EM REDE
Rafael Garrido, Vice-Presidente da Vertiv América Latina
O papel dos data centers no crescimento do setor financeiro em 2021 Estimulado pelas mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19, o setor financeiro brasileiro intensificou a digitalização de seus processos. Confrontados com as solicitações feitas pelos órgãos da saúde para manter o distanciamento social, diversos bancos precisaram fechar suas agências físicas, migrando os serviços para canais digitais como aplicativos de telefones celulares, caixas eletrônicos e pagamentos on-line. Pesquisa realizada pela Febraban Federação Brasileira de Bancos no segundo semestre de 2020 mostra que 64% dos clientes diminuíram os saques em dinheiro, passando a realizar operações financeiras principalmente por meios digitais. Segundo um estudo divulgado pela IDC Brasil em dezembro de 2020, seis em cada 10 brasileiros das classes A, B e C utilizam meios digitais de pagamento como PayPal, Google Play e PagSeguro. A digitalização bancária acabou se consolidando, sendo o Brasil e o Chile os países com maior alcance em sites a Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar seus artigos para a Redação de RTI , e-mail: inforti@arandanet.com.br.
bancos em toda a América Latina. Segundo a Comscore, que divulgou um estudo sobre o cenário da digitalização bancária em 2020 e as tendências do e-banking na região. Um bom exemplo é o Pix, que até o final de março registrava 206,6 milhões de chaves, tendo movimentado no período cerca de R$ 787,2 bilhões em mais de 1 bilhão de transações. O seu uso atualmente já supera as tradicionais modalidades de transferência, como o DOC, o TED e o boleto bancário.
Os avanços fazem com que a operação de data centers no setor financeiro seja cada vez mais crítica para o avanço dos negócios. Para controlar as informações bancárias na nuvem, absolutamente tudo é armazenado em servidores instalados em racks localizados em centros de processamento de dados. Um colapso nesses sistemas levaria à imobilização da economia brasileira. Há diversas causas possíveis para indisponibilidades (downtime), incluindo um erro de software ou hardware, mas o mais comum é a falta de energia elétrica. Se a infraestrutura bancária falhasse, não haveria caixas eletrônicos, transações com cartões de crédito nem compras
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pela Internet. Portanto, ter energia de backup para o caso de uma falha elétrica ajudaria os bancos a armazenarem energia suficiente para a operação contínua de seus equipamentos críticos. Assim, quando faltar energia elétrica, sistemas UPS serão capazes de manter os servidores funcionando, equipamentos mais críticos da operação pelo fato de reunirem todas as informações necessáiras para executar transações online e na nuvem. Outra causa de downtime que pode ser evitada são as condições ambientais inadequadas no data center. O crescimento contínuo do gerenciamento de dados fez com que as temperaturas do data center aumentassem, podendo levar à interrupção de serviços. Sistemas de ar condicionado de precisão, projetados para dar suporte à eletrônica sensível em salas de servidores, são a resposta para controlar as condições da sala e dos racks de forma que os servidores e outros equipamentos evitem o calor excessivo e interrupções. Para oferecer serviços contínuos aos clientes e aos seus equipamentos críticos, algumas vezes não é necessário adquirir novos equipamentos e sim colocar componentes atualizados para melhorar a operação dos dispositivos existentes. Um parceiro de infraestrutura experiente pode avaliar o data center e aconselhar sobre a melhor forma de dar suporte para a computação existente e a nova, dentro do orçamento da empresa. Em alguns casos, soluções de upgrade são a melhor opção e