4 minute read

Casarão do Ximbica´s

CASARÃO DO XIMBICA`S

Advertisement

HISTÓRIA DO IMÓVEL

Localização: Rua Porto Osório

É muito provável que este casarão localizado na esquina do Largo das Neves com a Rua Porto Osório seja uma das mais antigas construções do Centro Histórico de Iguape, e que tenha sido sempre utilizado para fins comerciais. As características do modo construtivo sugerem que o imóvel possa ser originário do final do século XVII, ainda no período colonial, quando a Vila era acessada por barcos a vela e por canoas que chegavam ao atracadouro de madeira do Porto Grande, este que somente dois séculos mais tarde teve importância marcante, devido às transações comerciais resultantes da lavoura do arroz. No que se refere a este antiquíssimo casarão, os registros documentais não apontam quem idealizou e construiu esse prédio e, nem mesmo quem foi o seu primeiro proprietário. Muitas importantes informações podem não ter sido registradas ou foram apagadas com o passar dos séculos. Os poucos dados sobre o imóvel indicam o ano de 1907, quando o então capitão Eurico Moutinho adquiriu a propriedade de Humberto de Castro. Anos depois, por volta de 1970, o casarão foi vendido a Manoel Moraes Netto e no espaço passou a funcionar uma confeitaria. Nas décadas de 1990 e 2000, o lugar abrigou o restaurante Visomar e os bares “E o vento levou” – que recebeu esse nome depois de uma forte chuva ter derrubado toda a cobertura –, “Ximbica`s Bar” – identidade essa que o tornou mais popular – e “Armazém”. Em 2020, após uma reforma do telhado e da parte interna, o casarão foi alugado e transformado em pizzaria. O imóvel pertence aos herdeiros de Newton Giani França.

Conceitos e detalhes da arquitetura

Este casarão colonial de esquina mantém características que o identificam como imóvel comercial, pois é uma casa térrea, com diversas portas e janelas que foi construída originalmente em alvenaria de pedra e pau a pique, e com o passar dos anos, suas paredes internas foram substituídas por alvenaria de tijolos. Antes da chegada do querosene, na segunda metade do século XIX, e da luz elétrica, no século XX, era bastante comum encontrar lampiões em fachadas de imóveis como esse, que eram abastecidos por azeite de peixe ou por velas de cera, que garantiam iluminação às ruas e às vielas, a medida que a escuridão da noite tomava conta do lugar. O casarão possui telhado em três águas, e o acabamento nas duas fachadas é garantido por eiras e beiras, que ganham ainda mais destaque graças a uma larga faixa pintada na cor branca na parte superior da parede. O amarelo nas paredes externas destaca o vermelho que colore as molduras das portas, das janelas e dos barrados, na parte inferior, bem próximos à calçada. Como na maior parte das construções do período colonial, as molduras das portas e das janelas são todas com vergas em arco abatido, sobrevergas, ombreiras e peitoris. A fachada voltada para o Largo das Neves possui cinco vãos preenchidos por portas com duas folhas de escuro em madeira, pintadas na cor marrom. O cunhal e a coluna na esquina com a Rua Porto Osório também receberam a cor vermelha. Do outro lado, é possível observar na fachada que a edificação se encontra em

declive. Ao todo são oito vãos que estão preenchidos por três portas, com duas folhas de escuro em madeira pintadas de marrom, duas janelas também com duas folhas de escuro em madeira pintadas na mesma cor, e três outras portas que foram fechadas com alvenaria e receberam pintura na cor branca do lado externo emoldurando uma janela. Na parte interna do casarão, o piso cimentado se destaca em vermelho e desenhos geométricos ganham vida em amarelo. As grossas paredes e colunas em pedra e cal estão descamadas e embelezam o interior do imóvel protegido por um forro em madeira. O casarão sempre foi utilizado para fins comerciais e sofreu muitas mudanças com a utilização de vários tipos de materiais na sua estrutura interna. Atualmente, todo espaço é preenchido por um grande salão com mesas e cadeiras para atendimento ao público, este que pode acompanhar a preparação de seu pedido através de uma área construída com paredes de alvenaria e com vidros. No interior do imóvel são, ainda, encontrados um balcão em alvenaria onde está o caixa e, onde são refrigeradas as bebidas, além de um pequeno mezanino em madeira que acolhe os clientes em eventos reservados ou quando não há mais espaço no salão térreo. Os banheiros estão na parte dos fundos do casarão, onde também fica uma área reservada para estoque e para outras utilidades.

Molduras da fachada

COMO CONHECER

O Casarão do Ximbica`s Bar integra dois dos roteiros turísticos pelo Centro Histórico de Iguape: Museu a Céu Aberto e Sensorial Contato: valevisitariguape.com.br/roteiros

FACHADA

This article is from: