EM - Março | Abril - 2022

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OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA

CAPA Foto: Eskystudio/ Shutterstock

SUMÁRIO SEGURANÇA – 1

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Ensaios elétricos em equipamentos de proteção coletiva ou individual Não é incomum encontrar profissionais de eletricidade utilizando equipamentos de proteção cujas propriedades dielétricas já se degradaram. Para garantir a necessária segurança pessoal, as normas e regulamentos determinam a necessidade de realização de ensaios periódicos desses equipamentos, segundo os procedimentos detalhados no artigo.

ILUMINAÇÃO

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A importância do uso correto de termos técnicos Muitas vezes, devido à semelhança entre as palavras ou até mesmo entre as definições, alguns termos são traduzidos incorretamente ou utilizados indevidamente. O artigo tem o objetivo de contribuir para a correta utilização da terminologia na área de iluminação, com base em definições adotadas internacionalmente.

GUIA – 1

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Dispositivos de proteção contra surtos O levantamento relaciona a oferta de fabricantes e importadores presentes no mercado brasileiro de DPS, com características como classe, tensão nominal, nível de proteção, corrente nominal de descarga, corrente de impulso, grau de proteção e outras.

SEGURANÇA – 2

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Mitos e verdades sobre cestas aéreas

Seções Carta ao Leitor No Circuito EM Sintonia Toda Via EM Aterramento EM Ex Agenda Produtos Publicações Índice de Anunciantes Momento

6 8 18 23 37 50 52 54 57 57 58

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.

O artigo analisa alguns equívocos e esclarece mal-entendidos que se tornam “regras” no senso comum, gerando demandas inadequadas e custos desnecessários. Veja as principais dúvidas sobre as cestas aéreas e a explanação técnica do tema.

GUIA – 2

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Produtos para proteção contra descargas atmosféricas O guia apresenta diversos itens necessários à construção e instalação desses sistemas, como captores de diferentes tipos e itens auxiliares, elementos para descidas e aterramento, além de grampos, conectores e terminais.

INSTALAÇÕES

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Paralelismo por corrente circulante em transformadores de potência Em uma indústria de cimentos, dois transformadores que operavam em paralelo pelo sistema mestrecomandado precisaram ser substituídos por unidades reservas. Os novos equipamentos possuíam características similares, que permitiam a operação em paralelo utilizando a filosofia de corrente circulante. O artigo descreve a utilização desse sistema.




Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis

OS AVANÇOS E AS TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA ELETROELETRÔNICA

CARTA AO LEITOR

Segurança, de fato, do trabalho MAURO SÉRGIO CRESTANI, Editor

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m relação aos acidentes em trabalhos envolvendo eletricidade no Brasil, nosso quadro historicamente ruim pode estar ficando menos ruim. Dados recentes da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, a Abracopel, mostram que, na comparação com 2013, ano em que a entidade iniciou seu acompanhamento, o número de mortes de eletricistas no Brasil foi 7,5% menor em 2021. É boa notícia, mesmo que a quantidade de fatalidades continue alta: no ano passado foram 17 mortes de empregados de empresas (de execução e manutenção de instalações, incluindo concessionárias de energia elétrica) e 31 mortes de profissionais eletricistas autônomos. A redução deve-se em grande parte à evolução das normas e regulamentos de segurança nacionais. A série de NRs, as Normas Regulamentadoras da pasta do Trabalho Federal, resultado do esforço de equipes competentes e sérias, certamente trouxeram contribuições importantes, a exemplo da NR 10 - “Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade”. Mas há um aspecto sempre complicado para a segurança pessoal no Brasil, seja de leigos, seja de profissionais: fazer boas normas e regulamentos é possível, embora não sem esforço, mas fazer com que sejam cumpridos é outra história. Normas como a NR 10 e ou a NR 12, que trata de segurança com máquinas e equipamentos, são documentos modernos e efetivos, mas continuam a acontecer dezenas de milhares de acidentes por ano com centenas de mortos, sem contar amputações. E sem contar também a subnotificação, outra praga nacional. A despeito de todos os regulamentos, persistem problemas como, por exemplo, o descaso com os ensaios periódicos obrigatórios dos equipamentos de proteção coletiva e individual, objeto de um excelente artigo aqui publicado, escrito pelos especialistas Edmar Pereira, Vitoriano Francisco Rodrigues e Sergio Roberto Santos ― este último, aliás, titular de nossa coluna EM Aterramento. O trabalho alerta para a incomodamente frequente ocorrência de eletricistas usando EPIs e EPCs inúteis: “Embora essas pessoas” ― e aqui acrescentamos: também os empregadores ― “saibam que todos os itens de segurança devem ser ensaiados periodicamente, muitas utilizam para sua pretendida segurança equipamentos que perderam suas propriedades isolantes.” O alerta é claro: ou se realizam de fato os ensaios periódicos obrigatórios nesses equipamentos, ensaios estes descritos com competência no artigo, ou a realidade de mortes e incapacitações para uns, e de pesadas punições para outros, não mudará. Desta edição focada pincipalmente em segurança ― lembremos a esse respeito os dois guias dedicados à proteção contra raios e sobretensões ―, destacamos também o excelente trabalho do (entre outras qualificações) Coordenador da Comissão de Estudos de Cestas Aéreas da ABNT (CE 519.06), o engenheiro Hélio Domingos Carvalho. Em sua terceira colaboração com a revista (e que venham muitas mais) ele nos traz um texto objetivo e esclarecedor sobre mal-entendidos relacionados com as cestas aéreas, os quais “estão se tornando ‘regras’ no senso comum, gerando muito mais confusões e custos desnecessários do que segurança, eficiência e qualidade.” Em tempo: a mencionada Abracopel está lançando neste final de março seu “Anuário Estatístico de Acidentes de Origem Elétrica 2022 - Ano Base 2021”, que traz dados sobre acidentes segmentados em diferentes categorias e configura uma inestimável fonte de consulta sobre o assunto.

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ISSN 0100-2104


nucleotcm

Nos visite na FEICON 2022

De 29/03 a 01/04 Estande - F030


NO CIRCUITO ROMAGNOLE ADQUIRE A LUPA TECNOLOGIA

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Romagnole Produtos Elétricos S.A. adquiriu recentemente o controle acionário da Lupa Tecnologia e Sistemas, que atua no desenvolvimento de tecnologias e sistemas para proteção, automação, manobra e comunicação em redes de distribuição de energia elétrica. De acordo com o presidente do grupo, Alexandre Romagnole, “a operação está alinhada com o planejamento estratégico da companhia”. Entre as soluções desenvolvidas e comercializadas pela Lupa, estão os controles Altere, utilizados nos religadores e chaves LBS que são produzidos pela Romagnole e aplicados pelas concessionárias de energia elétrica em smart grids. O valor da negociação não foi divulgado pela companhia. A compra, de acordo com Romagnole, foi motivada pelo direcionamento do foco de atuação da empresa em novos segmentos do setor elétrico, como geração de energias renováveis, smart grids e soluções para instalações elétricas industriais. “Esses segmentos demandam produtos cada vez mais complexos e soluções muito mais tecnológicas. Neste sentido, contar com uma empresa especializada em

Companhia prevê investimentos de R$ 90 milhões em 2022

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Grupo Romagnole fechou o ano de 2021 com faturamento de mais de 50% em relação ao ano anterior, ultrapassando a marca de R$ 1,6 bi. Segundo a companhia, parte do crescimento foi em decorrência dos repasses referentes aos aumentos nos custos das matérias-primas, mas mesmo diante das adversidades trazidas pela pandemia, a empresa considerou um ano de evolução. Para 2022, a meta é investir R$ 90 milhões e elevar o faturamento ao patamar de R$ 2 bilhões com a receita dos investimentos em curso. Um deles é a obra de uma nova unidade para as linhas de ferragens eletrotécnicas e estruturas para geração de energia solar, que deverá duplicar a capacidade de produção desses produtos.

tecnologias do setor elétrico dentro do próprio grupo torna muito mais ágil o processo de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos”, afirma o presidente da companhia. “Ao incorporar a Lupa Tecnologia, a Romagnole reforça sua estratégia de oferecer soluções para os mercados de eficiência energética, energias renováveis, planejamento e operação de sistemas elétricos, supervisão, controle e proteção de redes”, completa. A meta é que, com o aproveitamento das sinergias, a Lupa dobre de tamanho em poucos anos. A marca será mantida. Um executivo da Romagnole foi designado para ocupar a diretoria

Compra foi motivada pelo direcionamento do foco de atuação da empresa em novos segmentos do setor elétrico, como geração de energias renováveis, smart grids e soluções para instalações elétricas industriais

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EM MARÇO/ABRIL, 2022

O programa de investimentos também contempla a continuidade da modernização das demais unidades industriais da companhia, lançamento de novos produtos e aquisição de novas tecnologias para acelerar o processo de transformação digital e indústria 4.0. Segundo a companhia, embora as metas estabelecidas pareçam ousadas frente aos cenários econômicos nacional e internacional, o crescimento da demanda por energia é uma realidade e o setor elétrico necessita de investimentos em todas as regiões do País, assim como as concessionárias de energia precisam modernizar suas redes para melhorar a qualidade dos serviços.

geral e os dois fundadores da Lupa passaram a exercer cargos de diretores. É prevista ainda uma ampliação do volume de produção e da linha de produtos da Lupa, mas Romagnole não quis dar detalhes sobre as estratégias a serem adotadas. “O trabalho inicial é de integração e conhecimento detalhado das sinergias, a partir daí serão implantados os planos de crescimento”, diz o presidente. Ainda de acordo com ele, além de continuar a atender sua carteira de clientes já consolidada, a Lupa terá, como parte do grupo, maior notoriedade e oportunidades. Sediada na cidade de Juiz de Fora, a Lupa teve faturamento anual superior a R$ 50 milhões nos últimos anos. A empresa nasceu no ano de 2002 em uma incubadora de base tecnológica do CRITT, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e já participou de vários editais de fundos de fomento para P&D, tendo recebido diversas premiações. A Romagnole, fundada em 1962, conta com linhas de produtos para redes de distribuição de energia, geração de energias renováveis e instalações elétricas industriais e prediais. Seu portfólio inclui equipamentos como religadores, reguladores de tensão, transformadores de distribuição,


industriais e de força, cabines para entrada de energia, skids, ferragens eletrotécnicas, estruturas para usinas solares e postes de concreto.

PESQUISA APONTA EFEITOS DE EÓLICAS NO PIB

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m estudo da Abeeólica - Associação Brasileira de Energia Eólica aponta que a cada R$ 1 investido na fonte eólica no Brasil adiciona-se mais R$ 2,90 ao PIB, quase triplicando seus efeitos benéficos na economia nos meses subsequentes à entrada em operação dos parques. Intitulado “Estimativas dos impactos dinâmicos do setor

eólico sobre a economia brasileira”, o estudo foi elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores. A conclusão do pesquisador se baseou na aplicação de modelos de cálculo que incluíram variáveis de efeitos temporários indiretos ou induzidos, resultantes da construção dos parques eólicos (capex), e os permanentes, que se prolongam pela vida útil das usinas (25 anos) com serviços de operação e manutenção, mas também por conta dos arrendamentos e aquisições de áreas onde os aerogeradores são instalados. Com as variáveis calculadas, o pesquisador chegou a um valor adicionado no período de 2011 a 2020 de R$ 210,5 bilhões. Como foram investidos no mesmo período, com a construção dos parques, R$ 110,5 bilhões, no total a fonte

Estudo sugere maior aproveitamento de potencial eólico

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m estudo publicado pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês) indica que o Brasil tem potencial para crescer ainda mais na geração eólica, hoje uma das fontes que atraem mais investimentos no País. Para a entidade, seria possível, com mudanças estruturais, adicionar mais 5 GW ao ritmo atualmente projetado de crescimento até 2026. Isso significaria, na avaliação do estudo intitulado “Aproveitando as oportunidades de recuperação verde da energia eólica em economias em desenvolvimento”, que o Brasil acrescentaria mais 16 GW no período, contra 11 GW da estimativa conservadora. Ao se considerar que atualmente a potência instalada da fonte é de 21 GW, em 2026 o patamar, com as mudanças propostas, se elevaria para 37 GW. Para chegar nessa potência, que também representaria um adicional de 575 mil empregos diretos e indiretos durante a vida útil dos parques (25 anos), o GWEC listou ações prioritárias e específicas para o Brasil mudar o rumo do ritmo dos investimentos – assim como para outras quatro economias avaliadas pelo estudo (Índia, Filipinas, México e África do Sul). No caso brasileiro, o conselho global recomenda investimentos na infraestrutura logística do Nordeste, onde se concentra a maior parte

dos parques eólicos em operação e projetados para o País. Com estradas e ferrovias precárias na região, o transporte de componentes eólicos, de grandes dimensões, como pás e naceles, é considerado um obstáculo, se não impedindo pelo menos retardando o ritmo dos investimentos. Como segundo ponto de atenção, o GWEC destaca outro aspecto de infraestrutura: a transmissão, que ainda demandam muitos investimentos para ampliar a margem de escoamento de energia dos parques eólicos. Para o estudo, a solução desse gargalo depende da cooperação entre o MME, a EPE e o ONS. Além disso, o estudo recomenda o estabelecimento de meta para adicionar capacidade eólica offshore no País, que recentemente ganhou decreto presidencial para dar as diretrizes para a nova fonte. O GWEC recomenda objetivos concretos visando o longo prazo (2030 ou 2040). Por fim, o estudo recomenda revisão dos marcos legais de energia do Brasil para conciliar o mercado regulado com o desregulado, para garantir segurança jurídica, mais linhas de financiamento públicas e estreitamento da relação comercial no Mercosul, para favorecer a exportação da cadeia de fornecedores eólicos do Brasil para os países vizinhos.

eólica agregou ao PIB brasileiro R$ 321 bilhões. Isso equivale a uma participação média anual de 0,5% do PIB, sendo que em anos recessivos (2015 e 2020) o percentual chegou a 0,8%. Outra conclusão relaciona-se ao impacto dos investimentos sobre a geração de empregos. O estudo considerou pesquisas prévias sobre o tema em outros países e no Brasil e fez uma avaliação de cenário local, chegando a uma estimativa de que quase 196 mil empregos foram criados entre 2011 e 2020, o que significa 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques. Além disso, há também uma média de 0,6 emprego por MW instalado para operação e manutenção. Por fim, o estudo avaliou o impacto das eólicas na redução de emissões de CO2, quantificando em valores monetários, dentro do conceito de custo social do carbono. No acumulado de 2016 a 2024, o setor eólico brasileiro evitará emissões de gases do efeito estufa valoradas entre R$ 60 e 70 bilhões.

PORTAL MOSTRA RELAÇÃO OPERAÇÃO E PLANEJAMENTO

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Abraceel - Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia e a Volt Robotics desenvolveram um site na internet para reunir dados que demonstrem a sintonia entre o planejamento de geração de energia, indicada nos modelos que formam o preço da energia elétrica, e a operação de fato do sistema. Os dados são compilados de informações publicadas pelo ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico e a CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Batizado de “Match da Energia”, na avaliação da Abraceel, o site visa oferecer um indicador de acompanhamento que permita observar, com base MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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NO CIRCUITO

Iniciativa é da Abraceel e da Volt Robotics e usa dados do ONS e da CCEE

em fatos e dados, se a geração apon­ tada pelos modelos matemáticos que definem o preço da energia elétrica, a partir das principais variáveis (chuva, vento e consumo), está alinhada com a realidade operativa. Essa relação é chamada de match e é escalonada, pela medição contida no site, em percen­ tual. Quanto maior for o match, mais otimizado estará o sistema e menor será a conta de energia. No portal, é possível medir os in­ dicadores representados por meio dos números, o alinhamento entre a ope­ ração real do sistema elétrico e o pla­ nejamento da operação indicada pelos modelos matemáticos de formação de preço e, por fim, calcular se correspon­ dem ou não com o que foi planejado.

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Para a medição do chamado match da energia são avaliadas quatro variá­ veis de grande impacto nos preços da energia elétrica: as que não podem ser alteradas pelo operador do sistema, ou seja, o consumo e a geração eólica, e as variáveis otimizadas pelos aplicati­ vos: a geração hidrelétrica e a termo­ elétrica. Por meio desses dados, será possível ter um retrato detalhado, inclusive por usina, do que está sendo praticado na operação do sistema elé­ trico. O site pode ser acessado em http://matchdaenergia.com.br

LIGHT IMPLANTA SISTEMA INTELIGENTE DE ATENDIMENTO

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distribuidora Light concluiu a pri­ meira fase de implementação do sistema OFS, uma solução em nuvem que automatiza os trajetos das equipes de campo considerando situações como trânsito e tempo de deslocamento. Tecnologia da norte­americana Oracle, a solução otimiza a operação com aumento da produtividade das equipes.

Tecnologia da Oracle automatiza os trajetos das equipes considerando trânsito e tempo de deslocamento

Segundo a Light, todo o proces­ so de planejamento e replanejamento das rotas é feito de forma automática, sem intervenção humana, e utilizan­ do inteligência artificial. A atualiza­ ção das rotas em tempo real também proporcionará, no médio prazo, uma previsão mais assertiva para o cliente dos prazos de conclusão dos serviços solicitados. A implementação do projeto vem sendo realizada de forma gradativa em toda área de concessão da Light no estado do Rio de Janeiro e, até junho, todos os 31 municípios atendi­ dos pela companhia estarão com o processo de migração de todo siste­ ma em funcionamento. Com mais de 4 milhões de clientes, há a expectati­ va de redução de custos com a efi­ ciência operacional. Mais para a


frente, é planejada a integração do cliente com as plataformas de atendimento, para que seja possível o acompanhamento de cada etapa da solicitação em tempo real.

WEG VAI CONSTRUIR FÁBRICA EM PORTUGAL

A

Weg anunciou a construção de nova fábrica de motores elétricos em Santo Tirso, em Portugal. O total previsto no investimento é de 23,5 milhões de euros. A edificação terá 22.680 m², e será construída no mesmo terreno onde a empresa catarinense já conta com operação de 16.300 m², dedicada à fabricação de motores industriais de baixa tensão. A nova unidade será voltada para a produção de motores elétricos de gran-

Empresa vai fornecer aerogeradores para Coxilha Negra

A

Weg assinou contrato com a CGT Eletrosul para fornecer 72 aerogeradores de 4,2 MW para o parque eólico Coxilha Negra, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. O acordo também prevê os serviços de logística, montagem e comissionamento, além da operação e manutenção depois da inauguração do empreendimento. O novo parque da CGT Eletrosul terá capacidade instalada de 302,4 MW, o que seria suficiente para atender o consumo de uma região com 1,7 milhão de habitantes. Os investimentos na obra são estimados em R$ 2,1 bilhões e estão alinhados com o Plano Estratégico das Empresas Eletrobras 2020-2035. O projeto do parque Coxilha Negra já conta com licença ambiental de instalação, emitida pelo Ibama. Segundo a CGT Eletrosul, o sistema de transmissão será composto por duas subestações coletoras, sendo que as obras do parque devem começar até o final do primeiro semestre de 2022. Há a estimati-

de porte. Até o momento, essa linha produtiva ficava na cidade de Maia,

Contrato com a CGT Eletrosul contempla 72 turbinas eólicas de 4,2 MW de potência

va de criação de 310 empregos diretos e cerca de 150 indiretos. Já o início da operação está previsto para ocorrer até o final do ano de 2024. Toda a energia gerada será comercializada no mercado livre. O Coxilha Negra será instalado em áreas limítrofes ao Complexo Cerro Chato, composto por seis parques eólicos, com 69 aerogeradores em plena operação e 138 MW de potência instalada, também da CGT Eletrosul. Com a implantação do novo empreendimento, a companhia alcançará a marca de 440 MW de geração eólica.

também em Portugal. A meta com o investimento é centralizar todas as

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NO CIRCUITO Jhenni Quaresma

operações portuguesas em Santo Tirso, informou a Weg em comunicado. De acordo com o diretor da Weg Motores, Alberto Kuba, o investimento inclui aumento da capacidade e modernização das operações em Portugal. Segundo ele, além de levar para o local a produção de motores de média e alta tensão à prova de explosão, a intenção é produzir painéis elétricos, soluções de automação e centralizar os serviços de assistência técnica. “Também estamos planejando aumentar a gama de motores elétricos para tamanhos maiores no país”, revela Kuba. A nova fábrica em Santo Tirso deve entrar em operação no primeiro trimestre de 2024 e gerar cerca de 100 novos empregos. A Weg está em Portugal desde 2002, quando comprou fábrica de motores elétricos em Maia. Em 2015 a companhia iniciou a construção da primeira fábrica em Santo Tirso, a 24 quilômetros de Maia. Inaugurada em 2018, a unidade integrou a linha de produção com usinagem, fabricação de rotor, bobinagem, montagem e laboratórios de ensaios elétricos dedicados.

do Norte. Com capacidade instalada de 247,5 MW, trata-se do complexo eólico Seridó, o segundo empreendimento da companhia no estado potiguar e que envolve investimentos de R$ 1,5 bilhão, gerando 1000 empregos diretos na fase de implantação. O projeto do complexo Seridó, com previsão de entrar em operação em 2023, contará com 55 aerogeradores da dinamarquesa Vestas, com a qual já foi firmado contrato. Segundo o vicepresidente da Elera, Carlos Andrioli, o parque será implementado em área considerada a “melhor do mundo” para geração eólica onshore: na região Serrana de Parelhas, onde o fator de capacidade medido é de 60%. O outro parque eólico da Elera no Rio Grande do Norte é o complexo Renascença (Renascença I, II e III e Ventos de São Miguel), na região de João Câmara e Parazinho, com capacidade instalada de 150 MW e em operação desde 2015. A Elera Renováveis está focada nos investimentos em energias renováveis da Brookfield, que representam R$ 22 bilhões em investimentos e 1,9 GW em capacidade instalada no território nacional. O Rio Grande do Norte lidera a geração eólica no País. Há 212 parques em operação, com potência total instalada de 6,4 GW. Além disso, segundo dados da Aneel, há 127 empreendimentos outorgados, que devem acrescentar mais 4,3 GW nos próximos anos. Desse total, 45 projetos, ou 1,4 GW, estão em fase de construção.

ELERA VAI INSTALAR PARQUE EÓLICO NO RN

VOLTALIA CONSTRUIRÁ PCH PARA SISTEMA HÍBRIDO

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Em área onde já tem unidade produtiva, empresa catarinense vai fabricar motores de

Elera Renováveis, do grupo canadense Brookfield, apresentou um novo projeto eólico que será instalado no município de Parelhas, no Rio Grande 12 EM MARÇO/ABRIL, 2022

Voltalia anunciou que vai iniciar a construção da terceira fase do sistema híbrido de energia que mantém em Oiapoque, no Amapá, desde



NO CIRCUITO

Com 7,5 MW, pequena central hidrelétrica vai completar usina híbrida no Oiapoque, que já conta com térmica e solar fotovoltaica

2015. Essa etapa inclui a implantação de pequena central hidrelétrica (PCH) de 7,5 MW, batizada de Cafesoca, e vai aumentar a participação da energia renovável no consumo dos habitantes de Oiapoque para mais de 90%. A PCH Cafesoca completará o sistema híbrido isolado da cidade no norte do Amapá, que conta com usina termelétrica a diesel de 12 MW de potência, comissionada em 2015, e uma usina solar fotovoltaica de 4 MW, implantada em 2017. Com a PCH, a capacidade total do sistema híbrido será aumentada para 23,5 MW. O projeto foi desenvolvido e é de propriedade da Voltalia, sendo apoiado por um contrato de longo prazo. Em 2014, a empresa de origem

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francesa venceu a licitação do Oiapoque, uma cidade isolada de 24 mil habitantes, não conectada ao SIN. A Voltalia na época foi a única concorrente a propor uma solução que incluía parte de energia renovável, no caso a solar fotovoltaica, já que todos os concorrentes propuseram uma solução 100% térmica, a queima de diesel. O comissionamento da PCH está previsto para o primeiro semestre de 2024.

NORDESTE SE TORNA EXPORTADOR DE ENERGIA

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or conta da expansão das renováveis no Brasil, eólicas e solares, a região Nordeste deixou de ser importadora de energia do resto do País e passou a ser exportadora. A conclusão é de informe técnico publicado no fim de fevereiro pelo MME - Ministério de Minas e Energia, por meio da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE). O estudo apontou que em 2020 as

fontes eólica e solar no Nordeste somaram 45,5% na matriz de geração, tornando a região pela primeira vez exportadora líquida de energia elétrica. Segundo a SPE, a nova configuração da geração no Brasil modificou os intercâmbios entre estados e regiões, proporcionando maior diversidade de soluções de suprimento. Na comparação com as décadas anteriores, a evolução fica mais evidente. Em 2000, a região teve déficit de 21% de geração e de 3% em 2019. Já em 2020, passou a ter superávit de 12%, quando superou a demanda total. Em 2000, seis estados realizavam a exportação líquida de energia elétrica, indicador que foi ampliado a 14 em 2020. Essa nova configuração exigiu expansão das linhas de transmissão, dobrando de 2000 para 2020.

ENGEREY VAI PRODUZIR CUBÍCULOS SM6

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empresa Engerey, de Curitiba (PR), montadora de painéis elé-


tricos, fechou parceria com a francesa Schneider Electric para produzir células modulares de média tensão, também conhecidas como cubículos SM6. Essas células são utilizadas como proteção e medição de entradas de média tensão de concessionárias de energia, além da distribuição e proteção em média tensão dentro das unidades consumidoras, em indústrias, shopping centers, data centers, aeroportos, companhias de saneamento e outros segmentos do setor terciário. Para passar a produzir as células, a Engerey recebeu a certificação EcoXpert MV, oferecida pela Schneider, o que segundo a empresa confere garantia de qualidade e originalidade de componentes do painel. No caso da linha SM6 Schneider Electric, o tamanho do equipamento é considerado compacto, o que torna sua aplicação viável, por exemplo, para instalação de shoppings até subestações com limitação de espaço em redes de

reciclada e seus materiais recuperados, após o fim da vida útil, conforme as regulamentações europeias relativas aos produtos eletroeletrônicos. Além disso, o produto não libera gases na atmosfera ou líquidos poluentes.

As células modulares de média tensão são utilizadas para proteção e medição de entradas das concessionárias

distribuição elétrica. O SM6 tem disjuntores e seccionadoras SF6, que funcionam com o gás a baixa pressão. Como os polos ficam envoltos no gás SF6, a manutenção é reduzida, afirma o comunicado da Engerey, e com isso há baixo risco de vazamento ou de comprometimento das propriedades dielétricas, não havendo a necessidade de sistemas de monitoramento de vazamento. A empresa ainda afirma que a célula SM6 pode ser processada,

BIOELETRICIDADE REPRESENTOU 4% DA GERAÇÃO EM 2021

A

geração de bioeletricidade para a rede em 2021 foi de 25,4 mil GWh, conforme levantamento da Única - União da Indústria de Canade-Açúcar a partir de dados da CCEE, o que representou 4% da geração total do País, sem considerar a produção para o autoconsumo. Nessa conta, estão usinas térmicas com resíduos sucroenergéticos, bio-

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NO CIRCUITO gás, lenha, lixívia, resíduos de madeira, capim elefante e casca de arroz. Do total gerado pela bioeletricidade em 2021, o setor sucroenergético representou 79,5%, seguido pelo licor negro (subproduto da indústria de papel e celulose) com 11,9% e pelo biogás com 4,5%. Em 2021, as usinas sucroenergéticas produziram 20,2 mil GWh, suficiente para atender 10,2 milhões de residências no ano passado, mas representando uma redução de 10,6% em relação ao ano de 2020. Ainda segundo o levantamento, nos últimos dez anos, de 2012 a 2021, a produção acumulada de bioeletricidade sucroenergética para a rede foi de 196.867 GWh, que seria suficiente para suprir o consumo de energia elétrica do mundo por mais de três dias, da União Europeia por 25 dias, da China por 13 dias, dos Estados Unidos por 18 dias, do Reino Unido por 232 dias, e da Argentina por quase 1 ano e 8 meses. Para o gerente de bioeletricidade da Unica, Zilmar Souza, em 2021 a energia da biomassa da cana poupou 14% da energia capaz de ser armazenada sob a forma de água nos reservatórios das hidrelétricas do submercado Su deste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade justamente no período seco e crítico para o setor elétrico brasileiro. “Dos 20.202 GWh gera dos para a rede em 2021, 85% foram ofertados entre maio e novembro, o período seco e crítico para o setor elétrico”, diz.

NOTAS Fornecimento – A Vestas recebeu um pedido para um projeto no Brasil que inclui o fornecimento de 43 turbinas V150-4,5 MW, bem como um contrato de serviço Active Output Management 5000 (AOM 5000) de cinco anos. As entregas e o comissionamento estão planejados para 2024. Os nomes dos clientes e dos projetos não foram divulgados a pedido do cliente, afirmou a companhia. Com este pedido, a Vestas supera 6,5 GW em pedidos firmes de aerogeradores V150-4,2 MW e V150-4,5 MW no Brasil. Bondinho renovável – O Bondinho Pão de Açúcar entrou no mercado livre de energia, possibilitando ao parque contratar energia proveniente de fontes renováveis para seu funcionamento. A 16 EM MARÇO/ABRIL, 2022


iniciativa tem o objetivo de complementar outros projetos do parque focados em sustentabilidade, como de eficiência em energia com uso de painéis solares e sistema regenerativo elétrico; gestão de resíduos sólidos; projeto de preservação ambiental do Mona - Monumento Natural dos Morros Pão de Açúcar e Urca; conservação e recuperação da pista Claudio Coutinho e Trilha do Morro da Urca; e de neutralização de carbono. Ranking – A Unipar passou a integrar um ranking mundial de energia limpa, elaborado pela BloombergNEF. A fabricante figura na nona posição da lista, que elegeu os maiores compradores de energia renovável em 2021. Segundo o levantamento, a companhia adquiriu 239 MW de energia solar e outros 91 MW de eólica no período. No topo da lista está a multinacional Amazon, seguida por Microsoft e Meta. A Unipar afirmou em nota que está investindo cerca de R$ 2 bilhões na construção de parques eólico e solar nos estados do Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Bahia. A meta é atingir 80% de sua necessidade energética vinda de fontes limpas e renováveis até 2025. No-break para Sirius – A Eaton vai fornecer no-break ao Sirius, acelerador de partículas do CNPEM - Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, cujo volume de eletricidade consumido equivale a cerca de 80 mil residências. O modelo 93PR conta com baterias de lítio e sistema de monitoramento de baterias (BMS). Outra característica do equipamento, de acordo com a empresa, é a topologia online dupla conversão, que protegerá os sistemas altamente sensíveis do Sirius contra surtos de tensão, subtensão, sobretensão, ruído na linha, variação de frequência, transientes de tensão, distorção harmônica e quedas abruptas de tensão e blecautes. Consumo renovável – A Hitachi Energy anunciou que atingiu a meta de utilizar eletricidade 100% livre de combustíveis fósseis em suas operações. Segundo a empresa, ao atingir essa marca, reduz suas emissões de CO 2 equivalente a mais de 50% em relação a 2019. Entre as estratégias adotadas para eliminar o uso de combustíveis fósseis em suas operações, a empresa realizou a instalação de painéis solares em telhados, mudança para tarifas verdes, compra de certificados de atributo de energia (EACs) e assinatura de acordos de compra de energia (PPAs). MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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EM SINTONIA GERAÇÃO EÓLICA E

lbia Gannoum, presidente da Abeeólica - Associação Brasileira de Energia Eólica anunciou recentemente que o potencial gerador eólico no Brasil aumentou de 1 GW, em 2011, para 20 GW, em 2021, e tende a 35 GW, em 2026. Desde 2017, ultrapassou o perímetro do mercado regulado. No mercado livre, fez PPAs (Power Purchase Agreements) até abaixo de R$ 100/MWh. Gannoum se preocupa com o fim de contratos (em 2 de maio) que encerram a concessão de descontos de 50% no preço da transmissão. Ela se prepara para receber investimento de usinas geradoras no mar. Há desafios: aprovação ambiental; lacunas na regulação; e tecnologias em evolução (hoje o custo se acerca de US$ 100/MWh, em queda com o tempo). Por fim, na atual dinâmica do mercado, a escala mais indicada seria a produção mínima de 500 MW, que requer Capex bilionário.

PETRÓLEO O

preço internacional do barril de petróleo na primeira quinzena de março de 2022 aproximava-se de US$ 130, podendo alcançar US$ 140 ou mais se a crise geopolítica-militar no Cáucaso perdurar. Historicamente, há uma gangorra com o dólar norteamericano. Quando o cru do petróleo se valoriza, o dólar perde seu valor. E vice-versa. Além do aumento da produção de seus sucedâneos por que seus preços se viabilizam, a Eurásia sugere que o preço se estabilizará depois da guerra acima de US$ 100. Os Estados Unidos aumentam suas compras da 18 EM MARÇO/ABRIL, 2022

Venezuela. A Europa traz dos velhos pipelines da Líbia, Tunísia e Argélia. A China aumenta as compras da Rússia e libera cotas do Golfo Pérsico para o Ocidente. O Irã aumenta a produção.

ENERGÉTICOS vs. DIPLOMACIA Turquia pertence à Otan Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas se alia a Moscou junto ao presidente Assad da Síria. Pelo seu território circulam pipelines importantes para o abastecimento da Europa. Seus portos se prestam à logística do universo dos hidrocarbonetos. E para cruzar o estreito de Bósforo e Dardanelos do Mar Negro para o Mediterrâneo, ou vice-versa, as embarcações precisam pedir anuência a Istambul/Ancara. A Turquia acumula nós diplomáticos. No que diz respeito ao Irã, é uma incógnita importante prever com precisão quanto e quando o país poderá enviar urânio para enriquecimento na Rússia, sob o risco de retaliações e um conflito dramático com Israel. Ao mesmo tempo, o Irã pode elevar rapidamente a produção de petróleo de 1,75 para 3,75 milhões de barris diários, voltando ao mercado e escolhendo com vantagens os compradores. Em trajetória paralela, a Venezuela o faria para os Estados Unidos, porém seu petróleo do vale do rio Orenoco é pouco fluido, exigindo mais preparos e refinarias qualificadas dos importadores. Por sua vez, Israel tem dilemas diplomáticos conjunturais profundos pois recebeu a imigração de mais de 300 mil ucranianos e mais de 300 mil russos, além de outros 300 mil

A

soviéticos nos últimos anos. Além disso, tem acordos com os russos para não ser atacado pelo Hesbolah na fronteira com a Síria. Por sorte, Israel passou de importador para exportador de petróleo com suas descobertas e exploração no mar em frente Chipre. Graças a esta bonança, Chipre acertou sua contabilidade com a Comunidade Europeia. Convém adicionar que Israel também achou shale oil e shale gas no subsolo entre Tel Aviv e Jerusalém.

ENERGIA DE RESÍDUOS O

clínquer é uma alternativa viável para substituir derivados de petróleo. Por ora, pneumáticos degradados já são bem conhecidos entre os resíduos sólidos possíveis. Havia 38 indústrias no Brasil habilitadas para utilizar o CDR (combustíveis derivados de resíduos) em 2021. Isto pode ser impulsionado pelo Decreto Presidencial 10.936 publicado em janeiro de 2022. Este mercado movimentou R$ 150 milhões no ano passado. As primeiras estimativas indicam um potencial de aproximadamente 20 milhões de t/ano, movendo uma vasta cadeia de suprimentos para ativar esta rota. No mundo há 2,5 mil usinas neste rol. Somente em cidades com mais de 200 mil habitantes, segundo estudos da Abren Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos alcança-se a recuperação de cerca de 46 milhões de t/ano de RSU (resíduos sólidos urbanos), sendo 62% para recuperação energética; 21% para CDU; 11% para biogás; 6% para reciclagem; e 4% inevitavelmente para aterros. MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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TODA VIA A QUALIDADE DA ENERGIA E O DESPERDÍCIO RODRIGO PEREIRA

A

recente crise hídrica enfrenta­ da pelo Brasil gerou um au­ mento no custo da energia elé­ trica que impacta diretamente a eco­ nomia do País. De acordo com a Con­ federação Nacional da Indústria, em 2022 o aumento do custo da energia elétrica reduzirá o PIB industrial bra­ sileiro em aproximadamente R$ 3,8 bilhões, além de apresentar impacto de 0,41% na inf lação dos preços dos materiais e serviços elétricos.

melhora o tempo de atividade e reduz os gastos ali empregados. É também essencial criar uma abordagem proativa para, de fato, aprimorar a qualidade de energia. A primeira linha de defesa é a manuten­ ção, ou seja, a inspeção regular e fre­ quente das instalações. Esse esforço contínuo garante uma energia limpa, menos tempo de inatividade e uma produção constante. Em tais manu­ tenções, é mandatória a utilização de instrumentos de alta qualidade para a inspeção e o sucesso da operação. Existem inúmeros fatores, como vazamento de ar comprimido, perdas por temperatura e até mesmo aque­ cimento de motores, que, somados, podem interferir na qualidade ener­ gética. Nesse sentido, a realização de uma boa leitura sobre a medição de temperatura, de tensão, de corrente,

“A indústria já convive com o aumento do custo da energia, e os problemas de qualidade da energia prejudicam ainda mais o panorama.” Com este cenário, e pensando na economia da energia, acompanha­ mos um forte apelo do mercado pela eficiência energética, principalmente por parte das indústrias, que passa­ ram a buscar melhores maneiras de economizar energia e consumi­la de maneira mais efetiva. A medição da qualidade de ener­ gia não apenas identifica possíveis problemas que um determinado equi­ pamento elétrico pode estar causando como evita desgastes de peças ou até mesmo falhas de operação que impac­ tam a velocidade da produção. Detec­ tar o desperdício de energia, portanto, Rodrigo Pereira é Gerente de Contas da Fluke do Brasil, do segmento de energia.

de aterramento e vazamentos, é es­ sencial para um diagnóstico correto. Em vista disso, é importante utili­ zar ferramentas de alta precisão que consigam capturar eventos do tipo transientes, que acontecem em ques­ tão de milissegundos e que, em vir­ tude de suas altas amplitudes e fre­ quências, podem representar diversos danos para os circuitos eletrônicos de uma planta. Dessa forma, o equipa­ mento precisa ser, pelo menos, cinco vezes mais rápido do que esses even­ tos para que consiga mostrá­los de forma detalhada, na tela ou no software. Quando falamos em qualidade de energia, não são realizadas apenas

medições pontuais, uma vez que é ne­ cessário o registro e acompanhamen­ to diário. Após essa análise, também é crucial verificar os resultados de forma macro de modo a concluir se houve, de fato, um desbalanceamento de carga, para que seja possível tomar decisões assertivas e implementar as correções. A indústria brasileira já convive com os impactos econômicos do au­ mento do custo da energia elétrica e, portanto, se vê obrigada a rever suas estratégias de consumo. E os proble­ mas associados à qualidade de ener­ gia prejudicam ainda mais esse pano­ rama, já que com o preço da energia mais alto, qualquer desperdício fica ainda mais evidente. Sendo assim, dentro de um cenário industrial cada vez mais competitivo, as equipes de manutenção elétrica das empresas fi­ cam pressionadas a reduzir o consu­ mo, mitigando possíveis desperdícios de energia e mantendo o alto volume de produção. A melhor maneira de mensurar o desperdício ocasionado por proble­ mas na qualidade de energia é utili­ zando equipamentos específicos para esse tipo de medição ― os quais es­ tão cada vez mais precisos e fáceis de manusear ― para que, primeiramen­ te, seja precisamente identificado e quantificado o desperdício e, em se­ guida, este seja corrigido. Em adição a isso, para garantir a qualidade de energia elétrica, per­ mitindo sua melhor performance na indústria, é fundamental que as com­ panhias ofereçam programas de ma­ nutenção preventiva com uma equipe especializada e treinada tecnicamen­ te para executar as ações necessárias, utilizando equipamentos capazes de atestar a segurança dos dados cole­ tados, para que ações preventivas ou corretivas estejam sempre alinhadas ao processo aplicado.

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SEGURANÇA – 1

Ensaios elétricos em equipamentos de proteção coletiva ou individual Edmar Pereira e Vitoriano Francisco Rodrigues, da Rope Engenharia, e Sergio Roberto Santos, da MPS Energia Ltda.

O

s equipamentos de proteção coletiva (EPC) ou individual (EPI) são fundamentais para a integridade física e mental dos profissionais do setor elétrico. Embora essas pessoas saibam que todos os itens de segurança devem ser ensaiados periodicamente, muitas entre elas utilizam para a sua pretendida segurança equipamentos de proteção que perderam suas propriedades isolantes e não mais evitarão o contato do corpo humano com a eletricidade. Para impedir que isso aconteça

é necessário ensaiar periodicamente todos os EPC e EPI, para que eles possam proteger de fato seus usuários quando necessário. Aspectos legais As empresas têm a responsabilidade objetiva de manter, e disponibilizar quando solicitado, documentos comprovando a eficácia dos equipamentos de proteção, através de ensaios específicos rastreáveis. Segundo a seção 10.2.4 da norma regulamentadora NR 10 [1], os esComtest Limited

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EM MARÇO/ABRIL, 2022

A despeito de todos os alertas, não é incomum encontrar profissionais de eletricidade utilizando equipamentos de proteção cujas propriedades dielétricas já se degradaram. Para garantir a necessária segurança pessoal, as normas e regulamentos determinam a necessidade de realização de ensaios periódicos desses equipamentos, segundo os procedimentos detalhados neste artigo.

tabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas, contendo os resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos de proteção individual e coletiva. Segundo a seção 10.4.3.1 da mesma norma, os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e ser inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes. A seguir, em sua seção 10.7.8 a NR 10 determina que os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios periódicos de laboratório, obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e, na ausência desses, anualmente. Por esse motivo, cada equipamento de proteção ensaiado deve ter as suas condições informadas através de laudo técnico conforme a edição atual da sua norma técnica, acompanhado do seu código de rastreamento. A documentação do ensaio inclui ainda o laudo de calibração do


DEHN

Fig. 1 – Conjunto de aterramento temporário (EPC)

aparelho de ensaio e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do profissional responsável pelo procedimento. Equipamentos de proteção Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são fornecidos obrigatoriamente pelas empresas e se destinam a proteger coletivamente os trabalhadores dos riscos existentes no ambiente de trabalho [2]. Eles têm a função de assegurar a proteção dos trabalhadores que executam determinada atividade, reduzindo os riscos associados a ela. Os objetivos dos EPC são: 1) eliminar ou reduzir qualquer risco originado no ambiente de trabalho, que seja comum a todos os trabalhadores que nele estejam presentes; 2) limitar prejuízos e aumentar a produtividade da força de trabalho, pela criação de um ambiente de trabalho seguro; e 3) prevenir trabalhadores, funcionários ou terceirizados, que estejam transitando por um ambiente da empresa, da ocorrência de algum acidente. Os EPC são instalados, fixos ou móveis, nos postos de trabalho, protegendo simultaneamente um ou mais trabalhadores, como por exemplo um conjunto de aterramento temporário (figura 1). Conforme a norma regulamentadora número 6 (NR 6) [3], equipamento de proteção individual (EPI) é todo

dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Por esse motivo, cada equipamento de proteção, mesmo entre aqueles exclusivamente destinados ao trabalho com eletricidade, tem a sua finalidade específica. Uma luva isolante, por exemplo, só deve ser utilizada na sua faixa de tensão, além da qual ela não terá nenhuma utilidade. Já uma vestimenta de proteção térmica contra os efeitos de um arco elétrico não isola eletricamente o nosso corpo, mas limita a gravidade das queimaduras provocadas pelo arco. Infelizmente é muito comum observarmos eletricistas vestindo traje de proteção contra arcos elétricos, com classificação ATPV, durante o trabalho de construção da infraestrutura de uma instalação elétrica que ainda será energizada. Isto é, um traje que exige cuidados especiais para a sua conservação está ali servindo como uniforme de eletricista. Um equipamento de proteção para trabalhos com eletricidade deve proteger seus usuários contra descargas elétricas causadas pelo contato direto com condutores ou partes de equipamentos elétricos energizados, sendo fabricado obrigatoriamente conforme suas normas técnicas. A garantia da eficácia do EPC ou EPI é comprovada através de ensaios que certifiquem que a proteção oferecida corresponde de

fato à indicada pelos seus fabricantes. Além dos ensaios, recomenda-se que, antes de cada utilização, realize-se sempre uma inspeção visual de modo identificar irregularidades no equipamento de proteção, como rompimento do dielétrico, fissuras provocadas por envelhecimento ou atrito, ou ainda mudanças de coloração. Como exemplo de equipamentos de proteção que devem possuir características isolantes podemos citar: aterramentos temporários, bastões de manobra, mangas isolantes, luvas isolantes de borracha, escadas utilizadas em trabalhos com a eletricidade, tapetes isolantes e capacetes de proteção para eletricistas (figura 2). O uso de um equipamento de proteção inadequado aumenta o risco de acidentes, já que ele cria uma falsa, e muito perigosa, sensação de segurança. Ao vestir um traje de proteção inadequado um trabalhador se assemelha a uma criança colocando o dedo em uma tomada, inconsciente dos riscos a que está submetida. O problema neste caso é que as propriedades isolantes de um EPC ou EPI decrescem com o tempo, já que a degradação é algo inexorável, podendo ser prevista mas não evitada. Como um equipamento de proteção não possui sinalização ou alarme indicando que suas características dielétricas se alteraram, apenas ensaios periódicos poderão informar o final da vida útil de um EPC ou EPI visualmente em boas condições e a necessidade imediata da sua substituição. Formas de degradação A degradação dielétrica corresponde a um processo não reversível de alteração das características isolantes de um material, causado pelo seu uso ou o passar do tempo (envelhecimento). As causas de degradação podem ser intrínsecas, inerentes ao material, ou externas, provocadas pela sua utilização, envolvendo normalmente, nesse caso, a sua exposição a fontes de energia elétrica, mecânica, química ou térmica. Um equipamento de proteção pode ser constituído de diferentes materiais, cada qual com seu próprio processo de degradação. Por esse motivo, não MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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SEGURANÇA – 1 é possível estabelecer uma periodicidade única para todos os EPC ou EPI, sendo os seus fabricantes os responsáveis por informar, diretamente ou através de normas técnicas, aos seus clientes qual o prazo máximo entre a realização dos ensaios. Muitos equipamentos de proteção elétrica utilizam polímeros na sua fabricação. Polímeros (do grego poli, muitas, e meros, partes) são macromoléculas originadas a partir da união de várias unidades de moléculas menores, denominadas monômeros. A degradação polimérica ocorre devido a processos que têm como principais fatores, sem uma hierarquia entre eles, radiação ultravioleta (UV), calor, esforços mecânicos e ação de micro-organismos [4]. Talvez a matéria prima mais conhecida na fabricação de isolantes elétricos seja a borracha natural, proveniente do látex, que por sua vez é produzido por algumas plantas como a seringueira, a papoula e o mamoeiro. Atualmente sua substituta, a borracha sintética, é fabricada através de derivados do petróleo, devendo ambas, natural ou sintética, ser consideradas como polímeros, tendo como elemento principal o poli-isopreno. A degradação da borracha natural ocorre principalmente pela oxidação ou por ozonólise [5]. A oxidação ocorre pela reação de radicais livres com o oxigênio molecular, tendo uma dependência direta com a temperatura. A ozonólise é uma eficiente reação para a oxidação de um composto insaturado com rompimento da sua dupla ligação. Pode ser dito de forma simplificada que a ozonólise é uma reação com ozônio seguida de hidrólise. A concorrência desses processos resulta no aparecimento de microfissuras e alterações das propriedades da borracha natural. Devido às suas características estruturais, a borracha natural é muito suscetível a degradação, motivo pelo qual são utilizados diversos aditivos tais como antioxidantes e antiozonantes. O polietileno é outro material utilizado na fabricação de equipamentos de proteção, possuindo ótimas características elétricas, como alta resistivida26

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Arquivo dos autores

Fig. 2 – Capacete de proteção para eletricistas

de volumétrica, baixa permissividade, baixo fator de dissipação e alta rigidez dielétrica em corrente alternada ou impulsiva. Ele também é um polímero, sendo produzido a partir do monômero do etileno ou do eteno. O polietileno tem grande versatilidade, podendo ser quase transparente ou translúcido, flexível ou rígido, e não é tóxico. Ensaios em equipamentos de proteção Qualquer ensaio ou calibração realizado no Brasil deve se basear

na norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017 - Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. Especificamente para os ensaios elétricos em EPC e EPI, as normas internacionais IEC e ASTM ou nacionais NBR recomendam sua realização periódica nesses equipamentos, para que se verifiquem suas condições. Entre os possíveis ensaios, o mais utilizado é o de rigidez dielétrica ou tensão suportável, sendo a princípio um ensaio não destrutivo, onde se utiliza corrente alternada com medição de corrente de fuga, o que também pode ser feito em corrente contínua. Este ensaio pode ser realizado por um Hipot de corrente alternada, através da utilização de dois eletrodos submetidos a uma diferença de potencial ajustável provocada pelo aparelho. O valor da corrente, normalmente lida em um miliamperímetro, será o indicador da rigidez dielétrica do equipamento de proteção ensaiado. Antes desse ensaio, deve ser feita uma inspeção visual e, no caso de luvas isolantes, a inflagem manual para detectar possíveis anormalidades. Embora não seja capaz de deArquivo IEE

Fig. 3 – Laboratório de ensaio de vestimentas do IEE USP, referência internacional em ensaios de equipamentos de proteção


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SEGURANÇA – 1 Tab. I – Principais normas utilizadas em ensaios elétricos de equipamentos de proteção Norma

Equipamento

ASTM F-711:2017

Banqueta isolada; bastões de manobra universal, pega tudo e de salvamento; conjunto de aterramento (bastões – isolação); vara de manobra; cajado de resgaste

ABNT NBR 16603:2017 Versão Corrigida 2017

Equipamento de proteção individual - Calçado isolante elétrico para trabalhos em instalações elétricas de baixa tensão até 500 V em ambiente seco - Requisitos e métodos de ensaios

ABNT NBR 8221:2019

Capacete de segurança para uso ocupacional - Especificação e métodos de ensaio

ABNT NBR 14540 (cancelada e não substituída)

Bastão e escada isolantes e ferragens para trabalho em instalação energizada - Transmissão

ABNT NBR 9699:2015 Versão Corrigida 2015

Ferramentas manuais – isolação elétrica até 1000 Vc.a. e 1500 Vc.c.

ABNT NBR 16295:2014

Luvas de material isolante

ATSM D-1048:20

Tapetes e mantas isolantes de borracha

ABNT NBR 10623:1989

Mangas isolantes de borracha - Especificação

tectar perda de propriedades dielétricas, a inspeção visual permite a identificação de trincas e rachaduras, depressões ou reentrâncias, mudanças de coloração e protuberâncias, entre outros fatores [6]. Um ensaio dielétrico, tendo como objetivo avaliar o isolamento elétrico de um equipamento de proteção, pode ser realizado pelo seu próprio fabricante durante o processo produtivo, através de laboratórios inde-

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pendentes para efeitos de certificação (figura 3) e, periodicamente, por empresas de engenharia para verificação do estado de conservação desses equipamentos. A periodicidade dos ensaios é fundamental para a segurança de quem utiliza um equipamento de proteção, porque a degradação apresenta uma forte característica temporal. Embora os ensaios possam ser antecipados, eles jamais poderão

ser feitos após o fim da validade do ensaio anterior, já que neste caso o equipamento de proteção poderá não proteger seu usuário. Como exemplo, especificamente em relação às luvas de material isolante, a experiência recomenda ensaios periódicos a cada 6 meses para luvas em uso e 1 ano para luvas fora de uso, sempre levando-se em consideração que uma inspeção visual deve ser feita antes de cada utilização.


Além do seu objetivo de validar o uso de um EPC ou EPI, os ensaios periódicos em equipamentos de proteção permitem gerenciar com maior eficiência os cuidados de seus usuários com esses equipamentos. A periodicidade dos ensaios permite verificar com precisão a relação entre o tempo de duração de um EPC ou EPI e o trabalhador que o utiliza. Um relatório de ensaio de EPC ou EPI deve trazer os dados do cliente, informações para rastreabilidade do ensaio, o número da ART, dados do fabricante do equipamento de proteção, resultados da inspeção visual e do ensaio de tensão aplicada, os instrumentos que foram utilizados com seus certificados de calibração, e o resultado final atestando de forma objetiva sua conformidade ou não aos requisitos necessários para que ele proteja seu usuário. Preferencialmente, quando o equipamento ensaiado não for aprovado, ele deve ser

imediatamente descartado ao final do ensaio, algo feito com o consentimento do seu proprietário, para evitar que inadvertidamente ele volte a ser utilizado. Por último, como alerta e motivo de reflexão, durante a experiência dos autores deste artigo na realização de tais ensaios, em inúmeras ocasiões empresas solicitaram a emissão de um relatório de aprovação de um EPC ou EPI sem que o mesmo fosse de fato ensaiado, nesse caso para efeito de fiscalização, algo obviamente sempre recusado. Conclusão Os ensaios elétricos em equipamentos de proteção para trabalhos com eletricidade devem ser realizados periodicamente, atendendo as determinações da norma NR 10. Caso estes ensaios não sejam realizados no período correto as consequências podem ser gravíssimas:

morte ou invalidez permanente para o usuário do equipamento e severas punições para os proprietários da empresa onde o acidente aconteceu.

Referências [1] Minis t é rio d o Tr a b a lh o e P r e v id ê n cia : N or m a Regulam ent ador a N º 10 ( NR 10 ) – S egur anç a em Instalações e Ser viços em Eletricidade. [2] Minis t é rio d o Tr a b a lh o e P r e v id ê n cia : N or m a Regulamentadora N º 01 (NR 1) - Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. [3] Minis t é rio d o Tr a b a lh o e P r e v id ê n cia : N or m a Regulament ador a N º 0 6 ( NR 6 ) – Equipamento de Proteção Individual – EPI. [4] Pa z Junior, Emílio Merino : Avaliação da degradação em equipamentos de proteção utilizados na manutenção de redes de energia elétrica energizadas. Univer sidade Federal do Paraná. Curitiba, 2010. [5] Oliveira, Alfredo R.M ; Wosch, Celso L.: Ozonólise: a busca por um mecanismo. Química Nova, 2012. [6] Finocchio, Marco Antonio Ferreira ; Souza, Caio Mar te ; Antunes, Lucas de Oliveira ; Basset to, Edson Luis : Ensaio de segurança para luva isolante e mangote de eletricistas. IX Congresso Brasileiro de Engenharia de Produç ão. Ponta Grossa, 2019 [7] Campanuc ci, T hiago Vit ac zik : Importância do teste dielétrico em equipamentos de segurança. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

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ILUMINAÇÃO

A importância do uso correto de termos técnicos

Ivo Ázara e Thiago Menegotto, do Inmetro

A

terminologia tem papel fundamental em qualquer área do conhecimento, uma vez que estabelece uma linguagem comum para comunicação. Termos técnicos e científicos devem ser claramente definidos e corretamente utilizados. Nas áreas de luz e iluminação, a terminologia é definida e normalizada pela CIE - Comission Internationale d’Éclairage, representada no Brasil pelo CIE-Brasil - Comitê Brasileiro de Iluminação, sediado no Inmetro. A CIE é reconhecida pela ISO - International Standard Organization e pela IEC - International Electrotechnical Commission como organização internacional de caráter normativo [1]. A IEC é uma entidade reconhecida na maioria dos países, inclusive no Brasil. Muitas normas da IEC são traduzidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e designadas como ABNT NBR IEC, desfrutando o mesmo status das normas ABNT NBR. A IEC mantém um vocabulário de termos de diversas áreas no site da Electropedia [2], o qual contém os termos e definições do Vocabulário Internacional Eletrotécnico (IEV), que também consta na série de publicações da IEC 60050. A seção 845 da Electropedia é dedicada à área de 30

EM MARÇO/ABRIL, 2022

iluminação e incorpora os termos do Vocabulário Internacional de Iluminação (ILV), elaborado pela Comissão Internacional de Iluminação, consolidado na publicação CIE S 017 [3] e no E-ILV [4]. Este artigo tem o objetivo de contribuir para a correta utilização da terminologia na área de iluminação, com base em definições adotadas internacionalmente. Eficiência e eficácia Em alguns casos, devido à semelhança entre as palavras ou até mesmo entre as definições, determinados termos são traduzidos incorretamente e/ou utilizados indevidamente. Quando as normas IEC da área de

Muitas vezes, devido à semelhança entre as palavras ou até mesmo entre as definições, alguns termos são traduzidos incorretamente ou utilizados indevidamente. Este artigo tem o objetivo de contribuir para a correta utilização da terminologia na área de iluminação, com base em definições adotadas internacionalmente.

iluminação são traduzidas, ou mesmo quando consultadas diretamente em inglês, é comum que os termos efficacy e efficiency sejam traduzidos para o português como eficiência, o que não é correto, pois correspondem a conceitos diferentes. Na norma ABNT NBR IEC 62504:2021 [5], o item 3.26 define “eficiência luminosa <de uma fonte>” como o “quociente obtido quando o fluxo luminoso emitido é dividido pela potência consumida pela fonte”, e a Nota 1 especifica a unidade lm/W. Por sua vez, na IEC 60050845:1987, a seção 845.01.55 corresponde à entrada 84521-089 da Electropedia, “luminous efficacy <of a light source>”, definida como “quotient of the emitted

Esfera integradora (à esquerda) e goniofotômetro (à direita, do tipo com espelho) são equipamentos que permitem medir o fluxo luminoso produzido e a potência elétrica consumida por fontes luminosas, e, portanto, determinar a sua eficácia luminosa



ILUMINAÇÃO

Tab. I – Termos da Electropedia contendo a palavra efficacy e as respectivas traduções para o português Entrada na seção 845 da IEC

Nome em inglês (Nome em português)

Unidade

21-089

luminous efficacy, <of a light source> (eficácia luminosa, <de uma fonte de luz>)

lm⋅W-1

21-090

luminous efficacy of radiation, <for a specified photometric condition> (eficácia luminosa de uma radiação, <para uma condição fotométrica especificada>)

lm⋅W-1

21-091

spectral luminous efficacy, <for a specified photometric condition> (eficácia luminosa espectral, <para uma condição fotométrica especificada>)

lm⋅W-1

21-092

maximum luminous efficacy, <for a specified photometric condition> (eficácia luminosa máxima, <para uma condição fotométrica especificada>)

lm⋅W-1

21-093

luminous efficacy for monochromatic radiation of frequency 540 × 1012 Hz (eficácia luminosa para uma radiação monocromática de frequência 540 × 1012 Hz)

lm⋅W-1

26-061

blue light hazard efficacy of luminous radiation, <of a source> (eficácia de uma radiação luminosa com perigo da luz azul)

W⋅lm -1

Tab. II – Exemplos de termos da Electropedia contendo a palavra efficiency e as respectivas traduções apresentadas para o português Nome em inglês (Nome em português)

Entrada

Unidade

113-03-056

efficiency (eficiência)

1

845-23-063

blue light hazard efficiency of radiation (eficiência da radiação com perigo da luz azul)

1

845-29-052

Light output ratio, <of a luminaire>; LOR; luminaire efficiency (eficiência normalizada <de uma luminária>; rendimento normalizado <de uma luminária>)

1

luminous flux and the power consumed”, sendo apresentada a tradução para o português “eficácia luminosa <de uma fonte de luz>”.

32

EM MARÇO/ABRIL, 2022

Ao consultar o termo efficacy na Electropedia, encontram-se diversas entradas, as quais são listadas na tabela I, com a correspondente

tradução para o português apresentada. É interessante notar que todas elas se referem à área de iluminação (Lighting / Radiation, quantities and units), e a unidade é lmˑW-1, exceto para a entrada 845-26-061, cuja unidade é Wˑlm-1. Observa-se que o uso do termo efficacy sempre relaciona grandezas da área de iluminação com unidades diferentes, sendo lúmen (lm) a unidade de fluxo luminoso e watt (W) a unidade de potência, que pode ser potência óptica do fluxo radiante (na entrada 845-26-061) ou potência elétrica (nos demais casos). O termo efficiency aparece em uma grande quantidade de entradas da Electropedia. A tabela II mostra três delas, sendo uma de caráter geral e as demais da área de iluminação. Essas entradas têm em comum o fato de a unidade ser 1 – nesses casos a grandeza frequentemente é chamada, erroneamente, de adimensional, e muitas vezes é apresentada na forma percentual. Por exemplo, se o valor de uma eficiência é 0,80, normalmente é apresentada como 80%. Rendimento A tradução preferencial de yield para o português é rendimento. Na Electropedia, observa-se que o seu significado é o mesmo de efficiency, podendo os termos rendimento e efi-


Tab. III – Termos e respectivas traduções para o português da Electropedia contendo a palavra yield, referentes à área de iluminação Entrada na seção 845 da IEC 24-034

24-035

Nome em inglês (Nome em português) ≪nome em francês≫

photoluminescence radiant yield (eficiência energética de fotoluminescência; rendimento energético de fotoluminescência) ≪rendement énergétique de photoluminescence≫ photoluminescence quantum yield (eficiência quântica de fotoluminescência; rendimento quântico de fotoluminescência) ≪rendement quantique de photoluminescence≫

ciência serem usados indistintamente em português. A tradução de yield adotada pela IEC para o francês é rendement. Na Electropedia, existem apenas quatro entradas ativas para esse termo, sendo duas delas da área de iluminação, apresentadas na tabela III. Tanto rendimento quanto eficiência descrevem a razão entre duas grandezas de mesma unidade. Por exemplo, a razão entre dois fluxos luminosos (84529-052) ou a razão entre dois fluxos radiantes (845-24-034).

Unidade

1

em cada área. Em iluminação, por exemplo, o termo rendimento óptico é usado em relação a luminárias com lâmpadas substituíveis. Como rendimento e eficiência são equivalentes, a unidade de rendimento é 1, e a apresentação é feita normalmente em forma percentual.

1

Conclusões O termo em inglês efficacy, aplicável apenas à área de iluminação, deve ser traduzido para o português como eficácia. Sua unidade é lm⋅W -1 ou W⋅lm -1 (tabela I). Já o termo em inglês efficiency deve ser traduzido como eficiência, cuja unidade é 1. Normalmente a eficiência é apresentada em forma percentual. Os termos em inglês efficiency e yield são equivalentes e podem ser traduzidos por eficiência ou rendimento, de acordo com o mais usual

Referências [1] Página do CIE Brasil na internet, w w w.inmetro.gov.br/ ciebrasil, acessada em 05/ 08 / 2021. [2] Página da Electropedia na internet, w w w.electropedia.org, acessada em 05/ 08 / 2021. [3] Public aç ão CIE S 017/ E – Comission Internationale d’Éclairage – ILV: International Lighting Vocabular y – 2nd Edition, 2020 [4] Página do Vocabulário Internacional de Iluminação, E-ILV, w w w.cie.co.at / e-ilv, acessada em 05/ 08 / 2021. [5] ABNT NBR IEC 6250 4: 2021 - Iluminação geral - LED e módulos de LED - Termos e definições

Agradecimentos: O coautor Ivo Ázara agradece o apoio do Inmetro através de bolsa de pesquisa pelo programa Pronametro.

MARÇO/ABRIL, 2022 EM

33


GUIA – 1

Número de polos

Tensão nominal (Un) (V)

Tensão máxima de regime permanente (Uc) (V)

Nível de proteção (Up) (kV)

Corrente de impulso (Imp) (kA)

Corrente nominal de descarga (In) (kA)

Grau de proteção IP

Buss – (11) 96989-5151 ricardok.buss@terra.br

IEC 61643, NBR 5410

II e III

2

110 a 400

127 a 275

1,5 a 2

10 a 30

5 a 20

20

Eaton – 0800 00 32866 rodrigoasilva@eaton.com

IEC 61643-1

I, II e III

até 4

75 a 580

75 a 580

< 550 V a 12,5 a 10 a 100 2,6 100

ECS / SineTamer (47) 99991-7330 andreraitz@sinetamer.com

ANSI C62.41, C62.45, IEC 61643-1, ABNT NBR 5419:2015 e NBR 5410

I+II e I+II+II 4, 5

110 a 690

150 a 800

0,02 a 2

10 a 60

Elemro (*) www.elemro.com grace.liu@elemro.com

Norma ABNT/IEC Importado

Empresa Telefone e-mail

China

IEC 61643-1

40

20 a 400 20 a 76

5a 120

5 a 60

22

1 a 12

II

1

220

275

1,5 a 3,2

12

5 a 30

20

1 a 35

I+II, II, II+III, III

1a4

150 a 1.500

150 a 1.500

0,3 a 5,3

0,25 a 25

IEC 60529

2e3

1

220

275

1,2 a 1,8

20 a 60

10 a 30

20

Infortel – (51) 3076-3800 comercial@inforteltelecom.com.br

NBR 5410, IEC 61643

II e III

1

127 a 380

420

1,5

10 a 30

5 a 20

20

IEC

I, I+II, II, II+III, III

1a4

5a 1.250

8a 1.500

0,3 a 5,2

0,5 a 100

1 a 100

20

Mersen – (11) 98158-5740 rildo.miranda@mersen.com

IEC 61643

I, I+II, II, II+III, III

1a4

48 a 1.500

60 a 1.500

0,7 a 5

20 a 50

15 a 40

65

Metaltex – (11) 98789-5133 vds@metaltex.com.br

ABNT/IEC 61643-1

I, II e II

1a3

175 a 415

110 a 440

0,8 a 2,2

10 a 40

20

1+2+3

1a4

120 a 400

150 a 440

1 a 1,5

30 a 120

20

34

EM MARÇO/ABRIL, 2022

6 a 10

1,2 a 4

Exatron – (51) 3357-5019 contato@exatron.com.br

IEC 61643-11

48 a 1.000

ABNT NBR IEC 61643-11, EN 50539:11, IEC 61643-21

Citel, França

4 a 25

110 a 690

Embrastec (16) 3103-2021 engenharia@embrastec.com.br

Momberg – (15) 99743-3287 contato@momberggroup.com.br

2a4

IEC 61643

China

2,5 a 35

T1, T2

Elitek – (11) 95555-8828 vendas@elitek.com.br

LSP (**) www.lsp-international.com sales@lsp-international.com

Secção nominal dos terminais (mm2)

Classe

Da Redação de EM

Este levantamento relaciona a oferta de fabricantes e importadores presentes no mercado brasileiro de DPS, equipamentos voltados à proteção de equipamentos sensíveis a sobretensões transitórias. O guia fornece diversas características desses dispositivos, como classe, tensão nominal, nível de proteção, corrente nominal de descarga, corrente de impulso, grau de proteção, entre outras.

Contato de sinalização

Dispositivos de proteção contra surtos

12,5 a 5 a 100 20 e 65 60

25 a 100

6 a 16

2,5 a 35 1 a 1,5

6 a 25 4 a 25

6 a 35



175 a 520

0,6 a 1,8

Obo Bettermann – (15) 3335-1382 info@obo.com.br

ABNT/IEC 5419 / IEC 61312-1

I+II

1a3

230

255

< 1,3

50

50

20

Dehn, NBR5410 / 61643-11 Alemanha

II

2

42 a 480

48 a 600

0,33 a 2,5

25 a 35

7,5 a 15

20

1,5 a 35

I, II, III

1a4

5a 1.500

5a 1.500

0,1 a 4,0

5a 100

5 a 100

20

4 a 35

I+II / I+II+III / 3a5 A1, B3/C1 e C3

110 a 690

150 a 10 a 0,02 a 20 800 60

6 a 10

Corrente de impulso (Imp) (kA)

12,5 a 5 a 100 50

Secção nominal dos terminais (mm2)

Nível de proteção (Up) (kV)

220 a 440

Contato de sinalização

Tensão máxima de regime permanente (Uc) (V)

1a4

Grau de proteção IP

Tensão nominal (Un) (V)

IEC 61643-11

Corrente nominal de descarga (In) (kA)

Número de polos

MTM – (11) 98580-0014 vendas@mtm.ind.br

Proauto – (15) 99636-5887 henrique.mendes@proautoelectric.com

I, II, III

Norma ABNT/IEC Importado

Empresa Telefone e-mail

Classe

GUIA – 1

20, 66

1 a 25 10 a 25

Prosurge (*) www.prosurge.com info@prosurge.com

China

ABNT / IEC 6164311, EN61643-11, EN50539-11, IEC61643-31, UL1449 4th

Sidrasul (47) 99683-1777 lucas.magalhaes@sidrasul.com.br

Sine Tamer, EUA

IEEE / ANSI C62.41, C62.45; IEC 61643-1, NBR5419:2015 e NBR5410

Soprano – (54) 2101-7070 eletrica@soprano.com.br

China

EN50539-11, IEC 61643-1 2007 e NBR 5410

II e I/II

1a4

110 a 1.000

175 a 1.000

0,8 a 2,2

12,5 a 25

6 a 60

20

2 a 50

IEC 61643-11

I+II e II

1

127 a 220

275

1 a 1,5

12,5 a 20

5 a 50

20

1,5

IEC 61643-11

II

1, 3

275

275 a 288,75

1a4

12,5

5 a 30

20

1 a 25

IEC 61643-11 / 61643-22

I, II e II

1a5

5a 1.500

7a 1.500

1a5

0,5 a 0,3 a 100 100

20

1,5 a 16

A

1a4

12 a 1.500

20 a 40

20

2,5 a 35

Tramontina – (54) 3461-8200 tramontina.elt@tramontina.com WEG – (47) 3276-4000 automacao@weg.net

China

Weidmüller Conexel (11) 98352-9835 jose.depaula@weidmueller.com Wenzhou Kangyu (*) www.chinakayal.com sales7@kayal.cc

China

IEC61643-1

20 a 400 20 a 67

Nota: (*) A empresa procura representante para o Brasil. (**) A empresa não possui representante no Brasil. Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 41 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, março/abril de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

20 a 40


EM – ATERRAMENTO O ATERRAMENTO EM INSTALAÇÕES HOSPITALARES SERGIO ROBERTO SANTOS

O

s sistemas de aterramento são fundamentais para a pro­ teção e eficiência das ins­ talações elétricas. Em ambientes hospitalares a segurança no uso da eletricidade envolve, além da limita­ ção dos valores das tensões de passo e toque, a compatibilização do fun­ cionamento de sistemas eletroeletrô­ nicos e a não interrupção no forneci­ mento de energia durante determi­ nados procedimentos médicos. Para alcançar esses objetivos, os sistemas de aterramento dos esta­ belecimentos de saúde devem ser projetados, instalados e mantidos se­ guindo as normas técnicas nacionais ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419 e ABNT 14039, em conjunto com as normas para área de saúde, ABNT NBR 13534 e ABNT IEC 60601. Esses objetivos devem ser atingi­ dos através de um sistema único de aterramento, o que não significa que os componentes desse sistema sejam exatamente os mesmos em todos os pontos da instalação. Como exemplo, temos o esquema IT médico, esque­ ma IT com requisitos específicos para aplicações médicas, onde o sistema de aterramento único da edificação hospitalar apresenta características particulares para impedir o secciona­ mento automático da alimentação na ocorrência de uma primeira falta. A norma técnica ABNT NBR 13534:2008 ­ Instalações elétricas de baixa tensão - Requisitos específicos para instalação em estabelecimentos

assistenciais de saúde define um local médico como aquele destinado à reali­ zação de procedimento de diagnóstico, terapêutico (incluindo os tratamentos estéticos), cirúrgico, de monitoração e de assistência à saúde de pacientes. Es­ tes locais são divididos em três grupos, 0, 1 e 2; onde o grupo 2 é o local médico destinado à utilização de partes aplica­ das em procedimentos intracardíacos, cirúrgicos, de sustentação de vida de pacientes e outras aplicações em que a descontinuidade da alimentação elétrica pode resultar em morte. No esquema IT médico todas as partes vivas são isoladas do eletrodo de aterramento ou um ponto da ali­ mentação é aterrado através de um alto valor de impedância, nesse caso a conexão do neutro, e todas as mas­ sas são aterradas através de um ou mais eletrodos de aterramento inter­ ligados. Nesse esquema, as correntes resultantes de uma única falta entre a massa e a terra não têm intensidade suficiente para gerar tensões capazes de criar riscos à vida dos pacientes. Como na ocorrência de uma se­ gunda falta teremos um curto­cir­ cuito entre duas fases do sistema, as correntes de falta atingirão valores elevados e, para evitar isso, o siste­ ma IT médico possui Dispositivos Supervisores de Isolamento (DSI), transformadores de isolação dos circuitos e sistemas para detectar e sinalizar a ocorrência da primeira falta, permitindo que a manutenção a elimine antes da ocorrência da se­ gunda. Em determinados ambientes, o sistema IT­médico apresenta van­ tagens em relação aos esquemas de aterramento TN e TT, em um trade-off segurança vs. custo. Em uma falha no isolamento, a corrente resul­ tante terá baixa intensidade, não pro­

vocando a atuação dos dispositivos de seccionamento automático, aten­ dendo às recomendações da norma ABNT NBR 13534. A existência de diferentes esque­ mas de aterramento (TN, TT e IT) na mesma edificação demonstra a cria­ tividade da engenharia e prova que um eletrodo de aterramento único pode atender diferentes necessidades na mesma instalação, nesse caso uma instalação elétrica hospitalar. Como hoje a medicina utiliza re­ cursos tecnológicos sofisticados, mesmo onde não é necessário o es­ quema IT médico devem ser adota­ das medidas para reduzir a propaga­ ção de perturbações pela instalação, evitando falhas em processos médi­ cos ou administrativos. As instalações elétricas não são todas iguais, mas, independentemen­ te da sua destinação, elas devem ser seguras e confiáveis dentro de crité­ rios objetivos. Hospitais, residências ou fábricas possuem requisitos dife­ rentes em função da sua finalidade e de quem os utiliza. Por isso as nor­ mas técnicas apresentam os princí­ pios, características e possibilidades dos sistemas de aterramento que de­ vem ser utilizados em cada situação, cabendo ao projetista, a quem conce­ be a instalação, especificar a solução ideal para os objetivos que devem ser alcançados. Engenheiro eletricista da MPS Energia, instrutor da Termotécnica Para-Raios e mestrando do Instituto de Energia e Ambiente da USP, Sergio Roberto Santos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento e proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em_ aterramento@arandaeditora.com.br.

MARÇO/ABRIL, 2022 EM

37


SEGURANÇA – 2

Mitos e verdades sobre cestas aéreas

Hélio Domingos R. Carvalho, da Cemig, coordenador da Comissão de Estudos de Cestas Aéreas (CE 519.06) da ABNT e membro do Grupo Técnico do Anexo XII da NR-12

A

o longo dos últimos anos, com o aumento do número de fabricantes e o incremento do uso de cestas aéreas no Brasil, surgiram muitos entusiastas no assunto, que, por meio de decisões e opiniões, inf luenciam e criam termos e demandas inadequadas sobre o tema. Em geral, são pessoas muito mais apaixonadas pelo assunto do que os especialistas propriamente ditos, que têm gerado uma série de dúvidas e confusões no mundo das cestas aéreas. Assim sendo, achamos importante destacar alguns pontos a fim de gerar uma cultura assertiva e mais sólida sobre o tema.

Dito isso, vamos analisar alguns mitos e verdades sobre esses equipamentos de forma a esclarecer alguns mal entendidos que estão se tornando “regras” no senso comum, gerando muito mais confusões e custos desnecessários do que segurança, eficiência e qualidade. Cestas aéreas overcenter e articuladas telescópicas são melhores e mais seguras? MITO Um argumento muito utilizado para defender o uso das cestas overcenter e articuladas-telescópicas é o fato desses equipamentos terem uma

Este artigo analisa alguns equívocos sobre esses equipamentos. O objetivo é esclarecer mal entendidos que se tornam “regras” no senso comum, gerando demandas inadequadas e, consequentemente, custos desnecessários sem promover aumento da segurança, eficiência e qualidade. Veja as principais dúvidas existentes no mercado sobre as cestas aéreas e a explicação técnica acerca do tema.

configuração de braços que possibilita colocar a caçamba no solo. Todavia esses modelos são mais caros, mais pesados e requerem veículos maiores e mais caros para suas montagens. As cestas aéreas articuladas telescópicas, especificamente, têm ainda uma manutenção bem mais complexa e mais cara que os modelos articulados. Importante ainda considerar que a necessidade de colocar a caçamba de uma cesta aérea no solo para resgate e prestação de socorro em casos de acidentes e mal súbito é muito baixa. Inclusive algumas cestas aéreas terminam sua vida

Fig. 1 – Cestas aéreas overcenter e articuladas telescópicas são melhores e mais seguras?

38

EM MARÇO/ABRIL, 2022


PROJETOS INTELIGENTES FEITOS PARA PROTEGER VIDAS.

A Mi Omega é uma empresa de projetos de engenharia que iniciou suas atividades em outubro de 1993, na área de instalações elétricas, passando em 2008 a atuar nas diversas áreas da engenharia.

Uma empresa que possui o know-how tecnológico e as competências necessárias para atender plenamente as necessidades dos clientes, dando sempre a certeza de uma boa solução.

Desenvolvemos projetos elétricos e consultorias técnicas, com foco na solução para clientes industriais. Nossos projetos atendem ao mais alto rigor técnico, a garantia de atendimento de todas as normas aplicáveis. Atuamos com projetos e consultorias em projetos de estruturas metálicas, auditoria e adequação em NR-12. Desenvolvemos projetos e diagnósticos em automação e instrumentação. Podemos atuar em todas as fases do seu projeto: básico, detalhado, implantação e operação.

CONTATO (12) 3322-7354 comercial@miomega.com.br @miomegaengenharia


SEGURANÇA – 2 põem de recursos para os casos de resgates (figura 1).

Fig. 2 – O número de sapatas estabilizadoras depende do projeto de cada fabricante

Cestas aéreas precisam ter quatro sapatas estabilizadoras? MITO Cestas aéreas não precisam ter obrigatoriamente sapatas estabilizadoras. Obrigatório é ter estabilidade, atendendo ao item 4.5 da ABNT NBR 16.092. Portanto, a existência e a quantidade (nenhuma, um ou dois pares) de sapatas estabilizadoras dependem do projeto de cada fabricante. Se o conjunto veículo + cesta aérea for estável apenas com um par de sapatas estabilizadoras, atendendo integralmente o item 4.5 da NBR 16.092, não há necessidade de acrescentar outro par de sapatas, o que vai encarecer e tornar o equipamento mais pesado desnecessariamente (figura 2).

útil sem nunca terem executado essa função. Todas as cestas aéreas, independentes do modelo, são construídas atendendo a mesma normalização/ regulamentação (NBR16.092 e Anexo XII da NR-12). Desta forma, não é plausível afirmar que determinado Existem cestas aéreas duplo modelo proporciona mais ou menos isoladas, ou seja, com duplo segurança aos usuários. isolamento? MITO As cestas aéreas articuladas não A lança isolada do braço supeovercenter são perfeitamente segu- rior já garante o nível de isolamenras para utilização e proteção dos to necessário de uma cesta aérea. O seus usuários, tanto que são empre- “duplo isolamento”, chamado popugadas há décadas e em vários paí- larmente, é na verdade o sistema de ses. Para atender eventual necessi- isolamento de chassi, que é dado por dade de resgate de um colaborador uma seção de fibra de vidro instalaneste tipo de máquina, existem op- da no braço inferior do equipamenções muito mais simples e bem mais to. Esse sistema impede energização econômicas, como o kit de resgate acidental do veículo, caso a parte portátil, que fica fixado no braço metálica do braço da cesta aérea todas cestas aéreas, ou adotar cestas que acidentalmente na rede elétrica. aéreas com sistema de basculamenHá casos em que usuários espeto da caçamba. cificam o sistema de isolamento de Portanto, atualmente observa-se chassis para cestas aéreas de baixo muito mais um “modismo” de algu- alcance, o que não faz sentido, pois mas empresas em aceitar somente as máquinas até 10 metros de altura cestas aéreas overcenter e articuladas-telescópicas e banir de suas frotas o modelo articulado não overcenter, que é muito mais leve e barato. Assim sendo, uma análise e um debate do assunto são necessários, pois as cestas aéreas overcenter e articuladastelescópicas trazem muito mais ônus do que vantagens, e as cestas não overcenter são Fig. 3 – Sistema de isolamento de chassis perfeitamente seguras e dis40

EM MARÇO/ABRIL, 2022


Fig. 4 – Inspeções e ensaios regulares para cestas aéreas conforme ABNT NBR 16092

de trabalho não são expostas ao risco que justifica esse sistema (figura 3).

para garantir o padrão de isolamento das cestas aéreas.

O ensaio de emissão acústica é obrigatório em cestas aéreas novas? MITO O ensaio de emissão acústica não é obrigatório para cestas aéreas até 12 meses após sua fabricação. O primeiro ensaio de emissão acústica deve ser feito a partir do 13o mês até, no máximo, o 48o mês. A regra é definida pela ABNT NBR 16.092, com mostra o item 10.2.2 da norma, reproduzido na figura 4. Portanto, durante os primeiros 12 meses de fabricação não é obrigatória a realização do ensaio acústico em cestas aéreas. Entre o 13o e o 48o mês, o ensaio deve ser feito. Ou seja, o prazo para execução deste ensaio é de até 48 meses a partir da data de fabricação.

Existe controle remoto para cestas aéreas? MITO Conforme definido pelo Anexo XII da NR-12, é proibido operar uma cesta aérea a partir do solo quando um trabalhador estiver posicionado dentro da caçamba do equipamento. Portanto, não existe nenhuma situação de trabalho, na rotina das equipes, que um controle remoto possa ser utilizado por alguém no solo. Além de ser desnecessário e encarecer o equipamento, se um controle remoto for utilizado para operar a cesta aérea, com a presença de um operador na sua caçamba, a empresa usuária estará sujeita a autuação e intervenção pelo MTE - Ministério do Trabalho e Emprego por ocasião de uma fiscalização. Para casos de emergência (mal súbito ou resgate), deve-se utilizar o comando inferior, localizado na torre da cesta aérea, para movimentação do equipamento e socorro ao operador posicionado dentro da caçamba.

A lança isolada do braço superior precisa de lona (capa) de proteção? MITO Além de não ser necessária, a lona ou capa de proteção da lança isolada do braço superior é um inconveniente contra a segurança. Muitos usuários iniciam as atividades em campo sem remover a lona do equipamento. Isso gera acúmulo de poeira e umidade entre a capa e a lança da cesta aérea, provocando aumento da corrente de fuga e comprometendo o nível de isolamento do equipamento. Além disso, o próprio material empregado na confecção dessas lonas/capas não tem a rigidez dielétrica necessária

Conclusão O objetivo deste artigo é trazer esclarecimentos e melhor entendimento sobre esse tema que, por desconhecimento técnico de alguns players envolvidos, tem sido alvo de equívocos e inconvenientes, atropelando, em alguns casos, a normalização nacional e internacional sobre cestas aéreas. MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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GUIA – 2

Produtos para proteção contra descargas atmosféricas

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EM MARÇO/ABRIL, 2022

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As tecnologias de proteção contra descargas atmosféricas desempenham importante papel na preservação e segurança de edificações e de seus ocupantes. O guia aqui publicado apresenta diversos itens necessários à construção e instalação desses sistemas, como captores de diferentes tipos e itens auxiliares, elementos para descidas e aterramento, além de grampos, conectores e terminais.

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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 121 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, março/abril de 2022. Este e outros guias EM estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


INSTALAÇÕES

Paralelismo por corrente circulante em transformadores de potência Luerci Francklin Ribeiro e Luiz Carlos Benatto, da Votorantim Cimentos; Rosana Ishii e Gilberto dos Santos Tavares, da Nova Trafo Consultoria; e Daniel Carrijo Polonio Araujo e Rafael Fehlberg, da Treetech Sistemas Digitais

O

paralelismo dos transformadores pelo método de corrente circulante é aplicado principalmente em equipamentos que possuem comutadores com números diferentes de posições. Devido a sua filosofia de operação baseada na redução da corrente de circulação entre transformadores em paralelo a partir da medição das correntes de carga de cada transformador, o método permite o paralelismo de equipamentos com diferente número de TAPs, impedância e potência, buscando automaticamente as posições de TAPs que proporcionam a melhor regulação e a menor corrente de circulação. Com isso, é possível eliminar a complexidade adicional de uma lógica de paralelismo baseada

na filosofia mestre-comandado. O sistema de paralelismo por corrente circulante é muito utilizado nos Estados Unidos. A implementação dessa filosofia de controle em um equipamento digital elimina os inconvenientes observados no passado ao utilizar o paralelismo por mínima corrente de circulação em plataformas analógicas. A grande quantidade de cabos utilizada no arranjo analógico para interligação entre transformadores é substituída por uma rede de comunicação serial, demandando um único par de fios para interligação. Outro fator positivo é a possibilidade de realizar a implantação do sistema sem a necessidade de desligamento dos transformadores.

Através de experimentos em laboratório, foi possível comprovar a eficácia da filosofia de operação do paralelismo por corrente. Na foto, um simulador montado com os acessórios

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EM MARÇO/ABRIL, 2022

Em uma indústria de cimentos, dois transformadores que operavam em paralelo pelo sistema mestrecomandado precisaram ser substituídos por unidades reservas. Os novos equipamentos possuíam características similares, que permitiam a operação em paralelo utilizando a filosofia corrente circulante. Este artigo descreve a utilização desse sistema.

Este artigo relata um estudo de caso na Votorantim, onde transformadores que operavam em paralelo pelo sistema mestre-comandado – em que um dos transformadores é selecionado como mestre e o outro como comandado ou seguidor – foram substituídos, após uma falha, por unidades reservas que possuíam características muito distintas, mas também alguns atributos similares, permitindo a operação em paralelo através do sistema por corrente circulante. Teoria do paralelismo por corrente circulante A operação em paralelo pressupõe que os enrolamentos primários de todos os transformadores sejam conectados em paralelo, de forma a serem alimentados por uma mesma fonte, assim como os secundários, que alimentam todos a mesma barra. A figura 1 (pág. 45) mostra o caso de dois transformadores em paralelo. Esse exemplo pode ser eletricamente modelado da forma simplificada (figura 2, pág. 45), onde cada transformador é representado por um gerador em série com uma reatância. O gerador representa a tensão em vazio do transformador, que varia de acordo com a mudança de posição do comutador; a reatância representa a


impedância do transformador, quase totalmente indutiva. Se os dois transformadores tiverem o mesmo valor de tensão em vazio, não existirá diferença de potencial entre as saídas dos geradores (VAB=0). Neste caso, o modelo elétrico pode ser ainda mais simplificado (figura 3): um único gerador substitui os dois anteriores. Dessa forma, percebe-se que toda a corrente fornecida pelos transformadores flui em direção à carga, não existindo circulação de corrente entre eles. Se estas duas impedâncias forem idênticas, a corrente de carga será repartida de forma igual entre os transformadores. Caso contrário, a corrente e as potências ativa e reativa fornecidas por cada transformador serão inversamente proporcionais à sua impedância, ou seja, o transformador de menor impedância fornecerá maior corrente e maior potência. Portanto, no caso em que os transformadores em paralelo operam sem circulação de corrente entre os enrolamentos, haverá uma divisão ideal de corrente e potência entre os transformadores, determinada por suas respectivas impedâncias. Oposto a isso, se as tensões em vazio dos transformadores forem diferentes, como mostra a figura 4 (pág. 46), onde VA > VB, haverá uma circulação de corrente entre os enrolamentos em paralelo. Solução proposta Na Votorantim Cimentos, unidade Itaú de Minas/MG, os transformado-

Fig. 1 – Conexão em paralelo de dois transformadores

res W3TR1 e W3TR2, que operavam em paralelo pelo sistema tradicional mestre-comandado, foram substituídos por unidades reservas de características muito distintas após um incidente. As novas unidades, apesar das diferenças, possuíam alguns atributos similares, permitindo a operação em paralelo utilizando a filosofia corrente circulante. Para realizar o controle desses comutadores sob carga em modo automático, cada transformador de potência foi equipado com um relé regulador de tensão, que efetua a medição da tensão secundária através de um transformador de potencial (TP), e da corrente de carga, por meio de um transformador de corrente (TC). Quando um transformador é operado individualmente,

Fig. 2 – Modelo elétrico de dois transformadores em paralelo

sem paralelismo com outras unidades, o relé de tensão utiliza essas duas informações para calcular a tensão que chega à carga e emitir comandos para baixar ou subir a posição do comutador sob carga, caso a tensão esteja acima ou abaixo dos limites ajustados (veja figura 5, pág. 46). Para a operação de dois ou mais transformadores em paralelo, cada transformador é equipado com um relé de tensão AVR que efetua a medição de sua tensão e corrente. Para permitir a determinação da divisão ideal de correntes entre os transformadores em paralelo, todos os relés de tensão são então interligados em uma rede de comunicação serial, possibilitando a troca de dados entre os relés (veja figura 6, pág. 48). Além dos ajustes tradicionalmente realizados no relé regulador de tensão (como tensão de referência, banda de insensibilidade e temporizações, dentre outros), é adicionado ao relé de tensão o ajuste de sensibilidade para a correção de corrente circulante, que pode ser determinado em campo de forma simplesmente empírica, elevando gradativamente a sensibilidade até que o relé corrija uma discrepância de TAPs introduzida manualmente. Ensaio da solução proposta em bancada Com o objetivo de esclarecer questões técnicas de aplicação, operação, proteção e instalação do sistema de paralelismo por corrente circulante, foi realizado um teste da plataforma nas

Fig. 3 – Simplificação do modelo elétrico da figura 2

MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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INSTALAÇÕES

Fig. 5 – Gráfico com limites de tensão para operação do regulador de tensão (AVR) Fig. 4 – Transformadores em paralelo com circulação de corrente entre enrolamentos

dependências do fabricante do sistema. A figura 7 (pág. 48) mostra o circuito utilizado para a simulação do sistema de paralelismo onde foram considerados: • uma fonte de tensão variável (V) simulando a alimentação de entrada fornecida pela concessionária de energia elétrica; • dois voltímetros para medir a variação de tensão no primário dos transformadores; • dois Variac simulando os OLTCs no primário dos transformadores; • dois transformadores relação 220/ 64V com o AVR e a carga conectados no secundário; • dois reguladores de tensão AVR; e • uma resistência (R) simulando carga. Este circuito foi projetado para simular o sistema da Votorantim, ou seja, o comutador sob carga no primário em 138 kV e o regulador de tensão AVR no secundário do transformador. A simulação foi realizada com tensão de entrada de 220V, e uma resistência como carga com corrente de 2A. A foto da página 44 mostra o circuito montado para simular a operação do sistema de paralelismo. Foram utilizados dois transformadores ligados aos respectivos Va-

riacs no lado de 220 V, representado os transformadores TR1 e TR2 com comutador sob carga no primário. O voltímetro foi utilizado para a leitura da tensão primária dos transformadores regulada pelos Variacs, para ajustar a tensão em degraus de 1,25% de 220V. Foram testados diferentes níveis de tensões e diversas situações comuns na aplicação da Votorantim. Em todas as ocasiões, o sistema de paralelismo por corrente circulante foi satisfatório e respondeu conforme o esperado, trazendo segurança para que o pessoal da Votorantim pudesse implementar essa solução o mais rapidamente possível. Implantação do paralelismo por corrente circulante A planta da Votorantim Cimentos, localizada na cidade de Itaú de Minas, MG, possui uma subestação alimentada pela concessionária Cemig em 138 kV e pelas PCHs em 34,5 kV, conforme pode ser observado no diagrama esquemático na figura 8 (pág. 48). Os transformadores W3TR1 e W3TR2 foram substituídos por unidades reservas de características muito distintas, mas, apesar disso,

Tab. I – Características dos transformadores W3TR1 e W3TR2

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Características

W3TR1 (NSº 12651840)

W3TR2 (NSº 2863970)

Potência (MVA)

20/25

15/20

Tensão AT (kV)

138 +8/-8 x 1,25%

138 +4/-12 x 1,25%

Tensão BT (kV)

6,6

6,87

Impedância base 20MVA

9,95% (138/6,6KV)

10,5% (138/6,87KV)

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possuíam algumas características similares (veja tabela I), permitindo a operação em paralelo. Na operação manual, o risco de ocorrer um erro humano é muito alto, o que poderia danificar os transformadores e paralisar a produção. Por esta razão, foi adotada a operação de forma independente desses equipamentos. Como a Votorantim previa um aumento significativo de demanda de energia em função do aumento de produção, havia urgência na operação dos transformadores TR1 e TR2 em paralelo. Em virtude desta necessidade, foi recomendada a utilização do sistema de paralelismo por corrente circulante, o qual foi instalado com os transformadores TR1 e TR2 em operação. Os procedimentos para instalação dos AVRs, e bloqueio dos comutadores foram estudados com antecedência para evitar a atuação das proteções indevidamente. Os passos realizados para implementar o paralelismo por corrente circulante na Votorantim são descritos a seguir. Passo 1

• Definição de TAPs de operação (faixa de tensão) de cada transformador.

• Realização do bloqueio mecânico e/ou

via firmware dos TAPs não utilizados de cada acionamento dos comutadores. • Definição do TC do transformador utilizado. • Garantia de sinais do TC e do TP da mesma fase ou parametrizados corretamente no AVR. • Definição da tensão da carga e parametrização dos AVRs.



INSTALAÇÕES

Fig. 6 – Interligação entre relés AVR para paralelismo por corrente circulante

Passo 2 • Instalação de AVRs em cada transformador conforme o diagrama da figura 9 e interligação conforme diagrama da figura 6. • Operação dos AVRs sem o fechamento do paralelo por um período mínimo de 24 h, e leitura das tensões armazenadas no banco de dados do AVRs. • Definição, com os dados obtidos, das faixas de tensões e parametrização dos AVRs. Passo 3 • Colocação dos comutadores nas posições de TAP com tensões equivalentes com os AVRs em manual. • Fechamento da chave do paralelo. • Após a normalização do sistema, com os transformadores em paralelo e cargas distribuídas e equilibradas, parametrização dos AVRs em modo automático. • No fechamento do paralelismo entre os transformadores e a parametrização dos

Fig. 7 – Circuito para simulação do sistema de paralelismo por corrente circulante

AVRs, é preciso garantir que não ocorrerá variações bruscas das cargas nos barramentos. • Regulação em modo automático pelo método de corrente circulante, sendo o trigger o desvio de tensão acima de 1,5%. • Parametrização final dos AVRs até obter uma condição estável do sistema. • Observação por um período mínimo de 24 horas, para garantir a estabilidade do sistema. Conclusões O controle de paralelismo por corrente circulante implementado nos relés reguladores de tensão AVR permite o paralelismo de transformadores com diferente número de TAPs, buscando automaticamente as posições de TAP que proporcionam a melhor regulação de tensão e a menor corrente de circulação. Essa filosofia de operação é baseada na redução da corrente de circulação entre transformadores em paralelo a partir da

Fig. 8 – Diagrama esquemático da subestação

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EM MARÇO/ABRIL, 2022

medição das correntes de carga de cada equipamento. Através dos experimentos em laboratório, foi possível comprovar que a filosofia de operação do paralelismo por corrente funciona mesmo em casos especiais, como o da Votorantim. O sucesso do projeto e a instalação dessa aplicação permitiu que a unidade Itaú de Minas da Votorantim operasse com o paralelismo por corrente circulante durante o período necessário até que fossem normalizadas as condições de instalações do local. Bibliografia [1] E. Zientek : Loading considerations when paralleling transformers (Square D Engineering Ser vices, October 2011) . [2] A .M a r c o s : P a r alelis m o d e t r a n s for m a d or e s c o m comutadores sob carga pelo método de mínima corrente de circulação. Treetech, Bra zil april, 2006. [3] I. Rosana : Sistema de paralelismo por corrente circulante. Nova Trafo Consultoria, Bra zil, May 2016. [4] I. Rosana : Apresentação técnica - Sistema de paralelismo por corrente circulante. Nova Trafo Consultoria, Bra zil, November 2016.

Fig. 9 – Ligação do AVR no TP e TC



EM DETECTORES DE GASES ESTELLITO RANGEL JÚNIOR

a

IEC, através da norma 60079-29-1 “Atmosferas explosivas – Parte 29-1: Detectores de gás – Requisitos de desempenho de detectores para gases inflamáveis”, dispõe requisitos para detectores de gases, que são componentes importantes para a segurança das instalações industriais. Aqui, são destacadas algumas exigências da norma, as quais nem sempre são observadas nas especificações técnicas de compra. 1. Grau de Proteção (IP) Trata-se de um indicador da “resistência” dos detectores à entrada de líquidos e corpos sólidos. A IEC 60079-29-1 indica que o grau IP deve ser validado através de ensaio, ou então, o manual do dispositivo deve esclarecer suas limitações operacionais. O grau IP avalia apenas a proteção do invólucro aos componentes eletrônicos internos, e não a funcionalidade dos sensores dentro do invólucro. Os fabricantes devem alertar no manual de operação que o grau IP não implica que o dispositivo detectará gás durante e após a exposição àquelas condições de líquidos ou pós; ou, caso contrário, deverão incluir o número do ensaio feito pela certificadora que confirmou a funcionalidade. Esta observação é importante para o caso de detectores de gás destinados ao uso externo. 2. Compatibilidade eletromagnética A norma IEC 60079-29-1 requer a avaliação dos detectores quanto à imunidade a radiações, interrup-

50 EM MARÇO/ABRIL, 2022

ções no fornecimento de energia e transientes de tensão. Exigências adicionais, que visaram uma aproximação com as normas europeias de compatibilidade eletromagnética (EMC), incluíram as avaliações quanto às descargas eletrostáticas e às interferências causadas por radiofrequências. Estes detectores, portanto, devem ser instalados de forma adequada para manterem sua integridade conforme definido na folha de características técnicas. 3. Verificação da funcionalidade do software Desde a edição 2006, a IEC 60079-29-1 já possuía requisitos para o programa, e a edição atual incluiu um ensaio para verificação do software, visando validá-lo e atestar sua conformidade aos requisitos. 4. Teste dos “limites superiores” do sistema Os detectores de gás em conjunto com seus controladores constituem um “sistema”. A IEC 60079-29-1 estabelece requisitos para os dispositivos que usam comunicação digital durante a operação normal de detecção de gás. A norma exige que os sistemas de detecção sejam ensaiados nas taxas máximas de comunicação e de atividade. Além disso, deve ser ensaiada a configuração do sistema maior e mais complexo, visando simular os limites críticos nas operações de detecção de gás. Observa-se, portanto, que na fase de projeto de engenharia de um sistema fixo de detecção de gases é necessário conhecer suas características específicas, em especial para determinar o ponto de localização dos elementos sensores, o que impacta fortemente o desempenho da operação do sistema de detecção de gás. Os detectores de gás podem possuir um elemento de filtro passivo para proteger a membrana do sensor

contra poeira, sujeira ou umidade, bem como incorporar um disco de metal sinterizado para evitar a propagação ao exterior de uma eventual chama interna. Todos os tipos de elementos de filtro passivo possuem um modo de falha perigoso (por exemplo, entupimento), e desta forma requerem inspeções programadas e a execução de testes periódicos de verificação funcional. Os detectores de gás podem também incorporar um elemento de filtro ativo para condução do gás detectado, o qual deve ter sua vida útil definida pelo fabricante. Conclui-se que a segurança da planta está diretamente associada à correta manutenção destes sistemas de detecção de gases, o que exige pessoal devidamente capacitado não só quanto às características operacionais dos dispositivos mas também das premissas do projeto. Caso você possua dúvidas sobre detectores de gás para áreas classificadas, envie-as para o e-mail em@ arandaeditora.com.br. Elas poderão ser abordadas em uma próxima edição.

Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.



AGENDA NO BRASIL

Furnas. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site https://xxvisnp tee.com.br.

Biometano – O 4o Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano será realizado de 12 a 14 de abril, em Caxias do Sul, RS, pelo CIBiogás e UCS, com organização da Sbera. Reunirá empresas, pesquisadores, universidades, gestores e profissionais do setor. O evento conta ainda com exposição de produtos e a entrega do prêmio “Melhores do biogás”, que visa destacar profissionais, organizações e unidades ou plantas geradoras que cumpriram papel relevante no setor de biogás do Brasil no ano de 2021. Informações em biogasebiometano.com.br.

Ecoenergy/Exposec – A 9a Ecoenergy - Feira e Congresso Internacional de Tecnologias Limpas e Renováveis para Geração de Energia foi adiada em virtude do avanço do Covid-19 e vai acontecer de 7 a 9 de junho no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center. O evento, organizado pela Cipa Fiera Milano, é constituído por exposição de soluções para energias solar heliotérmica, solar FV, eólica, de biomassa, geotérmica e hidroelétrica; e pelos congressos Ecoenergy e Biomass Day. Paralelamente, é realizada a feira Exposec - Feira Internacional de Segurança. Informações em https://feiraecoenergy.com.br.

Recuperação energética – A segunda edição do Fórum de Saneamento e Recuperação Energética, chancelado pela IFAT, está marcado para 26 de abril em São Paulo, SP. O evento contará com debates sobre o desenvolvimento das ações referentes a implementação do Novo Marco Legal do Saneamento na prática, os desafios encontrados pela indústria e o papel da recuperação energética nesse processo. Mais informações em www.linkedin.com/ company/fsare/ Intersolar Summit – O Intersolar Summit Brasil Nordeste será realizado em Fortaleza, CE, em 27 e 28 de abril de 2022. Voltado para especialistas brasileiros e internacionais, enfocará a energia solar e renovável na região. O congresso reunirá especialistas para discutir políticas, desafios legislativos e marcos regulatórios, bem como financiamento e soluções de integração de redes. É realizado em paralelo com o 11o Congresso RTI Provedores de Internet e o 13o Congresso RTI Data Centers (http://rtiprovedoresdeinternet.com.br/11/), que são eventos dirigidos aos ISPs para discussão sobre tecnologias de acesso, regulamentação, geração de receita com novos serviços de valor agregado e oportunidades no mercado de banda larga. Informações: https://www.intersolar.net.br/en/home/ summit-brasil-nordeste. SNPTEE – A 26a edição do SNPTEE Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, promovido pelo Cigre-Brasil, acontecerá de 15 a 18 de maio, no Riocentro, na cidade do Rio de Janeiro, e será organizado por 52 EM MARÇO/ABRIL, 2022

Netcom – A 10a edição do Netcom - Infraestrutura de Redes Telecom e Provedores de Internet vai ser realizada de 2 a 4 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. O evento reúne profissionais de infraestrutura de redes, telecom e provedores de internet, que debatem os rumos da transformação digital no País. Na feira, são expostas soluções e tecnologias inovadoras do setor. Informações em: www.arandaeventos.com. br/eventos2022/netcom/ Expolux – A Reed Exhibitions e a Abilux - Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, respectivamente organizadora e idealizadora da Expolux - Feira Internacional da Indústria de Iluminação, vão realizar o evento de 2 a 5 de agosto. Mais informações: www. expolux.com.br/ The smarter E – O evento The smarter E South America vai acontecer de 23 a 25 de agosto em São Paulo, SP. Realizado no Expo Center Norte, congregará os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; e Eletrotec +EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia. A organização é da Solar Promotion International GmbH e da Freiburg Management and Marketing International, com co-organização pela Aranda Eventos & Congressos. Informações: www. thesmartere.com.br.

PCIC BR – A 6a edição do PCIC-BR Petroleum and Chemical Industry Conference Brasil, considerado o congresso de referência para soluções em sistemas elétricos, instrumentação e digitalização na indústria do petróleo, gás e petroquímica, vai acontecer em formato virtual nos dias 13 e 14 de outubro. O evento é organizado pelo IEEE - Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos - Seção Rio de Janeiro. Os interessados em apresentar trabalhos podem enviar os resumos até 15 de maio para o email pcicbr2022@gmail. com. Mais informações em http://www. ieee.org.br/pcicbr.

CURSOS Proteção – A Conprove Engenharia, de Uberlândia, MG, realiza diversos cursos voltados ao setor elétrico. O treinamento Estudo de fluxo de potência em redes elétricas (teoria e prática), que será realizado na modalidade online com transmissão ao vivo de 27 a 29 de abril, tem o objetivo de capacitar o participante nas técnicas de modelagem e a realizar o estudo de fluxo de carga. Direcionado a profissionais que trabalham com operação e planejamento de redes elétricas, o curso aborda: efeitos das potências ativa e reativa sobre a frequência e a tensão; equacionamento do problema do fluxo de carga; métodos de solução das equações de fluxo de potência; técnicas de controle de tensão; etc. Na mesma data, a empresa vai ministrar também o curso Proteção de linhas de transmissão (teoria e práticas de comissionamento), dirigido a engenheiros, tecnólogos e técnicos da área de proteção de sistemas elétricos, que visa apresentar os fundamentos da proteção de linhas de transmissão e teste de comissionamento/manutenção. Os participantes terão a oportunidade de realizar práticas com relés de proteção e malas de testes microprocessadas. Mais informações pelo telefone (34) 3218-6800. Setor elétrico – A Viex vai realizar o curso Estrutura e funcionamento do setor elétrico, de 16 a 19 de maio, cujo intuito é propiciar aos participantes uma visão objetiva do setor elétrico brasileiro, detalhando características, princípios, principais funções, aspectos técnicos e ambiente mercantil do setor de energia elétrica,


além de fornecer conhecimentos sobre os serviços de energia elétrica, desde sua cadeia de produção, transporte e distribuição, passando pela regulação setorial, até sua terminologias específicas e estrutura básica de agentes e relações comerciais. A empresa também oferece um curso sobre Mercado livre de energia, de 20 a 23 de junho, que vai apresentar uma visão conceitual geral da comercialização de energia elétrica no Brasil, com foco no Ambiente de Comercialização Livre (ACL). O objetivo é que os participantes aprendam as bases do modelo mercantil brasileiro de energia e sejam capazes de analisar as questões mais relevantes envolvendo a migração e a pós migração de consumidores para o mercado livre. Mais informações sobre os cursos estão disponíveis em www.viex-americas.com/cursos. Proteção – A SEL vai realizar em Campinas, SP, o curso Interpretação de oscilografias, de 26 a 28 de abril. O objetivo é apresentar a teoria e os conceitos necessários para a interpretação de oscilogramas de anormalidades e distúrbios que afetam a operação de sistemas elétricos, tais como de curtos-circuitos, sobretensões, subfrequências, ferrorressonância, energização de transformador (inrush), sobre-excitação de geradores e outros. Outro curso a ser ministrado é Proteção de sistemas elétricos industriais de média e baixa tensão, marcado para 9 a 12

de maio, o qual visa oferecer um estudo completo dos métodos clássicos e modernos para projetos de proteção de sistemas elétricos industriais, incluindo os efeitos das faltas em sistemas elétricos industriais, proteções de sobrecorrente e diferencial e proteção de motores, barramentos e geradores. Mais informações sobre esses e outros cursos podem ser acessadas em https://selinc.com/pt/selu/ calendario/.

NO EXTERIOR IEEE PES T&D – De 25 a 28 de abril, será realizada a conferência e exposição IEEE PES T&D, em New Orleans, EUA. Realizado a cada dois anos, o evento é patrocinado pela IEEE Power & Energy Society e tem o objetivo de compartilhar os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos da indústria de energia elétrica. Mais informações podem ser obtidas em https://ieeet-d.org/. FV – O PV CellTech 2022 Live será realizado pela primeira vez na Europa, em Berlim, Alemanha, de 25 a 26 de abril. O evento discutirá as principais questões que impactarão a tecnologia fotovoltaica nos próximos 3 a 5 anos. Informações: https://celltech.solarenergyevents.com/

E-Talia Summit – A terceira edição da E-Talia Summit será realizada em conjunto com o World Hydrogen Italy, em Milão, Itália, de 26 a 28 de abril. O evento vai abordar diversos assuntos, como energia eólica offshore, planejamento regional, energia solar e hidrogênio verde. Mais informações: www.etaliasummit.com/ Microrredes – A Conferência Microgrids 2022 será realizada de 1 a 2 de junho na Filadélfia, EUA. Segundo os orgazanidores, contará com sessões voltadas tanto para iniciantes quanto veteranos no tema. O público inclui empresas, instituições, entidades governamentais, concessionárias, desenvolvedores de microrredes, formuladores de políticas, investidores, etc. A conferência compreenderá workshops, tours virtuais e uma feira onde serão expostas tecnologias de geração distribuída. Mais informações em https://microgrid knowledge.com/mi crogrid-2022. Enlit Asia – O Enlit Asia 2022, considerado um dos principais eventos da Tailândia para a indústria nacional de energia, acontecerá em Bangkok de 20 a 22 de setembro. Também serão realizados simultaneamente os eventos Sustainable Energy Technology Asia (Seta) e Solar+Storage Asia (SSA). Mais informações estão disponíveis em https://www. enlit-asia.com.

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PRODUTOS BATERIA DE CHUMBO ÁCIDO A Unipower lançou recentemente a bateria UP12SEG, que é uma versão de bateria de chumbo ácido regulada por válvula e selada, impedindo, segundo a empresa, a emissão de qualquer tipo

de gás. O equipamento é indicado para diversas aplicações, como UPS de baixa potência, alarme, controle de acesso, cerca elétrica, brinquedos e luz de emergência. A solução tem capacidade de 5 Ah, garantia de um ano e padrão de qualidade internacional, o que possibilita, de acordo com a Unipower, elevada durabilidade, capacidade térmica e excelente condutividade. https://unipower.com.br/ PROTEÇÃO DE PARTIDA DE MOTORES A Hercules Motores Elétricos desenvolveu um sistema de proteção de partida para motores monofásicos, denominado de SHP - Sistema Hercules de Proteção de Partida, que

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tem o objetivo de prolongar a vida útil do equipamento. A solução, que foi patenteada pelo fabricante, protege o motor contra picos de corrente e danos como a queima do capacitor e dos enrolamentos. Segundo a empresa, caso haja falhas na operação, o sistema proporciona economia de até 90% na manutenção. www.herculesmotores.com.br TOMADA DE EMBUTIR A Soprano fornece um novo conjunto com tomada de embutir, modelo 20A 2P+T, com grau de proteção IP44. O produto é fabricado em termoplástico de engenharia e dispõe de proteção antichama, além de mola em aço inoxidável. O módulo da tomada possui certificação

do Inmetro e, de acordo com a empresa, o produto conta com facilidade para montagem com o uso de serra-copo. A instalação é indicada para painéis de comando elétrico e em caixas multiuso plásticas e metálicas. https://soprano.com.br/ APP PARA ELETRICISTAS O Grupo Prysmian desenvolveu o CableApp, um aplicativo de consulta para os profissionais do segmento elétrico. De acordo com a empresa, o app faz a escolha da seção “técnica” do condutor verificando três critérios de dimensionamento:

capacidade de condução de corrente em regime permanente, queda de tensão e capacidade de condução de corrente de curto-circuito, a fim de facilitar o dia-a-dia de eletricistas, vendedores, estudantes, arquitetos e interessados na área. A utilização de seções superiores à técnica, a qual é a mínima aceitável para uma instalação correta, reduz o consumo de energia e da emissão de CO2 pela fonte geradora. Essa economia é quantificada por um período de um

ano de operação do circuito para duas hipóteses e, em ambas, o aplicativo utiliza os valores do preço da energia elétrica (R$/kWh) e de emissões de CO2 (kg CO2/kWh) indicados pelo usuário, que também pode informar a porcentagem da corrente de linha ou deixar o padrão de 100%. Outro benefício é que o aplicativo encontra toda a documentação técnica e soluções alternativas ilustradas; quantifica a economia de energia; salva e compartilha o resultado do cálculo para ser salvo em PDF, facilitando a troca de informações entre o profissional e o distribuidor, seja por e-mail, Whats App, entre outros; encontra o cabo por tipo de instalação, isolação, métodos de instalação etc.; localiza o distribuidor mais próximo do usuário

com um mapa interativo; e oferece outros conteúdos, como notícias, dicas, agenda de eventos, webinars, etc. cableapp.com/WEB/Flag/ SelectFlag RELÉS, DPS, TOMADAS E LEDs A Exatron apresentou recentemente novos produtos. Um deles é o relé fotoeletrônico compacto Smart XControl, que controla uma lâmpada automaticamente, ligando-a ao anoitecer e desligando-a ao amanhecer. A tecnologia Smart XControl possibilita configuração através de um smartphone com o aplicativo. A empresa também lançou o dispositivo de proteção contra surtos classe II, que possui tecnologia combinada de Varistor de Óxido Metálico (MOV) e Centelhador a Gás (GDT), capaz de oferecer maior vida útil às luminárias. É projetado para suportar surtos elétricos, provocados por descargas atmosféricas e

manobras no sistema elétrico, conforme a IEC 6164311. Outros destaques são a tomada USB com suporte, que conta com proteção contra surto (3 kV) e proteção contra sobretensão, sobrecorrente e sobre-temperatura, e os LEDs noturnos, que possuem uma luz suave de baixo consumo e funcionam com fotocélula. www.exatron.com.br




PUBLICAÇÕES PUBLICAÇÕES Fontes renováveis – O relatório Renewable Energy Market Analysis: Africa and Its Regions (Análise do Mercado de Energias Renováveis: África e suas Regiões), elaborado pela Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês) em colaboração com o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), aponta que a África está prosperando significativamente desde o desenvolvimento acionado pelas energias renováveis, e tem melhorado consideravelmente o acesso à energia, proporcionando bem estar às pessoas e benefícios ambientais. O estudo mostra que uma estrutura política integrada construída em torno da transição energética pode trazer novos investimentos em energias sustentáveis para a África, fazendo a economia da região crescer até 6,4% até 2050. Nesse horizonte, o continente pode gerar 26 milhões de empregos. O carvão, o gás natural e o petróleo em conjunto respondem aproximadamente por 70% da geração elétrica total da África, e, de acordo com a análise, atualmente a eletricidade convencional atrai mais financiamento que as energias renováveis na África. O financiamento da transição energética deve se tornar mais acessível. O relatório propõe que esforços coordenados devem ser realizados para garantir que os gastos públicos – o setor dominante

do financiamento da transição energética na África – priorize as energias renováveis. Dos 2,8 trilhões investidos nas renováveis globalmente entre 2000 e 2020, somente 2% foram para a África, apesar do enorme potencial de energias renováveis do continente. Além disso, embora a taxa de acesso à energia na África Subsaariana tenha aumentado de 33% para 46% na última década, em virtude do rápido crescimento populacional, 570 milhões de pessoas ainda não tinham acesso à eletricidade em 2019 (mais 20 milhões que há 10 anos). O relatório está disponível em https:// irena.org/publications/2022/Jan/Renewable-Energy-Market-Analysis-Africa. Sustentabilidade – A 12a edição do Relatório de Sustentabilidade 2021 do Grupo Voith descreve a evolução da empresa em sua estratégia de sustentabilidade no ano fiscal 2020/21 e seus futuros desafios. Por meio de diversas medidas para o aumento de sua eficiência energética, a companhia atingiu em 1o de janeiro de 2022 o status de climaticamente neutra em todas as suas unidades mundiais. Uma delas foi o aumento do uso de eletricidade gerada a partir de fontes renováveis no último ano fiscal, que agora atinge 87%. Além disso, segundo a empresa, desde o ano fiscal de 2011/12, houve redução do consumo energético em cerca de 130 GWh por meio de medidas como o uso de LEDs, modernização de prédios e recuperação de calor em processos fabris. E a meta

é de, ao longo dos próximos 25 anos, reduzir o consumo de energia em pelo menos 2,5% ao ano. Na comparação com o ano anterior, a empresa também dobrou sua autogeração de eletricidade por fontes renováveis, aumentando-a para 6 GWh, principalmente devido aos novos projetos de geração solar realizados nas unidades da Áustria, nos Países Baixos e na China. No início deste ano fiscal, também entrou em operação na Índia um terceiro sistema fotovoltaico. Outros projetos de geração solar estão sendo planejados para as duas unidades alemãs de Kiel e Rutesheim. Até o final do ano fiscal de 2026/2027, o volume de autogeração elétrica por fontes renováveis nas unidades mundiais da Voith deverá aumentar para 16 GWh. A empresa afirma ainda ter reduzido entre os anos fiscais de 2016/17 e 2021/22 suas emissões de CO2 praticamente à metade, para 86 mil toneladas. Até o ano fiscal 2049/50, a expectativa é contar com mais autogeração e menor consumo de energia proveniente de fontes fósseis. Disponível em alemão e inglês, o relatório pode ser baixado em https://voith. com/corp-de/VZ_Sustainability-Report_21_en.pdf .

ÍNDICE DE ANUNCIANTES Calhas Kennedy ................................................. 2a capa Clamper .......................................................................13 Cobrecom ......................................................................7 Dutotec ........................................................................10 Edentec .......................................................................17 Embrastec ...................................................................35 Exatron ........................................................................14 Feicon..........................................................................51 Fisp ..............................................................................56 Hércules Motores ............................................... 4a capa Kit Acessórios .............................................................32 Mi Ômega ....................................................................39 Mopa .................................................................. 3a capa

Novemp .......................................................................31 Olivo ............................................................................ 11 Paragam .....................................................................53 Pextron ........................................................................33 Raycon ........................................................................41 Romagnole ..........................................................15 e 27 Santana Painéis ..........................................................28 Sempel ........................................................................40 SNPTEE ......................................................................47 Takafer.........................................................................36 Termotécnica ...............................................................12 Trael.............................................................................43 Treetech ......................................................................29 MARÇO/ABRIL, 2022 EM

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MOMENTO O DESTINO EM NOSSAS MÃOS PAULO LUDMER

S

e não se alastrar a guerra russoucraniana, entre dois históricos irmãos, desde as bacias dos rios Dnieper e Dniester, ao Mar Negro, então ela houve por bem escancarar e chacoalhar o felizardo Brasil, que dispõe de riquezas incomensuráveis para o futuro. Há décadas escrevo nesta coluna que colhemos anualmente mais de 200 milhões de toneladas de grãos, cuja palha queimamos. Pois neste resíduo rural está o biogás e o fertilizante que nos capacita a autoabastecimento estratégico, liberando ajuda de outros insumos a terceiros.

recursos internacionais pela venda de títulos de sequestro de gases de efeito estufa (seja pela produção natural de fertilizantes, seja pelas queimadas de palhas de lavouras evitadas). A expansão urgente e dramática da biodigestão no Brasil requer de imediato conhecimentos que já dispomos. Na suinocultura de Santa Catarina é uma tecnologia há anos aplicada (vide a Gelnex que produz gelatina industrial a partir de restos de porcos). Mas é claro que as universidades brasileiras poderão pesquisar índices de desempenho num território amplo, estudando, por exemplo, as fezes das galinhas no Crato (CE) em cotejo com as de Santa Maria (RS). Há que considerar o gado leiteiro estabulado, a avicultura e a piscicultura no mesmo radar. Os projetos são simples e rápidos, bem como os retornos sobre os investimentos. Por ora, este retorno só promete crescer em decorrência da ele-

“A biodigestão nos insere no desejado rumo do carbono zero, permite repor na terra energia e nutrientes e ainda cumprir obrigações internacionais com as gerações futuras” A biodigestão nos insere no desejado rumo do carbono zero, permite repor na terra energia e nutrientes que havíamos retirado e ainda cumprir obrigações internacionais com as gerações futuras. Descentralizada, distribui renda que interioriza; ao mesmo tempo amplifica nosso perfil ESG (meio ambiente, responsabilidade social e eficaz governança); consolida nossos compromissos com todas as Nações do Acordo de Paris (pela contenção das mudanças climáticas) e traz Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.

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vação dos preços do petróleo, carvão e gás, no que se batizou de transição energética, em direção às maiores presenças das fontes renováveis na matriz mundial. Os energéticos habitam vasos comunicantes, qualquer anomalia num sempre impacta em todos os outros. O Brasil pode ampliar a produção de álcool de cana de açúcar e/ou de milho. O preço dos hidrocarbonetos em alta (mesmo com o dólar perdendo valor diante do Real) eleva a competitividade do etanol. Isso depende da atratividade do açúcar no planeta e da segurança jurídica e política que o setor canavieiro precisa de Brasília. O País há anos orbita ao redor da autossuficiência de petróleo, hoje bem

menos vulnerável do que nos anos do presidente Figueiredo, no século passado, quando produzia menos de 20% de suas necessidades. No curto e médio prazo, algumas Nações pedirão a benevolência brasileira para complementar sua carência com algum embarque. Se a sociedade entender que se justifica (bônus melhor do que ônus), pode-se retomar a rápida construção de hidrelétricas com reservatório de acumulação, liberando também pequenas centrais hidrelétricas às voltas com monumentais resistências paroquiais às suas possibilidades. O potencial eólico também só faz aumentar à medida que se conhece melhor o Atlas Eólico brasileiro no mar e no Norte. Daí a produzir células de hidrogênio será um degrau a mais, já latente. A métrica indica que no mar, de início, teríamos rapidamente uns 350 GW à nossa espera. Mas os conhecimentos ainda incipientes vão sustentar o aumento desses números. A insolação no território nacional é superior, em quase toda sua extensão, àquela europeia (por exemplo à alemã), tornando a fonte fotovoltaica ou a termovoltaica a bola da vez. A combinação vento-sol nas mesmas fazendas geradoras, nas mesmas terras, serão o Romeu-Julieta dos novos tempos. Por último, mas não por fim, o aproveitamento de lixo sólido (ou não) melhorará enormemente a saúde e a vida urbana, sendo que todos os municípios (consorciados ou não) têm suas portas por ser abertas. A reciclagem do lixo salva energia e riquezas. A queima já se faz em todos os países mais desenvolvidos do mundo. As tecnologias e as soluções não param de evoluir. Incluem lodo, entulho, resíduos de catástrofes e que tais. E entre nós já estão os agentes capazes de exponencialmente erguer a quantidade e a qualidade das plantas desta modalidade. Não me estenderei pelo impulso que a alta dos preços do petróleo inocula na energia nuclear, biomassa, cogeração, conservação, maremotricidade, calor da Terra e outras, porque o essencial é que a bola está nas nossas mãos.


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