Setembro/Outubro Ano 7 | Edição 47 Distribuição Gratuita ISSN: 2317-4331
PONT & VIR ULA
COLÉGIO LACORDAIRE SANT'ANNA O LEGADO DE TRÊS GERAÇÕES
2 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
ÍNDICE SETEMBRO/OUTUBRO
Foto: Natan Ferraro
Pág. 1 Capa: Colégio Lacordaire Sant'Anna - O Legado de Três Gerações Pág. 2 Publicidade Pág. 3 Índice, Editorial e Expediente Págs. 4 - 6 Matéria de Capa Pág. 7 Cantinho Literário de Vera Regina Marçallo Gaetani Pág. 8 Poetas em Destaque Pág. 9 Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Pág. 10 Histórias de Irene: A Dança da Enceradeira - Irene Coimbra Pág. 11 Cantinho Literário de Bridon e Arlete Pág. 12 Poetas em Destaque Pág. 13 Poeta Inesquecível: Olavo Bilac Pág. 14 Ela está sozinha, porque é amanhã... - Perce Polegatto O Som da Surdez - Shirley Stefani Pág. 15 Outubro - Aline Cláudio Pág. 16 Ao Mestre e à Mestra, todas as honras, distinções e felicitações - Wlaumir Souza Págs. 17 e 18 Sarau de Lançamento 46a. Revista Ponto & Vírgula Pág. 19 Publicidade Pág. 20 Foto em Destaque - Aline Cláudio
EDITORIAL
Setembro chegou, trouxe a Primavera e se foi! Outubro assumiu seu lugar e continua cuidando da Primavera! Mês de muitas comemorações! Dentre elas, o Dia do Professor, a quem dedicamos um carinho especial. E não podíamos deixar passar esse mês, sem destacar três professoras idealistas, que muito têm feito pela Educação, em nossa cidade: Maria Tomásia Sant’Anna Magalhães (Fundadora do Colégio Lacordaire Sant’Anna), Christinne Sant’Anna Magalhães (Diretora Geral do Colégio) e Lucienne Sant’Anna Magalhães Gomes (Diretora Pedagógica do Colégio). Educadoras cuja preocupação vai além da sala de aula. E como bem afirmam: “Aqui queremos formar pessoas de valores”, “Estamos empenhados em nosso propósito de desenvolver habilidades para a vida, e que no futuro ainda incerto, tenham a competência necessária para conquistar o sucesso de forma sustentável.” É por essa razão, e pelo apoio que sempre dão à Cultura, que as destacamos como Capa da nossa revista! Parabéns, queridas mestras, por conduzir com amor, sabedoria e bondade todos os alunos que aí estudam. Nas páginas seguintes verão um pouco da história do Colégio Lacordaire Sant’Anna, como também poemas, contos e crônicas, de escritores e poetas, alimentadores de almas! Vão se encantar, com certeza! Desejamos a todos uma boa leitura e o convite para juntar-se a nós, na luta pela Educação e Cultura! Irene Coimbra | Editora
EXPEDIENTE Direção Geral: Irene Coimbra de Oliveira Cláudio - irene.pontoevirgula@gmail.com Edição: Ponto & Vírgula Editora e Promotora de Eventos | Diagramação: Aline Cláudio Impressão: Ribergráfica - A Cor da Qualidade | Fotos de Capa e Matéria: Jânderson Oliveira Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! Mídias: Impressa, Digital e Audiovisual. Publicidade e Venda: Irene – (16) 3626-5573 / WhatsApp: (16) 98104-0032 Tiragem: 2 mil exemplares Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 3
Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial.
Foto: Jânderson Oliveira
As irmãs Lucienne Sant’Ana Magalhães Gomes e Christinne Sant’Ana Magalhães Gomes
Ensino de família para famílias Há mais de 30 anos, Colégio Lacordaire em Ribeirão Preto/SP, exalta ensino humanizado e sucesso sustentável dos alunos.
N
ascido em 1901, Lacordaire Sant’Anna era muito à frente de seu tempo. Professor de Psicologia e Ciências, poeta, músico e dramaturgo, faleceu em São Paulo com apenas 48 anos, mas, deixou seu legado e exemplo de comprometimento com a educação por meio de artigos, discursos, palestras e também no coração de familiares e amigos. Foi seguindo estes passos que em 1987 nasceu a Escola de Arte e Recreação Infantil “Turma da Mônica” com o propósito de oferecer um aprendizado não só na esfera educacional, mas também na social e emocional. Em 1991 com a chegada de Maria Tomázia S. Magalhães, filha do professor Lacordaire, em Ribeirão Preto, a escola passa a se chamar Colégio Lacordaire Sant’Anna, implementando o Ensino Fundamental ampliando suas possibilidades e prá4 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
ticas educacionais com dinamismo e versatilidade. “Contamos com um grupo de profissionais que compartilha conosco os mesmos objetivos: comprometimento com a educação para garantir a excelência no ensino infantil, fundamental e médio. Nossa preocupação vai além da sala de aula. Aqui queremos formar pessoas de valores”, explica Lucienne Gomes que é diretora pedagógica do colégio. Para complementar o ensino, a instituição dispõe de uma estrutura que auxilia e estimula o aluno para a prática educacional. São salas climatizadas com recursos multimídias; laboratórios com equipamentos para a prática, além de duas bibliotecas – divididas por faixas etárias e com acervos direcionados para cada série. Além disso, jogos, objetos e recursos visuais são usados para o ensino aprendizado da matemática e, instrumentos
musicais completam a experiência e apresentam os benefícios da música para as crianças, desde a fase inicial até o Ensino Médio. Ajudando no desenvolvimento físico das crianças, as atividades complementares, que não possuem nenhuma taxa de participação, estimulam a socialização, trabalho em equipe além de aspectos individuais como a criatividade, inteligência, comunicação, entre outros. “Como o Colégio Lacordaire sempre se posicionou como uma escola de vanguarda, o avanço tecnológico e os impactos sociais causados pela rapidez com que essas mudanças acontecem, nos trazem novos desafios. A adoção de um novo paradigma para a educação é urgente uma vez que as informações estão disponíveis e atualizadas em um “click”, mas exige dos nossos alunos novas competências para filtrar o que é relevante, transformar em conhecimento, empreender de maneira criativa e responsável. Estamos empenhados em nosso propósito de desenvolver habilidades para a vida, e que no futuro ainda incerto, tenham a competência necessária para conquistar o sucesso de forma sustentável”, afirma Christinne Magalhães, diretora geral do colégio. Estimulando o senso crítico e social e integrando as áreas do conhecimento, os projetos do Colégio Lacordaire vão “além da sala de aula” para contribuir ativamente no desenvolvimento cada vez mais completo dos alunos, em todas as faixas etárias. “Investimos em projetos multidisciplinares, métodos e materiais que tornam o processo de aprendizagem mais dinâmico e com resultados muito positivos. Eles evidenciam sempre o aluno como protagonista de seu aprendizado”, explica Christinne Magalhães, diretora geral do colégio.
Entrando na onda tecnológica, outro diferencial do colégio foi a implementação do projeto de “Educação Tecnológica”. Por meio dele, os alunos unem os conhecimentos de Física, Matemática, Engenharia Mecânica e Elétrica e a Inteligência Artificial na criação de projetos e de robôs. Entre os benefícios do projeto estão o desenvolvimento do raciocínio lógico, trabalho em equipe e domínio das ferramentas tecnológicas, o que auxilia as demais disciplinas. Para os pequenos e no início da formação, o projeto “Educação para o Trânsito” orienta e apresenta os papéis e responsabilidade de pedestres, condutores de veículos e passageiros nas ruas. A alimentação também ganha espaço no dia a dia das crianças com os projetos de “Educação Alimentar” – no qual, além de aprender sobre os grupos de alimentos as turmas preparam receitas saudáveis – e o “Mãos à Horta” que apresenta os alimentos produzidos no solo e dá a oportunidade para os alunos acompanharem as etapas do cultivo. O projeto “Roda Viva - Profissões” promove encontros semestrais com profissionais de diversas áreas para auxiliar os alunos do Ensino Médio a escolherem a profissão que mais se adequa ao seu perfil e expectativas para o futuro. Ainda no Ensino Médio, o “Projeto Olhares” discute um tema atual pela perspectiva de várias matérias. Outro diferencial está no “Programa de Liderança” que, por meio da Reunião Liderada pelos alunos, lhes dá a oportunidade de traçar metas, apresentar resultados e planejar os próximos passos rumo ao futuro, no âmbito escolar e também pessoal.
Conheça alguns projetos do Lacordaire
Maria Tomásia Sant’Ana Magalhães esclarece dúvidas de alunos na biblioteca do Colégio
Foto: Jânderson Oliveira
As noções de comunicação e sociabilidade são trabalhadas nos projetos “Educação Socioemocional”, “Mala Viajante” e “Minha Vida, Minha História”, que ajudam as crianças a desenvolver empatia, oratória, trabalho em equipe, além de despertar a curiosidade e interesse em conhecer mais sobre seus colegas de classe.
Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 5
6 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
Cantinho Literário de
Vera Regina Marçallo Gaetani A FELICIDADE Foto: Fúlvia Freitas
O que é a felicidade? O poeta Judas Isgorogota, num seu poema, lindo por sinal, como todos os seus poemas, disse que “A Felicidade é coisa que não tem.” No meu tempo de mocinha, havia um programa de rádio, onde o locutor costumava dizer que “A felicidade é quase nada.” Nunca soube qual o autor dessa frase. Perdoe-me, caro poeta, adoro suas poesias, mas fico com o verso do desconhecido. Esse “quase nada” existe, sim.Talvez a maioria das pessoas não o reconheça, pois está em pequeninas coisas, tão banais, do dia a dia, que nos passam despercebidas. Apenas não sabemos valorizá-las. Depois vem aquela velha frase: “Era feliz e não sabia.” Os pássaros estão aí para nos alegrarem com seus chilreados. As flores, para nos encantarem com sua beleza e perfume. A natureza está sempre em festa, desde o nascer do sol, até os poentes coloridos e cheios de devaneios. Há o sorriso das crianças que, mesmo pobres, sorriem. Há o encanto da criação do homem, na arquitetura, pintura, escultura, música, poesia e em tantas artes que sabe criar. O homem é um “arteiro”. Há os ensinamentos da vida, que nos fazem crescer. Há os momentos alegres, nas reuniões com familiares e amigos. A felicidade é quase nada... e muitas vezes ela passa em momentos tão fugazes, que nem nos damos conta. O importante é termos o discernimento de agarrá-la em todos os instantes em que bafeje em nossas vidas. Do livro “Cantos, Contos e Crônicas” – Pág. 147
Sofismas Hoje é o amanhã do ontem que ela deixou passar. Julgando que o tempo pudesse aguardar ficou com a espera, sem jamais supor que o depois de amanhã já estivesse velho para o amor.
Tarde Chegaste Sê bem vindo, amor, mas do lado de fora... Desculpa-me, por favor, mas te atrasaste, houve demora... As portas estão trancadas, o fogo já se apagou, as janelas fechadas e o tempo... já se esgotou. Mini-Poemas do livro “Cantos, Contos e Crônicas” – Páginas 56 e 58
Poetas em Destaque 1 1
3
2
Idemar de Souza
4
3 2
Jugurta de Carvalho Lisboa
Caminhando X
Sombra e Luz
À ela eu perguntei do tal Felício: ele morreu? "Não - disse-me - foi-se como faz um forasteiro; esqueceu-se de que já havia um seu herdeiro, e deitou-se prazeroso, mas não amanheceu."
Manhã de agosto. Misto de brisa e vento, ainda inverno.
"Desisti, desiludida, de encontrar seu paradeiro. Foi-se pra longe, a procurar nova aventura. Com certeza é infeliz, só conhece a desventura. Vive de fuga em fuga, como faz um guerrilheiro."
A Praça, arborizada. Troncos, galhos, folhas, num verde de matizes vários. Por entre frestas oscilantes, os raios de sol a brilhar.
"penso que ele se assemelha aos marinheiros! Descem, à terra, famintos de amor a conquistar e quantas juras de amor fazem... tão valiosas!
Sabiás em melodia entregues ao sabor canoro, gorjeiam em alvorada.
"Mas, sem delongas, sem um adeus, hão de zarpar e deixam, cá, tristes mulheres, infelizes, odiosas, porque são, todos eles, pusilânimes, bandoleiros.”
No céu, nuvens de carneirinhos: ora anjo, ora arcanjo, em mil figuras se transformam. O Pastor no seu relento, ora brisa, ora vento.
Fernanda R. Mesquita O teu abraço Esse abraço que encontro em teus braços em que todas as noites procuro sentir, é o refúgio de todos os meus cansaços que tu cansado abraças a sorrir. Refugio o meu rosto no teu peito, junto às tuas batidas as do meu coração e nesse teu abraço que parece tão estreito as minha vontades às tuas se dão. Em silêncios ou em palavras dadas vestimo-nos de poemas, de carinhos, as tristezas se tornam em brasas apagadas e acendemos a chama onde ardemos sozinhos!
8 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
4
Adriano Roberto Pelá A dor alheia Ah, se houvesse um meio, um desejo explicito de sentir a dor do próximo! Ah, se houvesse um meio! Me disporia a ser o eleito para sentir a dor do outro! Dar-lhe-ia um descanso. Ah, se houvesse trânsito da dor de um ao outro! Aprisionar a dor, descartá-la. Ah, se houvesse! Ficaria feliz em sentir a dor do outro e livrá-lo. Ah, se meu poder chegasse a tanto!
Cantinho Literário de José Antônio de Azevedo Foto: Natan Ferraro
Aposentadoria? Uma espécie em extinção! Olá, pessoal dos meus contatos internéticos e também pessoais. Está aí uma confirmação do que venho pregando desde o governo "cassador de marajás". Aposentadoria é uma "espécie em extinção". Dizia eu, desde o primeiro governo FHC, que, dentro de 30 anos, não teríamos mais aposentadoria. Já se passaram quase duas décadas e a verdade está aí. Os antigos aposentados veem, a cada ano, a sua renda diminuir gradativamente. Já se fala em reduzir o limite para aquém do fundo do poço e, daí, vai ser um pulo para a débâcle social. É como diz uma frase Azevediana: "Até o fundo, se o poço o tiver, porque já criaram o poço sem fim". Quem vazou abaixo do fundo do poço, sabe bem o que isto é. Os que entrarem no mercado de trabalho agora, vão encontrar uma legislação perversa que só faz enganar o trabalhador: limite de idade mínima – 60 anos – e o fator previdenciário são alguns dos artifícios para a aposentadoria pé na cova. A maioria deles vão contribuir para só aposentar na hora da morte, se aposentarem. As pensões para os dependentes deverão levar a metade da aposentadoria do falecido. Estas devem acabar também por estarem atreladas à aposentadoria. Ah!!! Tem a previdência privada?!!!... dirão os falseadores. Este é mais um rugido onomatopaico dos felinos governantes globalizados. Previdência privada nada mais é do que uma poupança forçada. Haja vista que é bancada – quase que exclusivamente – pelo sistema financeiro. Enquanto estiver caindo dinheiro na burra dos banqueiros, nada a temer. Quando o trabalhador precisar do dinheiro na velhice, o banqueiro rastela tudo e deixa o poupador chupando o dedo. Outra interjeição: – Ah! o governo afiança! – Garante??? Em matéria de aposentadoria ele tem rasgado a constituição de 1988 e emendado a coitada que, mais está parecendo uma colcha de retalhos. Ele não honra sequer com a sua obrigação da aposentadoria para os seus funcionários públicos. Os antigos aposentados estão sendo obrigados a contribuir novamente. Contribuíram para aposentar, agora, contribuem por que aposentaram. Com o passar do tempo as aposentadorias vão desembocar no Bolsa Família e desaguar no mar da amargura. E se fala em mais correções, para baixo, é claro, pois a meta do mercado liberal globalizante é abocanhar este filão econômico. Diz-se muito em previdência privada, entretanto, de previdência nada tem, e de privada é fétida." José Antônio de Azevedo é escritor. Nasceu em 1935. Foi caboclo matuto da roça até 1960. Começou a estudar em 1964 e se formou no terceiro grau escolar em 1980. Começou a escrever no início deste Milênio, segundo suas próprias palavras, e exerceu o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil até 1991. Há 28 anos está aposentado. Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 9
A DANÇA DA ENCERADEIRA POR IRENE COIMBRA
E
la precisava trabalhar para ajudar a família e continuar estudando, mas não estava fácil encontrar emprego. Procurava em lojas, escritórios, fábricas, mas nada conseguia. O único foi de empregada doméstica, para um casal que morava num sobrado. Logo no primeiro dia, assim que entrou na casa, a patroa, pouco simpática, enumerou tudo que ela devia fazer e disse-lhe: - Vou à padaria, mas não me demoro. Enquanto isso vá passando a enceradeira na casa, mas cuidado para não bater na cristaleira. Qualquer problema chame meu marido, que está na oficina, no andar de baixo. E saiu. Deu uma olhada pelos cômodos da casa. O piso brilhava! Os móveis eram bonitos e a cristaleira, realmente, chamava a atenção. Pegou a enceradeira, ligou o botão, mas não a inclinou como deveria ser feito. Ela soltou-se de sua mão e começou a girar. Até então, ela nunca havia usado uma enceradeira. Sempre trabalhara em casa ajudando a mãe, mas a casa era simples e o piso só era varrido com vassoura caipira. A enceradeira continuava girando, indo de um lado para outro, sem parar. Já previa o momento do choque com a cristaleira. Apavorou-se e entrou em desespero. Começou a gritar por socorro. Ao ouvir os gritos, o patrão subiu correndo. Viu a enceradeira “dançando” sozinha, no meio da sala e ela, assustada, ao lado da cristaleira, tentando protegê-la. Ele riu, desligou-a, ensinou-a como usá-la e desceu para a oficina. Seu medo era tanto que mal conseguia segurá-la e, ao invés de empurrá-la, ela é que a puxava. A patroa chegou naquele momento e, vendo-a naquela situação, disse: - Mas o que é isso? Não sabe nem como usar uma enceradeira? E a dispensou. Não sabia mesmo. Saiu dali, se sentindo, de certo modo, aliviada. Até hoje se lembra daquela “dança da enceradeira” e não consegue deixar de rir.
Enceradeira
Vassoura Caipira
10 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
Cantinho Literário de
Bridon e Arlete
Teus Passos JC Bridon
Studio Cine Foto Mary
¡Soy poeta, si! Por eso busco en las sombras en la oscuridad en el atardecer y en las noches de luna la inspiración divina que me hace creer en sueños eternos en amores perdidos en sentimientos infinitos. ¡Soy poeta, si! Por eso camino en las tinieblas en los cielos nublados en el atardecer de los sueños que hace mi inspiración eterna eternizando mis sentimientos que desean creer en sueños de amores inifinitos. ¡Soy poeta, si! De las tardes calurosas del sol abrasador del calor sofocante del frio que congela en noches interminables y dias oscuros, claros, Nublados y de cielo azul. ¡Soy poeta, si! De un amor infinito, de caricias interminables, de sueños soñados y de luces multicolores que llenan el vacio que siento dentro de mi.
Arlete Trentini dos Santos "Na vida sou aprendiz de tudo: de mãe, avó, bordadeira, costureira, cozinheira, enfermeira e borralheira. Pinto telas e me aventuro na arte de escrever "
Obra "Girassóis", de Arlete Trentini dos Santos exposta há cinco anos no Museu do Louvre, em Paris. Arlete participou do vernissage Carrossel do Louvre em que teve a oportunidade de divulgar a arte brasileira na Europa.
!Soy poeta, si! Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 11
Poetas em Destaque 1
1
3
2
Alceu Bigato
4
3
2
Simone Neves
Com você ou sem você
Pensamentos
Sem você sou manhã sem sol, conta bancária vencida. Sem você sou colchão sem lençol. Sem você sou vivente sem vida. Mas com você tudo se transforma, não fico só e é só felicidade. Com você é praxe e norma, vencer o invencível com facilidade. Sem você sou metade do nada, peso morto no espaço do mundo. Mas com você sou barra pesada, resolvo tudo em frações de segundos.
Pensamentos me invadem e me incendeiam. Quantos sonhos sonhei! Quantos momentos esqueci! Vou levando a vida, tentando me lembrar dos momento esquecidos e dos sonhos não realizados. Sigo o meu caminho com a esperança de um dia poder realizar o sonho sonhado e me lembrar dos momentos esquecidos
Antônio Carlos Tórtoro
4
Ely Vieitez Lisboa
Água – Viva
Da angústia
A água-viva nas mãos é bola de cristal, é gota de silicone, é um instante de hesitação entre queimar-se ou não.
Não choro mais. As lágrimas transformaram-se em duras pedras, o riso fez-se esgar.
A água-viva nas mãos é vidro vivo, é energia natural cativa, é um momento de indagação entre estar viva ou não. A água-viva nas mãos é forma de poder, é força vital positiva, é apogeu de decisão entre torná-la água-morta, ou não.
12 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
Não sonho mais. Todo sonho virou espectro, cinzento, terrível/aspecto que foge da luz, do mar. Não amo mais. Amor desagrega, muda, é matéria perecível. Não vivo mais. A vida é tedioso caminho, repetido, amargo, terrível.
Poeta Inesquecível: Olavo Bilac
Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de dezembro de 1865 e aí faleceu em 28 de dezembro de 1918. Foi jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro, considerado o principal representante do parnasianismo no país. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias. Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista. É autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, como o soneto: “Via Láctea”. Também é autor do Hino À Bandeira.
Hino à Bandeira Salve lindo pendão da esperança! Salve símbolo augusto da paz! Tua nobre presença à lembrança a grandeza da Pátria nos traz. Coro Recebe o afeto que se encerra em nosso peito juvenil. Querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil!
Via Láctea Ora (direis) ouvir estrelas! Certo "Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto...
Em teu seio formoso retratas este céu de puríssimo azul, a verdura sem par destas matas, e o esplendor do Cruzeiro do Sul. Coro
E conversamos toda a noite, enquanto A via-láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto.
Contemplando o teu vulto sagrado, compreendemos o nosso dever, e o Brasil por seus filhos amados, poderoso e feliz há de ser!
Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?"
Coro
E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas
Sobre a imensa Nação Brasileira, nos momentos de festa ou de dor, paira sempre sagrada bandeira pavilhão da justiça e do amor! Coro
Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 13
ELA ESTÁ SOZINHA, PORQUE É MANHÃ... POR PERCE POLEGATTO
E
la está sozinha, porque é manhã, e as colegas provavelmente dormem fora, tendo estendido a noite com os que lhes ofereceram mais. É só um acaso que esteja vestindo essa bata translúcida e lingerie escura, apesar de muito conhecidas e gastas, porque ela não o esperava, nem você deseja mais, além de que ela o trate com amenidades, supondo que guarde um carinho para quando cessar de ser homem, e não conseguir disfarçar que declina outra vez a mostrar-se um menino. Mas algo tem se subvertido em relação a tais encontros, em relação a você, que tantas vezes a conheceu, deixou-se conhecer. Por isso ela passou a mostrar-lhe uns olhos inteiros, um rosto de frente, lábios talvez espessos demais para um nariz tão fino, dois incisivos ligeiramente separados, cabelos sempre fáceis de se despentear, gostosos por isso. Ela chega a lhe perguntar – desde quando? – como têm sido seus dias.Você conta algo de que se arrepende em seguida, acaba espantando tudo com um gesto no ar. Da primeira vez que a viu, lembra-se de um avião que passou. Sempre associava, como bem lhe convinha, um evento a um fascínio, que era de fato como se sentiu ao confrontá-la e ao sorriso dela naquele dia – e pregava a si mesmo: “Sim, está escrito nas estrelas. Eu tinha de vir até aqui. E encontrá-la. Estava lá, escrito.”. Hoje, deixa que ela torne a contar alguns de seus sonhos. Afinal, estiveram vocês tantas vezes juntos, já é possível admitir que os que se encontram, como vocês, de alguma maneira, no fundo sempre sabem que sonham. De alguma forma, ela se mostra motivada a viver, o que lhe parece misterioso.Você não mais dispõe de outros instintos, como se houvesse sido atacado pela razão. Ainda é possível encontrar o fundo de alguma verdade, desde que ninguém a escreva. A impressão muito intensa de que você e ela serão sempre dois: sinceros sempre, enquanto fingem como brincam. Enquanto brincam como mentem. Enquanto se repetem, um ao outro, tanto você como sua irmã, que não é tão difícil. E continuam tentando, secreta e persistentemente, voltar para casa. Trecho do conto “Sua canção de enganar”, em Inconsistência dos retratos.
O SOM DA SURDEZ POR SHIRLEY STEFANI 26 de setembro parece ser dedicado às pessoas surdas. Sou uma delas, mas não nasci surda. Importante que as pessoas saibam que LIBRAS é uma linguagem de sinais, mas NÃO a única forma de se comunicar com uma pessoa surda. Eu, por exemplo, desconheço essa linguagem embora pretenda aprender como mais um recurso, apenas. Prefiro que falem comigo DEVAGAR, que me olhem nos olhos e NÃO demonstrem falta de paciência (que é o que mais me incomoda). Entendo o outro lado e sou imensamente grata a todos que se comunicam comigo com respeito e sabedoria. Procuro deixar clara a situação antes 14 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
do primeiro contato. Ninguém é adivinho e também merece essa minha informação. Passei pelo Implante Coclear, o que causou acentuada melhora. Mas, ainda faltam muitos sons adoráveis como uma boa música, por exemplo. Espero ainda recuperar essa sintonia. Deixo uma pequena dica aos ouvidos perfeitos: Ensurdecer para aquilo que em nada acrescenta, os sons tóxicos das fofocas, por exemplo, e tantos outros imprestáveis. Ouvir e não apenas escutar o que traz acalento ao coração, principalmente o SILÊNCIO. Gratidão pela leitura! É uma outra forma gratificante de se comunicar comigo.
OUTUBRO POR ALINE CLÁUDIO - Outubro! Me disseram que você é um dos meses mais graciosos, é verdade? - Talvez eu não seja um dos mais graciosos. Talvez eu seja o mais gracioso! Veja bem, criei em mim os dias mais importantes da Literatura, Música e Arte: Dia Internacional da Música (01), Dia do Compositor Brasileiro (07), Dia Nacional da Leitura (12), Dia do Professor (15), Dia da Música Popular Brasileira (17), Dia do Pintor (18), Dia do Poeta (20), Dia Nacional de Livro (29), Dia Nacional da Poesia (31) e Dia do Saci (31). Também foi em mim que há centenas de anos, nosso continente americano foi descoberto, Dia do Descobrimento da América (12). - Mas você não criou dias tão importantes quanto Dia das Mães, Dia dos Pais, etc. - Isso é verdade! No entanto, criei o dia de tantos entes queridos que não estão mais no plano terrestre, mas que continuam cuidando dos que lá habitam: o Dia do Anjo da Guarda (02). - Mas o que você está falando? E por acaso anjo existe? - Sabia que alguém poderia perguntar isso. Por isso criei o dia que, para os que alguns, julgam ser anjos enviados à Terra para nos fazer sentir melhores, mais amados e acompanhados: o Dia dos Animais (03). - Você é louco! Não está dizendo nada com nada! E por que esse sorriso bobo? - Porque também criei o Dia Mundial do Sorriso (04). - Já chega, já me irritou! Tenho vontade de lhe tacar um tapa! - Pois eu o aconselho a não fazer isso, afinal, também criei um dia extremamente importante: Dia Internacional da Não-Violência (02). - Já chega, não quero mais perder meu tempo contigo! - Não fique tão irritado que a vida é curta, meu caro. Logo os dias passam e ao fim chega meu reinado.
Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 15
AO MESTRE E À MESTRA, TODAS AS HONRAS, DISTINÇÕES E FELICITAÇÕES Por Wlaumir de Souza
D
o ponto de vista histórico, o trabalho de mestre, de guia, de preceptor ou orientador acadêmico, sintetizados na função de professor, sempre foi uma distinção social que poucos e raros tinham o direito de sonhar e alçar. Desde a Grécia Antiga, no embate entre sofistas e filósofos, até os dias atuais, três pontos são referenciais: 1) o papel de fundamental importância do professor para garantir a memória viva do passado, de grandes heróis, seus feitos e depois o seu significado, ampliado no século XX para o cotidiano e a cultura; 2) Como isto não bastava, ao mestre cabia garantir as habilidades e competências necessárias para garantir o futuro de seus pupilos e 3) tudo isto realizado no presente da sala de aula com os recursos que cada época dispunha. Ou seja, ao professor é oferecido o tempo presente para que o jovem aprendiz tenha ao seu dispor todo o cabedal de saber e cultura, desenvolvidos pela humanidade, para, a partir do já feito e sabido, alçar voos ainda maiores para a humanidade buscada e ampliada pela educação. Para se ter uma demonstração da relevância do professor, no tempo presente, pode-se citar a Inglaterra, onde ao professor é conferido, pelos costumes, o título de nobreza equivalente a Sir. Por pais e alunos é tratado pelo sobrenome. Reconhece-se a importância histórica, social, política e econômica do professor para garantir o presente da Nação e o futuro das gerações. Para eles é impensável um programa humorístico que satirize a função nobre do professor. No Brasil, comemora-se o dia do professor e da professora com vista a um futuro melhor para todos e todas, onde o processo ensino-aprendizado possa se aperfeiçoar e responder às novas demandas do século XXI que aponta para as novas tecnologias informacionais como meio de dizer ao ser humano hodierno as novas formas de ser, estar, fazer e pensar o mundo. Que o professor e a professora em sua dinâmica de aprender ensinando e ensinando aprender possa receber todas as honras, distinções e felicitações de que faz jus diante do desafio de educar no século XXI preservando o passado e semeando o futuro das novas gerações. Parabéns, professor! Parabéns, professora! Wlaumir de Souza, Mestre em História e Doutor em Sociologia. Neo acadêmico da Academia Ribeirãopretana de Educação, cadeira 34.
16 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
SARAU DE LANÇAMENTO
46a. REVISTA PONTO & VÍRGULA FOTOS POR
NATAN FERRARO
Coral “Cantabile”
Fernando de Oliveira Cláudio, Irene Coimbra e Alceu Bigato
Shirley Stefani, Irene Coimbra e Lucy Stefani
Ithamar Vugman e Irene Coimbra
Miguel Ângelo, Ed Lemos, Daniela Pomini, Heloísa Alves, Nely C. de Mello e Gustavo Molinari
Luzia M. Granato, Irene Coimbra e Perce Polegatto
Yolanda Kalil Neves, Irene Coimbra e Célia Cavallin Menezes
Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 17
Daniela Pomini, Irene Coimbra, Romilde Bérgamo Pomini, Ana Luiza Dias Netto Pomini, Wilson Fernando Pomini e João Victor Pomini
Nely C. de Mello,Adriano Pelá, Irene Coimbra, Nilza Pelá e Jannes de Mello
Leonor Barros, Irene Coimbra e Idemar de Souza
Maria Teresa Bellize de Almeida, Irene Coimbra e Simone Neves
Irene Coimbra e Daniela Pomini
Daniela Pomini e Júlio Marcelo Caetano
Heloísa Alves, Marlene Cerviglieri, Irene Coimbra, Alciony Menegaz e Marli Marchetti
Irene Coimbra e Ed Lemos
18 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019
Setembro/Outubro 2019 Revista Ponto & Vírgula 19
E U D ES TA Q EM FO TO
Foto por Aline Cláudio
20 Revista Ponto & Vírgula Setembro/Outubro 2019