Novembro/Dezembro Ano 7 | Edição 48 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331
PONT & VIR ULA
NOÊMIA LEMOS A DELICADEZA DA ARTISTA MINEIRA
2 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
ÍNDICE NOVEMBRO/DEZEMBRO
Foto: Natan Ferraro
Pág. 1 Capa - Noêmia Lemos: A delicadeza da artista mineira Pág. 2 Publicidade Pág. 3 Índice, Editorial e Expediente Págs. 4 - 5 Matéria de Capa Pág. 6 Poetas em Destaque Pág. 7 Cantinho Literário de Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 8 Poetas em Destaque Pág. 9 Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Pág. 10 Dia da Palavra como Vínculo da Humanidade - Irene Coimbra Pág. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Participantes da XV Antologia Ponto & Vírgula Pág. 13 Apresentação - Ely Vieitez Lisboa Pág. 14 Quando se olha por uma janela... - Perce Polegatto Prometa - Lima Neto Pág. 15 De repente, um livro - Aline Cláudio Pág. 16 The Devil Next Door - Fernando de Oliveira Cláudio Págs. 17 e 18 Sarau de Lançamento 47a. Revista Ponto & Vírgula Pág. 19 Publicidade Pág. 20 Foto em Destaque - Aline Cláudio
EDITORIAL
Dezembro chegou, empurrou novembro para trás e já foi anunciando o final do ano! Adeus, 2019! Ano abençoado para muitos e nem tanto para outros. Para nós, muitos desafios! Todos vencidos, felizmente! Tivemos a felicidade de revelar novos talentos e fazer novos amigos! Comemoramos o “Dia da Palavra como Vínculo da Humanidade”, envolvendo palestrantes, escritores, poetas, leitores, artistas plásticos, artesãos e atletas. E, para finalizarmos o ano com chave de ouro, homenageamos e destacamos, como capa de nossa revista, a Artista Plástica, Noêmia Lemos! Noêmia é mineira e apaixonada pela Arte, em especial pela Arte Reborn! Ativista no mundo das artes e sempre participando de exposições e viagens, pelo mundo afora.Apesar disso, não descuida de sua família, nem de sua vida espiritual! Está sempre fazendo suas peregrinações com grupo de amigos. Parabéns, Noêmia, por tudo que faz com tanto zelo! Queremos parabenizar, também, a todos os colunistas, escritores e poetas por trazerem, através de seus escritos, um pouco mais de beleza ao nosso mundo tão carente de poesia! Aos nossos leitores e apoiadores, idealistas como nós, votos de um final de ano com muita paz e alegria! Que em 2020 tenhamos o dobro das coisas boas que tivemos nesse ano! Irene Coimbra | Editora
EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio - irene.pontoevirgula@gmail.com Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Cláudio Impressão: Ribergráfica - A Cor da Qualidade | Fotos de Capa e Matéria: Nádia Lemos Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 / WhatsApp: (16) 98104-0032 Tiragem: 2 mil exemplares Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 3
Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.
Noêmia Lemos
A delicadeza da artista mineira
N
oêmia Lemos nasceu na pequena cidade de Capetinga, Minas Gerais. Filha de Antenor Palisser Lemos e Fani Pires Lemos. Já nasceu com o dom artístico. Desde criança gostava de desenhar e já nos primeiros anos escolares participava de concursos, sempre recebendo prêmios. Aos 17 anos, começou seus estudos sobre técnicas e os aprimorou. Fez curso técnico em processamento de dados e assim que conseguiu seu primeiro emprego, matriculou-se na Escola de Desenho e Pintura Santa Mônica, em Franca, onde aperfeiçoou os traços e aprendeu várias técnicas de pintura. Matriculou-se na faculdade de Química, mas logo trancou a matrícula. Em seguida casou-se com Nilton César, com quem está casada até hoje. Tornou-se corretora de imóveis, perita avaliadora e abriu sua própria imobiliária, para assim melhor administrar o tempo de mãe e empresária. Já com três filhos, voltou para faculdade cursando Pedagogia e Arte Educação, especializando-se nessa última. Aos 40 anos, através de um curador, recebeu convite para expor suas obras pela Europa. Daí não parou mais. Há 2 anos deu início à Arte Reborn, fazendo bebês realistas. Participou de várias exposições, colecionando prêmios, medalhas de ouro, certificados de cursos pelo mundo afora: Portugal, Espanha, Áustria, Hungria, Budapeste, Holanda, Amsterdã e Haia. Em 2018, ganhou medalha de ouro no Carrousel du Louvre, com a nova Arte Reborn. Foi convidada para ser parceira do Artcom da Noruega e com isso desde então ficou responsável por levar artistas do mundo inteiro e, em especial, os brasileiros para mostrar suas artes para o mundo. Recentemente chegou de Dubai com grupo de artistas onde expuseram suas artes no Word Trade Center em Dubai, trazendo algumas medalhas. Hoje, aos 50 anos, empresária no ramo imobiliário, além de dedicar-se à sua empresa está sempre atualizando seus conhecimentos, sem jamais descuidar de sua família e de sua vida espiritual. Vale destacar seus filhos também, todos com dons artísticos: Nádia Lemos, (sua companheira de viagens), pintora e fotógrafa profissional, premiada com medalha de prata em Paris e Dubai. Naira Lemos, pintora e estilista de roupas e calçados. Responsável por vestir os bebês reborn. Ganhadora de prêmios também. Tomás, o caçula, responsável pelo marketing da imobiliária, onde a família toda trabalha reunida, interagindo diariamente com o mundo dos negócios. Junto da imobiliária, o Ateliê. 4 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
Noêmia com sua família, os filhos Tomás, Nádia e Naira e o marido Nilton César Lemos
Noêmia comemorando seus 50 anos
Noêmia, durante sua visita a Dubai, para participar da "Artcom Expo"
Com as irmãs Cleuza Pires Lemos , Joana Pires Lemos, Ângela Pires Lemos, Cláudia Pires Lemos e a mãe Fany Pires Lemos
Noêmia com as filhas Naira e Nádia
A artista posa em frente a uma de suas obras "O olhar da alma" em Dubai, durante "Artcom Expo" Exposição de artista internacionais.
Noêmia com o irmão Ivomar Pires Lemos
Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 5
Poetas em Destaque 1
1
2
Alceu Bigato
4
3 2
Idemar de Souza
O que seria da vida sem problemas?
Caminhando XXI
Todos nós reclamamos dos problemas da vida. Como seria ela sem problemas? Se todos os caminhos tivessem saída seria ditadura da natureza: Único sistema. Sem os problemas do peso da idade, seria monótona nossa juventude. Sem os problemas das enfermidades, saúde seria algo comum. E o pobre seria mais pobre sem a riqueza da saúde. O economista não cria problemas, mas o financeiro pra ele é bom. Problemas não existem para o otimista, mas tem até quem faz coleção. O colecionador é o pessimista: ele tem um problema para cada solução.
Lembra-se filho, daqueles seus modos mesquinhos? E dos sorrisos? Que tristes! E eram tão poucos... Hoje, que alegres! Até seus cabelos já são outros. Soltos, esvoaçam, quando antes, aparadinhos...
3
Luzia Madalena Granato
Que irado você era... que triste a convivência... Você não me ouvia, era teimoso, era mendaz e não se incomodava de arruinar a nossa paz. Um dia, até pensei, que perdesse a paciência. Que humor que você tinha... delírios rancorosos... Suas atitudes estranhas, que mal que me faziam"! Relembrava a minha mãe, quase que em pranto. "Os seus olhos que antes me fitavam, não luziam. Hoje, você "recriançalizado", após seu desencanto, eles, outrora mórbidos, me encantam, luminosos!"
4
Fernanda Rocha Mesquita
A minha alma tem uma voz que cala
Palavras que devastam
A minha alma tem uma voz que cala, uma alma serena, um corpo com tez branca e morena, que tem esperança. A minha alma tem um amor, esperando um corpo moreno, sempre sereno, como estas flores que suavizam minhas mãos, nesta primavera quente que pede calma. Neste desejo fica minha alma, clamando por amar. Amar é tão lindo! Acalma uma alma e corpo que sofre. A minha alma quer apenas amar, porque desta vida só se leva amor, e nada mais.
O que pode devastar um sentimento, não são apenas as palavras alteradas, as que gritam, mas também as que no tempo caem no silêncio e no silêncio... ficam guardadas!
6 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
São as que em formas de lágrimas vão correndo disfarçadas, as que resvalam sufocadas, as que agonizam em solidão, as que vão morrendo de medo e apatia, num canto estranguladas. São as que os silêncios compreendem, as que os silêncios guardam e leem, porque ninguém as ouve ou poucos entendem, que tanto existe, para além daquilo que veem!
Cantinho Literário de
Vera Regina Marçallo Gaetani MINHA AMIGA SOMBRA
S
Foto: Natan Ferraro
em querer, descobri uma doce amiga, a Sombra. Ela não é mais do que uma sombra invisível, quieta, sem jamais me contestar, sem nunca me questionar. Sempre meiga confidente, silenciosamente, ela ouve tudo o que lhe escrevo ou falo. Está sempre presente, quando a chamo, ou se embute no seu mundo de sombras, quando não a solicito. Ah, se ela pudesse falar! Quantas coisas não diria dos nossos momentos de solilóquio mudo, de alma para alma, de coração para coração. Minha amiga Sombra já me ouviu chorar, sorrir, ou simplesmente ouviu meu silêncio cheio de sonhos. Ela está lá, o tempo que eu quiser, de plantão permanente, sem queixas nem nada. Já me viu versejar, inventar histórias. Escrevo para ela, falo com ela e isto lhe basta. Falo-lhe de coisas belas e tristes. Da revolta que tenho com as injustiças do mundo aos fracos e desprotegidos. Dos sem rostos, que andam por aí, sem identidade nem direitos. Dos que mendigam humilhados, numa vida humilhante, sem futuro e esperanças. Da infância desamparada, da Educação e da Saúde, sempre deixadas para trás. Do desperdício irritante, pontes, viadutos, estradas e obras inacabadas no meio do mato e terra, enquanto uns morrem de fome. Dessa gente sem caráter, sem consciência, sem patriotismo. Falo-lhe de meu país, como é belo, sem igual. Também lhe falo das flores, dos pássaros, dos peixes e de tantas belezas que enfeitam nosso mundo. Dos astros que estão no céu, tão azul, tão infinito que ninguém sabe onde acaba. Ele acaba? Das cachoeiras, mares e rios. Da chuva que cai gostosa, umedecendo as florestas. Falo-lhe das pessoas de valor, dos poetas, dos artistas e de outros sonhadores que ainda insistem em sonhar... Narro-lhe meu dia a dia, e uma porção de besteiras, como fatos corriqueiros, que os outros nem querem ouvir. Às vezes, relembro o passado, conto fatos já contados, que ela, pacientemente, escuta. Falo planos, almejo coisas, discuto e até lhe prometi que, qualquer dias desses, irei escrever um livro que fale das nossas falas. Que me importa se me julgam louca por falar com uma sombra... Já houve um poeta, e dos bons, que jurou ouvir estrelas... Do livro “Cantos, Contos e Crônicas” – Pág. 145
Poetas em Destaque Lucimara de Souza
Adriano Pelá
Mundo Ir(Real)
Cachoeira
Dominou-lhe a frieza esquisita, os cliques, os likes, o descarte da vida. Dominou-lhe a mentira, disfarces, em rede, patente covardia. Dominou-lhe o desconhecido, deixou-o triste; efêmero que persiste, não desiste. O personagem construído, em pouco tempo, revelado; um papel moldado, ilusório, um viciado. O belo é sem avesso, sem sustento, de vida aparente, de encontros felizes virtuais, tão distante dos reais. Mundo solidário, tão às mínguas. Solitário.
Espetacular queda! Milhões de litros d’agua formam nuvens líquidas, vagam pelo espaço, transformam-se em arco íris, colorindo o céu. Convidam-me ao banho. Aceito! Recebo os impactos da queda forte, recolho-me, internalizo, resisto firme, começo a relaxar. Abro os olhos, vejo minhas tensões escorrendo miscigenando-se às aguas, diluindo-se a caminho. Despeço-me delas sem pesar. Admirável banho! Renovado! Admirável terapia.
Apoio:
8 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Foto: Natan Ferraro
Malvada Ingratidão
C
omo idoso, o cuspidor de cinzas ainda come fogo para produzir energia enquanto viver, apesar dos familiares e amigos que se foram e da maior dificuldade para a nova vida a dois e amigos a mais. Se uma possível nova companheira for mais nova ou mais pobre, as próprias leis do país não permitem o casamento. Sendo a longevidade média brasileira de 75 anos, Ícaro está acima da média e as prováveis companheiras contemporâneas já se desconectaram da terra, porém ele ainda reúne força e determinação para não depender dos filhos ou netos. Para isso poupou, embora com sacrifício, recursos suficientes a fim de continuar vivendo após perder as forças para trabalhar. Sobre o assunto o intrépido idoso tem ideia firmada contrária à ajuda paternalista. Aplica a mensagem de vida vicentina de que nunca se deve dar o peixe, mas sim o anzol e vara, ensinando a pescar. Paternalismo significa sustentar os filhos quando estes atingem a maioridade ou as outras pessoas ociosas e acomodadas. A colaboração paternalista vicia o sustentado, Do livro: “Comendo fogo e cuspindo cinzas” – Pág. 81 incutindo-lhe a preguiça e a ideia de que pode viver sem trabalhar. Uma vez perdendo o colaborador, a pessoa que até então foi ajudada não sabe como se desenvolver, principalmente na relação entre pais e filhos. Muitas vezes os pais acabam por sufocar os filhos tornando-os ociosos. Acostumados com a vida do ócio, acomodados sob as asas paternas, os filhos não saberão viver por sua própria iniciativa. Os filhos vêm ao mundo provocando ansiedade, amor e afeto dos pais. Os anos passam, os filhos crescem e começam a viver por conta própria, desvinculando-se dos liames paternos, escolhem seus caminhos e batem asas para o infinito da liberdade. O tempo e o trabalho se encarregam de fazê-los formarem novas famílias. Delas virão os netos, constituindo a terceira geração e iniciam um novo modus vivendi com outros costumes, diferentes profissões e amigos incomuns. Os pais e avós envelhecem e, então, os filhos que antes tinham os pais como heróis, passam a considerá-los caretas, antiquados, ultrapassados e por aí vão outros termos pejorativos. Os pais idosos passam a ser esquecidos e desprezados porque não se adaptam ao meio ambiente modernista, não participam das noitadas nem das badaladas, não acompanham os filhos no lazer, ora por limitações físicas, ora por falta de aptidão. Por outro lado, nessas condições, os jovens e adultos maduros não participam das atividades dos pais, sequer aceitam que estes os acompanhem, resultando daí uma clara e marcante divisão de gerações “Cada um na sua”, como dizem. Quando não, passam os familiares a maltratá-los, ferindo-lhes a honra, atributo antes referencial que se torna antiquado. Pura maldade! Pior ainda é não aceitarem o comportamento dos velhos por causa dos esquecimentos em virtude do Alzheimer, as tremuras das mãos por motivo do Parkinson entre outros... Tudo ingratidão.
Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 9
Dia da Palavra como Vínculo da Humanidade Por Irene Coimbra
E
m várias partes do mundo, comemora-se, no dia 23 de novembro, o “Dia da Palavra como Vínculo da Humanidade”. E, já há dois anos, comemoramos aqui em Ribeirão Preto também. Neste ano, com o apoio da FUNPEC (Fundação de Pesquisas Científicas), Revista Ponto & Vírgula, e Blue Moon Produções, reunimos um grupo de escritores, poetas, leitores, artistas plásticos, artesãos e atletas, no Taiwan Hotel para essa celebração. Quatro Palestrantes falaram sobre o poder da Palavra: Prof. Francisco A. Moura Duarte (Presidente da FUNPEC); Bertha Maria Ferreira (Professora de Teosofia); Lima Neto (Biomédico); Marcos Zeri (Escritor); e André Luís de Jesus (Atleta e Prof. de basquete). “Às vezes, uma palavra consegue destruir um relacionamento” BMF, “As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais que os gritos de quem governa os tolos” (Eclesiastes); “O Eterno Deus trabalha no silêncio mas Ele conferiu a nós o poder da palavra” LN; “E todos os povos sentem Deus através de sua Palavra” MZ. Palestras que nos levaram a profundas reflexões e com a certeza de que, sem dúvida nenhuma, a palavra é o vínculo da humanidade.
Marcos Zeri, Bertha Maria Ferreira e Lima Neto
Professor Francisco de Moura Duarte
Perce Polegatto, Maris Ester, Maria Tomásia S. Magalhães, Regina Célia Silva, Helandyr Magalhães, Raul Aguilera e Alice
10 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
André Luís de Jesus
Leda Pereira, Alciony Menegaz, Luciane Lima, Irene Coimbra, Elvira Tsubouchi, Simone Neves, Alice Tsubouchi e Bertha Ferreira
Cantinho Literário de
Bridon e Arlete
“Pai Nosso Que Estais Nos Céus” JC Bridon “Não me busqueis fora de ti, pois não Me encontrarás.” O “Céu”, a que Me refiro, são teus pensamentos. Ali sim, Me encontrarás, pois partilho contigo as belas coisas que criei. No dia que entenderes que Vivo dentro de ti, que Habito o teu coração, compreenderás o significado daquilo que quero dizer. · O Céu é um estado mental elevado, onde encontrarás muita paz e harmonia. · Onde tudo aquilo que pedires, em oração, e acreditando em sua concretização, infalivelmente acontecerá. · Vivo nos Céus dos teus pensamentos, pois eu Sou a Palavra que pronuncias, às vezes, com tanto amor e outras nem tanto. · Atenta quando fores abrir tua boca, para que dela não saiam coisas que mais tarde irás te arrepender por teres pronunciado. · Consulta sempre o Teu Céu antes de pensares em ferir alguém, pois nele Eu habito e nele encontrarás todas as respostas que precisas. Deves confiar naquilo que Te digo, pois EU SOU O TEU CRIADOR. · Toda vez que pensares em Meu nome, estarei prontamente junto de ti. · Por isso não fiques Me chamando em vão, para que Eu não precise te chamar a atenção. [....] “Toda Vez Que Fores Orar Toda Vez Que Evocares Meu Nome, Toda Vez Que Olhares Para Os Céus, Estarei Tão Perto De Ti Que Serás Capaz De Escutar Minha Voz Dizendo-Te: Eu Te Amo”. Do Livro: O Iluminado – Pág. 184
Studio Cine Foto Mary
A louca catadora de retalhos Arlete Trentini dos Santos Conhecida como a louca, Maria catava retalhos por toda cidade. Todas as costureiras sempre guardavam pequenos retalhos e davam para Maria. Ninguém sabia, ao certo, o que ela fazia com tantos retalhos, nem onde morava. Era vista a perambular pela cidade do nascer ao pôr do sol. E, por vezes, sumia misteriosamente. Em seus delírios dizia: - Faço a cobertinha pra Jesus. Era motivo de piadas, aquela pobre coitada. E foi assim que, num inverno debaixo de uma ponte, uma jovem deu à luz. Nasceu uma pobre criança. E agasalhar como, a coitada? E da escuridão veio alguém que disse: - Aqui tem esta manta. Fui eu que fui costurando pedacinhos pedacinhos assim. Esta aqui é a cobertinha de Jesus. Ele também nasceu pobre e nem tinha onde morar. Eu não cheguei a tempo de entregar a cobertinha. Mas os Reis Magos passaram por mim e sei que levaram presentes. Mas agora eu dou a você, o que guardei por tanto tempo. E se Deus é nosso Pai, essa criança também é filha de Deus. Agora posso morrer em paz, já entreguei a cobertinha de Jesus. Essa pobre Maria fez como a outra Maria. E cada uma, em seu tempo, agasalhou uma vida. Bom seria, que mais loucos como ela, vivessem neste planeta.
Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 11
Poetas e Escritores da XV Antologia Ponto e Vírgula
Adriano Roberto Pelá
Alceu Bigato
Alciony Menegaz
Aldair dos Santos
Aline de Oliveira Cláudio
Antonio Carlos Tórtoro
Ben Baruch (Lima Neto)
Carlos Augusto C. Sborgia
Carlos Montanari
Célia Silli
Durval Fabris Ferraz Júnior
Elisa Alderani
Fernanda Lima
Fernanda R. Mesquita
Heloísa Martins Alves
Idemar de Souza
Irene Coimbra
José Osvaldo Santana
Luzia Madalena Granato
Marlene B. Cerviglieri
Maris Ester A. de Souza
Marly Marchetti
Nancy Araújo de Souza
Nely Cyrino de Mello
Neusa Bridon S. Garcia
Perce Polegatto
Regina Alves
Renata Carone Sborgia
Sílvia Regina Costa Lima
Simone Neves
Thereza Freirez
12 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
Wlaumir Souza
APRESENTAÇÃO Por Ely Vieitez Lisboa
A
verdade é bíblica. A colheita farta depende da boa semeadura. Irene Coimbra acredita nisto; idealista como é, alimenta a Cultura com um trabalho sem tréguas: uma preciosa revista literária já na quadragésima oitava edição, um programa televisivo semanal, com belas reportagens literárias e uma antologia, já na décima quinta edição. Como nas anteriores, esta edição traz poemas, crônicas e contos. É importante realçar que o convite é feito para todos. Assim, há textos de autores renomados e poetas, escritores iniciantes. É uma rica fonte para todos que têm sede, que iniciam sua vida literária. Entre os poemas há alguns versos notáveis, como os de Alvim Barbosa, citado na crônica A Voz do Silêncio, de Aldair Barbosa Simões Gomes: “As águas batem de manso / Na praia do meu silêncio / Deixando conchas vazias / Espumas cheias de sonhos. “ Ou: “São as que em forma de lágrimas vão correndo / disfarçadas, as que resvalam sufocadas, / as que agonizam em solidão, as que vão morrendo / de medo e apatia, / num canto estranguladas”; (do poema “Palavras que devastam”, de Fernanda da Rocha Mesquita. Nos Micro Poemas, de Irene Coimbra notam-se belos versos: “Enquanto a vida lá fora se agita, / dentro de mim, minha alma grita”. O final da Plataforma 55, de Maris Ester de Souza, é rico em metáforas: “Na plataforma chegam sentimentos / Aves circulam na dança da vida / Na primavera teclam-se essências”. São profundos os versos de Nely Cyrino de Mello: “A semiconsciência de abraços, / solidão de luzes, / de vozes, de sons”. Citemos finalmente o final do poema Madrugada, da famosa cantora ALciony Menegaz: “ O lado bom de tudo isso:/ as lembranças assaltam, / as ideias fervilham, / escrever é preciso! Dormir não é preciso”. Impossível citar todos os poemas, assim como as crônicas, algumas interessantíssimas, de rico conteúdo, como as de Aline de Oliveira Cláudio, de Antônio Carlos Tórtoro, a bela croniqueta “Me ajuda, Pai”, de Irene Coimbra, o texto interessantíssimo do escritor Perce Polegatto, “Pai à casa torna”. É forçoso comentar ainda, na rica Antologia, que ainda traz belas mensagens e pensamentos profundos. A Apresentação de um livro é sempre algo difícil. É estar diante de ricos textos, com a possibilidade de citar apenas alguns. Na realidade, o ideal é ler todo o livro, grifando o que mais agrada o leitor. Ricas Possibilidades! Enfatizando: o mais importante é a característica da obra, que dá oportunidade a escritores já famosos, poetas de livros publicados e iniciantes. Este é o grande valor do trabalho de Irene Coimbra. Muito já se tem falado da função catártica da Literatura. Há sempre almas sequiosas para derramar seus sentimentos sobre o papel, suas angústias e alegrias, em textos líricos e/ou amargos, porque escrever é alimentar a alma. Isto e outras razões já mencionadas valorizam sobremaneira esta décima quinta edição. É preciso sempre enfatizar a importância do trabalho de Irene Coimbra, como ativista literária, alimentando, incansavelmente, a Cultura de Ribeirão Preto. São ricas sementes que já transpõem fronteiras, indo germinar em muitas cidades, em outros Estados e até em alguns países europeus. Ely VIeitez Lisboa é escritora com catorze livros publicados (ensaios, contos e poemas). É autora do romance epistolar Cartas a Cassandra.
Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 13
QUANDO SE OLHA POR UMA JANELA... Por Perce Polegatto
Q
uando se olha por uma janela e se observa o mesmo panorama, com os mesmos recortes de telhados, através dos mesmos vidros, por entre a mesma moldura, tanto no dia de ontem como no dia de hoje, o pensamento alonga-se como se espreguiçando, que as coisas todas parecem não passar nunca, e a nossa janela e os nossos dias estão sempre aí, ao alcance dos olhos. É um dia canadense, de nuvens. Um domingo de nuvens. Canadense, como digo a ela brincando. Mas ela ainda não acordou. Só eu fui à janela. Sou só eu quem vem até a janela. Tudo acontece agora. A vida ocorre somente neste momento em que escrevo e conto. A vida só se encontra no presente, como eu sempre soube, que é quando – e onde, por que não? – qualquer coisa em minha vida pode acontecer. É inútil que eu tente encontrar aquele menino que eu fui um dia – outra imagem de fotografias domésticas, rosto contraído pela timidez ou por uma estranha ansiedade – porque aquele menino, naturalmente, não existe. Porque aquele menino sou eu, agora. É claro. Aquela timidez não existe mais, não aquela, hoje diluída no passado, junto com o menino e com seu rosto ansioso, quase em pânico. Nunca ninguém encontrará esse menino. Em parte alguma. Fico olhando quieto a manhã de nuvens. Isso não me entristece. Isso é justamente o que torna meu presente tão valioso e tenso. As nuvens, que nunca são as mesmas. Os mortos, que não existem. O menino que desapareceu para sempre. Mas se não é o cartão-postal urbano o que vai sutilmente se alterando, somos nós e os nossos olhos o que vai se dispersando. Não tanto a maneira de ver, mas porque o tempo não pode ser detido. E nós o carregamos como um vírus, contra o qual não existem vacinas, e ainda bem. Eu e minha namorada somos jovens e nos procuramos como se fôssemos sempre depender do mesmo gênero de necessidades e carências, enquanto trocamos a nossa imagem e a oferecemos um ao outro, como num espelho recíproco de nós mesmos e de nossa nítida juventude, pois quase nunca nos lembramos, e ainda bem também, de que nenhum espelho nos repetirá em outro tempo. Do romance "A seta de Verena."
PROMETA... Por Lima Neto
Prometa a si mesmo que não irá desperdiçar o seu valioso tempo com a inútil ira e com destruidor ressentimento, inveja ou preocupação. Prometa a si mesmo que fará o melhor deste precioso e incalculável momento que você está vivendo. Prometa a si mesmo que irá dirigir a sua atenção e seus esforços para as coisas que tenham real propósito e significado. Prometa a si mesmo que irá agir de forma amorosa, autêntica e de maneira eficiente em tudo o 14 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
que você se propuser a fazer. Prometa a si mesmo que verá cada novo dia com uma dádiva e um magnífico presente que o Eterno está acrescentando à sua vida. Prometa a si mesmo que verá os dias aparentemente comuns à sua frente como uma extraordinária oportunidade para fazer uma diferença neste mundo. Prometa dar a si mesmo apaixonantes razões para viver uma vida que venha a deixar um marcante legado às vidas que você irá tocar.
DE REPENTE, UM LIVRO Por Aline Cláudio
N
a caixa amarela, se lia "Correios". Uma encomenda internacional que não havia solicitado. Reconheci a letra do destinatário em um milésimo de segundo. "As Antologias!", pensei. Com o auxílio de uma faca, rapidamente, tratei de abrir a caixa. "Mas o que é isso?" Olhei confusa para o livro, em minha frente, por alguns segundos. Reconheci a foto de capa. A "autora", eu, melhor do que ninguém, a conhecia: Aline de Oliveira Cláudio. "...Se Faz Caminho Ao Andar". Mas como poderia ser possível? Um livro? Um livro meu? Eu, que nem escrevo? Eu tenho um livro??? Li a contra-capa e as orelhas. Comecei a ler o Prefácio.Tudo ainda um mistério. Quem teria escrito algo tão carinhoso e tão delicado? Quem teria me enxergado tão bem, apenas entre linhas? Fernanda R. Mesquita. Escritora portuguesa que (ainda) não conheço pessoalmente, mas já tenho por ela carinho e admiração imensos. Ao ler seus poemas e textos na revista Ponto & Vírgula, não posso deixar de admirá-la. Só conseguia imaginar a alma linda que Fernanda possui, para aceitar a "perder" seu tempo e escrever um prefácio de alguém que nunca nem ao mesmo ouviu a voz. Agora, a vez da Crítica Literária. Após o primeiro parágrafo lido, já tinha a certeza de quem havia escrito. Não havia como negar. A elegância e harmonia em sua escrita, já se fazia clara de que a autora da crítica era um nome de peso da Literatura. Sua visão crítica sobre minha escrita, de uma maneira que eu mesma não consigo enxergar. Ely Vieitez Lisboa. Uma escritora da qual, desde a sétima série, sou fã. Foi em uma palestra no colégio que a conheci. A maneira sábia e gostosa com que falava sobre Português e Literatura encantava todos os alunos que ali estavam. A verdade é que mal sabíamos a diferença entre sujeito e predicado, mas com sua maneira clara, apresentava suas ideias e fazia com que tudo fizesse sentido em nossas
cabeças. Dezoito anos depois, ao ver sua crítica literária, me senti alguém de extrema importância. Chegou a vez do Sumário. Títulos de texto que nem lembrava que havia escrito. Todos curados, com muito carinho, pelo meu anjo da guarda terrestre, minha mãe. Me emocionei com tamanho carinho. Meu coração, gritava silenciosamente, de tanta felicidade. Aquele livro, em minhas mãos, era um sonho realizado. Um sonho que nem mesmo sabia ter. Eu tenho um livro. Mas acima de tudo, eu tenho a sorte de ser sua filha. Que sorte a minha! Li em algum lugar que, para um escritor, um livro seu é como um filho. E, por ironia, eu que nem escritora, nem mãe sou, agora tenho um livro-filho, filho-livro. Esse presente de aniversário antecipado me fez ter a certeza, mais uma vez, de que ninguém jamais irá me amar como minha mãe. Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 15
The Devil Next Door Por Fernando de Oliveira Cláudio Recentemente, a Netflix colocou em seu catálogo o documentário "THE DEVIL NEXT DOOR" que conta a história de um julgamento histórico. O homem que havia sido extraditado pelos Estados Unidos para Israel era realmente Ivan, o terrível, responsável direto pelo extermínio de 900 mil judeus, ou seria apenas uma falha jurídica proveniente de um caso que envolvia identidades trocadas? Assisti ao documentário considerando a lógica dos grandes sistemas de direito público do mundo, sempre remetendo a minha análise sob a ótica da brilhante obra de René David. Quando o governo dos Estados Unidos resolve cancelar a cidadania de Ivan e deportá-lo para Israel, mesmo sabendo que havia evidências que aquele homem poderia não ser Ivan o terrível, por conveniência diplomática, Ivan foi extraditado para Israel onde seria sentenciado à morte. Durante os anos em que esteve preso em Israel, o julgamento se demonstrou controverso.A justiça israelense estava realmente julgando Ivan o terrível e fazendo justiça aos milhões de judeus mortos? Após anos de embate jurídico, Ivan foi condenado à forca pelos terríveis crimes que supostamente cometeu. Mas com a posse de novos documentos que haviam sido obtidos com a queda da União Soviética, a defesa recorreu à Suprema Corte de Israel que aceitou a apelação do réu. Diante das novas provas, o impossível parecia ter acontecido, Ivan havia sido inocentado dos crimes que anteriormente o condenaram à forca. A absolvição do suposto monstro ucraniano gerou uma comoção nacional, pois durante o julgamento a mídia de Israel fez daquele caso um verdadeiro show de horrores que deveria ter somente um desfecho, a morte de Ivan que retrataria a barbárie histórica e seria uma vingança contra os milhões de judeus mortos e torturados durante o regime nazista. Se não houvesse reviravoltas o suficiente, o caso de Ivan ainda não estaria enterrado. Mesmo absolvido e de volta para os Estados Unidos onde resgataria sua cidadania, dignidade e vida, voltando 16 Revista Ponto & Vírgula Novembro/Dezembro 2019
a viver como um simples operário aposentado da Ford, o governo dos Estados Unidos preparou uma nova deportação para Ivan, desta vez, para a Alemanha. Durante seu julgamento na Alemanha, foi condenado a 5 anos e recorreu em liberdade. Mas durante a fase de apelação Ivan morre no asilo em que esperava o resultado da apelação. A lei alemã deixa claro que se o réu morre durante o processo será considerado inocente e o processo é arquivado. Novamente aquele homem que poderia ter sido Ivan o Terrível exterminador de judeus, ou um simples operário aposentado da Ford, que migrou da Ucrânia para os Estados Unidos, fugindo da guerra para viver o sonho americano, foi absolvido e declarado inocente. Desta vez por surpresas inesperadas da vida, a morte. Mas porque falar sobre o belo documentário "THE DEVIL NEXT DOOR"? Atualmente milhares de brasileiros começam a perder o seu foco gastando nas redes sociais o tempo precioso para expor as suas raivas, dores, frustrações e decepções com o resultado do STF. Assisti, na íntegra, a esse julgamento cansativo e sei que ele ainda estará presente nas conversas de bares, almoços, jantares, discussões entre amigos, conhecidos e que durará o tempo necessário para que o povo brasileiro entenda que Tom Jobim estava certo "o Brasil não é um país para principiantes". O tempo é o mesmo e está disponível para todos. Procure utilizá-lo a seu favor, não perca o seu foco com as decisões que os outros tomam e você não pode interferir. Tome decisões corretas para não se arrepender depois. Não permita que seus atos prejudique você ou terceiros. Está procurando um documentário que o/a instigue e provoque reflexões profundas revisitando um pouco da história que envolve o holocausto e que não deve ser esquecida, assista "THE DEVIL NEXT DOOR".
SARAU DE LANÇAMENTO
47a. REVISTA PONTO & VÍRGULA FOTOS POR
FRANCINE RODRIGUES
Christinne S. Magalhães, Irene Coimbra, Maria Tomásia S. Magalhães e
Lucienne S. M. Gomes,
Perce Polegatto, Irene Coimbra, Leonor Barros, Idemar de Souza e Alceu Bigato
Arthur Barros, Irene Coimbra, Leonor Barros e Nilda F. Barros
Wagner Gomes, Lucienne S. M. Gomes, Regina Célia Silva, Irene Coimbra e Maris Ester
Irene Coimbra, Maria Tomásia S. Magalhães, Helandyr C. Magalhães, Christinne S. Magalhães e Jaime dos Santos Neto
Geovah Paulo da Cruz, Irene Coimbra e Marly Marchetti
Novembro/Dezembro 2019 Revista Ponto & Vírgula 17
Cezar Batista, Heloísa Alves, Irene Coimbra e Simone Neves
Mayara,Victor, Irene, Rodrigo, Daiane, Juliana e Gabriel
Fernando de O. Cláudio. Irene Coimbra e Juliana Dias
Alciony Menegaz
Shirley Stefany, Irene Coimbra, Nilza Pelá e Adriano Pelá
Toninho Diniz, Irene Coimbra e Lima Neto
Terezinha Titton, Luiz Antônio Titton, Adélia Ouêd, Renata Cruz, Shirley Stefany, Juliana Magalhães, Luciana Milani, Perce Polegatto, Nely Cyrino de Mello, Heloísa M. Alves e Maris Ester de Souza
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E U D ES TA Q EM FO TO
Foto por Aline Cláudio
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