Revista Ponto & Vírgula - Ano 1 - Edição 09 - Setembro 2013

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Edi莽茫o 9 | Setembro 2013 | R$ 8

Ant么nio Carlos T贸rtoro Grande Educador e Ativista Cultural

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ÍNDICE Setembro_2013

04 - Encontros e desencontos contam uma história 06 - Posse de Irene Coimbra Academia Rebeirãopretana de Educação 07 - Discurso do Paraninfo Antônio Carlos Tórtoro 08 - Posse de Dr. Nelson Jacinto Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto 09 - Gramática Filosófica Dicas de Português

10 - Cantinho Literário

“O Poeta vai às Escolas Projeto de Bridon e Arlete

11 - Uma certa carta rosa 12 - O Poeta de Ontem e O Poeta de Hoje

“Pra não dizer que não falei de”... Trovas

13 - A voz do Professor 14 - Um Italiano no Brasil - Depoimento Trio

15 - Contos da Vida Real

Começando na Faculdade de Medicina

Medo de Falar

16 - Sarau de Lançamento

Edição 008

18 - Homenagem Alice

Editorial Neste mês de agosto tivemos vários eventos literários em Ribeirão Preto. Posses em Academias, Lançamentos de livros, Saraus, encontros literários e outros ligados à Cultura e Educação. Estivemos presente em três deles. Primeiro, por ordem de data, minha posse na Academia Ribeirãopretana de Educação, dia 10 de agosto no Salão de Eventos do Hotel Nacional da Rua Duque de Caxias, 1313. Estiveram presentes escritores, educadores e membros de todas as Academias. Uma noite inesquecível. Dia 23 de agosto, posse de Dr. Nelson Jacintho, na Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto no Salão de Eventos do Centro Médico de Ribeirão Preto. Mais uma noite festiva, com a presença de membros de todas as Academias, escritores, médicos e amigos. Dia 24 de agosto, Sarau de Lançamento do livro “Silêncio Verde – Vida e obra de Alvim Barbosa” de Aldair Barbosa, e da Revista “Ponto & Vírgula” - Oitava Edição, também no Hotel Nacional. Registramos esses momentos e vocês verão uma amostra nesta edição. E assim a Revista Ponto & Vírgula continua firme no seu propósito de divulgar a Educação e Cultura, não só em Ribeirão Preto e Região, mas para todo o Brasil. Estamos super entusiasmados com o sucesso da nossa Ponto & Vírgula e assumimos, mais uma vez, o compromisso de levar até vocês, leitores, o melhor da Literatura, através de nossos artigos. | Irene Coimbra | Editora |

Expediente Direção Geral: Irene Coimbra - revista@programapontoevirgula.com.br • Edição: Ponto & Vírgula Editora e Produtora de Eventos • Coordenador Editorial: Francine Muniz (MTb 44.300) • Coordenador de Produção Gráfica: Edmundo Cruz Canado • Diagramação e Arte: Natasha Valera Canado - Rosivaldo Antonio dos Santos • Impressão: São Francisco Gráfica e Editora • Fotografia: Lu Degobbi e Heloísa Crosio. • Capa: Foto de Lu Degobbi; Criação e produção de AC Tórtoro (Grupo Amigos da Fotografia) Anuncie na Revista Ponto & Vírgula. Associe sua marca à Educação e Cultura! São três mídias: Impressa, Internet e TV. Publicidade e venda - Paulo ou Irene - (16) 3626-5573 / 9733-2577 Tiragem: 3 mil exemplares. Os artigos assinados são de responsabilidade do autor. A opinião da revista é expressa em editorial. 3


Encontros e desencontros contam uma história Foi no dia 3 de março de 1949 quando dei meu primeiro sinal de vida , numa casinha de dois cômodos , fundo de quintal, na Rua Epitácio Pessoa No. 112, entre as ruas Aurora e Jorge Lobato. No dia 13 de junho de 1949, meus pais, Claudio e Terezinha, ao voltarem da casa de minha avó Ida, à noite , subiam pela Rua Epitácio Pessoa, na Vila Tibério, e resolveram dar-me, ainda no ventre, o nome do Santo do dia: Antônio. E assim foi feito quando nasci, muito doente, na Santa Casa, pelas mãos da parteira, Dona Djanira, no dia 22 de agosto, às 13 horas e 15 minutos, quando praticamente renasci nas mãos de um padre da Igreja Santo Antônio, após o batizado que se realizara para que eu não morresse pagão — como costumavam dizer— e depois, quando um médico apostou na morte, e mandou que me levassem para morrer em casa e, ainda, quando o médico Dr. Álvaro Crosta, com uma única ampola, acreditou na vida, e permitiu-me viver até nossos dias. Penso que eu ouvia, sem reconhecer, na época, as palavras de Vicente de Paulo: “Os grandes propósitos são sempre embaraçados por diversos obstáculos e dificuldades. A carne e o sangue aconselharão a abandonar a missão; evitemos, portanto, dar-lhes ouvidos. Deus jamais altera aquilo que uma vez decidiu, seja o que for que de contrário nos aconteça”. E parti em busca de minha formação intelectual e profissional.

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Minha vida escolar teve início no Guimarães Júnior, com a Dona Cacilda Machado de Melo ensinando-me as primeiras letras, e como amarrar os cordões dos sapatos; passei pelo Otoniel Mota - 8 anos com Luci Musa Julião, Márcio De La Corte, Antônio Santilli, Marturano, Romero Barbosa, Jorge Spirópolis, e tantos outros e, depois, pelas Faculdades Barão de Mauá onde terminei a licenciatura plena em Matemática, Física e Desenho Geométrico, além de Pedagogia : Supervisão, Administração e Orientação Educacional - foram 7 anos aprendendo com Ruy Madsen Barbosa, Oswaldo Sangiorgi e outras inteligências matemáticas, contratadas pelo Dr Domingos Spinelli para os primeiros anos do que, hoje, é o Centro Universitário Barão de Mauá . Em 1968 fiz o Tiro de Guerra onde fui Monitor dos Sargentos Osny e Carneiro. Em 1969, cuidei das Ordens de Pagamento no Banco Bandeirantes - emprego que me foi conseguido pelo amigo Benê - vendi peças Caterpillar na Lion, organizei uma loja na Bérgamo Auto Peças. As primeiras aulas, já como professor, recebi-as das mãos do Reverendo Gomes, no Colégio Metodista. Passei depois pelo SENAI, Colégio Colégio Santa Úrsula, Centro Universitário Barão de Mauá, chegando, em 1995, ao Colégio Anchieta, onde, atualmente, sou Orientador Educacional e Coordenador de Eventos, após ter sido professor de Matemática e Coordenador Pedagógico.


Durante esse período, permeando trabalho e estudo, meus caminhos cruzaram os de minha esposa, Lúcia, minha luz, minha Julieta amante, minha Dulcinéia concretizada, minha Beatriz condutora que me deu dois filhos dos quais muito me orgulho: Giovana, minha Lua, e Rodrigo, meu Sol. Em meus vôos místicos, conheci a Ordem Rosacruz e a Maçonaria. Quanto ao meu projeto literário - iniciado com um poema publicado em 1989 na coluna Poetas de Ribeirão Preto, no Jornal A Cidade - como Quixote (segundo Waldomiro Peixoto) da cultura de nossa cidade devo dizer que faço dele a minha meta, o parâmetro essencial da minha auto-realização. Sou fundador da Casa do Poeta e do Escritor (1990), membro da ALARP - Academia de Letras e Artes (1992), ex-presidente da ARL - Academia Ribeirãopretana de Letras (1994). Em 1998 recebi da Câmara Municipal de Ribeirão Preto o título de Cidadão Ribeirãopretano, por indicação da então Vereadora Darcy Vera e, em 2000, o título de Mérito Cultural.A partir de 2000, interessei-me por fotografia e passei a fazer parte do Grupo Amigos da Fotografia, ao lado de Elza e João Rossato, onde atualmente sou Diretor. Em 2002, idealizei, fundei, fui o primeiro presidente e sou Patrono da Cadeira número quarenta da ARE – Academia Ribeirão -pretana de Educação. Tenho publicados livros de poemas, e de poemas em fotos. Sou, ou fui, membro de diversas entidades culturais , publico artigos em jornais e revistas , e faço da minha vida de educador, em contato com os jovens, a fonte restauradora da minha energia vital . Eis a história dos meus encontros e desencontros, num discurso planejado pelo Grande Arquiteto do Universo. 5


Posse de Irene Coimbra

Academia Ribeirãopretana de Educação A Academia Ribeirãopretana de Educação (ARE) foi idealizada e fundada em 2002, por Antônio Carlos Tórtoro e mais 8 membros. A ARE tem como lema: In totum hominem promovere (promover o homem integralmente) e a finalidade de aperfeiçoar, ampliar e aprofundar recursos humanos e científico-tecnológicos na área da Educação (art. 2º.). Atualmente todas as suas quarenta Cadeiras estão ocupadas. EDUCAÇÃO - tem sido construída através dos séculos, de geração em geração, para conservar e gerar cultura, o que quer dizer valores, conhecimentos e habilidades. Mas também para enfrentar desafios e objetivos que cada geração vislumbrava na sua sociedade, traçando assim uma função social em cada período histórico.

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Assim, podemos observar que, em princípios, a Educação assumia a função da formação dos cidadãos. Depois, a Educação assumia a função de formar pessoas para o mercado de trabalho. E assim por diante…Quais são as necessidades que a sociedade atual e futura apresentam para a Educação? A Academia pensa sobre esse questionamento, em “valores, conhecimentos e habilidades”. Logo, faz mensalmente reuniões para discussão sobre os principais desafios da educação brasileira, de acordo com a LDB; o processo de formação do profissional da educação e a construção da docência. Por meio de palestras, entrevistas e mesa-redonda coloca em pauta a temática: o profissional da educação e o seu papel na sociedade.


Discurso do Paraninfo, Antônio Carlos Tórtoro, na sessão solene de posse na ARE, dia 10 de agosto de 2013, no Salão de Eventos do Hotel Nacional, Rua Ribeirão Preto, São Paulo Mais uma vez as portas desse sodalício, idealizado e fundado por mim, e mais oito membros da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras, em 2002, se abrem para acolher em mais uma sessão solene da ARE - Academia Ribeirãopretana de Educação, um novo membro que ocupará a Cadeira antes ocupada pela saudosa Lisete Casagrande e que tem como Patrono o inesquecível Prof. Renato Hélios Migliorini. Nossa academia, que congrega imortais e inesquecíveis nomes da história da Educação Ribeirãopretana, recebe na noite de hoje, para ocupar a Cadeira de número 28, uma educadora que virá escrever, junto com os demais membros da ARE, a história da Educação recente e futura de nossa cidade e região. Acabamos de comemorar no último dia 2 de agosto, o décimo primeiro ano de vida desse sodalício, e, de presente, estamos recebendo nessa noite de gala, a esperança de, doravante, termos sempre conosco a simpatia, a alegria, a disposição para realizar, a dinamicidade, a coragem, a ousadia de Irene Coimbra. Nossa colega de ARE, Ely Vieitez Lisboa, Patrona da Cadeira no. 7, costuma dizer que Irene é Midas que tudo em que toca, na Cultura e na Educação, vira ouro. Irene enfrenta empecilhos, dificuldades e sempre vence com sua força de vontade incansável, espírito prático e intrepidez. Ainda segundo Ely, e faço minhas as palavras dela, Irene é idealista, e tem uma característica muito rara: Ela não viaja só. Sempre que acredita em uma ideia, um projeto, dedica-se com denodo e garra férrea, todavia, nunca parte sozinha em busca de seus sonhos. Agrega, reúne, estimula. É guerreira entusiasta, espécie

rara. E Ely finaliza: enquanto houver na Cultura, na Educação, na Literatura e na Arte, gente como Irene, tudo florescerá com pujança, e tal semeadura, com certeza, com terra tão bem amanhada, e com bons semeadores, produzirá, biblicamente, cem por um. É esse o novo nome que virá somar esforços junto à ARE no trabalho incansável dedicado à Educação numa cidade com tantas instituições de ensino em todos os níveis. Irene Coimbra é produtora e apresentadora do Programa Ponto & Vírgula, da TVRP desde 2008. Em janeiro de 2013, fundou a Revista Ponto & Vírgula que nesse mês irá para a sua 8a. Edição. Como Escritora, Irene, em 1997 publicou seu primeiro livro: «Pedaços de um Diário». Em 1998 - «Dr. Hanamaikai e outros contos». Em 2000 - «Simplesmente Poemas». Em 2004 - «Entre Poemas» e « Meu Diário Meia Sete». Em 2006 - «Denúncias Poéticas, Contos e Crônicas». E em 2012 - «Poemas de Irene». Em 2008 e 2009 foi coordenadora do Estande dos Autores Locais e Regionais da Feira do Livro de Rib. Preto. Irene é casada com Paulo Cláudio. Tem dois filhos, Fernando e Aline, e um neto, Raul. Enfim, é com imenso orgulho e satisfação, que nessa noite de comemorações, usei da palavra para saudar a neo-acadêmica Irene Coimbra de Oliveira Cláudio. Não fosse a imposição dos estatutos da ARE e a amizade que nos prende à neo-acadêmica, outros motivos não teríamos para usar da palavra nesse momento pois é bastante farta a galeria da ARE, em nomes para exercer nesse momento a função de padrinho da Irene. Entretanto, imperiosa foi a missão, e dela espero ter-me desincumbido no mesmo nível do amor, carinho e respeito que sinto pela homenageada. 7


Posse de Dr. Nelson Jacintho Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto

Dia 23 de agosto, no Salão de Eventos do Centro Médico, Dr. Nelson Jacintho, médico especialista em Ortopedia e Traumatologia, escritor, poeta, vicepresidente da Academia Ribeirãopretana de Letras e membro de várias outras Academias foi empossado em mais uma Academia, a de Letras e Artes de Ribeirão Preto (ALARP). A cerimônia de posse contou com a presença, além da família, de médicos, escritores, poetas e muitos amigos. O paraninfo do neo acadêmico foi Dr. Carlos Roberto Ferriani que fez um belo discurso destacando todas as atividades de Dr. Nelson Jacintho e que resumimos aqui. “Boa noite a todos. Em nome da Fúlvia Freitas, presidenta da ALARP, cumprimento a todos da mesa, autoridades e amigos e convidados para esta cerimônia de posse.Tenho muita honra em apresentar e ser o paraninfo do Dr. Nelson Jacintho para integrar esta academia. Mais do que uma pessoa preparada para integrar a nossa instituição o Dr. Nelson é amigo, daqueles que se conta nas horas especiais Profissional competente, dedicado também à causa cultura de nossa terra. Fez a ligação entre os vários segmentos literários de nossa cidade, formou grupos de literatura e incentiva a todos para ler, escrever e publicar, inclusive esse que aqui fala. Possui um vasto curriculum e resumidamente informo a todos: Nelson Jacintho, filho de Antônio Jacintho e Patrocínia da Conceição, nasceu em Barretos,

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(São Paulo), no dia 01 de julho de 1939. Fez o curso primário no Grupo Escolar de Vila Pereira, o secundário e o científico, no Colégio Estadual Mário Vieira Marcondes, em Barretos. Cursou medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1965. Fez a especialidade de Ortopedia e Traumatologia, pela qual recebeu o título dessa especialidade, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Casou-se com Dumara Lemasson Piantino em 1966, com a qual teve duas filhas, Silvana e Márcia. Em 1968 foi trabalhar na cidade de Mococa, onde permaneceu por 21 anos. Em 1989 voltou para Ribeirão Preto, onde continuou trabalhando na sua especialidade de ortopedia e traumatologia. Já publicou 9 livros. Pertence a várias Academias e, atualmente, é o vice-presidente da Academia Ribeirãopretana de Letras de Ribeirão Preto. Participou de várias antologias Ao todo, participou em mais de 40 antologias. Livros: “Gotas de Orvalho”, (poesia) “O Sol Brilhou na Janela”, ( romance ) “Contos e Crônicas do Campo e da Cidade”, “Contando Histórias” (infantil), “De Quem a Culpa” (romance), “Pétalas Caídas” (poesias “ As Histórias do Doutor Euzébio” “Postura é Fundamental”. Fundou o Grupo de Médicos Escritores de Ribeirão Preto, hoje Grupo de Médicos Escritores e Amigos Dr. Carlos Roberto Caliento. “


Gramática Filosófica Wilson Salgado_ARL - Academia Ribeirãopretana de Letras Renê Marinho Sierra foi um dos grandes amigos que tive na Faculdade de Direito da USP/SP. Tinha a honestidade carimbada no rosto. Ambos tínhamos um amor comum pela “Última flor do Lácio inculta e bela”. Daí sairmos com inusitada frequência pela noite paulistana discutindo autores, sintaxe, fonética, o diabo. Como eu, o Renê também gostava do idioma francês. Afinal René de Chateaubriand foi um dos grandes autores do idioma gálico. Numa de nossas andanças pela “Paulicéia Desvairada”, sob álgida e atomizada garoa, veio-me a brilhante ideia: - Renê, que tal escrevermos uma gramática filosófica da língua portuguesa? Fiquei no aguardo de uma alfinetada irônica. Não alfinetou. Olhou para mim e disse: - Grande ideia! Não havia pensado nisso. E eu, pernóstico: - Afinal existe lógica, existe filosofia nos idiomas. É com verbos que nós definimos as coisas. Foi com o “Ser ou Não Ser” que Shakespeare repetiu a filosófica inexistência do “meio termo”. Entendeu? - Bulufas, mas tô contigo. - Nem eu, mas também estou comigo. O assunto é tão complexo que o Renê me perguntou: - Afinal, o que é filosofia? Do alto de meu pedestal eructei a caudalosa

torrente de meu insofismável saber: - Bem. Filosofia é a ciência de todas as coisas pelas suas últimas causas. Tudo claro? - Hum! Tá. (sorriso alvar). Senti no Renê uma pitadinha de ironia e, a partir daí, a gramática filosófica descambou para o esculacho. Porém um esculacho dialético. O Renê veio com esta: - Wilson. Se existe noite macabra por que não existe dia maubode? E eu sem sair da retranca: - Pela mesma razão que existe etapa e não existe essôco, ebordoada. Já empolgado, continuei: - Existe gente pacífica e não existe gente atlântica. E mais enfaticamente: - Se existe eucalipto por que não existe tucalíptas, elecalípta. Livre arbítrio existe, não é? Quem pensar o contrário que vá se caliptar no diabo que o carregue. O Renê que não era de gargalhada, quase se engasgou de tanto rir. Daí, como a vaca do provérbio, a gramática filosófica foi célere para o brejo. A dialética foi para o espaço sideral e a metafísica tomou posse de nossas pálpebras já à meia luz. Após um amistoso e bocejante “boa noite”, cada um seguiu seu caminho e eu fui pensando filosoficamente: “Filosofia é a ciência de todas as coisas pelas suas últimas causas”. E daí, cara pálida?

Dicas de Português Dicas de Português _ Irene Coimbra Qual a alternativa correta? a) Vou explicar nos mínimos detalhes. b) Vou explicar em detalhes. Vou explicar em detalhes: em detalhe já está contida a ideia de mínimo. Detalhe significa pormenor, minúcia, no mínimo. a) Confesso que me simpatizei com ela. b) Confesso que simpatizei com ela. O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes.

a) Ninguém sabe aonde eu moro! b) Ninguém sabe onde eu moro Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento: Aonde vamos? Ele foi aonde? Para designar um local, usa-se onde: Ninguém sabe onde eu moro! Respostas: todas as alternativas b

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Cantinho Literário de

Bridon e Arlete

“O Poeta vai às Escolas” Projeto de Bridon e Arlete

O projeto “O Poeta vai às Escolas”, idealizado pelo escritor e poeta, Júlio Cesar Bridon dos Santos visa o entrelaçamento entre poetas, diretores, professores e alunos que são os alvos principais. É uma experiência que está sendo executada desde 1995, em Gaspar-SC, através da Fundação da Casa da Cultura de Gaspar e os resultados têm sido maravilhosos. Já há um bom tempo, realizam Concursos de Poesia anuais nas Escolas e Colégios e quase sempre estão participando dos mesmos como jurados e isso lhes dá uma ideia do que está acontecendo em seu município. É muito gratificante, enriquece o poeta, o escritor, enriquece os alunos e os professores e a direção dos mesmos, assim diz Bridon. No início, com o lançamento do seu livro

J.C. Bridon (2002). Momentos de Reflexão

“Poetizando”, elaborado em duas etapas, a 1ª com versos sobre as principais datas comemorativas do ano e a 2ª com temas livres, falando de tudo o que é importante para o nosso município, para o Brasil e quem sabe para o mundo. A partir daí os alunos começaram a poetizar ou elaborar seus versos: faziam a releitura dos poemas criando assim seus próprios poemas e poesias. Claro que a ideia foi amadurecendo e logo estavam compondo seus próprios versos e hoje Gaspar está sendo considerada, na região, como cidade da Poesia do médio Vale do Itajaí e isso os deixa muito orgulhosos. Hoje, Gaspar promove o Festival de inverno, já conhecido em todo o Estado, englobando todas as artes, inclusive o Concurso de poesia.

J.C. Bridon (2012). O Iluminado

Arlete Trentini dos Santos (2010). Histórias da Vovó Arlete

Arlete Trentini dos Santos (2012). Piloto - O cãozinho amigo Todos os livros à venda na BookStore Fone: 3911-5051 10

J.C. Bridon (2012). Lembranças


Uma certa carta rosa Ely Vieitez Lisboa_elyvieitez@uol.com.br

Meu destino sempre foi ligado ao gênero epistolar, às cartas. Por isso, até hoje ainda não me acostumei ao laconismo breve dos e-mails. Parecem algo falho, um recado. Quando era muito jovem, terminei um romance de adolescência (nem me lembro o nome do Romeu, que morava em uma cidade meio distante); ele confessou: Não me importo de terminarmos tudo, mas suas cartas não devolverei. São um tesouro para eu mostrar a meus filhos e netos, daqui muitos anos... Quando estava na Faculdade, na lírica Belo Horizonte, conheci, no Curso de Letras, as epístolas da famosíssima Maria de Rabutin-Chantal, Marquesa de Sévigné, do século XVII. Ela residia em Paris e quando sua filha foi viver em uma cidade da Provença, a mãe saudosa lhe escrevia longas cartas, todos os dias. Eram textos originais e belos. Pelas 722 cartas à filha, Me. Sévigné entrou para a Literatura Francesa. Nos quatro anos em Beagá, eu escrevia às amigas, imitando o estilo de Me. Sévigné. Anos depois, em um Banco, em Ribeirão, o Gerente me confidenciou: Eu lia todas suas cartas que escrevia à minha filha. Você não pode reclamar, pois ela as “publicava” no corredor da Faculdade, em São Paulo, porque todo mundo queria lê-las. Será por essa influência que publiquei, em 2003, o livro Cartas a Cassandra, o primeiro romance epistolar brasileiro? Quando fui a primeira vez à Europa, optei por um navio inglês. Quinze dias diante daquele marzão lindo! Fui escrevendo uma carta à minha mãe, todos os dias. Em Lisboa, postei a missiva de vinte e oito páginas. Estou assim, melancólica e emocionada, porque há poucos dias recebi pela Internet uma carta linda, rosa, muito pessoal, um

dos textos mais sensíveis e líricos que já li. Não pedirei licença à autora, para lhe falar sobre ela, caro Leitor. Já confessei de público que o escritor tem o direito de transformar em sua personagem qualquer pessoa que o encante. A história de minha remetente é linda! Ela era professora e fazia Laboratório de Redação comigo. Casada, com duas filhas adolescentes, desavisada, vivendo seu casamento pretensamente feliz. Não conhecia ainda os alçapões da vida. O marido chegou e disse: Descobri que não nasci para ser casado. E saiu de casa. Minha heroína chegou arrasada ao Laboratório. Chorara muito, queimara seu vestido de noiva, tinha esperança que o marido voltasse. Chamei sua atenção, enfatizei que o crápula não a merecia. Ela era linda, jovem ainda! Que ela tomasse um banho de loja, saísse, procurasse se divertir, renascesse! E quando nosso antiherói quisesse voltar, fosse irônica e lhe agradecesse por sua liberdade. Mistério da natureza humana! Meses depois, minha heroína era outra mulher! Desabrochou como flor fora da estufa. Até seus textos mudaram de estilo. Ela começou a escrevê-los de forma forte e atraente. Ora, foi esta minha personagem fascinante que me mandou a bela carta rosa. Confessou-me que anda apaixonada pela Literatura e está escrevendo muito. Entra em cena a outra faceta rica dessa jovem senhora notável: a escritora. Sei que vou amar também esse lado atraente da mulher lírica. Eu a conheço bem: ela é inteligente, culta e de rara sensibilidade. Não há receita mais perfeita para dar certo. Ave, nova Escritora! Bem-vinda ao mundo das Letras! 11


O Poeta de Ontem Saulo Ramos

O Poeta de Hoje J.C. Bridon

Meu Pai

Poeta Sonhador

Eu sou tua ressurreição. Herdei de ti feições e sentimento, e trago n’alma o que tens no fundo. Ao caminharmos para a perfeição, tenho a impressão de que, certo momento, fomos um só na criação do mundo.

Sou a dor de um poema inacabado que busca através dos versos uma palavra que me conforte.

Viemos de geração em geração no mesmo sangue ao mesmo amor ardente multiplicados a nos renascer, sentindo, a cada nova criação, o outro querendo ser, eternamente, o que um não teve tempo para ser. Somos tão nós, que o tempo nos reflete, como dois incansáveis andarilhos através de velhice e mocidade... E é tão imenso o amor que nos repete que nasceremos juntos em meus filhos e chegaremos um na eternidade!

Sou a peça interrompida a canção não terminada o caminho desconhecido de um poeta sonhador. Sou as horas tristes de uma melodia sem fim desejando a todo custo encontrar-se dentro do meu próprio eu.

“Pra não dizer que não falei de”... trovas Nilva Mariani Literatura é magia., Esta vida é poesia, desde que se saiba amar e que se saiba rimar.

Algo está me machucando, mas o que me feriu? Nada. Então deve ser saudade de mansinho já chegando.

Outono... melancolia... Folhas douradas de plátano caem acariciando a terra com ternura e alegria.

Saudade... tempo passado... Dançar com alguém querido, juntinhos, rosto colado... Tempo que se foi...perdido.

O martelo áureo do sol com uma leve pancada vinha quebrando o cristal da brilhante madrugada.

E a madrugada chegou com sorriso de esperança e o lindo brilho dos olhos de uma formosa criança.

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A Voz do Professor A História de Paulino Igual Júnior - Professor de Tae Kwon Do - Serra Azul, SP

Meu nome é Paulino Igual Junior, tenho 26 anos, sou Professor de Tae Kwon Do e há 7 anos leciono em um projeto social. Aos seis anos de idade perdi meu olho direito em um acidente doméstico e passei 14 dias internado e correndo risco de vida, devido a uma infecção generalizada contraída no hospital. Após uma incansável batalha pela vida, meus pais, familiares e amigos fizeram o possível e o impossível para conseguir arrecadar o dinheiro para minha cirurgia. Aos oito anos conheci o Tae Kwon Do em um projeto social na cidade de Serrana e com ele descobri que era capaz de coisas que antes pensava não conseguir. Aprendi a me defender, a conviver com minha deficiência e os amigos que fiz, me tratavam como igual. O Tae Kwon Do transformou minha vida. Na adolescência pratiquei o Judô por quatro anos, buscando uma oportunidade em uma equipe paraolímpica, mas o amor pelo Tae Kwon Do fez com que me dedicasse exclusivamente a ele. Morava em Serra Azul, mas fui embora para Ribeirão Preto, pois não havia oportunidades de emprego na cidade, e não entendia como uma cidade tão acolhedora perdia seus jovens, que na maioria das vezes iam embora para outras cidades atrás de emprego. Em 2006, aos 19 anos, junto com um amigo de infância, também Professor, decidimos montar um projeto que assim como nos atendeu na adolescência atendesse aos jovens de Serra Azul, sem cobrar nada dos alunos, com o objetivo de torná-los pessoas melhores e de caráter, pois é isso que ensinam as artes marciais. Começamos com 3 alunos, gastávamos, em média, R$ 400,00 por mês para dar as aulas nos finais de semana Em 2011 tive uma séria lesão no joelho e fui submetido a uma minuciosa cirurgia e implantação de pinos, que me deixou 1 ano apenas ministrando aulas não podendo fazer exercício algum. Após a liberação médica voltei aos treinos e em 2012 surgiu a possibilidade de voltar a lutar novamente e, melhor ainda, surgiu uma oportunidade de disputar o campeonato 11º Japan W.A.T.A Open Taekwondo Champioship na cidade de Osaka no Japão. Em dezembro de 2012 a empresa Cooperar me ligou e informou-me que

gostaria de me ajudar dando a passagem para o campeonato no Japão que seria em abril de 2013. Perdi o chão na hora, pois nunca imaginei realizar esse sonho de infância e um objetivo pessoal. A Prefeitura Municipal de Serra Azul ajudou a custear a inscrição e alguns dias de hospedagem, a empresa Kamikaze Sports cedeu os equipamentos necessários, o Vereador Kekão deu parte dos gastos com alimentação e vários alunos, pais, amigos e populares da cidade ajudaram a custear o restante dos gastos comprando uma rifa que fizemos. Embarquei para Osaka no Japão dia 22 de Abril (minha primeira viajem fora do Brasil), chegamos lá após 32 horas de viajem, treinamos, nos adaptamos e disputamos o campeonato no dia 28 de abril. Muitos ficaram surpresos ao verem um dos atletas com um “tapa-olho”. Retirei minha prótese, para não correr o risco de ser machucado pela mesma e coloquei um tapa-olho. Alguns disseram que eu era doido, mas o elogio de um árbitro internacional que me parabenizou, emocionado, por ter feito uma boa luta e ter coragem de disputar um campeonato de alto nível mesmo com essa desvantagem e conseguir conquistar uma Medalha de Bronze, fez-me acreditar que tinha valido a pena cada segundo que estivera no tatame. Hoje sinto-me realizado por completo, pois teria desculpas suficientes para justificar abusos e rebeldias na vida, mas em agradecimento aos meus pais, meus avós, meus irmãos, familiares e todos que lutaram por mim desde o nascimento, prematuro aos 7 meses após o aborto do feto gêmeo, até hoje, decidi ser uma pessoa melhor todos os dias e dar a outras pessoas as oportunidades que tive e as que não tive, para assim, de pouquinho em pouquinho colaborar para termos pessoas melhores. O Tae Kwon Do me deu uma chance e tenho certeza que todos os meus alunos também terão suas chances, pessoais e profissionais. Agradeço a Deus em primeiro lugar, aos meus Familiares pelo apoio incondicional, aos meus alunos e amigos e aos meus patrocinadores: Cooperar, Prefeitura Municipal de Serra Azul, ao Vereador Kekão, a Kamikaze Sports, a Academia Kmz e a todos que colaboraram...” 13


Um Italiano no Brasil - Depoimento Attilio Desidério

Há muitos anos que passo minhas férias no Brasil, parte dela em Ribeirao Preto, uma escolha que fiz com minha esposa Sonia, por ser sua cidade natal. Posso dizer, que conheço bem esse país maravilhoso. Não quero neste artigo decantar as paisagens e natureza tão famosas em todo o mundo, prefiro falar sobre outros aspectos que me levam a amar o Brasil e seu povo. Em primeiro lugar é definitivamente a espiritualidade. Quando há muitos anos estive no Brasil, pela primeira vez, a minha religiosidade era muito conformista, quase nada, apesar de sentir fortemente em meu coração o desejo de aspirar a uma fé mais autêntica e verdadeira. Nesta terra, a minha experiência interior foi completamente renovada, entrei em contato com homens e mulheres que me transmitiram seu amor a Deus. Tudo isso tocou meu coração e me fez tomar um novo caminho positivo para a minha vida. O segundo aspecto que gostaria de enfatizar é o significado da amizade. As ligações no Brasil são fortes, sente-se que o amigo é uma pessoa muito próxima com quem se pode compartilhar as alegrias e problemas. Sente-o como um irmão do coração, o

respeito e o pacto de honra ao amigo vem antes de qualquer outra coisa. O terceiro aspecto diz respeito ao sentimento de pertencer à família, uma comunidade onde a pessoa pode se sentir como um porto seguro para o qual sempre aportará. Como se vê, existem três ideais fundamentais para a vida de cada homem, os valores que o Brasil deve continuar a exaltar e defender, a humanidade e a alegria de seu povo. No Brasil, me sinto em casa. Quando digo que sou italiano, há sempre alguém que se lembra de suas origens na minha pátria. Gosto do barulho, das cores do centro histórico das cidades brasileiras, mas evito os grandes Shopping Centers. Peço a Sonia para levar-me a pequenos restaurantes, onde sentado à frente de uma cerveja posso ouvir um samba leve e suave, falar de Deus e de sonhos com meus amigos. O tempo passa rápido e me rendo à promessa de viver um dia nesta amada Terra, juntamente com a mulher brasileira que mudou a minha vida, se Deus quiser, e porque nada acontece por acaso.

Trio_ Ithamar Vugman O trio se aproxima. Última adição à fauna doméstica da datcha. Três galináceos garnizé. Maricota e Maricotinha galinhas poedeiras convictas, e Malaquias, ainda um frangote. Não. Não mais alimento ilusões. O trio não se aproxima de mim por um sentimento de afeto. O trio é interesseiro. Vê em mim um provedor de comida. É assim que todos os galináceos veem bípedes desplumados. Veem em mim aquele que lhe traz alimento. Insaciáveis comedores, galináceos estão sempre em busca de algo para comer. Todos os dias Maricota e Maricotinha proclamam em altos brados a postura de um ovo. Por que galinhas fazem tamanho estardalhaço ao porem um ovo? Querem avisar o galo que cumpriram seu dever? Querem causar inveja em outras galinhas? Ou simplesmente gostam de se mostrar. São exibicionistas. Quem sabe o que se passa na mente de uma galinha? Malaquias, ainda imberbe, é um valente treme-treme. Ainda não tem crista nem cauda de galo. Ensaia dar seus primeiros cantos de galo. Varia entre o grave adulto e o agudo infantil. 14

Há três meses recebemos a visita de Pista (abreviatura de Pistoleira), uma minúscula pincher muito atrevida e rápida em seus movimentos. Quando Pista chegou, Malaquias, adolescente, acompanhava Maricota e Maricotinha, adultas. O trio andava tranquilamente pelo gramado tentando achar algo para bicar. Pista avista Malaquias. Sem ter algo mais interessante para fazer, Pista resolve atormentar o infeliz. Corre, latindo, atrás do pobre coitado. Apavorado, Malaquias tenta escapar. Corre esbaforido, de um lado para outro. Não consegue escapar. Pista não lhe dá trégua. Desesperado, Malaquias procura refugio no colo de Rosa, que o acolhe. Lá fica todo encolhido, imóvel, com o pequeno coração batendo acelerado. Assim permanece até Pista interessar-se por outra coisa. Achar outro ser a quem atormentar. Malaquias sentiu medo. Viveu um momento de muita angústia. Pensava correr risco de morte. Ignorava que Pista não agia seguindo seu instinto de cão caçador. Pista não é caçadora. Ela o perseguia pelo prazer de atormentá-lo. Animais também sentem prazer em causar sofrimento em outros seres.


Contos da Vida Real

Começando na Faculdade de Medicina Fábio Leite Vichi Aconteceu no ido ano de 1957. O conhecimento inicial com a cidade e a instituição foi casual. Vim de Amparo, tendo passado por pouco tempo em São Paulo. Adentrei os terrenos da Instituição, como sendo o capítulo inicial de um sonho. Era uma manhã radiosa de Ribeirão Preto quando vislumbrei a fazenda com a escola no alto de uma colina. Circundava-a um gramado verdolengo, dádiva de uma terra vermelha e fértil. Para mim era algo inédito; uma escola médica, como que incrustada numa fazenda. Depois tudo foi simples: inscrição, vestibular, trote, uso

da estranha boina amarela, o conhecimentos de colegas e professores. A escola mais pareceu-me um templo. Houve a algaravia dos linguajares desconhecidos. Venceu-se o natural terror de trabalhar com corpos inanimados, a alegria de aprender coisas desconhecidas e a certeza de uma atividade útil. O objetivo do curso era manter a saúde, evitando-se as doenças, atitudes nobres. O tempo passou mas persistiu a imagem do começo. Este revelou-se uma resultante bem positiva, superando as dificuldades que os atos humanos podem conferir.

Medo de Falar Antonio Gutierrez Alfonso Na minha juventude, como agora, tudo era muito difícil, sempre estávamos “duros”, sem dinheiro, mas não sei explicar como, tudo chegava em nossas mãos, como milagre. Conseguir um livro para ler era difícil, mas eu sempre tinha livros de Monteiro Lobato, Os 3 Mosqueteiros, O Homem da Máscara de Ferro e outros romances da época. Frequentava todos os cursos rápidos que surgiam em atividades extra-curriculares, e o que mais me chamava a atenção, era o curso de parapsicologia ministrado pelo Padre Charboneau. Eu era um rapaz tímido e tinha medo de falar, mas o teste de potencial deu que tinha vocação para ser professor, padre, pastor, orientador de treinamento de pessoal, cantor, etc. Não acreditava no que estava acontecendo. Como era de família pobre e modesta, eu buscava espaço entre

os dirigentes da cidade do interior. Falava com o Promotor de Justiça sobre direito, falava com o Juiz sobre leis, com o Prefeito e Vereadores sobre política e até o Bispo ia em minha casa conversar comigo sobre meus pensamentos sobre religião. Animado, um dia, resolvi ser candidato a vereador e tinha que falar em cima de um caminhão com vários microfones diante de uma platéia de ferroviários. Tinha pelo menos 3 microfones em minha frente, quando anunciaram minha vez, senti aquele friozinho na barriga, fui para a frente dos microfones e fiquei parado olhando aquele povo. Como não falava nada, o presidente do partido (PST) deu-me um chute na canela que gritei: - Ai! Todo mundo riu e comecei a falar e não parei mais e nem sabia que era um libriano do elemento ar onde vem as comunicações.

*Antonio Gutierrez Alfonso, economista, aposentado, professor Doutor Honoris Causa Colaborador residente em São Paulo, Capital. 15


Sarau de Lançamento da Lançamento do livro “Silêncio Verde - Vida e Obra de Alvim Barbosa” Heloísa Martins, Maris Ester, Luzia Granato e Giovana Granato

Nilva Mariani, Cida e Rosa Cosenza

Adriano Pelá e Neusa

Raphael, Aldair

Cláudia, Aldair e Alessandra

Marlene Cerviglieri

Tórtoro e Lúcia

Cezar e Aldair Aldair, Rosa Cosenza e Irene Coimbra

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Irene e Heloísa Crosio

Heloísa Crosio e Aldair Barbosa

Irene Coimbra e Aldair Barbosa André, Priscila e Aldair


Revista “Ponto & Vírgula”

Edição 008

Sônia Moraes, Odete Barauna, Lúcia Feitosa e Lucia Tasso

Arlete, Alda, Alessandra e (namorado-ver nome)

Ely Vieitez, Jugurta Carvalho e Rita Mourão

Rosa e Ithamar Vugman

Cláudia, Dr. Vassimon, Alda e Arlete

Eliane Ratier e Aldair

Paulo, Mara Senna e Aldair

Irene, Fernando e Cláudia

Giovana, Luzia e Aldair

Maris Ester e Aldair

Raphael Heijy

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RAFAELGOMES.500PX.COM

O MELHOR PRIMEIRO ANO DO MUNDO!

Alice,

Quando escolhi seu nome, já imaginava seu jeitinho... Já a queria tanto, minha filhinha, que meu peito parecia estufado de tanto amor. Foram tantos planejamentos, enquanto você crescia em minha barriga... Fiz seu quartinho, arrumei suas roupinhas, escolhi seus brinquedos e falei muito de você! As pessoas, às vezes, não entendiam o quanto a sua vinda era importante para mim, mas eu nunca me cansava de prever a sua existência, eu me sentia completa! Entretanto, quando a vi pela primeira vez, percebi que eu era mais do que completa, eu me tornara Mãe! Que alegria, que insegurança, que sentimentos estranhos afloraram em mim! Nunca imaginei sentir esse turbilhão! Os meses foram passando e, a cada dia, você ia crescendo e se tornando mais bela ainda do que antes. Minha doce Alice, minha alegria, minha vida, este é o melhor primeiro ano do mundo para mim! É o seu primeiro ano! Saiba para sempre que meu amor infinito vai acompanhá-la! Feliz aniversário, minha linda princesinha! Que Deus a abençoe por toda a sua vida! Leiliane Andrade Homenagem à Alice pelo aniversário em 14/09/2013. 18 RAFAELGOMES.500PX.COM


Grupo Ensaio entre Amigos Músicos

Berto Silva (Violonista): 3615-6120 Raphael Heijy (Violonista): 3624-4397 Luiz Padovan (Ritmista): 3934-5550 Cristóvão Frade (Acordeonista): 3615-0149

Cezar Augusto Batista Convida para o lançamento

“Histórias de Arquibaldo” “Vamos gozar... a Vida?” 05/10/2013, das 10 às 19h Bookstore - Rua Garibaldi, 1796 19


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