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Associativismo
A CRIAÇÃO DO NÚCLEO DE APLICADORES DE CERÂMICA
por Manuel Ferreira Ramos, Consultor na APICER
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Os produtos cerâmicos que integram a fileira dos materiais de construção, só cumprem a sua função, só estão aptos a cumprir a sua função, quando são integrados ou aplicados no sistema construtivo. A sua concepção, o seu fabrico, e a sua produção é essencial para garantir a sua intrínseca qualidade, os seus indiscutíveis méritos, o seu, quando falamos da generalidade dos produtos cerâmicos portugueses, elevado padrão de valor. Aqui, na aplicação de produtos cerâmicos em sistemas construtivos, é ainda mais séria esta questão, dir-se-ia até mais visível. Por vezes, muitas vezes, uma excelente imagem, construída ao longo de anos, é afectada, beliscada por um pormenor, por algo que se afasta do modelo idealizado. Os produtores conseguiram minimizar essa possibilidade de ocorrência de algo que danificasse essa imagem percepcionada através de rigorosos processos de controlo de qualidade que normalmente exigem investimentos elevados, e a consolidação de conhecimento e forte dinâmica de equipa. Os selos e as certificações são a garantia para o consumidor de que não estão a comprar gato por lebre!
Quando os produtos cerâmicos que integram a fileira dos materiais de construção saem do distribuidor, é descarregado na obra ele é ímpar e magnífico. Falta a sua colocação! E esse é um momento importante, determi-
nante.
Torna-se necessário garantir a qualidade da aplicação para manter a qualidade do produto. Só assim se cumprirá a função dos nossos produtos. O que acontece por vezes, e enquanto acontecer uma é demais, é que uma errada aplicação, uma errada escolha dos materiais para a aplicação, que provoca danos literalmente visíveis no valor marca. Aliás, sabêmo-lo, é fácil sempre atirar as culpas para a primeira peça da cadeia. Quando um azulejo fica torto, quando um painel cai, o mais fácil é dizer “que é da qualidade do azulejo, foi o painel, já nada é o que era”. É algo que não pode ser rebatido no momento, é algo que fica a pairar, é uma dúvida que se instala.
São danos de imagem incomensuráveis. Ora, sabe-se que os produtos mudaram de dimensões, mudaram de peso, mudaram de técnicas para a sua correcta aplicação. Como sabemos é necessário formar e valorizar. É necessário reaprender. Daí esta extraordinária decisão da APICER de avançar para a criação de um Núcleo de Aplicadores. A ideia, que não é nova nem original mas que nunca foi concretizada, é juntar fabricantes de produtos cerâmicos, de produtos de aplicação e os aplicadores desses produtos. Identificá-los, propor workshops, avançar com acções de formação e de valorização, interagir com todos os intervenientes na perseguição de um objectivo comum. Valorizar os produtos e as pessoas, aumentar o valor da cadeia, uniformizar pela máxima qualidade. Num curto espaço de seis meses temos como missão estabilizar esse Núcleo de Aplicadores de Produtos Cerâmicos. É um desafio que necessita da colaboração de todos. Lançámos já um inquérito e falámos já com a APFAC, a APCMC e a ASSIMAGRA. É um objectivo que se alargou e que já está a dar frutos visíveis também – realização de Seminários.
Ainda, já só!, faltam três meses mas acreditamos que, todos juntos, conseguiremos alcançar mais este objectivo – produtos de excelência aplicados excelentemente.