Jesus, o modelo

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Introdução ...........................................................3 O nascimento .......................................................8 O crescimento ................................................... 12 A assunção da missão e o deserto que ela implica ............................................................................16 Os milagres, a ingratidão, o jardim da aflição ..22 Conclusão ou A ressureição...............................26


Introdução


Em O Livro dos Espíritos encontramos o seguinte:

P. 625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? - Jesus.

Isso significa que deveríamos projetar a sombra de Jesus sobre nossa vida. É a ideia do livro atribuído ao monge Tomás de Kempis: Imitação de Jesus Cristo. Imitação que não é plágio, mas uma ascensão. Pensar sobre isso deveria fazer parte do exercício de qualquer mentalidade ocidental. A força com que a vida de Jesus entrou em nosso imaginário moldou a história de nossos símbolos, a mentalidade de nossa civilização. Ainda quando os ateus se manifestam, o fazem a respeito do Deus de Jesus, erigindo outros deuses no lugar. No fundo, ninguém consegue escapar dessa onipresença, tendo, que em um momento ou em outro, posicionar-se a respeito diante da própria consciência. Esse livrinho que escrevo busca mostrar ao espírita cristão alguns caminhos possíveis para fazer com que consigamos, de algum modo, imitar Jesus. Quero que perceba, desde o início, que não se tratar de igualar-se a ele, mas de ser conduzido por seu exemplo. A metáfora da sombra também é cara para a proposta aqui construída. Quando os hebreus caminhavam no deserto e uma sombra


pairava sobre eles, era um alívio. A sombra de outro modo, também pode nos servir para ser o molde ao redor do qual podemos desenhar um rosto. É ponto pacífico, entre as doutrinas cristãs, que a vida inteira de Jesus, como encarnação histórica da presença de Deus, é o norte perfeito para onde o ser humano deve mirar. Várias são as histórias de sabedorias das mais diversas civilizações que mostram o ser humano como peregrino no mundo, seja porque ele tem que encontrar seu lugar no cosmos, seja porque ele tem de encontrar que seu verdadeiro lugar é fora dele. De um modo ou de outro, é preciso caminhar, buscar, misturar-se na vida. A maior parte dos deuses apenas assiste à essa aventura, quando não interfere para que o objetivo não se cumpra, sob receio de o ser humano se tornar deus. No cristianismo, ao contrário, Deus está engajado até a última gota de seu sangue em alumiar para o ser humano o caminho certo. Jesus é a última gota do sangue de Deus nessa história. Mesmo que você, leitor, não creia em toda essa história messiânica e divina que emana da aura de Jesus, gostaria de lhe convidar para ler este livro da seguinte perspectiva. As mitologias não são histórias da carochinha. São esforços milenares dos povos de entender quais os movimentos humanos são dignos da eternidade, quais as virtudes são sagradas, quais as respostas para os grandes enigmas. Se uma dissidência do povo judeu encontrou na


vida de Jesus todos os elementos necessários para divinizála, e essa nova forma de contar os esforços de Deus para salvar o ser humano erigiu todo uma civilização, haja vista, o que hoje podemos chamas de ocidental, cabe reservar um pouquinho do nosso tempo para inclinar-se sobre ela. Divido o livrinho, então, em marcos da vida do Messias e o que eles podem significar para nós.


(...) Foi numa noite bonita Lhe falou um anjo divino Que já dormia em Maria Doce e bonito menino José acorda num salto Teme a notícia um pouco Pois quase nada ganhava Poucas moedas e um troco Porque era um homem devoto Cria em Deus-Pai sobretudo Calou seu peito apertado Rezou com seu jeito mudo Num pulo vai ao quintal Cada ovelhinha ele abraça Tão logo vai ser natal Tudo se encherá de graça Vai correndo pra Maria Dizendo tudo saber A mulher estava em pranto Sem saber o que dizer O mesmo anjo de José Lhe apareceu não em sonho Mas no meio da manhã Dizendo: - Eu lhe proponho... - Que sejas mãe da criança Do povo seu Salvador. Maria nem titubeia: Sou tua serva, meu Senhor! (...) [Poesia: As ovelhinhas de José, autoria própria]


O nascimento


O Evangelho nos narra o nascimento por uma virgem. A tradição exegética deu para entender que se tratava de uma virgem biológica, significando que a descendência dela não participava da linhagem de Adão, mas era a criação de uma nova humanidade. Trata-se de um novo Adão, criado diretamente das mãos de Deus. Não quero colocar em questão aqui a veracidade em si do nascimento virginal. O significado simbólico é que Jesus é um ser humano excepcional. Ele é radicalmente alheio às necessidades e aos conflitos que caraterizam o povo adâmico. Veio mostrar que um outro caminho é possível. Manifestando-se em corpo humano, aponta as potências deste corpo desenvolvidas em mais alto grau pelo Espírito nele encarnado. Nascendo Jesus entre nós, com toda essa radical diferença, faz nascer uma nova consciência do que nós somos. Por mais que estejamos imantados à Terra, provavelmente fazendo parte dela desde tempos imemoriais, não somos da Terra. Somos de Deus. As múltiplas moradas cintilando no espaço infinito podem ser e serão outros tantos chãos que pisaremos, ou por onde temos pisado. A Terra é o último lugar em que aportamos. Alguns, aportados aqui por primeiro, mas, de todo modo, nela não estará para sempre. A descendência de Adão fala-nos de um povo que foi expulso de um paraíso original por querer ter um conhecimento apartado dos olhos de Deus. Desde então,


trata-se de um povo que se perde pelo espaço, raramente encontrando um tempo de descanso em qualquer terra que possa se dizer sua. Porém, Deus com eles faz o papel de pastor tentando reconduzi-los para o lugar certo. Somos este povo. De algum modo nossa história se confunde com a da Terra, mas não pertence a este planeta de todo. Jesus, nos faz crer a narração dos Evangelhos, é estranho a essa história, porém guarda parentesco conosco. Aos olhos do Espiritismo, trata-se de um Espírito cujo caminho de crescimento se processou em outras tantas esferas planetárias cujos sóis já se esfacelaram pelo escuro sideral. Assume a Terra como missão, a fim de conduzir todos os passageiros dela para a verdade que, ele mesmo, já encontrou em outras paragens. Veremos que essa verdade está tanto em palavras quanto em atos. E que a morada planetária que nos acolhe não deve encobrir a magnitude de outra morada tão nobre quanto: o corpo que nos envolve. Jesus nasce na Terra em um corpo humano. Desenvolverá, em seu messianato, a grandeza de ambos. Convidará para que cuidemos deles, também. Sem jamais deixar o Espírito por segundo, nem Deus depois de o que quer que seja.


(...) O tempo passa ligeiro Nas terras de Nazaré Jesus brinca entre as ovelhas Do seu paizinho José Cortar a madeira aprende Com a presteza de José E apascentar as ovelhas Enquanto passeia a pé Passa o tempo ainda mais rápido E José já está velhinho Com a barba em novelos brancos Com a pele só o courinho

Eu só tenho a agradecer Por Deus ter me dado a graça De nos braços eu te ter Salvador da nossa raça De Jesus desce uma lágrima Junto dela um dizer: Oh! José, meu pai querido Eu que agradeço a você

Jesus grande, lindo e forte Carrega seu pai nos braços Pois o velho sente uma dor O espírito rompe os laços

- Por ter me aceito nos braços Quando eu pequeno chorava Por ter me dado carinho Com os brinquedos que criava

O corpo já está fraco Mas antes diz ao menino Que tem os olhos brilhando Face a face com o destino

Não te preocupes, meu velho Com a tua raça bendita Quero que tu saibas hoje Quanto ela é tão infinita

- Jesus, você me ensinou Mais do que eu pude ensinar Você acabou com o meu medo E com todo o meu penar

Cada vivente do mundo São familiares teus Eu vim ensinar a todos Santas verdades de Deus

- Eu entendo que as ovelhas Que deves apascentar São muito mais numerosas Do que as que temos no lar

(...)

Sei que deves trabalhar Com a madeira mais pesada Que é a do coração dos homens Que encontrares na estrada

[Poesia: As ovelhinhas de José, autoria própria]


O crescimento


"Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens." (Lucas 2:52)

Não havia sido iniciada sua missão de espalhar milagres, mas já era exemplo de virtude e conhecimento das tradições de seu povo. Virtude entendida aqui como obediência à Deus. Jesus crescia mostrando progressos que faziam Maria "guardar tudo aquilo em seu coração". Eram comportamentos que revelavam sua divindade. Ter conhecimento das tradições do próprio povo, particularmente do que há de sábio em suas escrituras, nas lições que são passadas de geração a geração por meio de contos e cuidados, é outro tipo de encarnação a que estemos sujeitos. Não encarnamos apenas no espaço físico, nem no espaço tissular, mas também no ninho de palavras. O povo de Israel preparava há muito um aconchego lendário em que o Messias se abrigaria. Os apóstolos e, principalmente, Paulo apenas foram revelando os liames que apontavam ser Jesus este Messias. Devemos buscar criar nossos pequenos em um universo acolhedor não apenas de matéria, mas de atos e palavras. Eles devem se sentir, como o Messias, esperados. Não devem ser tidos como a salvação da casa. A nossa salvação é o relacionamento que teceremos com eles. Sempre são a novidade que nos tira do lugar confortável e nos desafia a crescer, fazendo-os crescer.


Alimentá-los materialmente para fazê-los crescer em estatura. Alimentá-los espiritualmente, entre lições para estimular o intelecto e a moral, para fazê-los crescer em sabedoria. E a graça? A graça é o componente exclusivo de Deus. Não está ao nosso alcance. É deixá-los ter acesso ao rio que escorre de Seu trono. É fazê-los deitar dia e noite sob a sombra da grande árvore do Reino. É mostrar que nossa vida não nos pertence de todo. Há o mistério do Ser semeado em cada um. Por que existe qualquer coisa que não o nada? A resposta reside no ato de criação amorosa de um Pai que transcende nossa compreensão, no qual estamos imersos.


(...) A ave teve seus filhos Ensinou-os a voar Entendeu quando encontrou A Santa Mãe a chorar Jesus, como lindo pássaro Abriu asas e voou Disse a ela com um beijo: A minha hora chegou Maria nunca deixou De cuidar de seu Jesus De proteger com suas asas O seu Menino de Luz (...) Mas o Mestre foi pro mundo Enfrentou até deserto Ficou magro e franzino Sem Maria ali por perto (...) [Poesia: A avezinha de Maria, autoria própria]


A assunção da missão e o deserto que ela implica


Em meio a um casamento, em virtude de uma simples ausência de bebida para animar a festança, Jesus mostra o seu primeiro milagre registrado nos Evangelhos. Considerando que sobreviver a um nascimento em um estábulo não seja um milagre de sua autoria, e ignorando todos os prodígios na infância que Maria deve ter "guardado no coração". Ele disse a sua mãe, antes de transformar água em vinho, que sua hora não havia chegado. Mas, ajudou aqueles nubentes. Mais tarde, diante de todas as pessoas, em um momento sagrado de leitura da Torá, ele se revela o Messias profetizado. Deixa-se batizar por João Batista, e vai conduzido, pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado contra a vontade de Deus, como o foram Adão e Eva, e ainda, Israel em vários momentos de sua história. Mas, dessa vez, para chancelar sua radical diferença, vence o desafio, segue o caminho reto. Três máximas assume contra o discurso demoníaco, que são as três máximas de todo aquele que quer ser de Deus: 1. que a palavra de Deus alimente mais que o levedo do pão; 2. que a vontade de Deus importe mais que a própria vida; 3. que a vida se revele, sob a visão da eternidade, como um ato de adoração ao Criador, e apenas a Ele. O espírita que tem Jesus como modelo, pois, não deve se esquivar dos mínimos milagres cotidianos que seus gestos podem proporcionar, desde que chegada seja sua


hora. Deve, então, prestar atenção ao tempo de sua vida, e sincronizá-la com o relógio da vontade de Deus. Muito embora, a vontade de Deus caia como um mistério a ser decifrado por toda a eternidade, a busca não pode parar. O primeiro critério para ser bem-sucedido é confessar-se, diante de todos, sequioso de Deus, trabalhador da implantação do Reino nos corações das pessoas, discípulo de Cristo. Ter as três máximas sempre na mente vigilante que falam sobre a palavra de Deus, a vontade de Deus, a adoração a Deus, e apenas a Ele. Demos sempre para ver as grandes almas nos seus momentos áureos percorrendo as gentes e fazendo milagres. Habituamo-nos assim a pensar que o grande milagre mesmo é sair do lugar onde estamos e andar para o povo, mexer com ele, ressuscitar os aflitos e desanimados. Assim vimos Jesus fazendo. João, o evangelista, chega mesmo a dizer ao final de suas narrativas:

Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. (João 21:25)

Fazer é o verbo que vive a castigar-nos a atenção. Mesmo aos não-crentes, o modelo que se instalou em nossa


sociedade é exatamente este: produção. E talvez mesmo por isso, tendemos a ver Jesus assim: o fazedor. Esquecemos que antes de convocar os apóstolos houve dois desertos: o da ausência de qualquer história oficializada - que nos diga o que estava fazendo ele pela adolescência a fora e o da viagem que ele percorreu enfrentando o seu Oposto longe de todos. Nenhum cristão, em sã consciência interpretativa, diria que esses períodos seriam menos santos do que o capítulo de "fazedor de milagres" e "pregador do povo". Cada um dessa forma, considerando a vida de Jesus como modelo, não deveria desperdiçar as oportunidades que temos de: 1. Ter uma história silenciosa de vida; 2. Ter uma viagem pelo próprio deserto a enfrentar o seu oposto longe de todos. Entendendo que mais cedo ou mais tarde (meu amigo astrônomo diz que isso demora alguns milênios para ocorrer), a Terra desloca seus pólos e o deserto vira mar. É quando, então, somos incitados a nadar entre as gentes de novo e nos aquecer com o calor do povo, bem como nos queimar com as traições, arder com as paixões, amar sem medida. O capítulo de ser de Deus misturado ao mundo é todo um capítulo à parte. Na verdade, acredito ser o grande desafio. Como passar pelo mundo, sem ser completamente


alheio ao mundo, porém sem ser do mundo? Como enxergar nessa natureza a mesma criada por Deus, portadora de toda a potência do paraíso, mas ainda cheia de corrupção inserida pela variável da liberdade humana? O mal é um enigma que se inseriu na criação. Deus é visto como combatente contra ele. Não o devemos ser menos. Por vezes, assumir todo esse papel, lhe faz peregrino no deserto, lhe conduz ao jardim das aflições. Eis o penúltimo estágio.


A grandeza de Jesus

Seria por causa de Lázaro, Podre como ele só? Ou por causa da ressurreição, Que dividiu a história e os homens? Seus encantos? Sobre Coxos Cegos Leprosos Febris Expulsando demônios Seu perdões? A Ladrões Prostitutas Publicanos Castigados - será? Uma menina Sim, aquela menina! A tranqüilidade Dele ilhada pela angústia dos pais De todos A menina morta... Morta? - A menina dorme!

E Riam-se Dele. Essa é a melhor parte: Riam-se Dele! Da sua visão de mundo Nós: é morte! Ele: são sonhos. Nós: sobreviventes Ele: vivo "Pegou-lhe na mão, e ela se levantou".


Os milagres, a ingratidão, o jardim da aflição


Assim como coloquei no título anterior a missão e o deserto como dois momentos imbricados, pois um implica o outro, entendo que os gestos de milagres não podem ser pensados sem a trágica ingratidão com que o povo respondeu, conduzindo Jesus para sua aflição, suando sangue, em meio a um jardim. Há o encantamento do povo, a alegria que tornava pleno os indivíduos, a esperança personificada em presença. Tudo isso creio estar contido no pacote dos milagres. Não eram apenas milagres as curas ou as ressurreições, mas também a simples presença dele entre o povo humilde, doente e desregrado. Parece-me milagre também a doutrina que gotejava de sua boca, fecundando as almas com uma semente nunca antes vista. A forma como ele via a vida, e que pelejava por contaminar os olhares. Em face de tudo o que ele era, as incompreensões constantes do que realmente veio fazer por aqueles que lhe eram mais próximos, a traição, a entrega, ter sido preterido à Barrabás, os insultos, a surra, o caminho do calvário, o hasteamento à cruz. Milagres, traição e o jardim da aflição andam de mãos dadas. O maior dos milagres, se pararmos para pensar com cuidado, é que eu seja compreendido por você. Como duas pessoas - separadas radicalmente no espaço, partícipes de tempos emocionais bem diferentes, submetidas a paixões


tão distantes que colorem cada uma seu temperamento, construtoras de uma personalidade singular que se ergue na tensão da sobrevivência - como estas duas pessoas podem emitir qualquer informação que seja compreensível para a outra? Se a comunicação - a ação de tornar uma informação comum - é o primeiro milagre, dar a vida para a salvação de alguém é o último possível. Sem a comunicação, estamos mortos um para o outro. O sacrifício, todavia, é a morte de um pelo outro. Entre estes dois extremos, é fazer milagre todo dia tentar viver em comunhão com as mais estranhas pessoas. Cada traição ao nosso desejo, à nossa expectativa, não deveria ser uma surpresa. Surpreendente é a gratidão. Fazermos qualquer gesto ou emitirmos qualquer palavra que caia no peito do outro e mexa com ele a tal ponto de enchê-lo de alegria. Esse circuito que se fecha entre dois seres humanos é de tal forma extraordinário que deveria ser a busca de nossa alma. O amor é a palavra que simboliza esse milagre diário. É assim que não podemos deixar escapar por completo da mente do espírita essa verdade. Devemos espalhar o milagre da palavra amiga e benfazeja, do consolo dos infelizes, da conversa amena, de ter com os nossos momentos de fraternidade. Todavia, por mais que a vida esteja repleta de milagres e semeaduras felizes, não há felicidade que sobreviva neste mundo sem traições, incompreensões e aflições. A maior aflição de todas,


inadiĂĄvel: a morte de quem amamos. Por isso, nĂŁo podemos perder do horizonte o Ăşltimo momento de Jesus.


Conclusão ou A ressureição


Há muitas mortes na vida. Não pensemos que acontece apenas quando o corpo rasga por completo. Vivemos vários lutos. Cada etapa ultrapassada representa uma pele que deixamos para trás. O bebê sorridente morre, para deixar viver a criança serelepe que também morrerá para o adolescente vigoroso, pois logo vem o adulto poderoso e, mais adiante, o velho livre. Isso quando a morte já não dá suas caras no seio de cada etapa: o bebê com cólicas, a criança com febre, o adolescente apático, o adulto desempregado e o velho demente. Nenhuma dessas mortes pode nos fazer esmorecer se temos a vida de Jesus na tela mental. Possivelmente a mais simpática criança, o adolescente mais inteligente, o adulto definitivamente mais poderoso não conseguiu chegar à velhice, pois foi assassinado pelo próprio povo. Mas... ressurgiu ao terceiro dia. Eis a vida. Mostrar-se cristão deve lhe trazer muitas alegrias, das mesmas que devem ter tomado de conta as crianças que tiveram a oportunidade de abraçar Jesus. Porém, não deve lhe enganar sobre a inocência das sombras. Espere três dias, recomponha-se. Se Jesus, que era Jesus, sofreu o que sofreu, por que não, junto com ele, ressuscitar?


Quem sou eu Allan Denizard A medicina me alimenta, mas é a arte que me nutre. A filosofia me mantém vivo, mas é a espiritualidade que me arrebata. Médico de família e comunidade, orientador artístico-filosófico do Projeto Y de palhaçoterapia da Universidade Federal do Ceará, professor de saúde comunitária da Universidade de Fortaleza. Espírita. Para ler mais reflexões como essa acompanhe meu blog:

Por uma filosofia espírita


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