Revista Ponto & Vírgula - Ano 8 - Edição 49 - Janeiro/Fevereiro 2020

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Janeiro/Fevereiro Ano 8 | Edição 49 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331

PONT & VIR ULA

NDO - NÚCLEO DE DESENVOLVIMENTO PARA ORQUESTRA REGENTE: RAPHAEL HEIJI S. FUZIY


2  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2020


ÍNDICE JANEIRO/FEVEREIRO

Foto: Natan Ferraro

Pág. 1 Capa: NDO - Núcleo de Desenvolvimento para Orquestra Pág. 2 Publicidade Pág. 3 Índice, Editorial e Expediente Págs. 4 - 5 Matéria de Capa Pág. 6 Poetas em Destaque Pág. 7 Cantinho Literário de Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 8 Poetas em Destaque Pág. 9 Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Pág. 10 Rugas que riem – Irene Coimbra Pág. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Poeta em Destaque: Jô Feijão Pág. 13 Poetas em Destaque Curiosidades sobre Hipertensão Arterial – Dr. Flávio H. Idalgo Pág. 14 O que me oprimia no momento... Perce Polegatto Poeta em Destaque: Maria Luzia Mizuraca Graton Pág. 15 “... se faz caminho ao andar” – Por Ely Vieitez Lisboa Pág. 16 Dona Isabel – Maria Auxiliadora Nogueira Zeoti Págs. 17 e 18 Sarau de Lançamento 48a. Revista Ponto & Vírgula Pág. 19 Publicidade Pág. 20 Foto em Destaque - Aline Cláudio

EDITORIAL

2020 chegou agitado! Janeiro e fevereiro já deixaram suas marcas. Tristes para muitos, alegres para poucos. Março, Mês da Mulher, esta às portas, sabe-se lá com que desafios. Nós, à espera. Os do primeiro bimestre já vencemos, felizmente! Tivemos a felicidade de contar com o apoio de nossos colunistas, poetas, cronistas que sempre compartilham a beleza de seus textos com nossos leitores. Neste bimestre, é com muita alegria que homenageamos Raphael Heiji S. Fuziy! Raphael que, além de músico profissional, é também professor de violão, violoncelo e guitarra, sempre muito dedicado aos seus alunos é merecedor não só da homenagem que aqui fazemos como de muitas outras que ainda virão, com certeza. Membro associado da Soka Gakkai (Organização budista não governamental) Raphael é, atualmente, regente e vice-coordenador do NDO – Núcleo de Desenvolvimento para Orquestra. Na capa, jovens inteligentes, idealistas e sensíveis, ao lado de Raphael, são revelação do NDO e uma imensa alegria divulgá-los aqui também. Impossível não se encantar com nossa Ponto & Vírgula! A você, leitor/a, uma excelente viagem através de suas páginas.

Irene Coimbra | Editora

EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio - irene.pontoevirgula@gmail.com Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Cláudio Impressão: Ribergráfica - A Cor da Qualidade | Fotos de Capa e Matéria:Vítor Hugo Guimarães Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 / WhatsApp: (16) 98104-0032 Tiragem: 2 mil exemplares Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 3

Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.


NDO - Núcleo de Desenvolvimento para Orquestra Regente: Raphael Heiji

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Núcleo de Desenvolvimento para Orquestra (NDO), é um grupo formado por membros associados da Brasil Soka Gakkai Internacional, uma associação Budista, filiada à ONU (Organização das Nações Unidas), presente em mais de 192 países e territórios. Valorizar cada vida de forma a promover o desenvolvimento humano em prol da construção de uma cultura de paz. Este é o objetivo primordial da Associação Brasil SGI (BSGI), desde a sua fundação. Para tanto, busca contribuir com ações conscientes que promovam o potencial humano, proporcionando a plenitude de cada indivíduo e abolindo qualquer tipo de discriminação. Constituída em 1960 por Daisaku Ikeda, a entidade é a representante da organização não governamental Soka Gakkai Internacional – SGI, em terras brasileiras. Com base em sua missão vêm promovendo exposições, intercâmbios com universidades e museus entre outras atividades nas áreas da educação e cultura. O objetivo institucional da SGI é a difusão da filosofia humanística de Nichiren Daishonin, cuja diretriz básica é felicidade plena de toda humanidade. Por meio da construção de uma cultura de paz, promove atividades visando à criação de valores humanos conscientes da importância de contribuírem, como missão pessoal, para o bem-estar das pessoas, atividades essas que são expressões concretas das diretrizes da SGI e da filosofia humanista de Nichiren. E assim nasceu o Núcleo de Desenvolvimento para Orquestra (NDO), com a missão de incentivar o desenvolvimento da musicalização de crianças e adultos, a partir dos 7 anos de idade, através da música erudita, por meio do ensino de instrumentos musicais e ensaios periódicos para aperfeiçoamento musical e técnico. O núcleo foi oficializado em Ribeirão Preto em 19 de dezembro de 2010 junto a Orquestra Filarmônica Brasileira de Humanismo Ikeda - OFBHI, contando com 85 membros que realizam intercâmbios com o objetivo de promover atividades para crianças e adolescentes visando o desenvolvimento das futuras gerações da orquestra. 4  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2020


Tem como objetivo, além de promover uma mudança positiva na estrutura sociocultural da localidade em que se encontra, no caso, a cidade de Ribeirão Preto/SP, tem também o objetivo de integrar os seus membros à OFBHI- Orquestra Filarmônica Brasileira do Humanismo Ikeda, que tem como sede a Cidade de São Paulo, recebendo em 1993, seu ano de fundação, essa denominação em homenagem aos empreendimentos humanísticos do presidente Dr. Daisaku Ikeda. Talyanna Pantaleão Magaldes "Coordenadora do NDO e Associada da BSGI" Raphael Heiji S. Fuziy é bacharel em violão erudito pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e pós graduando em Regência pela Alpha, com polo em Ribeirão Preto, na escola Contraponto. Regente e vice- coordenador do NDO, foi aluno do Prof. Dr. Gustavo Silveira Costa e anteriormente do Professor Geraldo Ribeiro de Freitas, que o orientou no caminho da música. Além desses dois grandes mestres sempre contou com o apoio de seu professor e amigo Cravinhense, Berto Silva, com o qual tem uma longa experiência na música e um grupo de música instrumental chamado "Entre Amigos”. Membro associado da Soka Gakkai (Organização budista não governamental) onde já foi violoncelista e atualmente é regente no NDO, atua como professor de violão, violoncelo e guitarra, ministrando aulas particulares em Ribeirão Preto e região. Atualmente leciona na escola “Som e Arte”, da Professora Renata Tiepolo, em Cravinhos, e como professor de violoncelo e violão no projeto "Tocando a Vida Professor" vinculado à Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

Depoimentos de alunos do NDO que entraram para a USP

Foto: José Matsumoto

"Desde 2009 faço parte do Núcleo de Desenvolvimento da Orquestra (NDO). Iniciei com 11 anos, tendo a oportunidade de tocar Oboé, um instrumento que nunca tinha ouvido falar. Meu empenho nos estudos e participação nos ensaios me favoreceu o despertar da minha vocação. Consegui conquistar o curso de Música na USP. Isso não foi tão fácil, foi necessário realizar a prova específica em que toquei três músicas e o resultado foi a aprovação para a única vaga que havia no edital em 2018. Posso dizer o quanto sou feliz por compor o NDO, estar cursando o 2° ano do curso de Música e, além disso, poder contribuir para o avanço cultural de minha localidade." Vitor Prandinin Tonetto "Faz, proximadamente, 3 anos que entrei no Núcleo de Desenvolvimento de Orquestra (NDO) de Ribeirão Preto. Comecei no grupo sem instrumento e este ano ingressei na Universidade de São Paulo (USP- Ribeirão Preto) para cursar música e bacharelado em Violoncelo. Participei de outras orquestras jovens neste meio tempo, mas o NDO foi realmente decisivo em minha vida, tanto profissional como pessoal. Foi onde consolidei minha base como musicista e aprendi muitos valores, como o da amizade e da sinceridade. Posso não ter muitas histórias com o grupo (ainda), mas tenho muito a agradecer por tudo e por fazer parte desse grupo maravilhoso." Caroline Ferri Schiatti Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 5


Poetas em Destaque 1 1

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Alceu Bigato

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Rotina

Caminhando XVIII

O sol, ao nascer, é tarde morena, bate em nossas janelas sem fazer ruídos. Reclamo que a noite é pequena, mas a culpa é do pouco que tenho dormido. Todas as manhãs esfrego os olhos, meio atordoado, Ouvindo da cozinha mamãe me chamar. Tempo perdido virar para os lados, ela invade o quarto e não se cansa de falar.

Falam de mim, por despertar outros amores. Quanto tempo perdem eles: que coitados! não sabem dos meus desejos rejeitados por um somente, que mereça meus louvores. Mas restou algum orgulho, ainda que tenro que induz que, de pé, me retire dessa trilha; maldita seja Dona Bia, que Rosaura, a filha, deixou de guardá-la para mim, para seu genro.

- Filho, ao sair da faculdade, venha dormir. Abaixo a cabeça e, no momento, até concordo, mas ao terminar as aulas, vou me divertir. De manhã, se ela não me acordar, eu não acordo. Não que eu queira, finjo não ouvir me chamar. Esfrego os olhos, meio abertos, meio fechados. Ela invade o quarto e o jeito é me levantar. Também sou repetitivo, perdão, estou errado. Mas, vai me dizer que você não é ou não foi assim?

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Idemar de Souza

Adriano Pelá

E quanto soluço ainda haverá de ser contido a explodir, cá, em mim, mísero,só, alienado, que fará que dele lembre, mesmo dormindo. E para esse amor, que ferido e sem pecado, um cantinho hei de guardar, posto carpindo, nos porões dessa minha alma, adormecido.

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Marlene Cerviglieri

Solidão

Minha estrada

No paroxismo da solidão, chorava seu abandono. Enaltecia o desprezo. Achava-se vítima da ingratidão. Em desvario emocional, naufragou em seu inferno presente. Sua dor extrapolou a razão. Em colapso, ficou inconsciente e assim permaneceu... Bordejando o coma, passaram-se dias. Nesse estado, revê suas lembranças... Reconhece-se premiado por tantas venturas. Lentamente acorda! É outro. Seus atos passados fazem-no mudar. Não há solidão, tem a companhia de seus feitos, para sua alegria e conforto.

Segui o meu caminho, não sei se por estradas certas ou tortas. Montei meus sonhos e fui indo atrás de cada um, mesmo em direções opostas. Procurei seguir o objetivo principal. Fui flexível e, às vezes, até demais. Perdi alguns sonhos e até um dos maiores que tive. Entreguei tudo, dei amor, criei, vi crescer as árvores que plantei, vi a vida passar... Em meu caminho agora, vejo as estradas encurtarem, os sonhos vão ficando difíceis de se realizarem mas ainda persistem em minha alma. Sonhos que me fazem sentir viva, e, quem sabe, ainda os poderei realizar, nessa ânsia contínua de viver e amar.

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Cantinho Literário de

Vera Regina Marçallo Gaetani RAÍZES

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Foto: Natan Ferraro

oro em frente a uma praça. O que mais me encanta nela são as árvores frondosas, cujas raízes, com enormes garras presas ao solo, correm como riachos sulcando a terra. Ali estão há anos, cada vez mais fortes, cada vez maiores, como se dissessem “daqui ninguém nos tira.” Numa dessas tardes, em que as lembranças nos invadem a alma, comparei as raízes daquelas árvores seculares às que tenho pela minha terra natal. A vida me obrigou a deixa-lá, mas não conseguiu arrancar as raízes, cada vez mais fortes, cada vez maiores, agarradas ao meu coração. Curitiba, Cidade Sorriso! Hoje, eu te peço perdão. Quantas vezes te culpei pela minha adolescência melancólica, chamando-te de “Curitiba, Cidade Sorriso Amarelo.” Perdão! Não tinha culpa... continuavas linda, com teus poentes inigualáveis, inspirando nossa poetisa, Anita Philipovski, a escrever “Os Poentes da Minha Terra”, onde pintou, com todas as cores, seu poema de “roxo, amarelo, bronze, com pedrinhas de rubi, cor de opala, borrado de carmim, ou só amaranto, ou só lilás...” lindo! Lindos os poentes, lindo o poema que tão bem soube retratá-los. Olhando as raízes das árvores da praça em frente à minha casa, voltei à minha mocidade em Curitiba. Declamadora, aluna de Messias de Andrade (por onde anda ele?) recitei pelos salões da Sociedade Thalia, do Centro de Letras do Paraná e do Centro Paranaense Feminino de Cultura, a meiguice de Graciette Salmon, Nair Cravo, Ilnah Secundino, com sua “Vozes da Cidade”, descrevendo com maestria a Curitiba de então, e tantos outros poetas de minha terra. Que saudades! Minhas raízes estavam tão fortes quanto as daquelas árvores. Ó Curitiba querida! Foi preciso deixar-te para avaliar o quanto te amei sempre, o quanto me orgulho de ti. A Cidade Modelo do Brasil! Teus jardins floridos, teus pinheirais, tua Rua das Flores, teus campos brancos de geada nos invernos de céu tão azul quanto belo. Foi preciso deixar-te para avaliar o quanto minhas raízes estão fixadas no solo que embalou meu berço. Muitas vezes, ao cair da tarde, fico imaginando como estará pintado o poente da minha terra e repito os verso de Anita: “Poentes da minha terra, longe de vós, é para vós minha saudade... Poentes da minha terra que fazeis pensar! Poentes de minha terra que fazeis sonhar! Poentes de minha terra que fazeis chorar!” ...e choro... choro, molhando as raízes cada vez mais fortes, cada vez maiores, que me prendem a ti, Cidade Sorriso, que me viu nascer, que me viu crescer, que me viu sonhar e me tornar mulher... Mas... um dia voltarei... Já deixei meu pedido: quero repousar no mesmo solo que embalou meu berço. Nesse dia, com certeza, minha mãe virá me esperar, como fazia outrora no aeroporto Afonso Pena, com seu refrão costumeiro: ”Que pena, filhinha, até ontem estávamos com um tempo tão lindo!...” Do livro “Cantos, Contos e Crônicas” – Pág. 141


Poetas em Destaque 1 1

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Luzia Madalena Granato

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João Paulo Rissi

Sem ilusão

Túnel das palavras

Sinta o meu amor, amado! Este amor profundo é seu, que não é mais sincero, que o seu próprio amor e o meu.

Ainda é cedo para perder o medo, acalmar o coração e esfriar a paixão.

É ele, hoje, minha vida, nestas horas, nestes dias, sem as dores da paixão que em lamento se acaba...

Ainda é cedo para falar o que pensa sentirem falta de tua presença e liquidar desavenças.

É um amor assim tranquilo, sem tristeza, sem ilusão, que o coração se entrega. Com as vestes da poesia, com essa paz assim divina, que seu amor me traz... No olhar, no livro que finge ler, na espera que eu me entregue sempre sua.

Ainda é cedo para beber o último gole, abrir a última porta e empunhar a faca que corta.

Marly Marchetti

Ainda é cedo para escrever um poema sobre o que não é tarde.

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Raul Aguilera

O passado...

Escarlate Céu

Que maravilha o desenrolar da vida, as mutações que sofremos, e as buscas que empreendemos! Se no passado houve luz, seus raios avançam para o presente e projetam sua luminosidade para o amanhã! Eu fui o ontem, sou o hoje e serei o amanhã! O passado não tem mais força para segurar-me lá. Solto as amarras do tempo e me lanço num voo livre para alcançar o topo dos meus sonhos e desfrutar dos lugares que alcançarei. Estarei bem acima do que passou e bem perto do que irei conquistar!

Ó Céu, usa tuas nuvens e as faça de teu véu, e, mesmo em nosso mundo cruel, continua sendo esse belo Céu. Ó Céu, tenho medo que chegues ao final. O último dia daquilo que, para mim, é especial. Ah, Céu, queria continuar olhando para ti, mas a escura noite está a cair! Noite fria e sem estrelas, que traz medo e desesperanças. Ó Céu, te peço, por favor, demora para ir, me dói, ver-te partir.

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Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Foto: Natan Ferraro

Janjão e Pitoco

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esde jovem, Janjão aprendeu a viver angariando recursos para ser pessoa realizada na riqueza sem usura e no poder com muitos amigos. Amigos mesmo! Daqueles capazes de tirar a camisa para socorrer o descamisado, nutrientes de admiração pelo outro, defensores das causas justas e simpatizantes das boas relações interpessoais. Da sua vendinha de secos e molhados ele esparze sua amizade a todos os fregueses. Das rodas de prosa defronte de sua casa, nas noitinhas mineiras, esparrama sabedoria a todos ali reunidos para escutar suas histórias. Quando criança, um de seus grandes amigos foi Pitoco, um cachorrinho sabido que o ajudava a pescar lambaris na lagoa. Quando o peixe beliscava a isca, ele puxava a vara, jogando o lambari no meio do capinzal. Pitoco o abocanhava e trazia para o bornal. Ficou maiorzinho e foi estudar na escolinha da roça. Lá arranjou muitos amiguinhos, que repartiam o lanche na hora do recreio. Jovem, de buço na cara, teve várias namoradinhas, sem enganar nenhuma por não querer casar. Adulto, fez uma lista dos grandes amigos há vinte anos passados. Levantou quantos eram vistos diariamente, identificou muitos dispersos, restando poucos presentes. Fez uma relação de sonhos passados, e ainda vive a sonhar. Jamais desistiu dos sonhos, preservando a todos. Hoje, ainda se reconhece nas fotos de outrora e se vê no espelho rodeado dos amigos presentes e passado. Quantas mentiras conta, como piqueias, defendendo os colegas a fim de sanar os defeitos e cultivar as virtudes. Enfim, ama a todos os seus amigos, como eles são, e não como quer que sejam. Do livro: “Comendo fogo e cuspindo cinzas” – Pág. 19

José Antônio de Azevedo iniciou-se na vida literária aos 65 anos, quando começou a usar o computador como instrumento para escrever e arquivar seus escritos. Escreveu e editou, de forma independente, os seguintes livros: Sentido da Vida; Transição; O Homem no Mundo, O Coração Infarta Quando Chega a Ingratidão, Comendo Fogo e Cuspindo Cinzas e Seguindo os Passos no Caminho da Vida. Participa de várias Antologias. Sua experiência de vida, somada à bagagem adquirida em seus estudos, resultou no conjunto cultural que lhe permite refletir de forma crítica sobre fatos reais, de abrangência familiar, regional, nacional ou internacional. Assim, expressa sua lucidez misturada à verdade que não se pode calar, conseguindo do leitor um despertar para a necessidade de mudanças. E-mail: jazevedo2008@gmail.com

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RUGAS QUE RIEM Por Irene Coimbra

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u sabia que mais dia, menos dia, elas acabariam se encontrando. E foi o que aconteceu. O dia esperado chegou e elas ficaram frente a frente. Olharam-se, examinaram-se e o diálogo começou: - Não disse que você ficaria assim? - A culpa não foi minha e você sabe muito bem. - É, sei! Mas bem que podia ter resistido. - E pensa que não tentei? Tentei e muito. Mas que culpa tinha se minha dona vivia sempre mal-humorada e de cara amarrada? - É, você tem razão! Bem que minha dona tentou ajudá-la, mas ela sempre recusava ajuda. - E eu não sei? Você teve sorte. Se deu bem na vida. Sua dona sempre alegre e bem humorada. - Tive sorte mesmo! A minha foi o oposto da sua. Se alguma vez ela franzia a testa num gesto aborrecido, logo mudava de humor e com isso eu mudava também. - Não tive essa felicidade. Por isso estou sempre com essa aparência de mal humorada. Não só eu, mas minhas irmãs também. Basta olhar pra elas e verá essa expressão que afasta as pessoas de nós. - É, amiga, você e suas irmãs, com essa expressão zangada, realmente afastam as pessoas. Felizmente minha dona sempre foi bem humorada e por isso minhas irmãs e eu temos essa expressão feliz. Somos rugas que riem! Do livro: Denúncias Poéticas, Contos e Crônicas Irene Coimbra - Editora Legis Summa - 2006

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Cantinho Literário de

Bridon e Arlete Studio Cine Foto Mary

Ouvir a voz interior JC Bridon Quantas vezes já nos pegamos ouvindo outra voz dentro de nós? E o que temos feito? Apenas ouvimos e calamos, ou nos propusemos a pôr em prática tudo que nos é transmitido? Será que alguma vez já nos questionamos para descobrir quem e por que nos falam e nos intuem? É chegada a hora de pararmos para refletir sobre isso. Será que nunca nos ocorreu que nossos anjos desejam nos ajudar, pois essa é sua missão? Dizemos que nossa consciência está nos alertando, nos chamando à atenção, para não nos deixar errar, para que não caiamos na armadilha da desonestidade, da amargura e do desamor. Quando começarmos a crer que a voz que ouvimos é tão somente de nossos guias protetores e, através deles podemos modificar muita coisa, então o horizonte começará a mostrar sua claridade e enxergaremos a luz que nos guiará através de caminhos luminosos. Devemos deixar de lado alguns preconceitos que vêm nos perseguindo de geração em geração. De hoje em diante faremos o propósito de sermos firmes em nossas convicções e com muita humildade, escutar o que nos têm a ensinar nossos bons anjos guardadores.

Te conheço? Arlete Trentini dos Santos Conheço tuas rugas, teus cabelos brancos. Sei de tuas doenças e de teus queixumes. Mas será que te conheço? Sei o que gosta de comer, o que gosta de vestir sei quando tens frio sei quando tens calor Mas será que te conheço ? Me alegro com a tua alegria me entristeço quando ficas triste. Mas será que te conheço? Posso até ler teus pensamentos. Escutar teus desabafos. Mas será que te conheço?

Pág. 91 – Livro “Casa do Anjo” Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 11


Poetizar por Jô Feijão

Toda poesia é livre. Vagueia pela noite ou anda singela pelo dia. Não se prende à gramática e nem acorrenta o sentir. Às vezes, bocuda. Por vezes, insinuante. Muitas vezes, emocionante. Ela caminha nua pelas ruas, com seios e curvas voluptuosas, a mostrar o sentir. Ela chega de madrugada, invade o pensar, mas se perde em algum lugar no adormecer. Chega nos momentos mais inoportunos. No meio do amor ou do jantar. A poesia é entrona, perturbadora e inconveniente. Perturba a mente e só sossega ao nascer.

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Do livro: Girassóis na Alma


Poetas em Destaque Cecília Figueiredo Fernanda R. Mesquita Quase Nada A quase nada é ao que reduzes o que tenho para te dar, porque também quase nada, é como me fazes sentir quando fico de olhar vago mas ouvido atento, escutando os teus grandes méritos que a quase nada, reduzem alguma virtude que eu possa ter!

Quem me afagará a fronte? Quem me afagará a fronte se por acaso, um dia desses acontecer de eu perder os meus amores? Quem me dará um beijo de vida e um abraço longo que me atire para fora da condição da morte? Quem no dedo me colocará um único anel de ouro - sem amálgamas e um destino de delírio e impossível de noiva? Quem me atrelará ao não vil afeto quando eu não mais for o que me destina essa vida minha? Quem me compreenderá finalmente? um fino hiato, um par de aspas, algumas exclamações ridículas e reticências....

CURIOSIDADES SOBRE HIPERTENSÃO ARTERIAL Por Dr. Flavio Henrique Idalgo A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial acima de 140x90 mmhg. A HAS tem alta prevalência (atinge em média 30% da população – dentro destes 30%, metade na faixa etária entre 60 e 69 anos e 75% acima de 75 anos de idade) e baixas taxas de controle. É considerada um dos principais fatores de risco modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública. A mortalidade por doença cardiovascular aumenta progressivamente com a elevação da PA. As doenças cardiovasculares são ainda responsáveis por alta frequência de internações, ocasionando custos médicos e socioeconômicos elevados. Daí a importância de um diagnóstico precoce e de um tratamento eficaz pois para cada 2 mmhg de redução da pressão arterial média diminui-se o risco em 7% na mortalidade por doença coronariana (IAM) e 10% na mortalidade por AVC. Recomenda-se que na fase adulta (e quando criança que seu pediatra sempre o faça) se afira a pressão pelo menos 1 vez ao ano – se níveis < 130x85 mmhg reconfirme a cada ano; níveis entre 130139x85-89 mmhg reconfirmar em 6 meses; níveis entre 140-159x90-99 mmhg reconfirmar em 2 meses; níveis entre 160-160x100-109 mmhg reconfirmar em 1 mês; níveis acima de 180x110 mmhg reconfirmar em 1 semana. Nestas medidas, como regra, o indivíduo deve estar bem física e mentalmente e assintomático – toda vez que achar ou sentir que a pressão está alta, recomenda-se que não se afira – deixe para aferir quando estiver bem ou com ordem médica. Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 13


O QUE ME OPRIMIA NO MOMENTO... Por Perce Polegatto

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que me oprimia no momento, entre obscuros impulsos de não querer, era minha antiga e nunca definida relação com os objetos. Mirando sem rumo um ou outro item por ali, senti mais uma vez aquele leve mas recorrente incômodo da posse e da perda. Pensava nas tribos, no que carregavam. Não haver muito a que se apegar, poucos haveres. Um lugar específico, uma casa, um terreno demarcado. Coisas grandes, coisas pequenas. Objetos que amei e perdi. Pessoas que passaram por minha gratidão tardia. Os gibis que se extraviaram depois de brilharem vivos sob meu triste fascínio. Meu relógio e umas moedas. A noite passa por todos. Toquei uma caneta verde. Depois, um peso de acrílico. Um estilete. Estou sujo de sangue, mas não o bastante. São crises breves, creio. Forças fracas. Sempre me defendi, de uma forma ou de outra, eu me recordo muito bem. Recordo tudo muito bem. Colecionador involuntário. Como se catalogasse o que foi meu: amuleto da sorte, bússola de bolso, lupa de aro negro, miniglobo medieval, figurinhas de astronautas... – itens pontuados em fases distintas, trincados por microtraumas. Associações inevitáveis. No fim, só a minha história é uma história. Porque foi real. Porque eu sei do que foi. Outras são imaginadas, contadas. A outra é imaginada. Nomes-números para não esquecer. Ninguém sabe como foi. Como era a voz de alguém, o que foi dito de fato, que cheiro tinha seu suor, seu hálito. Trajetórias absurdas, individuais ou coletivas, fracassadas ou triunfantes, quase sempre orientadas por horrores. Só a minha história vale a pena, nenhuma outra. As outras nos chegam em código. Tradução da narrativa. Interpretação do registro. E a história-pesadelo da qual o professor Stephen pretendia libertar-se não é senão mais uma memória tenebrosa de armadas vencidas e mínimos momentos de ilusão. Patriotismo e cinzas molhadas. Em minha pequena vida, meus crimes de criança todos prescreveram. Jamais confessados ao padre rouco, em seu nicho escuro. O tempo os cobriu de areia e pedras. Eu não fiz nada. Do romance "Projeto esvanecendo-se"

A Casa Antiga

por Maria Luzia Mizuraca Graton

Muito antiga aquela casa! Toda decorada de ladrilhos! Quantas donzelas ali passaram com seus vestidos bordados de vidrilhos! A cortina, de damasco vermelho, o vento soprava pela janela. A parede, forrada de espelho... Como me lembro dela!

Feliz me fizera, olhando o jardim, quase o tempo inteiro! De tanto ver o meu rosto e também pra dar-me um gosto, um dia o jardineiro colheu rosas para mim. Muito antiga aquela casa! Prendia-me o olhar nela... É uma breve lembrança, uma doce nostalgia, que mais parece alegria, quando eu passo por ela. O que dela restou? Um velho portão enferrujado. Os arbustos cresceram. Tudo em ruína ficou. A casa está deserta.

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No canto, rasgada, o resto de uma rede. Na sala aberta um quadro de Santo Antônio, desbotado, na parede. Era gente de muita fé. Não era minha aquela casa, mas sinto saudade dela. Apesar de tudo parecer tão triste pela fresta do crepúsculo ainda existe uma alegria qualquer. Não há criança sorrindo, não há perfume de mulher. Só um pé de romã florindo! Sobre o beiral, sobre as telhas, rolam os frutos se abrindo, maravilhosamente, suas sementes vermelhas.

Pintura por Kseniya Volosyanaya

Muito antiga aquela casa! Trepadeiras floridas debruçavam nos arabescos. No pomar, forravam o chão, os frutos frescos. Um aroma de café cheiroso, por certo moído na hora, feito lá no fogão, parece que sinto agora.

No fogão, sobre a trempe empoeirada, esquecida, uma chaleira de ferro, lembrando o cheiro bom do chá de nós moscada.


“...SE FAZ CAMINHO AO ANDAR” Por Ely Vieitez Lisboa

“... se faz caminho ao andar”, título do primeiro livro de Aline de Oliveira Cláudio, oferece ao leitor vinte e oito crônicas. A crônica é um gênero literário leve, com certas características específicas: sem personagens, raramente com diálogos, descrições locais, temas mais ligados ao cotidiano e acontecimentos atuais. O título da crônica, "A Capital do Mundo", é a realização de um sonho: viver em Londres. Há descrições delicadas e minuciosas, que já demonstram a perspicácia da cronista. Nada lhe escapa: hábitos da cidade, novidades, os habitantes do local que ela chama de “lugar cinza”, a bela Londres, os costumes diferentes. A cronista e seu novo mundo. O bom cronista tem antenas especiais, olhos que veem além, visão de mundo mais ampla. Nada escapa a Aline, em novo modus vivendi. O que também enriquece o texto sobremaneira, é a ousadia do tom confessional da autora, diante de seu sonho realizado: viver em Londres. A crônica, "Aquela Mulher", é o mais belo retrato da mãe, criatura notável, corajosa, mulher que enfrenta grandes obstáculos em busca da realização de seus sonhos. "A Ilha da Esmeralda", focalizando sua experiência, quando viveu na Irlanda. Algo muito atraente no livro são os enfoques diferentes, verdadeiro caleidoscópio, com uma grande variedade de temas, como na crônica "Bloqueio na Escrita", texto personalíssimo e irônico. Aliás, uma característica da jovem autora é a coragem, escrevendo o que lhe vai na alma, sem muita preocupação linguística e/ou gramatical. Assim, em "Um Ano Depois", a autora se permite usar algumas palavras em linguagem popular e emprega a mistura de pronomes. No texto há descrições interessantes sobre os diversos hábitos de vários povos com quem ela conviveu. Em "Olá, novamente", a cronista inicia com um delicioso diálogo com o mês de dezembro, personalizando-o. O tempo passa, voa. Segue-se a crônica “Dia das Mães”, parte I e II, tema comum, mas abordado com originalidade pela autora. Na primeira a enfática confissão sobre sua mãe, “a melhor mãe do mundo” e na parte II, os vários tipos de mães, de histórias, raças e status diferentes. No intrigante títiulo “Haters gonna hate” (Odiadores irão odiar), a crônica se inicia com a expressão inglesa, que é interessantíssima pela rica interpretação que a autora faz do termo “odiadores”. Seguem-se confissões pessoais. O que encanta nas crônicas de Aline é o tom de sinceridade, tudo baseado em experiências pessoais. O tom confessional e corajoso parece cada vez mais sincero. As crônicas são variadíssimas, às vezes não muito pessoais e até trágicas. Destacam-se também algumas de texto jornalístico, como "O Casamento Real", muito interessante e com um final irônico. "As Seis Caixinhas", verdadeira e atraente alegoria filosófica. A crônica que encerra o livro, "Retrospectiva", é uma das mais pessoais, plena de originalidade.Talvez por isso, que sua linguagem é mais solta, liberta das amarras gramaticais, com uso de gírias. As crônicas de Aline foram publicadas primeiramente na revista Ponto & Vírgula, a única revista literária de Ribeirão Preto, fundada e sob a direção geral de Irene Coimbra de Oliveira Cláudio, edições primorosas, já conhecidas em vários Estados do Brasil e cidades do exterior. A diagramação é de Aline Cláudio, que muitas vezes enriquece a revista com fotos de grande beleza, nas contracapas. Pura arte que enriquece nosso mundo às vezes ausente de poesia e lirismo. (*) Ely Vieitez Lisboa é escritora, com catorze livros publicados (ensaios, contos, poemas). Crítica literária, escreve em vários jornais de Ribeirão Preto, Minas Gerais e eventualmente no tablóide Linguagem Viva, de São Paulo. É autora do romance epistolar Cartas a Cassandra. Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 15


DONA ISABEL

Por Maria Auxiliadora Nogueira Zeoti

Q

uando criança, aos seis anos de idade, meus pais mudaram-se para o sítio e eu, que estava na primeira série do fundamental, fiquei na cidade com meus avós para estudar. Essa separação deixou-me muito abalada, insegura. Eu era uma criança quieta e tímida. Ficava mais observando e seguindo as outras crianças, ao invés de querer aparecer e liderar. Entretanto, na quarta série, houve uma mudança. Eu queria participar. Acho que a professora passava confiança a mim e cheguei até a declamar um poema, na festa de comemoração da escola. Eu tinha que subir em um palco, declamar em voz alta e forte, com bastante entonação. Cheguei a esquecer alguns versos, mas ela lá do lado, falou em voz baixa, ajudou-me e eu prossegui. Curioso é que tive tantos professores do ginásio, os de Português, principalmente, mas nenhum incentivou-me para crescer, desenvolver e continuar esse trabalho como ela fez. Em outra ocasião, ensinou os alunos escreverem uma carta e disse: - As que estiverem certinhas, serão escolhidas. Eu prestei bastante atenção, fiz corretamente.A minha carta e as de mais alguns alunos foram escolhidas. Passamos a limpo e enviamos pelo correio. O objetivo era convidar os escoteiros de Batatais e Franca para virem à nossa escola e, realmente, após alguns meses, eles vieram e participaram das festividades. Estes foram só alguns exemplos marcantes. Hoje, como professora que sou, posso analisar e dizer que aprendi muito com ótimos mestres que tive, mas há alguns que nos tocam mais profundamente. Eu precisava de alguém que me encorajasse, algo assim como uma mãe faz. E a minha não estava lá para dizer: - Você é capaz! Vai conseguir! Dona Isabel, a minha professora, fez isso. Ela conduziu o ensino do jeito que eu precisava. A força que recebi, deu-me equilíbrio para eu crescer emocionalmente. Foi mais que uma lição de Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes ou Música. Obrigada, mestra! Obrigada, Dona Isabel! Crônica do livro “Emoções no Tempo e Espaço” Págs: 98/99

16  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2020

Prezada Maria Auxiliadora, Saúde e Paz. O coração da velha mestra se emocionou com o recebimento de seu livro “Emoções no Tempo e Espaço” e da Revista Literária “Ponto & Vírgula” cujo exemplar estampa, na capa frontal, você muito bela. Agradeço o precioso presente e seu gesto delicado e generoso. São atitudes e gestos como o seu que me fazem repetir que, apesar dos erros cometidos, embora sem querer, valeu a pena a minha trajetória educativa. É compensador e faz bem ao coração e ao espírito ser lembrada. Você fez isso. A crônica D. Isabel comoveu-me até as lágrimas. Estou lendo seu livro. Feliz é o homem que ama a terra onde nasceu e não nega as suas origens. Nas suas crônicas, nos seus poemas, na sua poesia (verdadeiros hinos de louvor a Deus, à Família, à Natureza, à Vida) vislumbro uma personalidade e um caráter forjados no cadinho familiar onde sempre estiveram presentes os mais elevados valores morais e os sentimentos mais puros alicerçados no amor, no respeito, na bondade, na solidariedade, na gratidão, entre tantos. Foram eles, com certeza, que lhe permitiram alçar voos mais altos e encontrar na Literatura, uma das mais belas formas de expressão, o caminho para expressar seus sentimentos. Parabéns, caríssima, pelo talento e pela sensibilidade. Eles serão, certamente, penhor para novas conquistas literárias com as quais você brindará os amantes da Literatura. Sucesso e, mais uma vez, muito obrigada. Receba meu abraço afetuoso Com carinho, Izabel Maria Em Sales Oliveira, aos 18 de março de 2016.


SARAU DE LANÇAMENTO

48a. REVISTA PONTO & VÍRGULA FOTOS POR

NÁDIA LEMOS & GERMANO MARTINIANO

Lázaro Pereira, João L.de Melo e Heloísa, Noêmia Lemos, Irene Coimbra, Magda Belato, Selma Bordini, Maria de Lourdes , Denis Constante e Eduardo Carvalho

Luzia Granato, Dr. Nelson Jacintho, Dumara P.Jacintho, Irene Coimbra e João Cecchetto

Irene Coimbra e família Lemos (Tomás, Naira, Luna, Noêmia, Nilton e Nádia)

Participantes da 15 Antologia Ponto & Vírgula: Wlaumir de Souza, Perce Polegatto, Marlene Cerviglieri, Maris Ester de Souza, Heloísa M Alves, Fernanda Lima, Elisa Alderani, Durval Fabris, Alciony Menegaz, Adriano Pelá, Luzia M Granato e Irene Coimbra

Joana D'Arc Pires,Vera Regina Marçallo Gaetani e Noêmia Lemos

Alciony Menegaz e Raphael Heidji

Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 17


Convidados

Décio Ribeiro, Ben-Hur, Maria Helena Pain e Irene Coimbra

Níura Rocha Fernandes, Cláudia Roberta Rocha Fernandes, Marlene Tozzi e Irene Coimbra

Leonor Barros, Noêmia Lemos, Cláudia Duarte, Tomás Lemos e Ângela Lemos.

Arlinda Rocha, Irene Coimbra, Gilda Cintra e Adélia Ouêd

Alberto Gonçalves, Wanise de Ávila Correa, Irene Coimbra e Marlene Cerviglieri

Elisa Alderani, Irene Coimbra e Fátima Moreira

Fernando O. Cláudio, Irene Coimbra e Juliana Dias

18  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2020


Janeiro/Fevereiro 2020 Revista Ponto & Vírgula 19 


E U D ES TA Q EM FO TO

Foto por Aline Cláudio

20  Revista Ponto & Vírgula  Janeiro/Fevereiro 2020


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