Setembro/Outubro Ano 4 | Edição 29 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331
PONT & VIR ULA
CEZAR AUGUSTO DA SILVA BATISTA POSSE NA ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS
PROGRAMA
PONTO & VÍRGULA
ANUNCIE: irene.pontoevirgula@gmail.com
2 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2016
ÍNDICE SETEMBRO/OUTUBRO
EDITORIAL
Págs. 4 e 5 Posse Acadêmica de Cezar Augusto da Silva Batista na ARL. Pág. 6 Cezar Augusto da Silva Batista – Novo Membro da Academia Ribeirãopretana de Letras - Geovah Cruz Trovas de Nei Garcez Págs. 7 e 8 O Homem e o Lobo - Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 9 Minicontos – Ely Vieitez Lisboa Angústia de uma espera - Jugurta de Carvalho Lisboa Pág. 10 A Carta de Raquel Naveira para Aldair Barbosa Poetas em Destaque Pág. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Soneto de Confissão – Pedro Lyra Pág. 13 Andorinha - Fernanda Rocha Mesquita Pág. 14 Operação Arcádia - Carol Bonacim Minicontos: Irene Coimbra; Dumara P. Jacintho Pág 15 Onde o silêncio vale ouro - Aline Olic Pág. 16 Espaço do Leitor Págs. 17 e 18 Lançamento da 28ª. Revista Ponto & Vírgula
Setembro nos traz de presente a Primavera!!! Flores por toda parte! Outubro chega trazendo a pureza das crianças e o idealismo dos professores! O bimestre termina e lá se vão os dois, deixando em todo mundo a esperança de revê-los no ano seguinte! E nós, da “Ponto & Vírgula”, também idealistas e cheios de entusiasmo, seguimos em frente, levando a todos os leitores, através da sensibilidade de nossos articulistas, a beleza de suas crônicas, poemas, contos, minicontos, trovas, conduzindo-os, não só à meditação, mas também ao seu enriquecimento cultural. Nosso homenageado, deste bimestre, é, não apenas idealista, mas um ativista cultural persistente: o escritor, Cezar Augusto da Silva Batista, recém empossado na Academia Ribeirãopretana de Letras para ocupar a cadeira 29, cujo antecessor foi o Jornalista e Educador, Divo Marino, falecido em 18 de dezembro de 2015, aos 90 anos de idade. Nas páginas que se seguem terão oportunidade de ver algumas fotos da solenidade de sua posse. Ao confrade Cezar Augusto da Silva Batista, votos de muito sucesso na ARL! Aos nossos apoiadores e articulistas o nosso agradecimento sempre! A você, leitor/a, uma boa leitura e o convite para juntar-se a nós! Irene Coimbra I Editora
Pág. 20 Livros em Destaque
EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio – irene.pontoevirgula@gmail.com | Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação e Arte: Aline Olic | Impressão: São Francisco Gráfica e Editora. Foto da Capa: Estúdio Cristina Rodrigues | Fotos da Posse de Cezar Augusto S. Batista, na ARL e do Sarau: Larissa Giurlani. Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 / (16) 98104-0032 Tiragem: 3 mil exemplares Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial. Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 3
Cidinha Salata, Cezar Augusto Batista, Maria Lúcia Batista Moraes
POSSE DE CEZAR AUGUSTO DA SILVA BATISTA NA ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS NO DIA 18 DE AGOSTO DE 2016, ACONTECEU EM RIBEIRÃO PRETO A CERIMÔNIA DE POSSE ACADÊMICA DE CEZAR AUGUSTO DA SILVA BATISTA, NA ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS
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TEXTO ALBERTO C. GONÇALVES FOTOS LARISSA GIURLANI
ezar Augusto da Silva Batista, filho de José Baptista e Victória Spinelli, nascido aos 10/03/1952 em Maringá/PR, veio para Ribeirão Preto com dois anos de idade, onde fincou raízes profundas. Casado há 39 anos com Maria Aparecida Salata, tem um filho, Daniel, e um netinho, Davi, de oito anos. Estudou o primário no Grupo Escolar Cônego Barros, ginasial e colegial no Instituto Otoniel Mota. Bacharel e Pós-Graduado em Administração pelo Centro Universitário Moura Lacerda. Vasta experiência profissional no Bradesco, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Banco do Brasil, onde se aposentou.
É um militante da cultura de nossa cidade. Todos nós sabemos do seu esforço, sempre prestigiando, promovendo, participando, colaborando e incentivando todos os eventos literários e escritores locais. Participou intensamente de quase todas as edições da Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto; Feira do Livro de Sertãozinho; Bienal Internacional do Livro de São Paulo; Inúmeros Saraus; Incubadora Cultural; Ponto & Vírgula; Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto; Grupo de Médicos escritores e amigos Dr. Carlos Roberto Caliento. Publicou nove livros e possui um trabalho sobre genealogia de sua própria família, lado paterno e materno.
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Cidinha Salata e Cezar Augusto Batista
Cezar Augusto Batista, Marcos Zeri Ferreira e Alberto Cosme Gonçalves
Cidinha Salata coloca broche em Cezar Augusto Batista
Alciony Menegaz, Cidinha Salata, Cezar Augusto Batista e Valdir Domeneghetti
Cristiane A. de Faria, Cezar Augusto Batista e Roberto Carreira Neto
Cezar Augusto Batista, Claudete Lemes Mestriner e João Carlos Mestriner
Alberto Cosme Gonçalves, Cezar Augusto Batista e Edevard de Souza Pereira
Luiz Roberto Sabadini e Cezar Augusto Batista
Parte do público presente
Cezar Batista, Anice Assed Marino, Carla Assed Marino de Paiva e Aldevina Freitas
Luzia Madalena Granato, Cidinha Salata, Cezar Augusto Batista, Bertha Maria Ferreira, Marcos Zeri Ferreira e Francisco Moura Duarte
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CEZAR AUGUSTO DA SILVA BATISTA, O NOVO ACADÊMICO DA ARL POR
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ia 18 de agosto, no Hotel Nacional, em sessão solene conduzida pela cerimonialista e acadêmica Irene Coimbra, recebemos um novo colega e companheiro na Academia Ribeirãopretana de Letras, a prestigiada ARL. O que isto significa? Primeiro que tudo: sangue jovem. Em matéria de academismo, 64 anos ainda significa plenitude de militância e entusiasmo. A participação de Cezar no movimento literário de Ribeirão Preto é reconhecida e evidente. Além do mais, ele não aparenta a idade que tem, física ou mentalmente. Jovial, cortês, alegre e bem humorado, confraterniza com todos. Também nos círculos sociais eletrônicos, é dos mais atuantes. Fez um expressivo acervo de amigos. Segundo: o mérito. O currículo literário dele, culminado no seu último romance, SANGUE E SEDUÇÃO, o credencia sobejamente para a distinção. Tive o prazer de
*GEOVAH PAULO DA CRUZ ser dos primeiros a fazer uma crítica literária desta obra, publicando-a na internet. Isto atiçou o interesse e a curiosidade das pessoas que o leram e lhe deram o devido valor como romancista. Nesta obra, além de demonstrar domínio da língua, escreveu com elegância fina, e com uma ferina crítica social. O enfoque policial da trama aprisiona o leitor. Tem uma discreta, porém subjacente, linha erótica que o torna delicioso de ler. Houve até quem o achasse “forte”; mas nunca é explícito, mas sim literariamente sugestivo, criando um clima sensual no íntimo dos leitores. Quase um hormônio pro-libidinoso, se isto existisse. Mas bem dosado, não é a trama fundamental da estória. Com tempo disponível, motivação própria, vocação para as letras, sabe-se, com certeza, que produzirá muito trabalho literário novo, para o nosso agrado e apreciação. Há no seu index muitas outras obras que ainda não li, mas ouvi
que ele tem obras de auto-ajuda, no terreno da auto-estima, hoje tão evidenciada e valorizada pelas pessoas. Soube que seus conceitos são de reconhecido valor psicológico, testado e atestado por profissionais do ramo. Como ex-bancário, tem trabalhos de fundamento econômico. Este lado eclético dele o faz um pensador de mente arejada, ampla, perquiridora e pesquisadora. Bem vindo ao nosso seio.
*Geovah Paulo da Cruz é médico oftalmologista, escritor e membro da ARL e SOBRAMES.
TROVAS DE *NEI GARCEZ EM HOMENAGEM AO
DIA DA CRIANÇA E DO PROFESSOR Todo dia é da Criança e também do Professor: ela aprende, na confiança, e ele ensina com amor.
Ai que saudade me dá do primeiro professor que ensinou o “bê-á-bá” e me fez compositor!
Duas mães tem a Criança: uma, em casa, que é instrutora e, na Escola, à semehança, outra mãe é Professora.
Professor, em todo aspecto, no mister da Educação, é o “pediatra” do intelecto da Criança em formação.
A primeira Professora que assinou meu boletim, inda é a minha instrutora... Não foi embora de mim!
Suas aulas, transmitindo, ensinando, nesta sala, Professora, isto é tão lindo... Tanto que eu quero imitá-la!
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*Nei Garcez, Curitiba/PR
Cantinho Literário de
Vera Regina Marçallo Gaetani
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O Homem e o Lobo
erta vez, quando me dei conta, estava numa floresta totalmente desconhecida e sem saber como cheguei lá. O que presenciei, você, leitor, nem vai acreditar: um homem conversando com um lobo. Pode? Pois é, acredite se quiser... Fiquei numa moita para não ser vista, com medo do lobo, é claro. Mas, para grande surpresa minha, o lobo estava tranquilo, tranquilo, dando uma de filósofo... - Você é quem pensa – ouvi-o falando ao homem – essa história de se acharem superiores aos animais é uma grande farsa. - Hahaha! – gargalhou o homem, parecendo muito íntimo do lobo – Quem sabe seriam vocês, os lobos, os superiores, hein? - Olhe aqui, ó seu homem, não estamos preocupados em saber quem é melhor do que quem. Vivemos nossa vidinha do jeito que dá, sem olharmos para nossos vizinhos com aquele olhar de inveja, de cobiça, de competividade. - Nossa! Até que para um lobo, você sabe falar difícil – disse o homem com uma pontinha de ironia na voz. Mas o lobo não deixou por menos: - Por que “até para um lobo...” está vendo sua mania de superioridade? - Deixe de ser bobo... ponha-se no seu lugar. – O homem estava perdendo a paciência... – O que você sabe sobre nós? Nada! Enquanto nós, estudamos tudo sobre vocês, os animais.
- Aí é que você se engana – retrucou o lobo cada vez mais senhor de si – bobos são vocês. Como podem inventar uma história de uma família de débeis mentais como a do Chapeuzinho Vermelho? A mãe, duas vezes débil mental: primeiro porque manda a filha sozinha “pela floresta afora, levar docinhos para a vovó”, sabendo que havia um lobo mau (segundo vocês), solto por lá. Depois, porque deixa a vovó, velha e doente, morar sozinha no meio de uma floresta. Por que não levou a velha para morar com ela? Chapeuzinho Vermelho então, tadinha, baba por todos os cantos da boca. Confunde o lobo com o anjo da floresta!... Não satisfeita, confunde ainda o lobo com a avó. “Por que essas orelhas tão grandes... por que esse nariz tão grande...” – era cômico ver o lobo imitando Chapeuzinho Vermelho. - Devia fazer muito tempo que ela não via a avó... – disse o lobo com um riso irônico e concluiu: - Aliás, o único esperto nessa história toda é o lobo. Êta lobinho esperto! - Isso é história para crianças... – respondeu o homem meio sem jeito. - E vocês, com essas histórias, ensinam desde cedo as suas crianças a serem bobas. Nós, não – retrucou o lobo convencido – desde que o lobinho nasce, aprende logo a realidade da vida. - Olhe aqui, seu lobo, já perdi muito tempo neste papo com você. Vim aqui para ir à beira do lago caçar marrecos e você...
- Caçar marrecos? – interrompeu o lobo – mas por que não compra os que já estão mortos, limpos, nesses lugares onde vocês vendem carne de animais? - Porque eu gosto de caçar, é um divertimento, ora, ora... - Ah! Então quer dizer que o homem “sapiens” mata para se divertir? – disse o lobo fingindo não saber. - Pois nós não, embora vocês nos chamem de “lobos maus,” só caçamos para matar nossa fome. Ou, então, pela necessidade de sobrevivermos, como autodefesa, quando somos atacados. E vocês, vejam só, por prazer... Percebi que o homem ficou meio sem resposta, meio atrapalhado. Aproveitando o embaraço dele, o lobo prosseguiu: - Aliás, em matéria de maldade... para vocês, nota dez! - Quem é você para querer me convencer que também sabe contar? O que você pode saber sobre dez, nove, oito... – o homem precisava se mostrar superior, pois parecia estar perdendo terreno... - Primeira resposta: um lobo muito sabido; segunda resposta: não es-
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tou nenhum pouco preocupado em provar nada para você. As deduções são suas. “Nunca vi um lobo tão pernóstico” – pensei comigo mesma. Aliás, nunca havia visto um lobo falante, discutindo com alguém; para falar a verdade, nunca havia visto um lobo de verdade, assim ao vivo... O lobo prosseguiu, vendo que o homem ficara sem resposta. - Não consta nos anais da nossa história... - Hahaha! – o homem desatou a rir. Realmente, ficou engraçado, haja vista a pose com que iniciou essa frase. Mas o lobo nem se perturbou, como se não tivesse ouvido a gargalhada do homem, continuou: - ...que alguma vez, raças diferentes de lobos quisessem promover um massacre para realizar uma limpeza étnica. O único animal que faz isso é o homem, chamado de animal racional. Desta vez, o homem abaixou a
cabeça e engoliu em seco... Eu também, pensei. - Lobinhos não saem por aí matando outros lobinhos sem saber por quê – prosseguiu o lobo – Não entendo como os adultos ficam surpresos com tudo isso que vem acontecendo. São os primeiros que ensinam às crianças toda essa violência naqueles joguinhos de vídeo game que fabricam. São eles que fazem esses filmes, dando uma aula de como assaltar um banco, sequestrar uma pessoa e cometer as piores violências, cada vez mais violentas, numa imaginação doentia, cada vez mais doentia. São eles que fabricam as drogas e lucram deixando jovens totalmente alienados. E, depois, ficam perplexos diante dos fatos!... O lobo fez uma pausa, pois ficou quase sem fôlego. Afinal, não estava habituado a falar, mas depois continuou com voz mais baixa: - Destroem tudo, arrasam tudo, poluem tudo... parecem um bando de malucos...
Foto: Aline Olic
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Então, terminou quase num sussurro. Estava perdendo a fala? - Olhe aqui, ó seu homem, para ser um animal racional, igual a vocês, prefiro continuar sendo animal irracional! – e começou a uivar, como fazem todos os lobos. O homem, que havia se calado, também murmurou qualquer coisa que mal pude escutar: - Assim é fácil, não têm responsabilidade de seus atos... Brinnnnnnnnnnnnnnnn -”Ai, que susto!...” – era o despertador tocando... – Ufa!!! Eu estava sonhando... Claro, só poderia ter sido um sonho... Lobos não falam... “Ainda bem que os animais não falam...”– pensei comigo mesma, enquanto me vestia correndo para recomeçar mais um dia neurótico. *Vera Regina Marçallo Gaetani é escritora, poetisa, presidente do Centro Cultural Luiz Gaetani e membro de várias academias literárias e culturais
Galway, Irlanda
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MINICONTO POR *ELY VIEITEZ LISBOA
vida não é matemática, é mágica. Como explicar a atração? Ela, com trinta e cinco anos, é fêmea madura, fruta sumarenta para ser colhida. Ele, com vinte, ardor de planta nova, desejos contidos em vulcão. Quando dançaram, saíram faíscas de seus corpos e as mãos não conseguiam se separar. Olhos se comendo, o macio dos lábios se desejando, magnetismo. Poucas horas depois, os corpos se entregaram com a fome de milênios. Ela, cabelos louros espalhados sobre o travesseiro macio, dorme. O quarto
E
na penumbra, o cheiro de flores entrando pela janela. Ele, nu, de pé, belo como um deus grego, contempla-a no seu sono de mulher realizada. O luar unge os dois, iluminando com reflexos prateados os amantes felizes. *Ely Vieitez Lisboa é escritora. E-mail: elyvieitez@uol.com.br
ANGÚSTIA DE UMA ESPERA POR *JUGURTA DE CARVALHO LISBOA
m determinados momentos da vida, os pais desejariam que os filhos continuassem eternas crianças. Verdadeiros anjos, inocentes, obedientes, acatando sem contestação as ordens e recomendações recebidas, enfim, fazendo a alegria da casa e fortalecendo os laços de união entre os pais. À medida que o tempo passa, nossos filhos crescem e iniciam a busca do seu horizonte. Com isso, a preocupação dos pais gira em torno do futuro do filho. Nesta fase a melhor maneira de encarar esta transição é seguir os conselhos do grande pensador Gibran Khalil Gibran: “... Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força, para que suas flechas se projetem rápidas para longe...”. Por outro lado, existe o adágio popular que diz que filho criado, preocupação dobrada. Como a vida, principalmente nos grandes centros, é cheia de armadilhas, cada vez que um filho põe o pé fora de casa, ainda que saibamos do seu roteiro, nossa preocupação somente cessa quando o vemos de volta. Na Década de oitenta, quando morávamos no Rio, uma das filhas, ao sair, disse que depois da aula de inglês, iria ao cinema na companhia de um casal de irmãos muito amigos e, com isso, retornaria para casa bem mais tarde. Até aí, somente a preocupação normal em relação à volta. Minha esposa já repousava, enquanto eu estava na sala, assistindo televisão. O tempo passava. A preocupação começava a se manifestar. Olhava para o relógio, que já marcava vinte e três horas. Nem um sinal da minha filha. Eu continuava naquele sofá, já bem tenso e na expectativa de ouvir o som do interfone. Vez por outra, descia e caminhava até
um ponto de ônibus que ficava bem próximo. Via os passageiros descerem e nada da minha filha. A agonia parecia não ter fim. Até que, quando o relógio marcava mais de meia noite, o telefone tocou. O susto foi tão grande, que quase cai do sofá. Era minha filha. Com uma voz denotando tranquilidade, disse que tinha ocorrido um acidente com o carro do amigo, mas que estava tudo bem com ela e que estavam no Hospital Salgado Filho, no Meier. Desliguei o telefone, acordei minha esposa e saímos imediatamente. Chegando no local, meu susto foi ainda maior, quando vi minha filha toda recoberta de sangue. Ela sorriu para aliviar nosso espanto e disse que o sangue não era dela e, sim, da amiga. Felizmente ninguém sofreu nenhuma fratura, mas sua amiga levou mais de sessenta pontos envolvendo várias partes do rosto. Nesse episódio, o que mais me surpreendeu, foi a atitude do pai, que ao invés de correr para junto da filha, optou por ir até o local do acidente a fim de verificar os danos sofridos pelo veículo. Até hoje não consigo entender o que passa pela cabeça de um ser humano, que se preocupa mais com um prejuízo material do que com a própria filha, vítima do acidente. *Jugurta de Carvalho Lisboa é escritor. E-mail: jugurta.lisboa@gmail.com Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 9
CARTA DE RAQUEL NAVEIRA PARA ALDAIR BARBOSA “Querida Aldair, Escrevo-lhe para agradecer o envio do livro: “Silêncio Verde: vida e obra de Alvim Barbosa.”. Foi muito prazeroso conhecer a trajetória de Alvim Barbosa no teatro e na poesia. Foi também uma lição de história do Brasil nas artes e na cultura: a criatividade, a persistência, a dedicação, as realizações, as dificuldades, as decepções, a resistência. Em meio aos ideais e lutas, o amor e compaixão pelos colegas de ofício. Um sonho digno de Dom Quixote, misturado a angústias implacáveis, enfrentando inimigos e apossando-se de promessas. Ficou forte para mim a importância da família. Diz o salmo: “Quão boa e suave é a amizade entre os irmãos”. Em todos os momentos de tristezas, perdas e dores, os irmãos se deram as mãos em solidariedade e carinho. Herança deixada por seus pais, D. Aparecida e Seu Vico. Raízes de caráter plantadas na Fazenda Oncinha da infância em comum. É um relato rico, enternecedor, sociológico, com fotos documentais da cultura brasileira, poemas e cartas pessoais. Profundamente humano. Escrito com a alma e a calma de quem sofre com sabedoria. Receba meu carinho e admiração. Abraço afetuoso, *Raquel Naveira”
*Raquel Naveira, membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, é escritora, palestrante, doutora em Língua e Literatura Francesas, autora de vários livros, entre eles, Jardim Fechado - Uma antologia poética.
POETAS EM DESTAQUE MELHOR NÃO FALAR ALCEU BIGATO
MOLEQUE DO BAIRRO MARIA AUXILIADORA N. ZEOTI
Brincando de bola no meio da rua, Seu jogo arriscado tem espaço marcado. Seu jogo é certeiro e jogando com a vida, o asfalto é o gramado em que está a atuar. Entre um carro e outro, perder ou ganhar... Se mudar de ideia, de pique pega ou a pipa a soltar, os fios e o telhado são alvos certeiros. Assim fica difícil para o moleque do bairro, livre brincar. 10 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2016
Ela chegou de mansinho querendo carinho e não lhe neguei. Mas durou só um pouquinho, me deixou sozinho, ansioso fiquei. A estrada da mente tornou-se um trevo e o clamor dos nervos... Não somos de aço. Não era carente a bela morena, queria apenas beijinhos e abraços. Ao vê-la ganhar outra rua, contemplei a lua para disfarçar. Mas eu não podia perder a menina e, num canto da esquina fui lhe espiar. Notei que estava entre o sim e o não. Acenei com a mão pra ela voltar. Não foi espontânea, mas fui atendido. E o que houve entre nós não é proibido. Ela não é menor, mas é melhor não falar.
Cantinho Literário de
Bridon e Arlete
Dono de quê? Arlete Trentini dos Santos Gaspar, SC
Dono do mundo? Por uns tempos pensamos que somos donos de tudo. Costumamos dizer, meu carro, minha casa, meu jardim... E quando me dizem a tua casa é linda! eu penso: sou inquilina dessa casa, sou inquilina desse mundo. Posso usufruir da casa e de outras tantas coisas que o mundo me dá. Tenho imensa gratidão por tudo, mas não sou dona de nada. Tudo ficará onde está.
Inércia JC Bridon Gaspar, SC
Um mundo perdido entre focos de insensatez. Palavras não ditas machucam e ferem os que desejam viver. Ruídos altos, alto falantes enlouquecidos, músicas que nada expressam neste mundo que parece adormecido. Assim agora vivemos, perdidos em terras estranhas, escondidos e enjaulados como feras enraivecidas. Buscar o quê e onde? Não mais sabemos dizer porque aquele fruto maduro apodreceu, murchou e caiu. Somos a podridão de uma época vivendo enclausurados dentro dos nossos próprios eus. Feridos, magoados e tristes não temos mais caminho a seguir pois Aquele que de graça nos deu esquecido está em cada canto deste Universo.
SONETO DE CONFISSÃO – XV EM TUA CAMA Pedro lyra
PEDRO LYRA
À Márcia, pela dádiva desta bela imagem. Agradeci-lhe afirmando que nenhum poeta tem o privilégio de uma foto do seu livro na cama ao lado de uma bela mulher. Com este soneto:
Meu livro em tuas mãos. recobra a vida, desliza
larga-se das folhas,
docemente
e sedenta
tateia
em tua pele
ante os teus olhos.
Te inclinas sobre o leito: pelo teu colo A teu lado numa teia
A essência dele
ela avança
e esplende em teu sorriso.
te envolvem as palavras de imagens
e harmonias.
O poeta divaga.
Nem suspeita de que está onde está mas só em versos. Meu livro em tua cama:
é a poesia querendo retornar à sua fonte. Ah! feliz, esse livro... feliz, este exemplar.
esses sonetos... (Bem mais que ele.)
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Pedro Lyra (Fortaleza-CE, 1945). Poeta, crítico e ensaísta com 23 títulos nessas 3 áreas, algumas reedições, prêmios e traduções. Pós-Doutorado em Tradução Poética pela Université Paris-III/Sorbonne Nouvelle, onde foi “Chercheur Invité” por 2 anos (2004-05). Professor Titular de Poética da UENF/Campos/RJ. Recentes lançamentos: Situações – Mini-Anti-Parábolas da Civilização e da Ética (Rio, Ibis Libris, 2015) e ReDesafio – A poesia de P.L. na música e na voz de amigos, CD com 13 poemas musicados - deste livro - Desafio (2016). Próximo: O transe da poesia – Da grandiosidade do Classico à banalidade do Pós-moderno (Editora Brasil Multicultural, Rio, 2017).
ANDORINHA
POR *FERNANDA R. MESQUITA
- Olá Andorinha. A apresentação do meu primeiro livro de poesia é depois de amanhã. Gostaria tanto que estivesses presente. - Não posso. - Mas Andorinha, depois de amanhã é sábado. - Eu sei, mas é dia de compras, limpar a casa, etc, etc... - Mas tu gostas tanto de livros - Gosto? Não. Adoro! São uma das minhas maiores paixões. - Se mudares de ideia, já sabes o local e a hora. - De qualquer modo, muito obrigada por te lembrares de mim. - Como poderia esquecer alguém que adora livros, ama poesia e é minha amiga? Tem uma boa noite. - Boa noite - respondeu Isaura, desligando o telefone. Esticou as pernas e continuou a ver o filme. No dia seguinte. Seis da tarde. Abriu a mensagem que acabara de chegar no seu email. Sorriu. Lá estava ele, o seu amigo. Enviara-lhe um pequeno vídeo. As habituais calças de ganga e camisa aos quadrados não encobriam o novo brilho no rosto. No olhar, a pressa vertiginosa de saber a opinião dos leitores. Se todos conseguissem traduzir o seu estado de alma, até o leitor mais calmo seria atropelado pelo desejo de chegar ao fim do livro. Embora ele tivesse atingido a meta ao concluir a obra, era notório o medo nos dedos trêmulos que pareciam querer arrancar a tribuna do chão. Ela sentou-se no sofá para apreciar melhor o amigo. Esboçou um sorriso, provocado por uma certa piedade. Sonhava alto o seu amigo. Ele trabalhava numa fábrica que o convidava a engordar o ordenado com horas extras. Sempre que solicitado, respondia: “Não posso. Preciso de
tempo para escrever.” Uma semana depois, lá estava o livro nas mãos dela. Abriu e parou na dedicatória: “Para uma amiga importante, algo importante de mim; o meu primeiro livro”. Sorriu ao livro acabado de chegar pelo correio. Superficialmente leu alguns títulos e fechou o livro. Levantou-se e arrumou-o na estante. Cabia perfeitamente no espaço vazio. No segundo ano o mesmo convite, um outro livro. As mesmas razões para faltar ao lançamento e para não ler a segunda obra de João. O mesmo sorriso de pena e um pensamento idêntico: “Que teimoso, que sonhador. Continua a recusar as horas extras e a gastar nisto o pouco que ganha”
viados por ele.” No dia da entrega do prêmio: - Olá João. Parabéns pelo prêmio. Olha, trago comigo os teus dois primeiros livros. Nunca mais me enviaste nenhum. Perdeste o meu endereço? - Entre um voo e outro, o sonho desce até às calçadas humanas, procura sementes e convida-as a voar. A maioria não vem; primeiro precisam questionar e averiguar a existência das asas. - É para um novo livro? - Não. Está no segundo livro que te ofereci. Isaura tentou arranhar a capa e
“Entre um voo e outro, o sonho desce até às calçadas humanas, procura sementes e convida-as a serem aves. A maioria não vem; primeiro precisam questionar e averiguar a existência das asas.” Dez anos depois. Isaura abriu o computador e no Facebook uma notícia: Grande prêmio de poesia atribuído a João R. Mesclado. “Mesclado, Mesclado... mas é o meu amigo João”. Sorriu. Levantou-se e foi até à estante. Se não fossem as lides diárias que a levavam a limpar tudo na casa, os livros estariam completamente cobertos de pó, tal fora o esquecimento que caíra sobre eles. Decidida, guardou o livro na mala. Iria, sim, à cerimônia. Queria ver o amigo receber o prêmio. Ah, que vontade de gritar em cada esquina que o seu amigo ganhara um prêmio. Exibir os livros enviados por ele. E escutar a pergunta: “João Mesclado é teu amigo?” e responder: “Sim, até tenho livros dele, en-
amarrotar as folhas dos livros; envergonhava-se do cheiro a livro novo por abrir. Ele riu, abraçou-a e sussurrou: “Andorinha, apenas andaste de olhar distraído. O mundo de dois amigos nem sempre tem que ser o mesmo. Os fios da nossa história juntaram-se hoje, nem vamos perguntar por quanto tempo. Ela respirou aliviada; a memória do seu amigo era apenas o presente. Sentiu-se semente levantada, andorinha com a garganta nas asas.
*Fernanda R. Mesquita nasceu em Portugal. É escritora. Vive em Edmonton, Canadá. fernandaedomonton.blogspot.com laosdepoesia.blogspot.com.br
Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 13
OPERAÇÃO ARCÁDIA CAROL BONACIM
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iana Toledo é uma jovem delegada federal que comanda uma unidade da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCOR) da Superintendência da Polícia Federal da cidade de São Paulo. É a responsável pela investigação de uma grande e poderosa quadrilha internacional de tráfico de entorpecentes. Para apurar o envolvimento de alguns suspeitos, a delegada viaja para Brasília, Capital Federal, onde participa de um evento social e conhece o galante e jovem empresário, Leonel Foster Castilho, por quem começa a nutrir fortes sentimentos.
Carol Bonacim,
Advogada, escritora romancista, membro correspondente da Academia de Artes de Cabo Frio, RJ, vencedora do Prêmio Personalidade 2015 pela ARTPOP, Membro Imortal da Academia do Brasil de Letras/ Suíça, Vencedora da medalha de grau Oficial do CONINTER 2016 (Conselho Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes), autora da Tetralogia “Operação Arcádia”, romance policial publicado pela Editora Portuguesa Chiado.
MINICONTOS
A dor da humilhação
A mesa
Irene Coimbra
Dumara Piantino Jacintho
Nunca me esqueci daquele dia quando, ainda muito jovem e no meu primeiro emprego como recepcionista numa Clínica de Olhos, uma jovem elegante chegou para uma consulta e eu, inexperiente, a chamei só pelo nome ao introduzi-la na sala do médico. - Pode entrar, Ivete. Ouvindo-me, o médico elevou o tom de sua voz, olhou-me com olhar fulminante e falou: - Não diga “Ivete” mas “Madame Ivete”. Você não está falando com uma pessoa de sua classe social. Saiba respeitar as diferenças.” Mal consegui me desculpar. Acabara de aprender mais uma lição: A dor da humilhação.
A porta escancarada deixa entrar marido, filhos, alguns amigos famintos, que lotam, como sempre, a mesa fartamente preparada. Com o passar dos anos, filhos crescendo, tomando diferentes caminhos na vida, já não lotam a mesa como antes, deixando vários lugares vazios e saudosos. Dessa maneira, a mesa antes tão barulhenta, ficou silenciosa, apenas para dois. Mas, o marido, cumprindo sua tarefa aqui, parte para o Pai. Sozinha, olha para a mesa grande, antes preparada com muito esmero e agora vazia e se pergunta tristonha: - Onde estão todos?
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Lago Dochart, Escócia, Reino Unido
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ONDE O SILÊNCIO VALE OURO TEXTO E FOTO ALINE OLIC
temperatura é baixa. Sintomas de um verão que possui os dias contados. O sol, fraco, já pouco aparece. Não é mais o ator principal. Entende que precisa repousar durante os meses seguintes para sua reestreia. No entanto, o astro luminoso se esconde, na coxia, caso algum dos atores fenomenais, talentos naturais, esqueçam suas falas. Entrará em cena, mesmo fraco, radiante, sabendo que tudo gira ao seu redor. As montanhas, tão altas e belas, tímidas, se envolvem na mais bela e misteriosa neblina. Seu longo vestido branco se arrasta por quilômetros. Encadeadas, sabem que ali, para sempre, ficarão, mas que nunca estarão sós. Uma vez ou outra, alpinistas. “Bom dia!” com olhares. Seguem seus caminhos. Eu, sigo o meu. Alguns lagos se escondem atrás de árvores. A água gélida proíbe qualquer banho. Suspiros de alívio. Narcisos, ali, estão a salvo. Se apaixonam pelo lago e esquecem de contemplar suas próprias feições. Tempestades andam calmas, com seus cajados rajados. Não há motivo para explodirem. Calmaria. A chuva, fraca, cai. Nos pés, lama, barro. As botas sujas, a alma limpa. Gratidão. Medo. Vazio. O cartão de memória da câmera fotográfica não é o bastante para guardar tanta beleza. Nada é. Nada será. Diante da perfeição, fecho os olhos. Agradeço. Busco algo. Procuro, sem estar pedida. Não fiz uma viagem. Me tornei uma viajante.
Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 15
ESPAÇO DO LEITOR “Dizem que a coragem cria pontes sobre as barreiras e dificuldades. E quando vejo a revista Ponto & Vírgula vejo justamente isso: coragem. Em meio à tantas revistas “vazias” que circulam por Ribeirão Preto, a Ponto & Vírgula é puro conteúdo. E conteúdo literário de qualidade! Por isso parabenizo a Irene Coimbra pela ousadia de ser diferente e não ser “mais uma”. Parabenizar por priorizar o conteúdo ao invés da propaganda. E principalmente por ser a voz e a força dos escritores e poetas de Ribeirão Preto e região.”
Sua opinião é muito importante para nós. Tem algo a nos dizer? Envie um e-mail para leitor.pontoevirgula@gmail.com
“Ponto & Vírgula é uma das poucas revistas que falam sobre Literatura. Um espaço onde escritores de nossa cidade e região expõem seus poemas, crônicas e textos. Sou uma das primeiras a ler a revista e não vejo a hora da próxima edição. Que tal colocarem poemas de Mário Quintana, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade em uma página de poetas famosos? A cada edição, um poema.” Tatiane S. Melo, Almoxarife Ribeirão Preto, SP
Rodrigo L. Ferreira Operador Gráfico e Desenhista Ribeirão Preto, SP
“Ler a Revista Ponto & Vírgula é ser conduzido para um mundo cultural. Com excelentes artigos e matérias de grande conteúdo, eu e minha família ficamos esperando ansiosos pela edição bimestral dessa revista que veio para ficar e encantar a cada um que tem a oportunidade de ler e apreciar. Parabéns, Irene Coimbra e toda equipe que promove um grande material cultural.” Kennedy Oliveira, Jornalista | Cravinhos, SP
16 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2016
Sarau de Lançamento 28ª. Revista Ponto & Vírgula
Irene Coimbra e Marlene Cerviglieri
Irene Coimbra, Marlene e Edson Cerviglieri
Irene Coimbra e Helena Agostinho
Gilda Cintra e Arlinda Rocha
Adélia Ouêd
Dumara P. Jacintho, Nelson Jacintho, Lucy Stefani, Geovah P. da Cruz, Shirley Stefani, Jugurta de C. Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 17 Lisboa e Ely V. Lisboa
Alceu Bigato
Marcello Gaetani, Vera Regina Marçallo Gaetani e Elisabeth
Ivana Cristina de O. Ginatto e Alciony Menegaz
Cristiane F. Bezerra, Graça Abreu, Marly Marchetti e Nely Cyrino de Mello
Nely Cyrino de Mello e Jannes de Mello
Michele e Hamilton F. Silva
Luís Antônio Titon e Terezinha Titon
Márcia Maria Anaga e Sandra Mara S. Anaga
Sheila Santiago e Henrique Gândara
Hans e Heloiza Eichel
Sandra Valadão e Sérgio Kodato
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Setembro/Outubro 2016 Revista Ponto & Vírgula 19
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