigar as emissões de GEE (diretas e indiretas), demonstrar a importância da produção animal no fornecimento de serviços ecossistémicos e a sua contribuição para a bioeconomia circular. Simultaneamente, teremos que responder a uma procura crescente de produtos de origem animal de elevada qualidade nutricional e segurança alimentar, e adaptar os siste5.5 mas produtivos aos desafios que as alterações climáticas nos5 4.5 4 sujeitam ano após ano. 3.5 Nada de novo nem extraordinário para quem está dentro do setor.3 2.5 No entanto, para quem está de fora e nada conhece da realidade da 2 produção pecuária nacional, esta será a oportunidade de informar 1.5 e 1 demonstrar a nossa capacidade de inovação e resiliência. 0.5 A redução das emissões na agricultura ocorrerá a um ritmo menor0 que noutros setores, o que leva a que o seu peso nas emissões nacionais se possa situar entre 29 a 34% em 2050 (contra os atuais 10,8%). O roteiro para a neutralidade carbónica (RNC), que serve de base ao plano nacional de energia e clima (PNEC, 2020), prevê que as emissões com origem na agricultura, em particular as que têm origem na produção animal, tenham um potencial de redução entre 9% a 30% até 2050, dependendo dos cenários futuros. A razão para este potencial de redução aparentemente diminuto (quando comparado com outros setores) prende-se com o facto dos sistemas de produção animal estarem atualmente muito próximos de uma eficiência produtiva ótima, fruto da seleção e melhoramento animal, práticas alimentares e produtivas mais eficientes e instalações e equipamentos de melhor qualidade. Na realidade, o setor da pecuária há anos que trabalha estas questões e melhora a sua eficiência produtiva ano após ano. Ou seja, ainda há que melhorar, mas estamos já próximos do topo.

Eficiência produtiva: o que nos pode dizer? O índice de conversão alimentar (ICA, kg de alimento em determinado período de tempo /kg de produto animal obtido nesse período (leite, ganho médio diário, etc.)) é, apesar de redutor do ponto de vista técnico, frequentemente uma forma simples e rápida de obter informação sobre a performance produtiva do nosso efetivo. Quanto mais baixo o ICA, melhor a performance produtiva. Observando a evolução do ICA para diferentes espécies entre 2000 e 2020, verificamos que houve uma diminuição do ICA em todas, significando maior eficiência produtiva, ou seja, "mais com o mesmo”, ou “o mesmo com menos” (Fig.3). 16 |

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5.5 5 4.5 4 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0

2000

Novilhos Vitelos Suinos engorda (até 8meses) engorda intensiva

Perú engorda

2010

2020

Poedeiras* Robalo

Frango engorda

Pregado

Truta arco-iris

Bovinos leite**

Fig. 3 – Evolução do Índice de Conversão alimentar (ICA-kg alimento/kg produto animal; * – kg/kg de massa ovo;** kg/litro leite) (fonte: IACA, dados não publicados)

As melhorias produtivas nestes últimos 20 anos notam-se nos dados apresentados. A eficiência produtiva foi superior, e a produção conseguiu continuar a produzir, com padrões de exigência mais elevados, melhorias significativas ao nível das instalações e equipamentos, bem-estar animal, maneio reprodutivo e melhoramento genético, que todos conjugados levam a uma maior eficiência alimentar nos animais, e portanto com necessidade de menor consumo de alimento para a produção de uma mesma quantidade de produto final (seja ela 1 kg de carne, leite 2010 de 21% 2020 ou ovos). Em média o ICA2000 baixou cerca . Não pensemos que este aumento na eficiência alimentar se traduz apenas em menor quantidade de alimento consumido, com este parâmetro vêm outros logo seguidos, como sejam a diminuição de nutrientes excretados sob forma de resíduos (fezes e urina), uma diminuição da produção de gases (mais importante no caso de animais ruminantes), necessidade de um menor efetivo para a mesma produção de produto final, etc... Novilhos Vitelos (até 8 Suinos Perú engorda Poedeiras* Robalo Frango Pregado Truta arco-iris engorda meses) engorda leiteiros como exemplo: verificamos engorda Tomemos os bovinos que entre intensiva 2000 e 2020 houve uma diminuição do efetivo, uma consequente diminuição das emissões totais, mas simultaneamente um aumento da produção leiteira (Fig.4). kgleite/animal/dia

1985

1990

1995

2000

Emissões (Kt)

2005

2010

ICA

2015

Efetivo

2020

2025

Fig. 4 – Evolução (1990 – 2019) produção leiteira, emissões GEE, efetivo e índice de conversão alimentar em bovinos leiteiros

Olhando agora para os bovinos de carne, tem havido nos últimos anos 20.0 um aumento do efetivo animal, acompanhado de um consequente 15.0 aumento de emissões (mais animais mais emissões). No entanto, quando comparamos a % de aumento do efetivo com a % de aumento 10.0 das emissões (Fig. 5), verificamos que as emissões aumentam pro5.0 0.0

20,0 15,0 10,0 5,0 0,0

1990 - 2000

△2010 - 2000

Emissões (CH4)

Efetivo

△2019 - 2010

Fig. 5 – Percentagem do aumento das emissões em relação à percentagem do aumento do efetivo bovino de carne de 1990 a 2019.

Bovinos leite**


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porcionalmente menos que o efetivo. Na realidade, consegue-se depreender que, em 2000, as emissões eram proporcionalmente maiores em relação ao efetivo existente à data, quando comparados com os dados de 2019, verificando-se aqui uma diminuição das emissões/animal. Se fizermos o exercício de resumo de dados referentes ao ICA, melhorias produtivas, e emissões, podemos com segurança afirmar que houve um aumento da eficiência alimentar em todas as espécies animais nos últimos 20 anos em Portugal: 21% em suínos (engorda), 20% poedeiras, 17,6% bovinos de leite, 14% frangos de engorda e 8,3% bovinos de carne (engorda intensiva). Simultaneamente e neste período, verificamos um aumento nas emissões de metano (1,1% provenientes de fermentação entérica e 3,8% provenientes do maneio de estrumes e chorumes) e uma diminuição de oxido nitroso (9,4% proveniente do maneio de estrumes e chorumes). O aumento das emissões de metano entérico é explicado com o elevado aumento no efetivo bovino de carne (que aumentou cerca de 20%). Em sistemas de produção que já estão próximos da eficiência ideal, será necessária a adoção de novas estratégias para garantir que a produção atenda à necessidade e à procura de alimentos e, simultaneamente, contribua para os objetivos do Acordo de Paris e do Pacto Ecológico Europeu. Estratégias novas e promissoras que são objeto de investigação atualmente incluem: formulação de dietas cada vez mais eficientes e, em particular para os animais ruminantes; incorporação de aditivos e novas matérias-primas nas dietas que contribuam para a diminuição das emissões; inoculantes que bloqueiam a produção de metano; e reprodução direcionada. No entanto, para que essas estratégias tenham sucesso, os desafios críticos precisam ser superados: as dietas dos animais precisam ser cuidadosamente formuladas para minimizar os trade-offs entre as emissões entéricas e de estrume, e os aditivos eficazes precisam ser rapidamente testados, aprovados e utilizados para alcançar grandes reduções nas emissões entéricas de metano. Estes esforços devem ser sustentados pelo uso de equações precisas de previsão de gases de efeito estufa (GEE) e instrumentação suficiente para medições diretas de GEE.

biodiversidade e restaurar as funções de ecossistemas associados, incluindo a fertilidade do solo, a polinização, o controlo de pragas etc... Os sistemas de produção animal também podem apoiar a realização de muitos dos objetivos de desenvolvimento sustentável e, nomeadamente, contribuir para a vitalidade de numerosas regiões na Europa. Para isso, o setor deve continuar a aumentar os seus objetivos além da simples produção de bens. Propomos uma abordagem coordenada, sistemática, com base em: (i) inovação e soluções baseadas em ciência; e (ii) transição para sistemas mais sustentáveis e cadeias de valor suportadas por abordagens inclusivas e inovadoras. Não devemos negligenciar o papel essencial que a zootecnia de precisão desempenhará nesta abordagem. O desenvolvimento e aplicação da tecnologia contribuirá em muito para o aumento da eficiência produtiva dos sistemas de produção, melhoria do bem-estar animal e do bem-estar do produtor. Aqui todo um novo mundo nos espera, o início da descoberta já começou. Assim, a investigação e a inovação terão um papel fundamental no desenvolvimento dos sistemas de produção animal para fazer face aos desafios atuais, e, sem dúvida, desempenharão um papel crítico no desenvolvimento de estratégias futuras originando sistemas de produção animal mais sustentáveis:

Repensar o papel da produção animal: o grande desafio!

• Restauração da saúde e fertilidade do solo, biodiversidade e qualidade dos ecossistemas;

Olhar a produção animal apenas como fonte do problema não traz soluções, cria antes mais problemas. Abordagens sistémicas devem evitar trade-offs: por exemplo, a defesa de uma redução acentuada dos efetivos animais e, portanto, da produção animal, mesmo que seja acompanhado de uma campanha promovendo a alteração dos padrões de consumo, provavelmente deslocaria a produção e os seus impactos para outras partes do mundo, não contribuindo para a resolução das questões climáticas e ambientais. Por outro lado, a agricultura europeia tem o potencial de oferecer recursos nutricionais eficientes, ambientalmente sustentáveis e produção de alimentos com elevado nível de bem-estar animal. A reintegração dos sistemas de produção animal e vegetal fornece novas oportunidades para gerir recursos de forma mais eficiente e segura. Uma abordagem integrada permite equilibrar os ciclos de azoto e fósforo, mitigar as emissões de GEE, maximizar o sequestro de carbono do solo, contribuir para a promoção/manutenção da

Existe ainda potencial para continuar a aumentar a eficiência produtiva nos nossos sistemas de produção animal. É nisso que o setor trabalha afincadamente, como sempre fez, e onde o FeedInov tem a sua principal área de atuação. O objetivo será chegar a sistemas agroalimentares eficientes em termos de recursos, de elevada eficiência produtiva, e com impactos ambientais mínimos, que forneçam alimentos seguros e nutritivos, para além de uma ampla gama de bens e serviços, como solos saudáveis, restauração da qualidade dos ecossistemas e da biodiversidade, paisagens rurais atrativas, etc. e que, simultaneamente, forneçam retorno económico justo para os agricultores. A pecuária tem atualmente um papel essencial a desempenhar no sentido da promoção de sistemas alimentares climaticamente neutros, saudáveis e justos. A pecuária também é muito mais do que apenas produção de alimentos, e será essencial ter isso em mente!

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• Baixos impactos climáticos e resiliência às mudanças climáticas, • Baixos impactos na qualidade da água e ar, • Elevados padrões de saúde e bem-estar animal e uso responsável de antimicrobianos, • Uso eficiente de recursos (terra, solo, água, trabalho) e segurança de recursos, • Dependência reduzida de proteínas importadas (promovendo dietas inovadoras com recurso a matérias-primas locais e favorecendo circuitos curtos de distribuição). E promovendo uma diversidade de sistemas de produção animal que contribuam para: • Sistemas agroalimentares circulares competitivos e sustentáveis, • Segurança de alimentos e dietas de elevada qualidade a um preço acessível,


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65.ª ASSEMBLEIA GERAL DA FEFAC

Discurso da Ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes Asbjørn Børsting, Presidente da FEFAC (Federação Europeia de Fabricantes de Alimentos para Animais)

para a promoção do bem-estar e da sustentabilidade da sociedade europeia.

Janusz Wojciechowski, Comissário da UE para a Agricultura

O setor pecuário tem, nos últimos 30 anos, melhorado a sua eficiência de produção e diminuído o seu impacto por unidade de alimento produzido, seja carne, leite ou ovos, sendo o setor que, neste período e atualmente, mais aplica os princípios da reutilização e da economia circular.

Kerstin Rosenow, Chefe de Unidade, Investigação e Inovação, DG AGRI, Comissão Europeia Frank O’Mara, Presidente da ATF (Animal Task Force) Christiane Lambert, Presidente da Copa-Cogeca Todos os intervenientes nos painéis de discussão Maria do Céu Antunes Ministra da Agricultura

Muito obrigada pelo convite para participar neste encontro anual da Federação Europeia dos Fabricantes de Alimentos para Animais. O primeiro semestre de 2021 tem trazido vários desafios a Portugal, entre eles, o de liderar os destinos da União Europeia, mas, também, o de fazer chegar à economia os fundos de recuperação económica, intrinsecamente ligados à sustentabilidade ambiental. E no que respeita à indústria de alimentos para animais, estes objetivos devem ser estabelecidos atendendo ao contexto mundial, que se caracteriza pela volatilidade nos preços de matérias-primas, ao mesmo tempo que se verifica uma quebra dos preços ao consumidor e alguma redução na procura dos produtos pecuários em geral. Na última década, o mercado global cresceu significativamente, razão pela qual não podemos dissociar as políticas europeias e os planos estratégicos nacionais, da futura Política Agrícola Comum, da realidade dos mercados internacionais. Temos de apostar num reforço da nossa autonomia estratégica. É também de destacar que as evoluções de mercado estão a ser acompanhadas em contínuo e com regularidade, nomeadamente no quadro dos observatórios de mercado da Comissão Europeia, dos Comités de Gestão da DG AGRI, e são objeto de comunicações regulares da Comissão Europeia ao Conselho de Ministros da Agricultura. Outro dos principais desafios a que o setor terá de dar resposta é a transição para uma economia verde, com metas ambiciosas no quadro da estratégia europeia do Prado ao Prato ou do Pacto Ecológico. Desde já se acolhe com muito agrado a vontade dos industriais de alimentos compostos em fazer parte da solução para esta transição. Pretende-se alcançar uma agricultura mais inovadora, eficiente e sustentável, que possa contribuir

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Uma das lições que pudemos retirar dos efeitos da pandemia COVID 19 para este setor prende-se com a importância da minimização dos impactos para o setor pecuário, decorrentes da diminuição de produção de biocombustíveis para implantação de energia renovável. Procura-se a caracterização do risco relativo às emissões ILUC (Indirect Land Use Change) das fontes de matérias-primas utilizadas na produção de biocombustíveis, a avaliação do potencial daquelas matérias-primas virem a originar alimentos para animais e, consequentemente, a desejada promoção da economia circular e, até, da possibilidade de utilização de outras matérias-primas na produção de biocombustíveis avançados no futuro. Destacam-se, igualmente, as estratégias de mitigação como a alimentação de precisão, ingredientes dietéticos, gestão de gramíneas e pastagens, proteínas protegidas e fontes de aminoácidos que contribuem para a redução das emissões de metano (CH4) e de amoníaco (NH3). Porém, existe uma desinformação generalizada no que respeita aos impactos ambientais gerados pela agricultura, considerando-se que o setor pecuário é alvo de uma responsabilização que não condiz com a realidade. Em termos mundiais, a produção animal é responsável por cerca de 14% de todos os gases com efeito de estufa de origem antropogénica, valor muito aquém dos registados noutros setores, como é o caso da produção de energia, transportes, manufatura e construção, tratamento de resíduos urbanos. Por sua vez, o pastoreio reduz o risco de incêndios, as pastagens, corretamente geridas, contribuem para o incremento do teor de matéria orgânica do solo. Isto é, a relação entre a atividade pecuária e as emissões e remoções de Gases com Efeito de Estufa tem de ser abordada numa perspetiva holística. Estas conclusões devem ser devidamente esclarecidas e divulgadas à sociedade, por forma a minimizar a responsabilização de um setor cujo papel


socioeconómico, a nível nacional, comunitário e mundial, é imprescindível. Será um desafio importante para o setor: saber como comunicar e levar à opinião pública esta informação de forma inteligível e objetiva. O consumidor deve estar consciente, por exemplo, de que a biotecnologia é uma ferramenta capaz de dar resposta a muitas das nossas necessidades diárias, encontrando-se devidamente implementada em diversas áreas como a da saúde e a do setor alimentar. Assim, é desejável a sua consciente e racional utilização na manutenção da inovação e da sustentabilidade na agricultura.

cado dos setores e produtos agroalimentares da UE ao nível do Conselho de Ministros da Agricultura, permitindo, assim, decidir sobre as eventuais necessidades de atuação e de adoção de mecanismos mais adequados, em articulação com a Comissão Europeia. O nosso objetivo passa pelo reforço da cooperação com os EUA, como parceiros no quadro multilateral, tendo em vista o alcance de objetivos comuns em matéria de comércio e desenvolvimento. A Presidência Portuguesa está no seu último mês, mas ainda há desafios importantes para

trabalhar, como a Reforma da PAC e temas também relacionados com a segurança alimentar. E estamos totalmente empenhados para obter o melhor resultado possível. Queremos participar no reforço do crescimento do setor, com mais inovação, tecnologia e investigação, numa aproximação da Agricultura aos mais jovens e num reconhecimento da sua importância por parte de toda a sociedade. Resumindo: ambicionamos que a Presidência Portuguesa do Conselho da UE possa significar mais e melhor futuro para um setor essencial e para todos os cidadãos europeus.

Aliás, a inovação na agricultura é fundamental a todos os níveis, incluindo no domínio do melhoramento de plantas. Defendemos que as novas técnicas de melhoramento devem ser cientificamente avaliadas, podendo trazer oportunidades que não devem ser ignoradas, dado o seu potencial na obtenção de variedades vegetais. Isto desde que consideradas seguras para o ambiente e benéficas para a agricultura e para a sociedade em geral. Neste sentido, foi com enorme expectativa que assistimos à apresentação, pela Comissão Europeia, do estudo sobre Novas Técnicas Genómicas, solicitado pelo Conselho da União Europeia, sendo generalizada a opinião, pelos Ministros da UE, sobre a necessidade de adaptar a legislação existente para ter em conta o progresso científico e tecnológico nesta área. Não podemos esquecer que, em termos de proteína vegetal, nomeadamente de soja, existe uma elevada dependência da União Europeia, e consequentemente de Portugal, dos mercados estrangeiros, em que a grande flutuação de preços e a variabilidade na composição das matérias-primas são condicionalismos com que a indústria dos alimentos compostos se debate constantemente. Na realidade, a autossuficiência, a nível da UE, de proteína vegetal para alimentação animal está condicionada por fatores relacionados não só com a sua importação de países terceiros, mas também com os efeitos das alterações climatéricas como os decorrentes do aquecimento global e desertificação, de questões ambientais relacionadas com a desflorestação, consumo de água e poluição de superfícies aráveis, não esquecendo o debate social relacionado com o recurso a alimentos para animais geneticamente modificados. No exercício da Presidência, temos mantido a monitorização regular e sistemática do merA L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL TEMA DE CAPA

65.ª ASSEMBLEIA GERAL DA FEFAC Discurso do Comissário Wojciechowski

Janusz Wojciechowski Comissário Europeu da Agricultura e do Desenvolvimento Rural

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Minhas senhoras e meus senhores, muito obrigado por me convidarem para a vossa Assembleia Anual Pública. É para mim um prazer falar-vos sobre alguns dos principais desenvolvimentos políticos nos quais a Comissão está a trabalhar. A indústria de alimentos compostos para animais da União Europeia enfrenta muitos desafios e tanto as autoridades públicas como as partes interessadas têm um papel a desempenhar. A Ordem de Trabalhos da vossa reunião de hoje é promissora. Estou convencido de que as vossas discussões ajudarão a identificar a forma como a vossa indústria pode contribuir para a segurança alimentar e, ao mesmo tempo, alcançar ambiciosos objetivos climáticos e ambientais. Antes de vos apresentar as orientações da Comissão no que diz respeito a esses desafios de longo prazo, permitam-me que diga algumas palavras sobre um assunto que sei que está no topo da vossa agenda. Impulsionados pelo crescimento sustentado para uso em géneros alimentícios e alimentos compostos para animais, os preços dos cereais e das sementes oleaginosas estão a atingir valores recorde que não se registam há anos. Eu sei que esses custos recorde dos alimentos compostos exercem uma pressão económica tanto nos produtores pecuários como nos fabricantes de alimentos compostos. Posso garantir que estou a acompanhar de perto a situação. Esta situação de mercado difícil com preços elevados ocorre no contexto da pandemia de COVID, em que o setor agroalimentar da UE tem enfrentado grandes desafios. Independentemente das dificuldades, posso ainda dizer com segurança que o nosso setor agroalimentar em geral e o setor pecuário em particular têm mostrado resiliência e cumprido o seu objetivo fundamental de garantir a segurança alimentar dos nossos cidadãos. O meu profundo agradecimento a todos os agricultores e operadores da cadeia de abastecimento de géneros alimentícios e alimentos compostos para animais. Gostaria também de vos agradecer o valioso contributo da vossa organização para o Plano de Contingência da Comissão que visa garantir o abastecimento e a segurança alimentar na União Europeia em tempos de crise. Deixem-me focar agora alguns desafios de longo prazo. O clima é crítico, não apenas para os agricul-

tores e para o setor agroalimentar, mas para toda a nossa sociedade. Embora tenha havido progresso na redução do impacto do setor agroalimentar no clima, temos de fazer mais e tem de ser agora. Reduzir a pegada ambiental da cadeia de valor alimentar é uma das principais prioridades da Estratégia Farm to Fork. A Estratégia também salienta que os agricultores devem aproveitar as oportunidades e sei que o contributo do setor pecuário para a bioeconomia circular já é substancial. A alimentação animal é composta principalmente por produtos não comestíveis que seriam desperdiçados sem a devida valorização. Além disso, a pecuária utiliza co-produtos de outras cadeias alimentares que, de outra forma, representariam um desperdício que causaria problemas de eliminação. Outro bom exemplo é a utilização de esterco para produção de energia renovável. As políticas futuras e, em particular, a nova PAC estimularão práticas circulares de bioeconomia no setor pecuário e fortalecerão ainda mais o papel da pecuária na realização de ambiciosos objetivos ambientais globais. Esta nova PAC é, de facto, o principal instrumento para tornar os sistemas alimentares europeus adequados para o futuro, encorajando práticas agrícolas sustentáveis e apoiando os agricultores na exploração de novas oportunidades. Não existe um sistema de agropecuária ou colheitas de “tamanho único” que satisfaça todos os desejos e todas as necessidades. É por isso que os planos estratégicos elaborados pelos Estados-Membros estão no cerne da nova PAC. A Comissão avaliou a situação em cada Estado-Membro e emitiu recomendações relativamente a estes planos com o objetivo de contribuir para um debate construtivo. Nesse processo, é essencial a consulta de todas as partes interessadas relevantes. Os planos devem ser ambiciosos com vista a atingir os objetivos específicos da nova PAC e, em particular, os relacionados com o Pacto Ecológico Europeu e com a estratégia Farm to Fork. A PAC reformada também desempenhará um papel significativo no desenvolvimento de proteínas vegetais. Não estou surpreso ao ver que este tópico está no topo da vossa Ordem de Trabalhos para a reunião de hoje.


A Comissão empenhou-se com a estratégia Farm to Fork na análise das regras da UE para reduzir a dependência da UE de proteínas vegetais (em particular, para sementes oleaginosas e farinhas), promovendo proteínas vegetais cultivadas na UE, assim como matérias-primas alternativas para alimentos compostos para animais. A futura PAC contribuirá para esse objetivo. A Comissão propôs vários instrumentos que irão beneficiar as proteaginosas cultivadas na UE, tais como intervenções setoriais, subsídios ao investimento ao abrigo de programas de desenvolvimento rural, eco-regimes e apoio associado ao rendimento. Paralelamente, e conforme anunciado na Estratégia Farm to Fork, a Comissão está a examinar as regras sobre a colocação no mercado de aditivos alimentares sustentáveis e inovadores e sobre a utilização de proteínas de insetos e proteínas de não ruminantes na alimentação de aves e suínos. Estas iniciativas ajudarão a reduzir a dependência das importações de proteínas vegetais. Neste ponto, gostaria de agradecer à FEFAC pelos seus valiosos contributos relativamente a estes tópicos e pela oferta de partilha da experiência com a Comissão. Além disso, as metas ambiciosas da Estratégia Farm to Fork no sentido de reduzir a utilização de fertilizantes em, pelo menos, 20% até 2030 e atingir, pelo menos, 25% das terras agrícolas da UE com agricultura orgânica até 2030 são

notáveis. Estas metas irão favorecer o desenvolvimento de plantas proteicas cultivadas na UE que enriquecem naturalmente o solo, reduzindo a necessidade de fertilizantes sintéticos. Por último, o investimento em Investigação e Inovação criará também oportunidades para o desenvolvimento do setor das proteínas na União Europeia. Permitam-me agora apresentar alguns destaques da agenda de Investigação e Inovação da UE. Aumentar a sustentabilidade, viabilidade e resiliência do sistema de produção são os seus objetivos principais. Através do Horizonte 2020 e da Parceria Europeia de Inovação na Agricultura (PEI AGRI), a Comissão está a investir na promoção do conhecimento para tornar os sistemas de produção pecuária mais sustentáveis, resilientes, inclusivos, saudáveis e eficientes. O contributo do Horizonte 2020 para a investigação sobre os diferentes aspetos da produção animal é superior a 300 milhões de euros. Estes investimentos em investigação e inovação incluem temas como criação, alimentação, utilização sustentável de recursos, proteínas alternativas para rações e alimentos, e saúde e bem-estar animal. Com o Horizonte Europa, estarão disponíveis mais recursos para enfrentar estes desafios, com 9 mil milhões de euros dedicados a Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente.

Estão em curso planos para lançar a breve trecho o primeiro programa de trabalho que cobre os anos de 2021 e 2022. Como podem ver, a Comissão está totalmente empenhada no desafio da sustentabilidade também enfrentado pelo vosso setor. Há vários anos que o vosso setor está a trabalhar muito na sustentabilidade. As cinco ambições da Carta de Sustentabilidade dos Alimentos para Animais no Horizonte 2030, que adotaram no ano passado, estão intimamente ligadas a objetivos específicos do Pacto Ecológico Europeu. São provas de que o setor dos alimentos compostos para animais desempenha um papel fundamental no aumento da sustentabilidade da produção animal e arável. Estamos muito interessados em conhecer os avanços alcançados a este respeito que irão apresentar hoje. Isto dar-nos-á uma ideia valiosa sobre a implementação de ações e compromissos específicos dos membros da FEFAC a nível nacional. Minhas senhoras e meus senhores, podemos concluir que os desafios que temos pela frente são muitos, mas valorizo a vossa abordagem proativa em relação aos mesmos. Sei que posso contar com a participação ativa da FEFAC em cada etapa do processo. Permitam-me desejar-vos discussões muito produtivas esta manhã e estou muito interessado em ouvir o resultado da reunião de hoje.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SUSTENTABILIDADE

U.S. SOY: A SOLUÇÃO QUE FUNCIONA Em cidades e países de todo o mundo, os cidadãos preocupam-se com o que consideram uma crise ambiental mundial. As pessoas

Transição para uma Agricultura Sustentável

procuram não apenas soluções potenciais, mas também mudanças transformadoras. Em mercados globais, temas como a sustentabilidade e a soja são frequentemente discutidos juntos, em linha com perguntas e exigências de consumidores e utilizadores finais. A produção de soja está concentrada nos Estados Unidos, Brasil e Argentina, com alguma produção na China, Índia e Europa. A produção global total de soja é de 363 milhões de toneladas métricas (MTM). Desse total, 252 milhões de toneladas de soja são exportadas: 171 milhões de toneladas métricas (MTM) de grãos inteiros, 68 MTM de bagaço de soja e 13 MTM de óleo de soja. A partir dos Estados Unidos e do Brasil, a soja é transportada por todo o mundo, com um terço do total das importações de soja dirigida à China. A União Europeia e a Ásia são os principais importadores de bagaço de soja, com carregamentos vindos da Argentina, Estados Unidos e Brasil. A União Europeia é o terceiro maior importador global, exigindo um total de 32 milhões de toneladas de soja (20 milhões de toneladas de bagaço de soja e 12 milhões de toneladas de grão inteiro). 97% das produções agrícolas nos Estados Unidos são de propriedade familiar e operadas por agricultores norte-americanos que cultivam cerca de 36 milhões de hectares de soja por ano. A soja é a maior exportação agrícola dos Estados Unidos com 55 a 60% da produção de soja dos EUA exportada anualmente, incluindo soja, bagaço de soja e óleo de soja.

Desde 1980, os agricultores dos Estados Unidos têm-se esforçado para melhorar as métricas ambientais relacionadas com a utilização da terra de cultivo, a erosão do solo, as emissões de gases de efeito estufa e o uso de energia. E os produtores dos Estados Unidos estão a alcançar resultados positivos: a produtividade aumentou 35% com a redução da utilização do solo, enquanto a erosão do mesmo foi reduzida em 66%, as emissões em 41% e o uso de energia em 42%. O mercado global está à procura de uma solução com provas dadas, com impacto à escala nacional, baseada em métricas e de baixo custo. O mundo em constante crescimento exige soja sustentável de áreas não desflorestadas. Em 2014, agricultores americanos, através do Conselho de Exportação de Soja dos Estados Unidos (USSEC), desenvolveram o Protocolo de Garantia de Sustentabilidade da Soja dos Estados Unidos (SSAP) para soja de origem norte-americana. Todas as remessas dos Estados Unidos são elegíveis para esta certificação. Em 2021, mais de 25 milhões de toneladas foram verificadas com recurso ao SSAP. O SSAP recebeu referências positivas da Federação Europeia de Fabricantes de Alimentos para Animais (FEFAC); do Fórum de Bens de Consumo; da Mesa Redonda de Sustentabilidade do Reino Unido; da Directiva de Energia Renovável da UE (SSAP-RED) e da Aliança de Aquacultura Global, demonstrando que as indústrias de ração e alimentação já investiram significativamente nas soluções sustentáveis​​ que a soja dos Estados Unidos pode proporcionar. Em relação aos ingredientes da ração animal, a

Produção de soja nos Estados Unidos

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

soja está na frente, principalmente quanto às ques-


tões relacionadas com a sustentabilidade. Os dois gráficos abaixo

Protein Unit Carbon Footprint

demonstram a pegada de carbono da soja na Europa em relação a excluindo Reafectação do Solo (Fig 1) e Pegada de Carbono da Uni-

Non-weighted Average of Production Origins 8 7

kg CO2-eq / kg protein

outros ingredientes da ração, incluindo Reafectação do Solo (LUC) e

6

dade de Proteína (Fig 2).

5

Os métodos de produção impactam, claramente, nas métricas de sustentabilidade – e estes gráficos destacam a importância de

Global warming - incl LUC (kg CO2-eq/kg crude protein)

4

Global warming - excl LUC (kg CO2-eq/kg crude protein)

3 2 1 0

Carbon footprint of Soybeans in Europe Including land-use-change (LUC)

Sunflower seed

Soybeans

Rapeseed

Wheat grain

Rye grain

Maize

Barley grain

Fig 2

Carbon footprint of feed ingredients Cradle-2-farm

10

Global warming - incl LUC

9

US (incl LUC)

kg CO2-eq/kg product

8

Global warming - excl LUC US (excl LUC) Data range

7

lidade de colheitas avaliadas para nutrição humana considerando

5 4

proteínas, nutrientes e calorias.

3 2

O mundo precisa de uma inovação agrícola equilibrada e contínua

1 Sunflower seed

Soybeans

Rapeseed

Wheat grain

Rye grain

Barley grain

Feed ingredient 20 year time frame → supplier specific information improves quality of results

Fig 1

Considerações adicionais incluem a produção de soja sustentável nos Estados Unidos, agricultura animal bem gerida e sustentabi-

6

0

considerar soja bem documentada e suficientemente analisada.

para alcançar os seus desafios de sustentabilidade nas cadeias de alimentação animal e humana. A U.S. Soy tem orgulho em ser líder no fornecimento de soluções sustentáveis ​​para nutrição animal e humana.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL PAC

REFORMA DA PAC: UMA PROPOSTA IDÍLICA?

Manuel Chaveiro Soares Engenheiro Agrónomo, Ph. D.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

O acordo de princípio sobre a reforma da PAC recentemente adotado pelos Estados Membros representa a morte da agricultura enquanto atividade económica no espaço da União Europeia e consagra uma visão urbana dos campos enquanto paisagem e mero espaço de lazer. Tínhamos a esperança de que a Europa havia tomado consciência das suas fragilidades estratégicas atuais resultantes de políticas ditas ambientais que conduziram à desindustrialização, fragilidades que ficaram bem expostas na atual crise socioeconómica. Afinal, os mesmos erros vão ser estendidos agora à agricultura. Agrava-se a dependência alimentar da Europa em nome de valores ambientais aos quais a agricultura podia dar resposta se tivessem sido outros os decisores políticos e, sobretudo, outra a vontade política. Tendo tomado conhecimento de alguns tópicos do acordo de princípio sobre a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e considerando a formação académica e o percurso profissional dos principais atores políticos responsáveis pela aludida reforma, eu interrogo-me sinceramente sobre o seu real conhecimento do mundo rural e da atividade agrícola, questionando-me se não estão a usar a sua melhor boa vontade a fim de contribuírem para moldar uma Europa idílica. Mas, a meu ver, trata-se de uma proposta arredada da realidade. De facto, não tem em conta a perda de competitividade das explorações agrícolas europeias, nem o decréscimo da produção de alimentos e consequente aumento de custo dos mesmos para os consumidores: discriminando assim negativamente agricultores e consumidores, mormente os mais carenciados. Acresce que ao promover o modo de produção biológico, nem sempre acautela a saúde pública e a economia dos produtores pecuários, como, por exemplo, quando fomenta a criação de galinhas poedeiras ao ar livre, ficando assim estas sujeitas a diversas contaminações perniciosas, com relevo para a gripe aviária. Na verdade, ao ser proposto que as condições produtivas se adaptem aos objetivos ambientais previstos no Pacto Ecológico Europeu, fixam-se metas muito restritas para os agricultores da UE-27, sem considerar, nomeadamente, a competitividade que as explorações agrícolas têm de apresentar quando inseridas numa economia que tem vindo a ser cada vez mais globalizada. Nestas condições, na minha opinião põe-se em causa a soberania alimentar da UE, já fragilizada no que toca principalmente a fontes de proteína vegetal, designadamente de soja, cuja importação se eleva a mais de 35 milhões de toneladas por ano, na sua maioria geneticamente

modificada; de salientar que também o café, o cacau, o óleo de palma e a cana-de-açúcar, importados de regiões com alta vulnerabilidade a secas, poderão vir a tocar diretamente as nossas vidas. Como agricultor português, ao examinar os traços principais do aludido acordo provisório sobre a reforma da PAC, não descortino sensibilidade para algumas preocupações que sinto no exercício da atividade, a saber: (i) existência de um mercado agrícola e florestal frequentemente em oligopólio, quando não mesmo monopólio, tanto a montante (fatores de produção) como a jusante (grandes cadeias de distribuição e de transformação de produtos florestais), o que obviamente esmaga a margem líquida das explorações agrícolas e florestais; (ii) a propósito do que precede, fico estupefacto quando assisto à promoção de géneros alimentícios a preços extremamente atrativos, abaixo do custo de produção, para assim atrair clientela, podendo a título de exemplo apontar que até já assisti à venda de leite UHT ao preço da água; (iii) acesso a água para rega ajustada criteriosamente às necessidades das culturas, com vista a maximizar a sua produtividade, nomeadamente em regiões com clima mediterrânico, sem todavia criar riscos para o ambiente, nomeadamente no que concerne à lixiviação do azoto sob forma nítrica; (iv) uma burocracia paralisante, que obstaculiza os investimentos, principalmente no âmbito da produção animal e, ao considerar algumas restrições constantes da proposta em apreço, propendo a crer que irá estender-se também à produção vegetal exercida em moldes mais eficientes (como exceção positiva, recorde-se o antigo programa Vitis do Ministério da Agricultura, que exigia apenas um pedido de ajuda – pré-fixada); (v) a propósito dos obstáculos administrativos com que os agricultores se deparam, proponho que se torne mais amplo o uso do deferimento tácito; (vi) dificuldade em recrutar trabalhadores agrícolas portugueses, considerando que se trata de um problema que se irá acentuar no futuro, designadamente porque a nossa taxa de natalidade é extremamente baixa. O referido acordo de princípio sobre a reforma da PAC também prevê o apoio a projetos de jovens agricultores; mas, sem que sejam dadas respostas adequadas às dificuldades supramencionadas, com relevo para a prática de preços justos, não creio que os jovens se sintam atraídos para a atividade agrícola, pelo menos de forma prolongada, pois nas condições ora propostas a rendibilidade da agricultura será por via de regra cada vez mais inferior à obtida noutros setores económicos. Do que conheço da proposta de reforma da PAC em apreço não descortino qualquer alusão à moderna biotecnologia, que tem experimentado avanços cien-


tíficos extraordinários e uma expansão enorme nos EUA, na China e em dezenas de outros países, conferindo às plantas caraterísticas que lhes permitem mitigar tanto os desafios decorrentes das alterações climáticas, como da expansão da população mundial. De salientar que a UE corre o risco de importar alimentos gerados pela tecnologia CRISPR (prémio Nobel da Química de 2020) sem que seja possível detetar que não são naturais. A situação portuguesa apresenta caraterísticas específicas que importa ter em atenção ao desenhar uma nova Política Agrícola Comum: (i) a economia encontra-se estagnada há mais de 20 anos e o endividamento do País é excessivo; (ii) em decorrência da reforma da PAC em 1992 deixaram de ser cultivados 1,3 milhões de hectares, por falta de competitividade, e, consequentemente, aumentaram as importações de alimentos e o défice da balança comercial de produtos agrícolas e agroalimentares situa-se na ordem de 3,7 mil milhões de euros; (iii) a proporção de solos com aptidão agrícola é de apenas cerca de 28% e o regadio representa aproxidamente 12% da superfície agrícola utilizada (em média 1 ha de regadio produz 5 vezes mais que 1 ha de sequeiro).

Nos últimos 100 anos, a história apresentou-nos diversas situações em que a economia planeada centralmente conduziu a resultados calamitosos, inclusive no plano ambiental e alimentar (recorde-se a Campanha do Trigo em Portugal, a aplicação das teorias anti-mendelianas de Lysenko na URSS e o Grande Salto em Frente na China). A atual proposta de reforma não vai obviamente tão longe, mas irá certamente condicionar a liberdade de decisão dos agricultores como nunca antes se verificou em democracias liberais com iniciativa privada. Considerando o que precede e tendo em consideração que as medidas preconizadas na possível nova PAC (redução do uso de fatores de produção, como fertilizantes e pesticidas, e ocupação de pelo menos 25% da área agrícola em Modo de Produção Biológico) conduzirão a um decréscimo expressivo da produção de alimentos, a Portugal interessa que aumente a produtividade nas áreas onde existem condições – de solo, clima e estrutura fundiária – competitivas (desejavelmente expandindo o regadio), para deste modo manter o crescimento das exportações agrícolas que se tem verificado na última década, contribuir para a ocupação das regiões que tendem para a desertificação e concorrer para o crescimento económico.

Acredito que, não obstante as restrições propostas no âmbito da produção de alimentos, os Portugueses não regressarão à subalimentação que sofreram até meados do século passado; é certo que a atual abundância alimentar, em particular no que respeita ao consumo energético, conduziu a uma situação em que mais de metade da população adulta portuguesa tem excesso de peso e, adicionalmente, estima-se que as perdas por pragas e doenças, e o desperdício alimentar, correspondem a mais de um terço da produção total (o decréscimo proposto para um menor uso de pesticidas irá certamente elevar as referidas perdas). Resumindo e em conclusão: para aumentarmos a nossa produção agrícola e assim diminuirmos o supramencionado elevado défice da nossa balança comercial de produtos agrícolas e agroalimentares, na minha modesta opinião, as três principais medidas que mais importa implementar são: expandir o regadio, eliminar monopólios e cartéis (a nível nacional, europeu ou mesmo global) e agilizar os procedimentos administrativos, designadamente nos Ministérios do Ambiente e da Agricultura, mormente aplicando um mais amplo uso do deferimento tácito.

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

POR QUE USAMOS AS CARBOIDRASES? Departamento técnico,

As carboidrases aplicadas à nutrição animal servem

que as carboidrases só são necessárias ou eficazes

Andrés Pintaluba S.A.

para degradar os hidratos de carbono que não são digeridos pelo sistema enzimático endógeno do animal.

quando a dieta tem um alto teor de cevada ou trigo, no entanto vários autores, estudos universitários e

Por outras palavras, os ingredientes da ração têm uma fração indigestível que afeta a digestibilidade da energia, aminoácidos, proteína. etc, diminuindo o seu valor nutricional. Erradamente, acredita-se

experiência empírica sugerem que isso não é inteiramente assim, mas que, qualquer dieta que inclua cereais ou leguminosas é beneficiada pela inclusão de enzimas como Endofeed.

Trigo Centeio Milho Farelo de trigo Sorgo DDGS de trigo Cevada DDGS de milho Farelo de arroz Arroz Bagaço de girassol Bagaço de soja

AX. SOL AX. INSOL 1,8 6,3 3,4 5,5 0,1 5,1 1,1 20,8 0,12 3,8 4,9 13,4 0,8 7,1 0,4 12,6 0,2 8,3 T 0,2 0,8 5,2 0,75 2,25

B-GLUCANOS 0,8 2,0 T 0,4 0,2 2,3 4,3 T T 0,1 -

CELULOSE 2,0 1,5 2,0 10,7 2,0 5,8 3,9 7,1 1,2 0,3 12,3 6,2

MANOSE T 0,3 0,2 0,4 0,1 T 0,2 0,7 0,4 T 1,2 1,3

T= Quantidade traça não quantificáveis

GALACTOSE 0,3 0,3 0,6 0,8 0,15 0,9 0,2 2,1 1,2 0,1 1,3 4,1

PNA 11,4 13,2 8,1 35,3 6,45 33,2 16,7 28,6 21,8 0,8 31,5 21,7

AX/PNA 71% 67% 64% 62% 62% 55% 47% 45% 39% 25% 19% 14%

Fonte: Vários autores. Engormix

Composição da dieta formulada com diferentes graus de complexidade em termos de composição de ingredientes (baseado em dados de Englyst (1989), NRC (1994), Bach Knudsen (1997), FEDNA (2003), e Rostagno et al. (2011)). S.L. Vieira et al. Formulating poultry diets based on their indigestible components Ingrediente, % Milho Bagaço de soja Trigo Farinha de carne/osso Salvado de arroz DDGS2 Outros1 Total 1 2

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Trigo 10,0 32 47,2 10,8 100

Farinha carne/osso 59,7 31,4 5,0 3,9 100

Farelo de arroz 40,2 34,2 15,0 10,6 100

DDGS2 42,7 21,9 5 25 5,4 100

Farinha carne/osso 3,948 0,18 21,20 0,11 1,12 0,09 0,84 0,09 0,82 0,13 3,6 4,6 2,5 0,6 1,5 38,3 28,8 9,6 3,8 0,22 1,9 0,7 1,0 6,3

Farelo de arroz 4,346 0,25 20,73 0,11 1,14 0,10 0,86 0,10 0,81 0,14 5,1 6,0 2,4 0,9 1,9 29,7 22,2 7,4 3,0 0,41 2,8 0,9 1,3 5,5

DDGS2 4,375 0,26 22,05 0,12 1,00 0,1 0,76 0,12 0,79 0,13 4,6 6,7 4,6 0,5 1,4 28,7 21,5 7,2 2,9 0,21 1,3 0,5 0,6 6,2

Aminoácidos sintéticos, cal, DCP… DDGS: Grãos secos digestíveis com solúveis de milho

Substrato Energia bruta (EB), kcal/kg EI 1/EB Proteína bruta (PB) PB indigestível /PB total Lisina (Lis) total Lis indigestível/Lis total TSAA TSAA indigestível/TSAA Treonina (Treo) total Treo indigestível/Treo total Celulose Hemicelulose Arabinoxilanos Glucomananos Xiloglucanos Amido Amilose Amilopectina Amido resistente P fitato Pectina Xilogalacturonanos Rhamnogalacturonanos Oligossacáridos 1

Milho/soja 55,8 35,6 8,6 100

Milho/soja 4,240 0,24 20,52 0,1 1,12 0,09 0,84 0,08 0,81 0,12 3,9 4,8 2,3 0,7 1,6 36,0 27,0 9,0 3,6 0,23 2,1 0,6 1,1 6,9

EI: energia indigestível = EB - EM

Trigo 4,297 0,24 20,87 0,10 1,28 0,23 0,73 0,07 0,83 0,19 3,6 4,4 4,1 0,1 0,2 33,2 24,9 8,3 3,3 0,23 1,9 1,2 0,6 5,6


Vamos dar um exemplo: Ninguém contesta o uso de Endofeed (Xylanase/Beta-glucanase) numa dieta com trigo! Isso porque se associa a composição em polissacáridos não amiláceos com a adequação do uso de uma enzima. O trigo tem na sua composição 1,8 % de arabinoxilanos solúveis (AXS), 6,3 % de arabinoxilanos insolúveis (AXI), 0,8% de betaglucanos e 2% de celulose, observamos que, apenas contando esses polissacáridos não amiláceos (PNA), o trigo apresenta um teor de PNA de 11%, por isso temos presente na nossa cabeça que devemos usar enzimas. Vejamos o que acontece com o milho: 0,1% AXS, 5,1% AXI, 2% Celulose, que soma 7,2%

dieta e chama-me a atenção no que se refere ao valor da energia. Define como energia indigestível, a diferença entre a energia bruta e a energia metabolizável, quando calcula a proporção que existe entre esta energia indigestível sobre a energia bruta, tanto a dieta milho-soja como a dieta trigo-soja apresentam a mesma proporção EI/EB = 0,24. O valor energético de uma dieta está muito relacionada com a digestibilidade dos carboidratos e esta com o conteúdo em PNA. Poderá ser que esta proporção seja tão similar que no final o conteúdo em polissacáridos não amiláceos totais da dieta não seja tão diferente? Como conclusão, a utilização de Endofeed está indicada para dietas ricas em polissacáridos

não amiláceos tal como se apresentou e foi autorizado pelo comité científico da EFSA, por outro lado, temos visto que as dietas que comumente se formulam em avicultura apresentam um conteúdo suficiente em PNA para que atuem como substratos para a ação das enzimas exógenas. Definitivamente, as vantagens derivadas do uso de Endofeed não só são aplicáveis a dietas de cereal branco, mas também se aplicam na justa proporção, a qualquer tipo de dieta que contenha ingredientes que contenha polissacáridos não amiláceos PNA. Bibliografia disponível em Vetalmex: amgaspar@vetalmex.com

de PNA. Se compararmos este valor com o do trigo, eles não estão muito longe considerando a variabilidade e, a verdade é que, tanto no trigo como no milho teremos substrato para o Endofeed atuar. Deitemos uma olhada nos outros ingredientes que podem ser a maioria na nossa dieta, como o bagaço de soja e o bagaço de girassol, o primeiro tem um teor de 3% de AX e 6% de celulose, o que lhe dá um valor de PNA de 9%, no caso do girassol, o AX constitui 6%

ENDOFEED DC

Melhora a digestibilidade dos nutrientes Complexo Multienzimático

e a celulose 12%, ou seja, está contribuindo com um valor total de PNA de 18%. Definitivamente, quase todos os ingredientes comumente utilizados no fabrico de rações, fornecem uma parte indigestível que é melhorada mediante a aplicação de Endofeed, uma enzima muito apropriada para dietas ricas em polissacáridos não amiláceos. Observemos agora o que diz a ciência, os

c ni c é ot

o

especialistas empenhados em constatar empiricamente cada uma das observações naturais. Existe um interessante trabalho de

o oZ v i it Ad

S.L. Vieira et al. “Formulating poultry diets based on their indigestible components” que estuda como os componentes indigestíveis da dieta, condicionam a digestibilidade dos seus nutrientes. Cito um parágrafo que começa assim “ most of the indigestible substrates in corn-soy or wheat-soy diets are nonstarch polysaccharides (NSP)..” Isto concorda com a

Decompõe os Polissacáridos Não Amiláceos (PNA)

aproximação que fizemos antes, em que as

Liberta os nutrientes dos PNA e diminui a viscosidade intestinal

dietas tradicionais contêm uma quantidade

Melhora a digestibilidade dos nutrientes e o desempenho produtivo

de polissacáridos não amiláceos indigestíveis onde o Endofeed pode exercer o seu efeito

Otimiza a formulação da ração, reduzindo os custos com a alimentação

melhorador da digestibilidade. Outro dado muito interessante deste artigo é a previsão que faz sobre os nutrientes indigestíveis dependendo do tipo de ingredientes da

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

­­ DIETAS DE BAIXO TEOR EM PROTEÍNA BRUTA COMPLEMENTADAS COM AMINOÁCIDOS: UMA FERRAMENTA EFICIENTE PARA MELHORAR A SAÚDE E O BEM-ESTAR DOS SUÍNOS E DAS AVES DE CAPOEIRA Por Ilaria Minussi, Tristan Chalvon-Demersay, Léa Cappelaere, William Lambert Metex Noovistago

Abstract: A Dieta, e particularmente o teor de proteína bruta (PB) e aminoácidos (AA), tem um papel fundamental na melhoria da saúde e do bem-estar na pecuária. Graças a uma nova abordagem personalizada baseada em AA desenvolvida pela AANE (NØØVISTA go), dietas baixas em proteína bruta podem ser facilmente implementadas para enfrentar desafios de saúde e bem-estar como a diarreia pós-desmame do leitão (PD) e a pododermatite das aves (PDM), otimizando o desempenho animal concomitantemente. Os aspetos da saúde e do bem-estar da pecuária são objeto de uma importância crescente, com uma elevada pressão do mercado e dos clientes para produtos animais sustentáveis, tanto do ponto de vista da saúde como do bem-estar. A pressão legislativa e do consumidor sobre produtos como os antibióticos e a ZnO forçam a indústria a identificar estratégias inovadoras para superar os desafios da saúde. Os fatores de gestão são completamente controlados, outros elementos são cruciais para garantir uma boa saúde e bem-estar animal. Entre eles, a proteína e a nutrição dos aminoácidos desempenham um papel fundamental.

Modo de ação das estratégias de baixa proteína na saúde e bem-estar Tanto para os suínos como para as aves de capoeira, a saúde intestinal é central para manter um bom estado de saúde geral e um desempenho ótimo. A saúde intestinal baseia-se em diferentes pilares entre os quais se encontram o equilíbrio da microbiota (quando a população bacteriana intestinal é abundante e diversificada, com uma elevada contribuição de bactérias benéficas em detrimento das patogénicas) e a aptidão imunitária (quando o sistema imunitário é capaz de responder de forma proporcional a um desafio). A redução do nível proteico pode suportar estes dois pilares, reduzindo o excesso de AA e N não digeridos. Por isso, por um lado, estão disponíveis menos substratos para que as bactérias patogénicas cresçam, reduzindo assim a sua proliferação. Observou-se que um teor reduzido de proteína bruta da dieta poderia diminuir o número de bactérias patogénicas no intestino, e a pontuação da lesão necrótica no intestino delgado das galinhas grelhadas. Por outro lado, os compostos nocivos produzidos durante a fermentação dos AA, tais como as aminas biogénicas, amónia e outras 30 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

moléculas, tais como fenol s ou P-Cresol, são reduzidos quando a PB da dieta é reduzida. Por exemplo, a NØØVISTA go quantificou que uma redução da PB da dieta em 1% diminui a concentração de amoníaco no intestino em cerca de 5% nos leitões. Além disso, as dietas baixas em PB têm sido associadas a uma diminuição da presença de marcadores de inflamação no intestino, sinónimo de um menor investimento de energia e aminoácidos na manutenção de um sistema imunitário altamente estimulado. Alguns estudos também relataram efeitos benéficos de dietas de baixa PB marcadas por uma abundância crescente de “tight-junctions”, proteínas envolvidas na vedação das “juntas” das células mucosas intestinais e sinais de melhor integridade intestinal e menor translocação bacteriana. As dietas baixas em PB são geralmente obtidas substituindo a farinha de soja (SBM) com níveis aumentados de AA e cereais de qualidade alimentar, reduzindo assim o teor de potássio (K) e oligossacáridos no alimento. Estas modificações também contribuem para uma melhor saúde intestinal. Com efeito, a redução da ingestão de potássio diminui o consumo e a excreção de água, afetando positivamente a consistência da excreta. A redução da ingestão de oligossacáridos diminui a proliferação de bactérias patogénicas, que dependem da fermentação destas moléculas. Além disso, uma vez que os AA de qualidade alimentar são 100% digeríveis e facilmente absorvíveis, o aumento da sua utilização é particularmente útil quando o sistema digestivo não está totalmente maduro ou desafiado. Exemplos de quão as dietas com baixa PB ajudam a resolver algumas questões específicas de saúde e bem-estar na produção de suínos e aves são apresentados abaixo.

Dietas baixas da PB e diarreia pós-desmame em leitões A diarreia pós-desmame é uma condição comum na produção de leitões. Muitos fatores, como a idade ao desmame e a mudança súbita da dieta e da habitação, participam no aumento do nível de stress dos leitões. Como resultado, a diarreia pós-desmame (PD) pode ocorrer, causando alterações morfológicas e funcio-


nais do intestino delgado, reduzindo assim a absorção de nutrientes. Esta problemática não influencia apenas o desempenho, mas também o estatuto de leitão e o seu bem-estar. Utilizando uma meta-análise com base na compilação dos resultados de 12 artigos publicados e 18 ensaios, a AANE (NØØVISTA go) estudou o efeito de dietas de baixa proteína bruta na incidência da diarreia pós-desmame nos leitões. Esta estratégia nutricional, quando aplicada com cuidado, permite uma redução significativa (P < 0,001) de leitões pós-desmame de 6,7% por cada 1% de redução da PB (Figura 1).

PB podem contribuir significativamente para a redução da humidade da cama e do teor N. Uma meta-análise conduzida pela NØØVISTA go quantificou a pontuação das lesões de pododermatite (PDM, de 0 a 200) em resposta à PB da dieta. Incluiu todos os ensaios internos publicados e AANE (NØØVISTA go) desde 2007 (total de 10 ensaios) e os diferentes sistemas de pontuação de pododermatite foram padronizados para PDM. O PDM diminui linearmente (P < 0,001) em cerca de 30% por cada 1 ponto de redução da PB da dieta.

Conclusões Uma vez que o nível de proteína bruta nos alimentos para animais é ainda mais reduzido, é crucial ter uma boa compreensão do modo de

ação e dos efeitos das dietas de baixa PB na saúde e bem-estar dos animais. Os Aminoácidos não são apenas blocos de construção para o crescimento, mas também assumem funcionalidades para a integridade intestinal, imunidade e metabolismo, que estão atualmente a ser explorados. Uma nutrição ágil de suínos e aves em AA permite implementar estratégias nutricionais eficientes adaptadas para enfrentar múltiplos problemas em contextos específicos. Isto ajudará a alcançar uma produção animal sustentável do ponto de vista da performance, da saúde, do bem-estar e do ambiente. Referências disponíveis a pedido Artigo traduzido e complementado por: Teresa Carmona Costa (Indukern Portugal)

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Figura 1. Meta-análise do efeito da redução da proteína bruta da dieta no índice de diarreia na pontuação suína e pododermatite (PDM) em frangos (dados internos da Ajinomoto Animal Nutrition Europe, 2020; NØØVISTA go).

Dietas baixas em PB e pododermatite nas aves Um problema relevante na produção de frangos é a pododermatite (PDM), uma condição que causa necrose e úlceras na pele do pé. Esta condição afeta negativamente o estado de saúde e bem-estar das aves, causando dor, o que pode interferir com a capacidade animal de caminhar e comer adequadamente. As suas principais causas são a humidade da cama e o teor de N da mesma, que contribuem para a irritação do tecido podal, resultando numa maior incidência e gravidade da condição. Embora uma boa gestão da produção seja um pré-requisito para uma ótima qualidade da cama, as dietas baixas em

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

UTILIZAÇÃO DE INTENSIFICADORES DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES EM FRANGOS E SUÍNOS: EXPERIÊNCIAS DO BRASIL Contexto O Brasil é o líder na produção de rações na América Latina e o terceiro maior produtor de rações do mundo. A produção de rações no Brasil ultrapassou 70 milhões de toneladas em 2019 (32 milhões para frangos e 17 milhões para suínos), o que é o dobro em relação à Índia, mas ainda está longe do primeiro e segundo maiores produtores, China e Estados Unidos, com 187 e 173 milhões de toneladas respetivamente. O Brasil produz cerca de 30 milhões de toneladas de carne por ano (13,6 de frango e 3,6 de porco e 10 de vaca), sendo o principal exportador de carne do mundo, com exportações totais de frango e carne de vaca que representam 8,5 mil milhões e 5 mil milhões de dólares, respetivamente (ABPA e ABIEC, 2017). A excelência na sua capacidade de produção avícola e suína é indiscutível, considerando-se que o Brasil é líder mundial no setor avícola. O setor dos suínos, que a priori pode não parecer tão proeminente em comparação com aves de capoeira e a carne de vaca, tem-se desenvolvido continuamente nos últimos 10 anos, com melhorias na eficiência, no estado de saúde e no bem-estar animal. Deve referir-se que o Brasil produz atualmente 25% mais carne com 15% menos porcos alojados. Isto significa que cada porca agora produz 45% mais carne em comparação com há 10 anos atrás. Isto transformou o Brasil no terceiro maior produtor do mundo, com 41,1 milhões de porcos em 2017 (dados da FAO). Para contribuir para esta notável eficácia, os intensificadores de absorção de nutrientes, como o LYSOFORTE EXTEND dry, provaram ser um candidato perfeito. Nestas circunstâncias e com o objetivo de otimizar ainda mais os custos de alimentação, testou-se o uso do LYSOFORTE EXTEND dry num ensaio de leitões, num ensaio em porcas e num ensaio em frangos de carne em condições de produção brasileiras.

FRANGOS DE CARNE Estas experiências que apresentamos a seguir são um resumo do artigo publicado recentemente na Poultry Science sob o título: “Optimizing cost, growth performance, and nutrient absorption with a bio-emulsifier based on lysophospholipids for broiler chickens” (Haetinger et al., 2021; 32 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

DOI: https://doi.org/10.1016/j.psj.2021.101025. Além disso, destacamos as implicações que os resultados obtidos nestes ensaios podem ter nas estratégias de formulação de rações para frangos de carne.

Introdução e descrição Durante os últimos meses de 2020 e todo o ano de 2021, até ao presente, os preços das matérias-primas para ração aumentaram para níveis históricos, o que teve um impacto muito significativo nos custos da ração e na rentabilidade das explorações avícolas em todo o mundo. Como tal, identificar estratégias eficazes e fiáveis para lidar com este impacto é vital para manter um negócio saudável e rentável tanto para os avicultores como para os produtores de rações. Nesse sentido, o LYSOFORTE tem-se mostrado uma ferramenta muito rentável para reduzir o custo da fórmula e manter o desempenho produtivo quando aplicado na reformulação (Wealleans et al., 2019). Da mesma forma, a adição de LYSOFORTE à ração para frangos de carne também demonstrou melhorar a digestibilidade da proteína e do extrato etéreo (Papadopoulos et al., 2018), melhorando, assim, a energia metabolizável das dietas. Para confirmar estes resultados em condições de alto desempenho produtivo, foram realizados dois ensaios na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Avaliaram-se os efeitos da adição de LYSOFORTE EXTEND dry a dietas contendo duas fontes de gordura diferentes e com duas matrizes nutricionais diferentes aplicadas na reformulação sobre os resultados produtivos, a digestibilidade dos nutrientes e as características da carcaça de frangos de carne. Na experiência 1, utilizaram-se 392 frangos alojados numa bateria, os quais foram distribuídos aleatoriamente em 8 tratamentos e 7 repetições de 7 frangos cada. Neste ensaio, avaliaram-se os resultados produtivos de 1 a 21 dias e determinou-se a digestibilidade a 21 dias. Na experiência 2, utilizaram-se 1400 frangos alojados em baias no chão que se alocaram aos mesmos 8 tratamentos, com 7 repetições de 25 frangos cada. Este ensaio avaliou os resultados produ-


YOUR GLOBAL SUSTAINABILITY SOLUTION. Sustainable farming practices are foundational to the growth and production of U.S. Soy. Recently, the U.S. Soybean Export Council (USSEC) mapped U.S. Soy’s strategic objectives directly to the U.N. Sustainable Development Goals (SDGs) – 17 goals that aim to end poverty, protect the planet, and ensure all people enjoy peace and prosperity by 2030. With the strategic objectives tied directly to specific SDGs and the targets under those goals, the U.S. Soy industry has identified areas where we can have the greatest impact in supporting progress toward global sustainable development.

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33


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

tivos de 0 a 42 dias e o desempenho de carcaça e a deposição de gordura abdominal aos 43 dias. As dietas utilizadas foram à base de milho, bagaço de soja e óleo de soja, formuladas de acordo com os padrões normais da indústria no Brasil. A Tabela 1 mostra o projeto experimental: Tratamento

Descrição

T1

Controlo Positivo (CP)

T2

CP + LYSOFORTE EXTEND (LEX) dry a 500 g/t de ração. LEX suplementado a mais sobre T1 (CP)

T3

Controlo Negativo 1 (CN1) = CP reformulado com – 60 kcal/kg EMA

Resultados Experiência 2

T4

CN1 + LEX dry a 500 g/t. LEX suplementado a mais sobre T3 (CN1)

Os resultados mais relevantes da experiência 2 são refletidos nos gráficos 3 e 4. Os frangos dos tratamentos que receberam LYSOFORTE EXTEND, “on top”, (T2, T4, T6) cresceram e transformaram melhor do que os alimentados com dietas basais (T1, T3 e T5). Os frangos dos tratamentos onde se aplicou a reformulação das dietas (T3 = – 60 kcal/kg EMA e T5 = – 100 kcal/kg EMA) cresceram e transformaram pior do que os alimentados com a dieta de controlo positivo (T1). No entanto, a suplementação com LYSOFORTE EXTEND em dietas reformuladas (T4 e T6) reduziu consideravelmente os custos de alimentação, sem afetar significativamente os crescimentos e as conversões em comparação com o tratamento de controlo positivo (T1). Além disso, todos os frangos LYSOFORTE EXTEND cujas dietas

Controlo Negativo 2 (CN2) = CP reformulado com – 100 kcal/kg EMA CN2 + LEX dry a 500 g/t. LEX suplementado a mais sobre T5 (CN2)

T7

CP formulado com oleína de soja substituíndo o óleo de soja (CP OS)

T8

CP OS reformulado com – 60 kcal/kg EMA + LEX dry a 500 g/t

Os resultados mais relevantes da experiência 1 são refletidos nos gráficos 1 e 2. Os frangos dos tratamentos que receberam dietas suplementadas com LYSOFORTE EXTEND obtiveram os melhores resultaGráfico 1. Efeito do LYSOFORTE EXTEND na digestibilidade da matéria seca (MS) e a energia metabolizável aparente (EMA) de frangos de carne.

72.0 72.0 70.0 70.0 68.0 68.0 66.0 66.0 64.0 64.0 62.0 62.0

MS MS

3,460 3,460 3,440 3,440 3,420 3,420 3,400 3,400 3,380 3,380 3,360 3,360 3,340 3,340 3,320 3,320 3,300 3,300

3,600

Ganho de peso (g)

P < 0,01 P < 0,01

P = 0,0119 P = 0,0119

EMA(kcal/kg) (kcal/kg) EMA

74.0 74.0

Gráfico 3. Efeito do LYSOFORTE EXTEND nos resultados produtivos (0-42d) de frangos de carne. Índice de conversão (IC) representado pela linha contínua e o ganho de peso representado por barras. Teste de Tukey a-b-c-d (P <0,05). P < 0,0001

P < 0.0001

1.540 1.520

3,550

1.500

3,500

1.480

3,450

1.460 1.440

3,400

1.420 1.400

3,350

EMA EMA

Ganancia de peso 1-42 d

Gráfico 2. Efeito do LYSOFORTE EXTEND na digestibilidade do extrato etéreo

IC

T5 T6

Resultados Experiência 1

DigestibilidadeMS MS(%) (%) Digestibilidade

dos de digestibilidade da matéria seca, extrato etéreo e proteína. As dietas reformuladas suplementadas com LYSOFORTE EXTEND (T4, T6 e T8) forneceram resultados melhores ou iguais que o grupo de controlo positivo (T1) para todos os parâmetros avaliados. As dietas de controlo negativo (T3 e T5), principalmente o controlo negativo 2 (T5) (-100 kcal / kg), mostraram claramente o impacto negativo que a redução de energia causou na digestibilidade dos nutrientes. No entanto, este impacto negativo foi mitigado nos tratamentos em que se suplementou LYSOFORTE EXTEND (T4 e T6).

IC

81.0 81.0 80.0 80.0 79.0 79.0 78.0 78.0

Gordura abdominal (g)

71.0 71.0 69.0 69.0 67.0 67.0 65.0 65.0

DigestibilidadePBPB(%) (%) Digestibilidade

DigestibilidadeEEEE(%) (%) Digestibilidade

Gráfico 2. Efeito do LYSOFORTE EXTEND na digestibilidade do extrato etéreo (EE) e a proteína bruta (PB) de Gráfico 4. Efeito do LYSOFORTE EXTEND na deposição de gordura abdominal Gráfico 2. Efeito do LYSOFORTE EXTEND na digestibilidade do extrato etéreo (EE) e a proteína bruta (PB) de (EE) ebroiler. a proteína bruta (PB) de frangos de carne. frangos frangos broiler. de frangos carne a 43 d. na deposição de gordura abdominal de frangos de corte a 43 d. Gráfico 4. Efeito de do LYSOFORTE EXTEND 81.0 P = 0,0362 86.0 P < 0,0001 81.0 P = 0,0362 86.0 P < 0,0001 30 P = 0.008 79.0 85.0 79.0 85.0 29 77.0 84.0 77.0 84.0 28 75.0 83.0 27 75.0 83.0 73.0 82.0 26 73.0 82.0

25 24 23 22 21 20

EE EE

34 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

PB PB


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ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

foram suplementadas com LYSOFORTE EXTEND apresentaram uma redução da gordura abdominal no matadouro.

Conclusões A reformulação da ração com menor conteúdo de energia resulta numa redução muito substancial dos custos de alimentação. No entanto, esta redução de energia, por sua vez, leva a uma deterioração da digestibilidade e da energia metabolizável efetivas, levando a piores resultados de produção. Como tal, o que a priori poderia parecer uma redução nos custos de alimentação acaba por se tornar numa deterioração da lucratividade. Os potencializadores da absorção de nutrientes, como o LYSOFORTE EXTEND, mostram-se, mais uma vez, como uma ferramenta eficaz tanto para melhorar os rendimentos produtivos, quando se suplementam os adultos, como para reduzir os custos de alimentação, quando utilizados na reformulação, sem comprometer o desempenho produtivo dos frangos.

LEITÕES Resumo O período pós-desmame é muito importante para o desempenho futuro do animal, sendo uma fase de stress que provoca a diminuição no consumo de ração, exigindo ração com alto teor energético. O objetivo deste estudo foi avaliar o LYSOFORTE EXTEND em leitões na fase pós-desmame. Para tal, alocaram-se 240 leitões desmamados com peso médio de 6,7 kg a dois tratamentos: Controlo e LYSOFORTE EXTEND. A alimentação foi em quatro fases: pre-starter I, pre-starter II, starter I e starter II. Utilizou-se LYSOFORTE EXTEND a 500 g / t de ração a mais nas 3 primeiras dietas e para a dieta starter II utilizou-se com reformulação (reduzindo o nível de energia em comparação com a dieta Controlo). A inclusão de LYSOFORTE EXTEND DRY melhorou significativamente o índice de conversão (IC) nas fases pre-starter e starter I (P <0,05). Na fase starter II, a reformulação de acordo com a matriz LYSOFORTE EXTEND resultou numa redução de 1% no óleo de soja e num menor custo de alimentação (-4,2 € / t) sem afetar os resultados de produção, o que resultou num retorno do investimento (ROI) de 4,85.

Cada tratamento consistiu em 120 leitões com 10 repetições de 12 animais cada, separados por sexo e bloqueados pelo peso inicial. As dietas de cada fase foram formuladas para cumprir os requisitos nutricionais dos animais. Pesaram-se os animais após cada mudança de fase e calculou-se o consumo de alimento. Os parâmetros avaliados foram peso vivo (PV), ganho médio (GM), ganho médio diário (GMD), consumo médio diário (DMC) e índice de conversão (IC). Avaliou-se o custo da dieta para calcular o retorno do investimento (ROI). Os dados foram comparados pelo teste de Tukey e analisados pelo programa SAS (9.4). Para o cálculo da análise económica, foram utilizados os preços dos ingredientes e do mercado de suínos da região onde se realizou a experiência.

Resultados A inclusão de LYSOFORTE EXTEND melhorou significativamente o IC nas fases pre-starter I e starter I (P <0,05), o que pode ser explicado pela utilização mais eficiente dos nutrientes por parte dos leitões. Na fase starter II, a reformulação aplicando a matriz de LYSOFORTE EXTEND resultou numa redução de 1% no óleo de soja e um menor custo de alimentação sem que tal afetasse negativamente os resultados de produção. Ver gráficos 1 e 2. Gráficos 1 e 2: Efeitos da inclusão de LYSOFORTE EXTEND no ganho médio diário (GMD) e o índice de conversão (IC)

GMD e IC desde o desmame até 21 d (uso a mais) 0.35

1.37

1.35 0.33

0.31

1.33

ADG weaning to 21d (kg)

GMD e IC desde o desmame até 49 d (a mais + reformulação)

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

1.31 1.3

LYSOFORTE EXTEND Dry

Utilizaram-se 240 leitões (machos e fêmeas) com idade média de 23 dias e um peso inicial médio de 6,7 kg.desde Avaliaram-se doisaté tratamentos GMD e IC o desmame 21 d (uso a mais) experimentais durante 49 dias:

36 |

1.33

0.343

Material e métodos

0.33 • LEX: leitões alimentados com as mesmas 3 primeiras dietas (pre- 1.34 1.33* g/t -starter I, pre-stater II e starter I) suplementados com 500 *P<0,05 1.33 0.32 de LYSOFORTE EXTEND, enquanto a dieta do starter II (também suplementada com 500 g/t de LYSOFORTE EXTEND) se refor- 1.32 0.344 0.343 0.31 mulou reduzindo a energia metabolizável (EM) da ração em 50 1.31 kcal/kg, o que resultou numa redução de 10 kg/t de óleo de soja 0.3 1.3 e uma poupança de 4,2 € Control / t nos custosLYSOFORTE com ração.EXTEND Os valores Dry iniciais de EM e extrato etéreo para a dieta starter II ADGde weaning to (EE) 21d (kg) FCRdo weaning to 21d foram 3.328 kcal / kg e 5,2%, respetivamente.

FCR weaning to 21d

0.5

1.6 1.578

1.565

0.49

1.58 1.56 1.54

0.48

1.52 1.5

0.47

1.48 1.46

0.46

0.481

0.478 0.45

Control

1.57 0.49 0.48 0.47

1.32

0.344

Control

1.34

*

*P<0,05

0.32

0.5

1.36

1.359

0.34

0.3

0.35 • Controlo: leitões alimentados com uma dieta de controlo de 4 1.37 fases: pre-starter I (de 24 a 31 d),1.359 pre-starter II (de 32 a 38 d), 1.36 0.34 starter I (de 39 a 45 d) e starter II (de 46 a 72 d). 1.35

GMD e

LYSOFORTE EXTEND Dry

ADG weaning to 49 d (kg)

1.44 1.42 1.4

FCR weaning to 49 d

0.46

0. 0.45

Co

ADG wea


Análise económica Na Tabela 1 apresenta-se uma análise económica, considerando o consumo de alimento por leitão e fase, o custo de alimento por fase e o cálculo do retorno do investimento (ROI). Para esta análise consideraram-se os preços locais dos leitões e dos ingredientes no ensaio (Minas Gerais, Brasil). Tabela 3: Análise económica do uso de LYSOFORTE EXTEND em dietas de leitões desmamados

LYSOFORTE EXTEND

Período Pre-starter (I + II) + Starter I (€)

5,022

4,912

Período Starter II (€)

8,753

8,688

Custo de alimentação (€/animal)

13,775

13,600

Diferença (€/animal)

Material e métodos 0,176

Ganhos / animal Ganho de PV total (kg)

23,439

23,580

Receita ganho de PV2 (€/animal)

36,073

36,290

0,217

Melhoria de receitas por LEX (€/animal)

0,393

Investimento em LEX (€/animal)

0,081 ROI = 4,85

1

Consumo de ração x custo de ração

2

Preço do leitão U$ 1,71/kg = 1,539 €/kg

A utilização de LYSOFORTE EXTEND no período de transição pós-desmame permitiu uma redução no custo da alimentação de 0,176 € / leitão e uma receita extra de um maior ganho de peso de 0,217 € / leitão, resultando num ROI de 4,85. Considerando uma exploração com 1.000 porcas, que produz 27.000 leitões por ano, a utilização do LYSOFORTE EXTEND dry significaria uma receita adicional de 10.475 euros por ano.

PORCAS Introdução e resumo Dentro do ciclo reprodutivo, a lactação é a fase mais exigente para a porca, o que resulta numa necessidade de aproximadamente três vezes as necessidades energéticas da gestação (Vadmand et al., 2015; Costermans et al., 2020). O aumento da energia necessária para satisfazer as exigências do período de lactação pode, muitas vezes, fazer com que as porcas entrem num saldo energético negativo (NEB), no qual as suas necessidades energéticas excedem a ingestão de nutrientes (Bergsma et al., 2009). Ao entrar num estado de NEB, a deficiência de nutrientes será compensada pelo uso da mobilização das reservas corporais de gorduras e proteínas (Costermans et al., 2020). O resultado, geralmente, é uma perda substancial de peso e condição corporal, assim como uma redução no desempenho reprodutivo. Além disso, existe também um efeito dominó substancial na progénie, uma vez que o peso e a vitalidade dos leitões no desmame são frequentemente reduzidos numa relação linear com o aumento do tamanho da ninhada (Rooney et al., 2020). Como tal, reali-

O ensaio foi realizado numa exploração no sudeste do Brasil. Selecionou-se um total de 320 porcas saudáveis e atribuíram-se aleatoriamente a 2 tratamentos com comedouros automáticos ou manuais (80 porcas tratamento-sistema de alimentação (Tabela 1). O ensaio começou no dia 114 de gestação (quando as porcas foram transferidas para as salas de parto) e continuou até ao desmame (22,2 dias pós-parto). Tabela 1: Programa de alimentação por tratamento Alojamento

Comedouros automáticos (AF)

Tratamento

Dietas

Comedouros manuais (MF)

Controlo

LEX

Controlo

LEX

Dietas de lactação padrão

Controlo + LEX 750g/t

Dietas de lactação padrão

Controlo + LEX 750g/t

Durante o ensaio, registou-se a ingestão média de alimento, a pontuação da condição corporal, a mortalidade dos leitões, o ganho de peso e o peso médio no desmame.

Resultados Independentemente da alimentação automática ou manual, as porcas alimentadas com LEX comeram mais durante o estudo em comparação com as porcas não suplementadas (Figura 3). Em geral, isto resultou numa ingestão diária de alimento aproximadamente 12% superior para porcas que receberam LEX (Figura 4).

Figura 3de – Consumo de ração cada sistema de Figura 3 – Consumo ração para cadapara sistema de alimentação (AF – Auto-Figura 4 – Consu tratamento mático e MF –alimentação Manual) (AF – Automático e MF – Manual)

8 7.8

7.6 7.4 7.2 7 6.8

7.83

+7,70%

7.8

7.44 7.27

+ 9,09% 6.82

6.6 6.4

Feed Intake (kg/day)

Controlo

Feed Intake (kg/day)

Custo de ração1 / animal

zou-se um ensaio para examinar o efeito da suplementação das dietas de porcas em lactação com LYSOFORTE® EXTEND (LEX). O teste mostrou que o LEX pode reduzir as perdas de condição corporal na porca, assim como aumentar substancialmente o seu consumo de alimento. Da mesma forma, os leitões nascidos de porcas suplementadas com LEX alcançaram um peso no desmame significativamente maior em comparação com o controlo. Além disso, tanto as porcas como os leitões do tratamento LEX apresentaram um desempenho numericamente melhor do que o controlo. Conclui-se que o uso de LEX pode reduzir significativamente o efeito prejudicial das porcas que entram num estado de saldo energético negativo.

6.2

7.4 7.2

|

+8

7.04

7

6.8 6.6

AF - CONTROL AF - LEX MF - CONTROL MF - LEX

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

7.6

37

CONT


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO Figura 4 – Consumo de ração total por tratamento

a sistema de Manual)

Feed Intake (kg/day)

7.8

7.4 +7,70%

7.6 7.4

7.2

7.27

7.2 7 6.8

6.6

+ 9,09% 6.82 CONTROL

6.6

mortalidade padrão desde o desmame até ao mercado de 10%, as porcas suplementadas com LEX produziriam 0,45 porcos abatidos adicionais por ninhada. O lucro médio da utilização de LEX é 0,10 € 7.635 / kg de peso vivo de leitões em função das condições do preço de mercado +8,37% na Europa em novembro de 2020, com um preço médio

7.8

7.44

7.045

7

6.8

ONTROL MF - LEX

LEX

7.6

7.4 7.2 7

6.8 6.4 Os resultados da avaliação da condição corporal (BCS, obtidos visual6.2 6.6 mente avaliadosAF numa de 1-5, emMF que- 1LEX significa muito magra AF - eCONTROL - LEXescala MF - CONTROL e 5 significa muito gorda), revelaram que as porcas suplementadas com LEX mostraram uma tendência estatisticamente 25% inferior de perda de 1.1condição corporal do que as porcas alimentadas com o 3.57 tratamento de controlo (Figura 5). Difference Initial vs. final

1

0.9

Figura 5 – Pontuações totais de condição corporal das porcas por tratamento 0.8

Body Condition Score

3.8 0.7 3.6 3.40.6 3.2 0.5 3 LEX 2.8 Difference Initial vs. Final 2.6 2.4 2.2 2

3.65

3.57

0.9

2.79

0.8

2.61

0.7 0.6 0.5

Initial BCS

LEX

Final BCS

N.º de porcas

Leitões nascidos por ninhada

Leitões desmamados por ninhada

Mortalidade %

Peso no desmame (kg)

GMD por leitão (g)

Parideiras com diarreia

Tabela 2: Dados de leitões combinados para ambos os sistemas de alimentação

Controlo

160

12,67

11,9

6,56

5,29 b

181

2,96

LEX

160

13,14

12,4

5,59

5,47 a

187

2,25

+0,47

+0,50

– 0,97

+ 180 g

+6g

EEM

-

0,937

0,445

0,618

0,044

0,004

0,365

P-valor

-

0,1428

0,1294

0,292

0,0118

0,372

0,1995

38 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Tabela 3. Análise económica da aplicação de LYSOFORTE® EXTEND Controlo

LEX

5,29 kg

5,47 kg

Diferença

+ 0,18 kg por leitão

N.º de dias antes do matadouro

-1,26*

CMD no fim do isco (kg)

3

Poupança em consumo de ração (kg/ porco) Preço da ração de isco (€/porco)

Difference Initial vs. Final

Os dados dos leitões são apresentados na tabela 2. Ao combinar os dados para ambos os sistemas de alimentação, os leitões das mães suplementadas com LEX apresentaram uma ADG numericamente mais alta, o que resultou num peso mais alto estatisticamente significativo no desmame em comparação com os leitões do grupo de controlo.

Diferença

porca/ninhada.

Peso médio no desmame

1

Control

por kg de peso vivo = 1,20 € e um custo de produção médio por kg de peso vivo = 1,10 € (112kg de porco). O lucro total por 112 kg de porco 7.045 abatido seria, portanto, de 11,2 € (0,10 € / kg de peso vivo x 112 kg). Portanto, com 0,45 porcos abatidos adicionais, o lucro extra seria de 5,04 € por porca e ninhada. A duração média da lactação foi de 22,2 dias. Considerando um custo de 0,29 € / kg de ração de lactação e a ingestão média de CONTROL LEX ração, os custos do tratamento LEX foram de 49,79 € e do tratamento CONTROL foi de 45,36 €/porca/ninhada. Como tal, o investimento adicional em LYSOFORTE EXTEND foi de 4,43 €/

1.1 Difference Initial vs. final

2.79

Tratamento

CS

7.83 +8,37%

Feed Intake (kg/day)

Feed Intake (kg/day)

09%

.82

Figura 4 – Consumo de ração total por Análise económica tratamento A análise económica é apresentada na Tabela 3. Ao considerar uma

Figura 4 – Consumo de ração total por tratamento Figura 3 – Consumo de ração para cada sistema de alimentação (AF 7.8 – Automático e MF – Manual) 7.635 7.44 7.6 8

3 – 4,26

0,27

0,27

Poupança de ração (€/porco)

1,15

N.º médio de leitões desmamados/porca Poupança potencial/ninhada do uso de LEX

12,41 1,15 x 12,41 x 0,9** = 12,84 €

Lucro extra/porca/ninhada do maior n.º de leitões desmamados devido à inclusão de LEX

5,04 €

Investimento em LEX/Porca/ninhada

4,43 €

Lucro extra/porca/ninhada

12,84+5,04-4,43 = 13,45 €

ROI

3

* De acordo com o Dr. William Close (http://www.closeconsultancy.com/willclose.htm) 0,1 kg a mais de peso no desmame resulta em menos 1 dia necessário para atingir o peso alvo de abate. Considerando este impacto documentado do peso no desmame no crescimento na fase de engorda, e tendo em conta apenas 0,7 dias menos para esta análise. ** mortalidade média desde o desmame até ao fim

Em conclusão, os resultados deste estudo demonstram que o uso de LEX pode reduzir substancialmente os efeitos prejudiciais de um saldo energético negativo comumente experimentado por porcas em lactação. Como tal, suplementar as suas dietas com LYSOFORTE® EXTEND pode ser uma estratégia económica para garantir um desempenho reprodutivo ideal da porca e influenciar positivamente o crescimento dos leitões.


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39


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO

SOLUÇÃO NATURAL PARA O CONTROLO DA COCCIDIOSE A Coccidiose é um importante problema em vitelos. É uma patologia causada

Como é que se defende?

por alguns protozoários da

OILIS

espécie Eimeria, que parasitam o trato intestinal. Estes agentes desenvolvem-se no

[ Solução natural que contribui para a prevenção da coccidiose ]

epitélio intestinal causando

O OILIS foi concebido nos nossos centros de investigação, pela seleção de compostos naturais, que através da uma combinação mais eficiente contribuem para a preservação da integridade intestinal durante períodos desafiantes, participando desta forma na redução do impacto negativo da coccidiose, influenciando positivamente nas performances.

dano severo nos enterócitos. Para responder à tendência global emergente de redução do uso de antimicrobianos, designadamente antibióticos,

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coccidicidas e coccidiostáticos, têm sido desenvolvidas

Em ruminantes a coccidiose é geralmente subes-

soluções naturais para prevenir e controlar

timada porque na maioria dos casos a infeção é

a coccidiose.

subclínica, afetando os animais jovens de forma

A Coccidiose é uma doença causada pelos

relativamente insuspeita e discreta. Esta forma

protozoários coccídeas, parasitas que esporulam no trato intestinal, infetam as células do intestino e ai se multiplicam causando a destruição das mesmas no processo. Os animais jovens são particularmente sensíveis a

afeta realmente as performances, em particular os ganhos médios diários, que é um parâmetro crucial nas recrias e que é um indicador diretamente relacionado com a performance futura. Esta perda de potencial de performance é difícil

esta infeção em particular entre os 2 e os 12

de recuperar.

meses de idade. A coccidiose causa lesões na

Os animais adultos alcançam imunidade frente à

parede intestinal, que reduzem a absorção de nutrientes, fragiliza a imunidade dos vitelos e facilita o desenvolvimento de infeções bacterianas no intestino. A absorção intestinal torna-se significativamente reduzida, resultando em atrasos no crescimento, que poderão ser irreversíveis nesta fase etária. Os principais sinais clínicos da doença são diarreias que geralmente se iniciam-se a partir

coccidiose e excretam continuamente oocistos do parasita, o que representa um grande risco para os animais jovens. O desafio é manter o nível de contaminação abaixo daquele que provoca perda económica. Para tal é importante adotar algumas práticas de maneio, designadamente a separação dos animais por idade. É também possível reforçar a prevenção mediante suplementação alimentar.

da 3ª semana de vida em diante, sem alteração da temperatura corporal. Efetivamente, a diarreia ocorre no final do ciclo reprodutivo

Prevenção com extratos de plantas

da Eimeria que ocorre no intestino grosso.

e óleos essenciais

A infeção também pode causar desidratação

40 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

severa e eventualmente morte. A Coccidiose

Uma associação única de quatro extratos de

sub-clínica é frequentemente não detetada,

plantas, selecionadas pelo sinergismo de ação no

mas compromete o crescimento dos animais

intestino, foi desenvolvida e testada em vitelos.

jovens afetados. Este défice de crescimento

Contrariamente ao tratamento medicamentoso,

não pode ser compensado nas fases mais

as soluções fitoterapêuticas não induzem resis-

tardias de crescimento dos animais e even-

tências, nem riscos de contaminação cruzada na

tualmente reduz a performance leiteira das

fábrica de produção do alimento. Adicionalmente,

futuras vacas.

ao contrário dos coccidiostáticos, esta combina-


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41


ALIMENTAÇÃO ANIMAL INVESTIGAÇÃO 15

ção de extratos de plantas não terá uma ação direta sobre os oocistos, mas na totalidade do trato intestinal. Os diferentes extratos de plantas contribuem para a criação de um ambiente desfavorável ao desenvolvimento dos oocistos e ao mesmo tempo participam na melhor recuperação das lesões intestinais potencialmente existentes. A fim de demonstrar o efeito positivo desta combinação de extratos de plantas e óleos essenciais, foram realizados vários ensaios laboratoriais e de campo.

Númeropositivos de animais positivos Número de animais

16 14 12

10

16 10

7

12 6

São apresentados resultados de ensaios realizados na região

28

1

06

1

7

0

Dia 0 4 A - Controlo Negativo 1 1 2 0 0 Dia 0

alojados no mesmo local (ar livre), separados em duas salas de sete compartimentos coletivos cada (cinco animais por compartimento). O ensaio teve a duração de 37 dias. O desafio com coccidiose foi naturalmente induzido pela ausência de desinfeção do edifício à entrada dos animais e durante todo o ensaio. Os vitelos foram alimentados com leite de substituição em balde, duas vezes por dia (manhã e noite). O grupo controlo negativo (A) recebeu uma dieta controlo sem qualquer suplementação coccidiostática; o grupo controlo positivo (B) recebeu a dieta standard suplementada com um produto concorrente (outros extratos vegetais a 4.5g/animal/dia no leite); o grupo Wisium (C) recebeu a dieta standard suplementada com a combinação de extrato de plantas OILIS (na forma dis-

de oocistos Excreção deExcreção oocistos por g fezes por g fezes

mais. Os animais não receberam tratamento antibiótico. Foram

2

7

Dia 21

1

Dia 37

B - Produto concorrente

Dia 21

C - 2OILIS 1

Dia 37

B - Produto concorrente

C - OILIS

Figura 1 : Animais positivos a coccidiosis

oeste de França. Um total de 135 vitelos de 10 a 15 dias de idade foram divididos em três grupos homogéneos de 45 ani-

7

10

10 4

A - Controlo Negativo

Resultados de ensaios

15

14 8

15024

16000

13364

14000

12000 15024

16000 10000

Figura

13364

14000 8000

12000 6000 10000 4000 8000 2000 6000 0

600 200

1062

0

Dia 0 4000 A - Controlo Negativo 2000 600 200 0 0 2: Excreção de oocistos Dia 0 A - Controlo Negativo

Dia 21

701

1250 850 Dia 37

B - Produto concorrente 1062

por grama de fezes Dia 21

B - Produto concorrente

C - OILIS 1250 850 701 Dia 37 C - OILIS

ção da excreção de oocistos e melhores desempenhos no crescimento, o que é crítico nos início de vida dos animais e na sua produtividade futura.

persível) a 5g/animal/dia. Em termos de performances zootécnicas, os resultados foram positivos em ambos os grupos com extratos de plantas (B e C) comparativamente ao grupo controlo, observando-se um Ganho Médio Diário superior no grupo Wisium OILIS (C) (Tabela 1). A – Controlo Negativo

B – Produto concorrente

C – OILIS (Wisium)

Peso inicial (kg)

57.6

56.4

54.0

GMD 0-50d (kg)

0.856

0.992

1.012

Tabela 1: Peso e Ganho Médio Diário (GMD)

Foram realizadas análises coprológicas a 20 vitelos de cada grupo, nos dias 0, 21 e 37 do ensaio, para quantificar o nº de animais positivos a coccidiose (Figura 1) e a excreção de oocistos por grama de fezes (Figura 2). Observa-se a redução no número de animais positivos à coccidiose; no pico de excreção (21 dias) o nº de animais positivos no grupo

Combinação de extratos de plantas, uma ferramenta eficiente Mais de 90% das explorações leiteiras em modo de produção intensiva são positivas a coccidiose, com risco permanente de impacto negativo na performance dos animais. Trabalhando com a adequada combinação de extratos vegetais, é possível uma aproximação holística aos diferentes aspetos da coccidiose. O OILIS oferece uma solução natural e eficiente para a gestão do risco de coccidiose na exploração leiteira, graças à associação de extratos de plantas que atuam sinergisticamente na proteção do epitélio intestinal e no reforço das defesas naturais do animal. A redução quer do número de animais infetados, quer da quantidade de oocistos excretados, contribui para a redução da carga ambiental (de oocistos infetantes) e do risco de infeção para as gerações futuras de animais nas instalações.

OILIS é 30% inferior ao do grupo controlo Observou-se uma redução dos oocistos excretados, mesmo após a suspensão da prevenção (dia 0 a dia 30). Apesar do nº de espécies do género Eimeria ser elevado e específicos para distintas espécies hospedeiras, observamos resultados positivos na redu42 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

Para mais informação sobre este artigo ou produto contactar: Adérito Duarte Diretor Marketing & Mercado Ruminantes Tel. 231 209 900 geral.portugal@wisium.com

Carla Aguiar Diretora Técnica Tel. 231 209 900 geral.portugal@wisium.com


Sobre a Wisium:

Sobre a ADM

Wisium é a marca internacional de premixes da ADM/Neovia, um dos maiores players globais na nutrição animal há mais de 60 anos. A Wisium oferece a fábricas, integradores e Produtores uma parceria forte e dedicada com o enfoque único de promover a sua qualidade, produtividade e rentabilidade. Para qualquer espécie, os técnicos Wisium providenciam soluções personalizadas combinando produtos e serviços de valor acrescentado. A nossa equipa mundial deseja partilhar o espírito Wisium: temos o objetivo comum de conjuntamente com cada cliente, ir mais além. É esse o espírito Wisium! Dar-lhe o poder de estar um passo à frente.

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL SPMA

SECÇÃO DE PRÉ-MISTURAS E ADITIVOS

X JORNADAS DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL – NOVAS FERRAMENTAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO DE PRECISÃO Realizaram-se dia 23 de setembro 2021, no INIAV – Polo de Santarém, Estação Zootécnica Nacional, as X Jornadas de Alimentação Animal, subordinadas ao tema “Novas Ferramentas para uma Alimentação de Precisão”. As Jornadas decorreram de uma forma muito participativa com cerca de 100 inscritos, o que, considerando as contingências atuais, podemos considerar um significativo sucesso e que releva, uma vez mais, o interesse e dinamismo do setor. Os temas abordados enquadram-se nos seus desafios atuais, procurando desenvolver ferramentas que permitam aumentar a eficiência alimentar, e simultaneamente valorizar os recursos nacionais, combatendo o desperdício, e dar um importante contributo para a sustentabilidade do setor e do ambiente. Nesta perspetiva, os temas abordados no âmbito da Alimentação de Precisão, dão suporte e continuidade à Carta de Sustentabilidade da FEFAC, da qual a IACA é subscritora, ao contribuírem para o equilíbrio climático neutral na produção animal através da Alimentação, e na sustentabilidade dos sistemas alimentares através dos recursos e eficiência dos nutrientes. Durante as Jornadas tivemos uma Sessão comemorativa para homenagear a carreira de 4 personalidades que se distinguiram pelos seus contributos para a Alimentação Animal, bem como todo o apoio incondicional, a sua constante disponibilidade e sua dedicação à causa associativa da nossa Indústria e do nosso Setor: Prof. Chaveiro Soares, Eng.ª Ingrid Van Dorpe, Eng. Pedro Folque e Prof. Gonzalo Mateos. Por fim, agradecemos a presença de todos e deixamos um especial agradecimento a toda a Equipa da IACA que tanto contribuiu para o êxito das nossas Jornadas. Desde já informamos que a próxima edição da Revista “Alimentação Animal” será dedicada a estas X Jornadas.

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ALIMEN TAÇÃO AN IMAL


ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

NANTA, A LIDERAR A ECONOMIA CIRCULAR NO SETOR DA PECUÁRIA Mas a Granja Circular vai mais longe. Com uma abordagem multidisciplinar, inclui várias ferramentas de cálculo e avaliação e, possui indicadores fiáveis, mensuráveis e práticos, sendo possível a verificação da certificação de sustentabilidade pela AENOR.

A sustentabilidade da exploração em três fases A Granja Circular é composta por três fases: cálculo das emissões da exploração, qualificação de exploração sustentável e aplicação

Granja Circular, a certificação de sustentabilidade para avançar para a economia circular

das Boas Práticas Disponíveis (BPD). Primeiramente, o modelo, baseado numa série de dados fornecidos pela exploração pecuária, prevê e calcula as emissões

• Incorpora os três pilares da sustentabi-

diretas da exploração (azoto, metano e fós-

lidade: económica, ambiental, social e,

foro), bem como a pegada de carbono, por

para além disso, acrescenta o bem-es-

unidade ou tipo de animal por ano e, por

tar animal.

exploração por ano.

• Com o Decálogo da Granja Circular como guia: composto por dez pontos críticos a considerar. • Classificação das explorações em três categorias (A, B e C) com base nos seus resultados de sustentabilidade. A sustentabilidade é já uma parte fundamental das nossas ações. A União Europeia incita-nos, através do Pacto Ecológico Europeu, a promover uma utilização eficiente dos recursos, avançando assim para uma economia limpa e circular. Para além disso, no caso específico da pecuária, há uma procura constante em demonstrar a origem sustentável dos alimentos. É neste contexto que nasce a Granja Circular: o modelo de sustentabilidade da Nanta, verificado pela AENOR, com o qual se pode demonstrar o grau de sustentabilidade de uma exploração, atendendo a quatro pilares fundamentais: económico, ambiental, social e

Em segundo lugar, com base em indicadores adaptados às espécies avaliadas e em cada um dos quatro pilares do modelo (sustentabilidade económica, social, ambiental e bem-estar animal), a exploração é avaliada e classificada quanto à sua sustentabilidade. A avaliação é efetuada com base no Decálogo da Granja Circular, composto por dez pontos críticos na sustentabilidade pecuária, como a nutrição, gestão sanitária, bem-estar, biossegurança, circularidade, entre outros, cuja implementação na exploração determinará o seu perfil de sustentabilidade. Cada um destes pontos contém também um manual de boas práticas disponíveis (BDP) para a melhoria contínua após as análises. Desta forma, a Granja Circular avalia e classifica as explorações pecuárias em três categorias: A, B e C, com base no nível de cumprimento dos

bem-estar animal.

requisitos estabelecidos, sendo a primeira

A Nanta lidera assim a implementação do

categoria a que cumpre todos os requisitos

modelo de economia circular no setor pecuário,

do modelo. Após a realização da auditoria e

dando continuidade ao seu projeto de Nutrição

classificação da exploração, é emitido um

Sustentável, com o qual foi pioneira na área da

relatório final que fornece recomendações

redução de antibióticos na pecuária.

sobre os pontos de melhoria identificados.

Principais benefícios da Granja Circular Com a Granja Circular, o criador, além de antecipar futuros quadros regulamentares mais rigorosos, poderá responder às exigências dos novos consumidores, cada vez mais conscientes da necessidade de proteger o planeta e exigentes com a sustentabilidade das nossas atividades. Como principais benefícios para o desenvolvimento das explorações pecuárias, a Granja Circular permite melhorar a rentabilidade da produção, graças a uma maior eficiência na utilização de matérias-primas e fontes de energia, para além de disponibilizar ao criador a possibilidade de diferenciar-se como empresa pecuária e, consequentemente, participar em novos canais de venda. Saiba mais em https://nanta.es/pt/granjacircular/

Sobre a Nanta A Nanta é uma empresa líder na fabricação e comercialização de alimentos compostos para animais na Península Ibérica. Iniciou a sua atividade em 1968 e, desde então, o alto grau de comprometimento com os seus clientes e o mundo da pecuária em geral, a tecnologia utilizada e os seus programas de investigação e desenvolvimento e qualidade têm sido uma verdadeira força motriz para este setor industrial. Uma clara vocação e compromisso com a inovação que a empresa mantém e manterá no futuro. Incluída na multinacional Nutreco, a Nanta possui 22 centros de produção equipados com tecnologia de ponta e todos certificados pela norma ISO 14001 para o meio ambiente e OHSAS 18000 para prevenção de riscos ocupacionais. Bastante importante e digna de destaque, é a certificação FSSC 22000, que representa a garantia de segurança e qualidade dos produtos da empresa. No seu portefólio, de mais de 200 produtos, existem alimentos para porcos brancos e ibéricos, coelhos, aves, bovinos de carne e de leite, ovelhas e cabras e também para a alimentação de cães, gatos e cavalos.

A LI ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

LABORATÓRIO E ENSINO SUPERIOR JUNTOS PARA DESENVOLVER NUTRIÇÃO ANIMAL O Laboratório é Acreditado pelo Instituto Português de Acreditação, segundo a norma NP EN ISO/IEC 17025:2018 – Requisitos Gerais de Competências para Laboratórios de Ensaio e Calibração, e disponibiliza uma abrangente gama de ensaios que são rigorosamente estudados e validados. Detém também Autorização da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) para o controlo de qualidade físico/químico de pré-misturas medicamentosas de uso veterinário de acordo com os requisitos europeus de Boas Práticas de Fabrico da EudraLex.

Desenvolver novas soluções e produtos inovadores na área da nutrição animal é o objetivo das parcerias estabelecidas entre o Laboratório de Investigação e Desenvolvimento da DIN, SA e diversas entidades nacionais e internacionais. Atualmente, o Laboratório da DIN – Desenvolvimento e Inovação Nutricional, com sede em Santa Comba Dão, distrito de Viseu, tem parcerias com a Universidade de Aveiro, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Leiria, Instituto Politécnico de Coimbra, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto e ainda com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL – International Iberian Nanotechnology Laboratory). Os projetos envolvem dezenas de pessoas, nomeadamente, professores, investigadores, bolseiros, responsáveis de empresas, especialistas em nutrição animal, técnicos do laboratório e ainda técnicos de produção da DIN, SA. “Temos duas atividades de I&D [Investigação & Desenvolvimento] a decorrer: a Eco-Pig e a R&W Clean”, adianta Rosa Gomes, responsável pelo Laboratório. O primeiro projeto procura desenvolver uma “mistura alimentar inovadora para acabamento de machos de raças de suínos autóctones, ao ar livre, com benefícios para a qualidade da carne e para a sustentabilidade do sistema”. Já o projeto R&W Clean está focado em novas soluções de “sensorização de parâmetros ambientais e biológicos para o auxílio à desmedicalização no setor agropecuário”. Nestes e noutros projetos de I&D, o Laboratório é responsável pela investigação e pelo controlo de qualidade.

Sobre o Laboratório de Investigação e Desenvolvimento O Laboratório de Investigação e Desenvolvimento da DIN, SA efetua o

Dotado de equipamentos de vanguarda e alta tecnologia, o Laboratório utiliza uma das mais versáteis e promissoras ferramentas dos setores animal e alimentar: a tecnologia de Espectroscopia no Infravermelho Próximo, ou NIR (Near-Infrared Spectroscopy, na sigla em inglês). Mais recentemente, alargou o seu âmbito de ação, passando também a realizar deteção de contaminações de SARS-CoV-2 em superfícies. O Laboratório já realizou mais de 1 milhão de ensaios e analisou mais de 200 mil amostras.

Sobre a DIN A DIN – Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. está presente no mercado da nutrição animal desde 1988. A empresa, com sede em Santa Comba Dão, dispõe de uma gama própria de pré-misturas, alimentos de iniciação e especialidades para várias espécies animais, matérias – primas para alimentação animal e também produz soluções nutricionais à medida de cada cliente. A DIN exporta os seus produtos para Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Camarões, Burquina Faso, Angola e Espanha. O controlo de qualidade dos produtos da DIN e dos seus clientes é efetuado no Laboratório de Investigação e Desenvolvimento, que se encontra integrado na empresa. A 19 de setembro 1988 foi criada a A. Prata Aditivos Alimentares, Lda., tendo, mais tarde, passado a Sociedade Anónima com a designação de INVE Aditivos Alimentares, S.A. Em 2001, muda oficialmente para DIN – Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A.. A DIN pertence ao grupo CCPA (Conseils et Compétences en Productions Animales) desde 2016, uma multinacional francesa, sediada em Janzé, especializada em nutrição e saúde animal, que detém unidades de produção, laboratórios, centros de investigação experimental e clientes espalhados por todo o mundo.

controlo de qualidade de produtos nas áreas de alimentação humana, alimentação animal, ambiente e veterinária. 46 |

ALIMEN TAÇÃO AN IMAL

DIN – A nossa experiência, a sua eficiência.


50º ANIVERSÁRIO DE BIONA BIONA_Cartel A2_AF.pdf

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mente atingiu expressão nacional a marca Biona cresceu até se tornar uma referência da nutrição animal em Portugal, tanto no segmento tradicional como no segmento profissional. Hoje em dia, a Biona assume-se como uma marca com as melhores soluções tecnológicas para o segmento profissional, mas com um enorme e sério compromisso para com os seus Distribuidores. Em Julho de 2021 a Biona lançou um projeto de grande dimensão na comunicação com o cliente final criando a assinatura “Orgulhosamente tradicionais”. A mensagem passa por promover, valorizar e incentivar o modo de vida tradicional recordando à sociedade em geral e aos seus clientes em particular os seus benefícios e principalmente os benefícios da criação caseira de animais para consumo para a qualidade de vida das pessoas (saúde, sabor, sustentabilidade e família).

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Julho de 1971 marca o início da comercialização em Portugal das rações Biona. Através de uma rede de distribuidores que rapida-

A Revista "AA" felicita as Rações Biona pelos seus 50 anos de atividade em prol da alimentação animal e da pecuária em Portugal.

NUTRIÇÃO E SAÚDE ANIMAL

A nossa experiência, a sua eficiência Inovação

Especialista em nutrição e saúde animal, a D.I.N – Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. disponibiliza aos seus clientes soluções nutricionais inovadoras cuja conceção se encontra suportada na constante evolução técnica em nutrição animal. A nossa equipa multidisciplinar garante a prestação permanente de serviços técnico – veterinários e laboratoriais indo de encontro às necessidades específicas de cada cliente.

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Investigação e Desenvolvimento

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D.I.N. Desenvolvimento e Inovação Nutricional, S.A. Zona Industrial da Catraia | Apartado 50 | 3441-909 SANTA COMBA DÃO (Portugal) Tel. (+351) 232 880 020 | Fax. (+351) 232 880 021 | geral@din.pt | www.din.pt

A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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ALIMENTAÇÃO ANIMAL NOTÍCIAS DAS EMPRESAS

VETLIMA LANÇA MEFISTO SHOCK – DESINFETANTE E INSETICIDA 2 EM 1

A VETLIMA – Sociedade Distribuidora De Produtos Agro-Pecuários lançou recentemente o Mefisto Shock, um desinfetante e inseticida de uso veterinário. A VETLIMA, que tem vindo a reforçar o seu portefólio de produtos de Bioproteção, acaba de lançar no mercado nacional o Mefisto Shock, um Biocida de uso veterinário com ação 2 em 1, desinfetante e inseticida, com

gripe H1N1, vírus da gripe das aves, Marek, Gumboro e Newcastle, entre muitos outros. A VETLIMA destaca ainda que a composição deste novo produto permite, além de um largo espetro de ação (bactericida, virucida, fungicida, inseticida e acaricida), ter uma persistência comprovada na ação contra ácaros vermelhos de 3 meses, e ser biodegradável a 81% em 28 dias de acordo com OCDE 302B. “Este produto é uma oportunidade única de combater várias pragas que assolam a produção pecuária com apenas uma aplicação, permitindo aos produtores economizar tempo e

dinheiro.” afirma Tiago Salvado, Diretor Comercial e de Marketing da VETLIMA. Para a VETLIMA este lançamento enquadra-se na ampliação da gama de produtos de Bioproteção de uso doméstico e profissional, que tem sido fortemente reforçada pela empresa e onde já conta com produtos detergentes, desinfetantes, inseticidas, rodenticidas, entre outros biocidas.

um largo espetro de eficácia para explorações pecuárias, aprovado para desinfeção de instalações, equipamentos de transporte de animais (TP3) e superfícies para controlar insetos, ácaros e outros artrópodes (TP18). O Mefisto Shock é um produto com eficácia no combate aos ácaros, moscas, escaravelhos, piolhos, entre outros insetos, bem como aos principais agentes patogénicos responsáveis pelas doenças pecuárias como Salmonella spp. e parvovirus, SDRP, peste suína clássica,

Sobre a VETLIMA A VETLIMA, S.A. é a maior empresa portuguesa no setor da Indústria Farmacêutica Veterinária. Possui um portfolio alargado de nutracêuticos e farmacêuticos composto por produtos de fabrico próprio e pela representação exclusiva de várias marcas multinacionais de renome. Com uma unidade de produção na Azambuja, a VETLIMA é uma reconhecida produtora de Pré-misturas Medicamentosas e de Leites de Substituição para animais de produção em Portugal. A estratégia da VETLIMA assenta na produção própria, reforço das parcerias estratégicas no mercado nacional e pela internacionalização da Empresa e expansão da marca para mercados internacionais como a América Latina, África e Ásia.

RAÇÕES ZÊZERE COMEMORA O SEU 4Oº ANIVERSÁRIO É com enorme orgulho, que come-

convictos que o futuro será ainda mais exigente, mas acreditamos

moramos 4 décadas de existência.

que com o esforço de todos, Colaboradores, Clientes, Fornecedo-

Ao longo destes 40 anos temos

res e todas as demais entidades, iremos continuar a prossecução

trabalhado de forma continua para

do trabalho desenvolvido e contribuir para o sucesso de todos os

o desenvolvimento do setor e para

intervenientes do setor.

a maior eficiência na alimentação animal. Tem sido um trabalho árduo, mas que tem contado sempre com o apoio dos nossos parceiros. A

Estamos a elaborar um livro como forma de celebração desta efeméride. Reiteramos o nosso agradecimento a todos.

todos expressamos o nosso profundo agradecimento, pelo apoio e confiança, que esperamos sempre retribuir.

A Revista "AA" felicita as Rações Zêzere pelos seus 40 anos

Vivemos hoje num contexto muito exigente, no entanto, estamos pre-

de atividade em prol da alimentação animal e da pecuária em

parados para, com o vosso apoio, continuar neste caminho. E estamos

Portugal.

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A L I ME N TAÇÃO A N I M A L

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FICHA TÉCNICA

AGENDA DE REUNIÕES DA IACA

ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

TRIMESTRAL ­‑ ANO XXXII Nº 117

Data 6

• Comité de Sustentabilidade da FEFAC (virtual)

12

• I Fórum da Alimentação Animal Estratégia “Do Prado ao Prato”: Desafios e Oportunidades – Realizado no quadro do Projeto SANAS, cofinanciado pelo Alentejo 2020 (virtual)

Julho / Agosto / Setembro 2021

DIRETOR José Romão Braz

• Workshop on Soy Monitoring Report 2020 (virtual)

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO Ana Monteiro Jaime Piçarra Pedro Folque Manuel Chaveiro Soares Rui Gabriel

COORDENAÇÃO Jaime Piçarra Amália Silva Serviços IACA

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade, assinaturas, textos e fotos) IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70

EMAIL iaca@iaca.pt iaca.revista@iaca.pt

JULHO

• Fórum dos Secretários-Gerais da FIPA (virtual)

13

• 2.º Workshop SANAS “Segurança Alimentar, Nutrição Animal e Sustentabilidade” (virtual) • Reunião de Direção da IACA (virtual)

14

• Reunião da Comissão Consultiva da FMV-ULHT (virtual) • Reunião de Direção da FIPA (virtual)

19

• Reunião da FIPA sobre a “Agenda Estratégica Agroalimentar” (virtual)

21

• Webinar USSEC/IACA “USSEC Country Meeting Portugal” (virtual)

Data 23

AGOSTO • Comité de Alimentos para Peixes da FEFAC (virtual)

Data 6

8

10

SETEMBRO • Reunião do “Board” da FEFAC (Bruxelas e virtual) • Fórum dos Secretários-Gerais da FIPA (virtual) • Agroglobal – Sessão “O mercado mundial de matérias-primas: que perspetivas para os próximos anos?” • Reunião conjunta do Colégio de Diretores-Gerais da FEFAC com a Presidência da Eslovénia (virtual) • Agenda Mobilizadora InsectERA (PRR) (virtual)

SITE www.iaca.pt

15

• Reunião na EZN sobre as Agendas Mobilizadoras (PRR)

EDITOR

16

• Reunião da Direção da IACA (virtual)

Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA

EXECUÇÃO DA CAPA Salomé Esteves

EXECUÇÃO GRÁFICA Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO

20, 27, 29 e 30

• Curso “Feeding Programs for Young Animals“ Patrocinado pela USSEC, e organizado em conjunto pela FEDNA e USSEC (ANWG), com a colaboração da CESFAC e da IACA (virtual)

22

• Reunião da CT 37 (virtual)

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• X Jornadas de Alimentação Animal “Novas Ferramentas para uma Alimentação de Precisão” Realizadas no INIAV – Pólo de Santarém (Estação Zootécnica Nacional) • Reunião de Direção do FeedInov

29

• Reunião com FeedInov e INIAV, na EZN, sobre o Projeto SANAS (Fichas Técnicas)

Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL Nº 26599/89

REGISTO EXCLUÍDA DE REGISTO NOS TERMOS DO DISPOSTO NA ALÍNEA A) DO N.º 1 DO ART.º 12.º DO DECRETO REGULAMENTAR N.º 8/99, DE 9 DE JUNHO, REPUBLICADO PELO DECRETO REGULAMENTAR N.º 2/2009, DE 27 DE JANEIRO

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De acordo com o RGPD, de 25/05/2018, a IACA reconhece e valoriza o direito à privacidade e proteção dos dados pessoais, pelo que conserva esses dados (nome e morada) exclusivamente para o envio da Revista “Alimentação Animal”, que nunca serão transmitidos ou utilizados para outros fins. A qualquer momento, poderá exercer o direito de retirar esse consentimento enviando-nos um e-mail para privacidade@iaca.pt


Hemicell HT Mais energia para sua saúde e seus lucros

Hemicell HT (β-mananase) é uma enzima focada na saúde e poupadora de nutrientes. Pequenas quantidades de β-mananos nas dietas de frangos de carne e de porcos podem causar uma resposta imune inata que pode desperdiçar energia valiosa do alimento e afetar negativamente o crescimento e desempenho.1-2 Hemicell HT decompõe esses β-mananos e minimiza a resposta imune induzida pelo alimento (RIIA), resultando em redução dos custos de alimentação e aumento do lucro:3-7 Também existem benefícios à saúde. Hemicell HT melhora a integridade intestinal (I2) e reduz lesões de pododermatites graves em frangos.7 Em leitões, melhora o ganho medio de peso (GMD) e Índice de conversão (IC) em até 4%.8

Hemicell HT. Para animais saudáveis e lucros em saúde 1. Geniec N.O., Alei F., and Klasing K. 2015. “Effect of Hemicell HT enzyme on the immune system of chickens and their performance.” International Poultry Scientifi c Forum Georgia World Congress Center, Atlanta, Georgia January 26-27 2015; n/a: 54. 2. Saki A.A., Matzugi M.T., and Kamyab A. 2005. “Effect of Mannanase on Broiler Performance, Illeal and In-vitro Protein Digestibility, Uric Acid, and Litter Moisture in Broiler Feeding.” International Journal of Poultry Science 2005; 4: 21-26. 3. D M Anderson & Hsiao H.-Y. “New Feed Enzyme Development.” ChemGen Corp. 2009. 1: 1-30. 4. Trial PPG-53. E. van Eerden et al, 2014. “Effect of Hemicell on Production Performance and Clinical Scores in Broiler Chickens.” Report no. 1366. 5. Qiao, Y., Zhu, X., Zhai, L., Payne, R., and Li, T. 2017. Dietary soybean meal level and β-mannanase supplementation affected immunioproteins in carotid artery and morphology and aquaporin water channels in small intestine of nursery pigs. Journal of Animal Science Vol. 96, suppl. S3. PSIII-36. 6. Elanco DoF Dietary soybean meal level and β-mannanase supplementation affected immunoproteins. 2017. 7. Poulsen, K., Baker, K.T., Kwiatkowski, T. Evaluation on the Effects of β-mannanase on Intestinal Health in Broilers, Based on 31 Trials. Presented as poster IN-1 at 3rd International Symposium on Alternatives to Antibiotics Challenges and Solutions in Animal Health and Production. 16-18 December 2019 The Berkeley Hotel, Bangkok, Thailand. 8. Pettey, L., Carter, S., Senne, B. and Shriver, J. 2002. Effects of ß-mannanase addition to corn-soybean meal diets on growth performance, carcass traits, and nutrient digestibility of weanling and growing/fi nishing pigs. J. Anim. Sci. 80: 1012-1019. Hemicell HT, Elanco e a barra diagonal são marcas registadas da Elanco ou das suas filiais. © 2020 Elanco Animal Health, Inc. ou suas filiais. PM-PT-21-0099

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